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TEMPO DA MORTE

Pés no chão, veia rasa


Copo seco em um relance enigmático.
Desespero percorre em transe
o submundo encefálico degenerativo.
Não encontro você...
somente fantasmas ousam atormentar
o tempo que me resta.
Rastejo na lama que se tornou o passado;
em vão, suplicando o retorno de outrora.
A Solidão me pertence,
aliás, sou escravo da Solidão!
Vago na penumbra do meu ser,
à procura do acaso,
à espera do meu fim...
A nostalgia que me corrói
etilicamente tornou-me uma folha seca,
levado ao rebento da maré,
ao sopro de um devaneio.
O Tempo implacável,
degenera ao seu modo...
Quanto menos esperamos
rouba-nos a esperança;
porém, à sua demora
suplicamos desvendar sua Esfinge!

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