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Tolkien e a Imortalidade
Queda
O mundo de “O Senhor dos Anéis” está marcado pelo pecado, o que
supõe, é claro, uma queda original.
A razão disso é que, para J. R. R. Tolkien, não é possível escrever uma boa
história, convincente e verossímil, sem levar em conta situação de luta e
angústia que todo homem vive não só externamente, mas também, e
acima de tudo, dentro de si mesmo.
A Terra Média, como dito na aula anterior, é um mundo marcado pelo pecado, o que
supõe, obviamente, uma queda original que, embora não seja narrada por Tolkien,
se manifesta em suas consequências, ou seja, em diversas quedas posteriores,
ocorridas já num estado de corrupção, decadência e debilidade moral.
Embora Tolkien não a narre, O Silmarillion indica que também os elfos sofreram
uma queda original. A sua longevidade reiterada, somada à tristeza de verem que
passa o mundo em que estão presos, dá-lhes a tendência a fazerem de tudo um
“museu”.
A raça humana, cuja origem remonta ao final da primeira era, aparece na obra de
Tolkien como pecadora desde o início, embora tampouco a sua queda original seja
narrada.
A Marcha para o Oeste representa, em certo sentido, o homem, manchado, sim, pelo
pecado original, mas à procura da verdade, a bondade e a beleza. Essa busca, porém,
exige luta, tendo em vista a situação de queda e maldade em que está submersa a
Terra Média.
https://padrepauloricardo.org/aulas/a-queda-em-tolkien 1/2
22/09/2018 Queda
A segunda era, após o dilúvio que tomou conta de Beleriand e as demais terras ao
leste da Terra Média, é caracterizada pelo fato de os deuses — isto é, os anjos
encarregados de ajudar a Deus na organização do universo — não terem mais
contato direto com o mundo.
https://padrepauloricardo.org/aulas/a-queda-em-tolkien 2/2