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Opinião: Uma vitrine caseira

Com a obrigatoriedade de realizar uma convocatória somente com jogadores que


atuem no país, Mano Menezes trouxe algumas novidades para as partidas da
ressuscitada Copa Roca contra a Argentina.

Após o amistoso contra Gana, vencido por fatídicos 1x0, segue a busca de Mano
Menezes por uma seleção ideal. Na convocatória anunciada depois da partida,
composta somente por jogadores que atuam dentro do país, o treinador apresentou
novidades, dando continuidade ao que pode ser considerada ainda a fase de testes
da seleção brasileira, que parece ainda não ter encontrado seu padrão de jogo.

Partindo do projeto enunciado por Mano desde que assumiu a seleção, esse parece
cada vez mais distante de ser concretizado. As chances aos jovens que seriam
responsáveis pela renovação brasileira parecem cada vez mais distantes, seja por
não corresponderem nas oportunidades que recebem, seja por não receberem uma
sequência adequada de jogos.

Mas parte dessa contradição poderia ser revertida de certa forma, com a realização
dos próximos amistosos contra a Argentina, dando espaço a jogadores jovens que
ainda não alçaram ao continente europeu e que normalmente não estão ainda não
vitrine do badalado futebol do velho continente.

Essa seria uma ideia muito boa, considerando a renovação proposta por Mano, não
fosse a excessiva cautela com que o comandante tem feito suas convocatórias,
refletindo-se também na postura de jogo da equipe em campo.

Nomes antigos, seja por idade ou por passagens pela seleção, figuram de forma
injusta na convocatória (reitero, com relação ao projeto de Mano), tais como Fábio,
Kléber, Renato Abreu, Thiago Neves, Fred e, inclusive, Ronaldinho, não parecem
estar de acordo com a proposição inicial pós era Dunga. Isso para não entrarmos no
mérito da insuficiência técnica de alguns convocados.

No entanto, há nomes que podem ser vistos com um grande otimismo, já que sem
dúvida (se mantiverem suas boas atuações) podem ser aproveitados a longo prazo,
como Rafael, Danilo, Mário Fernandes, Dedé, Casemiro, Lucas, Oscar e,
principalmente, Leandro Damião, que merece há tempos uma sequência de jogos
com a amarelinha, para provar de vez se merece ou não o posto de camisa 9 da
seleção.

Restam saber duas coisas desses jogadores chamados por Mano: primeiro, como
esses jogadores irão se comportar na seleção brasileira, em um torneio que, apesar
do caráter amistoso, é justo conta a Argentina, exímio rival, o que acarreta em uma
pressão muito maior que qualquer partida; segundo, irão esses jogadores receber
outras chances na seleção de Mano Menezes, quer joguem bem ou não?

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