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MÚSICA: PRESSUPOSTOS TEÓRICOS E PRÁTICOS PARA A EDUCAÇÃO

INFANTIL
Isolete Branco de Camargo Dias 1
Márcia C. R. da Silva da Conceição 2

Resumo: Este artigo tem como pretensão mostrar que através do lúdico a música
trabalhada desde a tenra infância pode contribuir no desenvolvimento infantil. Deste
modo, apresenta uma breve definição do que é a música e seus elementos
constitutivos, explicar-se como a musicalização pode contribuir com o processo de
ensino e aprendizagem da faixa etária de 0 a 5 anos. Direcionando um olhar às
perspectivas metodológicas em reflexões da prática onde o educador, possa
dimensionar sua prática pedagógica segundo orientações do Currículo da
AMOP( Associação dos Municípios do Oeste do Paraná).

Palavras-chave: Música, Educação Infantil, Educadores.

INTRODUÇÃO

Partindo do pressuposto de que alguns dos educadores da Educação Infantil não

possuem formação musical, este trabalho apresenta alguns subsídios para

direcionar a prática pedagógica de educadores que acreditam que a música aplicada

com êxito, pode contribuir na formação integral das crianças.

Tendo assim uma visão multidimensional ampliada relacionada a visão

pedagógica através do lúdico “música”.

1
Formação: Normal Superior com Mídias Interativas. Universidade Estadual de Ponta Grossa. Professora no
Centro Municipal de Educação Infantil – Cantinho da Alegria.
2
Formada em Filosofia na Universidade do Oeste do Paraná, Pós-Graduada em Filosofia e Epistemologia das
Ciências. Professora de Filosofia no Ensino Médio e Diretora do Centro Municipal de Educação Infantil –
Cantinho da Alegria.
A música faz parte de nossa vida desde a infância, os sons de objetos e

brinquedos chamam a atenção sendo que quando se a ouvi reage-se movendo a

cabeça, sorrindo, faz-se expressões ou emitindo sons. A música é uma expressão

artística que faz parte de nossa vida muito antes de qualquer ser humano nascer,

convivendo-se aos nove meses com as batidas do coração das mães. É

considerada como uma das mais antigas formas de arte.

DESENVOLVIMENTO

É fundamental que os professores reflitam sobre esses processos envolvidos

para a aprendizagem das crianças, para diferenciar o seu fazer pedagógico para a

superação de algumas barreiras que os impedem de incursar no mundo lúdico

requer assim um prévio e cuidadoso planejamento.

Já para Jeandot, (1990) música é uma linguagem universal, mas com muitos

dialetos, que variam de cultura para cultura envolvendo a maneira de tocar, de

cantar, organizar os sons e de definir as notas básicas e seus intervalos.

A civilização egípcia a mais antiga do mundo durante as escavações

encontrou vários indícios que atestam atividades musicais e instrumentos de música,

já para os hebreus a música era usada para fins guerreiros e religiosos. Na verdade

se faz presente em todas as culturas, nas mais variadas situações da vida: festas e

comemorações, rituais religiosos, manifestações cívicas, políticas, em diversos

outros acontecimentos. Consegue expressar os mais variados sentimentos do ser

humano, logo nada melhor que a sua própria definição para explicá-la.

Atualmente tem recebido diferentes definições. Conforme o Referencial

Curricular Nacional para a Educação Infantil:


A música é a linguagem que traduz em formas sonoras capazes de
expressar e comunicar sensações, sentimentos e pensamentos, por
meio da organização e relacionamento expressivo entre o som e o
silêncio. A música está presente em todas as culturas, nas mais
diversas situações: festas e comemorações, rituais religiosos,
manifestações cívicas políticas etc. (BRASIL, 2001, p.45).

Ellmerich define-a como:

Uma criação da inteligência humana, contendo dois fatores: o


primeiro de ordem artística porque a música é arte na manifestação
do belo por meio dos sons; segundo, é científico porque a produção
e combinação dos sons são regulados por leis físicas (ELLMERICH,
1977, p.20).

Pode-se observar, que não há uma definição única, entretanto, todos os

autores são unânimes em afirmar que a música comove, emociona, sensibiliza,

deslumbra, embriaga, traz paz e harmonia, exalta o ser humano, manifesta os afetos

de nossa alma. É uma ferramenta que pode auxiliar o educador na sua prática

pedagógica, ou seja, uma importante fonte de promoção do desenvolvimento infantil,

pois através de atividades bem elaboradas se pode trabalhar todos os aspectos que

são enfatizados na Educação Infantil, a saber, físico, psicológico, motor, afetivo e

social.

Para CAMPBELL e DICKINSON (2000), a música é incrivelmente eficiente

para melhorar várias habilidades físicas, como datilografar, nadar e fazer exercícios

aeróbicos. O ritmo e o fluxo da música podem de várias maneiras, resultar em

aumento da coordenação, da regularidade e da velocidade da atividade. Para

crianças menores, pular, marchar, correr ou dançar ao som da música desenvolve o

ritmo e a graça.

Assim afirma que trabalhar com a música na Educação Infantil é:

Garantir à criança a possibilidade de vivenciar e refletir sobre


questões musicais, num exercício sensível e expressivo que também
oferece condições para o desenvolvimento de habilidades, de
formulação de hipóteses e de elaboração para o desenvolvimento de
habilidades, de formulação de hipóteses e de elaboração de
conceitos (BRASIL, 1998, P.48).

Os filósofos clássicos da antiguidade já assinalavam a importância da música

para os indivíduos. Pensamento este que perdura nossa contemporaneidade,

apesar de que alguns educadores não possui esta visão, principalmente quando se

trata do desenvolvimento global da criança, pois a Educação Infantil é a base dos

anos vindouros para a aprendizagem, principalmente quando se fala da

psicomotricidade, aquisição da leitura e escrita. As habilidades psicomotoras devem

ser trabalhadas a partir do corpo da criança e a música contribui eficazmente neste

aprendizado.

Jeandot (1990) assevera que é aproximadamente em torno de dois anos que

a criança é capaz de cantar versos soltos, fragmentos de canções, geralmente fora

do tom. Nota-se aos três anos a criança consegue reproduzir canções inteiras,

embora geralmente fora do tom. Reconhece varias melodias e tenta tocar

instrumentos musicais, aos quatro anos a criança progride no controle da voz,

participa de jogos simples, cantados e cria pequenas músicas. Aos cinco anos a

criança entoa mais facilmente e consegue cantar melodias inteiras. Aos seis anos, a

criança percebe sons ascendentes. Acompanha e repete uma sequência rítmica.

Portanto, a música faz parte da infância, os sons de objetos e brinquedos

chamam a nossa atenção sendo que reagimos movendo a cabeça, sorrindo,

agitando-nos ou emitindo sons. Pode-se observar que há uma importância da

música para o desenvolvimento global da criança, sendo assim, trabalhada pode

contribuir para outras aprendizagens, como por exemplo, a escrita. Neste sentido,

Goés afirma:
(...)”ao inserir-se a música na prática diária do ambiente educativo, a
mesma pode tornar-se um importante elemento auxiliador no
processo de aprendizagem da escrita e da leitura criando gosto pelos
diversos assuntos estudados desenvolvendo a coordenação motora
– ritmo, auxiliando na formação de conceitos, no desenvolvimento da
auto-estima e na interação com o outro”. (GOES, 2009, p.02).

Através desta arte pode-se evidenciar aspectos relevantes na qual sem

pensar neste fato, a saber: alfabetização, o professor trabalha todos os pré-

requisitos da criança para que a mesma possa adentrar no mundo da aquisição da

leitura e da escrita, pois se está enfocando a ferramenta mais importante que a

criança traz consigo: o corpo, o movimento, a sua espontaneidade, seu próprio

ritmo. O professor que enfatiza a música de forma prazerosa está preparando o

educando para esta nova etapa de sua vida.

Entretanto, os documentos que os professores se baseiam para trabalhar a

música no ambiente escolar, enfatizam que:

(...) para que a aprendizagem da música possa ser fundamental na


formação de cidadão é necessário que todos tenham a oportunidade
de participar ativamente como ouvintes, interpretes, compositores e
improvisadores, dentro e fora da sala de aula. Envolvendo pessoas
de fora no enriquecimento do ensino e promovendo interação com
grupos musicais e artísticos das localidades, a escola pode contribuir
para que os alunos se tornem ouvintes sensíveis, amadores
talentosos ou músicos profissionais (PCN, 2001, p.77).

Logo, o que se quer salientar é que esta visão apresentada pelos

Parâmetros Curriculares Nacionais está longe de ser a ideal, pois não se pode

sistematizar a aprendizagem da música como se fosse algo sistemático, porém que

o seu ensino esteja voltado para o lúdico, onde se pode trabalhar com inúmeras

músicas infantis com o objetivo de propiciar atividades que envolvem a música


favorecendo o desenvolvimento global da criança em todas as suas potencialidades,

despertando assim a sensibilidade da criança e fazendo com que ela possa

perceber o mundo da arte, servindo para a formação de sua cultura e do seu

desenvolvimento cognitivo.

O professor de Educação Infantil ao trabalhar com música pode ter como

objetivo despertar o interesse e garantir às crianças elementos que desenvolvam o

gosto musical, estabelecendo parâmetros para vivenciar e refletir às questões

musicais, para que estas possam favorecer o desenvolvimento de suas

potencialidades e habilidades cognitivas/lingüístico, psicomotor e sócio-afetivo.

Portanto, para abranger as dimensões, o educador precisa compreender as

noções básicas de música, seus elementos constitutivos e os que compõem os

sons. Os elementos constitutivos são: melodia, harmonia e ritmo. Já os que

compõem os sons são: altura, timbre, intensidade, densidade e duração.

Segundo Ellmerich (1977, p.19) melodia (do grego m e l o s = canção, o d e =

canto em louvor) é a sucessão de sons musicais combinados, cujo efeito torna-se,

assim, agradável ao ouvido; harmonia (do grego: combinação de sons) é o conjunto

de sons combinados simultaneamente à melodia; ritmo (do grego r h y t m u s =

movimento igual e simétrico. Logo, se tem aqui um conjunto de três elementos que

por sua vez formam a estrutura musical, sendo que o ritmo é a base de toda

expressão musical, pois é combinação dos valores, marcação do tempo, pulsação.

Sendo a música formada por estes três principais elementos, pode-se afirmar

que o ritmo é o mais importante, pois é considerado como base de toda expressão

musical, toda vez que alguém, ou até mesmo um leigo está acompanhando batendo

o pé, por exemplo, está seguindo o ritmo de uma determinada melodia que por sua

vez formam uma harmonia, sons combinados simultaneamente.


Assim, além de entender da escrituração musical, se torna necessário

entender também os elementos que compõem o som, estes sim fazem parte dos

conteúdos do Currículo como mostra o quadro a seguir:

CONTEÚDOS

Natural
Fontes sonoras

Cultural
Músicas Infantis

Música Popular, regional, folclórica, de raízes, clássica,


Gêneros musicais
entre outras.

Altura (grave, médio e agudo)

Timbre (da natureza e produzido)

Elementos que compõem o Intensidade (forte/fraco, suave)

som
Densidade (um som, muitos sons)

Duração (longo/curto, pausa)

É imprescindível que o educador saiba distinguir o que cada um propõe.

Logo, seguindo o quadro dos conteúdos se atenta para as definições de cada um,

seguindo a ordem proposta pelo Currículo.

FONTES SONORAS: NATURAIS E CULTURAIS


Pode-se definir fontes sonoras como todo e qualquer corpo capaz de produzir

sons. Segundo Catunda, “uma ‘fonte sonora’, é definida como sendo um objeto que

permite a caracterização de um determinado som, baseado numa associação a um

objeto” 3. Destarte, podem ser classificadas como natural e cultural.


As fontes sonoras naturais ou convencionais são sons que não foram

construídos pelo homem, são oriundas da natureza, por exemplo: as vozes de

animais, cachoeira, voz humana, trovoadas, chuva, ondas do mar, vento etc. O

Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil (2001, p. 72) assinala que “a

voz é o primeiro instrumento e o corpo é a fonte de produção sonora”. O professor

deverá fazer u m trabalho junto com as crianças escutando os sons do ambiente,

registrando-os na memória ou por escrito, gravando e escutando diferentes sons

naturais e reproduzir esses sons. De acordo com o Parâmetro Curricular Nacional

(2001) coloca que é importante trabalhar sons ambientais e naturais de diferentes

épocas e lugares e sua influência na música e na vida das pessoas.


As fontes sonoras culturais ou não convencionais são sons construídos pelo

homem, por exemplo: sons de máquinas, campainhas, carro, buzinas, sirenes, sinos,

instrumentos musicais, etc. No Referencial Curricular Nacional para a Educação

Infantil (1998) diz que é possível confeccionar diversos materiais sonoros com as

crianças como brinquedos e instrumentos, reaproveitando os materiais usados no dia

a dia da criança. Deve se valorizar os brinquedos populares como a matraca, o rói-rói,

as sirenes e os apitos, além dos tradicionais chocalhos de bebês, alguns dos quais

portadores de timbres bastante especiais. Já os instrumentos são importantes que

sejam de diversos tipos como de cordas, de sopro e tambores e de diversos materiais

como madeira, metal ou outros, a fim de explorar diversos timbres entre eles. Deste

modo, existem muitas formas, contudo, as fontes sonoras mais ricas em qualidade

são os instrumentos musicais, que podem ser classificados como:


3
Disponível em < PT.scribd.com/doc/91973060/6/Fontes-sonoras>. Acesso em: 13 julho de 2012
 Instrumentos de percussão (tambor, atabaque, bateria, xilofone);
 Instrumentos de corda (violino, viola, contrabaixo, harpa, viola, piano e

violoncelo);
 Instrumentos de sopro (clarineta, saxofone, flauta, trompete, tuba,

Teca Brito em seu livro (música na educação Infantil: proposta para formação

Integral da Criança), propõe duas formas de classificação dos instrumentos

musicais.

Mesmo sendo, as fontes mais ricas, o educador deve inserir em seu

planejamento as duas formas de fontes, pois para a crianças o que importa é

vivenciar o momento e, consequentemente, devem explorar todo e qualquer tipo de

sons, já que os mesmos fazem parte de sua vida cotidiana, é natural e intuitiva.

GENÊROS MUSICAIS: Música Popular, regional, folclórica, de raízes e

clássica

De acordo com Coll (2004) os gêneros musicais definem e classifica a música

em sua qualidade. As obras musicais podem ser classificadas de muitas e variadas

maneiras. Geralmente utiliza-se a palavra gênero musical para definir os diferentes

tipos de musicas em relação aos meios utilizados para sua interpretação, sua função

ou sua procedência.

A música na Educação Infantil deve enfatizar todos os gêneros musicais,

existem uma infinidade de composições em todo o mundo, e em todas as épocas.

Neste sentido, enfatizar-se-á apenas o que o Currículo propõe que são: música

popular, regional, folclóricas (regional de raízes) e a clássica.

Há um vasto repertório de músicas infantis, contudo este repertório deve ser

enfatizado conforme os objetivos propostos. Seguindo a perspectiva do Currículo


esta vastidão pressupõem condições de trabalhar todos os gêneros musicais

citados.

A música popular é produzida por autores conhecidos. Pode ser definida

como qualquer gênero musical no qual o público tem acesso. A Música Popular

Brasileira (MPB) têm muitos compositores, dentre eles se pode citar: Chico Buarque

de Hollanda, Caetano Veloso, Gilberto Gil, Tom Jobim, Milton Nascimento, Vínicius

de Morais, entre outros. Neste sentido, pode ser dividida em danças e gêneros: Axé

music, Baião, Brega, Carimbó, Ciranda, Choro, Embolada, Frevo, Lambada,

Marchinha, Maxixe, Samba, Vanerão etc. Elas variam quanto ao ritmo e dependem

da faixa etária dos ouvintes.

Para trabalhar com crianças da Educação Infantil existem bons exemplos

como: As poesias e composições de Vinicius de Moraes, compiladas no disco A arca

de Noé; a Coleção Palavra Cantada, de Paulo Tatit e Sandra Peres, Elvira

Drummond, Bia Bedran, Cantar é bom – Leco e Guga Thelma Chan. Em se tratando

de músicas infantis é importante que o educador cante a música para despertar o

interesse das crianças. Além de cantar se pode planejar jogos e brincadeiras, como:

Ahá-tá-tá, dança da cadeira, serra serra serrador, Marcha soldado, Ciranda

cirandinha, Parlendas etc.

No tocante a música regional, folclórica, de raízes, o universo musical não fica

distante da música popular, pois a história da música nos remete a um contexto

cultural que vem sendo delineado ao longo da história brasileira. A música regional

por exemplo, enfatiza as diferentes áreas do nosso país, ou seja, retrata as

características próprias de cada região, sendo que pode ser considerada como um

dos fatores responsáveis pela formação da constituição do processo de identidade


da sociedade brasileira. Da mesma forma se pode dizer em relação às músicas

folclóricas. De acordo com Queiróz:

O folclore parte do povo e para ele volta de novo. Transmitido de


geração para geração, existe em qualquer nação. Cada país tem sua
arte que de seu povo faz parte. E mesmo dentro de uma mesma
nação, essa arte varia conforme a região. No Brasil, o folclore é
resultado de culturas de todos os lados (...) (QUEIRÓZ, 2003, p.05).

O folclore brasileiro trata da nossa identidade cultural: costumes, tradições,

brinquedos, brincadeiras, mitos, contos, parlendas, festas populares. Cada região do

Brasil tem suas histórias, lendas e mitos. E é de suma importância que nossas

crianças tenham acesso a essas tradições, mais importante ainda que sejam através

do lúdico, ou seja, da música, que por sua vez está representada através das

canções populares.

A Educação Infantil pode enfocar a música folclórica através das cantigas de

roda e acalantos. Exemplos de cantiga de roda: Samba Lelê, O Cravo e a rosa,

Ciranda cirandinha, Nesta rua, Atirei o pau no gato, Fui no Tororó, Pezinho,

Terezinha de Jesus, Peixe vivo, Sapo Cururu, A Barata diz que tem, A Canoa virou,

Cai Cai Balão,Tango, tango morena, etc). Exemplo de acalantos: Boi da Cara Preta,

Dorme nenén, Xô, xô papão, etc.).

Finalizando, a música clássica também conhecida como erudita de acordo

com Catunda, é “a música de concerto, dita como ´culta´ e mais elaborada. (...) Em

geral exige uma atitude contemplativa e uma audição concentrada” 4. É por sua vez

considerada como música dos grandes mestres, são eles: Bach, Beethoven, Vivaldi,

4
Disponível em PT.scribd.com/doc/91973060/Apostila-Conceito-Musical. Acesso em: 13 de julho de

2012.
Brahms, Chopin Liszt, entre outros. Mas, afinal qual a importância da mesma para a

Educação Infantil? Levando em consideração que este gênero musical não faz

parte do cotidiano das pessoas, não faz parte da realidade, a educação infantil tem o

papel de inserí-la na proposta pedagógica, pois pode-se despertar o gosto pela

mesma desde a tenra infância. Comenta-se que é apropriado educar a audição

desde pequeno para aprender a gostar de músicas clássicas. Deste modo, a

Educação Infantil deve apropriar deste conhecimento, para então trabalhar com as

crianças, principalmente pensando nos benefícios da mesma. Deve-se observar os

momentos adequados, como: hora do soninho, volta a calma, relaxamento, etc.

Elementos que compõem o som: altura, intensidade/densidade, duração e

timbre.

Altura: onde podemos distinguir se o som é grave, médio ou agudo. Quanto

maior for a frequência de uma onda sonora, mais agudo é o som, logo, isto é

determinado pelo número de vibrações da onda sonora por segundo. São essas

vibrações que definem cada uma das notas musicais: dó, ré, mi, fá, sol, lá, si; assim

a velocidade da onda sonora determina a altura do som. Sugestões:

- Criar situações de diálogo para estimular a voz grave e a aguda: Um

passarinho, um elefante; ouvir sons diferentes: uma flauta um trombone, etc.

Intensidade: é a força do som, isto é, a intensidade é a propriedade do som

que o caracteriza como muito fraco, médio, forte ou muito forte. É semelhante ao

que habitualmente chamamos volume. A intensidade do som, isto é, a força com que

as ondas sonoras empurram o ar, é medida em decibéis (db). Da mesma forma que

iniciou o trabalho altura, podemos iniciar com intensidade. Sugestões:

- Brincar com a intensidade do som: Apitar fraco, apitar forte; cantar músicas

forte, médio, fraco; simular situações: O leão lá na floresta está faminto e feroz!
Como é que ele faz? (forte), agora ele está sonolento e preguiçoso! Como é que ele

faz? (Fraco); Cantigas do repertório das crianças: Martelinho, pandeiro, palminhas,

etc.

Duração: é o tempo que o som permanece em nossos ouvidos, isto é, se o

som é pausa, curto ou longo. A duração dos sons depende do tempo de vibração do

objeto que o produz. Alguns sons têm ressonância curta, isto é, continuam soando

por um breve período de tempo até se extinguirem, como os sons dos tambores; e

outros têm uma ressonância longa, como os sons dos sinos. Sugestões:

Ouvir sons de longa duração: buzina, curto: tic tac do relógio; ao ouvir som

curto: pular, som longo correr, etc.

Timbre: é a propriedade do som que permite distinguir a fonte sonora que o

produz. Um exemplo é a voz da pessoa que podemos reconhecer a pessoa que está

falando sem vê-la, pois a voz de cada pessoa tem um timbre individual. Sugestões:

- Trazer vários instrumentos: ouvir os sons; confeccionar vários instrumentos

(bandinha); gravar com pequenas frases a voz das crianças. Reconhecer a voz de

cada um, etc.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Evidenciou-se que as diversas áreas do conhecimento podem ser

estimuladas com a prática da musicalização. De acordo com esta perspectiva, a

música é concebida como um universo que conjuga expressão de sentimentos,

ideias, valores culturais e facilita a comunicação do indivíduo consigo mesmo e com

o meio em que vive. Ao atender diferentes aspectos do desenvolvimento humano:

físico, mental, social, emocional e espiritual, a música pode ser considerada um


agente facilitador do processo educacional. Nesse sentido, faz-se necessária a

sensibilização dos educadores para despertar a conscientização quanto às

possibilidades da música para favorecer o bem-estar e o crescimento das

potencialidades das crianças, pois ela fala diretamente ao corpo, à mente e às

emoções. Crianças que estão envolvidas diariamente com a linguagem musical são

expressivas, entusiasmadas, serenas. A música por si própria evidencia alegria,

descontração. Cabe aos educadores direcionar sua prática pedagógica com

objetivos claros, levando em consideração os vários gêneros musicais, procurando

diversificar e atentar para a faixa etária dos educandos da Educação Infantil.

A pretensão não é formar musicista, mas desenvolver os conteúdos do

Currículo, que como pode-se notar são riquíssimos, pois dá conta de abordar todos

os aspectos essenciais da música.

O Currículo da Amop propõe os conteúdos serem trabalhados, contudo, o

Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil (RCNEI) deve ser

consultado sempre que necessário. Ele próprio traz, uma lista de sugestões, a

grande maioria disponível em CD. Esta lista forma um rico conjunto que pode,

certamente, levar a uma ampliação das referências musicais da criança, desde que

trabalhado com seriedade. Seja em qual for o gênero, todas as obras aqui incluídas

primam pela qualidade musical, pelo rigor técnico e, principalmente, pela adequação

ao universo infantil, isto é, promovem a boa música sem buscar a erotização

precoce nem o consumismo inveterado.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BRASIL, Ministério da Educação e do Desporto. Referencial Curricular Nacional

Para Educação Infantil. Secretaria da Educação Fundamental. V.03. Brasília

MEC/SEF, 1998.

BRASIL, Ministério da Educação. Parâmetros Curriculares Nacionais: Artes.

Secretaria da Educação Fundamental. 3a Ed., Brasília, 2001 .

CAMPBELL, Linda e Bruce & DICKINSON, Dee. Ensino e Aprendizagem por meio

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COLL, César & TEBEROSKY, Ana. Aprendendo Arte. Ed., Ática, São Paulo, 2004.

DIOGENES, Catunda. Conceituando música. Disponível em:

PT.scribd.com/doc/91973060/Apostila-Conceito-Musical. Acesso em: julho de 2012.

DIOGENES, Catunda. Conceituando música. Disponível em:

PT.scribd.com/doc/91973060/6/fontes-sonoras. Acesso em: julho de 2012.

ELLMERICH, Luis. História da música. Ed. Fermata do Brasil, São Paulo, 1977.

GOES, Raquel Santos. A música e suas possibilidades no desenvolvimento da

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Educação a Distância – CEAD/UDESC. Vol. 02, N.º 1 (2009).

JEANDOT, Nicole. Explorando o Universo da Música. Ed. Scipione, São Paulo,

1990.

QUEIROZ, Tânia Dias & GRILLO, Leila Maria. Origami & Folclore. São Paulo:

Êxito, 2003.

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