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Vazoesmaximas PDF
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9.1 Introdução
Q = C ⋅I⋅ A (1)
distante da seção de controle passe por ela. Assim, garante-se a participação de toda
a área de drenagem da bacia e a situação crítica de vazão máxima.
O cálculo do tempo de concentração pode ser realizado por meio de várias
fórmulas. A seguir apresentam-se algumas delas:
- Equação de Kirpich
tc = 57 ⋅ L1,155 ⋅ H −0,385 (3)
- Equação de Picking
1
L2 3
tc = 51,79 (5)
S0
- Equação de Giandotti
4 ⋅ A + 1,5 ⋅ L
tc = (6)
0,80 ⋅ H
Equação de Manning:
1
V= ⋅ R h 2 3 ⋅ I1 2 (9)
n
Em que n é o coeficiente de rugosidade de Manning, Rh é o raio hidráulico e I é
a declividade do canal ou trecho (m/m). Rh deve ser obtido dividindo-se a área
molhada pelo perímetro molhado do canal.
- Equação de Dodge
Esta equação pode ser aplicada a bacias rurais de grande porte, com área
variando de 140 a 930 km2.
447 ⋅ (L ⋅ n)0,60
tc = (11)
i 0,4 ⋅ S 0,3
Neste caso, tc está em minutos; L é o comprimento do talvegue (km), n é o
coeficiente de rugosidade de Manning, S é a declividade da superfície (m/m) e i é a
chuva intensa, em mm/h, obtida a partir da equação de chuvas intensas. Observa-se
que se para o cálculo de i considera-se o tempo de duração da chuva igual ao tempo
de concentração da bacia, há um problema iterativo a ser resolvido, uma vez que tc
ficará implícito na equação, ou seja:
447 ⋅ (L ⋅ n)0,60
tc =
0,4
(12)
a
K ⋅ TR
⋅ S 0,3
(b + tc )c
Capítulo 9 – Hidrologia de Superfície: estimativa de vazões máximas
J = 1− P (13)
Sendo W a probabilidade de não ocorrência em um ano específico e p a
probabilidade de ocorrência em um ano específico:
p = 1− W (15)
1
p = 1 − (1 − P)n sendo P = (16)
TR
1 n
p = 1 − (1 − ) (17)
TR
1
TR =
1
(18)
1 − (1 − P) n
1
TR = (19)
1
1 − (1 − k ) n
Neste caso, k é entendido como o risco assumido para a obra a ser projetada e
n a vida útil da mesma (anos). O TR pode ser estimado também em função de um
estudo dos custos da obra, associando o custo da obra e o custo de manutenção. A
lógica deste procedimento é a seguinte: quanto maior o TR, maior o custo da obra,
pois maior será a chuva de projeto e por conseqüência, a vazão do projeto. Em
contrapartida, menor será o custo de manutenção da mesma, pois haverá maior
segurança e necessidade de intervenção. Assim, busca-se minimizar o custo total da
obra, o qual é obtido pela soma dos custos da obra em si com os de manutenção. Na
Figura 9.1 pode-se observar o comportamento geral desta análise, visando obtenção
do ponto de mínimo na curva de custo total.
Capítulo 9 – Hidrologia de Superfície: estimativa de vazões máximas
Custo
Custo total Custo da obra
Custo de manutenção
TR
Figura 9.1 Comportamento dos custos da obra e de sua manutenção em função do
Tempo de Retorno.
td = tc
td < tc
td > tc
tempo
Figura 9.2 Comportamento da hidrógrafa de acordo com a duração da precipitação
considerada.
842,702 ⋅ TR 0,179
I= , em que I é expresso em mm/h, TR, em anos e td, em minutos.
(10,39 + td)0,736
Neste caso, deve-se calcular o fator C, com base numa média ponderada pela
área. Assim, aplicando-se a Tabela 9.1 e valores de TR entre 25 e 50 anos, tem-se:
tc ≅ 21,84 minutos
842,7 ⋅ 30 0,179
i= = 120,23 mm/h
(21,84 + 10,39 )0,736
c) Cálculo da vazão
- Por Kirpich
0,46 ⋅ 134,53 ⋅ 50
Q= = 8,59 m3 s-1
360
5
Q = 0,0091.C.I. A 4 S (20)
10224,810 .T 0,187
i1 =
(t + 56,28 )1,149
4159,341.T 0,179
i2 = Sendo, i em mm/h e t em minutos.
(t + 33,817)1,005
Q = 26,93 m3/ s
Capítulo 9 – Hidrologia de Superfície: estimativa de vazões máximas
Q = C × AK (21)
Em que Q é a vazão de projeto, em cfs (“pés cúbicos por segundo” – 1 pé ∼
30,5 cm), C é um coeficiente associado ao deflúvio, A é a área a ser drenada, em
milhas2 (1 milha ∼ 1,6 km) e K é igual a 5/6.
O coeficiente C para a região Sudeste dos EUA, representada pelo estado da
Flórida, pode ser calculado por:
C = 16,39 + 14,75 × Re (22)
Em que Re é a chuva efetiva em polegadas. Uma das formas mais usuais de
obtenção da chuva efetiva é o método Curva-Número (CN-SCS) a ser detalhado no
próximo item.
Na realidade pode haver uma distorção entre o valor calculado para Q e o
original, quando a área de drenagem for maior que 100 ha. Assim, é necessário
calcular um coeficiente de distorção, para correção da vazão estimada pela equação
21:
5
α=
(16,39 + 14,75 × Re ) × A 6
(23)
26,89 × Re× A
Escoamento superficial
Precipitação total (P)
Precipitação efetiva
potencial
Escoamento superficial
atual
(Escoamento superficial
potencial – Escoamento
superficial atual)
Precipitação total
P − Q − Ia Q
= (24)
S − Ia P
Em que P é a precipitação total, Q, o deflúvio ou precipitação efetiva, S, é a
capacidade máxima de absorção de água e Ia, abstrações iniciais. Segundo os
Capítulo 9 – Hidrologia de Superfície: estimativa de vazões máximas
Q=
(P − 0,20 ⋅ S )2 (25)
P + 0,80 ⋅ S
Uma análise rápida deste agrupamento permite concluir que esta classificação
é bastante superficial, não sendo consistente com os vários aspectos de manejo e
solos, tais como compactação e intemperismo, sendo que este último, confere
atributos físico-químicos e mineralógicos marcantes em solos tropicais. Assim, por
exemplo, um solo com alto teor de argila (acima de 50%), com estrutura tipicamente
granular, conferida pela mineralogia mais oxídica, principalmente com elevados teores
de gibsita, como alguns Latossolos, seriam encaixados no grupo C ou D. No entanto,
são solos com alta capacidade de infiltração, ou seja, são argilosos, mas seu
Capítulo 9 – Hidrologia de Superfície: estimativa de vazões máximas
Além disto, foi proposta uma correção dos valores de CN com base na
umidade antecedente, a qual possibilitou separar 3 situações distintas:
60 40 78
55 35 74
50 31 70
45 26 65
40 22 60
35 18 55
30 15 50
25 12 43
20 9 37
15 6 30
10 4 22
5 2 13
30
16
12
10 10
8
4
- situação 2: 67,5
- situação 3: 83
d) Cálculo do defúvio
- situação 1: Q = 0. O valor do total precipitado, que é de 45 mm, não supera
a abstração inicial (45<53,94). Isto ocorre devido ao fato de que a umidade
inicial do solo está muito baixa, havendo, portanto, maior potencial de
infiltração.
- situação 2: Q =
(45 − 24,5)2 = 2,94 mm
(45 + 0,80 ⋅ 122,3)
- situação 3: Q = 13,82 mm. Esta situação implica num maior deflúvio, haja
vista a alta umidade inicial do solo, reduzindo o potencial de
armazenamento de água, aumentando o escoamento.
IP (mm/h)
30
D
Q
tp
qp
tempo
ta te
tb
qp × ta qp × te
+ =Q (24)
2 2
Em que Q corresponde ao deflúvio unitário, qp é a vazão de pico unitária, ta o
tempo de ascensão da hidrógrafa, te, o tempo de recessão. Ainda na Figura 9.4, D
representa o tempo de duração da precipitação unitária, normalmente igual ao tempo
de monitoramento da precipitação para apenas 1 evento efetivo; tp representa o tempo
de pico da hidrógrafa. O valor de te é ajustado ao valor de ta como sendo:
te = H × ta (25)
A partir da análise de várias bacias norte-americanas, foi encontrado um valor
de 1,67 para H. Para uma precipitação efetiva unitária qualquer Pu (0,1 mm; 1,0 mm;
10,0 mm), tem-se valor de Q na equação 24 (Pu = Q). O desenvolvimento da equação
para cálculo da vazão de pico da hidrógrafa unitária está apresentado na seqüência.
qp ⋅ (ta + te ) = 2 ⋅ Pu (26)
Isolando qp:
Capítulo 9 – Hidrologia de Superfície: estimativa de vazões máximas
2 ⋅ Pu
qp = (27)
ta + te
Para estimar a vazão de pico unitária (qp) em m3 s-1, a partir da equação 29,
trabalhando-se com Pu em mm, A em km2 e ta em horas, é necessário multiplicar esta
equação por uma constante de transformação de unidades da seguinte forma:
- km2 para m2 = multiplica-se por 106 (no numerador da equação da 29);
- mm para m = dividi-se por 103 (no numerador da equação da 29);
- hora para segundo = multiplica-se por 3600 (no denominador da equação
29);
Assim, a constante será:
10 6 1
⋅ = 0,278
3 3600
10
Multiplicando-se a equação 29 por 0,278, obtém-se:
0,208 ⋅ Pu ⋅ A
qp = (30)
ta
Em que, qp é a vazão de pico do HUT, em m3 s-1, Pu, a precipitação unitária,
em mm, A representa a área da bacia, em km2 e ta tempo de ascensão, em horas.
Esta equação é especialmente válida para bacias menores que 8 km2 (800 ha).
A determinação do tempo de pico (tp) do HUT é feita com base no tempo de
concentração da bacia. O SCS-USDA produz a seguinte equação empírica para este
cálculo, considerando as características fisiográficas da bacia, e o fato, observado em
várias bacias, de que, em média, tp = 0,60*tc:
0,70
S
2,6 ⋅ L0,80 ⋅ +1
25,4
tp = (31)
1900 ⋅ X 0,50
Capítulo 9 – Hidrologia de Superfície: estimativa de vazões máximas
Q=
(P − 0,2 ⋅ S)2 =
(30 − 10,40 )2 = 5,36 mm
P + 0,8 ⋅ S 71,62
2o) Cálculo de tp e ta
0,70
52
2,6 ⋅ (1200 )0,80 ⋅ +1
25,4
tp = = 0,245 hora = 14,72 minutos
1900 ⋅ (12,5 )0,5
0,208 ⋅ 10 ⋅ 0,10 3 -1
qp = = 0,416 m s
0,50
Capítulo 9 – Hidrologia de Superfície: estimativa de vazões máximas
Observe que este valor diz respeito à vazão de pico unitária, ou seja, para um
evento de 10 mm em 30 minutos. Recordando, do capítulo anterior que Q = P x q,
tem-se:
30
P= =3
10
Assim, a vazão de pico para este evento será:
Q = 3 × 0,416 = 1,25 m 3 / s
Note que, para obtenção da vazão de pico final, que é o objetivo do exercício,
não faz diferença o valor de Pu adotado. Assim, por exemplo, se Pu for igual 1 mm, a
vazão de pico unitária seria 0,0416 m3 s-1. Porém, a relação entre a precipitação
efetiva e Pu seria igual a 30,0 e vazão final não mudaria.
Obs.: Com o deflúvio, calculado pelo método do número da curva (CN) e a vazão de
pico, com base no HUT, ficam definidas as condições necessárias para o
desenvolvimento de projetos hidráulicos, como terraços, bacias de contenção,
barragens e aplicação de modelos para estimativa da perda de solo em bacias
hidrográficas.
*
Ocorreram precipitações nos últimos 5 dias, com o solo saturado, considerando o total precipitado maior
que 53 mm, para a época de crescimento, e maior que 28 mm em outro período.
Capítulo 9 – Hidrologia de Superfície: estimativa de vazões máximas
778,1TR 0,151
i=
( t + 9,39 )0,708
Pu =1,0 mm
A = 1,0 km2
td
ta = + 0,6tc
2
Considerando td = 10min:
10
ta = + 0,6 * 100 = 65 min = 1,0833 hora
2
0,208 ⋅ 1 ⋅ 1
qp = = 0,192 m 3 s −1
1,0833
Capítulo 9 – Hidrologia de Superfície: estimativa de vazões máximas
(65 ; 0,192)
Qp
1 2
t
(0,0)
(175;0)
∆y (0 − 0,192 )
m1 = = = 0,002954 :. Q1 = 0,002954 ⋅ t (para t até 67 min)
∆x (0 − 65 )
∆y (0 − 0,192 )
m2 = = = −0,001761
∆x (174 − 65 )
t q t q
0 0 95 0.139205
10 0.02954 105 0.121595
20 0.05908 115 0.103985
30 0.08862 125 0.086375
40 0.11816 135 0.068765
50 0.1477 145 0.051155
65 0.19201 155 0.033545
Capítulo 9 – Hidrologia de Superfície: estimativa de vazões máximas
0.41 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
2.98 0.41 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
3.23 2.98 0.41 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
2.96 3.23 2.98 0.41 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
2.68 2.96 3.23 2.98 0.41 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
2.45 2.68 2.96 3.23 2.98 0.41 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
2.25 2.45 2.68 2.96 3.23 2.98 0.41 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
2.08 2.25 2.45 2.68 2.96 3.23 2.98 0.41 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
1.94 2.08 2.25 2.45 2.68 2.96 3.23 2.98 0.41 0 0 0 0 0 0 0 0 0
1.83 1.94 2.08 2.25 2.45 2.68 2.96 3.23 2.98 0.41 0 0 0 0 0 0 0 0
0 1.83 1.94 2.08 2.25 2.45 2.68 2.96 3.23 2.98 0.41 0 0 0 0 0 0 0
0 0 1.83 1.94 2.08 2.25 2.45 2.68 2.96 3.23 2.98 0.41 0 0 0 0 0 0
0 0 0 1.83 1.94 2.08 2.25 2.45 2.68 2.96 3.23 2.98 0.41 0 0 0 0 0
0 0 0 0 1.83 1.94 2.08 2.25 2.45 2.68 2.96 3.23 2.98 0.41 0 0 0 0
0 0 0 0 0 1.83 1.94 2.08 2.25 2.45 2.68 2.96 3.23 2.98 0.41 0 0 0
0 0 0 0 0 0 1.83 1.94 2.08 2.25 2.45 2.68 2.96 3.23 2.98 0.41 0 0
0 0 0 0 0 0 0 1.83 1.94 2.08 2.25 2.45 2.68 2.96 3.23 2.98 0.41 0
0 0 0 0 0 0 0 0 1.83 1.94 2.08 2.25 2.45 2.68 2.96 3.23 2.98 0.41
0 0 0 0 0 0 0 0 0 1.83 1.94 2.08 2.25 2.45 2.68 2.96 3.23 2.98
0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1.83 1.94 2.08 2.25 2.45 2.68 2.96 3.23
0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1.83 1.94 2.08 2.25 2.45 2.68 2.96
0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1.83 1.94 2.08 2.25 2.45 2.68
0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1.83 1.94 2.08 2.25 2.45
0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1.83 1.94 2.08 2.25
0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1.83 1.94 2.08
0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1.83 1.94
0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1.83
Capítulo 9 – Hidrologia de Superfície: estimativa de vazões máximas
[q]18x1
Q(t) q(t)
0.0000 0
0.0121 0.02954
0.1123 0.05908
0.3078 0.08862
0.5908 0.11816
0.9530 0.1477
1.3935 0.19201
1.9192 0.17443
2.3696 0.15682
2.7210 0.13921
2.9828 0.1216
3.1148 0.10399
3.1283 0.08638
3.0333 0.06877
2.8380 0.05116
2.5497 0.03355
2.1481 0.01594
1.7471 0
1.3576
1.0210
0.7409
0.5124
0.3307
0.1918
0.0923
0.0292
0.0000
e) Hidrograma Final
3.50 0.25
Hidrograma Final HUT
3.00
0.2
2.50
Hidrograma Final (m3/s)
0.15
2.00
HU (m3/s)
1.50
0.1
1.00
0.05
0.50
0.00 0
0
0
0
20
40
60
80
10
12
14
16
18
20
22
24
26
Tempo (minutos)
Capítulo 9 – Hidrologia de Superfície: estimativa de vazões máximas
HUGGINS, L.F.; BURNEY, J.R. Surface runoff, storage and routing. In: HAAN, C.T.;
JOHNSON, H.P.; BRAKENSIEK, D.L. Hydrologic Modeling of Small Watersheds.
St. Joseph: ASAE, 1982. p.169-228.
TUCCI, C.E.M. Vazão Máxima e Hidrograma de Projeto. In: TUCCI, C.E.M. (Org.)
Hidrologia: ciência e aplicação. Segunda Edição. Porto Alegre: Ed.
Universidade/ABRH, 2001. p.527-572.