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Neste e-book você

vai encontrar:
• Como era a profissão de psicólogo e como as coisas
evoluíram
• Especialidades reconhecidas pelo CFP e quais os seus
desdobramentos no mercado de trabalho
• As principais abordagens ou linhas de pensamento que
norteiam as práticas psicológicas
• Principais habilidades que precisam ser desenvolvidas
pelos psicólogos
• Empreendedorismo para psicólogos
• Principais desafios da profissão e como enfrentá-los
• O que dizer aos novos psicólogos?
• Uma visão pessoal de quem orienta psicólogos há
muitos anos

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Como era a profissão de psicólogo
e como as coisas evoluíram
O curso de psicologia é hoje uma das opções
mais procuradas pelos jovens que estão buscando
uma vaga nas universidades. Há alguns anos não
era assim.

A psicologia era um curso que levava seus alunos


para uma opção profissional limitada, mal
remunerada e até discriminada por algumas
pessoas. A imagem do psicólogo estava ligada
invariavelmente ao trabalho com pessoas que
apresentavam sérios transtornos emocionais ou
doenças mentais.

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Fazer psicologia tinha como expectativa um universo limitado, onde
o profissional tinha como opção o ingresso em uma empresa que
tivesse um departamento de Recursos Humanos ou a abertura de
um consultório clínico, enfrentando o grande desafio de começar
do zero e construir uma boa reputação para conseguir clientes e
manter os altos custos.

Em alguns casos ele encontrava oportunidade em algumas escolas


ou mesmo instituições, que tinham algum espaço para o psicólogo.
Muitos profissionais viram seus sonhos se perderem nas dificuldades
do caminho, e procuraram outras profissões.

O tempo passou, o mundo evoluiu, e o crescente interesse das


pessoas em saúde e bem estar abriu caminho para que o psicólogo
ampliasse sua trajetória profissional para praticamente todas as
áreas da vida. Onde existem pessoas existe espaço para o
psicólogo, que têm ao longo do tempo resgatado sua auto estima,
ao mesmo tempo que tem buscado cada vez mais qualificação
profissional, condição essencial para se oferecer um bom trabalho
em qualquer área de conhecimento
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Especialidades reconhecidas pelo CFP
Para compreender a psicologia como ciência e profissão precisamos
didaticamente dividi-la em suas especialidades, suas correntes de
pensamento e suas áreas de atuação.

O Conselho Federal de Psicologia reconhece as


seguintes especialidades:

• Psicologia Escolar/Educacional;
• Psicologia Organizacional e do Trabalho;
• Psicologia de Trânsito;
• Psicologia Jurídica;
• Psicologia do Esporte;
• Psicologia Clínica;
• Psicologia Hospitalar;
• Psicopedagogia;
• Psicomotricidade;
• Psicologia Social e
• Neuropsicologia.
Cada especialidade reconhecida pelo CFP, na prática pode ser
desdobrada em outras várias áreas de atuação. Por exemplo, um
psicólogo especialista em Psicologia Hospitalar pode atuar na
área de acompanhamento às famílias de pacientes graves, pode
atuar no apoio psicológico a pacientes com câncer, pode atuar
com pacientes com doenças crônicas, etc.

As especialidades citadas anteriormente, foram reconhecidas pela resolução 013/2007 do CFP


e existem regras específicas para obtenção do título de especialista.

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Psicologia
Escolar/Educacional
Avaliar e diagnosticar alunos em relação à
aprendizagem, diagnosticar e encaminhar
aqueles que não acompanhavam a rotina
escolar, atuar nas inter-relações existentes no
âmbito escolar, contribuir de maneira preventiva
para a saúde mental dos professores, ajudar a
diminuir a violência escolar, prevenir a segregação
de pessoas portadoras de necessidades especiais,
conscientizar e prevenir o bullying, contribuir com
as propostas pedagógicas da escola e no
desenvolvimento da criatividade na prática
educativa, permitir a inter-relação de conteúdos
teóricos da psicologia com o processo
educacional.

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Psicologia
Organizacional e do trabalho
Desenvolver estratégias para melhorar o ambiente
de trabalho, contribuir com a estruturação ou
reestruturação da empresa como um todo,
recrutar e selecionar pessoas, gerir recursos
humanos, mediar conflitos, auxiliar na melhoria do
clima organizacional, promover o bem estar e a
promoção da qualidade de vida dos funcionários
da organização, elaborar e acompanhar
planejamento de carreira, aplicar a psicoterapia
breve em casos específicos, identificar e
encaminhar para tratamento os empregados com
dificuldades especiais como uso de drogas,
alcoolismo, compulsões, etc.

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Psicologia
de Trânsito
Realizar avaliação psicológica em condutores e
futuros motoristas, desenvolver ações
socioeducativas, desenvolver pesquisas com foco
nos problemas psicológicos, psicofísicos, psicossociais
no que tange aos problemas do trânsito, participar
de programas voltados à prevenção de acidentes
no trânsito, desenvolver trabalhos de educação no
trânsito, estudar as implicações do alcoolismo e de
outros distúrbios no contexto do transito, colaborar na
elaboração, implantação de ações de engenharia
de trafego, prestar consultoria e assessoria a órgãos
públicos e privados, atuar como perito em fases de
reabilitação ou readaptação profissional.

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Psicologia
Jurídica
Avaliar as características de personalidade para fornecer
subsídios aos processos judiciais, avaliar as condições
intelectuais e emocionais de crianças, adolescentes
e adultos em conexão com processos jurídicos, avaliar
danos psicológicos e neuropsicológicos presentes em
questões jurídicas; elaborar laudos e pareceres psicológicos,
através de perícias e diagnósticos utilizando instrumentos exclusivos dos
psicólogos, avaliar periculosidade para os casos de pedidos de benefícios
penitenciários, avaliar de perfil criminal, avaliar e acompanhar processos
de adoção e guarda de menores, mediar conflitos no âmbito da família,
atuar na prevenção da alienação parental, prestar consultoria a
escritórios de advocacia para acompanhamento psicológico em várias
esferas jurídicas, atuar no setor público em delegacias, no sistema prisional,
nas varas de família, etc.

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Psicologia
do Esporte
Trabalhar na relação interpessoal dos membros
das equipes atléticas, trabalhar no controle das
emoções e pensamentos, entre outros aspectos
psicológicos envolvidos no contexto esportivo,
controlar a ansiedade do atleta, estabelecer e
acompanhar metas pessoais e de equipe,
acompanhar processo de recuperação de lesão,
fazer avaliação psicológica, atuar na prevenção
de uso de drogas, alcoolismo e dopping, melhorar
a autoconfiança do atleta, trabalhar foco e
concentração, colaborar na gestão da frustração
frente às derrotas, trabalhar expectativas
individuais e de grupo.

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Psicologia
Clínica
Acolher, diagnosticar e tratar o sofrimento
emocional e mental de forma geral através de
aconselhamento e psicoterapia, diagnosticar
encaminhar e/ou reabilitar os transtornos
neuropsicológicos, diagnosticar e tratar transtornos
psicopatológicos em consultório ou instituições,
promover o autoconhecimento do paciente
através da escuta e intervenções. A psicologia
clínica pode ser exercida em todos os contextos
das outras áreas de especialização de acordo
com a necessidade e adequação.

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Psicologia
Hospitalar
Atuar em hospitais e clínicas médicas com
acompanhamento de pacientes gravemente
enfermos, doenças crônicas, orientar e apoiar os
familiares dos pacientes, fazer avaliação
psicológica para cirurgia bariátrica, atuar com a
tanatologia, fazer atendimento emergencial em
pronto atendimento, fazer acompanhamento
obstétrico, acompanhar os cuidados paliativos,
implantar e acompanhar os programas de
humanização hospitalar, acompanhar o pré e pós
operatório, dar apoio emocional para equipe
médica e demais profissionais envolvidos.

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Psicopedagogia

Detectar problemas psicopedagógicos, auxiliar o


corpo docente e criar planos de trabalho visando
a facilitação do aprendizado, contribuir para a
diminuição da evasão escolar, diagnosticar e
tratar distúrbios de aprendizagem, identificar os
fatores que interferem na aprendizagem, atuar em
empresas com métodos de aquisição de novas
competências, ajudar o ser humano a desenvolver
melhor suas potencialidades de aprendizado.

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Psicomotricidade

Diagnosticar e tratar os distúrbios psicomotores,


avaliar e intervir na potencialidades intelectuais,
afetivas, sociais e motoras da criança, dando-lhe
segurança, equilíbrio, auxiliar no desenvolvimento
funcional da criança, atuar em escolas com
desenvolvimento motor e mental de crianças e
adolescentes, tratar indivíduos com doenças
neurológicas como a paralisia cerebral e
acidentes vasculares, acompanhar o
desenvolvimento motor de bebês prematuros,
trabalhar deficientes físicos e indivíduos com
problemas mentais nas dificuldades com os
movimentos.

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Psicologia
Social
Trabalhar em empresas e instituições públicas com
interações das pessoas com o ambiente, trabalhar
com pesquisas na área social e seus impactos no
psiquismo, atuar em fenômenos de
comportamento de grupo e vulnerabilidade
social, intervir em comunidades buscando
soluções e mediando conflitos, trabalhar a saúde
emocional e psíquica de pessoas carentes,
desenvolver a autonomia dos indivíduos do
contexto da comunidade, orientar e encaminhar
pessoas para avaliação e tratamentos
psicológicos quando necessário.

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Neuropsicologia
Diagnosticar e reabilitar das alterações
comportamentais e cognitivas influenciadas por
disfunções, lesões do cérebro ou doenças
degenerativas como Alzheimer, demências
precoces e alterações neurológicas congênitas,
etc, diagnosticar processos neurológicos da
atenção, linguagem, raciocínio, memória,
aprendizagem, processamento de informações e
funções motoras, diagnosticar e tratar transtornos
neurológicos infantis.

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Existe atualmente uma tendência do psicólogo em focar sua
formação em algumas áreas específicas da psicologia,
fazendo com que ele deixe de ter uma atuação generalista,
para focar sua prática em setores específicos de
conhecimento.

Isto pode facilitar sua inserção no mercado de trabalho


porque ele vai se tornando conhecido por uma determinada
prática e consequentemente vai ficando cada vez mais
experiente nela.

Cada especialidade pode ser fundamentada por correntes


de pensamento que também norteiam a prática da
psicologia.

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As principais abordagens
ou linhas de pensamento
que norteiam as práticas
psicológicas
Durante a formação acadêmica, muitas abordagens
psicológicas ou linhas filosóficas são apresentadas aos
futuros psicólogos, e a afinidade pessoal com alguma
corrente de pensamento normalmente faz com que eles se
aprofundem e adotem esta filosofia em sua prática,
principalmente no exercício da psicologia clínica.

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Psicanálise
A psicanálise tem origem na medicina e foi desenvolvida
por Sigmund Freud.

É uma teoria que tem como princípio a compreensão de


que nossos comportamentos e sentimentos são regidos por
desejos inconscientes. O método psicanalítico compreende
principalmente a análise dos conteúdos que emergem
deste inconsciente através dos sonhos e dos atos falhos, e o
principal método terapêutico é o da associação livre.

O método psicanalítico da associação livre consiste em o


paciente falar tudo o que vier à mente, sem criticar o que
surge, mesmo que seja estranho ou sem sentido. O analista,
por sua vez, vai ajudar o paciente nesse processo,
permitindo com que ele rompa as suas resistências e se
abra. Ele também fará interpretações, e com as
elaborações do paciente, o processo de análise propicia
autoconhecimento e transformação gradual dos sintomas.
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É importante notar que este é um método não diretivo, ou
seja, o analista não sugere que o paciente faça ou diga
isto ou aquilo.

A análise acontece a partir das associações do paciente, e


são analisados os sintomas, os sofrimentos e os sonhos, se
estes aparecerem. Tradicionalmente o paciente usa um
divã e fica de costas para o analista.
O método psicanalítico pode ter alterações, sendo mais
ortodoxo, seguindo os protocolos freudianos clássicos, ou
pode se adaptado aos novos conceitos da evolução da
Psicanálise.

A formação em Psicanálise costuma ser longa, profunda, e


é aberta à outras áreas de profissionais. Por exemplo, um
advogado, um engenheiro e pessoas com outras profissões
podem se tornar psicanalistas a partir de fazerem
formações nesta direção.

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Psicologia Analítica de Jung
Jung ajudou na consolidação da psicanálise, entretanto
ele discordou de certos pressupostos de Freud.
Na Terapia Junguiana, nota-se diferenças significativas com
relação ao método de Freud. Em primeiro lugar, o analista
não fica atrás do paciente deitado no divã. Normalmente
os dois sentam-se frente à frente. Assim como na
psicanálise, os sonhos podem vir a ser uma importante fonte
de informações sobre o paciente.

Na Análise Junguiana usa-se muito o método da


imaginação ativa, ao invés de utilizar o método da
associação livre. Na imaginação ativa, o paciente aprende
como deixar livre as suas fantasias e a se aproximar dos seus
conteúdos internos.

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Para ajudar na imaginação ativa são utilizadas técnicas
geralmente ligadas às artes. Por isso, Jung é bastante
estudado em cursos de Arteterapia. Muitas vezes são
usadas pinturas, esculturas, desenhos, técnicas de escrita e
a técnica da caixa de areia (Sandplay).

Conceitos como inconsciente coletivo, arquétipo, luz e


sombra tem origem nos estudos da análise Junguiana.

Sandplay
Humanismo ou abordagem
centrada na pessoa
O humanismo consiste em um conjunto de doutrinas
fundamentadas nos interesses, potencialidades e
faculdades do ser humano, destacando sua capacidade
para a criação e transformação de sua realidade pessoal e
social.

O principal expoente da abordagem humanista é o


psicólogo Carl Rogers. Seu princípio básico consiste na
aceitação incondicional de si mesmo, pois só podemos
mudar quando nos aceitamos como somos. Carl Rogers
dizia: "O paradoxo curioso é que quando eu me aceito
como eu sou, então eu mudo".

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O método terapêutico consiste na compreensão e
aceitação ampla do paciente através da empatia
(capacidade de se colocar no lugar do outro) e
congruência (coerência de posturas e falas). O terapeuta
auxilia o cliente a acessar sua própria força para
implementar as transformações necessárias. A abordagem
do paciente é feita através de um contato próximo, frente
a frente, onde o terapeuta se coloca inteiro, humanizado e
participante de todo seu processo.

A aceitação por parte do terapeuta e até o carinho que


ele demonstra por seu paciente faz com que ele também
passe a se auto aceitar. E a aceitação gera a força para a
mudança, e consequentemente gera mais autoconfiança.
As sessões na terapia humanista não são estruturadas e o
terapeuta trabalha com o conteúdo e a forma que lhe
traz o paciente.

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Psicologia Comportamental -
Behaviorismo
A psicologia comportamental começa com Watson e é
expandida com os estudos de Skinner, que conseguiu
comprovar em laboratório, diversas relações funcionais
entre estímulos antecedentes, comportamento e estímulos
consequentes.

Um comportamento não é apenas o que fazemos. Os


pensamentos, as emoções e a fala também são definidos
como comportamentos. E o comportamento humano
possui uma estrutura que tem regras. Melhor dizendo,
existem leis que nos permitem compreendê-lo e alterá-lo.
Assim, a terapia comportamental foca os seus esforços na
modificação dos comportamentos indesejados. É uma
abordagem mais diretiva. O analista comportamental
vai avaliar o que o paciente precisa, e vai ajudar com
técnicas específicas para a transformação.

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O terapeuta comportamental entende que o cliente é único
e seus problemas ou dificuldades são produto de uma história
particular. Isso humaniza o processo de terapia, pois busca-se
entender cada cliente e cada história, antes de propor
qualquer intervenção.

Uma derivação importante da abordagem comportamental


é a abordagem Cognitivo Comportamental, conhecida
como TCC, que surgiu a partir dos trabalhos de Aaron Beck.

A TCC parte do pressuposto de que todo comportamento


tem origem em um sentimento que por sua vez tem origem
em um pensamento. A intervenção terapêutica se dá com
foco nos pensamentos automáticos, que são aqueles que
iniciam a cadeia que leva a pessoa aos sentimentos e
comportamentos indesejáveis passíveis de transformação.
Esta abordagem tem sido muito utilizada para os
tratamentos de transtornos de ansiedade, fobias
e depressão.

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Psicologia Sistêmica
A psicologia Sistêmica foi desenvolvida a partir do
pensamento sistêmico que pressupõe a inter-relação de
todas as coisas. Tem suas origens na Física e entende que o
mundo está em constante inter-relação, onde estamos
influenciando e sendo influenciados a todo o momento por
tudo que nos rodeia (família, sociedade, trabalho, meio
ambiente, etc), direta ou indiretamente.

Essa Teoria, quando utilizada no campo da psicologia,


propicia o pleno desenvolvimento dos processos grupais,
de famílias, de casais e de pessoas.

No encontro com seu cliente, o terapeuta reconhece e


valoriza o conhecimento da pessoa sobre sua vida, seu
problema e sua potencialidade para a solução e
dissolução de dificuldades.

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No encontro terapêutico entende-se terapeuta e cliente
como seres humanos, ambos com seus conhecimentos e
especialidades a serem compartilhadas na conversação.
A partir dessa mudança do paradigma individualista para o
relacional passamos a entender o self como instância em
eterno desenvolvimento. A cada novo relacionamento, a
cada encontro, a pessoa atualiza e enriquece seu self.
As sessões terapêuticas sistêmicas trabalham o indivíduo e
suas relações, utilizando técnicas de superação, tarefas e
desafios que visam promover primeiramente as
transformações superficiais que levam a uma futura
transformação mais complexa na estrutura psíquica.

Outras linhas

Além destas citadas, existem diversas outras abordagens


filosóficas que embasam as várias práticas psicológicas
como a Gestalt, a Transpessoal, a Reichiana, a
Fenomenológica, a Positivista, a Erickssoniana, e
Budista Tibetana, dentre outras.

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O psicólogo precisa ter
uma abordagem definida?
Embora existam diferenças significativas sobre a compreensão dos
processos mentais nas diversas abordagens da psicologia, muitos
psicólogos atualmente dirigem sua formação para um
conhecimento amplo da mente humana e das abordagens,
buscando sua identidade profissional em várias correntes
filosóficas, o que torna sua prática mais enriquecida e passível de
ser adaptada a diversas situações e perfis de pacientes.

Quando falamos das correntes filosóficas que embasam a prática


psicológica, não estamos falando apenas do atendimento clínico
em psicoterapia, mas estamos estendendo este embasamento
aplicado às diversas possibilidades de atuação profissional do
psicólogo

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.

Podemos citar, além das especialidades oficiais reconhecidas


pelo CFP, algumas outras áreas de grande demanda profissional
como a Psicologia Médica (mais ampla que a Psicologia
Hospitalar), Tanatologia (ciência que estuda a morte, as perdas
significativas e seus impactos na saúde emocional das pessoas),
Neuromarketing (ciência que atua nos processos psíquicos
envolvidos na comunicação publicitária), e demais áreas onde a
psicologia pode ser aliada a outras capacitações.

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É possível falar de várias teorias em psicologia, porém a
capacidade de empatia é o maior desafio – e um enorme
diferencial – de um psicólogo. Somente sabendo se colocar no
lugar do outro que o terapeuta consegue entender e acolher
devidamente um paciente. Sem a empatia até mesmo um
profissional tecnicamente brilhante pode fracassar.

Em qualquer situação, o paciente precisa se sentir especial,


acolhido e em segurança. Mostrar nossa humanidade é parte do
nosso trabalho e só isto pode fazer com que toquemos a essência
do nosso cliente, seja no consultório clínico, em empresas, nas
instituições e na vida.

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A coerência ou congruência também é uma característica muito
desejada no psicólogo. Ele é um profissional da área humana e
da saúde. Descuidos com a própria saúde e posturas humanas
inadequadas na vida pessoal são incompatíveis com o objeto de
trabalho do psicólogo. Ele não precisa ser perfeito, pois é humano,
mas ele deve buscar a sintonia entre a vida pessoal e profissional.
Dentre as inúmeras habilidades humanas e relacionais desejáveis,
o psicólogo não pode perder de vista as habilidades técnicas
para fazer um bom trabalho. Não existe uma medida
matemática para aferir os resultados do serviço do psicólogo.

Os critérios que definem um bom trabalho são subjetivos, e isto


confere ao psicólogo uma grande responsabilidade. Adquirir
conhecimento constante é um dos principais fatores que vão
garantir a qualidade do trabalho e trazer segurança para atuar.

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Empreendedorismo para psicólogos

Empreender é a palavra mais usada em todas as profissões, e com


a psicologia não é diferente.

Normalmente o psicólogo não é preparado para isto, e esta


habilidade limitada faz com que ele limite o seu crescimento
profissional.

Em tempos de escassez de empregos, o psicólogo precisa


entender sobre empreendedorismo para alavancar a sua carreira,
seja qual for sua área de atuação.

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Empreender é a palavra mais usada em todas as profissões, e com
a psicologia não é diferente.

Normalmente o psicólogo não é preparado para isto, e esta


habilidade limitada faz com que ele limite o seu crescimento
profissional.

Em tempos de escassez de empregos, o psicólogo precisa


entender sobre empreendedorismo para alavancar a sua carreira,
seja qual for sua área de atuação.

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Ele tem que fazer de seu consultório uma empresa e agregar
conceitos práticos de administração para poder trabalhar com
tranquilidade. Ele tem que saber equilibrar receitas e despesas,
adequar gastos em momentos de menor demanda de trabalho,
fazer parcerias complementares de trabalho, e principalmente,
ele precisa fazer seu marketing profissional, sempre de forma ética
e de acordo com a orientação do CFP.

O psicólogo não pode prometer curas e resultados. Ele deve


sempre ligar seu nome a práticas reconhecidas pelo CFP e agir
com adequação e bom senso, sempre observando o código de
ética do psicólogo.

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Porém ele precisa informar a sociedade sobre a
importância do seu trabalho, e as habilitações que tem.
A melhor forma de fazer isto é se qualificar para palestrar,
escrever em blogs adequados e utilizar as mídias sociais
fornecendo informações e orientações sobre psicologia e
comportamento. Com isto as pessoas vão sendo levadas para a
compreensão da importância da psicologia e educadas sobre os
benefícios que um tratamento psicológico pode trazer. O
psicólogo que se expõe de forma adequada e constante não
terá problemas de demanda de trabalho.

Os psicólogos das áreas organizacional, escolar, social, hospitalar,


jurídica e do trânsito podem se promover profissionalmente
fazendo parcerias, oferecendo palestras, apresentando soluções
através de projetos, e atendendo à demanda através de serviços
autônomos.

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Empreender não é fácil, mas é um caminho de muito
aprendizado. A motivação e a persistência são ingredientes
fundamentais para o sucesso. Entretanto é uma trilha que costuma
trazer muita satisfação pessoal, e maiores possibilidades de
retorno financeiro.

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O que dizer aos novos psicólogos?
Para os novos psicólogos, podemos dizer que o amadurecimento
é um bônus na profissão, pois permite que o terapeuta utilize sua
vivência para compreender melhor o cliente. Portanto,
aconselha-se que os interessados em clinicar procurem sempre a
oportunidade de se exercitar profissionalmente, investindo o
máximo em formação, pois o conhecimento é a principal
ferramenta de trabalho do psicólogo. Ressalto ainda a
importância de fazer supervisão com profissionais experientes e de
buscar oportunidades de trocas e vivências com os colegas de
profissão através de grupos de estudo e cursos.

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O psicólogo não sai da faculdade integralmente preparado para
atuar com segurança. Ele sai com uma visão generalista que
precisa caminhar para um foco, através de muita dedicação e
estudo constante.

Entretanto não vale a pena desanimar com isto. A segurança virá


com a qualificação e com a experiência. Cada cliente, cada
trabalho feito com empenho e dedicação é um degrau para a
maturidade profissional. Siga em frente fazendo o seu melhor!

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por Luciana Lemos
Quando me formei em psicologia há mais de 30 anos, o
panorama da profissão era outro. As perspectivas eram bem
limitadas como relatei, e a necessidade que eu tinha de ampliar
meus horizontes profissionais eram muito grandes. Com 5 anos de
formada ainda não me considerava suficientemente preparada
para atender clinicamente, e isto me deixava muito incomodada.
Tinha sede de conhecimento e não existia na época um lugar
onde poderia ampliar meus conhecimentos e consequentemente
minha segurança. Foi então que com dois colegas de profissão
iniciei as atividades do Ciclo CEAP - Centro de Estudos Avançados
de Psicologia. Nossa proposta era trazer especialistas de várias
áreas para que pudessem ensinar psicologia na prática. Foram
incontáveis cursos dos quais participávamos como organizadores
e alunos.

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Nestes anos, como diretora deste centro de formação de
psicólogos, posso dizer que o maior aprendizado que tive foi que
nunca sabemos o suficiente. Este sentimento de que falta muito
para compreender sobre o ser humano é o ingrediente que nos
faz humildes o necessário para buscar o conhecimento
constantemente.
E para encerrar, deixo a famosa frase atribuída a Jung que,
embora seja bastante conhecida, resume perfeitamente a
essência da prática psicológica:
“Conheça todas as teorias, domine todas as técnicas, mas ao
tocar uma alma humana, seja apenas outra alma humana”.

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