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SINALIZAÇÃO CELULAR

Hanahan & Weimberg - Halmarks of cancer - Cell 100:57-70, 2000.


FORMAS DE SINALIZAÇÃO CÉLULA-CÉLULA.
A sinalização celular pode ser realizada pelo contato direto entre
as células ou mediado por moléculas sinalizadoras secretadas.

A) Sinalização endócrina, hormônios são transportados pelo


sistema circulatório e agem em células em locais distantes.

B) Sinalização parácrina, uma molécula secretada por uma


célula irá agir em outras células vizinhas.

C) Sinalização autócrina, uma célula produz uma molécula


sinalizadora para a qual ela também responde.
Aspectos gerais da sinalização
celular
Componentes de uma via de transdução de sinal

Células respondem a combinações de sinais específicos

Moléculas de sinalização
QUINASE

FOSFATASE

FOSFORILAÇÃO DE PROTEÍNAS – MUDANÇA CONFORMACIONAL


Componentes de uma via de transdução de sinal

-mecanismo que permite a uma


célula infuenciar o comportamento
de outras

-essencial à manutenção de
organismos multicelulares
Células respondem a combinações de sinais específicos

-uma dada célula é exposta a centenas de


sinais

-sinais solúveis,
sinais ligados à matriz extracelular,
sinais ligados às células vizinhas

-dependendo do sinal recebido a célula


responderá de forma distinta
Interação de moléculas com seu receptor na superfície celular
Hormônio do crescimento e seu receptor

Estudos de mutagênese identificaram porções de aminoácidos no hormônio de crescimento e em seu


receptor que determinam a interação entre as duas moléculas de maneira altamente específica.
Um mesmo sinal, por ex. Acetilcolina, pode originar diferentes
respostas celulares

Células diferenciadas podem responder de maneira distinta para a mesma molécula sinalizadora e
também utilizar o mesmo tipo de receptor na membrana.
Moléculas de sinalização Óxido nítrico

NO é uma molécula de sinalização parócrina


em sistema nervoso, imune e circulatório
Uma ação bem conhecida é a dilatação de
vasos sanguíneos.

Neurotransmissores

Características das moléculas sinalizadoras:


variado, de gases a proteínas.
Hormônios - sinalização endócrina

- Todas moléculas sinalizadoras agem por ligação com um


receptor expresso na superficie celular, ou localizado no
citoplasma ou núcleo.

- Hormônios esteróides e outros (Hormônio tireóide,


vitamina D3 e ácido retinóico) que são de características
hidrofóbicas atravessam a membrana plasmática por difusão
e agem diretamente em receptores citoplasmáticos ou
nucleares
Segundos
mensageiros
intracelulares
Visão geral das sete principais classes de receptores de superficie celular
RECEPTORES
•  Receptores nucleares ou intracelulares
•  Receptores acoplados à proteína G
•  Receptores Proteína tirosina quinase

•  Receptores canais iônicos


•  Receptores de citocinas
•  Receptores acoplado a outras atividades
enzimáticas
RECEPTORES
•  Receptores nucleares ou intracelulares
•  Receptores acoplados à proteína G
•  Receptores Proteína tirosina quinase

•  Receptores canais iônicos


•  Receptores de citocinas
•  Receptores acoplado a outras atividades
enzimáticas
Ação de estrógenos - receptores nucleares

Estrógenos difudem pela membrana plasmática e


citoplasma e ligam-se a receptores no núcleo.

Na ausência do hormônio, o receptor está


associado com uma proteína HSP90 na forma
inativa.

A presença do hormônio promove a dissociação de


HSP90 e dimerização do receptor que interage
com um coativador HAT (histone
acetyltransferase), esse complexo então é capaz de
ligar-se ao DNA, promovendo assim a transcrição
de genes.
Família de proteínas receptores nucleares
Ação do hormônio da tireóide - receptores nucleares

Neste caso, o receptor está ligado ao DNA na


presença ou ausência do hormônio.

Na ausência de hormônio, o receptor está


associado a um co-repressor HDAC (histone
deacetylase) impedindo a transcrição gênica.

Na presença do hormônio, o receptor muda sua


associação para um ativador da transcrição gênica,
HAT (histone acetyltransferase)

O receptor do hormônio da tireóide então exerce


uma função regulatória da expressão de genes.

Família de proteínas receptores nucleares


RECEPTORES
•  Receptores nucleares ou intracelulares
•  Receptores acoplados à proteína G
•  Receptores Proteína tirosina quinase

•  Receptores canais iônicos


•  Receptores de citocinas
•  Receptores acoplado a outras atividades
enzimáticas
Sinalização por neurotransmissor liberado em uma sinapse. A chegada de um impulso nervoso ao
terminal do neurônio sinaliza a fusão de vesículas sinápticas com a membrana plasmática, resultando em
liberação do neurotransmissor da célula pré-sináptica para a junção. O neurotransmissor liga-se ao
receptor e abre canais iônicos na membrana plasmática da outra célula, propagando assim o sinal.
RECEPTORES
•  Receptores nucleares ou intracelulares
•  Receptores acoplados à proteína G
•  Receptores Proteína tirosina quinase

•  Receptores canais iônicos


•  Receptores de citocinas
•  Receptores acoplado a outras atividades
enzimáticas
Ativação e desativação de proteínas G quando ligado GTP. A hidrólise de GTP para
GDP torna a proteina G inativa. Esse mecanismo regula a sinalização de receptores
acoplados a proteína G.
Função de receptores de superfície celular - ligado a proteína G

- Proteína G - heterotrimérica subunidades α e βγ


Ao ligar, o hormônio promove interação do receptor com a
proteína G.
Proteína G é ativada, então subunidade α dissocia-se do
Muitos ligantes responsáveis pela receptor e estimula adenilato ciclase, o qual cataliza a
sinalização entre as células ligam-se conversão de ATP para AMP cíclico.
a receptores na superficie celular.
ESTRUTURA RECEPTOR
ACOPLADO A PROTEÍNA G
sete segmentos transmembrana (α-
hélices)
Função de receptores de superfície celular - ligado a proteína G

4 1
Em estado inativo, a
A atividade da subunidade α é subunidade α é ligado para
terminada pela hidrólise de GDP, em um complexo
GTP para GDP, que ligado a com βγ
α reassocia com o complexo
βγ

A subunidade α ligado à GTP


dissocia-se do complexo βγ e
A ligação do hormônio com o receptor
do receptor e interage com induz uma interação do receptor com
outra proteína-alvo proteína G, estimulando a liberação de
GDP e troca por GTP
Receptor proteina G - Video 15_5.mov
1) Sinal liga no receptor
2) receptor muda de conformação e aumenta afinidade por proteína G
3) Proteína G liga-se ao receptor
4) GTP abundante no citoplasma é trocado por GDP e ativa Proteina G que Protein G β (azul) γ (roxo)
dissocia-se
5) Subunidade alfa - liga-se a proteína alvo
7) RGS (proteína regulatória da proteína G) inativa por hidrólise de GTP
para GDP (proteína G inativa)
8) Mesmo na presença de sinal uma proteína chamada ARRESTINA desliga
o receptor, por ligar-se na posição ocupada por proteína G após fosforilação.
Também essa proteína é responsável pela internalização e degradação do
receptor.
Tradução do sinal intracelular - 2ª PARTE
metabolismo
Proteina
1º mensageiro
quinase A
PKA (PKA)

Unidade regulatória

Unidade catalítica
Proteína G ativa adenilato ciclase (ATP em
cAMP)

cAMP - 2º mensageiro

cAMP promove ativação de proteína quinase A


(PKA) PKA irá fosforilar outras
proteínas-alvo
Tradução do sinal intracelular - amplificação

Tradução e amplificação de um sinal extracelular. Neste exemplo, a ligação de uma molécula


de epinefrina resulta na síntese de um grande número de moléculas de cAMP, o qual, por sua
vez, ativa múltiplas moléculas de enzimas
Efeito de aumento de cAMP induz a quebra de glicogênio

Efeito de diminuição de cAMP induz a formação de glicogênio

Regulação do metabolismo do glicogênio por cAMP nos hepatócitos e nas células


musculares.
Tradução do sinal intracelular - Expressão de genes induzíveis por AMP ciclíco

Aumento de cAMP ativa a transcrição de


genes específicos contendo uma
sequência regulatória chamada CRE
(cAMP response element) ou elemento de
resposta ao cAMP.
PKA ativada por cAMP entra no núcleo e
fosforila um fator de transcrição chamado
CREB (CRE-binding protein)
A regulação de expressão gênica por
cAMP tem papel importante no controle
da proliferação, sobrevivência e
diferenciação de ampla variedade de
células animais.
15.4
Palczewski K. G Protein–Coupled Receptor Rhodopsin. Annual review
of biochemistry. 2006;75:743-767. doi:10.1146/annurev.biochem.
75.103004.142743
Spehr M, Munger SD. Olfactory receptors: G protein-coupled receptors and
beyond. J Neurochem. 2009 Jun;109(6):1570-83
Examples of various channels and G-protein-coupled receptors that
activate taste transduction in response to various compounds. When
stimulated, each of these channels or receptors changes neurotransmitter
release via either direct changes in depolarization or second messenger-
mediated changes in intracellular Ca2+ concentration.

Neuroscience. 2nd edition.


Purves D, Augustine GJ, Fitzpatrick D, et al., editors.
Sunderland (MA): Sinauer Associates; 2001.
RECEPTORES
•  Receptores nucleares ou intracelulares
•  Receptores acoplados à proteína G
•  Receptores Proteína tirosina quinase

•  Receptores canais iônicos


•  Receptores de citocinas
•  Receptores acoplado a outras atividades
enzimáticas
Função de receptores de superfície celular - receptor tirosina quinase

Organização de receptor proteína-tirosina quinase


- N terminal extracelular (região de ligação com
moléculas sinalizadoras)
- Segmento transmembrana simples (α-hélice)
- Domínio C-terminal intracelular com atividade
enzimática de fosforilação de tirosinas (tirosina quinase)
- Sub-familias de receptores proteína-tirosina-quinase
- EGF-R e Insulina-R = domínio rico em cisteína
- PDGF-R - domínio tipo imunoglobulina
Função de receptores de superfície celular - receptor tirosina quinase

Dimerização e autofosforilação - A ligação do fator de crescimento (insulina, EGF e


PDGF) induz a dimerização do receptor, e consequente autofosforilação pelo domínio
intracelular com atividade enzimática tirosina quinase.

Associação com moléculas de sinalização


intracelular via porção contendo tirosina
fosforilada e domínios SH2
SH2 consiste de uma centena de aminoácidos
em proteínas que é responsável pela ligação a
porção peptídica do receptor-tirosina quinase.
Este domínio SH2 foi descoberto em uma
proteína oncogênica de Rous sarcoma virus
(SRV)
Receptores diferentes podem ativar a mesma via
de sinalização gerando os mesmo 2◦ mensageiros

•  Ativação de fosfolipase C-γ por receptor tirosina quinase

•  Ativação de fosfolipase C- beta por proteína G


Ativação de fosfolipase C-γ por receptor tirosina quinase

DAG recruta a Proteína quinase C


PLC (fosfolipase C-γ) liga-se ao receptor via
domínio SH2 e sendo fosforilado, isto aumenta a
atividade de PLC produzindo a hidrólise de PIP2
(fosfatidil-inositol-4,5-bi-fosfato) em diacilglicerol
(DAG) e inositol-tri-fosfato (IP3) IP3 mobilização de Ca+2
Ativação de fosfolipase C- β por proteína G

PIP2 pode ser ativado tanto com receptor tirosina-quinase como por receptor acoplado a proteína G,
sendo que em ambos o resultado é a hidrólise do inositol-fosfolipideo em IP3 e DAG (2º mensageiros)
DAG ativa proteína quinase C - fatores de transcrição - expressão de genes - proliferação celular
IP3 promove liberação de Cálcio que ativa várias proteínas dependentes de Ca+2 propagando o sinal
intracelular.
Video 15_6.mov
Diferenciação de células B para células produtoras de
anticorpo
Via Calcio e DAG - Proteína quinase C (PKC)
Conclusões
Os sistemas de sinalização discutidos aqui são somente alguns exemplos e
suas descrições são extremamente simplificadas porque muitos dessas vias
de sinalização são interconectadas umas as outras (criando uma conversa
cruzada).

Enquanto essa conversa cruzada parece criar problemas (para nossa


compreensão, bem como para as células), de fato, isto é essencial para
modular respostas gênicas para uma variedade de ligantes que entram em
contato com a célula ao mesmo tempo e em diferentes intensidades
(quantidade/concentração dos ligantes).

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