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Vigilância epidemiológica
Prof.ª Beatriz Oliveira
GRADUAÇÃO EM MEDICINA
Disciplina: Epidemiologia
Aula – Vigilância epidemiológica
Objetivo
• Proporcionar aos participantes uma reflexão crítica sobre as
interfaces e competências da vigilância epidemiológica,
considerando os aspectos históricos, conceituais e
metodológicos.
Conteúdo
• Conceitos e antecedentes históricos
• Conjuntura institucional da criação do Sistema Nacional de
Vigilância Epidemiológica no Brasil;
• Formas de organização, estrutura e atividades da Vigilância
Epidemiológica no Brasil
Conceitos e definições
Definição
• Latim: “Vigilare”
• Dicionário Aurélio: “Observar atentamente, estar atento a,
atentar em, estar de sentinela, procurar, campear, cuidar,
precaver-se, acautelar-se”
No campo da saúde
• Práticas de atenção à saúde
• Mecanismos de controle de doenças
• Informação para ação
Fonte: Organização Pan-Americana da Fonte: Acervo da Casa de Oswaldo Cruz, Departamento de Arquivo e
Saúde, Washington, DC, EUA Documentação.
Campanhas sanitárias (1900 – 1969)
Higienismo aglomerações populacionais vistas como foco de
doenças, epidemias e rebeliões que irrompiam nas cidades
Campanhas de vacinação, embora eficazes tendem a substituir
ações de promoção da saúde que teriam efeitos duradouros.
Ex. Eliminação da poliomielite sem investimentos em saneamento
básico.
Programa de controle de doenças na América planejados e
conduzidos por técnicos de países centrais, cordão sanitário (Ex.
Fundação Rockfeller).
Pressuposto da erradicação: entendimento de que com esforço
intenso e financiamento adequado era possível se livrar para
sempre de uma doença. Com exceção da varíola, nenhuma outra
doença foi erradicada. Contraproposta à erradicação era a adoção
de metas como “controle a níveis razoáveis”.
Vigilância epidemiológica: Histórico e antecedentes
• Década de 50 – vigilância epidemiológica passou a ser aplicada
ao controle das doenças transmissíveis, de ataque da campanha
de erradicação da malária.
• Originalmente, significava “a observação sistemática e ativa de
casos suspeitos ou confirmados de doenças transmissíveis e de
seus contatos”.
Problemas
• Representatividade e abrangência das fontes;
• Duplicidade de registros;
• Validade dos critérios diagnósticos.
Sistemas de Vigilância Epidemiológica
Tipos de dados
a. Dados de morbidade: dados sobre a doença ou agravo em si que
permitem a identificação imediata do problema. Obtidos através
da notificação, investigação, busca ativa, levantamento da
produção de serviços laboratoriais e hospitalar, inquérito e outros
estudos especiais);
b. Dados de mortalidade: indicador da gravidade do fenômeno.
Doenças de maior letalidade, costumam ter maior abrangência e
validade (eventos bem definidos e melhor registrados).
c. Dados demográficos e socioeconômicos: nº de habitantes, de
nascimentos, de óbitos, sexo, idade, renda, escolaridade,
ocupação, condições de saneamento, dentre outros.
d. Dados ambientais: aspectos climáticos (pluviometria,
temperatura, umidade), ecológicos, físicos (drenagem do solo,
cobertura vegetal, dentre outros).
Sistemas de Vigilância Epidemiológica
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Sistemas de Vigilância Epidemiológica
Fontes de dados
• Sistema de Informação de Agravos de Notificação
• Notificação é principal fonte de dados da VE – comunicação da
ocorrência ou suspeita de ocorrência de uma doença ou agravo à
saúde feita à autoridade sanitária por profissionais de saúde ou
qualquer cidadão, para fins de adoção de medidas de intervenção
pertinentes. Registro sistemático de doenças de notificação
compulsória ocorre desde 1969.
• Documentação operacional
✓ FIN – Ficha Individual de Notificação. É preenchida pelas unidades
assistenciais para cada paciente quando da suspeita da ocorrência de
problema de saúde de notificação compulsória ou de interesse nacional,
estadual ou municipal.
✓ FII – Ficha Individual de Investigação. É um roteiro de investigação, que
possibilita a identificação da fonte de infecção e os mecanismos de
transmissão da doença.
Sistemas de Vigilância Epidemiológica
Fontes de dados
• Sistema de Informação de Agravos de Notificação
• Notificação é principal fonte de dados da VE – comunicação da
ocorrência ou suspeita de ocorrência de uma doença ou agravo à
saúde feita à autoridade sanitária por profissionais de saúde ou
qualquer cidadão, para fins de adoção de medidas de intervenção
pertinentes. Registro sistemático de doenças de notificação
compulsória ocorre desde 1969.
• Documentação operacional
✓ FIN – Ficha Individual de Notificação. É preenchida pelas unidades
assistenciais para cada paciente quando da suspeita da ocorrência de
problema de saúde de notificação compulsória ou de interesse nacional,
estadual ou municipal.
✓ FII – Ficha Individual de Investigação. É um roteiro de investigação, que
possibilita a identificação da fonte de infecção e os mecanismos de
transmissão da doença.
Lista Nacional de Doenças e Agravos de Notificação
Compulsória
Lista Nacional de
Notificação
Compulsória
Regional de Saúde
Estado
Ficha de Notificação
Individual
Fonte: http://www.ufjf.br/hu/files/2013/04/NOTIFICACAO-INDIVIDUAL-NEGATIVA-INDIVIDUAL-OU-SURTO.pdf
SINAN
Ficha de Investigação
Epidemiológica
Fonte: Guia de vigilância epidemiológica / Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde. 6a ed. Brasília: Ministério da
Saúde, 2005.
Notificação de caso na vigilância epidemiológica
• Notificar a simples suspeita da doença: Não se deve aguardar a
confirmação do caso para se efetuar a notificação, pois isto pode
significar perda da oportunidade de intervir eficazmente;
• Notificação imediata
• Notificação negativa
Estratégias para detecção de casos
• Vigilância ativa – notificações voluntárias e espontâneas que
ocorrem na rotina do serviço de saúde.
• Vigilância passiva – combinação de vigilância passiva com busca
ativa de casos, também utilizada em situações alarmantes ou em
programas de erradicação e/ou controle prioritários
• Vigilância sindrômica – vigilância de um grupo de doenças que
apresentam sinais, sintomas e fisiopatologia comuns a etiologias
diversas.
• Fonte-sentinela – seleção de um ou mais estabelecimentos de
saúde, onde se concentram os esforços para a obtenção das
informações epidemiológicas desejadas.
• Vigilância epidemiológica em âmbito hospitalar – atividade que
tem como principal objetivo realizar ações de vigilância
epidemiológica das DNC, no ambiente hospitalar
Definição de caso na vigilância epidemiológica
• A definição padronizada de caso é um dos requisitos para a
notificação e investigação de doenças de notificação
compulsória em um sistema de vigilância epidemiológica
nacional.
✓ Caso suspeito - pessoa cuja história clínica e epidemiológica, sintomas e
possível exposição a uma fonte de infecção/contaminação sugerem
estar desenvolvendo ou em vias de desenvolver alguma doença.
✓ Caso confirmado – pessoa ou animal infectado ou doente que apresenta
características clínicas, laboratoriais e epidemiológicas específicas de
uma doença ou agravo. A confirmação do caso está condicionada,
sempre, à observância dos critérios estabelecidos, para a sua definição,
pelo sistema de vigilância.
✓ Caso descartado - pessoa que não preenche os critérios de confirmação
ou para a qual é diagnosticada outra patologia que não aquela que se
está apurando.
Formas de ocorrência de casos
• Endemias – presença habitual de uma doença em uma
determinada área geográfica
• Epidemias – é a ocorrência de uma doença em uma frequência
não usual (inesperada)
• Surtos – situação epidêmica limitada a um espaço localizado
(creche, escola, etc)
• Pandemia – ocorrência epidêmica de determinada doença
caracterizada pela larga distribuição espacial, atingindo várias
nações
Métodos de análise
✓Diagrama de controle
✓Curva epidêmica
Investigação epidemiológica
Refere-se a um trabalho de campo, realizado a partir de casos
notificados e seus contatos.
Objetivos
• Estabelecer ou confirmar o diagnóstico;
• Identificar a fonte infecção e o modo de transmissão;
• Esclarecer as circunstâncias que propiciaram a ocorrência e
investigar fatores de risco,
• Identificar grupos expostos a maior risco e buscar de casos
secundários;
• Coletar informações adicionais e determinar as principais
características epidemiológicas;
• Recomendação e adoção oportuna de medidas de controle para
evitar o ocorrência de novos casos.
Investigação epidemiológica
O que investigar?
• Doenças de notificação compulsória
• Surtos e epidemias
• Doenças emergentes, de etiologia desconhecida ou não
esclarecida;
• Óbitos de causa desconhecida
Perguntas a serem respondidas:
- Qual é o agravo à saúde?
- Quem está sendo atingido? Orientação de condutas para
interromper a cadeia de
- Onde está ocorrendo?
transmissão
- Quando começou a surgir?
- Por que está ocorrendo?
Investigação epidemiológica
Procedimentos da investigação
• Investigação clínico-laboratorial
• Investigação do caso
• Investigação de campo
• Normas e recomendações - Guia de Vigilância Epidemiológica
• Normas de funcionamento de cada serviço, perfil
epidemiológico da região, viagens.
Doenças e Agravos não transmissíveis
Nicolai, 2012
DESASTRES NATURAIS
EVENTOS DE MASSA
Nicolai, 2012
Rede Mundial de Alerta e Resposta a Surtos
Epidêmicos (GOARN)
EVENTOS DE MASSA
2001
GOARN
2005
Nicolai, 2012
Centros de Informação Estratégicas e
respostas em Vigilância em Saúde (CIEVS)
Registro dos eventos notificados e monitorados
SMSRJ
Nicolai, 2012
Vigilância ambiental
“Conjunto de ações que proporciona o conhecimento e a
detecção de qualquer mudança nos fatores determinantes e
condicionantes do meio ambiente que interferem na saúde
humana, com a finalidade de recomendar e adotar AS
MEDIDAS DE PREVENÇÃO E CONTROLE dos fatores de risco e
das doenças ou agravos”
(Portaria n.º 410/MS de 10.10.2000).
Pressão
Estado
Exposição
Efeito
Vigilância ambiental
CGVAM
VIGI
VIGIPEQ VIGIAGUA DESASTRES
Solo Natural
Ar Vigifis
Vigiapp
Quim
Mud. clima
Vigilância ambiental - VIGIÁGUA
Vigilância ambiental - VIGIPEQ
Vigilância ambiental - VIGIDESASTRES
Processamento, análise e interpretação de dados
Expansão da
transmissão da dengue
no Brasil (2002 – 2012)
Barcellos, C., Lowe, R. Expansion of the dengue transmission area in Brazil: the role of climate and cities. Trop Med
Int Health. 2014, 19(2): 159-168.
Aplicações
Estimar a magnitude de problemas de saúde
beatrizenf@gmail.com