COMO PREVENIR
PATOLOGIAS DA
CONSTRUÇÃO?
Produção
▪ ▪ Perda
diferenciação entre manifestação patológica, ou não, é feita em
de Aderência Entre Concretos
(nas juntas de concretagem) função das aberturas e das causas”.
▪ ▪ Porosidade
▪ ▪ Permeabilidade
Assentamento plástico
Dessecação superficial
Retração hidráulica
Variações térmicas
Concentração de tensões
Retração hidráulica
▪ ▪ Defeitos de execução
▪ ▪ Erosão e Desgaste INCIDÊNCIA NO BRASIL
▪ ▪ Má qualidade dos materiais ou uso inadequado
▪ ▪ Sinistros ou causas fortuitas (incêndios, inundações,
acidentes etc.)
É engenheiro civil graduado pela Universidade Federal de Minas Gerais UFMG em 1977,
com especialização em Estruturas pela Escola de Engenharia da UFMG concluída 1987
e mestrado em Engenharia de Estruturas pela Escola de Engenharia da UFMG finalizado
em 1997. É professor adjunto do Departamento de Engenharia de Estruturas da Escola de
Engenharia da UFMG (graduação e pós-graduação) e consultor nas áreas de Estruturas
de Concreto Armado, Estruturas de Fundação e Contenção, e Patologia, Recuperação e
Reforço de Estruturas de Concreto.
“
A engenheira Fabiana Ribeiro explica que a indústria de Podemos ter a melhor argamassa do
revestimento cerâmico adota dois processos produtivos na fase mundo, mas se a mão de obra não utilizá-
de mistura das matérias-primas, identificados como via seca e via la corretamente, seguindo também o rigor
úmida. no assentamento das placas, é possível
que não se alcance o resultado e o
No processo por via úmida, os materiais são dosados, e é
desempenho esperados. Pode acontecer
adicionada água à mistura. É um pouco mais complexo, pois a
até mesmo de se perder todo o serviço
massa pode ser composta por meio da mistura de diferentes
tipos de argilas que, adicionadas à água, formarão uma massa - Fabiana Andrade Ribeiro
mais fina e uniforme quando comparada à massa obtida por meio
do processo de via seca. Nesse segundo processo, a seleção das
matérias-primas busca dar cor branca ou clara à massa das placas
(biscoito ou suporte). “A indústria cerâmica brasileira segue rigorosamente as normas
técnicas, é uma indústria séria que se destaca internacionalmente
No processo por via seca, a matéria-prima é essencialmente a argila pela qualidade e rigor técnico. E a indústria de argamassa também
e não é utilizada água na mistura. No Brasil, são utilizadas massas não fica atrás. O que percebo negativamente, em determinados
constituídas por argilas vermelhas, com partículas mais grosseiras casos, são deficiências na área comercial dessas empresas, que
do que nas massas preparadas por via úmida. Como vantagens nem sempre auxilia corretamente arquitetos nas especificações.
desse processo destacam-se os menores custos energéticos e o Neste sentido, há o que se crescer, também visando à redução de
menor impacto ambiental das instalações industriais. patologias”, conclui a especialista.
“
Paulo, mobiliza o SindusCon-SP. A seu pedido, a Comissão
de Materiais, Tecnologia, Qualidade e Produtividade
O problema acaba aparecendo depois
(Comat) da Câmara Brasileira da Indústria da Construção
que as obras estão entregues, o que gera
(CBIC) realiza pesquisa para identificar as causas e apontar
soluções técnicas. um desgaste e torna difícil trabalhar com
o morador no apartamento
Paralelamente, um grupo de trabalho (GT) estuda o - Jorge Batlouni
problema sob a coordenação do sindicato da construção
em parceria com a Associação Nacional dos Fabricantes Segundo o vice-presidente de Tecnologia e Qualidade do
de Cerâmica para Revestimentos, Louças Sanitárias e SindusCon-SP, Jorge Batlouni, pelo menos um terço das
Congêneres (Anfacer), o Sindicato Nacional da Indústria empresas integrantes do CTQ enfrentam a patologia de
de Produtos de Cimento (Sinaprocim) e o Sindicato da revestimentos cerâmicos. “O problema acaba aparecendo
Indústria de Produtos de Cimento do Estado de São Paulo depois que as obras estão entregues. Isso gera um desgaste
(Sinprocim). e torna difícil trabalhar com o morador no apartamento.
Queremos achar um caminho para essa questão”.
Engenheira Civil, mestre pela Escola Politécnica (POLI) da Universidade de São Paulo
(USP). Sócia-diretora na empresa FCH Consultoria e Projetos de Engenharia. Coordenou
e é responsável por projetos de alvenaria de vedação e revestimentos de fachadas de
mais de 40 shopping centers em todo país nos últimos anos, além de condomínios
residenciais e edifícios coorporativos. Atua também em diversas construtoras como
consultora para diagnóstico e tratamento de patologias em revestimentos. Atualmente
é professora no curso Gestão e Tecnologia de Sistemas Construtivos de Edificações da
Universidade Federal de São Carlos (UFSCar). É autora do livro Juntas de Movimentação
em Revestimentos Cerâmicos de Fachadas (Editora Pini, 2010).
Tópicos:
1. Problemas nos revestimentos no pós obra das empresas
2. Problemas mais frequentes em revestimentos internos em pintura
3. Problemas mais frequentes em revestimentos internos em
cerâmica CLIQUE AQUI PARA
4. Problemas mais frequentes em revestimentos externos em pintura ASSISTIR AO EVENTO
5. Problemas mais frequentes em revestimentos externos em
cerâmica
6. Conceito de “Controle Tecnológico de revestimentos”
7. Novas técnicas de detecção de falhas em revestimentos
8. Metodologias de reparo
“
de Avaliações e Perícias de Engenharia de serem utilizados, a produção prevista
São Paulo (IBAPE-SP), falhas na amarração em obra e as situações de exposição do
No caso da alvenaria estrutural,
das alvenarias e no encunhamento da empreendimento”, cita o engenheiro
no encontro entre a cobertura
última fiada junto à laje são os principais Renato Sahade, consultor especializado e a alvenaria, recomenda-se
motivadores dessas patologias. em patologas construtivas. que a laje se apoie sobre uma
placa de neoprene colocada
Durante a execução também é preciso sobre a canaleta grauteada e se
adotar uma série de estratégias para crie uma junta de dilatação no
controlar a movimentação dos materiais painel de laje maciça
e, consequentemente, a ocorrência de - Renato Sahade
“
As patologias que surgem no último pavimento das edificações
costumam apresentar características muito próprias. Na alvenaria
convencional, o problema se manifesta primeiramente com A solução nunca advém de um material
fissuras no revestimento interno, na parte superior da parede. Já isolado, mas de um conjunto de sistemas
na alvenaria estrutural, o primeiro sinal de que algo está errado ou processos que envolvem o preparo
é quando surgem fissuras justamente no encontro da laje com a da base, a camada de dessolidarização,
parede. o uso do material de tratamento ou
recuperação e, por fim, o material de
Uma vez diagnosticada a anomalia e, principalmente, a razão de
sua origem, é possível partir para ações de recuperação, que não acabamento
devem se limitar à correção superficial. Uma ação importante - Renato Sahade
para evitar novos problemas é diminuir o gradiente térmico ao
qual a laje de cobertura está sujeita, com o uso de telhados com Mais recentemente, para o tratamento de trincas nas interfaces
telhas térmicas. “Também podem ser utilizados isolantes térmicos com a cobertura, passou-se a adotar outros recursos, como as
previstos no sistema de impermeabilização ou o sombreamento membranas acrílicas aplicadas como pintura e reforçadas com telas
das lajes com placas pré-moldadas de concreto apoiadas sobre de poliéster com bandagem central de polietileno, e as pinturas
macacos ajustáveis formando um colchão de ar entre a laje e a elastoméricas ou poliméricas flexíveis, para o envelopamento das
placa”, destaca Sahade, lembrando que o objetivo é criar uma fachadas. Todos esses materiais devem ser utilizados de forma
barreira contra a ação direta do sol. sistêmica. “A solução nunca advém de um material isolado, mas
de um conjunto de sistemas ou processos que envolvem o preparo
Para o tratamento das fissuras e trincas é possível adotar duas da base, a camada de dessolidarização, o uso do material de
ações. A primeira é o travamento executado por meio do reforço tratamento ou recuperação e, por fim, o material de acabamento”,
das argamassas com telas metálicas eletrosoldadas ou com telas alerta Renato Sahade.
▪ ▪ Sombreamento
térmico
e criação de camada de isolamento
▪ ▪ Cura controlada
▪ ▪ Impermeabilização flexível da laje
▪ ▪ Seccionamento da laje (criação de juntas)
▪ ▪ Junta de movimentação entre viga e alvenaria
▪ ▪ Entelamento do revestimento
▪ ▪ Molduras de acabamento na parede
▪ ▪ Execução de junta deslizante no apoio da laje na
alvenaria estrutural
Engenheira civil, diretora do Instituto Brasileiro de Engenheiro civil, mestre em Tecnologia de Construção
Avaliações e Perícias de Engenharia de São Paulo (IBAPE- de Edifícios pelo IPT (Instituto de Pesquisas Tecnológicas
SP) e coautora do livro “Inspeção Predial – Check-up de São Paulo). Consultor em patologia de revestimentos,
Predial: Guia da boa manutenção”. Especializada em atua em mapeamento de fachadas, patologias de
engenharia diagnóstica, inspeção predial, avaliações de vedações, revestimentos argamassados e cerâmicos. É
imóveis e perícias, ministra cursos de Laudo de Vistoria professor da pós-graduação do IPT, Inbec e Educ. Eng/
de Vizinhança. Crea-ES nas cadeiras de Patologia de Revestimentos e
Sistemas de Recuperação.
“
alumínio e os aços inoxidáveis. Esse tipo de desgaste também pode
Neste processo [de corrosão], os metais ocorrer em metais ferrosos e em outras ligas menos resistentes, que
perdem elétrons, que ficam na forma de íons são expostos a ambientes oxidantes ou passivantes. De qualquer
e reagem com outras espécies existentes maneira, essa situação restringe-se a frestas demasiadamente
no meio, formando óxidos, sais, hidróxidos, estreitas, que são formadas quando são utilizados parafusos ou
conhecidos como produtos de corrosão arruelas, presentes também em juntas sobrepostas e depósitos
de superfície, além de outras diversidades superficiais, como, por
- Adriana de Araújo exemplo, trincas e outras deformidades metalúrgicas.
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