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REVISTA DE
CIÊNCIA & TECNOLOGIA
A revista tecnológica da UNIG
FACULDADE DE
CIÊNCIAS EXATAS E TECNOLÓGICAS
REVISTA DE
CIÊNCIA & TECNOLOGIA
A revista tecnológica da UNIG
Os artigos desta revista são de responsabilidade exclusiva dos autores. É permitida a reprodução
total ou parcial dos artigos nela publicados, desde que seja citada a fonte.
Impresso no Brasil
Supervisor Editorial
António Filipe Falcão de Montalvão (UNIG)
Corpo Editorial
Antônio Carlos de Abreu Mol(CNEN)
Antônio Carlos Freire Sampaio (UNIG)
António Filipe Falcão de Montalvão(UNIG)
Cláudio Henrique dos Santos Grecco (CNEN)
Cláudio Márcio Nascimento Abreu Pereira (CNEN)
Denise Salim Santos(,FACHA,UNIG)
Fernando Medina (UNIG)
Francisco Antônio Caldas Andrade Pinto (UNIG)
Isaias Gonzaga de Oliveira (UNIG)
Paulo Fernando Neves Rodrigues (FAU/UFRJ)
Paulo Victor Rodrigues de Carvalho (CNEN)
o
REVISTA DE CIÊNCIA & TECNOLOGIA / Universidade Iguaçu, v8 n 2 (Dez-2008)
Nova Iguaçu - Rio de Janeiro: Gráfica Universitária, 2008.
Semestral
ISSN 1519-8022
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REVISTA DE
CIÊNCIA & TECNOLOGIA
A revista tecnológica da UNIG
Objetivo e Escopo
REVISTA DE CIÊNCIA & TECNOLOGIA é uma publicação de distribuição gratuita, editada
semestralmente pela Universidade Iguaçu, com o objetivo de divulgar trabalhos científicos
inéditos e artigos de revisão, cobrindo os diversos temas na área de Ciências Exatas e
Tecnológicas.
UNIVERSIDADE IGUAÇU
Faculdade de Ciências Exatas e Tecnológicas - FaCET,
Assessoria de Pesquisa
Av. Abílio Augusto Távora 2134, Nova Iguaçu, RJ
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iii
Expediente ISSN 1519-8022
Chanceler
Dr. Fábio Raunheitti – in memorian
Presidente da Mantenedora
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Pró-Reitor de Ensino e Graduação
Dr. Carlos Henrique de Melo Reis
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Prof. Dr. Antônio Carlos Carreira Freitas
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Diretor da Faculdade de Ciências Exatas e Tecnológicas
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Coordenador do Curso de Sistemas de Informação
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Prof. Jorge Luiz Pestana Ferreira
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Editorial............................................................................................................................ 6
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Editorial
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Resumo
O Brasil possui uma extensão costeira linear de 7.367 km e, considerando-se as reentrâncias do litoral,
esse número se eleva para cerca de 8.500 km. Esta região é de grande importância no cenário nacional,
seja pela grande concentração de população e desenvolvimento econômico ou seja pela importância de
seus ecossistemas. Abrange 395 municípios em 17 estados, onde habitam 40 milhões de habitantes;
enquanto a densidade demográfica média do país é de 20 hab/km2, nessa região ela é cinco vezes maior
(105 hab/km2). Além disso, estima-se que as atividades econômicas nesses espaços sejam da ordem de
70% do PIB nacional. Em termos de políticas, públicas recebeu atenção especial na Constituição
Federal que a classificou como "patrimônio nacional" e passou a ser objeto de duas políticas distintas: a
Política Nacional para os Recursos do Mar (PNRM) e Política Nacional do Meio Ambiente (PNMA).
Assim, foi instituído o Plano Nacional de Gerenciamento Costeiro e criados grupos para a sua
implementação. Diferentemente da atual política de gestão de recursos hídricos, lei 9.433/97, que prevê
a bacia hidrográfica como unidade de gestão, a gestão costeira tem o município como base de
planejamento físico territorial e ocupa-se do gerenciamento de recursos marinhos e da proteção dos
ecossistemas. É dentro desse contexto que este trabalho se apresenta, buscando apresentar uma visão
geral da implantação da gestão da zona costeira do Brasil e dos principais desafios a serem vencidos
como forma se obterem resultados profícuos nessa implantação sob o enfoque dos recursos hídricos.
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marítima e outra terrestre, caracterizada pela marinha e seus acrescidos. Aqui ainda
interface entre a terra e o mar. devem ser observados os seguintes critérios
Define ainda como objetivo básico de delimitação referentes aos aspectos
planejar e implementar ações nas áreas que geomorfológicos, os quais implicam o
apresentem maior demanda por intervenções seguinte detalhamento dos critérios de
na zona costeira, a fim de disciplinar o uso e delimitação: a) falésias sedimentares:
ocupação do território. Inclui pontos cinquenta metros a partir da sua borda, em
relativos aos limites, instrumentos e direção ao continente; b) lagunas e lagoas
competências, conforme apresentado a costeiras: limite de cinquenta metros
seguir. contados a partir do limite da praia, da linha
Dos Limites de preamar ou do limite superior da
Segundo o Decreto no. 5.300/04 considera-se margem, em direção ao continente; c)
orla marítima como a faixa contida na zona estuários: cinquenta metros contados na
costeira, de largura variável, compreendendo direção do continente, a partir do limite da
uma porção marítima e outra terrestre, praia ou da borda superior da duna frontal,
caracterizada pela interface entre a terra e o em ambas as margens e ao longo delas, até
mar, cujos limites estão estabelecidos de onde a penetração da água do mar seja
acordo com os seguintes critérios: identificada pela presença de salinidade, no
limite marítimo - isóbata de dez metros, valor mínimo de 0,5 partes por mil; d)
profundidade na qual a ação das ondas passa falésias ou costões rochosos: limite a ser
a sofrer influência da variabilidade definido pelo plano diretor do Município,
topográfica do fundo marinho, promovendo estabelecendo uma faixa de segurança até
o transporte de sedimentos. Estes limites pelo menos um metro de altura acima do
poderão ser alterados, com justificativas, a limite máximo da ação de ondas de
partir de pelo menos uma das seguintes tempestade; e) áreas inundáveis: limite
situações: a) dados que indiquem tendência definido pela cota mínima de um metro de
erosiva, com base em taxas anuais, altura acima do limite da área alcançada pela
expressas em períodos de dez anos, capazes preamar; f) áreas sujeitas à erosão:
de ultrapassar a largura da faixa proposta; b) substratos sedimentares como falésias,
concentração de usos e de conflitos de usos cordões litorâneos, cabos ou pontais, com
relacionados aos recursos ambientais larguras inferiores a cento e cinquenta
existentes na orla marítima; c) tendência de metros, bem como áreas próximas a
avanço da linha de costa em direção ao mar, desembocaduras fluviais, que correspondam
expressa em taxas anuais; d) trecho de orla a estruturas de alta instabilidade, podendo
abrigada cujo gradiente de profundidade seja requerer estudos específicos para definição
inferior à profundidade de dez metros; da extensão da faixa terrestre da orla
limite terrestre - cinquenta metros em áreas marítima.
urbanizadas ou duzentos metros em áreas Como instrumento de gestão da orla
não urbanizadas, demarcados na direção do marítima um único instrumento de gestão, o
continente a partir da linha de preamar ou do Plano de Intervenção, elaborado em
limite final de ecossistemas, tais como as conformidade com o planejamento federal,
caracterizadas por feições de praias, dunas, estadual e municipal da zona costeira, tendo
áreas de escarpas, falésias, costões rochosos, como base o reconhecimento das
restingas, manguezais, marismas, lagunas, características naturais, nos tipos de uso e
estuários, canais ou braços de mar, quando ocupação existentes e projetados,
existentes, onde estão situados os terrenos de contemplando a caracterização sócio
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uma faixa marítima e uma faixa terrestre, por depósitos de mangues, deltas e marés.
que serão definidas pelo Plano. Refere-se ao ambiente de sedimentação
Observa-se aqui que, mesmo próprio dos estuários, bem como aos
considerando a definição da zona costeira depósitos aí formados, [7].
como adequada, a lei 7.661/88 transfere a Conforme [2], a partir de um
discussão das delimitações da faixa levantamento bibliográfico, [4] apresenta as
marítima e faixa terrestre. seguintes definições: a) extensão de água
As delimitações da faixa marítima e faixa costeira, semifechada, que tem uma
terrestre também foram definidas por outro comunicação livre com o mar aberto,
instrumento legal, o Decreto no. 5.300/04, resultando, portanto, fortemente afetado pela
art. 4º. Segundo esse decreto, a faixa atividade das marés e nele se mistura a água
marítima tem como limite o espaço que se do mar (em geral de forma mensurável) com
estende por doze milhas náuticas, medido a a água doce da drenagem terrestre. São
partir das linhas de base, compreendendo, exemplos as desembocaduras dos rios, as
dessa forma, a totalidade do mar territorial. baías costeiras, as marismas (terrenos
A faixa terrestre, por sua vez, se constitui no encharcados à beira do mar) e as extensões
espaço compreendido pelos limites de água barradas por praias. Cabe considerar
municipais que sofrem influência direta dos os estuários como ecótonos4 entre a água
fenômenos ocorrentes na zona costeira. doce e os habitats marinhos, embora muitos
Assim, observa-se, entretanto que estes de seus atributos físicos e biológicos não
instrumentos legais acabam por preservar as sejam, de modo algum, de transição e sim,
especificidades regionais importantes para o únicos; b) parte terminal de um rio
a extensa faixa da costa brasileira. geralmente larga onde o escoamento fluvial
Outra definição importante refere-se ao é influenciado pela maré; c) forma de
termo estuário. Segundo [8], os estuários desaguadouro de um rio no oceano. O
são os ambientes complexos que fornecem estuário forma uma boca única e é
grandes oportunidades ao desenvolvimento geralmente batido por correntes marinhas e
das atividades humanas devido à sua correntes de marés que impedem a
localização e a características geográficas acumulação de detritos, como ocorre nos
favoráveis. São, entretanto, igualmente deltas; d) área costeira, em geral
importantes para a produção de recursos semicontida, na qual a água doce se mistura
vivos e não vivos, em virtude da complexa com a salgada. e) foz à maré,
estrutura hidroecológica. Tais características desembocadura de um rio no mar, havendo
implicam também definições e delimitações mistura das águas doces com as salgadas; f)
variadas. áreas onde a água doce encontra a água
Um estuário poderia ser definido como salgada: baías, desembocaduras de rios,
um corpo aquoso litorâneo de circulação lagoas. Constituem ecossistemas delicados,
mais ou menos restrita, porém ainda ligado a são usados como local de desova de peixes;
um oceano aberto [7]. Muitos estuários g) na linguagem não especializada, é o
correspondem a desembocaduras fluviais trecho de rio sujeito à influência da maré.
afogadas e, desta maneira, sofrem diluição
significativa de salinidade em virtude do
afluxo de água doce. Sob o ponto de vista 4 ecótonos - região de transição entre duas
geológico, à exceção dos estuários do tipo bicenoses, área de maior diversidade de grande
Fjords, os estuários são feições transitórias, número de nichos ecológicos em que vivem
que normalmente acabam sendo preenchidas espécies de comunidades limítrofes além de
espécies peculiares da região.
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Um estuário é um corpo d’água da água doce dos rios com a água salgada do
semiconfinado na costa, que tem ligação mar.
livre com o mar e dentro do qual a água do Tipo Fjord – o estuário tipo Fjord é
mar entra em contato com a água doce, caracterizado pela presença de uma bacia
proveniente da drenagem do interior das alongada e profunda em forma de “U”, com
terras. uma barreira que separa a bacia do mar.
No que se refere à classificação dos Estes estuários possuem uma entrada de
estuários, [9] apresenta que os estuários água doce moderada e um baixo padrão de
podem ser classificados sob o ponto de vista mistura. Devido às características
da hidrodinâmica e sob os aspectos de suas geológicas, conforme veremos a seguir, são
características geológicas. Pela estuários construídos por ação de geleiras
hidrodinâmica, os estuários podem ser em regiões de latitudes altas. Estes estuários
classificados como: são normalmente encontrados no Alasca,
estuário de cunha salina ou altamente Chile, Nova Zelândia e países escandinavos.
estratificado - os estuários de cunha salina A figura 2 apresenta um esquema de
ocorrem quando a boca de um rio flui estuários de cunha salina, parcialmente
diretamente na água salgada. Neste tipo de misturados e bem misturados (a) bem como
estuário, a circulação é controlada o perfil de salinidade típico (b) em cada um
basicamente pela água doce do rio, que desses estuários.
empurra para trás a água do mar. Este Sob o ponto de vista de suas
padrão de circulação cria um limite que características geológicas, podem ser
separa uma camada menos salgada na parte classificados em:
superior do escoamento de uma camada estuários de planícies costeiras – os
inferior com água mais salgada em forma de estuários de planícies costeiras foram
uma cunha salina. Este perfil vertical de formados no fim da última era glacial, com o
salinidade apresenta um gradiente de derretimento do gelo, elevação Holocênica,
salinidade bastante acentuado. Neste tipo de o nível do mar invadindo os vales costeiros,
estuário, a grande maioria dos sedimentos encontrando-se com as águas do rio. Ou
trazida pelos rios é levada para a região seja, são estuários formados pelo
oceânica na camada de água superior e afogamento dos vales dos rios. São
pouca sedimentação ocorre dentro do corpo normalmente rasos com profundidades
estuarino; suaves, orientados perpendicularmente à
parcialmente misturado – os estuários linha de costa. O eixo central do vale torna-
parcialmente misturados possuem um fluxo se mais largo e profundo em direção à
de maré que consegue quebrar a cunha embocadura. Também são denominados de
salina. Neste caso, a água salgada é mistura estuários clássicos uma vez que são o tipo
na direção do rio e a água doce é mistura em mais comum encontrado em costas com
direção ao mar; amplas planícies litorâneas. Os estuários do
bem misturados – nos estuários rio São Francisco, rio das Contas e rio
bemmisturados, o forçante principal é a Potengi, no litoral do estado do Rio Grande
maré, e a água doce do rio se mistura à água do Norte são exemplos típicos desse tipo de
do mar ao longo de todo o estuário. A estuário na costa brasileira.
mistura é tão completa que a salinidade da
água é a mesma desde o inicio do encontro
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(a) (b)
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de água para o qual convirjam as água: a) a o termo “recursos hídricos” refere-se aos
bacia marítima é formada pelas terras cujas usos deste elemento, a outorga da água do
vertentes ou rios deságuam em mar interior; mar ou das águas costeiras é totalmente
b) a bacia fluvial é constituída por vales válida, sendo assim considerada um bem
sulcados por um rio principal e respectivos econômico passível de utilização.
afluentes, que, muitas vezes, formam outras Um bom exemplo é a legislação do
bacias ou sub-bacias”. As bacias estado do Ceará que, através da lei no.
hidrográficas são separadas entre si por 13.497/04, dispõe sobre a Política Estadual
montanhas ou colinas, cuja linha mais alta é de Desenvolvimento da Pesca e Aquicultura,
denominada divisor de águas e a mais baixa e cria o Sistema Estadual da Pesca e da
talvegue; c) bacia lacustre é aquela em que Aquicultura, SEPAQ. Esta lei objetiva a
as águas, devido à inclinação dos terrenos regulação e o fomento das atividades de
adjacentes, afluem para um lago, coletor pesca e aquicultura desenvolvidas nas águas
principal da área”. interiores e costeiras de domínio do estado.
Observa-se assim que, apesar desse forte No artigo 16, Capítulo 1 da referida lei, está
cunho territorial, os recortes territoriais claro a necessidade da outorga do direito de
propriamente ditos nas duas políticas (gestão uso da água para a exploração de qualquer
de recursos hídricos com a bacia projeto de aquicultura, solicitada junto à
hidrográfica e a gestão costeira com o uso e Secretaria dos Recursos Hídricos do Estado
ocupação do solo na zona costeira) são do Ceará, integrante do Sistema Estadual da
distintos e não coincidentes. Além disso, os Pesca e da Aquicultura (SEPAQ), ou seja,
conceitos espaciais na delimitação de bacia no estado do Ceará, há a necessidade legal
hidrográfica são substancialmente mais da outorga em águas costeiras e mais,
claros quando comparados aos conceitos da considera a existência de águas costeiras de
delimitação da zona costeira. domínio do estado para fins de exploração
das atividades de pesca e aquicultura.
3.3. A questão da dominialidade e a Considerando a necessidade de outorga
outorga de direito de uso das águas costeiras, o ponto a seguir está
relacionado à definição dos vários usos da
A questão da dominialidade passa a ser água na zona costeira de suas respectivas
importante e apresentar outros aspectos que importâncias para efetiva implementação da
devem ser levados em consideração quando outorga. De forma geral, os usos da água na
observada sob o ponto de vista da outorga zona costeira incluem: transporte marítimo e
do direito de uso nas águas costeiras e sob o navegação; atividades de aquicultura e
aspecto dos conflitos de competências pesca; abastecimento humano através do
nessas regiões. processo da dessalinização; explotação de
Por um lado, é comum o entendimento de óleo e gás; mineração de areia e cascalho;
que aos "olhos" da lei 9433/97, a água do turismo e recreação; tratamento e disposição
mar não é recurso hídrico, sendo que a lei final de efluentes domésticos e industriais;
dispõe apenas sobre águas interiores (bacias água para uso de resfriamento; preservação
hidrográficas). Rosso [4] apresenta uma de ecossistemas.
visão distinta considerando que, baseado nos
aspectos apresentados por [12], onde o
termo “água” refere-se ao elemento natural e
.
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Referências
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PIBIC/UERJ.
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Resumo
O processo de sanitização de equipamentos da indústria de bebidas é tradicionalmente realizado com
produtos químicos e vapor de água a alta temperatura. Este processo ocorre sempre que o produto de
uma linha de produção é trocado ou se existirem resultados de análises de laboratório que indiquem
contaminação por microorganismos indesejáveis. Neste trabalho apresentamos o resultado do estudo de
um processo de sanitização com água ozonizada na temperatura ambiente de uma linha de enchimento
de uma indústria de refrigerantes. Os resultados mostram que o processo com água ozonizada funciona
com bom desempenho.
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Resumo
De novembro de 2004 a maio de 2005, realizou-se uma pesquisa envolvendo 32 pacientes que
apresentavam respiração bucal associada à rinite alérgica. O estudo foi desenvolvido na Clínica de
Odontologia da Universidade Iguaçu, com pacientes oriundos da cidade do Rio de Janeiro e adjacências.
Os resultados mostraram que vinte amostras (62.5%) apresentaram positividade para a presença de
elementos fúngicos (teste Binomial: p>0,05), sendo Candida albicans (teste Binomial: p<0,05) e
Penicillium spp (teste Binomial: p<0,05) os fungos mais frequentes. Candida tropicalis, Mucor spp,
Candida krusei, Cladosporium carrioni, Aspergillus niger e Aspergillus fumigatus também foram
identificados.
Figura 1 - Resultados das amostras de saliva de 32 pacientes respiradores bucais com rinite alérgica
associada, coletadas no período de novembro de 2004 a maio de 2005 na Clínica de Odontologia da
Universidade Iguaçu, em pacientes da cidade do Rio de Janeiro e redondezas.
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Resumo
Este manuscrito relata a ocorrência simultânea de L. longipalpis e L. cruzi em região endêmica de
Leishmaniose Visceral Americana (LVA), área urbana da cidade de Cuiabá, Estado do Mato Grosso,
Brasil. Em inquérito entomológico realizado em virtude da ocorrência de casos humanos autóctones de
LVA, foram capturados 180 flebotomineos, L. longipalpis e L. cruzi foram as espécies mais importantes,
Além dessas as seguintes espécies foram capturadas: L. lenti, L. evandroi, L. whitmani. Este encontro
apresenta grande importância, sugerindo a necessidade de novos estudos sobre a ecologia de L.
longipalpis e L. cruzi para se compreender o significado para a epidemiologia da LVA no Estado do
Mato Grosso, desse achado.
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M.P.; Furlan, M.B.G.; Ferreira, W.F.; these the following species were captured: L.
Pereira,C.; Ferreira L. The presence of lenti, L. evandroi e L. whitmani. This find shows
Lutzomyia longipalpis in a focus of great importance, suggesting the necessity of the
American visceral leishmaniasis where new studies on the L. longipalpis and L. cruzi
the only proven vector is Lutzomyia ecological aspects in order to understand the
cruzi. Corumbá, Mato Grosso do Sul meaning to the epidemiology of AVL in the Mato
State. Revista da Sociedade Brasileira de Grosso state of these find.
Medicina Tropical (36): p. 633-634,
Keywords: Psychodidae, Vectors, Lutzomyia
2003. longipalpis and Lutzomyia cruzi Epidemiology.
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Resumo
O presente trabalho apresenta os resultados da implementação de alguns métodos computacionais para
a solução do problema não linear geométrico, e de determinadas técnicas de continuação para
proporcionar o avanço da trajetória de equilíbrio de uma estrutura reticulada. Algumas estruturas são
analisadas com o intuito de comprovar a eficiência do programa implementado e dos métodos e técnicas
de continuação escolhidos, mostrando assim a aplicabilidade de cada solução às estruturas testadas. O
principal objetivo é uma análise precisa e eficiente, em termos computacionais, para a investigação do
comportamento de sistemas reticulados, em geral, gerando diversos parâmetros de comparação, com
atenção especial para as técnicas do comprimento do arco constante e do controle de deslocamento
generalizado na determinação de pontos limites.
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∆l
(3)
∆λ
10,00
P
Carga P
5,00
v 25 0,00
0,00 10,00 20,00 30,00 40,00 50,00 60,00
-5,00
2500
-10,00
Deslocamento vertical, v
E = 500000,0; A = 100,0; I = 1,0
Figura 4.1 – Características da treliça abatida Figura 4.2 – Comparação do uso de técnicas de
continuação
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20
Carga P
5
15
0
10 0,00 10,00 20,00 30,00 40,00 50,00 60,00
-5
5
Carga P
0 -10
-5 Du = 1,0
Figura 4.4 – Ctrl. Compr. de Arco – comparação
Du = 5,0 do uso do controle da magnitude de δλ a partir
-10 Du = 10,0 da verificação da magnitude de δu’’ com δλ(1) =
3,0
-15
Deslocamento vertical, v No controle de comprimento de arco,
Figura 4.3 – Controle de deslocamento – além da necessidade da monitoração de δu’’,
variação de ∆u com Not = 3 e ζ = 0,5 descrita anteriormente, é imprescindível o
teste para trocar o sinal de δλ em caso de
Mesmo controlando a magnitude de ∆u, ponto limite. Para evidenciar a eficiência da
reduzindo-o em trechos acentuadamente não implementação, o gráfico da Figura 4.5
lineares e aumentando-o em trechos menos exibe a variação da magnitude de δλ ao
não lineares, é necessário que seu valor passar pelo primeiro ponto limite.
inicial seja adequado para uma boa
caracterização da curva carga-deslocamento. 0.15
O gráfico da Figura 4.4 mostra os
0.1
resultados obtidos com o controle de
comprimento de arco constante, 0.05
0
6.6
7.3
8.1
8.9
9.7
10.5
11.3
12.1
12.9
13.7
14.5
15.3
16.0
(deslocamento aproximadamente igual a 10), Figura 4.5 – Ctrl. Compr. de Arco – variação da
a rigidez tangente é próxima de zero, desta magnitude de δλ ao passar pelo 1o ponto limite
forma, o vetor δu’’, calculado a partir da
Na Figura 4.6, são apresentadas as
matriz tangente (KT), fica muito grande. Não
configurações deformadas associadas aos
havendo esta monitoração o comprimento do
dois pontos limites de carga.
arco (∆l), calculado na primeira iteração,
também é amplificado, o que leva a uma má
representação da trajetória.
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1000 5
Carga P
0
800
0,0
65,9
177,4
317,9
451,5
585,4
712,7
804,7
690,1
580,2
452,4
400,2
519,3
650,4
779,1
901,2
987,8
-5
600
-10
400
-15
200 -20
0 -25
Deslocamento
0,00 200,00 400,00 600,00 800,00 1000,00 1200,00
-200
-400
-600
Figura 4.10 – Controle do arco - variação da
Deslocamento vertical, nó 7 magnitude de δλ e do número de iterações com
δλ(1) = 20,0 e ω = 3
Figura 4.8 – Comparação do uso de técnicas de
continuação A Figura 4.11, a seguir, destaca os pontos
limites da curva carga-deslocamento vertical
O gráfico da Figura 4.9 mostra os valores do ponto de aplicação da carga (nó 7).
de ∆u inicial para cada iteração e do número
de iterações necessárias à convergência. 1600.00
600.00
devido à dificuldade para se atingir a
400.00
convergência (número de iterações igual a
47). 200.00
50 0.00
Du Nº de iterações
40 -200.00
30 -400.00
-600.00
20
0.00 200.00 400.00 600.00 800.00 1000.00 1200.00
10
Deslocamento vertical, Nó 7
0
0,0
69,8
171,7
278,3
385,0
491,7
598,3
705,0
807,9
835,7
863,6
891,4
923,8
973,6
1050,3
Primeiro Primeiro
Deslocamento
Segundo Segundo
Terceiro
Figura 4.9 – Controle de deslocamento - Quarto
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2000,00
nó 7 nó 5
nó 4 nó 3
1500,00
Carga P 1000,00
-500,00
Deslocamento vertical, v
3,13953 P
u
100.00
0,06;
• No de incrementos de carga: N = 13850. 80.00
60.00
Não se conseguiu obter a trajetória de
40.00
equilíbrio completa ao se empregar a técnica
de controle do arco com o elemento de 20.00
Carga, P (lb)
pórtico corrotacional. Dentre as tentativas 0.00
• Deslocamento tangente
0.00 20.00 40.00 60.00 80.00 100.00 120.00
máximo:||1δu’’(1)||;
Deslocamento vertical do ponto de aplicação da carga, v (pol.)
Primeiro
Pontos limites de carga (cont.)
Nono
Pontos limites de deslocamento
Primeiro
Segundo Décimo Segundo
Para o incremento 10296 (controle do Terceiro Décimo-primeiro Terceiro
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EA = 10.000,00
Figura 4.19 – Características da treliça espacial
80.00
-40.00
60.00
-60.00
40.00
-80.00
Par metro de Carga λ
2.00
1.80
1.60
1.40
Par metro gsp
1.20
1.00
0.80
0.60
0.40
0.20
0.00
incremento
Figura 4.24 – Configuração deformada no 5o
ponto limite de carga da curva carga-
Figura 4.23 – Variação do parâmetro GSP em deslocamento vertical do nó 1 (λ105 = 51,273)
relação aos incrementos de carga
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