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CONCRETO ARMADO I –

ESPECIALIZAÇÃO 2018
BASES DO DIMENSIONAMENTO
O concreto é um aglomerado constituído, principalmente, por uma mistura de diferentes
tamanhos de agregados e um aglutinante, o cimento; é, portanto, uma rocha artificial
Propriedades do Concreto Fresco
Propriedades do Concreto Endurecido

Características Mecânicas (Capítulo 8 da NBR6118/2014)

RESISTÊNCIA À COMPRESSÃO - fc
No Brasil, são usados normalmente corpos de prova cilíndricos de 15x30 cm, embora cada
dia com maior frequência, são usados corpos de prova cilíndricos de 10x20 cm
Valor Médio, Desvio Padrão, Função de Densidade de Probabilidade
Sn Sn
freqüência abcissa que mede a resistência
de maior freq
pto. de inflexão

fci (MPa)
fcj

n
freqüência
 f ci 3 1
1
- média aritmética  fcj  2
n

n
 (f ci  fcj ) 2 fck1
fci
- desvio padrão  Sn  1 fck2 fcj1 = fcj2
fcj3
n 1 fck3
RESISTÊNCIA CARACTERÍSTICA - fck

  15% - bem executada ;   25% - inadmissível

A NRB 6118:2003 (2007) e 2014 prevê a utilização de concretos de resistência à


compressão característica de, no mínimo 20 Mpa, salvo em alguns casos especiais
(ver norma).
fck  20 MPa (norma item 8.2.1)
A NBR 6118: 2007, que tinha vigência até maio de 2014 definia um limite superior
de 50 Mpa de resistência à compressão; já a versão de 2014 da mesma norma
estendeu o campo de aplicação a 95 Mpa.

Grupo I até 50 Mpa


Grupo II de 50 até 90 MPa
CARREGAMENTO DE LONGA DURAÇÃO
Rusch (1902): a resistência do concreto à compressão é, para cargas de longa duração,
inferior àquela referente a carregamentos rápidos. Trabalhando-se com uma resistência do
concreto retirada de ensaios de curta duração (lembre que os ensaios de compressão demoram
4 ou 5 minutos), precisa-se afetar o valor assim obtido para a resistência característica de um
fator redutor. Segundo os ensaios de Rüsch (1902), esta redução deve ser de 15%.

MÓDULO DE DEFORMAÇÃO LONGITUDINAL


Norma item 8.2.8 (módulo tangente na origem).

αE = 1,2 para basalto e diabásico


αE = 1,0 para granito e gnaisse
αE = 0,9 para calcário
αE = 0,7 para arenito
MÓDULO DE DEFORMAÇÃO LONGITUDINAL

Modulo de Elasticidade secante

Com

O Módulo de Elasticidade a uma idade diferente de 28 dias, porém maior a 5 dias, pode
ser avaliado com:

,
para concretos do Grupo I

,
para concretos do Grupo II
DIAGRAMA TENSÃO-DEFORMAÇÃO (ITEM 8.2.10.1)

Com
n = 2 para fck ≤ 50 Mpa
( )
para fck > 50 Mpa
εc2: deformação específica de encurtamento do concreto no inicio do patamar plástico.
εcu: deformação especifica de encurtamento do concreto na ruptura.

Para concretos de classes até C50: Para concretos do Grupo II:


σsd
εc2 = 2,0 ‰ fck
𝜀 = 2,0 ‰ + 0,085 ‰ . 𝑓 − 50 ,

,
εcu= 3,5‰ 0,85 fck 𝜀 = 2,6 ‰ + 35 ‰ . [ 𝑓 − 50 /100]

εc2 εcu
1 2 3 4 5 6 7 8 9 101112131415161718192021222324252627282930313233343536
RESISTÊNCIA À TRAÇÃO - ft (item 8.2.5)

A resistência à tração do concreto é uma grandeza relativamente pequena quando


comparada à de compressão.
A norma NBR6118-2014 permite estimar a resistência à tração do concreto com as
fórmulas indicadas a seguir:

Para concretos até C50


, ,
,
, ,

Para concretos mais resistentes que o C50 (até o C90)

,
REOLOGIA: é o ramo da mecânica que estuda a evolução de deformações de um material,
produzidas por causas tencionais ao longo do tempo. Assim, são consideradas propriedades
reológicas do concreto: a Retração, a Expansão e a Fluência.

RETRAÇÃO/EXPANSÃO (8.2.10)
A retração do concreto é uma deformação independente do carregamento e devida à variação de
umidade
FLUÊNCIA OU DEFORMAÇÃO LENTA (8.2.11)
A fluência é uma deformação que depende do carregamento; é plástica e somente uma parte
dela é recuperada.
RESISTENCIA DO CONCRETO AO LONGO DO TEMPO
Em caso de não se dispor de estudos experimentais adequados, a NBR
6118 permite que sejam avaliadas as resistências do concreto a diferentes
idades usando a expressão:

.[ ]
,
Onde

s = 0,38 para concretos de cimento CPIII e IV (lentos)


s = 0,25 para concretos de cimentos CPI e CPII (normais)
s = 0,20 para concretos de cimento CPV (ARI) (rápidos)
AÇO
Tipos de aço - NBR7480/08
- BARRAS (CA-50 e CA-25): diâmetro maior que 5,0mm – laminação a quente
- FIOS (CA-60): diâmetro inferior a 10,0mm - trefilação

- Barras lisas (CA-25)


- Barras nervuradas (CA-50 ou CA-60)
DENOMINAÇÃO - a nomenclatura é função da tensão de escoamento fy
(kg/mm2).
CA-50  fy = 50 kg/mm2 = 500 MPa  valor característico  fyk
CA-60  fy = 60 kg/mm2 = 600 MPa (bitolas finas)
AÇO

BITOLAS COMERCIAIS DISPONÍVEIS NO BRASIL   (mm)


- FIOS: 2,4 3,4 3,8 4,2 4,6 5,0 5,5 6,0 6,4 7,0 8,0 9,5 10,0
- BARRAS: 5,0 6,3 8,0 10,0 12,5 16,0 20,0 25,0 32,0 40,0
* PROCESSO DE FABRICAÇÃO
- BARRAS (A): obtidas por laminação a quente, sem necessidade de posterior
deformação a frio, com escoamento definido caracterizado por patamar no
diagrama tensão-deformação.
- FIOS (B): obtidos por deformação a frio, sem patamar no diagrama tensão-
deformação.
DIAGRAMA TENSÃO-DEFORMAÇÃO DAS BARRAS
(simplificado)

Considera-se simplificadamente que o aço é um material


elásto-plástico perfeito

- 10‰  limitação para evitar deformação excessiva


- 3,5‰  funcionamento conjunto com o concreto
𝒇𝒚𝒅
𝒕𝒈 𝝋 = 𝑬𝒔 = 𝑬𝒔 = 𝟐, 𝟏 𝒙 𝟏𝟎𝟔 𝑴𝑷𝒂
s patamar 𝜺𝒚𝒅
fyd limite de
Encurtament
escoamento 𝒇𝒚𝒌
o de ruptura 𝒇𝒚𝒅 =
𝜸𝒔
3,5%o 
yd s
 10%o alongamento
de ruptura
2 trechos:
fyd
 0   sd   yd   sd = Es  sd


  yd   sd  10 % 0   sd = f yd
ELEMENTOS ESTRUTURAIS
Estruturas são sistemas portantes constituídos por elementos estruturais que
têm por finalidade suportar as cargas aplicadas e transmiti-las aos apoios
externos.
- lineares retos: vigas, pilares, tirantes, pórticos.

- lineares curvos: vigas curvas, arcos.

- planos: lajes, paredes portantes, vigas parede.

- cascas, estruturas plissadas

- estruturas maciças (blocos, barragens).


CARGAS - NBR 8681- Ações e segurança nas estrutura
Classificação das ações segundo sua variabilidade no tempo:
a) AÇÕES PERMANENTES (g)
- Diretas: A principal é o peso próprio da estrutura, paredes, o peso de
equipamentos fixos, empuxo de terra não removível.
- Indiretas: protensão; recalques de apoios.
b) AÇÕES VARIÁVEIS (q): a serem analisadas mediante o emprego de teorias
estatísticas (Processos Aleatórios). Entre as principais podem ser salientadas:
efeito do vento, a variação da temperatura, as forças de impacto, as cargas
móveis em pontes, a pressão hidrostática, entre outras.
c) AÇÕES EXCEPCIONAIS: explosões; terremotos; incêndios; enchentes.
Importante salientar que, dependendo do destino da edificação, algumas
cargas podem ter uma relevância maior do que outras, o que deverá ser
contemplado mediante a análise de técnicas de Confiabilidade das Estruturas,
normalmente mediante o uso de coeficientes de segurança.
ESTADOS LIMITES
O objetivo do cálculo de uma estrutura em concreto armado é o de garantir, a um
só tempo, estabilidade, conforto e durabilidade.
Estados Limites Últimos  segurança diante da ruptura
Correspondem ao máximo da capacidade portante, podendo originar-se de:
-perda de estabilidade (incapacidade de absorver reações de apoio ou forças de
ligação em vínculos internos);
-ruptura de seções críticas.
-transformação da estrutura em mecanismos (ruptura após plastificação).
Estados Limites de Utilização  utilização normal e durabilidade
-deformações excessivas, flechas acima dos limites permitidos pelas normas;
-fissuração excessiva, fazendo os elementos perderem estanqueidade ou
diminuindo a proteção à armadura;
-danos indesejáveis (corrosão);
-vibração.
SEGURANÇA
Existe a necessidade da utilização de coeficientes de segurança por fatores
tais como: incerteza dos valores das resistências dos materiais; erros na
geometria da estrutura; incerteza da carga; simplificação dos métodos de
cálculo.

COEFICIENTES DE SEGURANÇA PARCIAIS (item 5.4): permite atribuir a


cada grandeza que influencia o comportamento das estruturas um
coeficiente de majoração ou minoração separado.

* CARGAS  majora-se o valor das ações, obtendo-se a denominada ação


ou solicitação de cálculo (d- design)

* RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS  a resistência de cálculo é dada por:


concreto : aço :
COEFICIENTES DE PONDERAÇÃO (ITEM 12.7)
Das ações
As ações devem ser majoradas pelo coeficiente

Onde:
γf1 considera a variabilidade das ações
γf2 considera a simultaneidade de atuação das ações

γf3 considera os desvios gerados nas construções e as aproximações feitas em


projeto do ponto de vista das solicitações
ESTADO LIMITE ÚLTIMO (ELU) (Item 12.7.1.1)
Os valores base para verificação são os apresentados nas tabelas 11.1 e
11.2 da NBR 6118-2014, para os coeficientes γf1 x γf3 e γf2, respectivamente.

Tabela 11.1 = Coeficientes γf1 x γf3


Combinações Permanentes Variáveis Protensão Recalques
Desf. Fav. Geral Temp. Desf. Fav. Desf. Fav.
Normais 1,4 0,9 1,4 1,2 1,2 0,9 1,2 0
Especiais ou 1,3 0,9 1,2 1,0 1,2 0,9 1,2 0
de construção

Excepcionais 1,2 0,9 1,0 0 1,2 0,9 0 0


Tabela 11.2 Valores do coeficiente γf2
γf2
Ações
Ψ0 Ψ1(a) Ψ2
Local em que não há predominância de
pesos de equipamentos que permanençem
0,5 0,4 0,3
fixos por longos períodos de tempo, nem de
elevadas concetrações de pessoas (b)
Cargas acidentais em
Local em que há predominância de pesos de
edifícios
equipamentos que permanençem fixos por
0,7 0,6 0,4
longos períodos de tempo, nem de elevadas
concetrações de pessoas (c)
Bibliotecas, arquivos, oficinas e garagens 0,8 0,7 0,6
Vento Pressão dinâmica do vento nas estruturas em 0,6 0,3 0
geral
Temperatura Variações uniformes de temperatura em 0,6 0,5 0,3
relação à média anual local
(a)Para valores de Ψ1 relativos às pontes e principalmente para os problemas de fadiga, ver
Seção 23.
(b)Edifícios residenciais.
(c)Edifícios comerciais, de escritórios, estações e edifícios públicos.
COMBINAÇÕES ÚLTIMAS
COMBINAÇÕES ÚLTIMAS NORMAIS

COMBINAÇÕES ÚLTIMAS ESPECIAIS OU DE CONSTRUÇÃO

COMBINAÇÕES ÚLTIMAS EXCEPCIONAIS


COMBINAÇÕES DE SERVIÇO

São classificadas de acordo com a sua permanência na estrutura e devem ser


verificadas como estabelecido a seguir:
a) Quase permanentes: podem atuar durante grande parte do período de vida da
estrutura, e sua consideração pode ser necessária na verificação do estado
limite de deformações excessivas;
b) Frequentes: repetem-se muitas vezes durante o período da vida da estrutura, e
sua consideração pode ser necessária na verificação dos estados limites de
formação de fissuras, de aberturas de fissuras e de vibração excessivas.
Podem também ser consideradas para verificações de estados limites de
deformações excessivas decorrentes do vento ou temperatura que podem
comprometer as vedações;
c) Raras: ocorrem algumas vezes durante o período de vida da estrutura, e sua
consideração pode ser necessária na verificação do estado limite de formação
de fissuras.
Combinações Nas combinações quase
quase permanentes de serviço, todas
permanentes de as ações variáveis são , , ,
serviço (CQP) consideradas com seus valores
quase permanentes ψ2 Fqk
Combinações Nas combinações frequentes
frequentes de de serviço, a ação variável
serviço (CF) principal Fq1 é tomada com seu
valor frequente ψ1 Fq1k e todas , , ,
as demais ações com seus
valores quase permanentes ψ2
Fqk
Combinações Nas combinações raras de
raras de serviço serviço, a ação variável
(CR) principal Fq1 é tomada com seu
valor característico Fq1k e todas , ,
as demais ações são tomadas
com seus valores frequentes ψ1
Fq1k
ESTÁDIOS DE FLEXÃO c
fck

a) ESTÁDIO Ia - carga muito pequena A

- regime elástico  reta  Lei de Hooke
- sem fissuras  concreto resiste à tração b
a
b) ESTÁDIO Ib - carga aumenta 
0
- não-linearidade na zona tracionada  curva
r
c) ESTÁDIO II - carga aumenta
- concreto fissurado na zona tracionada - c > ftk B
- fissuras pequenas (capilares)
ftk
- concreto não resiste mais à tração
d) ESTÁDIO III - cargas consideráveis
- fissuras aumentam
- def. armadura cresce não linear relação à solicitação
 escoamento
- não linearidade na zona comprimida
HIPÓTESES BÁSICAS DE CÁLCULO DE PEÇAS DE CONCRETO
ARMADO SUBMETIDAS A SOLICITAÇÔES NORMAIS NO ESTADO
LIMITE ÚLTIMO - ESTÁDIO III
O estudo de seções de concreto armado no Estado Limite
Último de Resistência é feito com base nas seguintes hipóteses:

- Manutenção da seção plana (hipótese de Bernoulli): as


deformações normais específicas são, em cada ponto da seção
transversal, proporcionais à sua distância à linha neutra.
- Solidariedade perfeita entre os materiais: a deformação da
armadura é igual a do concreto adjacente.
- A resistência do concreto à tração é desconsiderada.
RELAÇÕES CONSTITUTIVAS
CONCRETO: substituição do diagrama parábola retângulo por um
diagrama retangular
c σcd αcfcd

d x y=λx

LN
As 1
σcd = αc fcd  se “b” não diminui
0,90 αc fcd  caso contrário (seções circulares, triangulares...)

LEMBRAR QUE: Segundo a NBR6118 2014

Onde
λ = 0,8 para fck ≤ 50 Mpa
λ = 0,8- (fck-50)/400, para fck > 50 Mpa
Lembrar que: Segundo a NBR 6118 2014 σcd = αc fcd
Onde
αc = 0,85 para fck ≤ 50 MPA
αc = 0,85.[1,0 – (fck-50/200] para fck >50 MPa
AÇO - BARRAS (A)

fy 0 < s < y  fy = Es s
f yd y < s  f y = f yd

s
0
y 10% o

Módulo de deformação longitudinal do aço possui o


mesmo valor, Es = 210000MPa, para os aços das barras
e dos fios.
DOMÍNIOS DE DEFORMAÇÃO
0 0,2% 0,35%
s (encurtamento)
B
d’ As’ x23
2 xlim
LN
1
h d a
LN
3
b

4 5 LN: linha neutra


s
A As

1,0% (alongamento) yd 0


- Reta a: Tração uniforme
- DOMÍNIO 1: Tração não uniforme, sem compressão. O estado limite último é caracterizado pelo
escoamento do aço (s = 10‰)
- DOMÍNIO 2: Flexão Simples ou Composta sem ruptura à compressão do concreto (c  3,5‰). O estado
limite último é caracterizado pelo escoamento do aço (s = 10‰) . A linha neutra corta a seção.
 RUPTURA DO CONCRETO COMPRIMIDO (sem grandes deformações)
- DOMÍNIO 3: Flexão Simples ou Composta com ruptura à compressão do concreto (c = 3,5‰) e com
escoamento do aço (s  yd ). A linha neutra corta a seção.
- DOMÍNIO 4: Flexão Simples ou Composta com ruptura à compressão do concreto (c = 3,5‰) e sem
escoamento do aço (s < yd ). A linha neutra corta a seção. A ruptura da peça ocorre de forma frágil, sem
aviso, pois o concreto rompe antes que a armadura tracionada se deforme excessivamente.
- DOMÍNIO 4a: Flexão Composta com armaduras comprimidas e ruptura à compressão do concreto
(c=3,5‰).A linha neutra corta a seção na região de cobrimento da armadura menos comprimida.
- DOMÍNIO 5: Compressão não uniforme, sem tração. A linha neutra não corta a seção. Neste domínio, a
deformação última do concreto é variável, sendo igual a c = 2‰ na compressão uniforme e c = 3,5‰ na
flexo-compressão (linha neutra tangente à seção).
- Reta b: Compressão uniforme
As peças projetadas no DOMÏNIO 3 são as que melhor aproveitam as resistências dos materiais; portanto,
são as mais econômicas.
FLEXÃO SIMPLES
EQUAÇÕES DE COMPATIBILIDADE DE
DEFORMAÇÃO
c

x
d
linha neutra
Md

As d-x
1
DIMENSIONAMENTO DE SEÇÃO RETANGULAR (DOMÍNIOS 2 E 3)
No processo de dimensionamento de seções retangulares de concreto
armado, são conhecidos os seguintes dados:
As’
d’ λx
- dimensões da seção transversal (b, h, d) (devem ser
estimados)
b d
- resistências dos materiais (fck , fyk)
linha neutra
- solicitação (Md)
Fica assim como incógnita, a área de aço necessária, As
tanto à tração quanto a compressão.
Deve ser calculado assim a armadura As , ou, caso bw
seja necessário, as armaduras As e A’s
- Armadura simples (As)  x < xlim , Md < Md lim
- Armadura dupla (As e A’s)  x > xlim , Md > Md lim
ARMADURA SIMPLES
αc fcd

αc b y fcd
Fcc y=λx x

d Md

linha neutra

As
As fyd
Fst
Com a equação de soma de momentos, obtêm-se a posição da linha neutra,
caracterizada pela distância y.

*Domínios 2 e 3: O valor de y deve atender a condição: y  ylim = 0,8 xlim


Nestes casos, a área de aço necessária As é obtida isolando-a na equação de
somatório de forças.

Caso y seja maior que o ylim , o momento de cálculo atuante é maior que o
momento limite; ou seja

indicando que a seção trabalha no domínio 4. Neste caso não convém o


dimensionamento com armadura simples, pois a ruptura aconteceria pelo esmagamento
repentino do concreto, sendo conveniente então projetar armadura dupla.
Conforme a NBR 6118-2014 (item 14.6.4.3), para melhorar a
ductilidade das vigas e lajes de concreto armado, deve-se limitar o
valor x/d aos seguintes valores:

x/d < 0,45 para concretos do Grupo I


x/d < 0,35 para concretos do Grupo II

Consequência: em determinados casos, até estando no


domínio 3 pode exigir armadura dupla.
ARMADURA DUPLA
d’ d’ As’2
As’ αc bymax fcd As’
+
d Mdmax d Md d - d’
d - 0,5ymax

As As1 fyd As
As fyd

x > xmax ou Md > Mdmax  A’s


y = ymax = λ xmax  Mdmax  Md = Md - Mdmax

𝑦 − 0,8 𝑑
𝜀 = 0,0035
𝑦
diagrama tensão-deformação do aço  2
A armadura tracionada, As, resulta: As = As1 + As .
DIMENSIONAMENTO DA SEÇÃO T

bf

hf h
 1,5 cm2/m

bw

O dimensionamento segue o mesmo procedimento adotado para a


seção retangular, adaptando-se apenas a forma da seção nas
equações de equilíbrio para poder contemplar as áreas comprimidas.
DIMENSIONAMENTO DA SEÇÃO T
A) Zona comprimida está dentro da mesa  0,8x < hf  Armadura Simples

y
DIMENSIONAMENTO DA SEÇÃO T

b) A altura da zona comprimida está entre hf e λxmax  hf < λx  λxmax


 Armadura Simples

y
DIMENSIONAMENTO DA SEÇÃO T
c) A altura da zona comprimida é maior que 0,8xduc  0,8x > 0,8 xduc 
Armadura Dupla
O procedimento é análogo ao da seção retangular com armadura dupla. Faz-se,
então, o cálculo do momento correspondente à seção T quando 0,8 x = 0,8 xduc

𝒅𝒎𝒂𝒙 𝒄 𝒄𝒅 𝒅𝒖𝒄 𝒅𝒖𝒄 𝒄 𝒄𝒅 𝒇 𝒘 𝒇 𝒇


FISSURAÇÃO EM PLACAS E VIGAS DE CONCRETO ARMADO
CONSIDERAÇÕES INICIAIS

A fragilidade do concreto perante esforços normais de tração leva ao surgimento de


fissuras na borda tracionada.
Devido ao emprego das armaduras de aço, que recebem as tensões não mais resistidas
pelo concreto nas regiões da fissuração, não há maiores perdas da capacidade portante
da estrutura.
Entretanto, o controle da abertura média das fissuras torna-se importante para a
verificação do:
Conforto
Estética
Segurança
ARMADURA MÍNIMA DE TRAÇÃO

A fim de evitar a ruptura frágil da seção ao se formar a primeira fissura, deve-se


sempre incluir uma armadura tracionada com área igual ou superior a um valor
mínimo, calculada para um momento Md,min. Alternativamente, a norma permite
estimar a armadura mínima conforme definido na tabela 17.3 da NBR 6118-2014.

Md,min = 0,8 Wo fctk,sup


Onde
Wo é o modulo de resistência da seção transversal bruta de concreto, relativo à fibra
mais tracionada;
fctk,sup é a resistência característica superior do concreto à tração
VERIFICAÇÃO DO APARECIMENTO DE FISSURAS
verificar se a peça está atuando no Estadio I (Ia ou Ib). Como esse trabalho é bastante
árduo, a NBR 6118-2014 fornece uma fórmula que consegue estimar com bastante
aproximação o momento no qual inicia a fissuração, conhecido como Mr.

Na qual
α = 1,2 para seção T ou duplo T
α = 1,3 para seção I ou T invertido
α = 1,5 para seção retangular
yt é a distância do baricentro da seção à fibra mais tracionada
Mr deve ser reduzido à metade quando a armadura de tração é composta por barras
lisas, ou seja, CA25.
Assim, se Maplicado < Mr não haverá fissuras
Por outro lado, se Maplicado > Mr aí sim deverá ser verificada a abertura das fissuras.
ESTIMATIVA DA ABERTURA DAS FISSURAS

A abertura das fissuras a ser verificada será a menor dentre as duas calculadas
pelas fórmulas abaixo:

Nessas duas expressões o diâmetro das barras deve ser aplicado necessariamente
em mm.
A abertura de fissura assim estimada não deve ultrapassar os limites estabelecidos
na tabela 13.4 da norma NBR 6118-2014
Para este objetivo, será considerada apenas uma carga e uma variável (q).
- Momento decorrente da combinação frequente de ações: MF = M (g +0,4 q)
- Resistência à tração média do concreto: fctm = 0,3. fck2/3 (em MPa
-Tensão sobre a armadura de tração, calculada no estádio II sob ação de CF de cargas

Onde:
σs é a tensão na armadura tracionada;
Ecs é o módulo de Elasticidade secante do concreto;
d é a altura útil da peça;
XII é a posição da linha neutra para o Estadio II;
Es é o módulo de Elasticidade do aço
Para cada barra da armadura passiva de tração deve ser consideras concreto de
envolvimento (Acr), constituída por retângulos não maiores que 15 Φ, concêntricos a
cada barra, conforme Figura 17.3 da NBR 6118-2014.
O objetivo da utilização do momento de inercia efetivo, conforme calculado pela
fórmula de Branson, é incluir as parcelas de contribuição de concreto tracionado
ainda íntegro, conduzindo assim a resultados mais condizentes com os
encontrados em estudos experimentais ou obras em serviço.

Onde
Io é o momento da seção bruta de concreto (bh3/12)
Mr é o momento do início da fissuração

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