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“Então, Simão Pedro puxou da espada que trazia e feriu o servo do sumo
sacerdote, cortando-lhe a orelha direita; e o nome do servo era Malco” (João 18:10).
Servindo como um comparativo e aplicável nos dias atuais, esse texto sugere
inicialmente a formulação da seguinte pergunta: Por que a orelha direita de Malco foi
cortada pela espada que Pedro empunhava? Talvez a resposta seja simples: - Ora,
Pedro viu que não havia outra opção e em defesa do Mestre, resolveu ferir o líder que
fora efetuar sua prisão.
Poderia ser essa uma explicação relevante a ser adotada e, até mesmo,
plausível para a atitude de Pedro que naquele momento, certamente, estaria imerso
em fúria, mas por que a Bíblia deixa ênfase ao falar sobre a orelha Direita de Malco e
não somente “a orelha de Malco? O que há de tão importante nessa passagem bíblica
do Evangelho de João?
Percebe-se logo adiante que há uma explicação para Malco ter passado a
pensar como um derrotado, pois naquele momento as expectativas dos seus sonhos
serem realizados se tornaram para ele como uma névoa que desaparece ao sol. Para
que essa relação entre o Evangelho de João e o Livro de Levíticos possa ser
compreendida, é preciso uma análise mais acentuada nesse terceiro Livro atribuído a
Moisés, mais precisamente no capítulo oito e versículo vinte e quatro. Nessa
passagem é encontrada uma narrativa relacionada à orelha direita, que era usada
para consagração de sacerdotes.
Diante desse texto pode-se verificar que o relato da orelha direita de Malco na
passagem do Evangelho de João é semelhante ao Velho Testamento, quando se
refere à orelha direita do candidato a sacerdote: “Moisés também mandou que os
filhos de Arão se aproximassem e sobre cada um pôs um pouco de sangue na ponta
da orelha direita, no polegar da Mão direita e no polegar do pé direito; derramou o
restante do sangue nos lados do altar” (Levíticos 8:24).

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