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Caxias do Sul
2013
LUIZ RAFAEL COELHO DA SILVA
Caxias do Sul
2013
Dedico este trabalho à minha
esposa Vanusa por ter me
acompanhado nesta jornada e ter
me incentivado a concluir o curso
de Engenharia Mecânica.
AGRADECIMENTOS
1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 13
1.1 OBJETIVO GERAL ................................................................................................... 15
1.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ..................................................................................... 15
1.3 ESTUDO DE CASO................................................................................................... 15
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ................................................................................ 17
2.1 SISTEMA DE FREIO ................................................................................................ 17
2.2 LONA DE FREIO ...................................................................................................... 19
2.2.1 Composição dos materiais de fricção...................................................................... 20
2.2.2 Processo de fabricação dos materiais de fricção.................................................... 21
2.2.3 Características do material de fricção .................................................................... 22
2.3 TAMBOR DE FREIO ................................................................................................ 22
2.4 FERRO FUNDIDO .................................................................................................... 24
2.4.1 Influência de elementos de liga no ferro fundido .................................................. 27
2.4.2 Ferro fundido cinzento............................................................................................. 28
2.4.3 Influência de temperaturas nas propriedades do ferro fundido cinzento ........... 29
3 MATERIAIS E MÉTODOS .................................................................................... 31
3.1 MATERIAIS UTILIZADOS NO TRABALHO ........................................................ 31
3.1.1 Lonas e tambor de freio ........................................................................................... 31
3.1.2 Dinamômetro inercial .............................................................................................. 33
3.2 MÉTODOS UTILIZADOS NO TRABALHO ........................................................... 35
3.2.1 Ensaios em dinamômetro. ........................................................................................ 35
3.2.2 Medição de rugosidade ............................................................................................ 35
3.2.3 Análise química......................................................................................................... 38
3.2.4 Metalografia .............................................................................................................. 39
3.2.5 Ensaio de dureza e microdureza ............................................................................. 40
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO ............................................................................. 42
4.1 ENSAIOS DO DINAMÔMETRO ............................................................................. 42
4.2 ANÁLISE DA COMPOSIÇÃO QUÍMICA ............................................................... 48
4.3 ANÁLISES DE RUGOSIDADE ................................................................................ 49
4.4 MEDIÇÕES DE DUREZA ........................................................................................ 51
4.5 ENSAIOS METALOGRÁFICO ................................................................................ 55
4.6 DISCUSSÃO GERAL DOS RESULTADOS ............................................................ 56
5 CONCLUSÃO .......................................................................................................... 58
6 PROPOSTAS DE ESTUDOS FUTUROS.............................................................. 60
REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 61
ANEXO A – NORMA SAE J431 (ESPECIFICAÇÃO DE DUREZA) ............................. 63
ANEXO B – NORMA SAE J431 (CONVERSÃO DE REFERÊNCIAS) ......................... 64
ANEXO C – NORMA SAE J431 (COMPOSIÇÃO QUÍMICA) ....................................... 65
ANEXO D – NORMA SAE J431 (TIPO DE MICROESTRUTURA)............................... 66
ANEXO E – NORMA SAE J431 (APLICAÇÃO FERRO FUNDIDO CINZENTO) ...... 67
ANEXO F – NORMA TP-204 ............................................................................................... 68
ANEXO G – NORMA TP-202............................................................................................... 69
ANEXO H – NORMA TP-212............................................................................................... 70
ANEXO I – PERFIL DE RUGOSIDADE TP-202 .............................................................. 71
ANEXO J – PERFIL DE RUGOSIDADE TP-204 .............................................................. 72
ANEXO K – PERFIL DE RUGOSIDADE TP-212 ............................................................. 73
ANEXO L – IMAGENS METALOGRAFICAS TAMBOR NOVO ................................. 74
ANEXO M – IMAGENS METALOGRAFICAS TAMBOR APÓS TP-202 .................... 75
ANEXO N – IMAGENS METALOGRAFICAS TAMBOR APÓS TP-204 ..................... 76
ANEXO O – IMAGENS METALOGRAFICAS TAMBOR APÓS TP-212 ..................... 77
13
1 INTRODUÇÃO
Com base nas análises realizadas neste trabalho, foi possível obter informações, que
poderão auxiliar na tomada de decisão quanto à viabilidade da reutilização do tambor de freio
para um segundo ensaio apresentando características da superfície de frenagem similares a de
um tambor novo.
15
Integrante das empresas Randon, a FRAS-LE S/A, foi fundada em 1954 e conta
atualmente com aproximadamente 2842 funcionários. Tem como atividade a produção de
materiais de fricção e busca constantemente a melhoria tecnológica e da qualidade de seus
produtos. Para isso, possui um avançado Centro de Pesquisa e Desenvolvimento composto
por laboratórios que realizam análises químicas e físicas dos materiais.
Os estudos que envolvem materiais de fricção requerem que sejam realizados
diversos tipos de testes e ensaios mecânicos no material, entre eles são realizados ensaios de
simulação da aplicação dos sistemas de freio em dinamômetros.
Os ensaios em dinamômetros têm a finalidade de simular o uso das lonas de freio de
forma similar ao que é realizado no veículo. Desta forma para realizar um ensaio em
dinamômetro é necessário dispor de todos os componentes que compõem o sistema de freio
de uma das rodas do veículo.
Durante o processo de frenagem, o par tribológico lonas e tambor sofrem desgastes e
deformações em níveis macroscópicos e microscópicos. A transformação em níveis
macroscópicos como nível de desgaste (mm) e perda de massa (g) se consegue detectar e
mensurar possibilitando a rejeição ou não do material.
16
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
De acordo com Serbino (2005), os veículos automotivos podem apresentar dois tipos
de sistema de freio classificados conforme a geometria, podendo ser, sistema de freio a disco
ou a tambor. O sistema de freio do tipo a tambor utiliza como rotor girante um tambor de
freio, combinado com dois patins com material de fricção que são acionados para exercer
pressão radial contra a superfície de contato do tambor para realizar a frenagem. O freio do
tipo a tambor pode ter acionamento hidráulico ou pneumático.
O freio a tambor com acionamento pneumático, possui uma câmara de ar que aciona
um eixo expansor “S”, que por sua vez transmite o movimento aos patins, pressionado o
material de fricção contra o tambor de freio. A Figura 4 apresenta um esquema do freio a
19
tambor com acionamento pneumático do tipo S-Cam e a Figura 5 uma foto real deste sistema
de freio para aplicação em caminhões.
Widmer (2002), fala que, a lona pode ser rebitada ou colada na sapata de freio de
modo que se mantenham solidaria durante sua vida útil. A Figura 6 mostra as lonas de freio
aplicadas em veículos comerciais.
Segundo Mackin (2002), o tambor de freio deve ter a capacidade de resistir à fadiga
termomecânica, proveniente da sua aplicação e do uso cíclico nas mais variadas condições.
Além disso, deve apresentar uma boa resistência mecânica, ser de fácil fundição e usinagem e
ser um material de baixo custo. O tambor de freio deve apresentar as seguintes características:
a) resistência mecânica: o tambor de freio recebe as forças mecânicas de
frenagem e converte a energia cinética do veículo em calor. A combinação
entre as forças de frenagens e energia térmica dissipada induzem ao tambor
altas tensões térmicas que produzem deformações que devem ser suportadas
durante a vida útil do tambor;
b) resistência ao desgaste: durante o processo de frenagem o tambor deve resistir
aos fenômenos de desgaste gerados pelo contato abrasivo das lonas de freio.
Deve apresentar uma durabilidade mínima mesmo quando submetido à alta
temperatura e alta velocidade;
c) usinabilidade: depois de fundidos, os tambores recebem processos de usinagem
para acabamentos e ajustes necessários. Desta forma o material deve apresentar
características que facilitem estes processos com a finalidade de aumentar a
produtividade aliado a baixo custo de produção;
d) capacidade de amortecimento: o material do tambor deve ter a capacidade de
absorver as vibrações decorrentes das variações de tensões internas. Esta
característica esta associada à propagação ou não de ruído de freio.
24
Segundo Chiaverini (2002), o ferro fundido pode ser definido como sendo as ligas de
ferro e carbono (Fe-C), com teor acima de 2,0% de carbono. Normalmente existe a presença
do silício com teores superior ao carbono podendo ser considerado uma liga ternária ferro,
carbono e silício (Fe-C-Si).
O ferro fundido se caracteriza por apresentar carbono livre na forma de veios lamelas
ou esferas de grafita.
Voort (2004) mostra, as variedades das formas da grafita podem ocorrer conforme a
Figura 8.
Chiaverini (2002) diz que, a grafita constituinte nos ferros fundido pode ser
classificada quanto o aspecto de forma ou morfologia e quanto ao tamanho que se apresentam
na microestrutura.
Quanto à forma são divididas em cinco tipos:
a) veios de grafita tipo A: Irregular e desorientada;
b) veios de grafita tipo B: Forma de roseta;
27
Chiaverini (2002) também diz que, quanto ao tamanho a grafita é dividida em oito
classes de tamanho que vai de um a oito. A classe de número 1 corresponde às dimensões
maiores de grafita e o número 8 dimensões menores.
mecânica pode ser melhorada com adição de elementos como o cobre e o vanádio, a
condutividade térmica pode ser modificada com a adição de cromo ou com a redução de
silício, adição de titânio causa alterações do coeficiente de atrito do material e a resistência ao
desgaste pode ser melhorada com adição de cromo.
Guesser (2009) mostra que, existe uma vasta aplicação de peças de ferro fundido
empregadas em situações que submetem a altas temperaturas, o tambor de freio é um
exemplo.
O tambor de freio em sua aplicação é submetido à fadiga térmica em função dos
aquecimentos e resfriamentos brusco que podem causar oxidações e alterações de
microestrutura, e também submetido a fadigas termomecânicas na qual estão associadas
variações de temperatura, tensões e vibrações.
Conforme Guesser (2009), o fenômeno de oxidação no ferro fundido cinzento pode
ocorrer externa e internamente, formando camadas de óxidos ao lado das lamelas de grafita. A
oxidação ocorre lentamente a baixas temperaturas, vindo acentuar-se a parir de 450°C, ao
passar de 500°C a velocidade de oxidação duplica e quadruplica acima dos 550°C, quando
acima dos 650°C a velocidade de oxidação já é 8 vezes maior que a 550°C.
Brezolin (2007) relata que, as fadigas termomecânicas, solicitações de fadiga térmica
associada a carregamentos e dependendo do tempo e das condições de ciclagem normalmente
implicam na geração tensões residuais pontuais na superfície de frenagem que promovem o
surgimento e a propagação de trincas no tambor. Antes do surgimento das trincas, as tensões
residuais inicialmente formam pontos escuros (manchas térmicas) conhecidos também por hot
spot (pontos quente), ocasionados as altas temperaturas acima dos 700°C, podendo ocorrer
transformações de fase do material passando de perlítico para martensítico, elevando a dureza
superficial na região atingida.
Segundo Brezolin (2007), as irregularidades microscópicas das superfícies em
contato dos materiais de fricção (lonas de freio) e do tambor, em um determinado instante no
tempo apresentam áreas mínimas de contato, que momentaneamente a temperatura nestas
30
3 MATERIAIS E MÉTODOS
O tipo de material de atrito da lona de freio teve um papel irrelevante neste estudo,
contudo, foram utilizadas lonas de freio da referência 4707 produzidas de uma mesma
formulação retirados do mesmo lote de fabricação. Desta forma se evitou criar esta variável
que pudessem perturbar a análise dos resultados finais, com isso, os resultados foram
analisados em função dos procedimentos de ensaio realizados.
Os tambores de freio utilizados no estudo são os tambores Dayton oriundos da
Meritor Estados Unidos, com dimensão de 16,5 x 7 polegadas, medida que corresponde ao
diâmetro interno e largura da pista de frenagem respectivamente. A Figura 14 mostra uma
foto do tambor utilizado.
matemáticos que resultam em um valor numérico. Desta forma quando se mede um perfil de
uma determinada superfície, deve ser escolhido um parâmetro que melhor representa o que se
deseja obter de uma análise de rugosidade.
O parâmetro de rugosidade mais usual é o parâmetro Ra, que é utilizado para realizar
controle em linhas de produção, em superfícies que apresentam sulcos de usinagem em tornos
ou fresas.
O parâmetro Ra é denominado como rugosidade média, é definida como o desvio
médio de um perfil de sua linha média conforme a Figura 19.
3.2.4 Metalografia
Foram utilizadas três corpos de prova de cada tambor de freio para realizar as análise
metalográficas.
As análises metalográficas foram realizadas no LAMET, Laboratório de
Metalografia da Universidade de Caxias do Sul. O equipamento utilizado foi o microscópio
ZEISS Observe D1m e a câmara ZEISS Axi00 Cam MRCS.
As amostras foram preparadas e montadas, procedendo-se o ensaio segundo
procedimento interno LAMET PE 001 Rev. 01, em atendimento a norma NBR NM ISO
6507-1/08.
Segundo Souza (1982), o ensaio de dureza é muito utilizado na indústria, por ser um
ensaio não destrutivo de fácil execução e de baixo custo. Muito utilizado no controle de
qualidade, análise de tratamentos térmicos e uniformidade dos materiais.
A dureza dos materiais esta associado à resistência à penetração ou à deformação
permanente da superfície. Os métodos de ensaios de dureza mais utilizados são conhecidos
por Ensaio de Dureza Brinell, Rockwell e Vickers, sendo que as principais diferenças entre os
ensaios refere-se à geometria e forma do penetrador, a carga aplicada no ensaio e ao material
do qual é construído o penetrador.
Souza (1982) diz que, o método de dureza Brinell por apresentar uma maior área de
impressão é o mais indicado para materiais que não apresentam uniformidade na sua
microestrutura como os ferros fundidos.
O ensaio de microdureza se refere a endentações provocadas por cargas menores que
1kgf, com instrumentos de precisão mais elevada, porém, requer um acabamento
metalográfico mais apurado na superfície a ser medida. O método de dureza Vickers é o mais
indicado para realizar medições de microdureza, sendo considerado um método de pesquisa.
Junior (2005) diz que, os valores de dureza de um método podem ser correlacionados
para outros métodos conforme tabelas de conversões. Para realizar as conversões deve-se ter
atenção, pois, pode gerar erros grosseiros. Ver em Anexo F a tabela de conversões de dureza.
Foram utilizados os mesmos 3 corpos de prova usados nas análises metalográficas
retirados de cada tambor de freio.
41
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
Procedimento TP-204
230
200
Temperatura [ °C ]
170
140
110
80
50
1 41 81 121 161 201 241 281 321 361 401 441 481 521 561
Número de Frenagens
Procedimento TP-202
sistema de freio aqueceu até atingir o nível de temperatura de 177°C na lona de freio, quando
a temperatura ultrapassou este nível o dinamômetro esperou a temperatura chegar a 177°C
para realizar a frenagem seguinte. As frenagens de assentamento foram realizadas buscando
uma desaceleração constante de 3 m/s².
O segundo ciclo de assentamento ocorreu da mesma forma que o primeiro, porém, a
temperatura limite foi 260°C na lona de freio depois que o freio aqueceu para realizar a
frenagem seguinte.
A etapa de performance I, realizou sete frenagens com velocidade de 22,4 m/s até
zero, com pressões constante e incrementada a cada frenagem, os níveis de pressão conforme
Tabela 3, a temperatura inicial da frenagem de 93°C controlada na lona de freio.
A etapa de descida de serra realizou 10 frenagens simulando um declive, as
frenagens ocorreram com intervalos de tempo constante de 72 segundos entre elas.
A etapa parada quente realizou uma frenagem com o sistema de freio superaquecido
com velocidade de 8,9 m/s até zero buscando uma desaceleração constante de 4,27m/s².
Na etapa de recuperação foram realizadas 20 frenagens com velocidade de 13,4 m/s
até zero buscando uma desaceleração constante de 3,66m/s², as frenagens ocorreram com
intervalo de tempo entre elas de 120 segundos.
A etapa de estabilização realizou 100 frenagens com velocidade de 13,4 m/s até zero
buscando uma desaceleração constante de 3 m/s², a temperatura inicial de frenagens foi 93°C.
As etapas de performance II, III e IV, realizaram 11 frenagens cada uma com níveis
de pressão constante conforme Tabela 3, a temperatura inicial da frenagem de 93°C
controlada na lona de freio. O ciclo II realizou as frenagens com velocidade de 8,9 m/s até
zero, o ciclo III realizou as frenagens com velocidade de 22,4 m/s e o ciclo IV realizou as
frenagens com velocidade de 26,8 m/s até zero.
Conforme verificado no gráfico da Figura 26, que mostra o perfil de temperatura do
tambor de freio durante todo o ensaio TP-202 as maiores temperaturas registradas
aconteceram na segunda etapa de assentamento no qual a temperatura máxima registrada foi
367°C, e no fim do ciclo de frenagens que simulam uma descida de serra que atingiu a
máxima de 361°C. O ensaio TP-202 realizou aproximadamente 650 frenagens no total.
46
350
300
Temperatura [ °C ]
250
200
150
100
50
1
21
41
61
81
201
421
641
101
121
141
161
181
221
241
261
281
301
321
341
361
381
401
441
461
481
501
521
541
561
581
601
621
Número de Frenagens
Tambor Inicial Tambor Final Lona Inicial Controle
Fonte: Ensaio de dinamômetro (2013)
A etapa de performance inicial realizou cinco frenagens com velocidade de 22,4 m/s
até zero, com pressões constante e incrementada a cada frenagem conforme Tabela 4, a
temperatura inicial da frenagem de 93°C controlada no tambor de freio.
A etapa de assentamento realizou 200 frenagens com velocidade de 17,9 m/s até zero
buscando uma desaceleração constante de 0,91 m/s², a temperatura inicial de frenagem foi de
177°C controlada no tambor de freio.
A etapa de performance realizou as frenagens nas mesmas condições da etapa de
performance inicial.
Cada etapa de desgaste realizou 1000 frenagens com velocidade de 17,9 m/s até zero
buscando um nível de desaceleração constante de 0,91 m/s², ver Tabela 4 a temperatura de
frenagem em cada etapa de desgaste.
Após cada etapa de desgaste foi realizado 10 frenagens de performance com pressões
constante e incrementada a cada frenagem, ver níveis de pressão na Tabela 4, estas frenagens
ocorreram com a mesma temperatura na qual foi realizado a etapa de desgaste anterior. ao
final de cada etapa de desgaste seguido da etapa de performance o freio é resfriado até a
temperatura ambiente para realizar as medições do desgaste no tambor e nas lonas de freio.
O gráfico da Figura 27 mostra o perfil de temperatura do ensaio TP-212, que realizou
aproximadamente 5400 frenagens e a temperatura máxima atingida nos ciclos de desgaste foi
de 373°C e nos ciclos das eficiências foi de 433°C.
400
350
Temperatura [ °C ]
300
250
200
150
100
Número de Frenagens
Tambor Inicial Tambor Final
Fonte: Ensaio de dinamômetro (2013)
48
2.6 TP-202
2.4 TP-204
2.2
2.0 TP-212
1.8
1.6
1.4
1.2
1.0
0.8
0.6
0.4
0.2
0.0
C Si Mn Cr P S Cu Sn C
Componentes Químico
Fonte: Lab. Metalúrgico empresa FARINA (2013)
3.50
3.00
Inicial TP-202
2.50 Inicial TP-204
Ra [ um ]
Inicial TP-212
2.00
Final TP-202
1.50 Final TP-204
Final TP-212
1.00
0.50
0.00
0 1 2 3
Amostras de Tambores de Freio
Fonte: Lab. Físico FRAS-LE (2013)
Pela análise das rugosidades, é observado que os tambores de freio quando novos
apresentam uma homogeneidade de rugosidade superficial no parâmetro Ra, a variação dos
seis pontos medidos em cada tambor de freio se apresentou de forma satisfatória. Isto indica a
qualidade do processo de usinagem na fabricação destes tambores.
Nos Anexos I, J e K são visualizados os perfis das rugosidades, são notáveis e bem
característica a marca deixada pela ferramenta de usinagem, deixando um perfil uniforme de
aspereza na superfície de frenagem dos tambores de freio.
Os valores encontrados após ensaio mostraram que a homogeneidade entre os valores
de rugosidade na superfície de frenagem de cada tambor de freio foi mantida. Apresentaram
valores mais baixos em função do processo de frenagem que remove as asperezas da
superfície, aumentando o contato entre lonas e tambor.
A Tabela 9 mostra os valores de microdureza Vickers dos cinco pontos medidos nas
amostras do tambor na condição de NOVO.
52
Dz: HV 0,3
Amostra Tambor NOVO
Distância (mm)
A B C Média1 Desvio Pad. 1
Desvio Pad. 2 29 31 34 - -
Fonte: LAMET (2013)
A Tabela 10 mostra os valores de microdureza Vickers dos cinco pontos medidos das
amostras do tambor na condição após ensaio TP-202.
Desvio Pad. 2 32 36 36 - -
Fonte: LAMET (2013)
A Tabela 11 mostra os valores de microdureza Vickers medida dos cinco pontos das
amostras do tambor na condição após ensaio TP-204.
53
Desvio Pad. 2 36 17 39 - -
Fonte: LAMET (2013)
A Tabela 12 mostra os valores de microdureza Vickers medida dos cinco pontos das
amostras do tambor na condição após ensaio TP-212.
Dz: HV 0,3
Amostra Tambor TP-212
Distância (mm)
A B C Média1 Desvio Pad. 1
700
600 Novo
Microdureza [ HV ]
500 TP-202
TP-204
400
TP-212
300
200
100
0
0,03 0,05 0,1 0,2 0,5
550
500 Novo
Microdureza [ HV ]
TP-202
450
400 TP-204
350 TP-212
300
250
200
0,03 0,05 0,1 0,2 0,5
75 um 185 um
Fonte: Amostra A (200x) do tambor após TP-212 Fonte: Amostra B (200x) do tambor após TP-212
5 CONCLUSÃO
rugosidade utilizado para este controle é o Ra, e a faixa de valor estabelecido para rugosidade
após usinagem deve ser entre 2,30 um e 3,40 um.
Deve ser observado e respeitado as dimensões máximas do diâmetro do tambor de
freio, o fabricante estabelece que o máximo diâmetro seja 16,62 polegadas ou 422,15
milímetros, ou seja, o diâmetro nominal do tambor é 16,5 polegadas ou 419,1 milímetros, a
profundidade da usinagem não deve ser superior a 1,52 milímetros. Enquanto o diâmetro
máximo não for atingido, é possível recuperar a superfície de frenagem do tambor de freio.
Se for julgado necessário ainda é possível aplicar um fator de segurança, removendo
uma espessura maior de material do tambor na usinagem, considerando a variabilidade da
camada que sofreu as transformações.
Com a possibilidade de recuperação dos tambores de freio, é possível reduzir os
custos de importação dos mesmos, diminuir o estoque interno de tambores.
60
REFERÊNCIAS
MACKIN, T. J.; NOE, S. C.; BALL, K. J. Thermal cracking in disc brakes. Paper
Engineering Failure Analysis 9. USA: 2002.
POMPON, J. P. The Brake Disc Manual. Publicação Brembo. São Paulo: 1997.
STEINER, R. ASM Handbook V. 1 Properties and Selection: Irons Steels and High
Performance Alloys. 10. ed. ASM International, 1990.
Procedimento TP-204
Controle da frenagem Velocidade Temperatura
Número de
Etapa
Frenagens Decel Inicial Final
Pressão [KPa] [°C]
[m/s²] [m/s] [m/s]
Procedimento TP-202
Procedimento TP-212
Performance Pós
10 138, 276, 414, 552, 689 - 22,4 0,0 121
Desgaste I
Performance Pós
10 138, 276, 414, 552, 689 - 22,4 0,0 177
Desgaste II
Performance Pós
10 138, 276, 414, 552, 689 - 22,4 0,0 232
Desgaste III
Performance Pós
10 138, 276, 414, 552, 689 - 22,4 0,0 288
Desgaste IV
Performance Pós
10 138, 276, 414, 552, 689 - 22,4 0,0 343
Desgaste V
Fonte: Norma TP-212 (1995)
71
Fonte: Perfil de rugosidade tambor novo antes de rodar o procedimento TP-202 (2013)
Fonte: Perfil de rugosidade tambor usado após ensaio procedimento TP-202 (2013)
72
Fonte: Perfil de rugosidade tambor novo antes de rodar o procedimento TP-204 (2013)
Fonte: Perfil de rugosidade tambor usado após ensaio procedimento TP-204 (2013)
73
Fonte: Perfil de rugosidade tambor novo antes de rodar o procedimento TP-212 (2013)
Fonte: Perfil de rugosidade tambor usado após ensaio procedimento TP-212 (2013)
74