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Universidade Federal do Rio de janeiro

Instituto de Estudos de Saúde Coletiva

Vigilância epidemiológica
Prof.ª Beatriz Oliveira

GRADUAÇÃO EM MEDICINA

Disciplina: Epidemiologia
Aula – Vigilância epidemiológica
Objetivo
• Proporcionar aos participantes uma reflexão crítica sobre as
interfaces e competências da vigilância epidemiológica,
considerando os aspectos históricos, conceituais e
metodológicos.

Conteúdo
• Conceitos e antecedentes históricos
• Conjuntura institucional da criação do Sistema Nacional de
Vigilância Epidemiológica no Brasil;
• Formas de organização, estrutura e atividades da Vigilância
Epidemiológica no Brasil
Conceitos e definições
Definição
• Latim: “Vigilare”
• Dicionário Aurélio: “Observar atentamente, estar atento a,
atentar em, estar de sentinela, procurar, campear, cuidar,
precaver-se, acautelar-se”
No campo da saúde
• Práticas de atenção à saúde
• Mecanismos de controle de doenças
• Informação para ação

Entende-se por Vigilância Epidemiológica um conjunto de ações que


proporcionam o conhecimento, a detecção ou prevenção de qualquer
mudança nos fatores determinantes e condicionantes de saúde individual
ou coletiva, com a finalidade de recomendar e adotar as medidas de
prevenção e controle das doenças ou agravos.
Lei Orgânica da Saúde Artigo 6o, Parágrafo 2º (BRASIL, 1990).
Vigilância epidemiológica: Histórico e antecedentes

Evolução histórica do conceitos de vigilância, saúde e epidemiologia

Primeiras explicações racionais -


medicina hipocrática

Influência religiosa durante a idade


média

Teoria miasmática prevalecendo até


século XIX

Era bacteriológica e a discussão da


causalidade

Produção social da saúde e da


doença
Vigilância epidemiológica: Histórico e antecedentes

Início do século XX: avanço no conhecimento


científico sobre prevenção de algumas DIP (vacinas e
soros etc), que passam a ser objetos de intervenção,
especial-mente as doenças que acometiam a força de
trabalho comprometendo a produtividade
econômica, tornando prioridade para os governos .

BRASIL E AMÉRICA LATINA Robert Koch: transmissão do


antraz por um bacilo, usando
camundongos como animais
experimentais

[…] a América era um grande porto


exportador de matérias primas e o interesse
maior era evitar a exportação de pestes e
epidemias, que afastava os navios dos portos
infestados [...]
Campanhas sanitárias (1900 – 1969)
Auge do Sanitarismo Campanhista no Brasil
Representação da ameaça repre- Brigada contra os mosquitos na campanha de erradicação da
sentada pela febre amarela aos febre amarela no Rio de Janeiro, 1904. Charretes da Diretoria
países da América de Saúde Pública.

Fonte: Organização Pan-Americana da Fonte: Acervo da Casa de Oswaldo Cruz, Departamento de Arquivo e
Saúde, Washington, DC, EUA Documentação.
Campanhas sanitárias (1900 – 1969)
Higienismo  aglomerações populacionais vistas como foco de
doenças, epidemias e rebeliões que irrompiam nas cidades
Campanhas de vacinação, embora eficazes tendem a substituir
ações de promoção da saúde que teriam efeitos duradouros.
Ex. Eliminação da poliomielite sem investimentos em saneamento
básico.
Programa de controle de doenças na América  planejados e
conduzidos por técnicos de países centrais, cordão sanitário (Ex.
Fundação Rockfeller).
Pressuposto da erradicação: entendimento de que com esforço
intenso e financiamento adequado era possível se livrar para
sempre de uma doença. Com exceção da varíola, nenhuma outra
doença foi erradicada. Contraproposta à erradicação era a adoção
de metas como “controle a níveis razoáveis”.
Vigilância epidemiológica: Histórico e antecedentes
• Década de 50 – vigilância epidemiológica passou a ser aplicada
ao controle das doenças transmissíveis, de ataque da campanha
de erradicação da malária.
• Originalmente, significava “a observação sistemática e ativa de
casos suspeitos ou confirmados de doenças transmissíveis e de
seus contatos”.

• Década de 60 – o programa de erradicação da varíola →


aplicação de novos conceitos que se firmavam no âmbito
internacional para o êxito da erradicação da varíola em escala
mundial e serviu de base para a organização de sistemas
nacionais de vigilância epidemiológica

• 21ª Assembléia Mundial de Saúde realizada em 1968 – Tema foi


vigilância epidemiológica
Vigilância epidemiológica: Históriico e antecedentes
• Campanha de Erradicação da Varíola (CEV) em 1966-73 – Marco
institucional das ações de vigilância
• Brasil 1975  Sistema Nacional de VE (Notificação compulsória
de Doenças e agravos à saúde);
• 5ª Conferência Nacional de Saúde, realizada em 1975, o
Ministério da Saúde instituiu o Sistema Nacional de Vigilância
Epidemiológica (SNVE) (Lei nº 6.259/75 e Decreto nº 78.231/76).
• Em 1977, o Ministério da Saúde elaborou o primeiro Manual de
Vigilância Epidemiológica, reunindo e compatibilizando as
normas técnicas então utilizadas para a vigilância de cada
doença
Vigilância epidemiológica no processo de
impalantação do SUS
BASE LEGAL E NORMATIVA: Lei Federal nº 6.259, de 30 de outubro de
1975, cria o Sistema Nacional de Vigilância Epidemiológica.
Sistema Nacional de Vigilância Epidemiológica é um subsistema do
Sistema Único de Saúde (SUS), baseado na informação-decisão-controle
de doenças e agravos específicos. Seus principais objetivos são
elaborar, recomendar e avaliar as medidas de controle e o
planejamento
Vigilância epidemiológica no processo de
impalantação do SUS
Lei 8.080/1990  SUS Ampliação do escopo da VE

“Conjunto de ações que proporciona o


conhecimento , a detecção ou prevenção de
qualquer mudança nos fatores determinantes e
condicionantes de saúde individual e coletiva , com
finalidade de recomendar e adotar as medidas de
prevenção e controle de doenças ou agravos”

INFORMAÇÃO PARA A AÇÃO


Vigilância epidemiológica: Históriico e antecedentes
• Brasil a partir de 1991 Ampliação da Atuação da VE
✓ Monitoramento e Controle de Doenças e Agravos não Transmissíveis
(DANT);
✓ Vigilância de Óbitos;
✓ Violência e Acidentes;
✓ Vigilância ambiental,
✓ Centros de Informação Estratégicas e Respostas em Vigilância em
Saúde (CIEVS)

Aplicável não somente às doenças


transmissíveis mas a outros
problemas de Saúde Pública,
comportamentos de riscos e
riscos ambientais.
Vigilância epidemiológica: objetivos e funções

VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA: Processo


sistemático e contínuo de coleta, análise,
interpretação e disseminação de informação com
finalidade de recomendar e adotar medidas de
prevenção e controle de problemas de saúde.
Vigilância epidemiológica: objetivos e funções

✓Identificar e descrever o comportamento epidemiológico de


doenças e agravos (monitorar tendências, identificar grupos
vulneráveis e fatores de risco);
✓Detectar epidemias e descrever seu processo de disseminação;
✓Avaliar a magnitude da morbidade e mortalidade decorrentes de
agravos à saúde;
✓Recomendar a adoção oportuna de medidas para prevenir e
controlar doenças e agravos à saúde;
✓Avaliar o impacto de intervenções em saúde;
✓Avaliar a adequação das estratégias utilizadas para aplicação de
medidas de prevenção e controle;
Vigilância epidemiológica: objetivos e funções

Sistema Nacional de Vigilância Epidemiológica

Conjunto de atividades que e procedimentos que mantém


este processo e que opera em diversas hierarquias, desde
o nível local, até o nível internacional.
Atividades desenvolvidas em todos os níveis:
• Coleta, processamento, análise e interpretação de dados;
• Investigação epidemiológica;
• Recomendação, implementação e avaliação de ações de
controle;
• Retroalimentação e divulgação de informações;
• Avaliar a adequação das estratégias utilizadas para
aplicação de medidas de prevenção e controle;
Vigilância epidemiológica: objetivos e funções
Sistemas de Vigilância Epidemiológica
Atividade de coleta de dados
• Seleção de dados para conhecimento do problema;
• Elaboração e padronização dos instrumentos de coleta;
• Garantia da qualidade da coleta
• Estabelecimento de fluxos para envio dos dados (como, para
quem enviar e com que periodicidade);
• Identificação das fontes de informação;
• Realização de investigações especiais.

Problemas
• Representatividade e abrangência das fontes;
• Duplicidade de registros;
• Validade dos critérios diagnósticos.
Sistemas de Vigilância Epidemiológica
Tipos de dados
a. Dados de morbidade: dados sobre a doença ou agravo em si que
permitem a identificação imediata do problema. Obtidos através
da notificação, investigação, busca ativa, levantamento da
produção de serviços laboratoriais e hospitalar, inquérito e outros
estudos especiais);
b. Dados de mortalidade: indicador da gravidade do fenômeno.
Doenças de maior letalidade, costumam ter maior abrangência e
validade (eventos bem definidos e melhor registrados).
c. Dados demográficos e socioeconômicos: nº de habitantes, de
nascimentos, de óbitos, sexo, idade, renda, escolaridade,
ocupação, condições de saneamento, dentre outros.
d. Dados ambientais: aspectos climáticos (pluviometria,
temperatura, umidade), ecológicos, físicos (drenagem do solo,
cobertura vegetal, dentre outros).
Sistemas de Vigilância Epidemiológica

Fontes de dados para vigilância


• Fontes de dados
• Notificação de doenças e agravos
• Exames laboratoriais
• Registros vitais
• Vigilância sentinela
• Registros médicos e hospitalares
• Estudos epidemiológicos (inquéritos populacionais)
• Sistemas de registro de dados administrativos
• Pesquisa de casos e surtos
• Rumores

Guia de vigilância epidemiológica, 2009


Sistemas de Vigilância Epidemiológica

• Sistemas de informação em saúde


• Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN)
• Sistema de Informação de Mortalidade (SIM)
• Sistema de Informação de Nascidos Vivos (SINASC)
• Sistema de Informações Hospitalares (SIH)
• Sistema de Informações Ambulatoriais (SIA)
• Sistema de Informação em Atenção Básica (SIAB)

20
Sistemas de Vigilância Epidemiológica

Fontes de dados para vigilância


• Fontes de dados
• Notificação de doenças e agravos
• Exames laboratoriais
• Registros vitais
• Vigilância sentinela
• Registros médicos e hospitalares
• Estudos epidemiológicos (inquéritos populacionais)
• Sistemas de registro de dados administrativos
• Pesquisa de casos e surtos
• Rumores

Guia de vigilância epidemiológica, 2009


Sistemas de Vigilância Epidemiológica

Fontes de dados
• Sistema de Informação de Agravos de Notificação
• Notificação é principal fonte de dados da VE – comunicação da
ocorrência ou suspeita de ocorrência de uma doença ou agravo à
saúde feita à autoridade sanitária por profissionais de saúde ou
qualquer cidadão, para fins de adoção de medidas de intervenção
pertinentes. Registro sistemático de doenças de notificação
compulsória ocorre desde 1969.
• Documentação operacional
✓ FIN – Ficha Individual de Notificação. É preenchida pelas unidades
assistenciais para cada paciente quando da suspeita da ocorrência de
problema de saúde de notificação compulsória ou de interesse nacional,
estadual ou municipal.
✓ FII – Ficha Individual de Investigação. É um roteiro de investigação, que
possibilita a identificação da fonte de infecção e os mecanismos de
transmissão da doença.
Sistemas de Vigilância Epidemiológica

Fontes de dados
• Sistema de Informação de Agravos de Notificação
• Notificação é principal fonte de dados da VE – comunicação da
ocorrência ou suspeita de ocorrência de uma doença ou agravo à
saúde feita à autoridade sanitária por profissionais de saúde ou
qualquer cidadão, para fins de adoção de medidas de intervenção
pertinentes. Registro sistemático de doenças de notificação
compulsória ocorre desde 1969.
• Documentação operacional
✓ FIN – Ficha Individual de Notificação. É preenchida pelas unidades
assistenciais para cada paciente quando da suspeita da ocorrência de
problema de saúde de notificação compulsória ou de interesse nacional,
estadual ou municipal.
✓ FII – Ficha Individual de Investigação. É um roteiro de investigação, que
possibilita a identificação da fonte de infecção e os mecanismos de
transmissão da doença.
Lista Nacional de Doenças e Agravos de Notificação
Compulsória

Lista Nacional de
Notificação
Compulsória

(Portaria GM/MS nº 204 de 17 de fevereiro de 2016)


Critérios para Inclusão de uma Doença na Lista
de Notificação Compulsória
• Magnitude: alta incidência, prevalência, mortalidade e impacto na
expectativa de vida.
• Potencial de disseminação: Elevado poder de transmissão da
doença, com capacidade para provocar epidemias em populações
suscetíveis. Ex. Meningite meningocócica
• Transcendência: Severidade (letalidade, sequelas). Ex. Raiva
• Relevância social (estigmatização, medo provocado por lesões e
sequelas)
• Relevância econômica (incapacitante)
• Vulnerabilidade: existência de meios para prevenção e controle.
• Compromissos internacionais: Cumprimento de metas continentais
ou mundiais de controle, eliminação ou erradicação. Ex. Varíola,
cólera, peste, febre amarela.
• Epidemias, surtos e agravos inusitados à saúde: Situações
emergenciais de caráter epidêmico e inusitadas devem ser
imediatamente notificadas e investigadas.
SINAN – Fluxograma dos Dados
Unidades de Saúde Hospitais Outras Fontes

Secretaria Municipal de Saúde Município

Regional de Saúde
Estado

Secretaria de Estado de Saúde

Ministério da Saúde Nacional

No Rio de Janeiro, as unidades encaminham as notificações para os Serviços de


Vigilância em Saúde da área de referência. Esses, por sua vez, consolidam os
dados e encaminham para as DVS e estas para a SMS.
SINAN

Ficha de Notificação
Individual

Fonte: http://www.ufjf.br/hu/files/2013/04/NOTIFICACAO-INDIVIDUAL-NEGATIVA-INDIVIDUAL-OU-SURTO.pdf
SINAN

Ficha de Investigação
Epidemiológica

Fonte: Guia de vigilância epidemiológica / Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde. 6a ed. Brasília: Ministério da
Saúde, 2005.
Notificação de caso na vigilância epidemiológica
• Notificar a simples suspeita da doença: Não se deve aguardar a
confirmação do caso para se efetuar a notificação, pois isto pode
significar perda da oportunidade de intervir eficazmente;

• A notificação tem de ser sigilosa: só podendo ser divulgada fora


do âmbito médico sanitário em caso de risco para a comunidade,
respeitando-se o direito de anonimato dos cidadãos;

• Notificação imediata

• Notificação negativa
Estratégias para detecção de casos
• Vigilância ativa – notificações voluntárias e espontâneas que
ocorrem na rotina do serviço de saúde.
• Vigilância passiva – combinação de vigilância passiva com busca
ativa de casos, também utilizada em situações alarmantes ou em
programas de erradicação e/ou controle prioritários
• Vigilância sindrômica – vigilância de um grupo de doenças que
apresentam sinais, sintomas e fisiopatologia comuns a etiologias
diversas.
• Fonte-sentinela – seleção de um ou mais estabelecimentos de
saúde, onde se concentram os esforços para a obtenção das
informações epidemiológicas desejadas.
• Vigilância epidemiológica em âmbito hospitalar – atividade que
tem como principal objetivo realizar ações de vigilância
epidemiológica das DNC, no ambiente hospitalar
Definição de caso na vigilância epidemiológica
• A definição padronizada de caso é um dos requisitos para a
notificação e investigação de doenças de notificação
compulsória em um sistema de vigilância epidemiológica
nacional.
✓ Caso suspeito - pessoa cuja história clínica e epidemiológica, sintomas e
possível exposição a uma fonte de infecção/contaminação sugerem
estar desenvolvendo ou em vias de desenvolver alguma doença.
✓ Caso confirmado – pessoa ou animal infectado ou doente que apresenta
características clínicas, laboratoriais e epidemiológicas específicas de
uma doença ou agravo. A confirmação do caso está condicionada,
sempre, à observância dos critérios estabelecidos, para a sua definição,
pelo sistema de vigilância.
✓ Caso descartado - pessoa que não preenche os critérios de confirmação
ou para a qual é diagnosticada outra patologia que não aquela que se
está apurando.
Formas de ocorrência de casos
• Endemias – presença habitual de uma doença em uma
determinada área geográfica
• Epidemias – é a ocorrência de uma doença em uma frequência
não usual (inesperada)
• Surtos – situação epidêmica limitada a um espaço localizado
(creche, escola, etc)
• Pandemia – ocorrência epidêmica de determinada doença
caracterizada pela larga distribuição espacial, atingindo várias
nações

Métodos de análise
✓Diagrama de controle
✓Curva epidêmica
Investigação epidemiológica
Refere-se a um trabalho de campo, realizado a partir de casos
notificados e seus contatos.
Objetivos
• Estabelecer ou confirmar o diagnóstico;
• Identificar a fonte infecção e o modo de transmissão;
• Esclarecer as circunstâncias que propiciaram a ocorrência e
investigar fatores de risco,
• Identificar grupos expostos a maior risco e buscar de casos
secundários;
• Coletar informações adicionais e determinar as principais
características epidemiológicas;
• Recomendação e adoção oportuna de medidas de controle para
evitar o ocorrência de novos casos.
Investigação epidemiológica
O que investigar?
• Doenças de notificação compulsória
• Surtos e epidemias
• Doenças emergentes, de etiologia desconhecida ou não
esclarecida;
• Óbitos de causa desconhecida
Perguntas a serem respondidas:
- Qual é o agravo à saúde?
- Quem está sendo atingido? Orientação de condutas para
interromper a cadeia de
- Onde está ocorrendo?
transmissão
- Quando começou a surgir?
- Por que está ocorrendo?
Investigação epidemiológica
Procedimentos da investigação

• Investigação clínico-laboratorial
• Investigação do caso
• Investigação de campo
• Normas e recomendações - Guia de Vigilância Epidemiológica
• Normas de funcionamento de cada serviço, perfil
epidemiológico da região, viagens.
Doenças e Agravos não transmissíveis

Objetivos do monitoramento de DANT: reduzir a


incidência, a prevalência, prorrogar o surgimento de
complicações e incapacidades delas advindas, reduzir
incapacidades e melhorar a qualidade de vida.

hábitos alimentares; atividade física; álcool; tabaco


Doenças e Agravos não transmissíveis
Fonte de dados:
• Sistemas de Informações (Ambulatorial SAI- SUS; SIH-SUS; SIM;
registros de câncer);
• Vigilância sentinela (Rede de Serviços de Vigilância de violência
e acidentes-VIVA, desde 2006, emergência médica);
• Inquéritos para fatores de risco e DANT ex: VIGITE L(>=18 anos;
morbidade referida, HA, diabetes, sobrepeso, obesidade,
tabaco e álcool);
• PeNSE (Pesquisa Nacional de Saúde Escolar (escolares
adolescentes)
Vigilância do óbito
Óbitos fetais, infantis, de mulheres em idade fértil e
maternos declarados

SMSDCRJ - II Fórum Mortalidade Infantil e Materna: integrando Vigilância e Cuidado- 2010


Investigação de causas mal definidas
• Programa “Redução do Percentual de Óbitos com Causa Mal
Definida”.

• Autopsia Verbal - método para investigar as mortes ocorridas fora do


ambiente hospitalar ou quando na declaração de óbito foram
classificadas como mal definidas.

• Entrevistas aos familiares e/ou cuidador da pessoa falecida


Vigilância epidemiológica – Doenças emergentes

Nicolai, 2012
DESASTRES NATURAIS

EVENTOS DE MASSA

Nicolai, 2012
Rede Mundial de Alerta e Resposta a Surtos
Epidêmicos (GOARN)
EVENTOS DE MASSA

2001

GOARN
2005

Nicolai, 2012
Centros de Informação Estratégicas e
respostas em Vigilância em Saúde (CIEVS)
Registro dos eventos notificados e monitorados

SMSRJ

Nicolai, 2012
Vigilância ambiental
“Conjunto de ações que proporciona o conhecimento e a
detecção de qualquer mudança nos fatores determinantes e
condicionantes do meio ambiente que interferem na saúde
humana, com a finalidade de recomendar e adotar AS
MEDIDAS DE PREVENÇÃO E CONTROLE dos fatores de risco e
das doenças ou agravos”
(Portaria n.º 410/MS de 10.10.2000).

“Consiste na OBTENÇÃO, ELABORAÇÃO, ANÁLISE,


APROVEITAMENTO E DIFUSÃO SELETIVA DE INFORMAÇÕES
SOBRE FATORES DE RISCO E PROBLEMAS DE SAÚDE mais
frequentes relacionados com a exposição a agentes e/ou
determinantes ambientais”
(ECO/OPAS).
Vigilância ambiental
Cadeia ambiente e saúde
Força Motriz

Pressão

Estado

Exposição

Efeito
Vigilância ambiental

CGVAM

VIGI
VIGIPEQ VIGIAGUA DESASTRES

Solo Natural
Ar Vigifis
Vigiapp
Quim
Mud. clima
Vigilância ambiental - VIGIÁGUA
Vigilância ambiental - VIGIPEQ
Vigilância ambiental - VIGIDESASTRES
Processamento, análise e interpretação de dados

Atividades essenciais para que os dados gerem informações


necessárias para o desencadeamento de ações efetivas de
controle.
• Crítica dos dados - preenchimento dos instrumentos, busca de
informações incompletas ou imprecisas, verificação da
consistência, “encerramento do caso”, eliminação de
duplicações;
• Busca de outras informações necessárias à análise (para
confirmar o diagnóstico por exemplo).
Recomendação, implementação e avaliação
De medidas de controle
Recomendação e Implementação
• Impedir ou controlar a disseminação das doenças através de
medidas de controle (vacinação, quimioprofilaxia de
comunicantes, isolamento, tratamento dos casos, ações de
educação e saúde, saneamento, etc).
Avaliação
• Etapa importante que visa avaliar o impacto das medidas de
controle implementadas, e identificar necessidades de
aperfeiçoamento técnico das medidas de prevenção e
controle.
Retroalimentação e divulgação das informações
• Retroalimentação → importante para o processo de
aperfeiçoamento, gerência e controle de qualidade dos sistemas
de vigilância;

• Divulgação da informação → para todos os níveis, sociedade,


profissionais e setores da vigilância epidemiológica é estratégica.
Deve ocorrer de forma sistemática e periódica.
✓ Viabiliza uso de informações de forma oportuna;
✓ Subsidiar tomada de decisão e o planejamento;
✓ Definição de prioridades;
✓ Alocação de recursos;
✓ Avaliação dos programas;
Divulgação de informações
• Público alvo: população, profissionais de saúde
• Uso dos meios de comunicação de massa
• Meios de divulgação:
• Contato pessoal, telefone, reuniões periódicas
• Imprensa, Boletins, Publicações Científicas, Internet
Avaliação de sistemas de vigilância
Medidas qualitativas e quantitativas utilizadas para avaliar a
eficiência de um sistema de vigilância
• Utilidade
• Oportunidade
• Aceitabilidade
Pontos críticos a serem superados
• Simplicidade • Subnotificação
• Baixa representatividade
• Flexibilidade
• Baixo grau de oportunidade
• Representatividade
• Sensibilidade
• Especificidade
• Valor preditivo positivo (VPP)
Aplicações
Caracterizar a distribuição geográfica e temporal das doenças

Investigar o padrão espacial e


temporal da recente expansão
da transmissão da dengue no
Brasil
(2001-2012)

Expansão da
transmissão da dengue
no Brasil (2002 – 2012)

Barcellos, C., Lowe, R. Expansion of the dengue transmission area in Brazil: the role of climate and cities. Trop Med
Int Health. 2014, 19(2): 159-168.
Aplicações
Estimar a magnitude de problemas de saúde

Taxa de detecção de aids (/100 mil habitantes) segundo sexo e razão


de sexos por ano de diagnóstico. Brasil, 2006 a 2015(1)
Aplicações
Detecção de eventos inusitados / epidemias
Aplicações
Avaliação de medidas de controle e planejamento em saúde
Taxas de prevalência e detecção em hanseníase Brasil, 1990 a 2015
Obrigada!

beatrizenf@gmail.com

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