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5 PASSOS PARA FAZER UM PRODUTO MÍNIMO VIÁVEL (MVP)

Técnica de criação rápida de produtos ajuda startups a validarem suas ideias

de negócio em pouco tempo.

Produto Mínimo Viável — do inglês, “Minimum Viable Product”, ou apenas,


MVP — é, como o próprio nome diz, a versão mais simples de um produto
com as mínimas características necessárias para ele ser inserido no mercado.
O conceito do MVP é muito útil para o começo de uma empresa, pois
permite que os empreendedores testem suas hipóteses de negócio e
verifiquem se elas realmente fazem sentido.

Segundo Paulo Caroli, consultor da ThoughtWorks e autor do livro "Direto


ao Ponto", a maior preocupação que o empreendedor deve ter na criação
de um MVP é o tempo. Uma startup, por exemplo, deve se preocupar em
ter um produto no mercado em, no máximo, três semanas. “Antes se falava
muito em criar os produtos certos para o mercado da melhor maneira
possível. Mas isso demanda tempo e, se a ideia de negócio não for boa,
perder meses planejando um produto ruim terá sido um grande desperdício.
Por isso, acredito que, mais que criar o produto da melhor maneira possível,
é preciso ter certeza de que aquele é o produto certo”, diz. Veja abaixo um

passo a passo de como criar um Produto Mínimo Viável.

1. Monte uma equipe plural

Antes de começar a pensar nas aplicações que uma ideia de negócio pode
ter, o empreendedor deve se preocupar em montar uma equipe capaz de
avaliar todos os lados do produto. Para Caroli, uma boa equipe tem três

visões estratégicas diferentes.


A primeira delas é a pessoa com visão de negócios, que vai avaliar se o
produto é financeiramente viável. O segundo perfil é o de design thinking,
ou seja, pessoas que pensam em como o produto será utilizado. Elas são
ótimas para verificar se o MVP deixará o cliente satisfeito. Por último, é
preciso ter alguém que pense na engenharia do produto, com conhecimento
técnico para dizer se o MVP idealizado tem condições de ser produzido com

facilidade e em escala.

2. Defina seu produto

Com a equipe de criação montada, é hora de definir as primeiras


características do produto. Uma dica de Caroli é que a equipe preencha, em
conjunto, a seguinte frase: “Voltado para _______, o _______é um _______que

_______, diferentemente de _______”.

No primeiro espaço, é colocado o público para o qual o produto se dirige.


Em seguida, é preciso escrever o nome do produto e a sua definição — se é
um aplicativo, por exemplo. No próximo espaço são descritas as
funcionalidades que a ferramenta terá. E, por último, deve-se escrever como
a atividade relacionada ao produto é feita atualmente, o que mostra as

vantagens que o MVP oferece.

Para o consultor, essa etapa é uma das mais importantes, pois garante que
todos os integrantes da equipe alinhem a ideia que têm do produto. Outro
exercício a ser feito, após o preenchimento da frase, é a criação de listas
com os títulos “é”, “não é”, “faz”, “não faz”, “tem”, “não tem”. Nessa hora, a
equipe terá que decidir pontos importantes do projeto, como: é um
aplicativo ou não? É um programa que faz pagamento? Ele terá recursos de

GPS?.

3. Crie perfis de clientes ideais


O preenchimento da frase e das listas ajuda a criar a primeira visão do
produto, mas os empreendedores ainda saberão pouco sobre o público-alvo
do MVP. Para melhorar isso, elabore até três perfis de pessoas que seriam
potenciais clientes. “Nós chamamos esses perfis de ‘personas’ e, além do
gênero e classe social, é interessante dar um nome a elas e descrever seus

desejos e gostos pessoais”, diz Caroli.

Depois que os perfis estiverem prontos, o consultor aconselha que os


empreendedores façam uma descrição completa de como seria um dia
inteiro dessas personas. “É como se a equipe fosse contar uma historinha
descrevendo o dia do cliente ideal, desde a hora que ele acorda até quando
vai dormir”, explica. Assim que a jornada diária estiver pronta, identifique os
momentos do dia em que a persona usaria o seu produto. A partir dessa
última atividade, começa a lapidação do produto.

4. Elimine os excessos

Todo MVP apresenta apenas um conjunto mínimo das funcionalidades


necessárias para validar uma ideia. Dessa forma, se nos passos anteriores a
equipe era incentivada a fazer sugestões sobre o produto, é chegada a hora
de cortar as propostas que não são essenciais. Caroli sugere que cada
membro da equipe coloque as funcionalidades em ordem cronológica de
criação, de acordo com a prioridade que elas teriam para o negócio. “Cada
um deve selecionar qual parte do produto acha que precisa ser feita
primeiro. A partir daí, os membros da equipe apresentam suas listas e todos
devem chegar a um consenso de quais são as funcionalidades que merecem

destaque para criar um produto mínimo viável”, diz.

5. Trace metas

Após a definição das características do produto e do público, a startup


escolhe quais serão os resultados que espera com o MVP no mercado. Isso
porque cada objetivo possui uma estratégia de produção e divulgação. Se o
MVP for um aplicativo, por exemplo, é preciso decidir o que se quer validar.
“A ideia é verificar quantas vezes por dia o programa será usado e o número
de usuários esperados no primeiro mês, por exemplo. Para cada alternativa,
existe uma estratégia e uma métrica que a equipe terá que encontrar”,

afirma.

Com os primeiros resultados em mãos, os empreendedores terão condições


de medir os custos e verificar se o produto é realmente uma boa ideia. “As
chances de um MVP indicar que a ideia de negócio não é boa são altas, mas
é justamente para isso que ele serve. O empreendedor deve se lembrar que
este é o momento de construir, testar e aprovar. Então, ele não pode ter
medo de errar. Uma ideia sempre parece maravilhosa no papel, mas só
quando ela estiver no mercado que teremos a validação, e isso sempre

precisa ser feito o mais rápido possível”, diz.

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