Você está na página 1de 48

ECLESIOLOGIA E ESCATOLOGIA

BÍBLICAS – aulas iniciais

Álvaro César Pestana


SerCris
2008

INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA
ECLESIOLOGIA

1
Definição da palavra “eclesiologia”:
A. Etimologia da palavra “Eclesiologia”:
evkklhsi,a “ekklesia” = igreja + logi,a
“logia” = estudo.
B. Eclesiologia: um estudo da/sobre a
igreja; um estudo sobre as doutrinas, a
natureza e as características da igreja.

Definição da palavra “eclesiologia”:

C. Diferentes tipos de “eclesiologia”:


1. Eclesiologia Histórica: o estudo da igreja
através de seu desenvolvimento histórico.
2. Eclesiologia Religiosa: o estudo da igreja
do ponto de vista de autoridades religiosas,
da organização denominacional ou
hierárquica.
3. Eclesiologia Bíblica: o estudo da igreja do
ponto de vista das Escrituras Sagradas.

2
Importância da Eclesiologia Bíblica:
A. Somente a Eclesiologia Bíblica examina as Escrituras
Sagradas, a fonte reveladora da mente de Deus,
sobre este (ou qualquer) assunto: 2Tm 3.16-17; 1Co
2.11-13; 2Pe 1.21
1. Na Eclesiologia Histórica: simplesmente aprendemos o que
aconteceu à igreja, através dos séculos (sua história).
Historiografia e ciências sociais.
2. Na Eclesiologia Religiosa: o que os homens acham sobre a
igreja. Um pouco mais de preocupação teológica.
3. Na Eclesiologia Bíblica aprendemos a vontade de Deus para
com a igreja! Ef 3.10-11. A Bíblia será, não somente fonte
histórica e teológica, mas autoridade religiosa para julgar os
modelos passados, presentes e futuros da igreja.

Importância da Eclesiologia Bíblica:


B. A igreja é uma criação Divina:
1. Divinamente planejada - Ef 3.10-11
2. Divinamente profetizada – Is 2.1-5; Miquéias 4.1-5
3. Divinamente preparada – Todo o VT, Evangelhos,
Atos 1
4. Divinamente edificada – Mt 16.18; I Co 3.11
5. Divinamente comprada – At 20.28
6. Divinamente organizada – Ef 4.11-14; At 20.28
7. A igreja é “gloriosa, sem mácula, santa, sem defeito”
e será salva por Jesus – Ef 5.23-27
8. Só Deus tem o direito de dizer o que é a igreja, e o
que ela deve ensinar e praticar.

3
O princípio e o desenvolvimento da Eclesiologia:
A. Ao estudar a igreja, não podemos perder a exata
seqüência de seu aparecimento, para não distorcer
nossa compreensão da igreja ao não compreender
suas origens.
B. Deus nos deu:
1. Uma pessoa – Jesus, o Cristo. Este Jesus nos
deu e deixou uma ...
2. ... proclamação – o evangelho de Jesus Cristo.
Este evangelho chama e forma um ...
3. ... povo – a igreja de Cristo Jesus. Este é o objeto
de nosso estudo
C. Assim, ao estudarmos sobre a igreja toda a “História da
Salvação” ou todo um “Esquema da Redenção”
precisa ser apreciado.

O princípio e o desenvolvimento da Eclesiologia:


D. Ao estudar Eclesiologia, precisamos lembrar da
interpenetração de temas bíblicos:
1. Tudo está ligado na Escritura.
2. Nem todos os temas têm a mesma importância, mas
todos se ligam com coisas importantes.
3. Cristologia e soteriologia implicam em Eclesiologia e,
estas todas, por sua vez, implicam em uma
Escatologia. Todas estas, contudo, estão
ancoradas em profundos conceitos da Teologia e
Pneumatologia.
4. Louvor, ética, missão e todos os imperativos maiores
da vida cristã têm relação com a igreja.
5. Não é possível ter Jesus sem igreja.

4
A Bíblia e a Eclesiologia: [Lucas 1.1-4]
A. Sobre a origem dos Escritos:
1 .No começo, a obra e pessoa de Jesus
criaram um povo que pregou seu
evangelho.
2. Esta pregação oral foi incorporada nos
escritos destas primeiras
comunidades.
3. Agora, pelos escritos da comunidade,
podemos saber como as atuais
comunidades de Jesus devem viver.

A Bíblia e a Eclesiologia: [Lucas 1.1-4]


B. Sobre o cânon destes Escritos:
1. Embora a igreja seja historicamente mais
antiga que o Novo Testamento, o Novo
Testamento é teologicamente mais
antigo que a igreja.
2. A igreja reconheceu os livros “canônicos”
não por exercer autoridade sobre a
Bíblia, mas por estar submissa a ela. O
reconhecimento do “cânon” é um ato de
submissão e não de autoridade.

5
A Bíblia e a Eclesiologia: [Lucas 1.1-4]
C. Sobre a autoridade destes Escritos:
1. Assim, a Bíblia e, sobretudo, a palavra apostólica é
normativa para a igreja:
2. Embora a origem deles esteja em situações históricas
específicas, a resposta que eles oferecem é
apostólica!!!
3. Salvaguardavam a verdadeira natureza do evangelho,
que é perene.
4. Na interpretação: levar em conta os fatores histórico-
culturais, mas valorizar o sentido normativo e que
defende a essência da fé em Cristo.
5. As circunstâncias históricas não são normativas, mas o
ensino apostólico é normativo.
6. Não é revelação sistemática e parece ocasional, mas
estes temas casuais e ocasionais mostram que eles
têm relevância e importância para a igreja de todas
as épocas.

HISTÓRIA E ESCATOLOGIA:
O INÍCIO DA ECLESIOLOGIA
Parte 1: AS ALIANÇAS

6
Os preliminares da igreja:
ALIANÇA, REINO e MESSIAS:

• O Velho Testamento
• O judaísmo
• A própria vida e proclamação de
Jesus.

• Este primeiro estudo trata das


Alianças.

ALIANÇA
Jeremias 31.31 & Hebreus 8.8

A religião bíblica é uma religião de


alianças.

Alianças estabelecem, mantêm,


regulamentam relacionamentos entre
duas partes ou mais.

7
ALIANÇA
Jeremias 31.31 & Hebreus 8.8
Tipos/modalidades de alianças na Bíblia
e no mundo bíblico.
Alianças entre iguais e alianças entre
“diferentes”.

Os acordos têm diversos graus de


“paridade” ou “disparidade” dos
participantes da aliança.

ALIANÇA
Jeremias 31.31 & Hebreus 8.8
Exemplos:
• Acordo pessoal: Davi e Jonatas (1Sm 18.3, etc)
• Acordo pessoal com fins políticos: Davi e Abner
(2Sm 3.12s)
• Entre líderes tribais: Abraão e confederados (Gn
14.13; Gn 31.44-54; etc)
• Entre uma pessoa e os representantes de um grupo:
Espiões e Raabe (Js 2)
• Entre um rei e um indivíduo (1Rs 2.42-46)
• Entre um rei e uma nação (2Sm 5.1)
• Entre um rei e seus vassalos (2Sm 8)
• Entre estados ou tribos (Js 9; Os 12.1)
• Entre os homens e a lei de Deus (Ne 9.38; 10.29)
• Casamento (Ml 2.14)
• Uso metafórico (Os 2.18; Jr 33.20, etc)

8
As alianças:
ALIANÇA REFERÊNCIA TIPO PARTICIPANTE DURAÇÃO
com Noé Gn 9.8-17 concessão real ou Com o “justo” Noé e Incondicional
decreto seus descendentes
com Abraão Gn 15.9-21 concessão real ou Com o “justo” Incondicional
decreto (jutificado) Abraão
e seus
descendentes
com Abraão Gn 17 suserano-vassalo Com Abraão e sua Condicional: ser fiel. A
ou tratado família circuncisão é o sinal.

com Israel Ex 19-24 suserano-vassalo Israel resgatado do Condicional: bênçãos e


ou tratado Egito, maldições
descendentes de
Abraão
com Finéias Nm 25.10-13 concessão real ou Finéias o “zelote” e Incondicional:
decreto seus descendentes perpétua = enquanto o
sistema permanecer.
com Davi 2Sm 7.5-16 concessão real ou Davi, o rei “justo” e Condicional: o rei precisa
decreto seus descendetes ser fiel a Deus
Incondicional: na ação
divina por seu reino
Nova Aliança Jr 31.31-34 concessão real ou Igreja, o novo Israel Incondicional para os
decreto participantes da
aliança

Classificação das alianças

• Decreto ou concessão real

• Tratado ou suserano-vassalo

9
Alianças tipo concessão real
• O rei ou alguém superior recompensa ou
reconhece os esforços de seu subordinado.
• Os benefícios são para os descendentes,
mas o aspecto condicional da doação está
presente.
• A doação da aliança é completamente
unilateral e as condições de sua continuidade
ficam mais por conta daquele que concedeu
a aliança.

Alianças tipo tratado de suserania


• Tratado entre o superior e o inferior
• Unilateralidade na formulação dos
termos da aliança
• Necessidade de participação da outra
parte.
• A condicionalidade desta aliança é
muito clara.

10
Aliança entre iguais
Um tipo de aliança que não está na tabela anterior
• Não usadas para descrever o relacionamento
de Deus com os homens.
O uso de vocábulos:
• berith Î ao invés de usar o termo syntheke
sunqh,kh, os tradutores da LXX optaram pelo
termo diatheke diaqh,kh.
• diatheke = um acordo mais unilateral
• syntheke = um acordo mais igualitário
• Os termos são sinônimos como mostra o paralelismo de
Isaías 28.15 na LXX. O termo syntheke ocorre em Is
30.1; 2 Rs 17.15 no mss. A, Dn 11.6.

Alianças importantes para a


eclesiologia
As alianças de maior relevância para nós, no
estudo da Eclesiologia são aquelas que
dizem respeito à igreja.
– A aliança com Abraão – esta aliança não foi
anulada pelas alianças posteriores (Por exemplo,
a do Sinai – Gl 3.15-18) – Jesus cumpriu esta
aliança – Ato 3.25-26
– A aliança com Davi – Cumprida definitivamente
em Jesus – Atos 13.22, 34.
– A aliança com Israel – Cumprida em Jesus – Atos
26.6-7, 22-23.
– E, sem dúvida, a Nova Aliança profetizada em
paralelo e contrasta com a aliança com Israel.

11
A Aliança Mosaica ou a Velha Aliança
• Contêm os vários elementos presentes nos
tratados de suserania do Oriente Antigo.
• Apesar disto, era uma aliança baseada na
graça de Deus (Dt 7.7-9).
• O fato de Israel ter quebrado a aliança não
causou a imediata destruição de Israel
porque Deus estava, apesar deles,
cumprindo sua promessa (aliança decreto-
real) com Abraão. Por isto, Israel, apesar de
merecer maldição, recebeu perdão e graça
muitas vezes.

A Nova Aliança

• A contínua quebra da aliança por Israel


levou à uma Nova Aliança. Jr 31.31-34;
Jr 32.37-41

– A lei seria interiorizada nos corações


– O perdão de pecados seria efetivo e
completo

12
A Nova Aliança

• Esta aliança é tema de muitos escritos


dos profetas: Ez 36.25-27

– Receber o Espírito
– Ser purificado com água

A Nova Aliança
• Não é por acaso que a Nova Aliança
começa com estes elementos e
transcorre totalmente ligada a eles
(Atos 2.38)
– Remissão de pecados – Hebreus enfatiza
que agora o perdão ocorre
– Dom do Espírito Santo – As cartas
mostram que a presença do Espírito
potencializa as transformações
anteriormente impossíveis.

13
Removida ou permanente?
A remoção da Velha A permanência da Velha Aliança para os
Aliança para os cristãos:
cristãos: – Revela o pecado – Rm 7.7
– Romanos 7.1-7 – Avisa sobre o pecado e a desobediência
– 2 Coríntios 3 – Hb 2.1-4; 1 Co 10.6-11
– Gálatas 3.23-25 – Aponta para Cristo – Jo 5.39
– Gálatas 4.21-31 – Instrui para a salvação e
– Efésios 2.11-17 desenvolvimento em Cristo – 2 Tm 3.15-
17
– Hebreus 7-10
– Mostra exemplos de fé e justiça – Hb
11.1-12.2
– Revela a natureza de Deus – Ex 34.6-7 –
evita a paganização do cristianismo
– Revela a mente de Deus – 1Pe 1.10-12
– sua “filosofia da história”

Como resolver esta contradição: A Velha


Aliança “passou e não-passou”?
• O Velho Testamento é Palavra de Deus assim como
o Novo Testamento
• A Teologia do Velho Testamento é autoritativa para
os cristãos, mas não suas instituições.
– O caráter de Deus não muda.
– Deus revela novos modo de lidar com os homen, culto etc.
– VT = autoritário como “Revelação”, mas não como “Religião”
– Rm 15.4.
• A Nova Aliança, por outro lado, em tudo supera a
Antiga – Hebreus 1.1-4 e todo o livro.

14
Aliança e comunidade:

• Ligada à idéia de aliança está a


comunidade.
• Jesus “fez uma aliança” com seus discípulos
que levaria o grupo ao seu “reino” Lucas 22.29
• Há quem insista que Atos 2.38 coloca a
concessão do Espírito no plural para afirmar
que a doação do Espírito, necessariamente,
cria e inclui em uma comunidade.
• O povo da aliança já nos leva à idéia de
REINO.

HISTÓRIA E ESCATOLOGIA:
O INÍCIO DA ECLESIOLOGIA
Parte 2: A ESPERANÇA MESSIÂNICA, O REINO
E O MESSIAS

15
I. A EXPECTATIVA MESSIÂNICA NOS
TEMPOS DO NOVO TESTAMENTO
• "Nós esperávamos que fosse ele quem havia de redimir a
Israel" (Lc 24.21)
• "Esperava a consolação de Israel" (Lc 2.25-26, 29-32)
• "Todos que esperavam a redenção de Jerusalém" (Lc 2.38)
• "Que esperava o reino de Deus" (Lc 23.51; Mc 15.43)
• "É necessário que Elias venha primeiro" (Mt 17.11; Mc 9.11)
• "Senhor, será este o tempo em que restaures o reino a Israel?"
(At 1.6)
• "O profeta que devia vir ao mundo ...para o proclamarem rei"
(Jo 6.14-15)
• "Temos ouvido da lei que o Cristo permanece para sempre" (Jo
12.34)
• "Quando vier o Cristo, ninguém saberá donde ele é" (Jo 7.27”)

II. RECONSTRUÇÃO HISTÓRICA DA


ESPERANÇA MESSIÂNICA JUDAICA NO
TEMPO DE JESUS
1. O MESSIAS.
• SACERDOTES, REIS, PROFETAS, HOMENS ESCOLHIDOS (=CIRO).
• REI (descendente de Davi) que traria liberdade política; O FILHO DO
HOMEM, sobrenatural, que traria o reino de Deus.
• Para os Essênios, dois messias: um REI, outro SACERDOTE. Alguns
diziam que DEUS MESMO introduziria a era de ouro.
2. A ERA MESSIÂNICA NA CONCEPÇÃO JUDAICA.
• Para os judeus, o tempo era dividido em duas partes: o presente onde
eles estavam sendo oprimidos e a época futura, os tempos do Messias,
onde Deus mudaria sua sorte e faria deles uma benção.
3. ELEMENTOS IMPORTANTES NA ERA MESSIÂNICA;
• 1. Nova Aliança: 2. Perdão de pecados: 3. Doação do Espírito Santo:
• Para o judaísmo, as bênçãos da Era Messiânica eram mais importantes
do que o Messias.
• Para os cristãos, que compreendem a natureza do Messias e sua obra,
a pessoa do Messias tem mais importância.

16
Gráfico da expectativa messiânica judaica
a queda O ESCHATON
* ERA MESSIÂNICA
ÚLTIMOS

ERA PRESENTE DIAS (REINO DE DEUS)

pecado justiça
doença saúde
opressão liberdade
pobreza riqueza
diabo Espírito Santo

III. O CUMPRIMENTO DAS ESPERANÇAS


MESSIÂNICAS EM JESUS E NA IGREJA.
1. JESUS FOI APONTADO COMO O MESSIAS:
• "JESUS, FILHO DO ALTÍSSIMO, O SENHOR
LHE DARÁ O TRONO DE DAVI, SEU PAI; ELE
REINARÁ PARA SEMPRE, O SEU REINADO
NÃO TERÁ FIM" (Lc 1.31-33).
• "ACHAMOS O MESSIAS" (Jo 1.41).
• "TU ÉS O FILHO DE DEUS, ... REI DE ISRAEL"
(Jo 1.49).
• "TU ÉS O CRISTO" (Mc 8.29).
• "ÉS TU O CRISTO? EU SOU" (Mc 14.61-62).
• "O CRISTO É JESUS" (At 2.36 3.19-21).

17
III. O CUMPRIMENTO DAS ESPERANÇAS
MESSIÂNICAS EM JESUS E NA IGREJA.
MESSIAS = Lc 23.35
• JESUS COMBINOU OS CONCEITOS DE:
– SERVO DO SENHOR + FILHO DO HOMEM
= MESSIAS
• JESUS É:
– REI, SACERDOTE, PROFETA, O FILHO DO
HOMEM, DEUS ENCARNADO

III. O CUMPRIMENTO DAS ESPERANÇAS


MESSIÂNICAS EM JESUS E NA IGREJA.
TÍTULOS CRISTOLÓGICOS ATRIBUÍDOS A JESUS NO NOVO
TESTAMENTO
• O Profeta
• O Servo Sofredor
• O Sumo Sacerdote
• O Templo
• O Rei – O Filho de Davi
• O Messias
• O Filho do homem
• O Senhor
• O Salvador
• O “Logos” – A Toráh
• O Filho de Deus
• Deus
CRISTOLOGIA DA IDENTIFICAÇÃO DE JESUS COM YAHWEH

18
III. O CUMPRIMENTO DAS ESPERANÇAS
MESSIÂNICAS EM JESUS E NA IGREJA.
2. JESUS TROUXE A ERA MESSIÂNICA
(O REINO DE DEUS) NA QUAL A
IGREJA ATUA:
• Jesus trouxe: Nova Aliança, Perdão de
pecados, O Espírito Santo.
• Mt 26.28
• At 2.38

III. O CUMPRIMENTO DAS ESPERANÇAS


MESSIÂNICAS EM JESUS E NA IGREJA.
3. ESTAMOS VIVENDO NA ERA
MESSIÂNICA:
• Segundo esta nova concepção do reino
de Deus e da época messiânica, a igreja
vive na época do "já e ainda não", pois ela
já participa da era porvir, mas aguarda a
consumação do plano de Deus.
• O fim começou; o futuro está presente!

19
Gráfico da expectativa messiânica cristã
O reino de Deus:
a queda a igreja atuando Era Porvir

Últimos dias

Jesus
Fim do mundo
e juízo final.
A Era Presente A Era Messiânica

<- O ESCHATON ->


a igreja já desfruta
das bênçãos,
mas não completamente

HISTÓRIA E ESCATOLOGIA:
O INÍCIO DA ECLESIOLOGIA
Parte 3: JESUS O REINO E A IGREJA

20
Igreja

Os únicos textos bíblicos em que foi


registrado o uso da palavra “igreja” por
Jesus são textos importantes para
compreender o que ele pretendia com ela.

I. JESUS PROMETEU EDIFICAR


SUA IGREJA - Mateus 16.18-19

A. Ela não seria destruída (não passaria


pelos portais do Hades) [18]

B. Ela exerceria na Terra, o poder de Deus


(ligar=permitir, desligar=proibir) [19]

21
II. A IGREJA ATUARIA EM CONJUNTO COMO
O POVO DE DEUS - Mateus 18.17-20

A. Ela seria o convívio dos comprometidos


com Deus e os de fora são os “gentios”.
[17]
B. Ela exerceria na Terra, o poder de Deus
(ligar=permitir, desligar=proibir) [18]
C. Ela tem assegurada a atenção e
presença de Cristo [19]

III. RESUMO
1. A igreja ultrapassa o que era atribuição de Israel como
povo de Deus;
2. A igreja é o povo de Deus, os de fora são gentios ;
3. A igreja é perene (vence o Hades[1]);
4. A igreja tem a legislação e poder (pelo ligar/desligar);
5. A igreja conta com a presença de Deus (o SHEKINÁH[2]);
6. Os textos falam tanto da igreja em termos universais (Mt
16.18), como em termos locais (Mt 18.17), mostrando que
a igreja em um local é, para todos os efeitos, a igreja
universal: não há diferenças de prerrogativas.
– [1] Hades é transliteração do termo grego que é traduzido aqui
como inferno, mas designa mais propriamente o mundo dos
mortos, o “local” onde os mortos aguardam a ressurreição e o juízo
finais.
– [2] SHEKINÁH é o termo hebraico para designar a presença
gloriosa de Deus.

22
HISTÓRIA E ESCATOLOGIA:
O INÍCIO DA ECLESIOLOGIA
Parte 4: O MESSIAS E A COMUNIDADE

As duas figuras para descrever o Messias

• Jesus usou dois “personagens” do VT


para corrigir a descrição do Messias:

• O SERVO DO SENHOR

• O FILHO DO HOMEM

23
O SERVO DO SENHOR
4 Cânticos do servo = Jesus
• Is 42.1-4 [ou -7 ou -9] = Israel/Remanescente.
Aplicação certa a Jesus.
• Is 49.1-6 [ou -7 ou -13] = Jesus Cristo é o Servo
que salva Israel e os gentios.
• Is 50.4-9 [ou -11] = O Remanescente.
Certamente Jesus Cristo.
• Is 52.13-53.12 = Somente Jesus Cristo poderia
ser o cumprimento deste texto.
– Nos versos 52.13-15 e 53.7-12 o narrador é Deus.
– Nos versos 53.1-6 quem fala é o remanescente.

O SERVO DO SENHOR
Quem é o Servo? [3 acertos]
• Israel: 41.8; 44.1-2 = mas falhou = 42.18-19
• Remanescente: 43.8,10; 46.3-4 = não conseguiu
• Jesus Cristo: Is 52.13-53.12
• Quem fala em 52.13-15 e 53.7-12 é Deus.
• Quem fala em 53.1-6 é Israel ou o Remanescente
– Assim, o remanescente não pode ser o Servo!
– Ele é um homem só! [3] = pronome “ele”
– Ele substitui todos [5].
– Em conclusão, ele é o Messias!

24
Os servos e o Servo
41.8-9 (10-16) - O servo é
Israel
42.18-20 - O servo é o
Israel teimoso
43.10 - O servo é o
remanescente de Israel Os Servos do VT Agora, a igreja
falham é o Servo
44.1-2,21 - O remanescente
é o servo Jesus é o
único

45.4 - O remanescente Servo justo

48.20 - O remanescente.
Os Servos do VT falham.
Jesus é o único Servo
justo. Agora, a igreja é o
Servo.

O SERVO DO SENHOR
Missão do servo?
• Lidar com Israel – 49.5
• Lidar com as nações – 52 e 53
• Todos – 49.6
• Primeiro Judeu, depois o Grego!

25
O SERVO DO SENHOR
Descrição do servo?
• Mensageiro – 42.19
• Testemunha – 43.10; 44.8
• Enviado – 42.19
• Trabalho missionário – 45.22-23
• Convencer todas as nações quem é o
único Deus – 40.18-20; 44.9-20; 45.20

O FILHO DO HOMEM
• Origem: Daniel 7.13-14 onde é um
indivíduo divino e em 7.18 é a coletividade
dos santos.
• Logo é um indivíduo que gera/está
representando/é representado por uma
comunidade.
• O messias e sua comunidade – Cristo e
seu corpo.

26
CONCLUSÃO:
• Tanto a figura do Servo como a do Filho
do Homem, indicavam um indivíduo e ao
mesmo tempo uma comunidade.
• A comunidade messiânica é o Messias,
para efeitos de missão e serviço.
• Assim, a igreja é o corpo de Cristo.
• Falar de Messias exige falar de
Comunidade Messiânica – a igreja!

Mateus 16 e a igreja

27
1. O que ou quem é a “rocha/pedra”?
RESPOSTAS POSSÍVEIS
1. Pedro é a rocha – interpretação romana e
de outros.

2.1 - Pedro não é a rocha – interpretação


protestante e de outros.
2.2 - Jesus é a Pedra/Rocha.

1. O que ou quem é a “rocha/pedra”?


1. Pedro é a rocha – interpretação romana e de
outros [argumentos romanos]
• o aramaico KEPHA – Jo 1.42
• se Jesus fosse o fundamento, como ele
edificaria sobre si?
• O Peshito diz: “Tu és kipho e sobre este
kipho...”
• Efésios 2.20-21; Ap 21.14
• Primeiro dos apóstolos: Mt 10.2; 15.15; 19.27
• Primeiro na ressurreição: 1Co 15.5; Lc 14.34; Mt
28.1-8; Jo 20.1-18
• Primeiro pregador: Atos 1-2; Atos 10; Atos 15

28
1. O que ou quem é a “rocha/pedra”?
Contudo,
• ele não é papa
• ele não tem sucessores
• ele é o apóstolo dos judeus
• ele não é ‘o fundamento’ – 1Co 3.11
• na interpretação romana: Pedro=pedra +
sucessão apostólica = papado!
• na interpretação não-romana: Pedro, o
crente, o apóstolo = pedra, mas...

Mesmo concedendo à exegese romana que Pedro seja a pedra :


NÃO É POSSÍVEL PROVAR QUE...

1. PEDRO É O ÚNICO E ABSOLUTO FUNDAMENTO E


FUNDADOR DO CRISTIANISMO.
2. PEDRO ERA “PAPA”, “PATRIARCA”, “BISPO DOS BISPOS”
OU QUALQUER TIPO DE “CABEÇA DA IGREJA NA TERRA”.
3. PEDRO TERIA SUCESSORES NESTA SUA FUNÇÃO DE
“CABEÇA DA IGREJA”.
4. PEDRO FOI BISPO DA IGREJA EM ROMA.
5. PEDRO ESTEVE EM ROMA TRABALHANDO E ENSINANDO.
6. A MORTE DE PEDRO EM ROMA DESSE A ESTA IGREJA
MAIS IMPORTÂNCIA EM RELAÇÃO ÀS OUTRAS.
7. OS SUCESSORES DE PEDRO TINHAM JURISDIÇÃO E
PODER SOBRE A IGREJA EM TODA A PARTE DO MUNDO.
8. OS BISPOS DE ROMA DO PRIMEIRO SÉCULO TINHAM
MAIS AUTORIDADE QUE APÓSTOLOS DE JESUS QUE
AINDA ESTAVAM VIVOS NAQUELA OCASIÃO.

29
1. O que ou quem é a “rocha/pedra”?
2. Pedro não é a rocha – interpretação
protestante e de outros

• Em 1 Co 3.11 – não Pedro! No contexto


há ‘os de Pedro’!

1. O que ou quem é a “rocha/pedra”?


2. Pedro não é a rocha – interpretação protestante e de
outros
• Em Mateus e nas versões siríacas, há distinção
• No grego, não é “Petros... petros”, mas “Petros ... petra”.
• O aramaico pode fazer distinções, tanto por palavras
diferentes como pelo uso de masculino e feminino
(como o português).
• O trocadilho só faz sentido
– com palavras parecidas, mas com sentidos diferentes.
– com palavras iguais, mas com sentidos diferentes [deixe mortos
sepultar mortos]
– com palavras diferentes com a mesma idéia,
– mas palavras iguais com a mesma idéia não é trocadilho.
• No contexto posterior, Pedro é “pedra de tropeço”

30
1. O que ou quem é a “rocha/pedra”?
2. Pedro não é a rocha – interpretação protestante
e de outros

• Nunca nos textos antigos, Pedro foi considerado


“a Pedra” e nem tratado como o que tinha o
primeiro lugar na igreja (Gl 2 – coloca Tiago
antes de Pedro). Mt 7.24 a pedra é o ensino de
Jesus.
• De 77 antigos escritores: 17 acham que é
Pedro, 45 acham que é a fé/confissão de Pedro
e 16 acham que é o próprio Jesus.

2. O que significa que “as portas do


Hades não prevalecerão contra ela”?
Quem é “ela” de v. 18?
• A pedra? A igreja? Outra coisa?

5 idéias possíveis:
1. A igreja nunca vai cair em erro
2. A igreja nunca vai cessar de existir
3. A igreja vence a morte
4. A morte não vai vencer o Messias
5. A morte não vai impedir Jesus de fundar a igreja

• As melhores idéias: entre 3-5.


• Os portões de uma cidade são o poder desta resistir a um
assalto.
• A igreja/Jesus, vence a morte!

31
3. O que são “as chaves do reino dos céus”
Chaves são autoridade ou função?
• Is 22.22
• Lc 11.52//Mt 23.13
• Ap 1.18 e 3.7
• Há autoridade envolvida, mas muito mais a
função ou o trabalho de abrir e fechar
• Mt 18.18 – “ligar e desligar” = proibir e permitir
• São a declaração da função do uso das chaves:
Ato 2, 10, 11, 15

4. O que significa ser “o Messias”?

• Um termo que precisa ser “re-definido”


com auxílio da figura do “Servo do
Senhor” e do “Filho do homem”.
• O segredo messiânico é o jeito de
conseguir o tempo para esta re-definição.

32
A IGREJA DO NOVO
TESTAMENTO
DEFINIÇÃO E DESCRIÇÃO

I. O QUE QUER DIZER O TERMO IGREJA?

A. O termo do Velho Testamento:

O termo hebraico QAHAL, , que dizer assembléia, ajuntamento


do povo foi traduzido para o grego na Septuaginta (ou LXX, uma
versão grega do Velho Testamento feita pelos judeus de Alexandria
nos séculos antes de Cristo) como EKKLESIA, evkklhsi,a . Este termo
é o que se utiliza no NT para falar da igreja.
A palavra é traduzida do grego: evkklhsi,a “ekklesia” = igreja. Na
Septuaginta ocorre cerca de 100 vezes para traduzir qahal, que por
sua vez, em alguns lugares, é traduzido pela palavra grega
“synagoge”
Uma falsa etimologia sugere que o termo signifique literalmente – “os
chamados para fora”. Tal etimolização é um erro lingüístico. Embora
a igreja seja constituida de pessoas chamadas por Deus (1Co 1.2,
etc) e também convidados a “sair do mundo” (2Co 6.17, etc), não é
a palavra “ekklesia” que dá estes atributos à igreja.

33
I. O QUE QUER DIZER O TERMO IGREJA?

B. O sentido do grego clássico


O Novo Testamento usa o termo evkklhsi,a
em Atos 19.32, 39 e 40 para designar uma
assembléia popular. Este ó o principal
sentido do termo no grego clássico: uma
assembléia dos homens livres de uma
cidade grega.

I. O QUE QUER DIZER O TERMO IGREJA?

C. O sentido de "reunião" - 1 Coríntios


11.18; 14.19, 23, 34, 25
Nos textos citados acima o sentido de
evkklhsi,a é o de “reunião” ou ajuntamento
de cristãos para realização de “culto”
(embora o termo culto não seja aplicado
no NT às reuniões, elas realizam
adoração a Deus assim como o viver
diário em obediência a Deus).

34
I. O QUE QUER DIZER O TERMO IGREJA?

D. O sentido de "igreja local" - At 11.22, 26;


Gl 1.22; Cl 4.16
Nestes textos o termo designa os cristãos
de uma localidade, sem afirmar que estão
reunidos naquele momento.

I. O QUE QUER DIZER O TERMO IGREJA?

E. O sentido de "reunião solidária do povo de


Deus"
Este uso vem do Velho Testamento (LXX) que
usou o termo neste sentido - Dt 23.2-4; At 7.38;
Ef 1.22; Cl 1.24. Alguns gostariam de chamar de
“igreja universal” no sentido de ser ela
contrastada com o grupo local. Tal
conceituação, contudo, tem o inconveniente de
obscurecer o fato de que a igreja local é a igreja
universal para todos os efeitos práticos. Este
uso fala da igreja de Deus em todo o mundo.

35
I. O QUE não QUER DIZER O TERMO IGREJA?

Conceito errado #1
• Igreja Invisível = só Deus sabe
• Igreja Visível = o que pode-se ver
Tal classificação não tem efeito nos textos
do NT

I. O QUE não QUER DIZER O TERMO IGREJA?

Conceito errado #2
• Igreja Universal contra a Igreja Local
Tal classificação não pode ser usada. A
igreja local e a Universal são a mesma
coisa, pois o corpo de Cristo não se
divide.

36
I. O QUE não QUER DIZER O TERMO IGREJA?

Conceito errado #3
• Igreja = “os chamados para fora”

Tal leitura etimológica é absurda.

O QUE A IGREJA NÃO É:


• Não é um prédio [At 8.1; 9.1; 11.26] – o primeiro
prédio = 370 d. C. A igreja usava casas!
• Não é uma organização. Não é um clube social-
ideológico. Não é um grupo de ativistas.
• Não é uma organização humana [Ef 3.9-10; At
20.28; Ef 5.25; 1Co 3.16-17]. Não é um produto
ou uma necessidade social/antropológica
• Não é uma religião – esta é fenômeno
sociológico cultural, mantêm o “status quo” e é
fruto do meio e da cultura.

37
O QUE A IGREJA NÃO É:
• Não é uma denominação [Deus é quem
acrescenta à sua igreja At 2.47].
• “Denominação” indica “separação” ou “divisão”.
– 1. Jesus orou pela unidade – Jo 17.21;
– 2. Os apóstolos condenam a divisão – 1Co 1.10-13;
– 3. O Espírito produz unidade – Ef 4.1-16;
– 4. No primeiro século existia uma só igreja – Mt
16.18; 1Co 12.13; Ef 4.4.
• O que é uma denominação? Nome singular,
organização especial, credo peculiar, história e
tradição próprios.

O QUE A IGREJA NÃO É:


• Não é uma instituição do Estado ou para o
Estado (Dar a Deus o que é de Deus ...).
• Não é a junção de todas as denominações
• Não é perfeita do ponto de vista humano

38
II. QUAL A RELAÇÃO DE JESUS
COM ESTA IGREJA?
1. Construtor: Mt 16.18
2. Fundamento: 1Co 3.11
3. Pedra Angular: At 4.11-12
4. Comprador: At 20.28; Ap 5.9-10
5. O Cabeça: Ef 1.22; Cl 1.18-19; Ef 4.15
6. Salvador: Ef 5.23
7. Mediador: 1 Tm 2.5
“A Ele (Deus) seja a glória, na igreja e em Cristo
Jesus, por todas as gerações, para todo
sempre. Amém”. Ef 3.21

III. IMAGENS DA IGREJA NO


NOVO TESTAMENTO.
A. “IGREJA”: Mt 16.18; At 8.3, etc - a palavra quer dizer
“assembléia, reunião, congregação” [como a assembléia
de Israel]
• “igreja de Cristo” – Rm 16.16 (Edificarei a “minha igreja”)
• “igreja de Deus” – At 20.28 (ou “igreja do Senhor”) 1Co
11.16
• “igreja dos primogênitos” – Hb 12.23
• “igreja dos santos” – 1Co 14.33
A “igreja” no Novo Testamento NÃO TEM NOME
PRÓPRIO!!! As frases acima são TERMOS
DESCRITIVOS.

39
III. IMAGENS DA IGREJA NO
NOVO TESTAMENTO.
B. CORPO - Ef 1.22-23
• Rm 12.3-8 e 1Co 12.12-26 = ênfase no funcionamento.
[Ef 4]
• Ef 1.22-23; 5.22ss e Cl 1.18 = ênfase no cabeça da
igreja.
a. Cristo é o único “cabeça” do corpo (igreja)
b. Cada cristão faz parte integral deste corpo espiritual -
1Co 12.13
c. Cada cristão contribui com algo ao corpo – Ef 4.15-16;
1Co 12.14-24
d. Cristo é Salvador do corpo – Ef 5.23
e. Somos “membros do corpo” e não “membros da
igreja” há diferenças de sentido nestas frases.

III. IMAGENS DA IGREJA NO


NOVO TESTAMENTO.
C. NOIVA - Ef 5.22-33; Ap 21.2
• Inspirada no relacionamento de Deus com Israel
a. Como noiva, a igreja deve ser pura. Ef 5.25-27
b. A pureza da igreja em geral implica na pureza
da comunidade: 1Pe 1.13; Rm 6.6-10; Cl 3.1-10
c. Falta de fidelidade a Jesus é adultério: Tg 4.4;
Ap 2.20-22

40
III. IMAGENS DA IGREJA NO
NOVO TESTAMENTO.
D. TEMPLO - Ef 2.19-22; 4.12; 1Pe 2.5
• Fala do povo e não do prédio que ocupamos.
• O templo de Deus é o cristão individual (1Co 6.19) e a
igreja como um todo (1Co 3.16-17).
a. Deus está no meio, e assim “habita” na igreja = O
Espírito Santo habita no cristão e na assembléia; Jesus
se faz presente na assembléia (Mt 18.20)
b. A igreja (no plural – 1Co 3.16) e cada cristão (no
singular – 1Co 6.9) deve santificar-se porque somos
verdadeiramente o santuário de Deus. – 2Co 6.14; 1Pe
1.14-16; Ef 5.25-27

III. IMAGENS DA IGREJA NO


NOVO TESTAMENTO.
E. FAMÍLIA - Ef 2.19
Deus é o Pai. Somos família de Deus.
a. Como na família humana, somos membros
duma família espiritual.
b. Deus é o Pai; Jesus é o nosso irmão mais
querido (Hb 2.11), e temos muitos outros irmãos
e irmãs na fé.
c. O amor fraternal deve caracterizar a família .
Rm 12.9-10; 1Pe 1.22; Jo 13.34-35; 1Ts 4.9

41
III. IMAGENS DA IGREJA NO
NOVO TESTAMENTO.
F. REINO - Cl 1.13-14; Mt 16.18-19; Ap 1.6; 1.9; 1Co 15.25
A igreja é o reino de Deus na terra. Estar neste Reino
significa estar sob o domínio, sob o poder de Cristo,
obedecendo-o e servindo-o. O reino de Cristo nos liberta
do império das trevas no qual antes estávamos
escravizados.
a. O cristão já está no reino! Cl 1.13; Ap 1.6 O cristão será
levado para o reino! 2Tm 4.18
b. Como súditos do reino de Cristo , o Senhor, temos o
dever de obedecer nosso Rei. – Jo 8.31-32; Mt 24.45-
51; At 5.29; Lc 6.46; Hb 5.8-9; Mt 7.24-27.

III. IMAGENS DA IGREJA NO


NOVO TESTAMENTO.
G. REBANHO - At 20.28; Jo 10.16; (Jo
10.10)
• Somente ele é o Supremo Pastor e nós,
seu rebanho [1Pe 2.25; 5.4; Hb 13.20].
a.Cristo é o “Bom Pastor” do rebanho, que
deu sua vida pelas ovelhas. Jo 10.12-15
b.As ovelhas de Cristo “só ouvem sua voz”.
Jo 10.2-5 (veja também Mt 7.24-27)

42
III. IMAGENS DA IGREJA NO
NOVO TESTAMENTO.
H. CASA - 1 Tm 3.15 {1Pe 2.5 = templo}
• Construção e família.
a.Uma família espiritual.
b.A “casa” de Deus deve ser sempre
UNIDA!! Jo 17.21; 1Co 1.10-13; Fp 1.27
c.Em 1 Timóteo, a comunidade que mantém
a pregação do evangelho.

III. IMAGENS DA IGREJA NO


NOVO TESTAMENTO.
I. CAMINHO - At 9.2; 19.23; 24.22
• O título mais antigo que podemos considerar como um
“nome” com o qual os cristãos foram chamados.
• Somos e estamos no Caminho porque Jesus é o
Caminho (Jo 14.6). Caminho dá a idéia de um
“movimento” e também de uma “escola”.
a. Jesus é o ÚNICO caminho que nos leva a Deus! Jo
14.6; At 4.11-12
b. Fé em Cristo como o “O Caminho” inclui também uma
mudança de vontade de vida. Lc 13.3; Jo 14.21; 1Jo 2.4-
6; Lc 6.46

43
III. IMAGENS DA IGREJA NO
NOVO TESTAMENTO.
J. RAÇA, NAÇÃO - 1Pe 2.9 ( compare com Ex 19.5-6)
• A igreja participa dos atributos especiais da nação de Deus no Velho Testamento,
Israel
a. “Raça eleita” porque somos os descendentes (espirituais) de Abraão pela fé em
Cristo - Gl 3.29; Ef 1.3-6; Gl 6.16
b. “Nação santa” porque fomos lavados dos nossos pecados pelo precioso sangue de
Cristo , (1Pe 1.18-19) e separados para o serviço de Deus! Ef 2.10; 2Tm 2.19-22
c. “Sacerdócio real” tendo acesso direto a Deus, oferecendo sacrifícios aceitáveis a
Deus! Hb 4.11-16; Ap 1.6; Rm 12.1-2
d. No cristianismo não há separação entre o leigo e o clérigo (como havia no judaísmo),
todos são sacerdotes, com Cristo como o grande Sumo Sacerdote – 1Tm 2.5; Hb
4.16; Hb 2.17; 9.11; 10.21
e. Nós também temos um “sacrifício” a oferecer: não são para “perdão”, mas
“sacrifícios pacíficos”, ou seja, ofertas de gratidão: Rm 12.1-2; Hb 13.15; 1Pe 2.5
f. “Israel de Deus” – Gl 6.16 – Somos os descendentes espirituais de Abraão, pela fé
em Cristo - (Gl 3.29), e assim herdeiros das promessas de Deus. Descendência na
carne de Abraão não tem mais valor perante Deus – Rm 9.6-7. Cristo é o único
Salvador – Rm 3.19-23; At 4.11-12; Jo 8.24. Embora o texto de Gálatas possa ter
pelo menos 3 sentidos[1], o israel de Deus, hoje é a igreja: Rm 2.28-29; 9.6-7; Fp
3.3.
[1] Israel de Deus pode ser: i) os cristãos, ii) os cristãos-judeus que seguem
verdadeiramente ao evangelho e iii) o Israel verdadeiro, não oposto à igreja, que
ainda será alcançado e evangelizado.

IV. DESCRIÇÕES BÍBLICAS DOS CRISTÃOS.


Os títulos que descrevem os cristãos são de
dois tipos:
• 1. Alguns descrevem os cristãos em
algum aspecto de sua dedicação a Jesus
• 2. Os mais interessantes e exclusivos,
contudo, são aqueles que descrevem os
cristãos com a natureza que herdaram de
Jesus.

44
IV. DESCRIÇÕES BÍBLICAS DOS CRISTÃOS.
A. Estudo do título “CRISTÃO”
1. Textos: Atos 11.26; 26.28; 1Pe 4.16
2. Vem de CHRISTIANOS - Atos 11.26
• Cristiano,j( ou/( o` um seguidor de Cristo, cristão.
• 11.35 Cristiano,j ou/ m: alguém que é
identificado como um crente em ou seguidor de
Cristo - 'Cristão.' crhmati,sai te prw,twj evn
VAntiocei,a| tou.j maqhta.j Cristianou,j 'Foi em
Antioquia que os discípulos foram, pela primeira
vez, chamados cristãos' At 11.26.

IV. DESCRIÇÕES BÍBLICAS DOS CRISTÃOS.


A. Estudo do título “CRISTÃO”
3. CHRISTIANOS foi uma palavra formada na analogia de
outras da época:
• HERODIANOS = do partido de Herodes [Mc 3.6 e 12.13]
• CESARIANOS = escravos imperiais de César
• CRISTÃO vem do grego Cristiano,j que a soma de
Cristo,j com o sufixo latino “ianus” que significa
“seguidor de”, “pertencente a”
O fato da expressão ter sido criada pela população de
Antioquia não é fato para ser esquecido:
a) Eles seguiam e falavam de Jesus
b) O fato unificador não era etnia ou religião, mas uma
pessoa
c) Eles eram diferentes dos outros para merecerem título
especial
• Expressão equivalente a “cristão” seria: 1Co 1.12; 15.23;
Gl 5.24

45
IV. DESCRIÇÕES BÍBLICAS DOS CRISTÃOS.
A. Estudo do título “CRISTÃO”
4. Implicações:
a) Somos de Cristo – trata-se de um genitivo
possessivo
b) Somos servos e comprometidos com Cristo:
Cristo é o rei, o Messias e nós seus servos
c) Somos um povo universal – a 3ª raça! – Por
que em Antioquia? Ali os cristãos fizeram a
pregação universal.
d) Somos revelados e ao mesmo tempo marcados
com este nome (crhmati,sai)

IV. DESCRIÇÕES BÍBLICAS DOS CRISTÃOS.


• B. Estudo de outros títulos dos cristãos
CRISTO CRISTÃOS
Singular plural
Rei (Jo 19.14; Ap 19.16) reino (Cl 1.13; Ap 1.4-9)
Sumo-sacerdote (Hb 7.1-10.18) sacerdotes (Ap 1.6; 1 Pe 2.5,9)
O Eleito (=escolhido) (Lc 23.35) os eleitos (Cl 3.12)
O Santo (At 3.14) os santos (2 Co 1.1)
O Filho (Jo 1.18) os filhos (Gl 3.26-27)
O Fiel (Ap 3.14) os fiéis (Ef 1.1)
O Escolhido (Lc 23.35) os escolhidos (2Tm 2.10)
O Servo do Senhor (At 4.27, 30) os servos do Senhor (Lc 12.45)
O Templo (Jo 2.19) os templos (1Co 3.17; 6.19)

46
IV. DESCRIÇÕES BÍBLICAS DOS CRISTÃOS.
• C. O Israel de Deus: - Gl 6.16

EXODO 19.5-6 [Dt 7.6; 14.2] 1 PEDRO 2.9

(v. 6 – “falarás aos filhos de raça eleita


Israel”)
v. 6 – reino de sacerdotes sacerdócio real

v. 6 – nação santa nação santa

v.5 – propriedade peculiar povo de propriedade exclusiva


de Deus

IV. DESCRIÇÕES BÍBLICAS DOS CRISTÃOS.


D. Uma lista de títulos dos cristãos
• cristãos – At 11.26; 1Pe 4.15-16
• santos – Fp 1.1
• membros – 1Co 12.27
• servos (escravos) – At 4.29; 16.16-17; 1Co
7.22-23; veja Jo 15.15; Ro 6.17-18.
• discípulos – At 11.26, etc
• cidadãos – Fp 3.20
• filhos de Deus – 1Jo 3.1
• sacerdotes – Ap 1.6; 1Pe 2.5
• eleitos – Ef 1.3-6; 1Pe 1.1-2
• testemunhas – Ap 2.13; 17.6
• ovelhas – Jo 10

47
IV. DESCRIÇÕES BÍBLICAS DOS CRISTÃOS.
D. Uma lista de títulos dos cristãos
• verdadeiros adoradores de Deus – Jo 4.23-24
• irmãos – Fp 4.21; etc
• amigos – Jo 15.15
• luz do mundo – Mt 5.14
• sal da terra – Mt 5.13
• embaixadores – 2Co 5.19-20
• soldados – 2Tm 2.4
• atletas – 2Tm 2.5
• lavrador – 2Tm 2.6
• forasteiros – 1Pe 1.17; 1Pe 2.11
• peregrinos – 1Pe 2.11

48

Você também pode gostar