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Aluno: Wallace dos Santos Santana Gonçalves; DRE: 116150327

Disciplina: EEW602 – Evolução Ciência e Engenharia

A Máquina Colossus
Obs: O funcionamento da Enigma pode ser encontrado no trabalho feito pelo Arthur.
Assim, não irei entrar em detalhes sobre isto aqui

“Colossus”, conhecida também como “Bombe”, foi desenvolvida em Bletchley Park


pela equipe de criptografia, e não apenas por Turing (que de fato teve uma
contribuição muito importante no desenvolvimento através de seu estudo anterior que
ficou conhecido como “Turing Machine”) como é dito em alguns lugares.

A máquina foi projetada com o objetivo de realizar uma busca para determinar as
componentes da chave da Enigma que são: A ordem do rotor, as „posições iniciais do
núcleo do rotor‟ e alguns dos “steckers”. Para procurar as chaves, como o número de
possibilidades era alto, Alan Turing desenvolveu uma estratégia que dependia de um
“crib”(1) (uma parte simples do texto) da mensagem codificada, não exigindo
conhecimento prévio dos “steckers”. Assim, alinhando o “crib” com o texto cifrado, um
diagrama conhecido como “menu” era construído e mostrava a relação entre os dois
conjuntos de letras. Segue abaixo um exemplo:

(1): Achei muito interessante que isso só foi possível depois de muitas informações
adquiridas e, através disso, o hábito pessoal de alguns operadores alemães foram
percebidos, contribuindo para um número de cábulas (partes de textos cuja existência
e localizações podem ser previstas) serem antecipadas, diminuindo
consideravelmente o número de possibilidades a serem testadas (aproximadamente
1,58*10^20 diferentes combinações iniciais possíveis para o dispositivo. Supondo o
teste de um milhão de configurações por segundo, demoraria mais de meio milhão de
anos para testar todas as combinações, mostrando o quão importante foi diminuir o
número de possibilidades para testes).
Um menu, na forma de um circuito elétrico, era “plugado” no painel na parte de trás da
Bombe por meio de cabos de vinte e seis vias. Para um funcionamento efetivo, era
feito um loop fechado no menu. A correspondência, mostrada na imagem abaixo, entre
as letras do alfabeto usual e do alfabeto grego é denotada como “stecker pairs”. A
lógica usada em uma busca explorava a simetria entre os “stecker pairs” (por exemplo,
se S implica em α, então α implica em S), permitindo que a codificação seja feita de
forma mais simples e que as letras do alfabeto grego sejam usadas ao invés da do
alfabeto usual. Assim, se α for encontrado as outras letras também podem ser através
do menu 1.

Menu 1

Em resumo, era testado α sendo igual a cada letra do alfabeto usual (A, B, C, ...) como
entrada e se α saísse sendo a mesma letra, a hipótese estaria correta e do contrário a
hipótese estaria errada. Mas, o teste de α sendo cada letra por vez era lento e a
solução foi o teste para todas as letras ser feito ao mesmo tempo (esse teste foi
chamado de “voltage feedback” e permitia que a conclusão obtida da hipótese inicial
fosse usada para outra nova hipótese. Este processo era repetido até que se
esgotasse). A imagem abaixo mostra essa solução.
Assim, para saber se a hipótese era ou não verdadeira, eram usados um relé para
cada letra. Caso todos os relés fossem energizados, a hipótese inicial era falsa e se
apenas um relé fosse energizado, a hipótese era verdadeira. Um detalhe muito
importante é que essa detecção da hipótese ser falsa ou não só funcionava caso as
posições dos rotores ou as configurações de mensagem da Enigma estivessem
corretas. Quando estavam erradas, a energização de relés ocorria de uma forma
diferente da do esperado.

A Bombe apenas parava de testar as possibilidades quando menos de vinte e seis


relés eram energizados, sendo essas paradas corretas ou não (como citado acima o
fato do caso dos rotores ou as configurações de mensagens estarem erradas, a
energização dos relés não funcionava da forma esperada). Para evitar as paradas
erradas, um dispositivo auxiliar chamado “Checking machine” foi utilizado e seu
funcionamento consistia de verificar as “stecker pairs” das outras letras do menu e
verificava se havia alguma inconsistência lógica (um exemplo seria encontrar na saída
A/G e V/G, o que não faz sentido, pois não era possível duas letras diferentes saírem
correspondendo a uma mesma letra), e caso ocorresse essa inconsistência, a falha
era ignorada e o funcionamento continuava.

Foto da “Checking machine”. O tambor a esquerda serve como um refletor (era o que
fazia a Enigma ser recíproca – o processo para codificar e decifrar ser o mesmo) pré-
definido e os outros três tambores com anéis de letras ajustáveis simulam os rotores
da Enigma.

Outro matemático que contribuiu brilhantemente para a melhora da Bombe foi Gordon
Welchman, que percebeu que a propriedade simétrica de cada “stecker pairs” poderia
fornecer maneiras mais eficientes de extrair conclusões de uma hipótese inicial, que
era por meio de menus mais simples. O dispositivo construído a partir dessa idéia era
chamado “Diagonal board”.
Diagonal board

O Diagonal board também conseguiu reduzir as paradas falsas, melhorando a


velocidade da Bombe. Na figura é possível ver o funcionamento da Diagonal board pra
uma hipótese inicial falsa e outra verdadeira, podendo-se observar que na verdadeira
dois caminhos são percorridos, mas levam a mesma conclusão. Já na hipótese falsa,
os caminhos levam a conclusões diferentes. No entanto é importante esclarecer que
as conclusões falsas de uma hipótese falsa não comprometem a verdadeira, o que
possibilitou uma maior varredura simultânea com menus menos complexos.

A Bombe era essencialmente uma máquina eletromecânica operando sobre o controle


de um complexo sistema de relés elétricos. Na frente da máquina havia trinta e seis
conjuntos de três tambores dispostos verticalmente em três grupos de doze, sendo
cada conjunto de três tambores (chamados de “Scrambler units”) correspondendo aos
três rotores da Engima. Esse conjunto de três tambores (cada tambor pode girar em
três velocidades diferentes) são incorporados em um complexo circuito elétrico para o
menu que é plugado no painel de tomadas localizado na parte traseira da máquina.
Dentro de cada tambor há dois conjuntos separados de fiação para o rotor que ele
emula, existindo 2x2x26 = 104 contatos elétricos na face traseira de cada tambor.
Abaixo seguem algumas outras imagens que achei interessantes trazer:

Vista interior da Bombe.

Vista frontal da Bombe (as cores representavam a ordem dos rotores da Enigma. Por
exemplo, os tambores de cor vermelha e amarela correspondem, respectivamente,
aos rotores I e II da Enigma).
Diagrama da Bombe

Exemplo de como uma mensagem da Enigma chegava aos criptanalistas de Bletchley


Park após tratada pelo serviço britânico de escuta das comunicações alemãs.
Fotografia durante a guerra de uma Bombe de três rotores.

Considerações finais
Dessa forma, essa foi uma explicação geral do funcionamento e da parte física da
Bombe. O que mais me chamou atenção, levando em consideração o que pesquisei,
foi o fato da enorme complexidade do projeto, só sendo possível o seu sucesso graças
à contribuição de diversas pessoas altamente competentes, como Turing e Welchman.
E o mais incrível é que o ambiente para o desenvolvimento era em meio a um período
de guerra, onde cada segundo perdido na busca de soluções impactava na morte de
pessoas, o que deveria acarretar numa enorme pressão psicológica.

Essas explicações e imagens que foram dadas eu retirei do site abaixo e do PDF que
está no e-mail.

http://www.rutherfordjournal.org/article030108.html?&sa=U&ei=rHEhVKewDMbRywOH
g4HoAQ&ved=0CDwQFjAJ&usg=AFQjCNEN34UrBDkFM6vnW-bX_fUGzXDCjw

Em minhas pesquisas, tentei achar arquivos escritos pelo próprio Turing, como foi
sugerido pelo senhor, mas não consegui encontrar de uma forma tão clara em relação
ao site e o PDF que citei.

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