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Direito Processual Penal


Ana Cristina Mendonça

AULA 3.1 – DIREITO À AUDIÊ


AUDIÊN- AULA 3.2 – DIREITO DE PRESENÇA E VI-
V
CIA/MENTIRA E CONFISSÃO. DEOCONFERÊNCIA.

Art. 186 CPP: Depois de devidamente qualifi-


qualif Art. 185 CPP: O acusado que comparecer pe-
cado e cientificado do inteiro teor da acusação, rante a autoridade judiciária, no curso do pro-
pr
o acusado
sado será informado pelo juiz, antes de cesso penal, será qualificado e interrogado na
iniciar o interrogatório, do seu direito de perma-
perm presença de seu defensor, constituído ou no-
n
necer calado e de não responder perguntas meado. (Redação dada pela Lei nº 10.792, de
que lhe forem formuladas. (Redação dada pela 1º.12.2003)
Lei nº 10.792, de 1º.12.2003) § 1o O interrogatório do acusado preso será
feito no
o estabelecimento prisional em que se
Parágrafo único: O silêncio, que não importará encontrar, em sala própria, desde que estejam
em confissão, não poderá ser interpretado em garantidas a segurança do juiz e auxiliares, a
prejuízo da defesa. (Incluído pela Lei nº 10.792, presença do defensor e a publicidade do ato.
de 1º.12.2003) Inexistindo a segurança, o interrogatório será
feito nos termos do Código de Processo
Pro Penal.
Art. 188 CPP: Após proceder ao interrogatório, (Incluído pela Lei nº 10.792, de 1º.12.2003)
o juiz indagará das partes se restou algum fato § 1o O interrogatório do réu preso será realiza-
realiz
para ser esclarecido, formulando as perguntas do, em sala própria, no estabelecimento em
correspondentes
pondentes se o entender pertinente e que estiver recolhido, desde que estejam ga-
g
relevante. (Redação dada pela Lei nº 10.792, rantidas a segurança do juiz, do membro do
de 1º.12.2003) Ministério Público e dos
os auxiliares bem como a
presença do defensor e a publicidade do ato.
Súmula 522 STJ: A conduta de atribuir-se
atribuir fal- (Redação dada pela Lei nº 11.900, de 2009)
sa identidade perante autoridade policial é típi-
típ § 2o Antes da realização do interrogatório, o
ca, ainda que em situação de alegada autode-
autod juiz assegurará o direito de entrevista reserva-
reserv
fesa. da do acusado com seu defensor. (Incluído
pela Lei nº 10.792, de 1º.12.2003)
Art. 198 CPP: O silêncio do acusado não im-
i § 2o Excepcionalmente, o juiz, por decisão
portará confissão, mas poderá constituir ele-
el fundamentada, de ofício ou a requerimento das
mento para a formação do convencimento do partes, poderá realizar o interrogatório do réu
juiz. (A parte final não foi recepcionada pela preso por sistema de videoconferência ou outro
CF/88) recurso tecnológico de transmissão de sons e
imagens em tempo real, desde que a medida
seja necessária para atender a uma das se-
s

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guintes finalidades: (Redação dada pela Lei nº dos para comunicação entre o defensor que
11.900, de 2009) esteja no presídio e o advogado presente na
I - prevenir risco à segurança pública, quando sala de audiência do Fórum, e entre este e o
exista fundada suspeita de que o preso integre preso. (Incluído pela Lei nº 11.900, de 2009)
organização criminosa ou de que, por outra § 6o A sala reservada
a no estabelecimento pri-
pr
razão, possa fugir durante o deslocamento; sional para a realização de atos processuais
(Incluído pela Lei nº 11.900, de 2009) por sistema de videoconferência será fiscaliza-
fiscaliz
II - viabilizar a participação do réu no referido da pelos corregedores e pelo juiz de cada cau-
ca
ato processual, quando haja relevante dificul-
dificu sa, como também pelo Ministério Público e pela
dade para seu comparecimento em juízo, por Ordem dos Advogados do Brasil. (Incluído pela
enfermidade
midade ou outra circunstância pessoal; Lei nº 11.900, de 2009)
(Incluído pela Lei nº 11.900, de 2009) § 7o Será requisitada a apresentação do réu
III - impedir a influência do réu no ânimo de preso em juízo nas hipóteses em que o interro-
interr
testemunha ou da vítima, desde que não seja gatório não se realizar na forma prevista nos §§
possível colher o depoimento destas por video-
vide 1o e 2o deste artigo. (Incluído pela Lei nº
conferência, nos termos do art. 217 deste Có-
C 11.900, de 2009)
digo; (Incluído pela Lei nº 11.900, de 2009) § 8o Aplica-se
se o disposto nos §§ 2o, 3o, 4o e
IV - responder à gravíssima questão de ordem 5o deste artigo, no que couber, à realização de
pública. (Incluído pela Lei nº 11.900, de 2009) outros atos processuais que dependam da par-
pa
§ 3o Da decisão que determinar a realização ticipação de pessoa que esteja presa, como
de interrogatório por videoconferência, as par-
pa acareação, reconhecimento de pessoas e coi-
co
tes serão intimadas com 10 (dez) dias de ante-
ant sas, e inquirição de testemunha ou tomada de
cedência. (Incluído pela Lei nº 11.900, de 2009) declarações do ofendido. (Incluído pela Lei nº
§ 4o Antes do interrogatório por videoconferên-
videoconferê 11.900, de 2009)
cia, o preso poderá acompanhar, pelo mesmo § 9o Na hipótese do § 8o deste artigo, fica ga-
g
sistema tecnológico, a realização de todos os rantido o acompanhamento do ato processual
atos da audiência única de instrução e julga-
julg pelo acusado e seu defensor. (Incluído pela Lei
mento de que
ue tratam os arts. 400, 411 e 531 nº 11.900, de 2009)
deste Código. (Incluído pela Lei nº 11.900, de § 10. Do interrogatório deverá constar a infor-
info
2009) mação sobre a existência de filhos, respectivas
§ 5o Em qualquer modalidade de interrogatório, idades e se possuem alguma deficiência e o
o juiz garantirá ao réu o direito de entrevista nome e o contato de eventual responsável pe-
p
prévia e reservada com o seu defensor; se rea-
re los cuidados dos filhos, indicado pela pessoa
lizado por videoconferência, fica também ga-
g presa (Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016)
rantido o acesso a canais telefônicos reserva-
reserv

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Súmula 691 STF: Não compete ao Supremo Na audiência de instrução, as testemunhas


testemu de
Tribunal Federal conhecer de habeas corpus defesa afirmaram que Pedro tinha
ti apontado
impetrado contra decisão do Relator que, em uma arma de fogo para Joaquim, que, por sua
habeas corpus requerido a tribunal superior, vez, agrediu Pedro com a faca apenas para
indefere a liminar. desarmá-lo. Já as testemunhas de acusação
disseram que não viram nenhuma arma de
Art. 217 CPP: Se o juiz verificar que a presen-
prese fogo em poder de Pedro.
ça do réu poderá causar humilhação, temor, ou Nas alegações orais,
rais, o Ministério Público pediu
sério constrangimento à testemunha ou ao o- a condenação do réu, sustentando que a legíti
fendido, de modo que prejudique a verdade do ma defesa não havia ficado
cado provada. A Defesa
depoimento, fará a inquirição por videoconfe-
videoconf pediu a absolvição do réu, alegando
aleg que o
rência e, somente na impossibilidade dessa mesmo agira em legítima
ma defesa. No momento
forma, determinará a retirada do réu,
réu prosse- de prolatar a sentença, o juiz constatou que
guindo na inquirição, com a presença do seu remanescia
manescia fundada dúvida sobre se Joaquim
defensor. (Redação dada pela Lei nº 11.690, agrediu Pedro em situação de legítima defesa.
de 2008) Considerando tal narrativa,
narrati assinale a afirmati-
Parágrafo único:: A adoção de qualquer das va correta.
medidas previstas no caput deste artigo deverá
constar do termo, assim como os motivos que a (A) O ônuss de provar a situação de legítima
legíti
determinaram. (Incluído
ncluído pela Lei nº 11.690, de defesa era da defesa. Assim, como o juiz não
2008) se convenceu completamente
amente da ocorrência de
legítima
ma defesa, deve condenar o réu.
AULA 3.3 – PRESUNÇÃO DE INOCÊNCIA E (B) O ônus de provar a situação de legítima
ÔNUS defesa era da acusação. Assim, como o juiz
não se convenceu completamente da ocorrên-
ocorrê
Questão da OAB - 2010 cia de legítima defesa, deve condenar o réu.
Em uma briga de bar, Joaquim feriu Pedro com (C) O ônus de provar a situação de legítima
uma faca, causando-lhe sérias lesões no om-
o defesa era da defesa. No caso, como o juiz
bro direito. O promotor de justiça
ça ofereceu ficou
cou em dúvida sobre a ocorrência de legítima
denúncia contra Joaquim, imputando-lhe
imputando a prá- defesa, deve absolver o réu.
tica do crime de lesão corporal grave contra (D) Permanecendo qualquer dúvida no espírito
Pedro, e arrolou duas testemunhas que pre- do juiz, ele está impedido de proferir a senten-
sente
senciaram o fato. A defesa, por sua vez, arro-
arr ça.
a. A lei obriga o juiz a esgotar todas as dili-
lou outras duas testemunhas que também pre-
pr gências que estiverem
verem a seu alcance para diri-
dir
senciaram o fato.

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mir dúvidas, sob pena de nulidade da sentença III - o fato investigado constituir infração penal
que vier a ser prolatada. punida, no máximo, com pena de detenção.
Parágrafo único. Em qualquer hipótese deve
Gabarito: C ser descrita com clareza a situação objeto da
investigação, inclusive com a indicação e quali-
qual
AULA 3.4 – INTERCEPÇÃO TELEFÔNICA ficação dos investigados, salvo impossibilidade
manifesta, devidamente
damente justificada.
LEI Nº 9.296, DE 24 DE JULHO DE 1996.
Regulamenta o Art. 3° A interceptação das comunicações tele-
tel
inciso XII, parte fônicas poderá ser determinada pelo juiz, de
final, do art. 5° da ofício ou a requerimento:
Constituição Fede-
Fed I - da autoridade policial, na investigação crimi-
crim
ral. nal;
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço sa- II - do representante do Ministério Público, na
ber que o Congresso Nacional decreta e eu investigação criminal
minal e na instrução processual
sanciono a seguinte Lei: penal.

Art. 1º A interceptação de comunicações tele-


tel Art. 4° O pedido de interceptação de comunica-
comunic
fônicas, de qualquer natureza, para prova em ção telefônica conterá a demonstração de que
investigação criminal e em instrução processual a sua realização é necessária à apuração de
penal, observará o disposto nesta Lei e depen-
depe infração penal, com indicação dos meios a se-
s
derá de ordem do juiz competente da ação rem empregados.
principal, sob segredo de justiça. § 1° Excepcionalmente, o juiz poderá admitir
Parágrafo único. O disposto nesta Lei aplica-se
aplica que o pedido seja formulado verbalmente, des-
de
à interceptação do fluxo de comunicações em de que estejam presentes os pressupostos que
sistemas de informática e telemática. autorizem a interceptação, caso em que a con-
co
cessão será condicionada à sua redução a
Art. 2° Não será admitida a interceptação
intercept de termo.
comunicações telefônicas quando ocorrer qual-
qua § 2° O juiz, no prazo máximo de vinte e quatro
quer das seguintes hipóteses: horas,, decidirá sobre o pedido.
I - não houver indícios razoáveis da autoria ou
participação em infração penal; Art. 5° A decisão será fundamentada, sob pena
II - a prova puder ser feita por outros meios de nulidade, indicando também a forma de e-
disponíveis; xecução da diligência, que não poderá exceder
o prazo de quinze dias, renovável por igual

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tempo uma vez comprovada a indispensabili-


indispensabil despacho decorrente do disposto nos arts. 407,
dade do meio de prova. 502 ou 538 do Código de Processo Penal.

Art. 6° Deferido o pedido, a autoridade policial Art. 9° A gravação que não interessar à prova
conduzirá os procedimentos de interceptação, será inutilizada por decisão judicial, durante o
dando ciência ao Ministério Público, que pode-
pod inquérito, a instrução processual ou após esta,
rá acompanhar a sua realização. em virtude de requerimento do Ministério Públi-
Públ
§ 1° No caso de a diligência possibilitar a gra-
gr co ou da parte interessada.
vação da comunicação interceptada,
nterceptada, será de-
d Parágrafo único. O incidente de inutilização
terminada a sua transcrição. será assistido pelo Ministério Público, sendo
§ 2° Cumprida a diligência, a autoridade policial facultada a presença do acusado ou de seu
encaminhará o resultado da interceptação ao representante legal.
juiz, acompanhado de auto circunstanciado,
que deverá conter o resumo das operações Art. 10. Constitui crime realizar interceptação
realizadas. de comunicações telefônicas, de informática ou
§ 3° Recebidos esses
ses elementos, o juiz deter-
dete telemática, ou quebrar segredo da Justiça, sem
minará a providência do art. 8° , ciente o Minis-
Mini autorização judicial ou com objetivos não auto-
aut
tério Público. rizados em lei.
Pena: reclusão, de dois
ois a quatro anos, e multa.
Art. 7° Para os procedimentos de interceptação
de que trata esta Lei, a autoridade policial po-
p Art. 11. Esta Lei entra em vigor na data de sua
derá requisitar serviços e técnicos especializa-
especializ publicação.
dos às concessionárias de serviço público.
Art. 12. Revogam-se
se as disposições em contrá-
contr
Art. 8° A interceptação de comunicação telefô-
telef rio.
nica, de qualquer natureza, ocorrerá em autos Brasília, 24 de julho de 1996; 175º da Indepen-
Indepe
apartados, apensados aos autos do inquérito dência e 108º da República.
policial ou do processo criminal, preservando-
preservando FERNANDO HENRIQUE CARDOSO
se o sigilo das diligências, gravações e trans-
tran Nelson A. Jobim
crições respectivas.
Parágrafo único. A apensação somente poderá
ser realizada imediatamente antes do relatório
da autoridade, quando se tratar de inquérito
policial (Código
go de Processo Penal, art.10, §
1°) ou na conclusão do processo ao juiz para o

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