INFANTIL
Isolete Branco de Camargo Dias 1
Márcia C. R. da Silva da Conceição 2
Resumo: Este artigo tem como pretensão mostrar que através do lúdico a música
trabalhada desde a tenra infância pode contribuir no desenvolvimento infantil. Deste
modo, apresenta uma breve definição do que é a música e seus elementos
constitutivos, explicar-se como a musicalização pode contribuir com o processo de
ensino e aprendizagem da faixa etária de 0 a 5 anos. Direcionando um olhar às
perspectivas metodológicas em reflexões da prática onde o educador, possa
dimensionar sua prática pedagógica segundo orientações do Currículo da
AMOP( Associação dos Municípios do Oeste do Paraná).
INTRODUÇÃO
1
Formação: Normal Superior com Mídias Interativas. Universidade Estadual de Ponta Grossa. Professora no
Centro Municipal de Educação Infantil – Cantinho da Alegria.
2
Formada em Filosofia na Universidade do Oeste do Paraná, Pós-Graduada em Filosofia e Epistemologia das
Ciências. Professora de Filosofia no Ensino Médio e Diretora do Centro Municipal de Educação Infantil –
Cantinho da Alegria.
A música faz parte de nossa vida desde a infância, os sons de objetos e
artística que faz parte de nossa vida muito antes de qualquer ser humano nascer,
DESENVOLVIMENTO
para a aprendizagem das crianças, para diferenciar o seu fazer pedagógico para a
Já para Jeandot, (1990) música é uma linguagem universal, mas com muitos
já para os hebreus a música era usada para fins guerreiros e religiosos. Na verdade
se faz presente em todas as culturas, nas mais variadas situações da vida: festas e
humano, logo nada melhor que a sua própria definição para explicá-la.
deslumbra, embriaga, traz paz e harmonia, exalta o ser humano, manifesta os afetos
de nossa alma. É uma ferramenta que pode auxiliar o educador na sua prática
pois através de atividades bem elaboradas se pode trabalhar todos os aspectos que
social.
para melhorar várias habilidades físicas, como datilografar, nadar e fazer exercícios
ritmo e a graça.
apesar de que alguns educadores não possui esta visão, principalmente quando se
aprendizado.
do tom. Nota-se aos três anos a criança consegue reproduzir canções inteiras,
participa de jogos simples, cantados e cria pequenas músicas. Aos cinco anos a
criança entoa mais facilmente e consegue cantar melodias inteiras. Aos seis anos, a
contribuir para outras aprendizagens, como por exemplo, a escrita. Neste sentido,
Goés afirma:
(...)”ao inserir-se a música na prática diária do ambiente educativo, a
mesma pode tornar-se um importante elemento auxiliador no
processo de aprendizagem da escrita e da leitura criando gosto pelos
diversos assuntos estudados desenvolvendo a coordenação motora
– ritmo, auxiliando na formação de conceitos, no desenvolvimento da
auto-estima e na interação com o outro”. (GOES, 2009, p.02).
Parâmetros Curriculares Nacionais está longe de ser a ideal, pois não se pode
o seu ensino esteja voltado para o lúdico, onde se pode trabalhar com inúmeras
desenvolvimento cognitivo.
movimento igual e simétrico. Logo, se tem aqui um conjunto de três elementos que
por sua vez formam a estrutura musical, sendo que o ritmo é a base de toda
Sendo a música formada por estes três principais elementos, pode-se afirmar
que o ritmo é o mais importante, pois é considerado como base de toda expressão
musical, toda vez que alguém, ou até mesmo um leigo está acompanhando batendo
o pé, por exemplo, está seguindo o ritmo de uma determinada melodia que por sua
entender também os elementos que compõem o som, estes sim fazem parte dos
CONTEÚDOS
Natural
Fontes sonoras
Cultural
Músicas Infantis
som
Densidade (um som, muitos sons)
Logo, seguindo o quadro dos conteúdos se atenta para as definições de cada um,
sons. Segundo Catunda, “uma ‘fonte sonora’, é definida como sendo um objeto que
animais, cachoeira, voz humana, trovoadas, chuva, ondas do mar, vento etc. O
Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil (2001, p. 72) assinala que “a
homem, por exemplo: sons de máquinas, campainhas, carro, buzinas, sirenes, sinos,
Infantil (1998) diz que é possível confeccionar diversos materiais sonoros com as
as sirenes e os apitos, além dos tradicionais chocalhos de bebês, alguns dos quais
como madeira, metal ou outros, a fim de explorar diversos timbres entre eles. Deste
modo, existem muitas formas, contudo, as fontes sonoras mais ricas em qualidade
violoncelo);
Instrumentos de sopro (clarineta, saxofone, flauta, trompete, tuba,
Teca Brito em seu livro (música na educação Infantil: proposta para formação
musicais.
sons, já que os mesmos fazem parte de sua vida cotidiana, é natural e intuitiva.
clássica
tipos de musicas em relação aos meios utilizados para sua interpretação, sua função
ou sua procedência.
Neste sentido, enfatizar-se-á apenas o que o Currículo propõe que são: música
citados.
como qualquer gênero musical no qual o público tem acesso. A Música Popular
Brasileira (MPB) têm muitos compositores, dentre eles se pode citar: Chico Buarque
de Hollanda, Caetano Veloso, Gilberto Gil, Tom Jobim, Milton Nascimento, Vínicius
de Morais, entre outros. Neste sentido, pode ser dividida em danças e gêneros: Axé
Marchinha, Maxixe, Samba, Vanerão etc. Elas variam quanto ao ritmo e dependem
Drummond, Bia Bedran, Cantar é bom – Leco e Guga Thelma Chan. Em se tratando
interesse das crianças. Além de cantar se pode planejar jogos e brincadeiras, como:
cultural que vem sendo delineado ao longo da história brasileira. A música regional
características próprias de cada região, sendo que pode ser considerada como um
Brasil tem suas histórias, lendas e mitos. E é de suma importância que nossas
crianças tenham acesso a essas tradições, mais importante ainda que sejam através
do lúdico, ou seja, da música, que por sua vez está representada através das
canções populares.
Ciranda cirandinha, Nesta rua, Atirei o pau no gato, Fui no Tororó, Pezinho,
Terezinha de Jesus, Peixe vivo, Sapo Cururu, A Barata diz que tem, A Canoa virou,
Cai Cai Balão,Tango, tango morena, etc). Exemplo de acalantos: Boi da Cara Preta,
com Catunda, é “a música de concerto, dita como ´culta´ e mais elaborada. (...) Em
geral exige uma atitude contemplativa e uma audição concentrada” 4. É por sua vez
considerada como música dos grandes mestres, são eles: Bach, Beethoven, Vivaldi,
4
Disponível em PT.scribd.com/doc/91973060/Apostila-Conceito-Musical. Acesso em: 13 de julho de
2012.
Brahms, Chopin Liszt, entre outros. Mas, afinal qual a importância da mesma para a
Educação Infantil? Levando em consideração que este gênero musical não faz
parte do cotidiano das pessoas, não faz parte da realidade, a educação infantil tem o
Educação Infantil deve apropriar deste conhecimento, para então trabalhar com as
timbre.
maior for a frequência de uma onda sonora, mais agudo é o som, logo, isto é
determinado pelo número de vibrações da onda sonora por segundo. São essas
vibrações que definem cada uma das notas musicais: dó, ré, mi, fá, sol, lá, si; assim
que o caracteriza como muito fraco, médio, forte ou muito forte. É semelhante ao
que habitualmente chamamos volume. A intensidade do som, isto é, a força com que
as ondas sonoras empurram o ar, é medida em decibéis (db). Da mesma forma que
- Brincar com a intensidade do som: Apitar fraco, apitar forte; cantar músicas
forte, médio, fraco; simular situações: O leão lá na floresta está faminto e feroz!
Como é que ele faz? (forte), agora ele está sonolento e preguiçoso! Como é que ele
etc.
som é pausa, curto ou longo. A duração dos sons depende do tempo de vibração do
objeto que o produz. Alguns sons têm ressonância curta, isto é, continuam soando
por um breve período de tempo até se extinguirem, como os sons dos tambores; e
outros têm uma ressonância longa, como os sons dos sinos. Sugestões:
Ouvir sons de longa duração: buzina, curto: tic tac do relógio; ao ouvir som
produz. Um exemplo é a voz da pessoa que podemos reconhecer a pessoa que está
falando sem vê-la, pois a voz de cada pessoa tem um timbre individual. Sugestões:
(bandinha); gravar com pequenas frases a voz das crianças. Reconhecer a voz de
CONSIDERAÇÕES FINAIS
emoções. Crianças que estão envolvidas diariamente com a linguagem musical são
Currículo, que como pode-se notar são riquíssimos, pois dá conta de abordar todos
consultado sempre que necessário. Ele próprio traz, uma lista de sugestões, a
grande maioria disponível em CD. Esta lista forma um rico conjunto que pode,
certamente, levar a uma ampliação das referências musicais da criança, desde que
trabalhado com seriedade. Seja em qual for o gênero, todas as obras aqui incluídas
primam pela qualidade musical, pelo rigor técnico e, principalmente, pela adequação
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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CAMPBELL, Linda e Bruce & DICKINSON, Dee. Ensino e Aprendizagem por meio
COLL, César & TEBEROSKY, Ana. Aprendendo Arte. Ed., Ática, São Paulo, 2004.
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QUEIROZ, Tânia Dias & GRILLO, Leila Maria. Origami & Folclore. São Paulo:
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