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FACULDADE VICENTINA

MATHEUS DE FREITAS GUEDES

OS ELEMENTOS CONSTITUTIVOS DA UNIDADE DA IGREJA

Curitiba
2019
2

MATHEUS DE FREITAS GUEDES

Síntese

OS ELEMENTOS CONSTITUTIVOS DA UNIDADE DA IGREJA

Trabalho apresentado à disciplina


de ecumenismo como avaliação
parcial.

Aluno: Matheus de Freitas Guedes Professor: Joacquim

Curitiba
2019
3

Matheus de Freitas Guedes1


O quarto capítulo tem como objetivo apresentar quais são os elementos que
encaminham a construção da unidade a partir do diálogo ecumênico. A promoção da unidade
exige a identificação dos seus fundamentos constitutivos e a comunhão das igrejas dentro
desses. Ambas as exigências vão se evidenciando no processo do diálogo, de acordo com seus
agentes, a realidade socioeclesial e a intensa integração dos cristãos e das instituições
eclesiásticas dentro do diálogo.
A primeira etapa do texto é expor as diferenças fundamentais entres os cristãos.
Mostrando claramente que a divisão está ligada a discrepância entre as concepções de Igreja e
de seus elementos constitutivos, a saber: Natureza, identidade e missão. Sendo assim, o ponto
crucial dos desafios ecumênicos está centrado no campo eclesiológico. O acordo no quesito
eclesiologia tornou-se o objetivo teológico fundamental para busca da unidade cristã. Essa
situação é revelada no momento em que analisamos de forma minuciosa as particularidades
das instituições.
Analisando a doutrina católica percebe-se sua autoafirmação como a Igreja que se
revela tal e qual o Cristo desejou, tendo a celebração eucarística como centro de uma
comunidade que se reúne. Além disso, “existe profunda comunhão entre as dimensões
mistérico/universal-institucional/particular e entre fiéis e ministros, a ela pertencem todos os
que se unem pelos vínculos da fé, dos sacramentos, do regime e da comunhão eclesiásticos” 2.
De outro lado, temos as igrejas pertencentes à reforma que insistem na igreja como evento,
sendo que esta última é a comunhão dos crentes sustentada pela Proclamação do Evangelho e
a correta administração sacramental. Dela surgem duas possíveis tendências eclesiológicas:
uma fundamentada na relação pessoal com Cristo e a outra como estruturas provisórias.
A primeira tendência se dá como aquela, em que os fiéis estão em uma intensa
relação pessoal com o Cristo, essa realidade tem como fonte certa união pautada no afeto do
que em fundamentos institucionais. A segunda estabelece as estruturas eclesiásticas a partir de
uma provisoriedade, que conduz as igrejas a certa instabilidade teológica e a uma busca
constante da sua identidade eclesial. Desta maneira, é possível se deparar com grupos
eclesiais que querem conservar as ideias dos reformadores, mas ao mesmo tempo afirmar uma
confissão autônoma, que procura uma reconstrução eclesiológica. Vale lembrar aqui outras
igrejas que seguem uma forma eclesial própria. O anglicanismo que mantém elementos
católicos e protestantes, e as igrejas ortodoxas que seguem as tendências de outras regiões.

1
Licenciado em Filosofia pela Faculdade Entre Rios do Piauí e acadêmico de teologia na faculdade Vicentina.
2
Livro pg.230.
4

As discussões dessas diferenças se revelam justamente no fato da eclesiologia


protestante aparecer como crítica a eclesiologia católica, principalmente no critério do valor
dado à tradição. Ao mesmo tempo os católicos discordam dos protestantes porque acreditam
que existem outros elementos constitutivos da Igreja. Na doutrina católica, estes conjuntos de
elementos compõem uma plenitude do ser eclesial. Para os evangélicos a concepção da igreja
é dinâmica, o primado da comunidade local está ligado à pluralidade doutrinal e estrutural.
Enfim, se o catolicismo corre o risco de fixar-se nos elementos institucionais da fé, o
protestantismo arrisca viver na instabilidade do caráter provisório e incompleto da Igreja
atual.
As impressões causadas por essas diferenças estão em partes relacionadas à distinção
entre Igreja e Comunidades Eclesiais, feitas pelo Concílio Vaticano II. Embora as últimas
apresentem elementos eclesiais não são consideradas Igrejas pelos padres conciliares. Existem
duas perspectivas de compreensão que nos ajuda a compreender as razões das distinções, a
primeira institucional e a segunda teológica.

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