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ARTE E MÚSICA NO SÉCULO 20

PANORAMA HISTÓRICO
DO MODERNISMO
Almeida Júnior, Repouso, s.d., óleo sobre tela, 85 x 115 cm
Almeida Júnior, Moça com Livro
(s.d. óleo sobre tela, c.i.d., 50 x 61 cm )
Almeida Júnior

As Lavadeiras

1875

óleo sobre tela

82 x 42 cm
Almeida Júnior, Marinha [Guarujá], 1895,
óleo sobre tela, 48 x 84 cm
Almeida Júnior
O Derrubador
Brasileiro 1879
óleo sobre tela
227 x 182 cm
Almeida
Júnior

Caipiras
Negaceando
1888

óleo sobre tela


281 x 215 cm
Almeida Júnior, Os Irmãos Munhós, 1893,
óleo sobre tela, 82 x 116 cm,
Almeida Júnior

As Lavadeiras

1875
óleo sobre tela

82 x 42 cm
Almeida Júnior

Caipira Picando
Fumo (estudo)

1893
óleo sobre tela

70 x 50 cm
Almeida Júnior, Pescando, 1894
óleo sobre tela, 64 x 85 cm
Almeida Júnior, Apertando o Lombilho, 1895
óleo sobre tela, 64 x 88 cm
Almeida Júnior, Cozinha Caipira, 1895
óleo sobre tela, 63 x 87 cm
Almeida Júnior
Saudades
1899
óleo sobre tela
197 x 101
SÃO PAULO, ANOS ‘20
Companhia Viação Férrea
Estação da Luz
Avenida Tiradentes
Largo de São Bento
Avenida Paulista (1928)
Rua Direita à noite (1928)
Rua São Bento
com Rua da Quitanda
(1929, colorizada)
Praça da Sé (1911)
Plateia Cine São José (1929)
"São Paulo, a
Symphonia da
metrópole", cartaz de
divulgação do filme,
1929.
Documentário (longa-metragem), que há muito se
pensava perdido, realizado pouco antes da chegada
do cinema sonoro ao Brasil e da crise da bolsa, em
1929, nos EUA. Documento sobre a São Paulo dos
anos 1930, que se tornava uma das maiores
cidades do mundo. Considerado o marco inicial da
tradição paulista do cinema urbano, o filme mostra a
moda, os esportes, os monumentos públicos, a
industrialização, fatos históricos, expansão do café,
educação e o burburinho do cotidiano. Inspirado no
clássico alemão ''Berlim, Sinfonia de uma Cidade''
(1927), de Walter Ruttmann.
Viaduto do Chá (1929, colorizada)
A SEMANA DE 22
(Teatro Municipal de São Paulo,
11 a 18 de fevereiro de 1922)

DI CAVALCANTI, VICENTE DO REGO MONTEIRO


YAN DE ALMEIDA PRADO, ANITA MALFATTI
BRECHERET, ANTÔNIO GARCIA MOYA
PRZYREMBEL, ZINA AITA
JOHN GRAZ, ANTÔNIO PAIM VIEIRA
Paulicéia Desvairada,
capa de Di Cavalcanti
Antecedentes da Semana de 22
• 1913: exposição de Lasar Segall
• 1914: 1ª exposição de Anita Malfatti
• 1917: 2ª individual de Anita Malfatti e
publicação de A Propósito da Exposição
de Anita Malfatti (título posterior: Paranóia
ou Mistificação?), de Monteiro Lobato
Lasar Segall
Duas Amigas
1918
(óleo)
Lasar Segall
Feriado Religioso
1920
(xilografia)
Lasar Segall
Meus Avós
1922
Lasar Segall
Maternidade
1922
Mário de Andrade,
Anita Malfatti,
Zina Aita e amigos
em exposição de
Aita, em 1920
Zina Aita, em sua exposição de 1920
Queremos luz, ar, ventiladores, aeroplanos,
reivindicações obreiras, idealismos, motores,
chaminés de fábricas, sangue, velocidade,
sonho, na nossa arte!
E que o rufo de um automóvel no trilho de dois
versos espante da poesia o último deus homérico
que ficou a dormir na era do jazz-band e do
cinema, com a flauta dos pastores e os seios
divinos da helena de Arcádia!
Discurso de Menotti del Pichia, no dia 15 de fevereiro de 1922
Zina Aita, Homens trabalhando (A sombra)
Di Cavalcanti
O Beijo
1923
Brecheret, Conde Armando Penteado, sem data
Vicente do
Rego
Monteiro

O Combate

1927
Queremos uma Eva ativa, bela, prática, útil
no lar e na rua, dançando o tango e
datilografando uma conta corrente.

Discurso de Menotti del Pichia, no dia 15 de fevereiro de 1922


John Graz
Cipreste em Toledo
1920
John Graz
Paisagem da Espanha
1920
Nada de postiço, meloso, artificial,
arrevezado, precioso: queremos escrever
com sangue – que é humanidade; com
eletricidade – que é movimento,
expressão dinâmica do século; violência,
que é energia bandeirante.
Discurso de Menotti del Pichia, no dia 15 de fevereiro de 1922
2. NACIONAL ESTRANGEIRO

O Episódio

ANITA MALFATTI
Anita Malfatti, em
1912 e, à direita,
em Veneza
Os acontecimentos que se sucederam a partir do
oitavo dia da exposição surpreenderam a
pintora, tanto, que Anita Malfatti só se
encorajaria a narrá-los 34 anos depois:
“A princípio foram os meus quadros muito bem
aceitos e vendi nos primeiros oito dias oito
quadros. Depois da primeira surpresa, acharam
minha pintura perfeitamente natural. Qual não
foi a minha surpresa quando apareceu o artigo
crítico de Monteiro Lobato”

Anita Malfatti: no Tempo e no Espaço, Marta Rossetti Batista, p. 203


Anita Malfatti,
Torso de Homem, sem data
Anita Malfatti,
A Mulher de Cabelos Verdes
1915-16
Anita Malfatti
Homem Amarelo
1917
Anita Malfatti
A Estudante Russa
1915
Anita Malfatti, O Farol de Monhegan, 1915
Anita Malfatti, A Ventania, 1916-17
Anita Malfatti
O Barco
1915
Anita Malfatti viveu e participou do auge da
experimentação nos EUA e retornou antes que
terminasse, entusiasmada com os conhecimentos
adquiridos, “encantada com a arte e com a vida”.
“Voltei sem dúvidas, sem preocupações, em pleno idílio
pictórico. Durante esses anos de estudo, pintara
somente por causa da cor. Devo confessar, não fora
para iluminar a humanidade, para enfeitar as casas,
nem fora para ser artista. Não houve preocupações
de glória, nem de fortuna, nem de oportunidades
proveitosas” [Anita Malfatti: no Tempo e no Espaço, Marta Rossetti Batista]
Anita Malfatti
Homem Amarelo
1915-16
Anita
Malfatti
O Japonês
1915 - 16
Anita Malfatti,
Estudo para A Boba,
1915-16
“Quando viram minhas telas
todas, acharam-nas feias,
dantescas e todos ficaram
tristes, não eram os santinhos
do colégio.”
Anita Malfatti
Anita Malfatti,
A Boba, 1915
“Cada gargalhada besta,
que nem sereia de
Assistência,
não parando mais no ar”.

Mário de Andrade, a propósito


das
reações do público visitante
da segunda individual de
Malfatti,
após a publicação do artigo
de Lobato.
Anita Malfatti: Retrato de Mário de Andrade
“Com o correr das semanas,
havia tal ódio geral que um
amigo de casa ameaçou
meus quadros com a
bengala, desejando
destruí-los”.

Anita Malfatti, a propósito das


reações desencadeadas a partir
da publicação do artigo de
Lobato.

Anita Mlafatti, em Veneza


Anita Malfatti,
A Estudante, 1915-16
Esquerda para direita: Pagu, Anita Malfatti, Tarsila do Amaral, Benjamin Péret,
Oswald de Andrade, Elsie Houston e amigo não identificado
Anita Malfatti, Tropical, 1916
Auto-retrato
1922
Anita Malfatti, O Jardim
Anita Malfatti, (título e data desconhecida)
Anita Malfatti, Paisagem de Sto Amaro, entre 1921-29
Anita Malfatti, Paisagem Rural, 1925
Anita Malfatti
Retrato de Baby
1945
"Ela fraquejou, sua mão indecisa se perdeu”

Anita Malfatti,
Mário de Andrade, II
1922
Carvão e pastel seco

Mário de Andrade, sobre a reação de Anita Malfatti à crítica de Monteiro Lobato.


‘Que poder de miserinhas cotidianas,
maiores que o Pão de Açúcar, aquela
artista diariamente bebeu com o café da
manhã’, [fazendo da vida de Anita Malfatti]
‘um desses dramas pesados que o
isolamento dos indivíduos apaga pra
sempre feito segredo mortal’.
Mário de Andrade.
PARANÓIA OU MISTIFICAÇÃO?

Artigo publicado por Monteiro Lobato no jornal,

O Estado de S. Paulo (20/12/1917), sob título

"A Propósito da Exposição Malfatti",

provocando a polêmica que afastaria os

modernistas de Monteiro Lobato


“Há duas espécies de artistas. Uma composta dos
que veem as coisas e em consequência fazem arte
pura, guardados os eternos ritmos da vida, e
adotados, para a concretização das emoções
estéticas, os processos clássicos dos grandes
mestre.”
“A outra espécie é formada dos que vêm anormalmente a
natureza e a interpretam à luz das teorias efêmeras, sob
a sugestão estrábica de escolas rebeldes, surgidas cá e
lá como furúnculos da cultura excessiva. São produtos
do cansaço e do sadismo de todos os períodos de
decadência; são frutos de fim de estação, bichados ao
nascedouro. Estrelas cadentes, brilham um instante, as
mais das vezes com a luz do escândalo, e somem-se
logo nas trevas do esquecimento.”
“Embora se deem como novos, como precursores de
uma arte a vir, nada é mais velho do que a arte anormal
ou teratológica: nasceu como a paranóia e a mistificação.
De há muito que a estudam os psiquiatras em seus
tratados, documentando-se nos inúmeros desenhos que
ornam as paredes internas dos manicômios.”
“A única diferença reside em que nos manicômios
essa arte é sincera, produto lógico dos cérebros
transtornados pelas mais estranhas psicoses; e
fora deles, nas exposições públicas zabumbadas
pela imprensa partidária mas não absorvidas pelo
público que compra, não há sinceridade
nenhuma, nem nenhuma lógica, sendo tudo
mistificação pura.”
“Já em Paris se fez uma curiosa experiência:
ataram uma brocha à cauda de um burro e
puseram-no de traseiro voltado para uma tela.
Com os movimentos da cauda do animal, a
brocha ia borrando um quadro...”
“Sejam sinceros: futurismo, cubismo,
impressionismo e tutti quanti não passam de
ouros tantos ramos da arte caricatural. É
extensão da caricatura a regiões onde não havia
até agora penetrado. Caricatura da cor, caricatura
da forma - caricatura que não visa, como a
primitiva, ressaltar uma ideia cômica, mas sim
desnortear, aparvalhar o espectador.”
A fisionomia de que sai de uma destas
exposições é das mais sugestivas. Nenhuma
impressão de prazer, ou de beleza denuncia as
caras; em todas, porém, se lê o
desapontamento de quem está incerto,
duvidoso de si próprio e dos outros, incapaz de
racionar, e muito desconfiado de que o
mistificam habilmente. Outros, certos críticos
sobretudo, aproveitam a vaza para épater les
bourgeois.
“Teorizam aquilo com grande dispêndio de
palavrório técnico, descobrem nas telas intenções e
subintenções inacessíveis ao vulgo, justificam-nas
com a independência de interpretação do artista e
concluem que o público é uma cavalgadura e eles,
os entendidos, um pugilo genial de iniciados da
Estética Oculta. No fundo, riem-se uns dos outros, o
artista do crítico, o crítico do pintor e o público de
ambos.”
“Teorizam aquilo com grande dispêndio de
palavrório técnico, descobrem nas telas intenções e
subintenções inacessíveis ao vulgo, justificam-nas
com a independência de interpretação do artista e
concluem que o público é uma cavalgadura e eles,
os entendidos, um pugilo genial de iniciados da
Estética Oculta. No fundo, riem-se uns dos outros, o
artista do crítico, o crítico do pintor e o público de
ambos.”
“Não fosse a profunda simpatia que nos inspira o
formoso talento da Sra. Malfatti, e não viríamos aqui
com esta série de considerações desagradáveis.
Há de ter essa artista ouvido numerosos elogios à
sua nova atitude estética. Há de irritar-lhe os
ouvidos, como descortês impertinência, esta voz
sincera que vem quebrar a harmonia de um coro de
lisonjas.”
O verdadeiro amigo de um artista não é aquele
que o entontece de louvores, e sim o que lhe dá
uma opinião sincera, embora dura, e lhe traduz
chãmente, sem reservas, o que todos pensam
dele por detrás. Os homens têm o vezo de não
tomar a sério as mulheres. Essa é a razão de
lhes derem sempre amabilidades quando elas
pedem opinião..
“E tivéssemos na Sra. Malfatti apenas uma ‘moça
que pinta’, como há centenas por aí, sem
denunciar centelhas de talento, calar-nos-íamos,
ou talvez lhe déssemos meia dúzia desses
adjetivos "bombons" que a crítica açucarada tem
sempre à mão em se tratando de moças.”
“Julgamo-la, porém, merecedora da alta
homenagem que é tomar a sério o seu talento
dando a respeito da sua arte uma opinião
sinceríssima, e valiosa pelo fato de ser o reflexo
da opinião do público sensato, dos críticos, dos
amadores, dos artistas seus colegas e... dos
seus apologistas. Dos seus apologistas sim,
porque também eles pensam deste modo... por
trás.”
TARSILA DO AMARAL
(1886-1973)

"Quero ser a
pintora
da minha terra"
“E não percebia você que nós também
trazíamos nas nossas canções, por debaixo
do ‘futurismo’, a dolência e a revolta da terra
brasileira”.

Oswald de Andrade, Carta a Monteiro Lobato


,1945.
MESTRES DE TARSILA

Em 1917, estuda com PEDRO ALEXANDRINO


Entre 1917 e ’22, estuda em Paris com:
ANDRÉ LOTHE
ALBERT GLEIZES
FERNAND LÉGER
André Lothe
Bar Cubista
1917
Albert Gleizes

Vaudeville,

Broadway
1917
Fernand Léger
Mecânico
1920
FASE PAU-BRASIL (1924)

Tarsila do Amaral,
Manteau Rouge,1923
Em 1923, Tarsila se
casa com Oswald de
Andrade e pinta A
NEGRA, considerada a
primeira pintura
representativa do
movimento Pau-Brasil.

Tarsila do Amaral
Retrato de Oswald de Andrade, 1922
Tarsila do Amaral,
A negra,1923
Segundo depoimento da própria artista, a imagem
desta negra é fruto das histórias contadas pelas
mucamas da fazenda, em sua infância.
Falavam de coisas que impressionaram a menina
Tarsila, como o caso das escravas dedicadas a
trabalhar nas plantações de café, e que, impedidas
de suspender o trabalho, amarravam pedrinhas nos
bicos dos seios, para que estes, desta forma
alongados, pudessem ser colocados por sobre os
ombros, a fim de poder amamentar seus filhos, que
carregavam às costas.
Daisy Peccinini
Tarsila do Amaral, A Caipirinha, 1923
Tarsila do Amaral,
O Vendedor de Frutas
1925
"Bem curiosa essa belíssima fêmea
brasileira que pretende pintar negros
monstruosos com cores suaves"

escreveu o pintor futurista italiano Luigi


Russolo a uma amiga.
Tarsila do Amaral, A Cuca,1924
Tarsila do
Amaral

Palmeiras

1925
Tarsila do Amaral, na fase Pau-Brasil, anos ‘20
Tarsila do Amaral, Paisagem com Touro, 1925
Tarsila do Amaral, Morro da Favela, 1924
Tarsila do Amaral
Estrada de Ferro
Central do Brasil
1924
Tarsila do Amaral, Paisagem com Touro -1925
Tarsila
O Mamoeiro
1925
Tarsila

A Estação

1925
Tarsila do Amaral
Carnaval na
Madureira
1924
FASE ANTROPOFÁGICA (1928)

Tarsila do Amaral
A Lua
Tarsila do Amaral
Manacá
1927
Tarsila, O Sono, 1928
Tarsila do Amaral, O Lago, 1928
Tarsila
Estudo para
Antropofagia
1929
Tarsila
Antropofagia
1928
Tarsila, O Ovo ou Urutu,1928
Tarsila do Amaral
Abaporu, 1928
Extasiado com a beleza da tela, Oswald
chamou seu amigo modernista Raul Bopp e,
folheando um dicionário de Tupi de Tarsila,
encontraram o nome ABAPORU, que batizou
a tela e que significa "o homem que come
carne".
Mais próxima do Surrealismo, a pintura é
considerada um emblema do movimento
antropofágico brasileiro.
Tarsila do Amaral, Floresta, 1929
Tarsila, Sol Poente, 1929
E não percebia você que nós também
trazíamos nas nossas canções, por debaixo
do ‘futurismo’, a dolência e a revolta da terra
brasileira.

Oswald de Andrade, Carta a Monteiro


Lobato ,1945.
Tarsila do Amaral, 1950
MODERNISMO BRASILEIRO:
APÓS A SEMANA DE 22
SALÃO REVOLUCIONÁRIO DE ’31
(Enba)
Artistas participantes:
Tarsila do Amaral, Anita Malfatti, Vitor Brecheret, Ismael
Nery, Cícero Dias, Guignard, Vittorio Gobbis, entre
outros.

Comissão organizadora:
Lucio Costa (diretor Enba), Manuel Bandeira, Anita
Malfatti, Portinari e Celso Antônio (professor)
É como Salão Revolucionário que fica conhecida a 38ª
Exposição Geral de Belas Artes, de 1931, em razão de ter
abrigado, pela primeira vez, artistas de perfil modernista.

Realizado no curto período de Lucio Costa na direção da


Escola Nacional de Belas Artes - Enba, (1930 -31),

o Salão Revolucionário sinaliza o esforço do arquiteto de


modernizar o ensino de arte no país e de abrir as mostras
oficiais, até então dominadas pelos artistas acadêmicos, à
arte moderna.
A própria composição da comissão organizadora do
Salão, a partir de então, indica sua vocação
renovadora: além de Lucio Costa, Manuel
Bandeira (1886 - 1968), Anita Malfatti, Candido
Portinari e Celso Antônio, todos ligados ao
movimento moderno.
Aproximar a Enba e suas mostras regulares das
pesquisas contemporâneas é o objetivo central do
novo diretor, que em relação aos salões é
enfático:
"De ano para ano, tem-se a impressão de que as telas
são sempre as mesmas, as mesmas estátuas, os
mesmos modelos, apenas a colocação varia
ligeiramente. Sente-se uma absoluta falta de vida,
tanto interior como exterior, uma impressão
irremediável de raquitismo, de inanição. Tem-se a
impressão de que vivemos em qualquer ilha perdida
no Pacífico, as nossas últimas criações correspondem
ainda às primeiras tentativas do impressionismo”.
(Lúcio Costa)
PARTICIPANTES DO SALÃO DE 31
SURREALISTAS BRASILEIROS
ISMAEL NERY
(1900-1934)
Ismael Nery, Rio de Janeiro, s/data
Ismael Nery
Andrógino
s/d
Ismael Nery

Origem Nº 4
Etapa Final

s.d.
Ismael Nery
Resignação
Diante do Irreparável
s.d.
Ismael Nery
Auto-retrato
s.d.
Ismael Nery

Auto-retrato
(Toureiro)

1922
Ismael Nery
Auto-retrato
1927
Ismael Nery
Mulher c/ Ramo
de Flores
1927
Ismael Nery
O Ato
1927
Ismael Nery, Anunciação, 1930
Ismael Nery
Retrato de Foujita
Déc. 1930
Ismael Nery
A Espanhola
1923
Ismael Nery, João Batista e Figura Helênica, 1923
Ismael Nery, Morte de Ismael Nery , ca. 1932
Ismael Nery
Essencialismo
1931
Ismael Nery
Casal
1932
CÍCERO DIAS
(1907-2003)
Cícero Dias
A Difícil Partida
década de 1920
Cícero Dias
Sonho
1930
Cícero
Dias

Eu Vi o
Mundo...
Ele
começava
no Recife

1926-29
Cícero Dias
Chegada de Muratori
1927
“Não gosto das etiquetas. O que me identifica com
Chagall são as origens comuns de nossa arte na
pintura popular, nas manifestações folclóricas,
culturais de nossas terras respectivas. É por isso
que falam que meus quadros lembram os de Chagall
e vice-versa. Acontece, porém, que, quando comecei
a pintar de verdade, a partir dos anos 20, não havia
no Brasil reproduções de Chagall e de outros
pintores de vanguarda. O que houve, pois, foi uma
coincidência entre mim e Chagall”.
Cícero Dias, Casal, 1925
Cícero Dias
Composição
1930
Cícero Dias
Cena-violão,
Mulher e Soldado
1928
Cícero Dias

Composição com
Estátua e Monstro

1928
Cícero Dias
Gamboa do Carmo,
no Recife
1929
Cícero Dias, Recife Lírica 1931
Cícero Dias
Mulher Nadando
1930
Cícero Dias
Cortejo
1929
Cícero Dias
Uma Cena do
Paraíso
1929
Cícero Dias
O Sonho da
Prostituta
1930
Cícero Dias, Visão Romântica do Porto do Recife, 1930
Cícero Dias
Banho de Rio
1931
Cícero Dias
A Espera
1932
Cícero Dias
Amo
1933
Cícero Dias, O Baile, 1937
Cícero Dias
Composição Floral
1948
Cícero Dias O Abismo da Verdura, década de 50
Cícero Dias
Época
1953
GUIGNARD
MESTRE BRASILEIRO
ALBERTO DA VEIGA
GUIGNARD
(1896-1962)
Guignard,
Auto-retrato
1930
Guignard
Fantasia de Minas
s/ data
Guignard, Flores,
1932
Guignard
Família do Fuzileiro Naval
1938
Guignard, Visão de um parque, s/ data
Guignard, Estudo no Parque Municipal, Belo Horizonte,1947
Guignard, As Gêmeas , 1940
Guignard,
Auto-retrato
1955
“Nasceu em Nova Friburgo, em 25 de fevereiro de
1896, feio como todo recém-nascido. Estudou em
Munique, na Real Academia de Belas Artes, onde
aprendeu desenho e amou.
De acadêmico passou a moderno, após ter visto uma
exposição de arte moderna alemã: o modernismo o
fascinou.
Em 1930 veio para o Brasil, onde teve um choque com
o ambiente artístico, bem atrasado em relação à
Europa. Abriu seu ateliê no Jardim Botânico, entre a
vegetação e milhares de mosquitos”.
“Veio para Belo Horizonte, a chamado do então
prefeito Juscelino Kubitschek, e daqui se enamorou
desde o primeiro dia da paisagem.
Fundou a Escolinha de Guignard, que tem vivido por
milagre e amor de alunos e mestres, e aqui ensinou
arte a diversas gerações de jovens. Adora ser
cercado pela juventude, principalmente moças
bonitas, e Ouro Preto é a sua cidade amor-
inspiração".
Guignard por ele mesmo, depoimento de 1961.
Guignard, Lagoa Santa, 1950
Guignard, Lagoa Santa, 1950
Guignard
Cristo
1950
Guignard
Casamento
1960
O Clube dos Artistas Modernos – CAM – foi criado
em 24/11/ 1932, um dia depois da fundação da
Sociedade de Arte Pró-Moderna.
As duas agremiações surgidas na cidade de São
Paulo investem no associativismo
como estratégia de atuação dos artistas
na vida cultural do país, ao longo da década de 1930.
Sinalizam, também, a independência de seus
integrantes em relação às instituições, opondo-se à
Escola Nacional de Belas Artes (Enba), sediada no
Rio de Janeiro.
Os grupos dialogam de formas distintas com o
legado recente do modernismo.

A SPAM, liderada por Lasar Segall, tinha como


principais integrantes artistas do primeiro
modernismo – Tarsila, Anita, Mário de Andrade,
John Grazs, Sérgio Milliet , entre outros – filiando-
se mais diretamente à Semana de Arte Moderna
de 1922.
O CAM, liderado por Flávio de Carvalho,
afirmava-se pela distância em relação à Spam,
anunciando um tom mais autônomo, irreverente e
"menos elitista“, para suas atividades e
realizações.

Como afirma provocativamente Flávio de


Carvalho: "Detestamos elites; não temos sócios
doadores".
O CAM promove intercâmbios entre as artes,
estimula debates, divulga novas criações e
defende os interesses dos artistas. Há um forte
engajamento político e social, simpático à URSS
e a crítica ao Estado e à Igreja brasileiros - tudo
regado a festas e diversão.
A inauguração do CAM evidenciou o tom festivo e
teatral de seus eventos.

Antonio Gomide, Carlos Prado, Di Cavalcanti e Flávio


de Carvalho pintam grandes painéis que decoram o
salão.

A cantora Nair Duarte Nuque traz um imenso bolo que


é degustado entre gritos e cânticos. Enquanto isso, o
compositor Frank Smith serve vodca com pimenta aos
convidados, representantes da vida artística e
intelectual do país.
O CAM promovia:
• Exposições de arte (mostra gráfica da
expressionista alemã Käthe Kollwitz e exposição de
cartazes do construtivismo russo)
• Recitais de música erudita e popular (concertos de
Camargo Guarnieri, Lavínia Viotti, Elsie Houston e
Marcelo Tupinambá;
• Conferências (de Caio Prado Jr., recém-chegado da
URSS; de Jorge Amado, sobre a vida nas fazendas
de cacau, de Tarsila do Amaral sobre arte proletária,
do mexicano David A. Siqueiros etc.)
A censura e as dificuldades financeiras levam ao
encerramento das atividades do CAM, no fim de
1933, a despeito das manifestações de apoio que
receberam de artistas e intelectuais .
O Salão de Maio foi idealizado e nomeado por
Quirino da Silva e teve realizadas três edições,
(1937, 1938 3 1939), na cidade de São Paulo.

A criação do Salão de Maio acompanhava uma


série de iniciativas desenvolvidas na década de
‘30, com objetivo de desenvolver a arte moderna
no país, a partir das experimentações estéticas
da década anterior.
Participam da primeira edição (25/05/37), entre
outros:

• Tarsila do Amaral

• Alberto da Veiga Guignard

• Victor Brecheret

• Cícero Dias

• Lasar Segall

• Antonio Gomide

•Cândido Portinari
A segunda e terceira edição contaram com a
participação de artistas estrangeiros, tais como:

• Alexander Calder

• Joseph Albers

• Bem Nicholson
O Salão de Maio encerra-se em função de
desavenças entre a comissão organizadora e
Flávio de Carvalho. Segundo testemunho de
Geraldo Ferraz: "Depois da realização do II Salão
de Maio,(...), Flávio de Carvalho aparece com o
registro do título do Salão (...).
Os riscos de desvio da proposta e a perda de seu
caráter "revolucionário" são as razões
apresentadas por Carvalho para justificar sua
atitude, que outros vêem como pura ambição de
controlar o evento. O incidente leva à dissolução
do grupo inicial e à 3a edição do Salão

sob direção de Carvalho.


Apesar de ser um dos fundadores do Clube dos
Artistas Modernos, (CAM, 1932), Carlos Prado opta
por certo isolamento em sua trajetória artística.

Questões sociais são frequentes em suas obras,


tratadas em composições estáticas, com predomínio
de uma atmosfera metafísica,

como na pintura Varredores de Rua, de 1935.


Carlos Prado, Varredores , 1935
Carlos Prado, Varredores de Rua, 1935
Em Jogo de Futebol, 1935, apesar da velocidade
e do movimento próprios da partida, a
composição é estruturada de maneira que o
movimento pareça congelado;

o artista introduz solenidade na cena, eliminando


indícios da passagem do tempo.
Carlos Prado
Violeiro
1935
Carlos Prado, Procissão, 1941
Carlos Prado
Maternidade
1946
Carlos Prado, Orquetra OSD, 1950-59
Carlos Prado
Paisagem Urbana
1955
Carlos Prado
Intermezzo
1957
Carlos Prado
O Homem Solitário
1958
GOELDI E IBERÊ CAMARGO:
TENDÊNCIAS EXPRESSIONISTAS
NA ARTE BRASILEIRA
Goeldi (1895 - 1961)

Goeldi, Casa Vermelha

Goeldi,
Lugar do Crime

Goeldi, Chegada do Barco

Goeldi,
Goeldi, Rua Molhada Pescadores, 1950
“Fala-se muito hoje em inovações, em abrir
caminhos, etc...Mas não se deve confundir
experimentos técnicos com a verdadeira inovação.
Todo artista realmente criador inova, e isso porque
ele amplia seus meios técnicos na proporção de
suas necessidades de expressão. Só essa inovação
é legítima - a inovação que é ditada por uma
necessidade interior. Inovar por inovar não tem
sentido. Sei de artistas que passaram a vida toda
inovando e não puderam fazer mais que
‘inovações...” Goeldi, entrevista, 1953
Goeldi
Olhos
MÚSICAS DO MODERNISMO
BRASIL

ANTECEDENTES do MODERNISMO
ANTECEDENTES
•1822 – Independência
•1889 – Proclamação da República
•1891 – Constituição Republicana

•Novos Imigrantes
italianos, alemães, japoneses e poloneses

•Revoltas
→ Revolução Federalista (RS, 1893)
→ Campanha de Canudos (BA, 1896-1897)
→ Revolta do Contestado (PR, 1912-1916)
→ Revolta do Forte de Copacabana (RJ, 1922)

•1922 – Semana de Arte Moderna (São Paulo)


A MÚSICA NO SEGUNDO IMPÉRIO

→ Richard Wagner dedica sua ópera Tristão e Isolda


ao Imperador do Brasil (1854)
→ Criação da Imperial Academia de Música e Ópera
Nacional (1857)
→ Construção de teatros em todo o país: Theatro
São Pedro (RS, 1858), Theatro da Paz (PA, 1878),
Theatro Amazonas (AM, 1881-1896)
→ Desenvolvimento da música popoular urbana,
com danças, canções e gêneros de salão
→ Fundação de sociedades musicais: Sociedade de
Concertos Clássicos, Clube Mozart (1867), Clube
Beethoven (1882)
Theatro São Pedro (1858), Porto Alegre
Theatro da Paz (1878), Belém
Teatro Amazonas (1896), Manaus
GÊNEROS MUSICAIS URBANOS
NO BRASIL IMPERIAL

• Modinha (Portugal)
• Lundu (África)
• Polca (Boêmia)
• Valsa (Áustria)
• Mazurca (Polônia)
• Maxixe (Rio de Janeiro)
• Choro (Rio de Janeiro)
Chorões do Rio de Janeiro
(início do século XX)
Chiquinha Gonzaga (1847-1935)
Tamoyo (choro)

http://www.youtube.com/watch?v=Jje1Y2uMQKQ
Antônio Carlos Gomes (1836-1896)
Conselhos

Viviane Casagrandi, voz


Maria Beatriz Ferreira Leite, piano
http://www.youtube.com/watch?v=Xt6ijj056Ho
PASSAGEM DE SÉCULO
COMPOSITORES ERUDITOS DESTACADOS

• Brazílio Itiberê da Cunha (PR, 1846-1913)


• Leopoldo Miguez (RJ, 1850-1902)
• Henrique Oswald (RJ, 1852-1931)
• Luiz Levy (SP, 1861-1935)
• Alexandre Levy (SP, 1864-1892)
• Alberto Nepomuceno (CE, 1864-1920)
• José de Araújo Vianna (RS, 1871-1916)
• Ernani Braga (RJ, 1888-1948)
Brazílio Itiberê da Cunha (1846-1913)
A Sertaneja

Celso Barrufi Jr, piano


http://www.youtube.com/watch?v=gzKe_L83P-c
José de Araújo Vianna (1871-1916)
Prelúdio

Olinda Alessandrini, piano


http://www.youtube.com/watch?v=GYMDhBrpNXk
Alberto Nepomuceno (1864-1920)
Série Brasileira
IV. Batuque (1888)

Orquestra Jovem de Paulínia


Cláudio Cruz, regente
http://www.youtube.com/watch?v=FJ40YDZnExc
Ernani Braga (1888-1948)
Tango Brasileiro

Izabel Mourão, piano

http://www.youtube.com/watch?v=uVuhthCldHE
MÚSICA E MODERNISMO
NO BRASIL
A SEMANA DE ARTE MODERNA
OS TRÊS FESTIVAIS
HEITOR VILLA-LOBOS
Danças Características Africanas (1914-15)

Movimentos:
1. Farrapos
2. Kankukus
3. Kankikis

Débora Halász, piano

http://www.youtube.com/watch?v=_ssse5vvEWU
PRIMEIRO FESTIVAL
13 de fevereiro, segunda-feira
Compositores:
• Erik Satie
• Francis Poulenc
• Heitor Villa-Lobos

Obras de Villa-Lobos:
• Sonata Nº 2 (violoncelo e piano)
• Trio Nº 2 (violino, violoncelo e piano)
• Valsa Mística (piano)
• Rodante (piano)
• A Fiandeira (piano)
• Danças Características Africanas (octeto)
SEGUNDOFESTIVAL
15 de fevereiro, quarta-feira
Compositores:
• Emile-Robert Blanchet
• Claude Debussy
• Vallon (?)
• Heitor Villa-Lobos

Obras de Villa-Lobos:
• Festim Pagão (canto e piano)
• Solidão (canto e piano)
• Cascavel (canto e piano)
• Quarteto Nº 3 (quarteto de cordas)
HEITOR VILLA-LOBOS
Quarteto Nº 3 (1916)
(conhecido como “Quarteto das Pipocas,
devido ao caráter saltitante e aos trechos em pizzicato
do Scherzo)

Movimentos:
1. Allegro non troppo
2. Scherzo
3. Molto adagio
4. Allegro com fuoco

Quarteto Raga
http://www.youtube.com/watch?v=P1IHCTDD4cw
TERCEIRO FESTIVAL
17 de fevereiro, sexta-feira
Compositor:
• Heitor Villa-Lobos

Obras :
• Trio Nº 3 (violino, violoncelo e piano)
• Lune d’Octobre (canto e piano)
• Eis a Vida (canto e piano)
• Jouis sans retard (canto e piano)
• Sonata-Fantasia Nº 2 (violino e piano)
• Uma Camponesa Cantadeira (piano)
• Num Berço Encantado (piano)
• Dança Infernal (piano)
• Quarteto Simbólico (Impressões da vida mundana)
HEITOR VILLA-LOBOS
Suíte Floral (1918)

Movimentos:
1. Idílio na Rede
2. Uma Camponesa
Cantadeira
1. Alegria na Horta

Silvia Molan, piano

http://www.youtube.com/watch?v=IEENiybMzaM
Guiomar Novaes, pianista,
sobre sua participação nos festivais:

“Senti-me sinceramente contristada com a pública


exibição das peças satíricas alusivas à música de
Chopin. Admiro e respeito as grandes manifestações
de arte, independente das escolas a que elas se filiem.
Tomarei parte num dos Festivais de Arte Moderna”.
Ernani Braga, regente e pianista,
sobre sua participação nos festivais:

“Que Graça Aranha pusesse abaixo o semideus do


oratório, das sinfonias e da tetralogia, vá lá... mas bolir
com Carlos Gomes, pai do Guarany, e paulista ali de
Campinas! Foi uma vaia tremenda! Consta que teve
intervenção da polícia para conter os mais exaltados
das galeras. Foi nessa efervescência que a música de
Villa-Lobos fez sua estreia em São Paulo. Quanto a
mim, não sabia bem o que estava fazendo [...]”.
Ernani Braga, regente e pianista,
sobre sua participação nos festivais:

“Villa-Lobos exigia um pedal que me parecia


cacofônico. Executei uma vez sem o pedal e o Villa
disse que o que eu tocara não era dele. Chiaffarelli
explicou o ocorrido às suas discípulas e pediu que eu
executasse como o autor pedira... Todos pareceram
muito contentes com a cacofonia, inclusive o Villa-
Lobos, que me abraçou. [...]”
Ernani Braga, regente e pianista,
sobre sua participação nos festivais:

“Em meio à confusão dos protestos, ataquei a peça


litigiosa em plena perturbação dos sentidos e a reduzi
à quarta parte, porque me perdi no meio da música...
O auditório gostou daquela peça tão viva, tão
extravagante e... tão curtinha. Por isso, aplaudiu
muito, não dando tempo ao Villa-Lobos de protestar.
Chiaffarelli, depois, me felicitou por ter encontrado a
fórmula exata para resolver o problema”.
NACIONALISMO MODERNO
COMPOSITORES NACIONALISTAS
da primeira geração após Villa-Lobos

• Oscar Lorenzo Fernandes (RJ, 1897-1948)


• Francisco Mignone (SP, 1897-1986)
• Ernani Braga (RJ, 1898-1948)
• Walter Burle-Marx (SP, 1902-1990)
• Waldemar Henrique (PA, 1905-1995)
• Radamés Gnattali (RS, 1906-1988)
• Mozart Camargo Guarnieri SP, 1907-1993)
• José Siqueira (PB, 1907-1985)
• Luiz Cosme (RS, 1908-1965)
MÁRIO DE ANDRADE
(1893-1945)
SOBRE A MÚSICA BRASILEIRA
OBRAS DE MÁRIO DE ANDRADE SOBRE MÚSICA

• Ensaio Sobre a Música Brasileira (1928)


• Modinhas Imperiais (1930)
• Música, Doce Música (1933)
• A Música e a Canção Populares no Brasil (1936)
• Música do Brasil (1941)
• O Banquete (1944-1945)
• ensaios e artigos jornalísticos
Tarsila do Amaral
Retrato de Mário de Andrade
Trechos de Mário de Andrade
Origens da música brasileira

“Cabe lembrar mais uma vez aqui do que é feita a


música brasileira. Embora chegada no povo a uma
expressão original e étnica, ela provém de fontes
estranhas: a ameríndia em porcentagem pequena; a
africana em porcentagem bem maior; a portuguesa em
porcentagem vasta. Além disso, a influência
espanhola, sobretudo a hispano-americana do
Atlântico (Cuba e Montevidéu, habanera e tango) foi
muito importante. A influência europeia também, não
só e principalmente pelas danças (valsa, polca,
mazurca, schottisch), como na formação da modinha”.
Ensaio Sobre a Música Brasileira
Trechos de Mário de Andrade
Sobre no Nacionalismo

“não sou nacionalista, [...] sou nacional. Nacionalismo


é uma teoria política, mesmo em arte. Perigosa para a
sociedade, precária como inteligência”.

Personagem Janjão, em O Banquete


LUCIANO GALLET
Rapsódia Sertaneja (1924)
Variações sobre A Sertaneja
de Brazílio Itiberê

Celso Barrufi, piano


http://www.youtube.com/watch?v=4lRlOQ6iG2I
Trechos de Mário de Andrade
Crítica ao exclusivismo e à unilateralidade

“O que a gente deve mas é aproveitar todos os


elementos que concorrem pra formação permanente
da nossa musicalidade. O compositor por isso não
pode ser nem exclusivista nem unilateral. Se
exclusivista se arrisca a fazer da obra dele um
fenômeno falso e falsificador. E sobretudo facilmente
fatigante. Se unilateral, o artista vira antinacional: faz
música ameríndia, africana, portuga ou europeia. Não
faz música brasileira, não”.
Ensaio Sobre a Música Brasileira
Trechos de Mário de Andrade
Sobre a “liberdade” do artista

“Sacrificar as nossas liberdades, as nossas veleidades


e pretensõezinhas pessoais; colocar como cânone
absoluto da nossa estética o princípio de utilidade. O
princípio de utilidade. Toda arte brasileira de agora que
não se organizar diretamente do princípio de utilidade,
mesmo a tal dos valores eternos: será vã, será
diletante, será pedante e idealista”.
O Banquete
“[...] o compositor brasileiro que se repimpa na
vaidadezinha da sua pessoa, e imagina estar criando
‘livremente’, só porque desistiu de criar à feição dos
elementos musicais que o Brasil lhe fornece, criará
fatalmente agenciando os elementos musicais que já
conhece, que estudou, que digeriu ou não, mas que se
digeridos lhe saltam, sem ele querer, do eu profundo,
e se não digeridos lhe saltam da memória consciente.
E se esses elementos não nascem do Brasil, donde
que nascem? Nascem da Alemanha. Ou nascem da
França. Ou nascem duma França misturada com
Alemanha, formando uma Alsácia bagunçada e
indigesta. Ora, os compositores brasileiros... ”.
O Banquete
FRANCISCO MIGNONE
Maracatu do Chico-Rei (1933-1939)
Quizomba:
A dança do Chico-Rei
com a rainha N’Ginga

Orquestra do Teatro Municipal do Rio de Janeiro


José Nelson, baixo
http://www.youtube.com/watch?v=CUr6-hvpkSM
Trechos de Mário de Andrade
Sobre “fazer diferente”

“O artista que não se preocupa de fazer arte nova é


um conformista, tende a se academizar. O importante
numa teoria de arte é saber ultrapassá-la [...]. O artista
não deve se propor fazer diferente, eu sei, mas não
existe uma só obra de arte genial que não seja
diferente. O problema não é fazer diferente, mas fazer
melhor, que é o que provoca a diferença das obras”.
O Banquete
Trechos de Mário de Andrade
Sobre a noção de dissonância em música

“As técnicas do inacabado são as mais próprias do


combate. Você repare a evolução da dissonância e da
escala dissonante por excelência, que é a escala
cromática. O cromatismo na Grécia era só permitido
aos grã-finos da virtuosidade, inculcado de sensual e
dissolvente, proibido aos moços, aos soldados, aos
fortes; e Pitágoras já descobrira a sensação da
dissonância, a ‘diafonia’ [...]. Mas a repudiou. E de fato
o ditatorialismo, o dogmatismo grego não quis saber
das dissonâncias. Nem o Cristianismo primitivo,
criador do dogmatismo primitivo do cantochão.
“Porquê? Porque a dissonância era eminentemente
revolucionária, era, por assim dizer, uma consonância
inacabada, botava a gente numa ‘arsis’ psicológica,
botava a gente de pé [...]. É a música que faziam os
padres da Universidade de Paris que abre as portas a
toda essa técnica revolucionária do inacabado, porque
naquele tempo e em quase todos os tempos, as
universidades, sempre foram fontes de
revolucionaridade do espírito. [...] Toda obra de
circunstância, principalmente a de combate, não só
permite mas exige as técnicas mais violentas e
dinâmicas do inacabado. O acabado é dogmático e
impositivo. O inacabado é convidativo e insinuante. É
dinâmico, enfim. Arma o nosso braço”.
O Banquete
MOZART CAMARGO GUARNIERI
Dança Negra (1946)

Yo-Yo Ma, violoncelo


Kathryn Stott, piano
http://www.youtube.com/watch?v=aCMcOE45s1w
Trechos de Mário de Andrade
Noção de arte-ação

“É dentro dessa arte-ação, desse primitivismo, natural


do Brasil em face do seu futuro, que a música
brasileira tem de ser nacional. Um nacional de vontade
e de procura. Nacional que digere o folclore, mas que
o transubstancia, porque se trata de música erudita. E
um nacional que digere as tendências e pesquisas
universais, por essa mesma razão do Brasil ser atual,
e não uma entidade fixada no tempo”.
O Banquete
Trechos de Mário de Andrade
Fases da formação de uma nacionalidade artística

“É certo que esta Fase Nacionalista não será a última


da evolução social da nossa música. Nós ainda
estamos percorrendo um período voluntarioso,
conscientemente pesquisador. Mais pesquisador que
criador. O compositor brasileiro da atualidade é um
sacrificado, e isto ainda aumenta o valor dramático
empolgante do período que atravessamos. O
compositor, diante da obra a construir, ainda não é um
ser livre, ainda não é um ser ‘estético’, esquecido em
consciência de seus deveres.
Ele tem uma tarefa a realizar, um destino prefixado a
cumprir, e se serve obrigadamente e não já livre e
espontaneamente de elementos que o levem ao
cumprimento do seu desígnio pragmático. Não. Se me
parece incontestável que a música brasileira atravessa
uma adolescência brilhantíssima [...], não é menos
certo que a música brasileira não pode
indefinidamente se conservar no período de
pragmatismo em que está.
Se de primeiro foi universal, dissolvida em religião; se
foi internacionalista, um tempo, com a descoberta da
profanidade, o desenvolvimento da técnica e a riqueza
agrícola, se está agora na fase nacionalista pela
aquisição de uma consciência de si mesma: ela terá
que se elevar ainda, um dia, à fase que chamarei de
Cultural, livremente estética, e sempre se entendendo
que não pode haver cultura que não reflita as
realidades profundas da terra em que se realiza”.
Música do Brasil
LUIZ COSME
Canção do Tio Barnabé

Maurício Starosta, piano

http://www.youtube.com/watch?v=aIRTuKM94dQ
Patrícia Galvão (Pagu)
Homenagem póstuma a Mário de Andrade
Patrícia Galvão
Depois de amanhã, Mário de Andrade

“Mário de Andrade tinha um sorriso largo de criança,


na minha infância; eu roubando frutas no tabuleiro da
casa que tinha perto do Conservatório, na Avenida
São João, e nós meninas sem saber que aquele
professor comprido e feio de sorrido de criança
grande, comia amendoim abrindo o clã do jaboti, e
ninguém de nós, no piano, na sala, na rua, na porta,
pressentindo: ‘depois de amanhã o porvir, sim, o
porvir...’ [...]”.
“Nenhuma de nós sabia que o poeta era o poeta, que
o professor fosse outra coisa. Um dia no circo, Piolim
me contou que Mário professor era Seu Mário, o dono
dos terrenos de Macunaíma. E, depois de amanhã,
continuo lhe recordando o perfil solitário de uma
dedicação a saber coisas, outras vezes de querer
fazer coisas tão grandonas que ninguém pode fazer
até agora, um dia o coração doeu muito, depois de
amanhã, sim, depois de amanhã. Deixai que esta
visita ao amanhã agora transferida no duro depois de
amanhã, lhe vá fazer algum bem, porque te has
muerto para siempre”.

In: Diário de São Paulo, 23 de fevereiro de 1947.


GRUPO MÚSICA VIVA

Nacional x Universal
GRUPO MÚSICA VIVA

• Otávio Bevilacqua (RJ, 1887-1959)


• Brasílio Itiberê (PR, 1896-1967)
• Luiz Heitor Correa de Azevedo (RJ, 1905-1992)
• César Guerra-Peixe (RJ, 1914-1993)
• H. J. Koellreutter (Freiburg, 1915-2005)
• Eunice Katunda (PA, 1915-1990)
• Gení Marcondes (SP, 1916)
• Cláudio Santoro (AM, 1919-1989)
• Edino Krieger (SC, 1928)
HANS-JOACHIM KOELLREUTTER
FUNDADOR DO GRUPO MÚSICA VIVA

Acronon

Sérgio Villafranca, piano


http://www.youtube.com/watch?v=sfhGrFPYsh8
Propósitos do Grupo Música Viva (1940)

“A atividade do grupo ‘Música Viva’ dedica-se


principalmente à produção contemporânea e,
sobretudo, à proteção da jovem música brasileira:
‘Música Viva’ quer mostrar que em nossa época
também existe música, expressão viva do nosso
tempo. Além disso, uma das mais importantes tarefas
deste grupo consiste em tirar do esquecimento obras
da literatura musical das grandes épocas passadas,
desconhecidas ou pouco divulgadas. ‘Música Viva’
quer reanimar a música clássica de real valor e sem
razão esquecida”.
Boletim Música Viva (1940)
Primeira obra dodecafônica
fora do círculo da Segunda Escola de Viena:

Cláudio Santoro
Sonata nº 1 para violino e piano (1940)
DODECAFONISTAS BRASILEIROS

• Cláudio Santoro – Sonata para violino solo (1940),


Sonata nº 1 para violino e piano (1940), Sonata
para flauta e piano (1941), Sonata nº 2 para violino
e piano (1941), Sonata 1942, para piano (1942),
Quinteto de Sopros (1942), Sonata para violoncelo
e piano (1942), Adágio para cordas (1942),
Sonatina a 3 (1943)

• César Guerra-Peixe – Noneto (1945), Quarteto


Misto (1945), Música nº 1 para piano (1945), Trio de
cordas (1945), Duo para violino e viola (1946),
Marche Fúnebre e Scherzetto (1946), Sinfonia nº 1
(1946)
DODECAFONISTAS BRASILEIROS

• Edino Krieger – Trio de sopros (1945), Quarteto


(1945), Miniaturas para flauta e piano (1945),
Sonatina para flauta e piano (1945)

• Luiz Cosme – O Lambe-Lambe (1946), Três


Manchas (1947), Madrugada no Campo (1948),
Novena à Senhora da Graça (1950)

• Eunice Katunda – Homenagem a Schoenberg


(1950)
Manifesto Música Viva 1945

“Surgirá um mundo do primado do social que


substituirá o do primado do individual, e, de Estados
que representarão a vontade do povo, emergirá uma
arte que será mais do que nunca, a concretização das
ideias e do pensamento da comunidade.
Repercutindo em todas as camadas sociais, essa
transformação fará com que o homem deixe de agir
como ‘homem econômico’, que procura obter o
máximo com um mínimo de esforço, para agir como
‘homem social’, que procura obter o que lhe é de
direito dentro da sociedade em que vive”.

Grupo Música Viva (1945)


CLÁUDIO SANTORO
Quatro peças para piano (1943)
• Peça Nº 1
• Peça Nº 2
• Peça Nº 3
• Peça Nº 4

Robervaldo Linhares, piano

http://www.youtube.com/watch?v=iV_1WRZ_LAE
Manifesto Música Viva 1945

“Acreditamos na música como a única linguagem


universalmente inteligível, capaz de criar um ambiente
real de compreensão e solidariedade (entre os
homens), e que o nacionalismo (em música) constitui
um dos grandes perigos, dos quais surgem as guerras
e as lutas entre os homens; pois consideramos o
nacionalismo em música, tendência puramente
egocêntrica e individualista, que separa os homens,
originando forças disruptivas.
O grande fim socializador da música nova é a
universalização”.

Grupo Música Viva (1945)


Manifesto Música Viva 1945

“Consciente dessa revolução espiritual que se alastra


por toda a terra, e compreendendo os imperativos
desse mundo novo, o grupo ‘Música Viva’ exige uma
atitude do artista, e em especial do músico,
essencialmente modificada em face da comunidade,
condenando a mentalidade individualista do músico
romântico e apelando para o ‘homem moderno’, e
estabelecendo as diretrizes para a criação de uma
música livre e nova num mundo livre e novo”.

Grupo Música Viva (1945)


CÉSAR GUERRA-PEIXE
Duo para Clarineta e Fagote

Paulo Sergio Santos, clarineta


Aloysio Fagerlande, fagote
http://www.youtube.com/watch?v=2cJe6-EAlSw
Manifesto Música Viva 1945

“A arte deixará de ser sinônimo de belo, para ser


também sinônimo de útil. O artista, adotando os
princípios de arte-ação, ‘abandonará como ideal, a
preocupação exclusiva de beleza, de prazer
desnecessário e a intenção estúpida, pueril e
desmoralizadora de criar a obra-de-arte perfeitíssima e
eterna. Colocará como principio da sua estética o
principio da utilidade’.
Conscientemente, o artista criará o belo para o útil, isto
é, uma obra de arte que satisfaz uma necessidade
humana, porque somente assim ela poderá subsistir”.
”.
Grupo Música Viva (1945)
Manifesto Música Viva 1946

“Música é movimento.
Música é vida.
Música Viva compreendendo este fato combate pela
música que revela o eternamente novo, isto é: por uma
arte musical que seja a expressão real da época e da
sociedade.
Música Viva refuta a assim chamada arte acadêmica,
negação da própria arte.
Música Viva, baseada nesse princípio fundamental,
apoia tudo o que favorece o nascimento e crescimento
do novo, escolhendo a revolução e repelindo a
reação”.
Grupo Música Viva (1946)
Carta Aberta aos Músicos e Críticos do Brasil
“É preciso que se diga a esses jovens compositores
que o Dodecafonismo, em Música, corresponde ao
Abstracionismo em Pintura, ao Hermetismo em
Literatura, ao Existencialismo em Filosofia, ao
Charlatanismo em Ciência.
Assim, pois, o Dodecafonismo (como aqueles outros
contrabandos que estamos importando e assimilando
servilmente) é uma expressão característica de uma
política de degenerescência cultural, um ramo
adventício da figueira-brava do Cosmopolitismo que
nos ameaça com suas sombras deformantes e tem por
objetivo oculto um lento e pernicioso trabalho de
destruição do nosso caráter nacional”.
Camargo Guarnieri (1950)
Carta Aberta aos Músicos e Críticos do Brasil

“Importar e tentar adaptar no Brasil essa caricatura de


música, esse método de contorcionismo cerebral
antiartístico, que nada tem de comum com as
características especificas de nosso temperamento
nacional e que se destina apenas a nutrir o gosto
pervertido de pequenas elites de requintados e
paranoicos, reputo um crime de lesa-Pátria! Isso
constitui além do mais, uma afronta à capacidade
criadora, ao patriotismo e à inteligência dos músicos
brasileiros ”.

Camargo Guarnieri (1950)


Carta Aberta aos Músicos e Críticos do Brasil
“O que leva ‘à degenerescência do sentimento
nacional’, o que se torna um ‘vício de ‘semimortos’ e
‘um refúgio de compositores medíocres’ e não
contribui em absoluto para a evolução cultural de um
povo, pelo contrário, é fonte de sucessos fáceis e de
improvisações, é o nacionalismo em sua forma de
adaptação de expressões vernáculas. Essa tendência,
tão comum entre nós, é responsável por uma música
que lembra o estado pré-mental de ‘sensação’, próprio
ao homem primitivo e à criança, e que, com as suas
fórmulas gratuitas, emprestadas ao colorismo russo-
francês, não consegue encobrir sua pobreza estrutural
e a ausência de potência criadora”.
H. J. Koellreutter (1950)
CLÁUDIO SANTORO
Acalanto da Rosa (1958)
Canção sobre soneto de
Vinícius de Moraes

Ana Durañona, soprano


Marcelo Ayub, piano
http://www.youtube.com/watch?v=N_xYbpqm2YU&feature=related
EUNICE KATUNDA

Incelença dos Cravos e Rosas

Melina Peixoto, soprano

http://www.youtube.com/watch?v=ASCUW6t3HP0
1. Universalismo Construtivo 8. ARTE CONCRETA VENEZUELANA
2. Grupos: Arte Concreta
Invenção e Madí
3. Grupos Frente (RJ) e
Ruptura (SP)
4. Expressionismo gestual
5. VERTENTES 6. FIGURAÇÃO
(Iberê Camargo) e EXPRESSIVAS REGIONALISTA

Expressionismo figurativo
(Grupo de Bagé); 3. ARTE CONCRETA BRASILEIRA

5. Figuração lírica (Guignard),


figuração raízes populares 4. VERTENTES EXPRESSIVAS SUL
(Djanira)
1 UNIVERSALISMO CONSTRUTIVO URUGUAIO
6. Figuração regionalista (Di
Cavalcanti) 2. ARTE CONCRETA ARGENTINA

7. Arte figurativa (Movimento


7. ARTE FIGURATIVA ARGENTINA
Arte Destrutiva)
8. Grupo Los Dissidentes
CRONOLOGIA INTERNACIONAL

1930: SEUPHOR, MONDRIAN E TORRES GARCÍA INAUGURAM


EXPOSIÇÃO CERCLE ET CARRÉ

1930: THEO VAN DOESBURG LANÇA A PUBLICAÇÃO-MANIFESTO ARTE


CONCRETA

1931: MOVIMENTO ABSTRATION CRÉATION (DERIVADO DE CERCLE ET


CARRÉ)
1935: MAX BILL ASSUME LIDERANÇA INTERNACIONAL DA ARTE
CONCRETA

1935: MORRE MALEVITCH

1937: EXPOSIÇÃO OS CONSTRUTIVOS, NA BASILÉIA

1937: CRIAÇÃO MUSEU DA PINTURA NÃO -OBJETIVA (MUSEUM OF


NON OBJECTIVE PAINTING, FUTURA FUNDAÇÃO GUGGENHEIM)

1939: EXPOSIÇÃO REALITÉ NOUVELLES, PARIS


(A PARTIR GRUPO ABSTRATION-CRÉATION)
1940: INAUGURAÇÃO MOMA, NY

1940: MONDRIAN EM NOVA IORQUE

1944: MAX BILL LANÇA 1ª EXPOSIÇÃO ARTE CONCRETA, BASILÉIA, E


REVISTA ABSTRAKT-KONKRET

1944: MORREM MONDRIAN E KANDINSKY

1946: CRIADO SALÃO REALITÉS NOUVELLES

1946: INDIVIDUAL DE MAX BILL, ZURIQUE


O PÓS GUERRA

NA AMÉRICA DO SUL
O DEBATE ABSTRATO CHEGA
À AMÉRICA DO SUL:

MONDRIAN X VANDOESBURG
MONDRIAN

A ABSTRAÇÃO COMO
SÍNTESE CÓSMICA E
EXPRESSÃO METAFÍSICA
Mondrian, Tree, 1911
Mondrian
Composition
1921
Mondrian
Tableau
1921
THEO VAN DOESBURG

ARTE CONCRETA:
FUNCIONALIDADE E DESIGN
Theo Van Doesburg, Composição: A Vaca, 1917
Theo Van Doesburg, Composição, 1917
Theo Van
Doesburg
Van Doesburg

Estudo p/
mural
Do Café
Aubette
1926
Guache
Theo Van
Doesburg
UM SUCESSOR DE MONDRIAN:

JOAQUÍN TORRES-GARCÍA

ORIGEM DA ABSTRAÇÃO
GEOMÉTRICA PLATINA
Joaquim Torres Garcia
Pez con cordeles atados
Joaquim Torres Garcia
Abstract Art in Five Tones and Complementaries, 1943
UM SUCESSOR
DE
VAN DOESBURG:

MAX BILL
Max Bill,
Unidade Tripartida
1948-49
ESCOLA DE ULM

Inaugurada a Escola Superior da Forma, dirigida por Max Bill, em Ulm


TORRES GARCIA
(1874-1949)

ORIGENS DA
ABSTRAÇÃO
GEOMÉTRICA
PLATINA
Retrato de Torres Gárcía
Por DayMan Antunez
1906 –16: vive em Barcelona ; dá início à
construção dos ‘brinquedos’ e à pintura figurativa

1920 – 24: vive em Nova Iorque

1924-34: vive entre Barcelona e Paris

1935: retorna ao Uruguai

1927-49: fase construtiva


JUGUETES
(1916-27)
Joaquim Torres Garcia
Pez con cordeles atados
Joaquim Torres Garcia
Arlequim, 1925
Joaquim Torres Garcia
Carroça com Cavalo,1917-19
Joaquim Torres Garcia
Gangster
De volta ao Uruguai, Torres Garcia assumiu a
missão de produzir uma arte própria da América
do Sul. Via a arte pré-hispânica como expressão
construtiva ancestral e, desenvolvendo-a em seu
tempo, esperava contribuir para que o
continente deixasse de ser tributário da tradição
européia e, também, ofereceria uma saída para a
crise das vanguardas.
TEORIA
INTRODUÇÃO AO UNIVERSALISMO CONSTRUTIVO
JOAQUÍN TORRES GARCIA, 1942

“Se queremos estar no abstrato é porque transcendemos


ou quisemos transcender a esfera do relativo. Acima do
histórico quisemos afirmar-nos numa realidade eterna,
invariável, que nos servisse de norma para tudo. E então,
uma lei única se destaca. Lei que pode correr em
qualquer sentido e que pode estar em vigor em qualquer
tempo e lugar”.
“Só tal verdade ou regra única, sem
qualquer desprezo da personalidade do
artista ou do matiz próprio de cada terra,
pode unificar a futura arte da América.
Arte que se deve criar da base para cima,
pois não deve contar o realizado até hoje,
fruto da nossa aprendizagem na Europa e,
por isso, seu reflexo”.
America Invertida, 1943
Joaquín Torres García
Uma grande escola de arte deveria ser construída aqui no
nosso país. Digo isso sem qualquer vacilação: aqui no nosso
país. E tenho as minhas razões para afirmá-lo. Disse Escola
do Sul porque, na realidade, o nosso norte é o sul. Não deve
haver norte, para nós, mas sim, por oposição, o nosso sul.
Por isso, agora pomos o mapa ao contrário e então já temos
idéia justa da nossa posição e não como querem no resto do
mundo. A ponta da América, a partir de agora, prolongando-
se, indica insistentemente o sul, o nosso norte. O mesmo
ocorre com a nossa bússola: inclina-se sempre
irremissivelmente para o sul. Os barcos, quando se vão
daqui, baixam, não sobem, como antes, para ir-se para o
norte. Porque o norte agora está abaixo. E o Nascer do Sol,
pondo-nos de frente para o nosso sul, está à nossa
esquerda.
Joaquín Torres Garcia, A Escola do Sul, 1935
Os elementos plásticos, tons, cores e formas absolutas,
representam-se a si mesmos, sem fazer referência a nada (...)
e, por este motivo, são concretos.
Assim, a pintura é abstrata por ser uma arte que se produz no
espírito, sem pretender copiar ou imitar; e é concreta, em
relação aos elementos que pintamos na tela, elementos
absolutos (como um plano vermelho ou preto, um ângulo ou
uma forma, elementos que têm valor em si).

Joaquín Torres Garcia. Excerto de: Estructura, 1940


PINTURAS
Paisaje de ciudad, óleo sobre cartón, 1928
Torres Garcia, Pax in Lucem
Joaquim Torres Garcia
Composição
1932
Joaquim Torres Garcia
Composition, 1931
Joaquim Torres Garcia, The Port. 1942
Joaquim Torres Garcia
Abstract Art in Five Tones and Complementaries, 1943
Joaquim Torres Garcia, 1943
CRONOLOGIA PLATINA
1935: TORRES GARCIA FUNDA ASSOCIAÇÃO DE ARTE
CONSTRUTIVA, MONTEVIDÉU
1944: PUBLICAÇÃO REVISTA ARTURO, BUENOS AIRES
1945: 1ª EXPOSIÇÃO ARTE-CONCRETA INVENÇÃO,
BUENOS AIRES
1945: FUNDAÇÃO DA ASSOCIAÇÃO ARTE-CONCRETA
INVENÇÃO
1947: PUBLICAÇÃO REVISTA MADÍ (ENTRE 1947-1959)
1948: ARTE-CONCRETA INVENÇÃO EXPÕE EM CARACAS
1949: 1ª EXPOSIÇÃO ARTE MADÍ
ASSOCIAÇÃO ARTE CONSTRUTIVA
(MONTEVIDÉU, 1935)

Em 1935, Torres Garcia funda a Associação Arte


Construtiva. Nasce a Escola do Sul.
Em 1942, expõe na Galería Müller, em Buenos Aires,
difundindo suas teorias do universalismo construtivo e
influenciando Alfredo Hlito, Carmelo Arden Quin,
Rhod Rothfuss e outros pioneiros da abstração
geométrica argentinos.

www.coleccioncisneros.org
ARTE CONCRETA
ARGENTINA
(1944-1959)
REVISTA ARTURO
(BUENOS AIRES, 1944)
Em 1935, Arden Quin conhece Torres Garcia, em
Montevidéu. Em 1939, novo encontro. Nasce
uma vertente construtiva na Argentina.
Em 1944, Quin e seu grupo lançam a revista de
arte abstrata Arturo e, em 1945, a exposição
Arte Concreta-Invenção.
Os conceitos de “invenção” e “suporte recortado”
são fundamentais para o movimento originado com
a revista Arturo, em cujo primeiro número, Arden
Quin define ‘invenção’, declarando que a figuração
foi superada pelo materialismo dialético e
condenando o Expressionismo, o Surrealismo e
qualquer forma de realismo.
Tomás Maldonado, xilografia para capa de Arturo
Participam de Arturo, os artistas plásticos e
poetas:
Arden Quin, Tomás Maldonado, Edgard
Bayley, Gyula Kosice, Torres García, Vicente
Huidobro y Murilo Mendes
Tomás Maldonado
Xilografia para Arturo
Lidy Prati
Vinheta para Arturo
1945: EXPOSIÇÃO

ARTE-CONCRETA
INVENÇÃO
MALDONADO
HLITO
MOLEMBERG
PRATI
TOMÁS
MALDONADO

Fundador do grupo
Arte Concreta-
Invenção

Tomás Maldonado,
s/ título,1945
Lidy Prati
Concreto, 1945
Manuel Espinosa
Pintura, 1945
Raúl Lozza
Pintura N° 27, 1945
Alfredo Hlito
Ritmos cromáticos II
1947
Alfredo Hlito
Estructura
1945
Enio Iommi
Curvas y líneas, 1946
Alberto Molenberg
Función blanca, 1946
Claudio Girola
Triángulos
1948
Juan Melé
Coplanar N° 13, 1946
PERCEPTISMO
(1946)
PERCEPTISMO
Raúl Lozza
Rembrandt Lozza
Raul Lozza
Pintura
N° 117
Raul Loza
Propuesta de dibujo
concreto H
1947
Raul Loza, Pintura N° 161, 1948
Rembrandt Loza
Objeto estético, 1946
GRUPO MADÍ
(1946)
CARMELO ARDEN QUIN
(1913)

LÍDER GRUPO MADÍ


MANIFESTO MADÍ, 1946

Arte Madí: organização de elementos próprios


de cada arte contendo a presença, a
ordenação dinâmica móvel, o
desenvolvimento de tema próprio, a lucidez
e a pluralidade como valores absolutos,
estando abolida toda ingerência dos
fenômenos de expressão, representação e
significação.
Carmelo Arden Quin

MADÍ Martín Blaszko


Diyi Laañ
Aníbal Biedma
Rhod Rothfuss
Gyula Kosice
Carmelo Arden Quin
Linhas e Pontos
1950
O desenho Madí é uma disposição de
pontos e linhas sobre uma superfície.
A pintura Madí, cor e bidimensionalidade.
Bastidor recortado e irregular, superfície
plana e superfície curva ou côncava.
Planos articulados, com movimento linear,
rotativo e de translação.
Carmelo Arden Quin
Círculo verde, 1946
(óleo sobre papelão )
O abandono dos polígonos regulares - como
dimensão onde deveria se inscrever a
composição - é o que nos distingue e marca
nossa originalidade. Ao abandonar os quatro
ângulos clássicos, ganhamos em possibilidade
de invenção, em todos os sentidos. Podemos
criar um número infinito de formas planas,
cada um de nós encontrará suas formas na
profundidade de seu psiquismo.
Aníbal Biedma
Pintura Madí, 1948
(esmalte s/papelão e madeira )
Martín Blaszko
Coluna Madí, 1947
Rhod Rothfuss
Tres círculos rojos
1948
(Esmalte s/madeira)
[Os móbiles] são lúdicos, pois qualquer pessoa
pode escolher sua posição e dar-lhes a forma
que deseje. E já não faz falta expressar,
representar e nem simbolizar. O objeto
plástico deve ser puro. A presença já é, em si
mesma, um evento.
EL MÓVIL, CARMELO ARDEN QUIN, 1945
“Façamos móvel a pintura, móvel a escultura, móvel a
arquitetura, móvel o poema”. Carmelo Arden Quin. Mobile, 1946
Diyi Laañ
Pintura articulada
1946
Diyi Laañ
Sem título, 1946
(Esmalte s/madeira)
A escultura Madí é tridimensionalidade,
sem cor. Forma total, sólidos criando
ambiente com movimento de articulação,
rotação, translação, etc.
Juan Bay
Pintura, 1948
(Esmalte s/madeira)
Gyula Kosice
Planos e
Cores Libertos
1947
ARTE CONCRETA
ARGENTINA CHEGA À
VENEZUELA:
LOS DISIDENTES
Em 1948, o Taller Libre de Arte fez uma
exposição da obra do grupo argentino Arte
Concreto-Invención, primeira exposição de
arte abstrata na Venezuela.
Naquela época, o grupo de artistas
venezuelanos que iria formar Los Disidentes
emigrou para Paris, ligando-se às tendências
da abstração geométrica européia.
Capa da Revista
Los Disidentes
Paris,1950

Entre participantes:
Pascual Navarro
Alejandro Otero
Mateo Manaure
Alejandro Otero
Da Série: Coloritmos
Década de 50
A partir de 1950, muitos artistas venezuelanos aderiram à abstração
geométrica, entre eles:

Alejandro Otero
Pascual Navarro
Mateo Manaure
Jesús Rafael Soto
Carlos Cruz-Diez

A arte geométrica e construtiva – especialmente a arte ótica e cinética –


encontrou seu nicho na Venezuela.
Cidade Universitária: Praça Coberta, em Caracas, inaugurado em 1953.
Artistas: Pascual Navarro, Jean Arp, Victor Vasarely, Fernand Lèger
Cidade Universitária: Sala de Concertos, inaugurada em 1953. Artistas:
Pascual Navarro, Mateo Manaure e Victor Vasarely
Cidade Universitária: Biblioteca Central, inaugurada em 1953. Entre os
artistas: Pascual Navarro, Mateo Manaure e Fernand Lèger
BRASIL E ARGENTINA:
UMA ANALOGIA
Pode-se estabelecer um paralelo entre a história
do concretismo argentino e brasileiro.

Na Argentina, a figura chave foi Torres García,


alinhado esteticamente com Mondrian. No
Brasil, a figura chave foi Max Bill, seguidor de
Van Doesburg.
O construtivismo dos dois países refletirá as
divergências entre suas matrizes Torres
Garcia/Mondrian x Van Doesburg/Max Bill.

Na Argentina, Tomas Maldonado propõe aplicar os


princípios de Max Bill com a Associação Arte
Concreta Invenção. De outro lado, Arden Quin não
deseja abdicar do idealismo de Torres García que
transparecerão na Arte Madí
MÚSICA E MODERNISMO

NA AMÉRICA DO SUL
A CULTURA DOS PAMPAS
ARGENTINA

Na Argentina, durante a primeira década do séc. 20


concorrem duas tendências principais:

• Nacionalismo

• Universalismo
NACIONALISMO
Uso de melodias e ritmos populares, tanto urbanos
quanto rurais, com ascendência ameríndia (cultura
criolla), afro-americana, fontes do Mar del Plata e
do porto de Buenos Aires.
Esta tendência aparece como manifestação local
de um movimento internacional ligado à Nova
Objetividade, ao Neoclassicismo e como reação ao
predomínio da ópera italiana e ao sinfonismo
germânico.
Tem seu auge na década de 1930, com o Grupo
Renovación.
Esta tendência perdura até a atualidade.
COMPOSITORES ARGENTINOS NACIONALISTAS

(Grupo Renovación)

• Luis Ginneo
• Alberto Ginastera
• Rodolfo Ariozaga
• Juan José Castro
• José Maria Castro
• Gilardo Gilardi
• Carlos Guastavino
UNIVERSALISMO
Tendência de caráter cosmopolita, geralmente com
uso de recursos derivados da Segunda Escola de
Viena, tais como o Atonalismo e o Dodecafonismo.

Surge, em 1936, com a Agrupación Nueva


Música, considerada como sendo a associação de
criação e divulgação de música de vanguarda com
maior tempo de atividade na América.

Também são característicos deste grupo: escrita


atemática, uso de técnicas instrumentais
expandidas, pesquisas com música eletroacústica
e, posteriormente, uso de processos aleatórios de
criação e de escrita musical.
COMPOSITORES ARGENTINOS UNIVERSALISTAS

(Agrupación Nueva Música)

• Esteban Eitler
• Mario Davdovsky
• Juan Carlos Paz
• Mauricio Kagel
Luis Gianneo (1897-1968)
Criolla
para quarteto de cordas

Cuarteto Petrus
Pablo Saraví, violino I
Hernán Briatico, violino II
Silvina Álvarez, viola
Gloria Pankaeva, violoncelo
http://www.youtube.com/watch?v=b-A9YerAUYM
ALBERTO GINASTERA (1916-1983)
Considerado como o mais importante compositor
argentino de música de concerto, Ginastera
agrupava sua obra em três fases:
1. Nacionalismo Subjetivo (1934-1948)
2. Nacionalismo Objetivo (1948-1958)
3. Neoexpressionismo (1958-1983)

Grande parte de sua obra tem forte influência da


tradição do gaúcho, tanto no uso de elementos
lendários e literários, quanto nos aspectos
musicais.
Alberto Ginastera (1916-1983)
Sonata para violão Op. 47

Movimentos:
I. Esordio
II. Scherzo
III. Canto
IV. Finale

Marcin Dylla, violão

http://www.youtube.com/watch?v=Xf8crHQQ8b4
URUGUAI
A principal corrente da música uruguaia tem sido o
Nacionalismo, com muitos elementos derivados
da cultura dos gaúchos.

Seus principais compositores são:

• Alfonso Broqua (1876-1950)


• Carlos Pedrell (1878-1941)
• Eduardo Fabini (1883-1950)
EDUARDO FABINI (1883-1950)
Considerado o mais importante compositor uruguaio,
Fabini estudou tanto as técnicas clássicas de
contraponto e harmonia quanto os gêneros populares
de seu país, através da experiência de um longo
retiro no campo.
Permaneceu em Solís e La Fuente Salus, entre 1913
e 1927. Nesta época, escreveu o poema sinfônico
Campo, sua primeira obra internacionalmente
reconhecida.
Foi fundador de várias instituições importantes, como
o Conservatório Musical do Uruguai, em 1907, e a
Associação Nacional de Música de Câmara, em
1913.
Eduardo Fabini (1883-1950)
El Poncho

Abel Carlevaro, violão

http://www.youtube.com/watch?v=h9B_XDnvAhs
GUIDO SANTORSOLA
O compositor que mais experimentou recursos
dodecafônicos no Uruguai foi Guido Santorsola.
Músico nascido na Itália e transferido para o Brasil e
posteriormente ao Uruguai, empregou uma
combinação de recursos da música de vanguarda
de meados do século 20 com elementos folclóricos
de países sul-americanos.
Sua obra pode ser organizada em três fases:
• Ritmos urbanos brasileiros (1926-1944)
• Música folclórica uruguaia (1945-1961)
• Dodecafonismo (1961-1994)
Guido Santorsola (1904-1994)
Sonata
Transcrição para bandolim e violão
por Thomas Müller-Pering

I. Allegretto scherzoso

Duo ReCuerda
Jeannette del Campo, bandolim
Vicente del Camp, violão
http://www.youtube.com/watch?v=xo1pcwaMBz0
ARTES VISUAIS NA
AMÉRICA DO NORTE
Nascido em Nyiac, (NY), filho de um
comerciante de tecidos e descendente de
holandeses, Hopper foi incentivado pelos
pais a dedicar-se à arte e literatura,
viajando à França no início do século
para conhecer o Impressionismo.
Sua primeira produção como artista foi
uma série de gravuras em metal, técnica
à qual se dedicou itnensamente, tendo
produzido mais de 70 obras.
Hopper aprendeu a técnica do metal em
1915, quando era um desenhista publicitário
free-lance.
Realizou gravuras em metal, principalmente,
até a idade de 42 anos, em 1924, quando a
recepção pública positiva de suas pinturas o
fez gradualmente deixar de produzir
gravuras, intensificando sua produção a
óleo.
Edward Hopper, Night Shadow, 1921
Edward Hopper
Noite no Trem
1940
Edward HopperEstrada de Ferro, ,1922
Edward Hopper, Paisagem americana, 1920
Edward Hopper, O Barco à Vela, 1922
Edward Hopper, East Side Interior, 1922
Edward Hopper, Evening Wind, 1922
Edward Hopper, House Tops, 1921
Edward Hopper, Evening Wind, 1923
Edward Hopper, Casa Solitária, 1923
Edward Hopper, The Monhegan Boat, 191918
Edward Hopper,Noite no Parque, 1923
Edward Hopper, Entardecer de Verão, 1920
Edward Hopper, Noite no Parque, 1921
Edward Hopper, Paisagem da Praia, 1921
Edward Hopper, American Landscape, 1920
Edward Hopper, Estrada de Ferro, 1922
Edward Hopper
Casa à Beira
Rio
1921
Edward Hopper, Uma Esquina, 1921
Edward Hopper, A ponte das Artes, 1907
Edward Hopper, Cidade carvoeira da Pensilvânia, 1947
Edward Hopper, Quarto de Hotel, 1931
Edward Hopper, Às onze da manhã, 1926
Edward Hopper, Dauphinée House, 1932
Edward Hopper, Nighthawks, 1942
Edward Hopper, Luz do sol na Cafeteria, 1958
Edward Hopper, O farol de duas lâmpadas, 1929
Edward Hopper, No Teatro, 1936-42
Edward Hopper : New York Movie (1939)
Edward Hopper : Summer Evening
Edward Hopper: Summer Evening
Edward Hopper, City Sunlight, 1954
Edward Hopper: Morning Sun
Edward Hopper: Summertime
Faculdade experimental
localizada perto de
Asheville, North Carolina,
fundada no outono de
1933 por John Andrew
Rice.

A faculdade buscava educar o estudante como um todo -


cabeça, coração e mão - através dos estudos teóricos e da
experiência de viver em uma pequena comunidade e da prática
dos trabalhos manuais.
A faculdade era mantida e operada pela
Universidade. Um Conselho de Bolsistas
formado por professores e um estudante
constituía o principal órgão gestor.
Havia também um Conselho consultivo
representando a comunidade e as decisões
administrativas eram antes produto de
consenso do que de votação.
Foram abolidas notas e outras pontuações
quantitativas para aferir qualidade ou
aprovação.
O colamento de grau se dava mediante a
realização de um projeto na área eleita pelo
estudante e pela realização de ume xame
efetuado por um professor externo.
Alunos, professores e suas famílias comiam
em um refeitório comum. Embora houvesse
cozinheiros e pessoal para realização de
tarefas cotidianas, a maior parte da
manutenção geral do campus era realizada
por alunos e professores. A arte ocupava o
centro da experiência educacional e não sua
periferia.
Ateliê de marcenaria
Durante os primeiros oito anos, o colégio ocupou
um complexo de prédios alugados ao Sul do
povoado de Black Mountain. O edifício principal,
com três andares e amplo avarandado com
colunas de madeira e uma vista magnífica para as
montanhas circundantes, era dotado de um grande
salão de reunião, além de muitas salas de
encontro, simbolizando a concepção de
comunidade que a Escola procurava representar.
Danse Macabre directed by Xanti
Schawinsky (1938)
O sulista John Andrew Rice, um educador
ativista, visionário e iconoclasta dominou a
vida da faculdade. As aulas eram realizadas
durante as manhãs e noites e as tardes
reservadas para o trabalho na escola e
outras atividades, como caminhadas por
trilhas nos bosques e montanhas vizinhos .
Aula de Theodore Dreier, um dos fundadores da escola
O sulista John Andrew Rice, um educador
ativista, visionário e iconoclasta dominou a
vida da faculdade.
As aulas eram realizadas durante as
manhãs e noites. As tardes eram
reservadas para o trabalho na escola e
outras atividades. Para entretenimento da
comunidade, os jantares eram seguidos de
reuniões dançantes.
Estudantes na varanda do Lee Hall. North Carolina State
Archives, Black Mountain College Papers
O sulista John Andrew Rice, um educador ativista,
visionário e iconoclasta que regia a vida da
comunidade de estudos. As aulas eram realizadas
durante as manhãs e noites e as tardes, reservadas
para trabalhos na escola e outras atividades, como
caminhadas por trilhas nas montanhas vizinhas.
Durante a semana, os jantares eram seguidos de
reuniões dançantes, durante a semana, e festas, além
de apresentações musicais e teatrais nos finais de
semana.
Uma aula de John Rice
Em 1933, a faculdade trouxe o artista alemão e
professor da Bauhaus, Josef Albers, e sua esposa,
Anni Albers, graduada pela Bauhaus em tecelagem e
design têxtil. Ambos foram incorporados ao corpo
docente. Com sua chegada, a escola tornou-se um
centro único na transmissão dos métodos e filosofia de
ensino da Bauhaus. A participação e acolhida de
exilados políticos atuantes na docência da Black
Mountain College marcou todos os anos de seu
funcionamento.
Em 1941, a Black Mountain College mudou-se para a nova sede,
do outro lado do vale, às margens do lago Eden, onde
permaneceu funcionando até seu fechamento, em 1956.
Robert Rauschenberg
(acima: autorretrato, 1952)
Em 1944 houve uma homenagem aos 70 anos de
Arnold Schoenberg e a escola trouxe para seu
pequeno campus os intérpretes mais importantes da
música do compositor. Participaram dos festivais de
verão, durante a década de 40, artistas como Willem
de Kooning, Amedée Ozenfant, Lyonel Feininger,
Robert Motherwell e Fannie Hillsmith. Ao final da
década, John Cage e Merce Cunninghan passam a
integrar a equipe ministrando aulas no Festival de
Verão.
Encenação de
A Bela e a Fera
1951
Josef Albers e o estudante de pintura, Robert de Niro Sir (pai do ator), 1939
Publicações Black Mountain College
Buckminster Fuller
1949
Theatre Play # 1, evento multimídia realizado
na Black Mountain College, em 1952, por John
Cage, em parceria com Robert Rauschenberg

e Merce Cuningham,
envolvendo filmes, slides,
transmissões de rádio,
poesia, música e
literatura em
simultaneidade
influenciará a criação dos
happenings.
A repercussão de Theater
Play # 1 alcançou os
futuros propositores de
happenings, tais como
Alan Kaprow e Jim Dine,
que passariam a freqüentar
as aulas de John Cage em
NY, anos depois.
John Cage
Partitura de 4’33”
Marcel Duchamp

Noiva Despida por Seus


Celibatários,
Mesmo

(O Grande Vidro)

1915-23
Marcel Duchamp

Noiva Despida por Seus


Celibatários,
Mesmo
[Solteiros]

(O Grande Vidro)

1915-23
Marcel Duchamp. Noiva Despida por Seus Próprios
Celibatários [Solteiros], ou Caixa Verde, 1934
Marcel Duchamp (Rose
Sélavy)
Rotary Glass Plates
(Precisão Ótica)
1920
Marcel Duchamp (Rose Sélavy), Rotary Glass Plates, (Precisão
Ótica), 1920-24
Marcel Duchamp
(Rose C’est la Vie)
Rotorelevo
(Precisão Ótica)
1920-24

“Esquivemos as
equimoses dos
esquimós com
termos esquisitos”
Duchamp, Caixa numa Valise, (por Marcel Duchamp ou Rrose Selavy), 1935-41
Munidos de
lanternas, visitantes
percorrem a

« Exposição
Internacional do
Surrealismo »

(Galeria da Escola de
Belas Artes, Paris,
1938)
Munidos de
lanternas, visitantes
percorrem a

« Exposição
Internacional do
Surrealismo »

(Galeria da Escola de
Belas Artes, Paris,
1938)
Exposição internacional Surrealista, First Papers of Surrealism, NY, 1942
No início dos anos de 1940, Deren utiliza as
economias herdadas do pai para comprar uma
câmera Bolex 16 mm usada.
Com ela, realiza seu primeiro e mais conhecido
filme, Meshes of the Afternoon, co-dirigido pelo
marido, Alexander Hammid.
Meshes of the Afternoon é reconhecido como filme que
deu origem ao cinema experimental norte-americano.
Originalmente, o filme não tinha música, nem diálogo.
Em 1952 Teiji Ito (compositor e sonoplasta com quem
Deren se casou pela terceira vez) compôs a música
que hoje acompanha o filme.
The Witch’s Cradle é título do filme realizado em
conjunto por Maya Deren e Marcel Duchamp com
locação na exposição apresentada pelo
movimento surrealista internacional, em 1942,
intitulada “Surrealism First Papers” , na
Guggenheim Gallery.
O filme nunca foi concluído pelos artistas.
Witch's Cradle (1943), com Marcel Duchamp
Muito tempo após a morte de Deren,

o filme foi montado por funcionários do


Departamento de Conservação do Arquivo
de Fimes Antológicos (Anthology Film
Archives).
Em1944, Maya Deren conclui seu
segundo filme, intitulado "At Land", no
qual atua como atriz, diretora e roteirista.
A fotografia é de Hella Heyman e
Alexander Hammid.
Deren conduz a narrativa onírica na qual
a personagem luta sofregamente pela
conservação de sua identidade,
atravessando situações fantásticas.
MÚSICA E MODERNISMO

NA AMÉRICA DO NORTE
A VANGUARDA DE NOVA IORQUE
VANGUARDA DE NOVA IORQUE

• Charles Ives (1874-1954)


• Carl Ruggles (1876-1871)
• Edgard Varèse (1883-1965)
• Dane Rudhyar (1895-1985)
• Henry Cowell (1897-1965)
• Ruth Crawford Seeger (1901-1953)
O BANSHEE, Henry Cowell
Na mitologia irlandesa, Banshee é um espírito feminino
portador de maus presságios e de mensagens do
mundo dos mortos. O espírito de Banshee pode
aparecer sob várias formas e seu lamento fúnebre
pode ser ouvido ao longe, quando alguém está prestes
a morrer.
Esta figura aparece em diferentes tradições, incluindo
uma pequena lavadeira que tem o dom de anunciar a
morte, na mitologia escocesa, uma bruxa da névoa, no
folclore galês, e, no folclore norte-americano, aparece
como um demônio canibal, que sequestra crianças e
devora cadáveres.
Também é conhecido pelo nome Algul, que vem do
árabe “Al Ghūl” “O Demônio”.
Henry Cowell (1897-1965)
The Banshee
para as cordas do piano

Yoon Lee, piano


http://www.youtube.com/watch?v=1Xt2SqMh2gI
A PERGUNTA SEM RESPOSTA, Charles Ives

Esta peça faz parte das Two Contemplations (1906):


The Unanswered Question e Central Park in the
Dark.
Ives escreveu um prefácio à partitura de The
Unanswered Question em que explica a situação da
música como a “contemplação de um problema
sério”, que aborda a questão mais importante da
existência.
A obra é composta por três camadas instrumentais,
que representam diferentes aspectos da “pergunta”:

• Cordas (fora do palco): “o silêncio dos druidas, que


não sabem, não veem e não ouvem nada”;
• Trompete (atrás da plateia): “a perene questão da
existência”;
• Sopros (no palco): “a resposta invisível”, que nunca
se completa.
Henry Cowell e Charles Ives
Charles Ives (1874-1954)
The Unanswered Question (1906)
(Um Drama Cósmico)

Combustion Chamber
Rutger van Leyden, regente

http://www.youtube.com/watch?v=6S-4veRBa3I
IONIZAÇÃO, Edgard Varèse
O título refere-se à ionização das moléculas.
Dizia Varèse: “Não fui tão influenciado pelos outros
compositores, quanto me deixei influenciar pelos
objetos naturais e pelos fenômenos físicos”.
Apesar disso, Varèse afirmava que sua música foi
profundamente inspirada pelas teorias futuristas de
Filippo Tommaso Marinetti e Luigi Russolo, que
publicou sua obra A Arte do Ruído, em 1913.
Esta foi a primeira peça de música da tradição europeia
a empregar somente instrumentos de percussão.
Varèse afirmava que não buscava escrever música,
mas “sons organizados”.
Edgard Varèse e Igor Stravinsky
Edgard Varèse e Heitor Villa-Lobos
Edgard Varèse (1883-1965)
Ionisation (1931)
para 13 percussionistas

Ensemble InterContemporain
Direção: Pierre Boulez
http://www.youtube.com/watch?v=OMYvFfpfG5w
MODERNISMO MEXICANO
O “SONIDO 13”
Já por volta de 1900, Julián Carrilo pesquisava
sonoridades em seu violino e passou a realizar divisões
da oitava em intervalos menores do que o semitom, o
que fazia com que a escala ultrapassasse os 12 sons
tradicionais da música europeia. Criou, assim, um
sistema microtonal a que chamou de Som 13.
Construiu diferentes tipos de piano, com divisão da
oitava em 16, 32 e 64 notas. Carrillo chamava este tipo
de instrumento de “piano metamorfose”.
Chegou a ser indicado ao Prêmio Nobel por sua
descoberta, que era embasada em relações físicas
entre os sons, e não apenas matemáticas.
A POLÊMICA DO “SONIDO 13”
Um grupo mexicano de opositores, “Grupo 9”, formado
por sete músicos, um físico e um advogado, protestou
contra as teorias de Carrillo. Eles argumentavam ser
impossível perceber tantas diferenças entre as notas e
que, no máximo, isso soaria como música desafinada.
Um grupo de discípulos e simpatizantes de Carrillo
fundou o “Grupo 13”.
Teve início uma controvérsia que se propagou nas
escolas de música, universidades, revistas, jornais e
até em programas de rádio mexicanos.
O Grupo 13 existe ainda hoje, com embaixadores
internacionais que se empenham em divulgar a música
microtonal.
Julián Carrillo (1875-1965)
Prelúdio a Colón (1925)
para voz, flauta,
quarteto de cordas e
violão microtonal

http://www.youtube.com/watch?v=WGXhynluliA
Manuel Maria Ponce, o criador da
Moderna Canção Mexicana

Devido ao seu trabalho de adaptação de inúmeras


canções folclóricas mexicanas e pela composição
de canções originais a partir do populário de seu
país,. Manuel Ponce recebeu o título de “Criador da
Moderna Canção Mexicana”.

Assim como Villa-Lobos, a música de Ponce para


violão está entre as mais importantes escritas para
o instrumentos na primeira metade do século 20.
Heitor Villa-Lobos, sobre Manuel Maria Ponce

“Lembro que perguntei a ele, naquela época, se os


compositores de seu país tinham real interesse na
música nativa, como eu já vinha fazendo desde
1912, e ele respondeu que vinha trabalhando nessa
direção. Foi uma grande alegria saber que nessa
parte distante do meu continente havia outro artista
que estava se armando com os recursos do folclore
de seu povo na luta pela futura independência
musical de seu país”.
Manuel Ponce (1882-1948)
Concierto del Sur (1941)
para violão e orquestra
Dedicado a Andrés Segovia

I. Allegro moderato
II. Andante
III. Allegro moderato e festivo

Orquestra Sinfônica de Madri


Narciso Yepes, violão
http://www.youtube.com/watch?v=3i33sPMmgsk
SENSEMAYÁ
Canção para matar uma cobra

Obra sinfônica de Silvestre Revueltas sobre o poema


homônimo de Nicolás Guillen.
O poema e a música têm por base cultos afro-cubanos.
Os ‘cabildos’ eram grupos organizados de escravos
africanos, que transmitiam suas religiões de forma
oculta. O líder ritualístico é o ‘mayombero’, espécie de
feiticeiro que oferece uma cobra em sacrifício ao deus
Babalu Aye, que tem o poder da cura ou da pestilência.
A cobra é oferecida ao deus para evitar doenças e
trazer boa fortuna à comunidade.
Sensemayá (Nicolás Guillen)

Canto para matar uma cobra:


Mayombe-bombe-mayombé!
A cobra tem olhos de vidro.
A cobra vem e se enrosca em um pau.
Com seus olhos de vidro, em um pau,
com seus olhos de vidro.
A cobra anda sem patas.
A cobra se esconde na mata,
caminhando, se esconde na mata,
caminhando, sem patas.
Mayombe-bombe-mayombé!
Silvestre Revueltas (1899-1940)
Sensemayá (1938)
para orquestra sinfônica

Orquesta Sinfónica de la
Juventud Venezolana Simón Bolívar
Regente: Gustavo Dudamel

http://www.youtube.com/watch?v=IZO2VkKKR7o
XOCHIPILLI
Uma música asteca imaginária de Carlos Chávez

Xochipilli é o deus asteca das artes e dos jogos. O


nome do deus vem da combinação de duas palavras:
xochitl (flor) e pilli (príncipe).
Seu nome significa “O Príncipe das Flores”.
Deus da fertilidade, da criatividade e protetor da
agricultura, Xochipilli é o deus criador da canção, da
pintura e da poesia.
Sua figura está associada a plantas alucinógenas.
Casado com a mortal Mayahuel, Xochipilli também é o
deus protetor dos homossexuais e dos michês.
Carlos Chávez (1899-1978)
Xochipilli (1940)
Uma música asteca imaginária
para 4 flautas e percussão

La Camerata (Grupo de Câmara


Panamericano) e Tambuco Percussion
Direção: Eduardo Mata
http://www.youtube.com/watch?v=voCdmkEzr6s
José Guadalupe Posada foi desenhista,
cartunista, litógrafo, chargista e ilustrador
gráfico mexicano.
Iniciou sua vida profissional como chargista
político do jornal El Jicote, em Aguascalientes,
acarretando vários processos para o jornal.
Perseguido por um político influente local,
Posada se transferiu para a cidade de Léon e,
mais tarde, para a Cidade do México.
Os trabalhos mais conhecidos de Posada são
sua série de Caveiras (Las Cavaleras), que
satirizavam ao modo de vida da classe alta
durante o reinado de Porfirio Díaz.
A maioria de suas imagens era para fazer um
ponto religioso ou satírico. Desde sua morte, no
entanto, suas imagens foram associadas ao
imaginário do Dia dos Mortos mexicano.
José Guadalupe Posada, Caveira Elegante (Cavalera Catrina), 1910
José
Guadalupe
Posada
José
Guadalupe
Posada
José Guadalupe Posada
José Guadalupe
Posada
José Guadalupe Posada
José
Guadalupe
Posada
José Guadalupe Posada
• Estuda na Academia de San Carlos,
Cidade do México
• 1907: viaja para Madri e, em seguida,
para Paris, fixando-se em
Montparnasse, onde se torna amigo
de Modigliani e seu círculo de amigos
• 1913-17: adere ao Cubismo
1917: fascinado pela obra de
Cézanne e dos pós-impressionistas,
retoma formas grandes e coloridas
em sua pintura
1920: parte para Itália, dedicando-
se ao conhecimento dos afrescos
renascentistas
1921: retorna para o México a fim
de ingressar no programa
Muralismo Mexicano, criado pelo
ministro da Educação, José
Vasconcelos. O programa incluía
também os pintores Siqueiros,
Tamayo e Orozco.
1922: filia-se ao PC e, a partir
desse ano, seus murais
incorporarão elementos da cultura
Asteca e da tradição popular
mexicana, buscando a afirmação de
uma arte de vanguarda nacionalista.
Diego Rivera, Sonho de uma tarde de domingo, 1948
Diego Rivera, La Era, (óleo sobre tela), 1904
Diego Rivera
Autorretrato
1907
Diego Rivera
Moça Bretã
1910
Diego Rivera
Adoração da
Virgem
1913
Diego Rivera
A Torre Eiffel
1914
Amedeo
Modigliani
Retrato de Diego
Rivera
1914
Diego Rivera, Os Painéis da Fábrica Detroit
Diego Rivera, Os Painéis da Fábrica Detroit
Diego Rivera, Os Painéis da Fábrica Detroit
Diego Rivera, Os Painéis da Fábrica Detroit
Diego Rivera, Os Painéis da Fábrica Detroit
Diego Rivera, Os Painéis da Fábrica Detroit
Diego Rivera, Os Painéis da Fábrica Detroit
Diego Rivera, Os Painéis da Fábrica Detroit
Diego Rivera, Os Painéis da Fábrica Detroit
Diego Rivera, Os Painéis da Fábrica Detroit
Diego Rivera, Os Painéis da Fábrica Detroit
Diego Rivera, Os Painéis da Fábrica Detroit
Nascida em 1907, elege seu
ano de nascimento como
sendo 1910, declarando-se
“Filha da Revolução”.

1920: aos 13 anos, contrai poliomielite


1922: estuda desenho e modelagem na
Escola Nacional Preparatória
1922: estuda desenho e
modelagem na Escola
Nacional Preparatória
1925: começa a pintar a
óleo no hospital, durante
período de recuperação
de grave acidente e série
de cirurgias sofridas; série
de autorretratos
1925: no hospital,
pintando o colete
de gesso.
Frida Kahlo e Diego Rivera, 1930
1938: conhece André Breton,
em NY, que a classifica como
surrealista, a que contrapõe
mais tarde:

“Pensavam que eu era uma


surrealista, mas eu não era.
Nunca pintei sonhos. Pintava a
minha própria realidade.”
1936: conhece Leon e Natalia Troksky, que visitam o México, e os
acolhe em sua casa em Cyoacán entre 1937 e 39.
Frida Kahlo
Autorretrato em
Veludo
1926
Frida Kahlo
Autorretrato com
Macacos
1943
Frida Kahlo
Coluna quebrada
1944
Frida Kahlo, As Duas Fridas, 1939
Frida Kahlo, A Noiva se Espanta de ver a Vida Aberta, 1940
Frida Kahlo
Retrato de Diego
Rivera
1937
Frida Kahlo
Diego em meu
Pensamento
1943
Frida Kahlo
Autorretrato com
Colar
1933
Frida Kahlo
Autorretrato com
Macacos
1940
Frida Kahlo
Autorretrato com
Colar
1941
Frida Kahlo
Autorretrato com
Vestido Vermelho
e Dourado
1940
Borisov-Musatov

Menino Sentado

1901
Borisov-Musatov, 1898
Borisov-Musatov
Mulher na Cadeira de
Balanço
1897
Borisov-Musatov, Piscina, 1902
Borisov-Musatov, Mulher em Verde, 1901
Borisov-Musatov, Mulher sob o Sol, 1897
Borisov-
Musatov

Cores da
Tarde

1897
Borisov-
Musatov
Menino com
Cachorro
1899-1902
1896: nascido em Moscou, muda-se para Munique

1901: funda a Associação Phalanx , da qual torna-se


professor de pintura;

1911: funda o Cavaleiro Azul, com Marck, Macke,


Münter, influenciado pela música de Schönberg e
Wagner e, também, por seu envolvimento com a
Teosofia;
1911-1914: mantém correspondência com
Schönberg

1914: com a Guerra, parte com Münter para a Suíça


e, logo a seguir, sozinho, volta a Moscou;

1921: retorna à Alemanha, tornando-se professor da


Bauhaus até seu fechamento, em 1933;

1933-1944: isolado em Paris, dedica-se à pintura e


aos ensaios teóricos, mas não sobrevive ao final
da guerra
Wassily
Kandinsky

Retrato de
Gabrielle
Münter

1910
Wassily Kandinsky
Cavaleiro
Azul
1903
Wassily
Kandinsky

1906
Wassily
Kandinsky
Munique
1908
Vassily Kandinsky, Oriental, 1909
Vassily Kandinsky, Vista de Murnau, 1908
Vassily Kandinsky, Grupo em Crinolina, 1909
Vassily Kandinsky, Paisagem de Inverno, 1909
Vassily
Kandinsky
Montanha Azul
1908-09
Wassily Kandinsky
Estudo p/ improviso V
1910
Vassily Kandinsky, Esboço para Composição II, 1909-10
Vassily Kandinsky
Improvisação no 30
1913
Wassily
Kandinsky
Nu
1911
1917-1932: período da construção e
constante reformulação do Instituto das
Artes Visuais Proletárias de Leningrado.
Gerassimov, Retrato de Stalin, 1939
1932: lançamento do decreto “Sobre a
reconstrução das Organizações Literárias e
Artísticas” de Stalin que põe fim à Era da
Arte Pós-Revolucionária e dá início à Era da
Arte Soviética, seguindo os parâmetros
ditados no decreto:
Retira-se a ênfase da arte no “homem
pequeno”, “comum”, pertencente às
“massas anônimas de trabalhadores” para
exaltação obrigatória do operário heroico e
revolucionário. A arte deveria expressar um
sentido unívoco e claro de “glorificação dos
líderes soviéticos”, sobretudo de Stálin, do
“operário herói” e exaltar a permanente
necessidade de sustentação da Revolução.
Social Realismo
Cartaz albanês
Exigem da arte que ela seja compreensível e
nunca se sujeitam a adaptar seu próprio
espírito à compreensão: mesmo os socialistas
mais cultos tomaram esse caminho e exigiram
da arte aquilo que um comerciante exige de um
pintor de letreiros, que represente de maneira
compreensível as mercadorias que tem em sua
loja.

Malevitch, em Novos Sistemas da Arte (1919)


Malevitch, por volta de 1930, no Laboratório de Experimentos Artísticos,
do Museu Leningrado, junto a um de seus Architetonics
“A obra arquitetônica é arte sintética, é por isso
que deve unir-se a todos os domínios das
artes”

Malevitch (1920)
Sempre invejei os camponeses que vivam em plena
liberdade, no seio da natureza, que levavam os
cavalos a pastar e dormiam ao relento, pastoreavam
grandes rebanhos de porcos, que traziam à noite,
montados neles, agarrados a suas orelhas...

Malevitch, em sua auto-biografia inacabada.


Malevitch
Antecipação Complicada
1932
Malevitch
Camponês entre a Cruz
e a Espada
1932-33
Malevitch, Moças no Campo
Malevitch
Casa Vermelha
1932
Malevitch
Moça com
Lenço Vermelho
1933
Malevitch
Dois Homens
(sem data)
Malevitch
Camponesa
(sem data)
Malevitch
Cabeça de garoto
com chapéu
1932
Malevitch
Retrato da mãe do pintor
1932
Malevitch
Retrato de um supervisor
de produtividade do trabalho
1932
Malevitch
Em seu leito de morte
1934
André Derain,
Retrato de Matisse
1905
André Derain, A ponte de Londres, 1906
André Derain
Big Ben, 1906
André Derain, Charing Cross Bridge, 1906
André Derain, Le phare de Collioure ,, 1905
André Derain, Mountains at Collioure, 1905
Erich Heckel
Retrato de Homem
(xilo)
1919
Schmidt-Rottluf,
Casas na Noite,
1912
Ludwig-Kirchner
Pfortensteg Chemnitz
1910
Ernst Ludwig-Kirchner
Rua com Passantes
perto de Nachtbeleuchtung
1924-26
Emil Nolde, Última Ceia,1909
Emil Nolde, Masks Still Life, (aquarela), 1911
Oskar Kokoschka, Portrait of Putnam D. McMillan, 1957
Oskar Kokoschka, Knight Errant, 1915
Vassily Kandinsky, Esboço para Composição II, 1909-10
Vassily Kandinsky, Pintura com Troika, 1911
Vassily Kandinsky, Improvisação 28, 1912
Vassily Kandinsky, Paisagem com dois ciprestes, 1913
Franz Marc, Cavalo na Paisagem, 1910
Franz Marc, Cão deitado na Neve, 1910-11
Franz Marc, Vaca Amarela, 1911
Franz Marc, Cavalinhos Azuis, 1991
Picasso
Moça com Bandolin
1910
Pablo Picasso
Ma Jolie
1911-12
Georges Braque
Violino e mesa
1913
Georges Braque
Violino e Candelabro
1912
Mondrian
Composition
1921
Mondrian
Tableau
1921
Mondrian
Composition II
with Black Lines
1930
Mondrian,
Composição n 1:
Losango com
quatro linhas
1930
Mondrian
Lozange Composition
with Yellow, Black,
Blue, Red, and Gray
Tatlin, Relevo de Canto, 1915
Tatlin, Relevo de canto, 1915
Malevitch, Cruz Negra, 1915
Kasemir Malevitch
Realismo Pictural de uma
Camponesa em Duas
Dimensões
(Quadrado Vermelho)
1915
Sede da Bauhaus-Dessau, projetada por Gropius em colaboração com alunos
Bauhaus-Dessau
Marinetti
Zang Tumb Tuuum
(Milão, 1914)
Auto-Retrato Futurista
Marinetti, 1914
(assemblage)
Filippo
Tommaso
Marinetti em
uniforme
militar

À esquerda:
Figurino de Locomotiva para o balé
mecânico Anihccam del 3000 (1923)
Umberto Boccioni
Formas Singulares de
Continuitade no Espaço
1913
Umberto Boccioni
Formas Singulares de
Continuitade no Espaço
1913
Umberto Boccioni
s/ título
1913
Marcel Duchamp
Nu Descendo a
Escada
1912
Marcel Duchamp
Moedor de
Chocolate
1914
Marcel Duchamp
Roda de Bicleta
1913
Marcel Duchamp
Porta-garrafas
1913
Marcel Duchamp
Fonte
1917
Marcel Duchamp
Grande Vidro
1915-23
Marcel Duchamp. Nove Moldes Mâlic. 1914-15.
Óleo, fio de chumbo, chapa de chumbo sobre vidro (duas lâminas de vidro). 64 x 102 cm.
Coleção particular
Cartaz da
1ª Feira Internacional Dada
Galeria Buchard, 1920,
fechada sob intervenção da polícia.
Breton com cartaz de
Picabia no
1º FESTIVAL DADA
(Paris, 1920)
1º Festival Dada na Salle Gaveau, 1920
“A limpeza é o luxo
dos pobres. Fique
sujo!”

“Corte o nariz
quando cortar o
cabelo!!”
“Distribuição de
anáguas
a 5,85 francos!”
Igreja
St. Julien le Pauvre
Paris
DADA-PARIS
(1917-1924)
AS MAMAS DE TIRÉSIAS (1917)
PARADE (1917)
1ª VISITA DADA (1920)
RÊLACHE (1924)
As Mamas de Tirésias (Rodney Milnes-OPERA May 2005)
Painel pintado por Picasso para o Balé Parade
Cena de Ballet, Le Train Bleu, de Jean Cocteau, 1924

Figurino de Coco Chanel, cenário de Jean Cocteau,


pano de boca de cena de Pablo Picasso
Cena de

Ballet

Le Train Bleu

de Jean Cocteau

(1924)
Cena de

Ballet

Le Train Bleu

de Jean Cocteau

(1924)
Empresário Americano
Traje de Picasso para o Balé Parade, 1917
Picabia em

ENTRE-ACTE
Filme para o espetáculo

Relâche
(1924)
Direção: René Clair
Música Eric Satie
Roteiro: Picabia
Filme Entre-Acte:
http://www.youtube.com/watch?v=PwFKl
4Y6lJE&feature=related
Cenário de Entre’Acte, desenhado por Picabia
“Para o inferno com os roteiros e toda a
literatura! Relâche é um monte de chutes em
um monte de traseiros, consagrados ou não.
O ator, o bailarino, o acrobata, a tela, o palco,
o filme... Todos esses meios de apresentar
uma performance são integrados e
organizados para se obter um efeito total.”

Fernand Léger, 1924


Entr’Acte, de René Clair, foi exibido
entre os esquetes de Relâche.
Uma das cenas mostra Satie e
Picabia inspecionando uma arma e
sua munição, carregando-a e
disparando-a contra a platéia, em um
ataque frontal.
Cena de Entre’Acte, de René Clair e Francis Picabia
André Breton, Poema-Objeto, 1925
André Breton,
Cadavre Exquis, 1928.
Composição-colagem,
papel impresso, dobrado
e colado sobre papel.
Por: Max Morise, Pierre
Naville, Benjamin Péret,
Jacques Prévert,
Jeannette Tanguy e
Yves Tanguy.
Le Cadavre Exquis

ManRay, Yves tanguy,


Joan Miro e Max Morrise

1928
Magritte, Ceci n’est pas une pipe
Renné Magritte, O Palácio das Cortinas, 1929
Renné Magritte, Máscara Vazia, 1929
Jean Arp
Automatic
Drawing
André Masson
Automatic
Drawing
1924
André Masson
Automatic
Drawing
1924
Que Venha a Moda, Abaixo a Arte, ironicamente
inverte o dito latim, “Que venha a arte, abaixo a
moda", anunciando, assim, o fim da arte tradicional.
Aqui, o mundo racional da ciência e da indústria são
satirizados: as gravuras exibem uma técnica de
desenho esquemático, equações de absurdos,
ineficazes instrumentos de medição e um sistema
disfuncional de chumbos e pesos.
Max Ernst
Let There be Fashion,
Down with Art

(litografia)
1919
Max Ernst
Let There Be Fashion,
Down with Art
II
(litografia)

1919
Max Ernst
Let There Be Fashion,
Down with Art
II
(litografia)

1919
Max Ernst
Let There Be Fashion,
Down with Art
III
(litografia)

1919
Max Ernst
Let There Be Fashion,
Down with Art
III
(litografia)

1919
Max Ernst
Let There Be Fashion,
Down with Art
IV
(litografia)

1919
Max Ernst
Let There Be Fashion,
Down with Art
IV
(litografia)

1919
Franz Picabia
Ceci, C’est ici Stieglitz,
Foi et Amour
1915
Francis Picabia criou “Aqui, aqui está Stieglitz,
Loucura e Amor” em 1915, ano em que se
mudou de Paris para Nova York. Em Nova
York, o pintor conheceu o fotógrafo norte-
americano Alfred Stieglitz, que viria a
organizar uma exposição de obras de Picabia,
em sua lendária galeria “291” e colaboraria
com ele na publicação Dada “391”, na qual o
trabalho apareceu pela primeira vez.
Neste retrato, Picabia claramente faz
referência às obras maquinistas de Duchamp,
bem como à sua sagacidade irônica. O
trabalho é parte de uma série de retratos nos
quais os amigos do artista são representados
como máquinas. Aqui, Stieglitz aparece como
uma câmera de fole quebrada e conectada a
um freio de automóvel
É importante ressaltar que esta série de
retratos de máquinas não celebra a apologia à
cultura hiper-mecanizada, do início do século
20.
Imagens O imaginário maquinista é usado por
Picabia com intuito de simbolizar o espírito do
homem moderno.
Sua obra não é um simples comentário sobre
o fascínio frenético com que a cultura
moderna vê a máquina, mas sim uma
demonstração de como esses símbolos
podem articular valores aparentemente
opostos presentes na sensibilidade de um
indivíduo.
Picabia escreveu a palavra "Ideal", com uma
caligrafia antiquada, delicada e detalhada, que
efetivamente contrasta com a moderna
máquina elegante e sobre a qual a palavra
repousa. A palavra alude ao idealismo do
próprio Stieglitz, que julgava ter falhado ao
tentar mobilizar os norte-americanos para a
sensibilidade fotográfica e artísticas
modernistas.
Franz Picabia
Uma pintura muito
rara sobre a Terra
1915
DADA BERLIM:
KUNST IST
SCHEISSE!

George Grosz como Morte Dada


Berlim, 1918
“Na guerra, as coisas entraram em um furacão
terrível. O que eu aprendi na Academia não servia
para mais nada e as novas ideias ainda não haviam
nascido....Tudo havia se quebrado, em todo o caso,
e as coisas novas deveriam nascer dos fragmentos:
e isso era Merz.

Era a própria imagem da Revolução que trazia


dentro de mim, não como ela foi, mas como deveria
ter sido”

Kurt Schwitters
Kurt Schwitters

Merzbau

(reconstrução
Museu de Hanover)
Kurt Schwitters.
Merzbau
Hannover, 1923-36
Destruída
NOVA OBJETIVIDADE

NA PINTURA: VERISMO X REALISMO MÁGICO


ARTISTAS: GEORGE GROSZ, MAX BECKMANN, OTTO
DIX, RUDOLF DISCHINGER
Rudolf Dischinger
Interior
1925-30
Rudolf Dischinger
Karl Hubbuch,
Na rua, 1926
Otto Dix nasceu em 1891, em Untermhaus,,
the filho de um ferreiro. Estudou na Escola de
Artes e Ofícios de Dresden e, depois, decidiu
seguir os estudos por conta própria.
Durante a 1a Guerra, alistou-se e foi enviado
para o front ocidental, em 1915, participando
da resistência ao ataque dos aliados em
1916.
Depois da Guerra, leciona nas Academias de
Dresden e Dusseldorf. Ao lado de George
Grosz, foi um dos líderes do movimento Die
Neue Sachlichkeit [Nova Objetividade], de
cunho realista social e que propunha
examinar friamente a decadência e as
desigualdades da sociedade alemã dos anos
de pós-guerra.
Com a ascensão do nazismo, em 1933, Dix
foi demitido da Academia de Dresden.
Retirou-se para o Lago Constance depois de
concordar trocar a temátic sóxio-política pela
pintura de paisagem. Dix foi convocado para
Guerra, sendo capturado, em 1945, e levado
para um campo.
Retorna a Dresden, em 1946, e passa a
realizar pinturas de cunho religioso e
reflexivo em relação à guerra. Morre em
1969.
Otto Dix
Encontro Noturno
com um Louco
1924
Otto Dix
O Selvagem
1915-16
Otto Dix
Caveira
1924
Otto Dix, Soldado Ferido, 1916
Otto Dix
Retrato de
Sy Von Harden
1925
Otto Dix
Tão Lindo
1922
Otto Dix
Prostituta e
Marinheiro
1922
Otto Dix, Meus Pais, 1922-25
Otto Dix,
Jogadores de carta,
1920
Otto Dix, Morteiros Avançam,1924
Otto Dix, Refeição na Trincheira, 1924
OTTo Dix, O Salão ,1925-28
Max Beckman, The Night,1918-19
George Grosz nasceu em 1893, em Berlim.
Alistou-se no front em 1914 e, ferido em
combate em 1915, foi considerado incapaz e
enviado para casa, em 1917. Participa da
insurreição social democrata (Revolta de
Spartaco) de 1919, sendo preso. No mesmo
ano, filia-se ao Partido Comunista.Em 1921,
ativista Dada, é condenado a pagar uma multa
de 300 marcos por desrepeito ao exército e
tem suas gravuras confiscadas.
Ao final de 1922, deixa o PC após temporada
de cinco meses na URSSS, onde conheceu
Lenin e Trotsky pessoalmente. Passará a se
opor a qualquer forma de autoritarismo.
Em 1932, deixa a Alemanha devido à situação
política e fixa residência em Nova Iorque, onde
vierá até a sua morte, em 1955.
George Grosz
Made in German
1919
George Grosz
People
1919
George Grosz
O Herói
1922
George Grosz
Suicide
1919
Otto Dix,
A família do artista, 1928
George Grosz,
Rua em Berlim,1931
George Grosz,
The Monteur (Fitter) Heartfield
1920
George Grosz
Alemanha, Conto de Inverno
1917
George Grosz
The Eclipse of the Sun 1926
George Grosz, Explosão, 1916-17
George Grosz,
Rua em Berlim,1931
George Grosz
A Cidade
1917-18
George Grosz
Jornada Cinzenta
1926
George Grosz
O Supervisor Heartfield
1920
George Grosz
Auto-retrato
1927
George Grosz
Retrato do escritor
Max Herrmann-Neisse
1925
George Grosz
Boxeador Max
Schmeling
1926
George Grosz
Artista e Modelo
1928
George Grosz, Cain (Hitler in Hell), 1944
Albert Renger-Patzsch, Jardim com banco,1928
Albert Renger-Patzsch,
Botões, 1928
Albert Renger-Patzsch,
Ruhrlandschaften,
Hafenabstraktion
1928
Albert Renger-Patzsch, Copos, 1928-29
Albert Renger-Patzsch, Ponte de estrada de Ferro, 1928-29
Albert Renger-Patzsch, Paisagem na Suécia, 1966
Albert Renger-Patzsch,
Martelo mecânico,1928
August Sander,
Menino
August Sander,
Professor, 1929
August Sander,
Desempregado, 1928
August Sander,
Artista circense, 1929
August Sander, Pintores Brockmann e Bonguard, 1924
August Sander,
Membro da guarda de Hitler
“Hoje, o impressionismo, amanhã, o futurismo, o
cubismo, talvez até o dadaísmo, etc. Mesmo
para as mais insanas e idiotas monstruosidades,
milhares de rótulos atraentes têm de ser
encontrados para designá-las. Se isso não fosse
tão triste, num certo sentido, seria até muito
engraçado ouvir todos os slogans e clichês com
que os chamados ‘iniciados em arte’
descreveram e explicaram seus míseros
produtos nos últimos anos... Esta casa não foi
construída para obras desse tipo de
incompetente ou criminoso da arte”.

Adolf Hitler, discurso de inauguração da Exposição


de Arte Degenerada, 1937
Juan Gris
Violino e Jornal
1917
Pablo Picasso
Retrato de Olga
1923
Pablo Picasso
A Grande Banhista
1921
Pablo Picasso
A Leitora
1920
Pablo Picasso
Mulher com Chapéu
192o
Pablo Picasso, Banhista e
Banhistas, 1921
Pablo Picasso,
Cabeça de mulher
(A Leitora, Dora Maar)
1938
“Hoje, o impressionismo, amanhã, o futurismo, o
cubismo, talvez até o dadaísmo, etc. Mesmo
para as mais insanas e idiotas monstruosidades,
milhares de rótulos atraentes têm de ser
encontrados para designá-las. Se isso não fosse
tão triste, num certo sentido, seria até muito
engraçado ouvir todos os slogans e clichês com
que os chamados ‘iniciados em arte’
descreveram e explicaram seus míseros
produtos nos últimos anos... Esta casa não foi
construída para obras desse tipo de
incompetente ou criminoso da arte”.

Adolf Hitler, discurso de inauguração da Exposição


de Arte Degenerada, 1937
Os principais elementos da Arte Concreta
são:

• Aspiração a uma linguagem de


comunicação universal.
• Integração do trabalho do artista na
produção industrial; crença na tecnologia.
• Função social, aplicação do
conhecimento artístico em todas as áreas
de comunicação visual: ao artista cabe
contribuir de modo abrangente para a
socialização da boa forma, através de sua
ação junto aos diversos tipos de design,
tipografia, arquitetura, urbanismo, etc.
• Rigor geométrico, fundamentação na
matemática, que estrutura ritmos e
relações entre formas.
• Elimina o gesto, o sinal da mão. O
desenho é preciso, feito com régua e
compasso.

O concretismo conhece seu período


mais ativo nos anos de 1950
Há e uma consciência velha
e uma consciência nova do
tempo.
A velha está conectada com
o indivíduo.
A nova é conectada com o
universal.
A luta do indivíduo contra o
universal está se revelando
através da guerra, bem
como através da arte no
mundo de hoje “

Theo Van Doesburg


Theo Van Doesburg
Arithmetic Composition
1929-1930
Malevitch, Cruz Negra, 1915
Mondrian,
Composição n 1:
Losango com
quatro linhas
1930
Theo Van Doesburg
Neoplasticismo:
composição VIII
1917
Theo van Doesburg : reconstrução do “Cinébal” – salão de dança, bar e cinema, Estraburgo
A arte deve ser inspiração
controlada pela
matemática. Eu tenho
necessidade de paz,
sinfonia, orquestração.
Antoine Pevnser
Antoine Pevsner

Anchored Cros

(Mármore, bronze pintado


de preto e cristal)

1933
Antoine Pevsner
Estrutura concreta
Antoine Pevsner
Estrutura concreta
Antoine Pevsner
Construção: superfície em
Desenvolvimento
1938
Antoine Pevsner
Estrutura concreta
Max Bill
Construção com cubo e
dentro de cubo
1945
Max Bill
Cadeira trípede
1948
Max Bill
Lâmpada
1948
Max Bill
Lâmpada
1948
Max Bill
Relógio de
parede
1951
Max Bill
Unidade
tripartida
1948-49
Max Bill
Unidade
tripartida
1949
Bonnard, Indolência, 1899
“Cobri as paredes de
meu quarto com esse
imaginário naïve e
dissonante. Gauguin,
Sérusier falam do
passado. Mas isso que
tinha diante de meus
olhos era algo
realmente vivo”.
Bonnard, 1890

Bonnard, Mulher com Cachorro, 1891


Bonnard
Dois Poodles
1891
Bonnard, Woman in a Blue Pelerine, 1892-98
Woman in a Polka-Dot Dress,1892-98

Sitting Woman with a Cat, 1892-98

Woman in a Polka-Dot Dress, 1892-98


Bonnard
Dining Room
Overlooking
the Garden
1941
Retrato da Sala de Bonnard, em Cannet
Bonnard, The Breakfast Table, 1936
Bonnard
Dining Room Overlooking
the Garden, 1930-31
Bonnard
Ice Palace
1896-1898
Bonnard, The Earthly Paradise. 1916-20.
Bonnard, Carafe, Marthe Bonnard with Her Dog. 1912-15
Nem me fale de Bonnard. O que ele faz não é pintura. Ele
jamais ultrapassa a sensibilidade. Não sabe escolher.
Quando Bonnard pinta um céu, por exemplo, ele o pinta
azul, inicialmente, mais ou menos como o céu é. Depois,
ele observa um pouco mais e percebe um tom de malva
[...] O resultado é um pot-pourri de indecisão. [...] Não se
pode trabalhar assim. A pintura não é questão de
sensibilidade. Devemos usurpar-lhe o poder; devemos
tomar o lugar da natureza e não depender das
informações que ela oferece.

Picasso
Vivre Avec Picasso, Françoise Gilot e C. Lake. 4-6.
Bonnard, Café 'Au Petit Poucet'. 1928
Bonnard
Ateliê com
Mimosa
“Compreendi que a
cor podia exprimir
todas as coisas [...]
A luz, as formas e a
personalidade das
coisas, tudo era
possível de ser
traduzido apenas
com a cor”.

Bonnard
Nu em Frente ao Espelho, 1931
Bonnard, A Janela
Bonnard, The Terrace at Vernonnet, 1939
Pierre Bonnard, Vista Panorâmica de Cannet, 1941
Bonnard
A Janela Aberta
Até os anos de 1960 e 70, a modernidade era definida
pela severidade da pintura, sua pureza laboriosa, sua
‘sinceridade’ – como negação da ilusão. O culto da
planaridade formulado por Greenberg integrou grande
parte da crítica modernista, assim como a recusa da
subjetividade. Somente ao final dos anos ’70, a
recuperação do espaço e do ‘eu’ reencontrados na
pintura de Bonnard recuperou, para toda uma geração de
pintores, uma perspectiva de renovação e continuidade
da linguagem pictórica.

Timothy Hyman, em Bonnard (Thames & Hudson, 1998)


Pierre Bonnard
Martha na Banheira
Foto do Artista
1908
Bonnard
Nu Inclinado
na Banheira
Bonnard
Saindo do Banho
Bonnard, Baignoire, 1925
Pierre Bonnard
Auto-retrato
1945
MÚSICA E MODERNISMO

NA EUROPA
VERTENTES

LÍRICO-EXPRESSIVAS
NOVOS CAMINHOS

APÓS A RUPTURA DA TONALIDADE


ALEXANDER SKRIABIN
(1872-1915)
Músico e místico, interessado em Nietzsche e ligado à
Sociedade Teosófica. Multiartista, fazia experimentos
sinestésicos através de combinações entre sons,
palavras e cores.
Desenvolveu uma forma particular de atonalidade,
através do que chamava de
• Escala Mística
• Acorde Místico
Ambos têm por base a escala mais antiga da tradição
chinesa, que data de aproximadamente 3.000 a.C.
Para Tolstoy, a música de Skriabin seria “expressão
sincera do mais puro gênio”.
Com base em princípios místicos, teorias sinestésicas,
Isaac Newton e conceitos orientais, Skriabin
organizou uma escala de correspondência entre sons
e cores, devido à sua frequência.
MYSTERIUM – opus magnum

A partir dessas correspondências sinestésicas, a partir


de 1903, Skriabin organizou uma obra, Mysterium,
opus magnum que deveria ser realizada ao longo de
uma semana, com música, dança, projeção de luzes e
lança-perfumes.
O espetáculo deveria ser levado nas planícies que se
encontram na base do Himalaia, que seria o lugar mais
apropriado para abordar a dissolução do mundo
material em êxtase espiritual.
Esta obra não realizada é considerada como o primeiro
projeto de experiência multimídia. Infelizmente, até sua
morte o projeto permaneceu inacabado.
Sobre Mysterium, disse Skriabin:

“Não deve haver um único espectador. Todos serão


participantes. O trabalho exige pessoas especiais,
artistas especiais e uma cultura completamente
nova. O elenco de artistas inclui uma orquestra, um
coro misto grande, um instrumento com efeitos visuais,
dançarinos, uma procissão, incenso e uma articulação
rítmica ritualística. A catedral em que terá lugar não
será feita de um único tipo de pedra, mas deverá
mudar continuamente com o ambiente e com o
movimento gerado por Mysterium. Isso será feito com
o auxílio de névoas e luzes, que irão modificar os
contornos da arquitatura”.
POEMA DO ÊXTASE, Op. 54

Composta entre 1905 e 1908, esta obra está


fortemente ligada à tradição teosófica, teve como seu
primeiro título Poema Orgíaco.
Estreia em Nova Iorque, em 1908, com a Russian
Symphony Society, dirigida por Modest Altschuler.
O poema está organizado em três partes:
I. A alma na orgia do amor
II. A realização de um sonho fantástico
III. A glória da própria arte
Skriabin escreveu um poema que complementa a
música; não faz parte da música, nem deve ser
recitado enquanto a música é tocada.
Henry Miller, sobre o Poema do Êxtase

“Este Poema do Êxtase? Coloque-o a todo o


volume. Esta música, às vezes, soa do jeito como eu
penso. Tem aquela coceira cósmica, distante. [...] Tudo
é fogo e ar. A primeira vez que ouvi, toquei de novo, e
de novo [...]. Foi como um banho de gelo, cocaína e
arco-íris. Durante semanas eu estava em
transe. Algo tinha acontecido comigo. [...] Cada vez
que um pensamento toma conta de mim, uma
pequena porta se abre no meu peito e, neste pequeno
ninho confortável, chega um pássaro, o pássaro mais
doce, mais suave que se possa imaginar.
‘Pensa!’, ele canta. ‘Pensa até o fim!’
E, por Deus, eu penso” (In: Nexus).
POEMA DO ÊXTASE
(primeira estrofe)
Espírito,
elevado pela ânsia de vida
é atraído dentro do voo
pelo vértice da negação.
Aqui, sob os raios de seus sonhos,
emerge um mundo mágico
de formas e sentimentos celestes.
Espírito brincando.
Espírito desejando.
Espírito criando tudo com um sonho
entregue ao deleite do amor.
Mediador das criações nascentes
habita na languidez
do alto da inspiração,
convoca a florescer,
e embebidas no sublime,
está prestes a afogar-se no esquecimento.
ALEXANDER SKRIABIN
(1872-1915)
Poema do Êxtase, Op. 54 (1908)

Orquestra Sinfônica da URSS


Regente: Evgeny Svetlanov
http://www.youtube.com/watch?v=Pn5GcJFq-Qw
ARNOLD SCHOENBERG (1874-1951)

Criador do Expressionismo, da Atonalidade e do


Dodecafonismo, foi um dos músicos mais polêmicos
do século 20.
Deixou diversos escritos sobre música e estética da
música.

Buscava uma nova técnica de composição, através de


dois princípios:

• Prosa musical
• Emancipação da dissonância
ERWARTUNG (1909)

Erwartung (Expectativa) é um monodrama em ato


único com libreto de Marie Pappenheim.

Teve sua estreia em 1924, em Praga, com direção de


Alexander Zemlinsky e a soprano Marie Gutheil-
Schoder.

Schoenberg disse que


“em Erwartung o objetivo é representar, em um
movimento muito lento, tudo o que ocorre em apenas
um segundo, com o máximo de agitação espiritual,
estendido em meia hora”.
ERWARTUNG (1909)
SINOPSE
À noite, em uma floresta, uma mulher está em um
estado apreensivo à procura de seu amado.
Na escuridão, ela se depara com o que acredita ser
um cadáver. Ela se assusta e fica ainda mais
ansiosa, mas percebe que é apenas um tronco de
árvore.
Então, ela realmente encontra um cadáver, e acredita
ser seu amante. Ela grita por ajuda, mas não ouve
resposta. Tenta reanimá-lo e se dirige a ele, como
se estivesse vivo. Ataca-o com raiva, acusando-o
de ser infiel . Ela se pergunta o que será de sua
vida, já que seu amante está morto.
Finalmente, ela vagueia sozinha na noite escura .
ARNOLD SCHOENBERG
(1874-1951)

Erwartung, Op. 17 (1909)


(Monodrama em ato único)

Orchestra Sinfonica di Torino


Regente: Hermann Scherchen
Magda László, soprano
(gravação histórica, 1953)
http://www.youtube.com/watch?v=sJSvA8oP7rw
Schoenberg: Autorretrato
ALBAN BERG (1885-1935)
Foi um dos mais importantes discípulos de
Schoenberg, com quem teve sua formação musical
quase completa.
A partir de 1904, estudou Teoria Musical, Contraponto e
Harmonia; entre 1907 e 1911 tomou aulas de
composição com o mestre.
Posteriormente, como professor de composição, teve,
entre seus alunos, o filósofo Theodor Adorno.
Sua obra está sendo retomada nos últimos anos, pelo
fato de não ter seguido rigorosamente os princípios
atonais de Schoenberg, mas combinou aspectos de
música tonal e atonal, mesmo na música dodecafônica.
SUÍTE LÍRICA
Trata-se de uma obra em seis movimentos para
quarteto de cordas, escrita em 1925 e 1926, com base
em na técnica dodecafônica, recém elaborada por
Schoenberg.
Movimentos:
1. Allegretto gioviale
2. Andante amoroso
3. Allegro misterioso – Trio estatico
4. Adagio appassionato
5. Presto delirando – Tenebroso
6. Largo desolato
No último movimento, entra uma soprano cantando
trechos de de Baudelaire traduzidos ao alemão.
ALBAN BERG
(1885-1935)
Suíte Lírica (1926)
IV. Adagio appassionato
V. Presto delirando – Tenebroso

The Escher Quartet


Adam Barnett-Hart, violino I
Wu Jie, violino II
Pierre Lapointe, viola
Dane Johansen, violoncelo
http://www.youtube.com/watch?v=AXq2DtLjgNc&feature=results
_main&playnext=1&list=PL3FCF112B11EE280E
MÚSICA ENGAJADA
Kurt Weill (1900-1950)

Escreveu mais de 30 obras de


cena, entre óperas, operetas,
balés, musicais, etc. Entre
suas óperas mais importantes
constam:
•Mahagonny (1927, 1930)
•Die Dreigroschenoper (Ópera
dos Três Vinténs, 1928)
•Der Kuhhandel (1933)
•Street Scene (1947)
Bertold Brecht (1898-1956)

Poeta e dramaturgo com forte


atuação política.

Principais contribuições:
•Teatro Experimental
•Estranhamento (a partir de
Viktor Chklovski)
•Novo Teatro Épico (a partir
de Mei Lan-Fang)
Eles Vieram

Primeiro, eles vieram atrás dos comunistas.


E eu não protestei, porque não era comunista.
Depois, eles vieram pelos socialistas
e eu não disse nada, porque não era socialista.
Mais tarde, eles vieram atrás dos líderes sindicais.
E eu calei, porque não era líder sindical.
Então, foi a vez dos judeus.
E eu permaneci em silêncio porque não era judeu.
Finalmente, vieram me buscar.
E já não havia ninguém para protestar.

(Poema escrito a partir de um texto do


pastor Martin Niemoller)
O ANALFABETO POLÍTICO (Bertold Brecht )

O pior analfabeto
É o analfabeto político,
Ele não ouve, não fala,
Nem participa dos acontecimentos políticos.
Ele nada sabe do custo de vida.
O preço do feijão, do peixe, da farinha,
Do aluguel, do sapato e do remédio
Dependem das decisões políticas.
O analfabeto político
É tão burro que se orgulha
E estufa o peito dizendo
Que odeia a política.
Não sabe, o imbecil, que,
da sua ignorância política,
Nasce a prostituta, o menor abandonado
E o pior de todos os bandidos,
Que é o político vigarista,
Pilantra, corrupto e lacaio
Das empresas nacionais e multinacionais.
ASCENÇÃO E QUEDA DA CIDADE DE MAHAGONNY

(ópera de Bertold Brecht e Kurt Weill)

Brecht e Weill se posicionam fortemente contra o


caráter inebriante do Romantismo Tardio e antagonizam
em relação ao conceito wagneriano de Obra de Arte
Total.

A seguir, estão as 18 distinções descritas por Brecht, no


Prefácio da ópera Ascensão e Queda da Cidade de
Mahagonny (1930) entre a tradicional estrutura
dramática do teatro e a nova proposta do Teatro Épico,
conforme posto em prática nesta ópera.
TEATRO DRAMÁTICO TEATRO ÉPICO
O palco corporifica a ação O palco relata a ação
Compromete o espectador Transforma o espectador
na ação em observador e desperta
e consome sua atividade sua atividade
Obriga o espectador a
Possibilita sentimentos
tomar decisões
Proporciona emoções,
Proporciona conhecimentos
vivências
Identificação entre o O espectador é contraposto
espectador e a ação à ação (distanciamento)
Trabalha-se com
Trabalha-se com sugestão
argumentos
TEATRO DRAMÁTICO TEATRO ÉPICO
Conservam-se as As sensações levam a
sensações tomadas de consciência
O homem se apresenta
O homem é objeto de
como algo conhecido
investigação
previamente
O homem transforma-se e
O homem é imutável
transforma o mundo
Há tensão em relação ao Há tensão em relação ao
desenlace da peça andamento da peça
Uma cena existe em função Cada cena existe por si
da seguinte mesma
Os acontecimentos Os acontecimentos
decorrem linearmente decorrem em curvas
TEATRO DRAMÁTICO TEATRO ÉPICO
A Natureza se transforma
A Natureza não dá saltos
por saltos (natura facit
(natura non facit saltus)
saltus)
O mundo tal como é O mundo em transformação
O que é imperativo que o
O homem como deve ser
homem realize
Personagens movidos por Personagens movidos por
impulsos motivos
O pensamento determina o O ser social determina o
ser pensamento
Sentimento Razão
Reconhecimento Estranhamento
ASCENÇÃO E QUEDA DA CIDADE DE MAHAGONNY
(Bertold Brecht & Kurt Weill, 1927-29)

Mahagonny é uma cidade fundada por três salafrários


foragidos da polícia. Após saírem em busca de ouro,
chegam ao deserto e se dão conta que podem lucrar
mais se tirarem dinheiro dos homens do que ouro dos
rios. Assim, fundam a “Cidade dos Prazeres”, onde os
homens podem aproveitar as delícias do álcool, do jogo
e das mulheres.

Para isso, basta que tenham bastante dinheiro para


gastar em Mahagonny.
Um lenhador do Alasca chega a Mahagonny com
seus amigos. Após passarem anos trabalhando
duro, dão-se conta de que podem desfrutar os
prazeres da vida.

Entretanto, as coisas não saem como esperavam.


Um assassinato e um processo repleto de subornos
levam um deus ex machina a destruir a cidade e
enviar seus habitantes ao inferno. Ao que esses
respondem:

“Não podemos ir para o inferno, pois já estamos no


inferno”.
Mahagonny é uma crítica à padronização da ópera
de números, ataca “a irracionalidade da tradicional
forma operística” (Weill) e “a sociedade de consumo
que precisa deste tipo de entretenimento” (Brecht).

Em Mahagonny, o trabalho, o amor, as pessoas e as


relações humanas tornam-se mercadorias.

Ascenção e Queda da Cidade de Mahagonny é uma


alegoria em relação ao capitalismo e à objetificação
do ser humano.
ASCENÇÃO E QUEDA DA CIDADE DE MAHAGONNY
(Bertold Brecht & Kurt Weill)
Alabama Song & Benares Song
Jenny Hill: Valentina Valente;
Jim Mahoney: William Joyner;
Leokadja Begbick: Gabriella Sborgi;
Trinity Moses: Dale Duesing;
Fatty: Fabrice Dalis;
Jack O'Brien: Gianluca Floris;
Bill: George Mosley;
Joe: Lorenzo Muzzi;
Narrador: Dinah Helal;
Regente: Jonathan Webb;
Diretor: Daniele Abbado;
http://www.youtube.com/watch?v=vEqrPuhAb1s
ALEXANDER NEVSKY
(Sergei Eisenstein & Sergei Prokofiev, 1938)

No século 13, os Cavaleiros Teutônicos do Sacro


Império Romano invadem a cidade de Pskov e
perpetram o massacre da população local.

Os habitantes da cidade de Novgorod são compelidos


pelo monge Ananias a resistir à invasão. O príncipe
Alexander Nevsky incentiva os russos e os comanda na
batalha decisiva, conhecida como A Batalha no Gelo,
ocorrida sobre o lago congelado Chudskoe. Nevsky
vence a batalha e expulsa os teutônicos das terras
russas.
Sergei Prokofiev (1891-1953)

Alexander Nevsky
Cantata a partir da trilha
do filme de Sergei Eisenstein

Orquestra Sinfônica e
Coro de Daegu (Coreia)

http://www.youtube.com/watch?v=0_Du9TXBVlM&feature=re
sults_main&playnext=1&list=PL844C632E598C03A8
NEOCLASSICISMO
CLÁSSICO ROMÂNTICO
Mediterrâneo Nórdico
Relações harmoniosas Relações angustiadas
Universal Particular
Mímēsis Poíēsis
Dualidade: modelo/cópia Monismo: fazer artístico
Princípios teóricos Intencionalidade
Objetividade Subjetividade
Realidade como ela é Idealização da realidade
Ética (ação prática) Estética (contemplação)
Forma (arquitetura) Expressão
Referência no cotidiano Referência na psique
Visão do passado Visão do futuro
NEOCLASSICISMO MUSICAL
(Período entre guerras)

A noção de Neoclassicismo musical como uma


atitude modernista surge a partir do ensaio Le Coq
et l’Arlequin (O Galo e o Arlequim, 1928), de Jean
Cocteau (1889-1963).

Neste texto, Cocteau critica a tradição musical


germânica e o Romantismo, propondo um retorno à
simplicidade e transparência da cultura grega, com
o uso das palavras com sentido direto e objetivo,
com uma música carregada de conteúdos e
apoiada na realidade.
Trechos de O Galo e o Arlequim:

“Basta de nuvens, ondas, aquários, ondinas e


fragrâncias noturnas. Precisamos de uma música com
os pés na terra, uma música com base no cotidiano.
[...] Uma arte objetiva, desligada do individualismo,
que exija a total consciência do ouvinte [...], música
acabada, pura, sem ornamentos supérfluos”.

“É necessário gritar: ‘Abaixo Wagner !’ [...] Essa é a


verdadeira audácia […].
A multidão é seduzida pela mentira; ela é recebida
pela verdade mais simples, mais nua, muito pouco
inconveniente”.
“Schoenberg é um mestre; todos os nossos músicos
e Stravinsky lhe devem algo, mas Schoenberg é,
sobretudo, um músico de quadro negro.

Sócrates dizia: ‘Quem é este homem que come pão


como se fosse a boa carne e a boa carne como se
fosse pão?’.
Resposta: o melômano alemão”.
GRUPO DOS SEIS

São os músicos que se alinharam a Cocteau e em


torno de Erik Satie:

• Louis Durey (1888-1979)


• Arthur Honegger (1892-1955)
• Darius Milhaud (1892-1974)
• Germaine Tailleferre (1892-1983)
• Georges Auric (1899-1983)
• Francis Poulenc (1899-1963)
PARADE
Parade é um bailado escrito com a colaboração de
alguns dos mais importantes artistas atuantes em
Paris, no final da Primeira Guerra: Jean Cocteau,
Pablo Picasso, Léonide Massine, Sergei Diaghilev e
Erik Satie.

Trata-se de uma obra experimental em vários


aspectos, cuja experiência levou Cocteau a escrever
O Galo e O Arlequim.

A estreia foi em 17 de maio de 1917, no Théâtre du


Châtelet.
Em Parade não são apenas aproveitados elementos
da tradição do ballet, como também aspectos
aproveitados do circo, do teatro mambembe, dos
pregões de rua entoados por vendedores ambulantes,
da vivência das praças e dos parques, das fábricas e
dos escritórios.
Guillaume Apollinaire escreveu as notas para o
programa de estreia, onde afirmou que nesta obra
estamos diante de um novo espírito para a arte que
se manifesta através de uma profusão de elementos
surrealistas.
(*) Aqui, Apollinaire utiliza a expressão “une sorte de
surrealisme” alguns anos antes de eclodir o
movimento surrealista propriamente dito.
A concepção de Parade surgiu quando Cocteau
assistiu às Três Peças em Forma de Pera, de Satie,
em um recital de piano.

Inicialmente, o poeta elaborou um pequeno roteiro


para ser acompanhado por aquela música.
Entretanto, Satie preferiu escrever uma nova música
a partir do roteiro de Cocteau, de onde surgiu a ideia
para a elaboração do bailado Parade.

Trata-se de um desfile de artistas de circo pelas ruas


para fazer publicidade e chamar público ao
espetáculo que acontecerá à noite.
Jean Cocteau: Retrato de Erik Satie (1912)
O uso de cenário e figurinos de aparência cubista, a
aparição de personagens populares e artistas de rua
e a música ruidosa de Satie levou a vários
escândalos.
O mais destacado foi um cartão postal escrito por
Satie e endereçado ao crítico Jean Poueigh:

“Monsieur et cher ami - vous êtes


un cul, un cul sans musique! ”
Signé Erik Satie.

Satie foi processado e condenado a oito dias de prisão.


Durante o julgamento, Cocteau gritava “Cul! Cul!”.
Foi preso e espancado pela polícia.
Maquete de Picasso para o cenário de Parade
Além de referências a pregões de rua e canções de
cabaré, a música de Satie incorpora vários ruídos e
“instrumentos” inusitados, tais como:
• máquina de escrever
• tiros de revolver
• globo de loteria
• buzina
• sirene
• garrafafone (bouteillophone)
• “poça d’água sonora” (flaques sonores)
A partitura é formada pelos seguintes números:

• Choral (Coro)
• Prélude du rideau ruge (Prelúdio da curtina
vermelha)
• Prestidigitateur chinois (Ilusionista chinês)
• La petite fille américaine (A menina americana)
• Ragtime du paquebot (Ragtime do barco de
passeio)
• Acrobates (Acrobatas)
• Final
Pablo Picasso: Retrato de Erik Satie
Erik Satie (1866-1925)
Parade (1917)
Ballet em colaboração com
Jean Cocteau
Pablo Picasso
Léonide Massine
Sergei Diaghlev

BBC Symphony Orchestra of Whales

http://www.youtube.com/watch?v=8wHeR2VFFFs
Pablo Picasso: Retrato de Igor Stravinsky
PULCINELLA
Ballet avec chanson elaborado a partir de elementos
da cultura italiana do início do século 18, com base
em personagens da Commedia dell’Arte e música
atribuída, na época, a Giovanni Battista Pergolesi.

A música é incomum para a dança, já que possui um


libreto de Léonide Massine, cantado por soprano,
tenor e barítono, com acompanhamento instrumental
realizado por uma orquestra de câmara.

A estreia deu-se na Ópera de Paris, em 15 de maio


de 1920, com coreografia e dança de Massine e
regência de Ernest Ansemert.
Atualmente, sabe-se que as músicas nas quais
Stravinsky se embasou para a composição de
Pulcinella são, na verdade, de Domenico Gallo,
Alessandro Parisotti, Carlo Monza e Wilhelm
Wassanaer.

Esta é considerada a primeira obra neoclássica de


Stravinsky, considerado como o mais importante
compositor desta corrente musical e um dos maiores
compositores de sua época.
Disse Stravinsky:

“Pulcinella foi a minha descoberta do passado, a


epifania através da qual todo o meu trabalho posterior
tornou-se possível. Era um olhar para trás, sem
dúvida (o primeiro de muitos casos de amor, nesse
sentido), mas também era um olhar no espelho”.
O libreto está elaborado em um único ato.

Personagens:
• Pulcinella e sua amada Pimpinella
• Dois amigos de Pulcinella: Florindo e Cloviello
• Suas amadas: Prudenza e Rosetta
• O Médico e sua esposa
• Furbo, O Feiticeiro
SINOPSE
A peça inicia quando Florindo e seu amigo Cloviello
cantam para agradar suas amadas Prudenza e
Rosetta. Entretanto, elas não demonstram interesse e
jogam água em seus pretendentes.
Em seguida, aparece o Médico, pai de Prudenza, que
afugenta os pretendentes.
Na cena seguinte aparece Rosetta dançando para
Pulcinella. Aop final da dança, eles se beijam.
Ao ver o beijo, Pimpinella os interrompe.
Chegam os jovens pretendentes, que veem a cena do
beijo e espancam Pulcinella, ferindo-o mortalmente
com uma faca.
Na cena seguinte, chega Furbo, o feiticeiro, que
ressuscita Pulcinella na frente de todos, fazendo com
que Pimpinella perdoe seu amado pelo beijo roubado
de outra jovem.
Na verdade, toda esta cena não passa de uma farsa
para fazer com que Pimpinella perdoe Pulcinella e seus
amigos conquistem os corações de suas amadas.
Ao final, todos os jovens alcançam seus intentos,
conquistam o amor das moças e a peça termina com a
festa de casamento dos três casais.
Igor Stravinsky (1882-1971)
Pulcinella (1919-20)
em colaboração com
Léonide Massine
Pablo Picasso
Sergei Diaghlev

London Symphony Orchestra


Claudio Abaddo, regente
Scapino Ballet
Coreografia: Nils Christe
http://www.youtube.com/watch?v=nFNl6D75Jxo
Jean Cocteau: A Sagração da Primavera (1913)
STRAVINSKY x SCHOENBERG

Jacques E. Blanche (1915) Egon Schiele (1917)


STRAVINSKY SCHOENBERG
Reação contra a “música “Hoje descobri algo que
alemã” e ao “Romantismo irá assegurar a suprema-
alemão”. Sem nostalgia, cia da música alemã por
Sem expressão. pelo menos cem anos”.

Raposa, eclético Ouriço (Moisés)


e abundante (Aarão)

“A música não tem o poder “A música expressa tudo o


De expressar absoluta- que habita em nossa alma”
mente nada”

Produção principal: Ballet “Ballet não é forma


musical”
STRAVINSKY SCHOENBERG
Aprende a partir dos outros, Autodidata. Depois das pri-
necessidade perene de meiras obras, nenhuma in-
nutrição externa e fluência de outros composi-
constante confluência com tores. Também professor.
novas influências. Jamais Grande quantidade de
professor. Nada escrito escritos sobre Teoria Musi-
sobre Teoria Musical. cal. Sua filosofia de ensino
é: “o gênio aprende apenas
a partir de si mesmo; o
talento aprende
principalmente dos outros.
O gênio aprende da
Natureza; o talento aprende
da arte”.
STRAVINSKY SCHOENBERG
Somente compõe ao piano. Jamais compõe ao piano.
Compõe todos os dias, Compõe aos trancos, com a
regularmente, como um velocidade de um relâmpa-
funcionário público. go e no calor da inspiração.
Nenhum esboço é deixado Por isso, deixou muitas
incompleto ou sem uso. obras inacabadas.
Argumentos antigos: The Argumentos contemporâ-
Rake Progress. neos: Um Sobrevivente de
...................... Varsóvia.
Rigor metronômico, Usa muito rubato.
nenhum rubato. Seu ideal é
a regularidade mecânica.
STRAVINSKY SCHOENBERG
Secco. Partituras contêm Espressivo. Partituras
um mínimo de sinais de repletas de sinais de
expressão. expressão.
Diatonicismo. Cromatismo.
Prefere contraponto Prefere contraponto denso,
transparente a duas vozes. com muitas vozes.
“O que o filósofo chinês diz “Um filósofo chinês fala
não pode ser separado do chinês, mas o que ele
fato de que ele o diz em diz?......................................
chinês”. ...
Preocupação com a O que significa ‘estilo’?”
maneira e o estilo.
Arnold Schoenberg (1874-1951)
Quinteto de Sopros, Op. 26 (1924)

Vienna Wind Soloists


Wolfgang Schulz (flauta)
Walter Lehmayer (oboé)
Peter Schmidl (clarinete)
Volker Altmann (trompa)
Fritz Faltl (fagote)
http://www.youtube.com/watch?v=6pdJRPuoT8g
Igor Stravinsky (1882-1971)
Octeto para instrumentos de sopro (1923)

Grupo de Música Contemporânea


Conservatório Superior de Música de Canária
Flauta: Sarabel Delgado
Clarinete: Pablo López de Rodas
Fagotes: Alfons Bonafont e José Vicente Guerra
Trompetes: Silvia Jiménez e Sebastián Gil
Trombone: Francisco Gonzáles e Paulo Diáz
http://www.youtube.com/watch?v=yrJ7PJavmkQ
Os grupos de Secessão – Berlim (1898),
Viena (1897) e Munique surgiram no
Império Austro-Húngaro na última década
do século 19 com objetivo de difundir as
tendências, ideias e estimular a produção
em arte moderna no contexto local.
A Secessão de Munique (1892) é a mais
antiga, seguida pela Secessão de Viena
(1897) e de Berlim (1898)
Secessão de Munique: fundada em 1892 pelo pintor
simbolista Arnold Böcklin (1827-1901), publicou a
revista Die Jugend, dando origem ao termo Arte
Jovem = Arte Nova, no meio germânico.
Secessão Vienense: fundada por Gustav Klimt, em
1897, é o principal movimento de vanguarda
austríaco. Suas revistas difundiram
internacionalmente o Jugenstil, (A ‘Nova Arte’, ‘Arte
da Juventude’) influenciando o nascimento do Art
Noveau franco-belga.
Arnold Böcklin, A Ilha dos Mortos, 1872
Arnold Böcklin
Medusa, 1872
Ferdinand Hodler, A Noite, 1890
Ferdinand Hodler, Cansados da Existência
Ferdinand Hodler, Silvaplanersee, 1907
Ferdinand Hodler, The Grand Muveran, 1912
Ferdinand Hodler
studo para ‘O Dia’
1898-99
Ferdinand Hodler, As horas sagradas, 1910-1911
Ferdinand Hodler
Mme Gode-Darel Doente
1914
SECESSÃO VIENENSE (1897)
Tinha por objetivo:
• Apresentar a jovem produção de vanguarda
• Reunir as forças criadoras austríacas;
• Estabelecer contato com artistas estrangeiros;
• Estabelecer um intercâmbio internacional de
idéias;
• Lutar contra as tendências nacionalistas;
• Renovar as artes aplicadas;
• Propor uma arte total;
• Opor uma verdadeira e ‘Nova Arte’ ao modelo
conservador dos salões austríacos .
• 1862: nasce em Baumgartem, próximo a Viena, filho de um
gravador em ouro, nascido na região da Boêmia;
• 1876: ganha bolsa de estudo na Escola de Artes e Ofícios
de Viena;
• 1886-92: trabalha ao lado do irmão com decoração, realiza
painéis decorativos para as escadarias do Museu de História
da Arte e do Burgteather, de Viena, pelo qual recebe
condecoração do Imperador
• 1888: torna-se membro honorário da Universidade de
Munique e da Universidade de Viena
• 1892: seu pai e irmão morrem e Klimt se encarrega de
assumir as duas famílias o que afeta profundamente o
tratamento dado à sua pintura
Gustav Klimt, Detalhe do painel executado no Burgtheater, Viena, 1888
• 1894: dá início à encomenda dos murais para a Universidade
de Viena, concluídos em 1901-02, e recebidos sob acusação
pública de “conteúdo pornográfico”. Os painéis serão
removidos do Grande Hall e Klimt não receberá novas
encomendas públicas; em 1945, são destruídos pelo nazismo
• 1897: funda a Secessão Vienense, à qual ficará ligado até
1905, e lança a publicação Primavera Sagrada (Ver Sacrum).
O grupo procurava atrair a produção de vanguarda estrangeira
e exibi-la em sua sede, bem como, apresentar a produção
jovem local. Não escreveram manifesto e aceitavam a
convivência de diferentes correntes (Simbolismo, Naturalismo,
Realismo). O Imperador concedeu fundos e doou um terreno
para a Secessão construir sua sede e sala de exposição
Gustav Klimt, Palas Atenas , símbolo da Secessão Vienense, 1898
(Óleo sobre tela, 75 x 75 cm, Museu d e História da Arte de Viena)
• 1904: realiza os painéis em Bruxelas, no lavish Palais
Stoclet, na casa do industriário Adolphe Stocklet
• 1909: parte para Paris, onde conhece o trabalho de
Toulouse Lautrec e, também, o Fauvismo, de Matisse
• 1910-1915: nos últimos anos, absorve novas temáticas,
abandona os elementos decorativos em ouro e materiais de
ornamentação suntuosa em favor de elementos mais
fluentes, na pintura e desenho de motivos vegetais e,
sobretudo, dos nus femininos de acentuado erotismo, que
caracterizam suas obras finais
• 1916: participa da exposição da Secessão de Berlim ao lado
de Kokoshka e Schiele; morre em 1918
Gustav Klimt

Filosofia

(detalhe do painel
para Universidade
de Viena,
destruído em
1945)
Gustav Klimt

Medicina

(detalhe do painel
para Universidade
de Viena,
destruído em
1945)
Gustav Klimt

Painel Stoclet
(detalhe)

(1909-11)
Poster para
divulgação da
1ª Exposição
da
Secessão
Vienense
1902
Gustav Klimt
Depois da Chuva
(Jardim e Galinhas em Santa Agatha)
1899
Gustav Klimt

Nuda Veritas

1899

(Óleo e folhas de ouro sobre tela


84 x 42 cm)
Gustav Klimt

Judith

1901

(Óleo e folhas de ouro sobre tela


84 x 42 cm)
Gustav Klimt

Wassenschlanger I

1904
Gustav Klimt

Esperança I

1903
(Óleo, ouro e platina
sobre tela,
110.5 x 110.5 cm)
Gustav Klimt

Margaret
Stonborough-
Wittgenstein

1905

(Óleo sobre tela,


179,8 x 90,5 cm)
Gustav Klimt

Fritza Riedler

1906

(Óleo sobre tela,


152 x 134 cm)
Gustav
Klimt

Danae

1907
Gustav Klimt

Jardim com
Girassóis

1906
(Óleo sobre tela,
110 x 110 cm)
Gustav Klimt

Rosiers sous les


Arbres

1905
Gustav Klimt

O Parque

1910
(Óleo sobre tela,
110.4 x 110.4 cm)
Gustav Klimt

Alameda no Parque

1912
(Óleo sobre tela,
110 x 110 cm)
Gustav Klimt
O Beijo
1907-08
Gustav Klimt

Adão e Eva

1917-18
(Óleo sobre tela,
173 x 60 cm)
Gustav Klimt

Bebê (Berço)

1917-18
Schiele em 1915
• 1906: frequenta a Academia de Pintura, em Viena
• 1907: conhece Klimt, que, entusiasmado com o jovem
artista, passa a incentivá-lo e a orientá-lo, apresentando-o a
mecenas que poderiam vir a comprar suas obras (o próprio
Klimt adquire desenhos de Schiele)
• 1908: abandona a Academia e funda o Grupo Nova Arte
• 1912: Schiele e a esposa se mudam para Neulengbach,
vizinha a Viena, onde seu atelier se torna ponto de encontro
de jovens e crianças delinquentes. Schiele é preso por
seduzir uma menor e a polícia recolhe trabalhos
considerados pornográficos.
GRUPO NOVA ARTE:
Nome dado a um grupo de artistas austríacos,
formado em Viena, em 1909. O grupo expôs na
Pisko Gustav Galerie, Viena, em dezembro de 1909,
apresentando-se como os “Artistas Novos”.
O nome do grupo pode ter sido resaultado da
influência da publicação do livro de Ludwig Hevesi,
Nova Arte-Velha Arte (Viena, 1909), debatendo as
nascentes tendências modernas da arte da europa
ocidental.
Fundador do grupo, Egon Schiele foi autor
de um manifesto sem título (publicado em
“Die Aktion”, 1914) que exigia a
independência completa do artista da
tradição e exaltando a criatividade indivdiual
e subjetiva como absoluta.
Anton Faistauer
Jovem com Cigarro
(Pintor Heinrich de
Arnoldi)
Franz Wiegele, Retrato de Família,
Egon Schiele
Mãe III
1915-17
Egon Schiele, Quatro Árvores, 1917
Egon Schiele, A Moça e a Morte, 1915
Egon Schiele
Duas Meninas
1911
Egon Schiele
Femme Assise à la Jambe Repliée
1917
Egon Schiele, Fachada com Janelas, 1914
Egon Schiele

Der Arzt und


Physiker Dr. Hugo Koller

1918
Egon Schiele, Femme Couchée, 1917
Egon Schiele, Casal de Amantes, 1917
Egon Schiele
Auto-retrato
1910
Egon Schiele
Auto-retrato
Egon Schiele, Casal
Egon Schiele
Retrato de Arnold Schoenberg
Egon Schiele
Auto-retrato
Egon Schiele, Mulher Deitada
Egon Schiele
Cartaz para a
49ª Exposição
da Secessão
de Viena
1918
Egon Schiele, Janelas
Egon Schiele
Cidade
Martha Fein, Egon Schiele em seu leito de morte, 1918
Desajustado em relação ao modelo de arte
da Escola de Belas Artes de Viena, onde
chegou a estudar, e também da Secessão
Vienense, Gerstl vai buscar orientação do
pintor húngaro Simon Hollósy, que mantinha
um ateliê aberto a estudantes de todas as
tendências.
Simon Hollósy (1857-1918)

Autorretrato

1916
Afastado de outros pintores, Gertstl demonstrava
especial encanto pela música, preferindo os
concertos às exposições. Em 1907, torna-se
amigo de Schoenberg, a quem acredita-se ter
ensinado pintura.

Nesse ano, Gertl faz retratos de Alban Berg,


Schoenberg e sua esposa, Mathilde, de quem se
torna próximo e com quem foge para Viena no ano
seguinte.
Richard Gerstl
Autorretrato Rindo
O retorno de Mathilde para a família provoca uma
profunda crise de remorso e depressão que
termina por levar Gerstl a queimar todos os
desenhos e pinturas que se encontravam em seu
estúdio, bem como cartas e papeis pessoais.

Em seguida, o artista se suicida em seu ateliê,


morto por enforcamento e ferimentos a faca.
Richard Gerstl, Autorretrato, 1908
Richard Gerstl
Autorretrato
1901
Richard Gerstl
Duas Irmãs
1905
Richard Gerstl
Retrato em grupo com Schoenberg
1908
Richard Gerstl, A Família Schoenberg, 1908
Richard Gerstl
Retrato de Arnold Schoenberg
1907
Richard Gerstl, Vista do Parque, 1908
Richard Gerstl
Retrato de Henryka Cohn
Sem data
Richard Gerstl
Autorretrato
1908
Revista Panorama
periódico tcheco sobre a
arte e grupos de
vanguarda, janeiro de
1937, design gráfico de
Ladislav Sutnar.
A capa homenageava
George Bernard Shaw.
Revista Panorama
periódico tcheco sobre a
arte e grupos de vanguarda,
abril de 1937, design gráfico
de Ladislav Sutnar.
Na capa, fotografia de
Josef Sudek
Edição tcheca do Poeta
Assassinado, de
Guillaume Apollinaire,
1925
(capa Karel Teige and
Otakar Mrkvicka.)
Miroslav Hak, Near Smichov, 1943
Sociedade Fotográfica Tcheca
(1924)

Jaromír Funke (1896–1945)


Josef Sudek (1896-1976)
Adolf Schneeberger (1897-1977)
Josef Sudek
Retrato de um amigo
(Jaromír Funke)
1924-1925
Josef Sudek
Catedral de St-Vitus
1928
Josef Sudek
sem título,
sem data
Josef Sudek
Do meu estúdio
1948
Jaromír Funke, Paisagem no inverno, sem data
Jaromír Funke
Catedral
(sem data)
Jaromír Funke
Teto abobadado
(sem data)
Jaromír Funke, Path near Police nad Metuji, 1930
Jaromír Funke, Landscape near Kutna Hora (Kuttenberg), 1937
Jaromír Funke, da série Reflexos, 1930
Jaromír Funke, Espiral, 1924
Jaromír Funke
O vidraceiro
1930
Jaromír Funke
Jaromír Funke
Da série:
Florestas Primevas
1937-38
Jaromír Funke
Cabeça e mão de moça
1935
Jaromír Funke
Fotografia Abstrata
1928-29
Jaromír Funke, Fotografia Abstrata, 1927-1929
Jaromír Funke
Estudo com Cone
1927-1929
Miroslav Hak, Landscape near Kutna Hora (Kuttenberg), 1937
MÚSICA E MODERNISMO

NO LESTE EUROPEU
ANTECEDENTES
DA MÚSICA MICROTONAL
Rime, Sonetto CLXXXVIII de Francesco Petrarca
Laura, che 'l verde lauro e l'aureo
crine
soavemente sospirando move,

Fa con sue viste leggiadrette e nove

L'anime da lor corpi pellegrine.

Candida rosa nata in dure spine!

Quando fia chi sua pari al mondo trove?

Gloria di nostra etate! O vivo Giove,
Manda,
prego, il mio in prima chel suo fine;

Sì chio non veggia il gran pubblico danno,

El mondo rimaner senza'l suo sole,

Nè gli occhi miei, che luce altra non ànno;
Nè l'alma, che pensar d'altro non vole,

Nè l'orecchie, ch'udir altro non sanno,
Senza l'oneste sue dolci parole.


Nicola Vicentino (1511-1576)
Laura, che 'l verde lauro
(madrigal)

Ensemble LALA HÖHÖ


Giomar Garcia Sthel
http://www.youtube.com/watch?v=qDiVTAb0Hjw
MICROTONALISMO E
TRADIÇÃO

NA EUROPA ORIENTAL
COMPOSITORES E TEÓRICOS
DA MÚSICA MICROTONAL
NO LESTE EUROPEU

(Primeira metade do séc. 20)

• George Enescu (Romênia, 1881-1955)


• Alois Hába (República Tcheca, 1893-1973)
• Ivan Wyschnegradsky (Rússia, 1893-1979)
Sonata para piano microtonal, Alois Hába

Hába é um dos compositores mais conhecidos de


música microtonal. Escreveu seu Novo Tratado de
Harmonia (1920) sobre o assunto, contendo 1/3, 1/4,
1/6 e 1/12 de tom. Foi discípulo de Viteslav Novák no
Conservatório de Praga e também estudou na
Academia Imperial de Viena.
Em Praga, professor do Conservatório, foi perseguido
pelos nazistas por proteger seus alunos judeus.
Militante de esquerda, acreditava que a música de uma
nova sociedade seria necessariamente diferente
daquela das sociedades conservadoras. Harmonizava
melodias folclóricas com base em sistemas de
organização sonora atonais e microtonais.
Alois Hába (1893-1973)
Sonata para Piano em Quartos de Tom

http://www.youtube.com/watch?v=s7vZURdhucM
Matka, Alois Hába

Matka (Mãe) é uma ópera em prosa de Hába, escrita


com base no sistema microtonal.
Com libreto do próprio compositor, escrito a partir de
cenas folclóricas das montanhas de Valašsko, na
região da Morávia, sua terra natal.
Aspectos culturais da região são aproveitados em
todos os níveis da obra, desde o uso de dialetos locais
e melodias folclóricas até figuras humanas e lendas da
região.
A estreia teve lugar em Munique, em maio de 1931.
Sinopse
Křen é um pobre agricultor que vive com sua esposa e
seus quatro filhos: Francka, Nanka, Maruša e Francek.
O trabalho pesado leva sua primeira esposa à morte e
Křen casa-se novamente, com Maruša, que logo
demonstra insatisfação em relação ao seu marido, que,
sendo um homem bruto, está habituado apenas ao
trabalho duro e aos pequenos prazeres da vida .
Maruša dá à luz novos filhos, segundo ela: “conforme a
vontade de Deus”. Isso leva Křen a desenvolver a
sensibilidade na direção de sua esposa. Maruša, por
sua vez, torna-se cada vez mais observadora da vida e
termina concluindo que, na Natureza, a vida ocorre
como um ciclo em um processo de eterna renovação.
Alois Hába (1893-1973)
Matka, Op. 35
Ópera microtonal em 10 cenas

Orquestra do Teatro Nacional e Praga


Jiri Jirous, regente
http://www.youtube.com/watch?v=127K6DGpbhc
24 Prelúdios em Quartos de Tom
Ivan Wyschnegradsky
Wyschnegradsky denominava este tipo de música
como “ultracromática”. Escreveu um Manual de
Harmonia Ultracromática (1932), em que apresenta
diversas possibilidades, desde o 13º som de Julián
Carrillo até a divisão da oitava em 72 partes.
Em suas composições, empregou instrumentos
projetados por ele e por outros, incluindo Carrillo e
Pleyel.
O título original dos prelúdios é este:
“24 Prelúdios em todos os tons da escala cromática
diatonicizada com treze sons, para dois pianos em
quartos de tom” (os pianos são afinados à distância de
quarto de tom, um do outro).
Ivan Wyschnegradsky (1893-1979)
Prelúdio Nº 5
de 24 Prelúdios em Quartos de Tom (1934)

http://www.youtube.com/watch?v=WCvSkmIMRMY
OEDIPE, George Enescu
Tragédia lírica em quatro atos e seis cenas, com libreto
de Edmond Fleg sobre a história completa de Édipo, rei
de Tebas.

Obra elaborada por mais de vinte anos.


Enescu já trabalhava na música em1910, antes mesmo
de ter o libreto, cujo primeiro esboço somente recebeu
em 1913.
A concepção musical estava pronta em 1922 e a
orquestração foi completada em 1931.

A estreia deu-se em março de 1936, em Paris.


Sinopse

Ato I
Nasce o filho de Laio e Jocasta e todos em Tebas
festejam o novo príncipe.
Em meio às comemorações, Tirésias, o profeta cego,
lança um vaticínio: o rei desobedeceu a ordem dos
deuses de não ter descendentes. Por isso, haverá uma
punição; o príncipe matará seu pai e desposará a mãe.
Ao ouvir isso, Laio ordena que um pastor leve o filho à
floresta e o abandone à morte.
Ato II, Cena 1
Vinte anos depois. O menino sobreviveu, chama-se
Édipo e vive como filho dos governantes de Corinto,
Pólibo e Mérope. Édipo tem uma visão sinistra no
oráculo de Delfos: pressente que irá matar seu pai e
desposar a mãe. Resolve deixar Corinto.

Cena 2
Édipo encontra-se em uma encruzilhada, sem saber
que rumo tomar: direita ou esquerda? Então vem uma
comitiva em sua direção. Ordenam que ele se afaste.
Édipo insulta os viajantes, inicia-se uma batalha e ele
mata seus adversários, dentre os quais está Laio, seu
pai biológico.
Cena 3
Escolhendo um dos caminhos, Édipo
chega à cidade de Tebas, onde encontra
a Esfinge e decifra seu enigma: Qual
criatura tem quatro pés de manhã, duas
ao meio-dia e à tarde, três? Reposta: O
Homem, pois engatinha quando bebê,
anda quando adulto e usa bengala
quando velho.
Édipo liberta Tebas da maldição da
Esfinge, é coroado rei e convidado a
desposar a rainha, que está viúva.
Ninguém sabe, mas Jocasta é sua mãe.
Assim, cumpre-se o vaticínio de Tirésias.
Ato III, Cena única
Passaram-se outros vinte anos em que Tebas viveu em
prosperidade sob o reinado de Édipo. Entretanto,
sobrevém uma praga. Creonte, irmão de Jocasta,
consulta o oráculo de Delfos, e vem com a notícia: a
praga somente terminará quando o assassino de Laio
for punido.
Aparecem Tirésias e o velho pastor. Ao ser acusado por
Édipo de tramar com Creonte, Tirésias começa a contar
sua versão da história, o que é confirmado pelo pastor.
Chega um mensageiro de Corinto e informa que Pólibo
e Mérope são pais adotivos de Édipo. Ele, então,
entende tudo. Horrorizada, Jocasta se suicida e Édipo
fura os próprios olhos. Édipo é condenado ao exílio e
Creonte assume o trono.
Ato IV, Cena única
Antígona, filha predileta de Édipo, o acompanha em sua
peregrinação.
Após anos, chegam a Colono, região de bosques
floridos, comandada por Teseu, nas proximidades de
Atenas. Maravilhado com tanta beleza, Édipo diz à filha
que irá morrer ali, em paz.
Aparece Creonte e conta que há uma revolta em Tebas
e querem Édipo de volta ao trono. Ao ouvir a recusa de
Édipo, Creonte sequestra Antígona. Teseu e os
atenienses libertam Antígona, mandam Creonte de volta
a Tebas e convidam Édipo a permanecer em sua
cidade. Entretanto, Édipo despede-se de todos,
inclusive da filha, para instalar-se no lugar que será seu
leito de morte.
George Enescu (1881-1955)
OEdipe, Op. 23 (1931)
Tragédia lírica em quatro atos e seis cenas
Libreto de Edmond Fleg

Coro e Orquestra da Ópera de Viena


Michael Gielen, regente
http://www.youtube.com/watch?v=6ymJpJjSNx4
O MANDARIM MARAVILHOSO, Béla Bartók

Bailado-pantomima em um ato sobre roteiro escrito por


Melchior Lengyel.
A composição ocorreu entre 1918 e 1924.
Teve sua estreia em Colônia, no dia 27 de novembro
de 1926.
Houve um grande tumulto na estreia, tanto em Colônia
quanto em Praga, de forma que a obra não foi mais
apresentada em forma de bailado durante a vida de
Bartók.
O compositor organizou uma suíte orquestral, cortando
cerca de um terço do ballet original.
Sinopse

Uma jovem é coagida por três vigaristas a dançar


para atrair passantes. Enquanto ela os seduz, os
assaltantes aparecem de surpresa e os roubam.
Primeiro, aparece um velho maltrapilho. Ela pergunta
se ele tem dinheiro e ele diz: “O que importa o
dinheiro? O que importa é o amor!” Ele persegue a
moça e é atacado pelos vigaristas, que o expulsam.
A segunda vítima é um jovem tímido e pobre, que
começa uma dança apaixonada com a moça, até que
os bandidos interrompem e o também expulsam.
No terceiro jogo de sedução, aparece a figura de um
homem misterioso que assusta os vigaristas com sua
presença impassível e aparência perturbadora.
Para atraí-lo, a moça realiza uma dança cada vez
mais atrevida, exibindo todo o seu poder de sedução.
Até então, impassível, de repente, o mandarim salta
em direção à moça e a abraça fortemente. Eles lutam
e se inicia uma perseguição pelo interior do quarto.
Entram os assaltantes para roubá-lo; tem início uma
luta violenta. Os bandidos o sufocam com cobertores
e travesseiros, o esfaqueiam com uma faca
enferrujada e o enforcam com o fio de uma luminária.
Ele permanece de olhar fixo na moça, até que a luz
do quarto se apaga.
Em meio à total escuridão, o corpo do mandarim
emite um a luz brilhante e ele novamente se ergue
como se tivesse ressuscitado.
Todos ficam aterrorizados.
A moça, totalmente encantada pelo mandarim, se dá
conta de que para libertá-lo precisa entregar-se a ele.
O mandarim salta novamente em direção a ela, que
finalmente cai aos seus pés sem resistir.
Eles se abraçam e, como se cumpriu o desejo do
mandarim, ele sangra até a morte.
Sequência das cenas
1. Abertura: o caos da grande cidade
2. Primeiro Jogo de Sedução: um velho maltrapilho
3. Segundo Jogo de Sedução: um jovem tímido
4. Terceiro Jogo de Sedução: o mandarim maravilhoso
5. A Dança da Moça: ela atrai o mandarim, que a
abraça, eles lutam e ele a persegue
6. A Luta: os três assaltantes entram em cena,
sufocam, esfaqueiam e enforcam o mandarim, que
permanece com o olhar fixo na moça
7. A Manifestação: em total escuridão, o corpo do
mandarim brilha e todos ficam aterrorizados
8. A Morte do Mandarim: a moça se deixa dominar
pelo mandarim, que finalmente sangra e morre
Béla Bartók (1881-1945)
O Mandarim Maravilhoso, Op. 19 (1926)
Bailado-pantomima em um ato

Orquestra Filarmônica de Berlim


Simon Rattle, regente
http://www.youtube.com/watch?v=GPeW7hz9RwE
http://www.youtube.com/watch?v=T9m1Ysa2Zfs

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