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Exploração das atividades prático-laboratoriais

AL Atividade Laboratorial 3.2


Comprimento de onda e difração

Objetivo geral: Investigar o fenómeno da difração e determinar o comprimento de onda da luz de um laser.

Metas transversais
Aprendizagem do tipo processual:

 Identificar material e equipamento de laboratório e manuseá-lo corretamente, respeitando


regras de segurança e instruções recebidas.
 Adotar as medidas de proteção adequadas a operações laboratoriais, com base em
informação de segurança e instruções.
 Construir uma montagem laboratorial a partir de um esquema ou de uma descrição.
 Operacionalizar o controlo de uma variável.
 Identificar aparelhos de medida, analógicos e digitais, o seu intervalo de funcionamento e a
respetiva incerteza de leitura.
 Efetuar medições utilizando material de laboratório analógico, digital ou de aquisição automática de dados.

Aprendizagem do tipo conceptual:

 Identificar o objetivo de um trabalho prático.


 Identificar o referencial teórico no qual se baseia o procedimento utilizado num trabalho
prático, incluindo regras de segurança específicas.
 Interpretar e seguir um protocolo.
 Utilizar regras de contagem de algarismos significativos.
 Indicar a medida de uma grandeza numa única medição direta, atendendo à incerteza
experimental associada à leitura no aparelho de medida.
 Determinar o erro percentual associado a um resultado experimental quando há um valor de referência.
 Associar a exatidão de um resultado à maior ou menor proximidade a um valor de referência e
aos erros sistemáticos, relacionando-a com o erro percentual.
 Avaliar a credibilidade de um resultado experimental, confrontando-o com previsões do modelo
teórico, e discutir os seus limites de validade.
 Elaborar um relatório, ou síntese, sobre uma atividade prática, em formatos diversos.

Metas específicas
 Identificar o fenómeno da difração a partir da observação das variações de forma da zona
iluminada de um alvo com luz de um laser, relacionando-as com a dimensão da fenda por onde
passa a luz.
 Concluir que os pontos luminosos observados resultam da difração e aparecem mais
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espaçados se se aumentar o número de fendas por unidade de comprimento.


 Determinar o comprimento de onda da luz do laser.
 Justificar o uso de redes de difração em espetroscopia, por exemplo na identificação de
elementos químicos, com base na dispersão da luz policromática que elas originam.
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Sugestão de respostas às questões pré-laboratoriais


1 Por que razão quando se faz incidir um feixe laser numa fenda ou orifício muito estreito, o que se
observa num alvo não é apenas uma mancha luminosa?
Porque ocorre o fenómeno da difração.

2 O que acontece se a largura da fenda for muito maior do que o comprimento de onda da luz incidente?
Neste caso, a difração é pequena, as frentes de onda curvam ligeiramente nas extremidades.

3 O que acontece quando se usa uma fenda estreita mas de abertura variável e se faz diminuir essa largura?
Quando a largura da fenda diminui, a região central mais iluminada observada no alvo fica mais larga.

4 O que acontece quando o feixe laser incide perpendicularmente a duas fendas muito finas, à distância d?
Observa-se no alvo uma sucessão alternada de franjas luminosas e escuras.

5 O que acontece quando o número N de fendas, à mesma distância d entre si, aumenta?
Entre os máximos principais, correspondentes a maior intensidade luminosa, ocorrem máximos de
menor intensidade luminosa (máximos secundários).

6 Se comparar os padrões de difração de um feixe laser obtidos com duas redes de difração diferentes,
uma com 40 linhas por milímetro e outra com 400 linhas por milímetro, em qual das situações espera
obter uma maior distância entre as franjas luminosas observadas no alvo?
D
No segundo caso, a distância d entre linhas é menor. Como x  , a distância x entre máximos
d
consecutivos é maior, neste caso.

7 O que acontece à distância Dx entre máximos consecutivos quando o comprimento de onda, l, aumenta?
D
Uma vez que x  , se  '   então x '  x .
d

Registos efetuados
 Número de linhas por unidade de comprimento da rede de difração: 300 linhas/mm

Instrumentos Incerteza absoluta


Alcance
de medida de leitura

Fita métrica 200 cm ± 0,5 mm


Régua 50 cm ± 0,5 mm

 Comprimento de onda indicado na fonte de luz laser: 660 a 680 nm

D / cm Δx / cm
174,00 34,50
155,50 32,30
144,70 30,00
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133,40 27,50
118,20 24,50
110,30 23,00
102,20 21,20
Exploração das atividades prático-laboratoriais

Exploração dos resultados

Cálculo do comprimento de onda:


1 1
d mm  d   103 m  d  3, 3  106 m
300 300
tan   declive  tan   0,1911  sin   0,1877
Para n  1, será :   d sin 
  3, 33  106  0,1877    6, 25  107 m  625 nm
Cálculo do erro percentual:
indicado na fonte  670  10 nm
v  exp 670  625
r   100   r   100   r  6, 7%
v 670
  625 nm  7%

Análise de resultados
Com o equipamento utilizado e uma correta utilização do mesmo, é possível atingir as metas
propostas para esta atividade.
O valor experimental obtido para o comprimento de onda da luz laser utilizada apresenta um
erro percentual aceitável relativamente ao valor indicado na fonte de luz laser.
Nesta atividade, as causas de erro poderão estar associadas à falta de cuidado na montagem (feixe de
luz na horizontal e perpendicular ao plano das fendas no anteparo), o que é, no entanto, minimizado
pelo recurso ao banco de ótica.
Mas são principalmente os erros na medição da distância entre máximos de intensidade luminosa
que limitam a precisão do resultado; se, em vez do alvo, for utilizada, por exemplo, a parede da sala,
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aumentam-se os valores de D e, consequentemente, os valores de Δx, que podem então ser medidos com
menor erro experimental.
É de notar que a aproximação tan  ≈ sin  só é válida para ângulos pequenos, o que acontece para  d

(se não for o caso, deve determinar-se a tan , calcular o ângulo  e aplicar depois a relação sin   n ).
d
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Sugestão de respostas às questões pós-laboratoriais


1 Da observação do padrão de difração obtido com uma fenda de abertura variável, o que pode concluir
sobre a forma como varia a largura da região central iluminada no alvo à medida que se vai fechando a
fenda?
Quando a largura da fenda, a, diminui, a região central iluminada no alvo fica mais larga.

2 Da observação dos padrões de difração obtidos com fendas múltiplas, como compara estes
padrões à medida que o número N de fendas aumenta?
Entre os máximos de intensidade luminosa ocorrem outros máximos de menor intensidade. A posição
dos máximos principais não depende do número de fendas, mas quanto maior for esse número, mais
intensos e estreitos são os máximos principais.

3 Como procedeu para determinar, com recurso a uma rede de difração, o comprimento de onda da luz laser
utilizada?
A partir do gráfico, o comprimento de onda calcula-se efetuando o produto do declive da reta (Δx em
função de D) pela distância, d, entre fendas.

4 Se fosse utilizada uma rede de difração com menos fendas por unidade de comprimento (por exemplo, com
40 linhas/mm), a distância entre os máximos de intensidade luminosa, para uma mesma distância ao
alvo, seria maior ou menor do que na experiência realizada?
Sendo menor o número de fendas por unidade de comprimento, a distância d entre fendas é maior.
D
Assim, e uma vez que x  , para os mesmos  e D, quanto maior for d, menor é Δx.
d

5 Ao realizar a experiência com uma rede de difração com 40 linhas/mm, o erro experimental
na determinação do comprimento de onda seria maior ou menor do que o obtido?
Sendo Δx menor, a incerteza relativa na medida de Δx é maior, bem como no declive da reta.
Portanto, o erro experimental na determinação do comprimento de onda seria maior.

6 Se, em vez de luz laser, for utilizada luz LED (por exemplo, com LED vermelho, verde e azul), como
espera que seja o padrão de difração obtido com uma rede de difração?
A distância Δx entre pontos luminosos no alvo depende do comprimento de onda. Ocorre, portanto,
uma dispersão do feixe de luz policromática, sendo a distância entre os pontos luminosos vermelhos
diferente da distância entre os pontos luminosos verdes ou azuis.

Algumas considerações:
Como sugestão alternativa à execução deste protocolo propomos a realização de duas atividades
saídas nas Olimpíadas Regionais de Física da autoria da Sociedade Portuguesa de Física, entidade
responsável pela organização anual deste evento, que se encontram disponíveis no Dossiê do
EF11-CLAB©Porto Editora

Professor.
Poderá ainda recorrer ao software digital WebTop, obtido na Internet gratuitamente desde que para
fins pedagógicos, neste endereço: http://webtop.msstate.edu/. Trata-se de um excelente sistema de
computação gráfica tridimensional interativo sobre ondas e ótica, da Mississippi State University,
bastante acessível e cuja exploração se enquadra no âmbito desta atividade.

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