Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
1
Paulo Espíndola Trani ( )
2
Sebastião Wilson Tivelli ( )
3
Thiago Leandro Factor ( )
4
José Maria Breda Júnior ( )
1
( ) Instituto Agronômico, Centro de Horticultura, Campinas (SP). petrani@iac.sp.gov.br
2
( ) APTA - UPD São Roque (SP). tivelli@apta.sp.gov.br
3
( ) APTA - Polo Regional Nordeste Paulista, Mococa (SP). factor@apta.sp.gov.br
4
( ) COOPERBATATA, Vargem Grande do Sul (SP). breda@cooperbatata.com.br
INTRODUÇÃO
A cultura da beterraba de mesa (Beta vulgaris L.) situa-se entre as espécies hortícolas
que mais respondem à calagem bem como às adubações orgânica e mineral.
A região de São José do Rio Pardo é uma das mais representativas quanto à
produção de beterraba no Estado de São Paulo. Na tabela 1 são apresentados os
coeficientes técnicos da cultura e o custo de produção para o mês de junho de 2011.
Verifica-se um significativo gasto de 28,2% referentes aos custos com calcário, fertilizantes e
sua aplicação ao solo, em relação ao total das despesas com a implantação, manejo e
colheita da beterraba. Torna-se, portanto, fundamental a realização e interpretação da
análise de solo e da análise foliar para o cálculo correto da calagem e adubação.
Deve ser ressaltado que a produtividade citada nesta tabela, de 30 t ha-1 de raízes
encontra-se próxima às aquelas mencionadas pelo Instituto de Economia Agrícola para o
Estado de São Paulo (28 t ha-1 de raízes) em anos recentes. Este fato permite inferir que a
proporção dos gastos com calcário e fertilizantes em outras regiões do Estado deve estar
bastante próxima aos dados apresentados na tabela 1.
2. Nutrição Mineral
N P K Ca Mg S
-1
---------------------------------------------------g kg ----------------------------------------------------
B Cu Fe Mn Zn
-1
---------------------------------------------------mg kg --------------------------------------------------
3. Calagem
Vale ressaltar que o gesso agrícola (sulfato de cálcio bi-hidratado) não corrige o pH do
solo. Tem como principal função fornecer cálcio e enxofre às culturas e também arrastar para
longe do alcance das raízes, o alumínio trocável do solo. Sua aplicação deve ser criteriosa,
pois o excesso de gesso agrícola também poderá acarretar a lixiviação para maiores
profundidades, além do Al+++, de cátions como o K+ e o Mg++.
4. Adubação
3 + 3 3
P resina, mg/dm K trocável, mmolc/dm Zn, mg/dm
Nitrogênio
0-25 26-60 61-120 >120 0-1,5 1,6-3,0 3,1-6,0 >6,0 0-0,5 0,6-1,2 >1,2
-1 -1 -1 -1
N, kg ha ----------P2O5, kg ha ---------- ----------K2O, kg ha ---------- -------Zn, kg ha -------
ácido bórico em 10 litros de água. Evitar a mistura dos micronutrientes com agrotóxicos para
não ocorrer incompatibilidade entre os componentes.
O boro via foliar também pode ser aplicado em conjunto com fertilizantes fontes de Ca
e N, como o nitrato de cálcio.
Dentre os nutrientes mais exigidos pela cultura da beterraba deve ser destacado o
nitrogênio o qual contribui para o aumento da produtividade por promover a expansão foliar
(essencial para a fotossíntese) e mais acúmulo de massa de raízes, além das folhas.
Figura 3. A foto à esquerda mostra em primeiro plano, canteiro de beterraba onde se aplicou
dose adequada de N e em segundo plano, canteiro onde se utilizou dose insuficiente de N. A
foto à direita mostra raízes e parte aérea de beterraba que receberam doses crescentes de
nitrogênio (0; 40; 80; 120; 160 e 200 kg ha-1 de N). Campinas, 1998. (Foto: Paulo E. Trani).
Outro elemento essencial e limitante para a beterraba é o boro, cuja deficiência causa
prejuízos à qualidade das raízes (Figura 6). O fornecimento do boro para as culturas em
geral deve ser preferencialmente via solo, antes da semeadura ou plantio. Na maioria das
vezes o fertilizante que contém o boro vem misturado aos adubos NPK para facilidade de
distribuição e uniformidade no solo. Recomenda-se as doses de 2 a 4 kg ha-1 de B, por
ocasião do plantio, conforme citado anteriormente. As maiores doses são recomendadas
para solos deficientes (teores inferiores a 0,3 mg kg-1 de B de solo) ou pobres em matéria
12
orgânica, e as menores doses de B para os demais solos. O boro aplicado via foliar em
complemento à aplicação via radicular, tem as doses mencionadas no item “adubação foliar”.
6. Outras recomendações
7. Conclusões
Com a adoção destas práticas, ao lado de outras, como a escolha certa da cultivar,
bom estande, irrigação correta e o controle equilibrado de pragas e doenças, será possível a
obtenção de melhores produtividades e qualidade das raízes.
Figura 7. Plantas de beterraba aos 55 dias mostrando boa uniformidade e ótimo estande,
graças à semeadura bem calibrada e também à calagem e adubação bem executadas. São
José do Rio Pardo, 2013. (Foto: José Maria Breda Jr).
14
8. Literatura
CANTLIFFE, D.J; GOODWIN, P.R.. Effects of nitrogen rate; source and various anions and
cations on NO-3 accumulation and nutrients constituents of table beets. Agronomy Journal,
Madison, v.66, p. 779-783, 1974
GRANGEIRO, L.C; NEGREIROS, M.Z; SOUZA, B.S; AZEVEDO, P.E; OLIVEIRA, S.L;
MEDEIROS, M.A. Acúmulo e exportação de nutrientes em beterraba. Ciênc. agrotec.,
Lavras,v.31, n.2, p.267-273, mar./abr., 2007.
HAAG, H.P; MINAMI, K.. Requerimentos de nutrientes pela cultura da beterraba. In:
_____________ (coods). Nutrição Mineral em Hortaliças, 2 ed. Campinas: Fundação
Cargill, 1988. p 52-59.
15
HALBROOKS, M.C; PETERSON, L.A.. Boron use in the table beet and the relation of
short-term boron stress to blackheart injury. Journal American Society of Horticultural
Science, v. 111, p. 751-757, 1986.
LIMA JUNIOR, S.; FACTOR, T.L; SILVEIRA CARVALHO, J.M; PURQUERIO, L.F.V.;
CALORI, A.H.; GUIMARÃES, R.S.; SANTELLO, M.C.; RONCHI, R.S.M. Produtividade de
beterraba cultivada em plantio direto em função de doses e parcelamento da adubação
potássica. Horticultura Brasileira, v. 29, n.2, S3958-S3965, 2011. Suplemento – CD-
ROM.
MESQUITA FILHO, M.V.; SOUZA, A.F.; FURLANI, P.R.. Hortaliças de bulbos, tubérculos,
raizes e frutos. In: FERREIRA, M.E.; CRUZ M.C.P.; RAIJ, B. van; ABREU, C.A.
Micronutrientes e elementos tóxicos na agricultura. Jaboticabal:
CNPq/FAPESP/POTAFOS, 2001. p. 511-532.
PURQUERIO, L.F.V.; FACTOR, T.L.; LIMA JR, S; SILVEIRA, J.M.C.; TIVELLI, S.W.;
CALORI, A.H.; GUIMARAES, R.S.; SANTELLO, M.C.; RONCHI, R.S.M. Produtividade de
beterraba cultivada em plantio direto em função de doses e fontes de nitrogênio.
Horticultura Brasileira, v. 29, n.2, S3771-S3777, 2011. Suplemento – CD-ROM.
TRANI, P.E.; PASSOS, F.A.; TAVARES, M.; AZEVEDO FILHO, J.A. 1997. Beterraba,
nabo, rabanete e salsa. In: RAIJ, B. van; CANTARELLA, H,; QUAGGIO, J.A.; FURLANI,
A.M.C. Recomendações de adubação e calagem para o Estado de São Paulo.
Campinas, SP: Instituto Agronômico & Fundação IAC, p.174. (Boletim Técnico Nº 100, 2
ed. Rev. Atual).