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Considerando que o Imposto de Renda das Pessoas Jurídicas (IRPJ) e a Contribuição

Social sobre o Lucro Líquido (CSLL)incidem, ambas, sobre o “Lucro Fiscal”, aponte
as três formas básicas, à disposição das empresas, para a apuração periódica
(Trimestral ou Anual) do “Lucro Fiscal, informando as restrições existentes para uso
de alguma das formas, em função da atividade ou da Receita Bruta da empresa”.

As três modalidades para apuração do Lucro Fiscal são os regimes conhecidos como Lucro Real,
Lucro Presumido e Lucro Arbitrado. No regime do Lucro Real a apuração do resultado se dá a partir
do lucro contábil da empresa e há obrigatoriedade na utilização desse regime para determinadas
empresas, conforme determina o Art. 246 do Decreto n. 3.000/99 (Regulamento do Imposto de
Renda), tais como cuja receita do ano-calendário anterior supere o limite de R$ 78 milhões
(Conforme Lei 12.814/2013) ou cujas atividades sejam de bancos comerciais, bancos de
investimentos, bancos de desenvolvimento, caixas econômicas, sociedades de crédito, dentre
outras.

O regime de apuração pelo Lucro Presumido é uma modalidade mais simples de apuração do IRPJ e
da CSLL que consiste na aplicação de determinados percentuais de presunção de lucro sobre a base
de cálculo – que será a receita bruta auferida pela empresa. Como limite para opção tem-se que as
empresas optantes devem ter auferido receita no ano-calendário anterior inferior a R$ 78 milhões,
bem como não exerçam quaisquer das atividades em que haja disposição que a obrigue a optar pelo
Lucro Real.

O terceiro sistema de apuração é o Lucro Arbitrado, em que o Contribuinte estaria obrigado a


adoção do regime do Lucro Real, porém não manteve uma escrituração contábil capaz de satisfazer
os requisitos da legislação fiscal. Pode haver arbitramento do lucro para casos de opção indevida
pelo Lucro Presumido, em virtude de inexistência da escrituração do Livro-caixa. Nesse sistema,
serão aplicados percentuais pré-determinados arbitrando o lucro de forma, geralmente, mais
onerosa.

Destaca-se que existe, ainda, um regime específico para micro e pequenas empresas. O Simples
Nacional é um regime de apuração unificado que, além de ser restrito para determinadas atividades,
possui um limite de receita-bruta no ano calendário anterior de R$ 4,8 milhões.

Considerando que as empresas obrigadas à apuração do “Lucro Fiscal”, a partir do


Lucro Líquido Contábil, poderão optar por apurar a base de cálculo, anualmente, e não
trimestralmente, como é a regra, qual a contrapartida que se exige para tal opção?

A contrapartida para a opção pelo recolhimento anual no regime de apuração do Lucro Real é que
este exige recolhimentos mensais antecipados em bases estimadas. Dessa forma, haverá apuração
e recolhimento mensal do IRPJ e da CSLL através da aplicação de percentuais específicos sobre as
receitas da empresa. Há a possibilidade de as empresas optarem pelo cálculo do lucro real mensal
e recolherem o menor valor entre os dois – a partir do levantamento de balancetes de redução e
suspensão - no entanto, existem determinadas exigências veiculadas no art. 230 do RIR/99.
Considerando que o Lucro Líquido Contábil é o ponto de partida, para a apuração do
“Lucro Fiscal”, pelas empresas não optantes pelo Lucro Presumido ou pelo Simples
Federal, indaga-se:

a) Todos os custos e despesas contabilizadas pela empresa, apoiados em


comprovantes hábeis e idôneos, excetos os listados como indedutíveis pelas Leis,
são aceitos pelo fisco como redutores do Lucro Contábil, na apuração do “Lucro
Fiscal”?

Não, nem todos os custos e despesas contabilizados pelas empresas são dedutíveis, ainda que
apoiados em comprovantes hábeis e idôneos.

b) Caso seja negativa a resposta da pergunta anterior, quais as condições, para que um
custo ou despesa seja considerado dedutível, na apuração do “Lucro Fiscal”?

Para que as despesas sejam dedutíveis na apuração do IRPJ e da CSLL, é necessário que atendam
aos requisitos do art. 299 do RIR/99. Além disso, determinadas despesas que são consideradas como
Adições Definitivas pelo Fisco não poderão ser deduzidas, ainda que em momentos posteriores.
Para averiguar a dedutibilidade de uma despesa, devem estar presentes, cumulativamente, os
seguintes requisitos:

I – Despesas devem ser necessárias;


II – Despesas devem ser comprovadas e escrituradas;
III – Despesas devem ser debitadas no período-base competente;
IV- Despesas não devem ser computadas nos custos (estoque).

Para uma indústria que não tenha Contabilidade de Custos, integrada e coordenada
com o restante da escrituração, quais as alternativas disponíveis, para a avaliação dos
estoques de produtos acabados ou em fabricação existentes, fisicamente, ao final do
período de apuração do imposto? Qual a influência no resultado do período do valor
atribuído aos estoques finais?

A coordenação e integração dos custos com o restante da escrituração da empresa é requisito legal
constante no Art. 14, § 1º do Decreto-Lei 1.598/77.

O parágrafo terceiro do mesmo dispositivo estabelece como deverão ser avaliados os estoques no
caso de não haver Contabilidade de Custos estruturada, sendo disposto o seguinte

Art 14 - O custo das mercadorias revendidas e das matérias-primas utilizadas


será determinado com base em registro permanente de estoques ou no valor dos
estoques existentes, de acordo com o livro de inventário, no fim do período.
§ 1º - O contribuinte que mantiver sistema de contabilidade de custo integrado e
coordenado com o restante da escrituração poderá utilizar os custos apurados
para avaliação dos estoques de produtos em fabricação e acabados.

[...]

§ 3º - Se a escrituração do contribuinte não satisfizer às condições do § 1º, os


estoques deverão ser avaliados:

a) os de materiais em processamento, por uma vez e meia o maior custo das


matérias-primas adquiridas no período-base, ou em 80% do valor dos produtos
acabados, determinado de acordo com a alínea b ;

b) os dos produtos acabados, em 70% do maior preço de venda no período-base.

A correta apuração dos estoques finais de cada período permite o cálculo do Custo das Mercadorias
Vendidas (CMV) corretamente, o que impacta reduzindo a apuração de IRPJ e CSLL.

Considerando as novas Normas Brasileiras de Contabilidade, que refletem os


Pronunciamentos, Interpretações e Orientações do Comitê de Pronunciamentos
Contábeis (CPC) e a Lei Fiscal, notadamente o Decreto-lei nº 1.598/77 e a Lei nº
12.973/2014, identifique os procedimentos que afetam, diretamente, o Lucro Líquido
Contábil da empresa (contrapartida a custos ou despesas) e discorra sobre o
tratamento fiscal dado a cada um deles.

O Lucro Líquido Contábil, demonstrado através do Demonstrativo de Resultado do


Exercício (DRE) deve apresentar os seguintes procedimentos.

- A receita bruta das vendas de mercadorias e de serviços, deduzidos os abatimentos e os


impostos.

A receita líquida das vendas de mercadorias de se serviços e os seus custos, que resultam
no lucro bruto;

- As despesas com vendas, financeiras, gerais e administrativas;

- o lucro ou o prejuízo operacional com o resultado do exercício antes do IR e sua provisão;

O lucro líquido do exercício

De que forma as Aplicações de Capital (investimentos produtivos) podem reduzir o resultado


tributável de uma empresa? Quais as regras básicas da legislação fiscal, que são aplicáveis ao
tema?
Os investimentos produtivos podem reduzir o resultado tributável de diversas formas, a depender
da forma que for realizado o investimento.

Se realizado em um bem de capital produtivo a ser incorporado no ativo permanente da empresa,


poderá haver redução da base tributável pela dedução dos valores referentes à depreciação,
conforme Art. 305 e seguintes do RIR/99.

No caso de investimentos através da compra de outras empresas, haverá a exclusão do resultado


tributável do resultado positivo da equivalência patrimonial, conforme Art. 389 do RIR/99.

A legislação tributária permite, ainda que com limites, a compensação dos prejuízos
fiscais, havidos em períodos anteriores com o lucro do período atual. Não obstante, a
mesma legislação veda a compensação de prejuízos da sucedida pela sucessora, nos
casos de fusão, cisão e incorporação. Tendo em mente essa premissa, analise o
Planejamento Tributário objeto do julgado do CARF, em Anexo (Incorporação às
Avessas) e dê sua opinião sobre o procedimento do contribuinte e sobre o resultado do
julgamento.

A compensação do prejuízo fiscal está regrada no Art. 15 da Lei 9065/95 e no Art. 250 do
RIR/99. A vedação do enunciado se encontra no Art. 33 do Decreto-Lei 2341/87 e no Art.
514 do RIR/99.

Como se vê, no entanto, não há vedação para que, caso a empresa na qual esteja registrado
o prejuízo fiscal realize a incorporação da empresa lucrativa.

Pelo princípio da legalidade tributária, portanto, seria plenamente legal o procedimento do


acórdão em comento. Ocorre que o órgão julgado aplica, de forma indiscriminada, a regra
geral antielisiva contida no parágrafo único do art. 116 do Código Tributário Nacional -
CTN para desconsiderar ato por ela tido como simulação, arguindo uma suposta
necessidade de propósito negocial.

Ponto importante é que não há, em qualquer dispositivo legal, requisito sobre dito propósito
negocial, senão a convicção do fisco. O resultado do julgamento não poderia ter sido mais
prejudicial a todos os contribuintes que realizam operações com o intuito de reduzir sua
carga tributária.

A legislação tributária brasileira permite, tão somente, a desconsideração de negócios que


envolvam fraude ou simulação, conceitos advindos do direito civil, conforme art. 149 do
CTN. Ocorre que, para tanto, seria necessário demonstrar a simulação da operação, o que,
para o presente autor, não ocorreu no caso em tela.
Quando os sócios de uma empresa resolvem vendê-la, o ganho de capital obtido com a
venda das cotas (Valor de Venda menos Custo histórico das cotas registrado na
Declaração do sócio ou na contabilidade da investidora) é tributado pelo Imposto
sobre a Renda. Considerando que a fixação do preço de venda, sempre leva em conta
a rentabilidade futura do investimento, analise o Planejamento Tributário objeto do
julgado do CARF em Anexo (Casa-Separa) e dê a sua opinião sobre o procedimento
do contribuinte e sobre o resultado do julgamento.

O caso em comento também trata-se da desconsideração de negócios jurídicos pelo Fisco com fulcro
no parágrafo único do art. 116 do CTN. No entanto, no caso em tela, fica patente a simulação do
negócio, que, em verdade, só se transveste de nova empresa para efetivamente disfarçar uma
aquisição de ativo.

Dessa forma, ao contrário do caso anterior, no qual a operação que se realizou era efetivamente a
que desejara realizar e que, no entanto, tinha apenas o viés fiscal, no presente caso as operações
realizadas tinham intenção de disfarçar a real intenção das partes, que era realizar a compra e venda
de ativos. Dessa forma, patente a ilegalidade em virtude da ocorrência de simulação.

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