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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS


FACULDADE DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS HUMANAS
DEPARTAMENTO DE HISTÓRIA
DISCIPLINA OPTATIVA: TÓPICOS EM HISTÓRIA IV – MULHERES, GÊNERO E SEXUALIDADES NA
HISTÓRIA: TEORIA E HISTORIOGRAFIA – 2º semestre de 2019
Professora: Mariana de Moraes Silveira (marianamsilveira@gmail.com)

Proposta do curso:
Ainda que as temáticas das mulheres, das relações de gênero e das sexualidades venham ganhando
visibilidade pública, os textos de síntese e os balanços historiográficos têm sido praticamente
unânimes em afirmar que a história acadêmica incorporou tais debates de forma tardia e tímida,
relegando-os, em regra, a um estatuto secundário e meramente suplementar. Esta disciplina pretende
contribuir para o enfrentamento das implicações epistemológicas mais profundas que podem advir da
historicização da diferença sexual e dos significados a ela atribuídos em distintas sociedades. Para
tanto, o curso procurará compor um panorama abrangente e diversificado de debates teóricos e
historiográficos, desde a consolidação da história das mulheres como campo de estudos nos anos 1970
até os deslocamentos provocados nas últimas décadas pela teoria queer e pelos feminismos
interseccionais. Três eixos principais estruturarão a disciplina: discussões conceituais e propostas
teóricas, com ênfase nos possíveis usos transversais da categoria “gênero”; reflexões de natureza
historiográfica, particularmente no que diz respeito a textos de autorias “outras” e à construção de
silêncios no âmbito da história da historiografia; estudos empíricos sobre os casos brasileiro e hispano-
americano nos séculos XIX e XX.
Os textos do curso estão disponíveis nesta pasta: https://bit.ly/2GNyzpn.

INTRODUÇÃO: SITUANDO UM CAMPO DE ESTUDOS


Aula 1: Apresentação do curso e do programa
Aula 2: As mulheres, o gênero e as sexualidades no debate das ciências humanas: um panorama
Textos de referência: FRASER, Nancy. Feminismo, capitalismo e a astúcia da história. In: HOLLANDA,
Heloísa Buarque de (org.). Pensamento feminista: Conceitos fundamentais. Rio de Janeiro: Bazar do
Tempo, 2019, p. 25-46.
HOLLANDA, Heloísa Buarque de. Introdução – O grifo é meu. In: HOLLANDA, Heloísa Buarque de (org.).
Explosão feminista. Arte, cultura, política e universidade. São Paulo: Companhia das Letras, 2018, p.
11-19.
PEDRO, Joana Maria. Relações de gênero como categoria transversal na historiografia contemporânea.
Topoi. Rio de Janeiro, v. 12, n. 22, p. 270-283, jan-jun. 2011.
RAGO, Margareth. Epistemologia feminista, gênero e história. In: HOLLANDA, Heloísa Buarque de
(org.). Pensamento feminista brasileiro: Formação e contexto. Rio de Janeiro: Bazar do Tempo, 2019,
p. 371-387.

UNIDADE I – TEORIAS, COMBATES


Parte 1: Textos fundadores
Aula 3: Tornar-se mulher: Simone de Beauvoir
Leituras obrigatórias: BEAUVOIR, Simone de. Introdução. In: O segundo sexo. 1. Fatos e Mitos. Rio de
Janeiro: Nova Fronteira, 2000, p. 7-23.
BEAUVOIR, Simone de. Conclusão. In: O segundo sexo. 2. A experiência vivida. Rio de Janeiro: Nova
Fronteira, 1990, p. 485-500.
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Leituras complementares: BALBUENA, Yamila. Simone de Beauvoir y el devenir mujeres de sus lectoras
latinoamericanas. In: PÉREZ, Alberto; GARGUIN, Enrique; SORGENTINI, Hernán (coords.). Formas del
pasado: conciencia histórica, historiografías, memorias. La Plata: Universidad Nacional de La Plata,
2017, p. 211-231.
KRISTEVA, Julia. Uma revolução antropológica; O segundo sexo, sessenta anos depois. In: Beauvoir
presente. São Paulo: Sesc, 2019, p. 11-18; 43-62.
Aula 4: O sistema sexo/gênero: Gayle Rubin
Leitura obrigatória: RUBIN, Gayle. O tráfico de mulheres. Notas sobre a “economia política” do sexo.
In: Políticas do sexo. São Paulo: Ubu, 2017, p. 9-61.
Leitura complementar: LAURETIS, Teresa de. A tecnologia de gênero. In: HOLLANDA, Heloísa Buarque
de (org.). Pensamento feminista: Conceitos fundamentais. Rio de Janeiro: Bazar do Tempo, 2019, p.
121-155.
Aula 5: A diferença dentro da diferença: Angela Davis, bell hooks e os feminismos negros
Leituras obrigatórias: DAVIS, Angela. O legado da escravidão: parâmetros para uma nova condição da
mulher. In: Mulheres, raça e classe. São Paulo: Boitempo, 2016, p. 15-41.
hooks, bell. Raça e gênero. In: O feminismo é para todo mundo. Políticas arrebatadoras. Rio de Janeiro:
Rosa dos Tempos, 2018, p. 89-94.
Leituras complementares: CRENSHAW, Kimberlé. Documento para o encontro de especialistas em
aspectos da discriminação racial relativos ao gênero. Estudos Feministas. Florianópolis, v. 10, n. 1, p.
171-188 (ver, também, “A urgência da ‘interseccionalidade’”, disponível em: https://bit.ly/33aCfet).
TRUTH, Sojourner. E não sou uma Mulher? (1851). Disponível em: https://bit.ly/2uU6JkX.
Aula 6: Pode a subalterna falar? Gayatri Chakravorty Spivak
Leitura obrigatória: SPIVAK, Gayatri Chakravorty. Pode o subalterno falar?. Belo Horizonte: UFMG,
2010, p. 110-165.
Leituras complementares: ALMEIDA, Sandra Regina Goulart de. Prefácio – Apresentando Spivak. In:
SPIVAK, Gayatri Chakravorty. Pode o subalterno falar?. Belo Horizonte: UFMG, 2010, p. 7-21.
SPIVAK, Gayatri Chakravorty. Quem reivindica a alteridade?. In: HOLLANDA, Heloísa Buarque de (org.).
Pensamento feminista: Conceitos fundamentais. Rio de Janeiro: Bazar do Tempo, 2019, p. 251-268.
Parte 2: Sexualidades e teoria queer
Aula 7: Foucault revoluciona a história, de novo: a História da Sexualidade
Leitura obrigatória: FOUCAULT, Michel. Introdução. In: História da Sexualidade. II – O uso dos
prazeres. São Paulo: Graal, 2012, p. 9-43.
Leituras complementares: FERNÁNDEZ, Josefina. Foucault: ¿Marido o amante? Algunas tensiones
entre Foucault y el feminismo. Estudos Feministas. Florianópolis, v. 8, n. 2, p. 127-147, 2000.
FOUCAULT, Michel. Nós, vitorianos. In: História da Sexualidade. I – A vontade de saber. São Paulo:
Graal, 2006, p. 7-19.
RAGO, Margareth. O efeito-Foucault na historiografia brasileira. Tempo Social. São Paulo, v. 7, n. 1-2,
p. 67-82, out. 1995.
Aula 8: A heterossexualidade em questão: Adrienne Rich, Audre Lorde, Monique Wittig e os
feminismos lésbicos
Leituras obrigatórias: LORDE, Audre. Não existe hierarquia de opressão. In: HOLLANDA, Heloísa
Buarque de (org.). Pensamento feminista: Conceitos fundamentais. Rio de Janeiro: Bazar do Tempo,
2019, p. 235-236.
RICH, Adrienne. Heterossexualidade compulsória e existência lésbica. Bagoas. Natal, v. 4, n. 5, p. 17-
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44, 2010.
Leituras complementares: LORDE, Audre. Idade, raça, classe e gênero: mulheres redefinindo a
diferença. In: HOLLANDA, Heloísa Buarque de (org.). Pensamento feminista: Conceitos fundamentais.
Rio de Janeiro: Bazar do Tempo, 2019, p. 239-249.
WITTIG, Monique. Não se nasce mulher. In: HOLLANDA, Heloísa Buarque de (org.). Pensamento
feminista: Conceitos fundamentais. Rio de Janeiro: Bazar do Tempo, 2019, p. 83-92.
Aula 9: O gênero como performatividade: Judith Butler
Leitura obrigatória: BUTLER, Judith. Sujeitos do sexo/gênero/desejo. In: Problemas de gênero.
Feminismo e subversão da identidade. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2003, p. 17-60.
Leituras complementares: BUTLER, Judith. Atos performáticos e a formação dos gêneros: um ensaio
sobre fenomenologia e teoria feminista. In: HOLLANDA, Heloísa Buarque de (org.). Pensamento
feminista: Conceitos fundamentais. Rio de Janeiro: Bazar do Tempo, 2019, p. 213-230.
SALIH, Sara. O gênero. In: Judith Butler e a teoria queer. Belo Horizonte: Autêntica, 2012, p. 63-101.
Aula 10: Um feminismo trans? Paul B. Preciado
Leitura obrigatória: PRECIADO, Paul B.. Tecnogênero. In: Testojunkie. São Paulo: n-1, 2018, p. 109-139.
Leituras complementares: ARÁN, Márcia; MURTA, Daniela; LIONÇO, Tatiana. Transexualidade e saúde
pública no Brasil. Ciência & Saúde Coletiva. Rio de Janeiro, v. 14, n. 4, p. 1141-1149, jul-ago. 2009.
VIEIRA, Helena; BAGAGLI, Bia Pagliarini. Transfeminismo. In: HOLLANDA, Heloísa Buarque de (org.).
Explosão feminista. Arte, cultura, política e universidade. São Paulo: Companhia das Letras, 2018, p.
343-378.
Parte 3: Interseccionalidades, decolonialidade, novas epistemologias
Aula 11: Um feminismo ciborgue? Donna Haraway
Leitura obrigatória: HARAWAY, Donna. Manifesto ciborgue. Ciência, tecnologia e feminismo-socialista
no final do século XX. In: TADEU, Tomaz (org.). Antropologia do ciborgue. As vertigens do pós-humano.
Belo Horizonte: Autêntica, 2016, p. 35-118.
Leitura complementar: KUNZRU, Hari. “Você é um ciborgue”. Um encontro com Donna Haraway. In:
TADEU, Tomaz (org.). Antropologia do ciborgue. As vertigens do pós-humano. Belo Horizonte:
Autêntica, 2016, p. 19-32.
Aula 12: Feministas negras no Brasil: Sueli Carneiro e Lélia Gonzalez
Leituras obrigatórias: CARNEIRO, Sueli. Enegrecer o feminismo: a situação da mulher negra na América
Latina a partir de uma perspectiva de gênero. In: HOLLANDA, Heloísa Buarque de (org.). Pensamento
feminista: Conceitos fundamentais. Rio de Janeiro: Bazar do Tempo, 2019, p. 313-321.
GONZALEZ, Lélia. A categoria político-cultural da Amefricanidade. In: HOLLANDA, Heloísa Buarque de
(org.). Pensamento feminista: Conceitos fundamentais. Rio de Janeiro: Bazar do Tempo, 2019, p. 341-
352.
Leituras complementares: CARNEIRO, Sueli. Mulheres em movimento: contribuições do feminismo
negro. In: HOLLANDA, Heloísa Buarque de (org.). Pensamento feminista brasileiro: Formação e
contexto. Rio de Janeiro: Bazar do Tempo, 2019, p. 271-289.
NASCIMENTO, Beatriz. A mulher negra no mercado de trabalho. In: HOLLANDA, Heloísa Buarque de
(org.). Pensamento feminista brasileiro: Formação e contexto. Rio de Janeiro: Bazar do Tempo, 2019,
p. 259-263.
Aula 13: Povos originários e feminismos na América Latina
Leitura obrigatória: OLIVEIRA, Marize Vieira de. Feminismo indígena. In: HOLLANDA, Heloísa Buarque
de (org.). Explosão feminista. Arte, cultura, política e universidade. São Paulo: Companhia das Letras,
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2018, p. 301-324.
Leitura complementar: GARGALLO CELENTANI, Francesca. Formas, líneas e ideas de los feminismos
indígenas. In: Feminismos desde Abya Yala. Ideas y proposiciones de las mujeres de 607 pueblos en
nuestra América. Bogotá: Desde Abajo, 2015, p. 119-162.
Aula 14: Feminismos decoloniais: Gloria Anzaldúa e María Lugones
Leituras obrigatórias: ANZALDÚA, Gloria. Falando em línguas: uma carta para as mulheres escritoras
do terceiro mundo. Estudos Feministas. Florianópolis, v. 8, n. 1, p. 229-236, 2000.
LUGONES, María. Rumo a um feminismo decolonial. In: HOLLANDA, Heloísa Buarque de (org.).
Pensamento feminista: Conceitos fundamentais. Rio de Janeiro: Bazar do Tempo, 2019, p. 357-377.
Leituras complementares: CONNELL, Raewyn. A colonialidade do gênero. In: Gênero em termos reais.
São Paulo: nVersos, 2016, p. 25-44.
SEGATO, Rita Laura. Gênero e colonialidade: em busca de chaves de leitura e de um vocabulário
estratégico descolonial. e-cadernos CES. Coimbra, v. 18, p. 106-131, 2012.
Aula 15: Gênero, diáspora e racismo cotidiano em um mundo globalizado: Grada Kilomba
Leitura obrigatória: KILOMBA, Grada. Carta da autora à edição brasileira; Políticas espaciais. In:
Memórias da plantação. Episódios de racismo cotidiano. São Paulo: Cobogó, 2019, p. 11-21; 111-119.
Leituras complementares: ARRUZZA, Cinzia; BHATTACHARYA, Tithi; FRASER, Nancy. Tese 8: O
capitalismo nasceu da violência racista e colonial. O feminismo para os 99% é antirracista e anti-
imperialista. In: Feminismo para os 99%: um manifesto. São Paulo: Boitempo, 2019, p. 75-81.
PETRONE, Talíria. Prefácio à edição brasileira. In: ARRUZZA, Cinzia; BHATTACHARYA, Tithi; FRASER,
Nancy. Feminismo para os 99%: um manifesto. São Paulo: Boitempo, 2019, p. 11-22.

UNIDADE II – HISTORIOGRAFIAS, SILÊNCIOS


Parte 1: A emergência da história das mulheres
Aula 16: O gênero da história: sobre a construção dos silêncios na história da historiografia
Textos de referência: OLIVEIRA, Maria da Gloria de. Os sons do silêncio: interpelações feministas
decolonias à História da historiografia. História da Historiografia. Ouro Preto, v. 11, n. 28, p. 104-140,
set-dez. 2018.
SMITH, Bonnie. O nascimento da amadora. In: Gênero e História: homens, mulheres e a prática
histórica. Bauru: EDUSC, 2003, p. 87-153.
Aula 17: Olhares historiográficos para as mulheres
Leitura obrigatória: DAUPHIN, Cécile et al. A história das mulheres. Cultura e poder das mulheres:
ensaio de historiografia. Gênero. Niterói, v. 2, n. 1, p. 7-30, 2001.
Leitura complementar: PERROT, Michelle. Escrever uma história das mulheres: relato de uma
experiência. Cadernos Pagu. Campinas, n. 4, p. 9-28, 1995.
Aula 18: A história das mulheres no Brasil em dois tempos
Leituras obrigatórias: PINSKY, Carla Bassanezi; PEDRO, Joana Maria. Apresentação. In: PINSKY, Carla
Bassanezi; PEDRO, Joana Maria (orgs.). Nova história das mulheres no Brasil. São Paulo: Contexto,
2013.
PRIORE, Mary del. Apresentação. In: PRIORE, Mary del; BASSANEZI, Carla (orgs.). História das mulheres
no Brasil. São Paulo: Contexto, 2004.
SOIHET, Rachel; PEDRO, Joana Maria. A emergência da pesquisa da história das mulheres e das
relações de gênero. Revista Brasileira de História. São Paulo, v. 27, n. 54, p. 281-300, 2007.
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Leitura complementar: DIAS, Maria Odila Leite da Silva. Novas subjetividades na pesquisa histórica
feminista: uma hermenêutica das diferenças. In: HOLLANDA, Heloísa Buarque de (org.). Pensamento
feminista brasileiro: Formação e contexto. Rio de Janeiro: Bazar do Tempo, 2019, p. 357-369.
Aula 19: Críticas, debates, combates: a “lógica do suplemento” em questão
Leitura obrigatória: COSTA, Albertina de Oliveira; BARROSO, Carmen; SARTI, Cynthia. Pesquisa sobre
mulher no Brasil: do limbo ao gueto?. In: HOLLANDA, Heloísa Buarque de (org.). Pensamento feminista
brasileiro: Formação e contexto. Rio de Janeiro: Bazar do Tempo, 2019, p. 109-134.
Leituras complementares: SCOTT, Joan. História das mulheres. In: BURKE, Peter. A escrita da história:
novas perspectivas. São Paulo: Unesp, 2011, p. 65-98.
TILLY, Louise A.. Gênero, história das mulheres e história social. Cadernos Pagu. Campinas, n. 3, p. 29-
62, 1994.
Parte 2: A questão do gênero: uma categoria útil de análise histórica?
Aula 20: Caminhos da reflexão de Joan Scott sobre o gênero
Leitura obrigatória: SCOTT, Joan. Gênero: uma categoria útil de análise histórica. Educação &
Realidade. Porto Alegre, v. 20, n. 2, p. 71-99, jul-dez. 1995.
Leituras complementares: SCOTT, Joan. Prefácio a Gender and politics of history. Cadernos Pagu.
Campinas, n. 3, p. 11-27, 1994.
SCOTT, Joan W.. Os usos e abusos do gênero. Projeto História. São Paulo, n. 45, p. 327-351, dez. 2012.
Aula 21: Masculinidades na história
Leitura obrigatória: ALBUQUERQUE JÚNIOR, Durval Muniz de. Nordestino: invenção do “falo”. Uma
história do gênero masculino (1920-1940). São Paulo: Intermeios, 2013, p. 208-229.
Leitura complementar: CONNELL, Robert W.; MESSERCHMIDT, James W. Masculinidade Hegemônica:
repensando o conceito. Estudos Feministas. Florianópolis, v.21, n.1, p. 241-282, 2013.
Aula 22: Gênero e histórias LGBTQ+
Leituras obrigatórias: AGARWAL, Kritika. What is Trans History? From activist and academic roots, a
field takes shape. Perspectives on History, mai. 2018 (será providenciada uma tradução do texto).
VERAS, Elias Ferreira; PEDRO, Joana Maria. Os silêncios de Clio: escrita da história e (in)visibilidade das
homossexualidades no Brasil. Tempo e Argumento. Florianópolis, v. 6, n. 13, p. 90-109, set-dez. 2014.
Leituras complementares: GREEN, James. Homossexualidades e a história: recuperando e entendendo
o passado. Gênero. Niterói, v. 12, n. 2, p. 65-76, 1 sem. 2012.
LOPES, Fábio Henrique. Cisgeneridade e historiografia: um debate necessário. In: SOUSA NETO, Miguel
Rodrigues; GOMES, Aguinaldo Rodrigues (orgs.). História & Teoria Queer. Salvador: Devires, 2018, p.
77-99.
SIMONETTO, Patricio. Movimientos de liberación homosexual en América Latina. Aportes
historiográficos desde una perspectiva comparada entre Argentina, Brasil, Chile, Colombia y México
(1967-1982). Iberoamericana. Berlim, v. XVII, n. 65, p. 157-177, 2017.
Aula 23: Gênero, teoria queer e ensino de história
Leitura obrigatória: LOURO, Guacira Lopes. Teoria Queer – Uma política pós-identitária para a
educação. Estudos Feministas. Florianópolis, v. 9, n. 2, p. 541-553, 2001.
Leituras complementares: MÉNDEZ, Natalia Pietra. Gênero e história das mulheres na escrita da
história escolar. In: MAIOR, Paulo Souto; LEITE, Juçara Luzia (orgs.). Flexões de gênero. História,
sensibilidades e narrativas. Jundiaí: Paco, 2017, p. 193-212.
MISKOLCI, Richard. Estranhando a educação. In: Teoria Queer: um aprendizado pelas diferenças. Belo
Horizonte: Autêntica, 2016, p. 37-53.
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UNIDADE III – TEMÁTICAS, ESTUDOS


Aula 24: Exibição de um filme ligado à temática do curso (a ser escolhido pela turma)
Aula 25: Percursos de pesquisa
Debate com pesquisadoras e pesquisadores da história das mulheres, do gênero e das sexualidades
atuantes na UFMG (participantes a confirmar)
Aula 26: História intelectual e(m) perspectiva de gênero (Grupo 1)
Sugestão bibliográfica: LIBLIK, Carmem Silvia da Fonseca Kummer. Uma história toda sua: trajetórias
de historiadoras brasileiras (1934-1990). Curitiba: Universidade Federal do Paraná, 2017 (Tese de
Doutorado em História).
Aula 27: Políticas das/para as mulheres (Grupo 2)
Sugestão bibliográfica: RAGO, Margareth. Do cabaré ao lar. A utopia da cidade disciplinar e a
resistência anarquista. Brasil 1890-1930. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2014.
Aula 28: Mulheres e memória: o caso das ditaduras latino-americanas (Grupo 3)
Sugestão bibliográfica: ROVAI, Marta Gouveia de Oliveira. A greve no masculino e no feminino [Osasco,
1968]. São Paulo: Letra e Voz, 2014.
Aula 29: Interseções de gênero, raça e classe na história (Grupo 4)
Sugestão bibliográfica: RATTS, Alex. Eu sou atlântica. Sobre a trajetória de vida de Beatriz Nascimento.
São Paulo: Instituto Kuanza: Imprensa Oficial, 2006.
Aula 30: Perturbações da matriz sexo/gênero/desejo na história (Grupo 5)
Sugestão bibliográfica: VERAS, Elias Ferreira. Travestis: carne, tinta e papel. Curitiba: Prismas, 2017.

Avaliações e dinâmica do curso


O curso será preponderantemente organizado em torno de debates aprofundados das leituras
propostas. Cada aluna e cada aluno deverá se inscrever para discussão crítica de dois textos de leitura
obrigatória (um da Unidade I e um da Unidade II).
Ao fim da Unidade I, deverá ser produzido individualmente um ensaio que discuta e relacione ao
menos três dos textos trabalhados. A escolha dos textos deverá contemplar ao menos duas das três
partes em que a unidade se divide. O formato do ensaio é livre, e ele poderá ser redigido de maneira
criativa e/ou tendo em vista um público não acadêmico, mas todas as referências bibliográficas
empregadas deverão ser claramente identificadas (qualquer forma de plágio será severamente
penalizada). Espera-se que o texto demonstre domínio das leituras da unidade, capacidade de
argumentação e aptidão para refletir de forma autônoma e crítica sobre as teorias feministas.
As Unidades II e III compreenderão uma avaliação processual em duas etapas:
• Etapa 1: Para cada temática da Unidade III, foi proposta uma referência básica (livro ou tese).
A partir dela, o grupo deverá elaborar uma bibliografia comentada, que discuta, no mínimo,
uma das leituras da Unidade II, trechos substanciais da sugestão bibliográfica básica e mais
duas referências (podem ser artigos ou capítulos de livro).
A partir desse conjunto bibliográfico, o grupo deverá organizar também uma proposta de
apresentação, incluindo uma indicação de leitura para toda a turma. Esta etapa do trabalho
deverá ser entregue e discutida com a professora com antecedência mínima de duas semanas
da data prevista para a apresentação.
• Etapa 2: As aulas 26 a 30 serão dedicadas às apresentações em grupo. Nessas datas, toda a
condução da aula ficará a cargo do grupo responsável pela respectiva temática. Recomenda-
se que sejam reservados no mínimo 20 minutos para debate com a turma e comentários da
professora.
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Distribuição dos pontos


Ensaio (Unidade I) – 30 pontos
Bibliografia comentada e proposta de apresentação (Unidade II/Unidade III) – 25 pontos
Apresentação em grupo (Unidade III) – 25 pontos
Discussão crítica de textos (Unidade I/Unidade II) e participação nas aulas – 20 pontos

Bibliografia complementar
ALEKSIÉVITCH, Svetlana. A guerra não tem rosto de mulher. São Paulo: Companhia das Letras, 2016.
BENTO, Berenice; PADILHA, Felipe; FACIOLI, Lara. É o queer tem pra hoje? Conversando sobre as
potencialidades e apropriações da Teoria Queer ao Sul do Equador. Entrevista com Berenice Bento.
Áskesis. São Carlos, v. 4, n. 1, p. 143-155, jan-jun. 2015.
DAVIS, Natalie Zemon. Nas margens. São Paulo: Companhia das Letras, 1997.
DESPENTES, Virginie. Teoria King Kong. São Paulo: n-1, 2016.
ELTIT, Diamela. Jamais o fogo nunca. Belo Horizonte: Relicário, 2017.
EVARISTO, Conceição. Becos da memória. Rio de Janeiro: Pallas, 2017.
FEDERICI, Silvia. Calibã e a bruxa. Mulheres, corpo e acumulação primitiva. São Paulo: Elefante, 2017.
FERNÁNDEZ CORDERO, Laura. Amor y anarquismo. Experiencias pioneras que pensaron y ejercieron la
libertad sexual. Buenos Aires: Siglo Veintiuno, 2018.
FRANCO, Stella Maris Scatena. Gênero em debate: problemas metodológicos e perspectivas
historiográficas. In: VILLAÇA, Mariana; PRADO, Maria Lígia Coelho (orgs.). História das Américas:
Fontes e abordagens historiográficas. São Paulo: Humanitas, 2015, p. 36-51.
FRANCO, Stella Maris Scatena. Peregrinas de outrora. Viajantes latino-americanas no século XIX.
Florianópolis: Mulheres; Santa Cruz do Sul: EDUNISC, 2008.
GOMES, Ruthie Bonan; LOPES, Paula Helena; GESSER, Marivete; TONELI, Maria Juracy Filgueiras. Novos
diálogos dos estudos feministas da deficiência. Estudos Feministas. Florianópolis, v. 27, n. 1, p. 1-14,
2019.
GREEN, James; QUINALHA, Renan; CAETANO, Marcio; FERNANDES, Marisa (orgs.). História do
Movimento LGBT no Brasil. São Paulo: Alameda, 2018.
HARTEMMAN, Gabby. Nem ela nem ele. Por uma arqueologia (trans*) além do binário. Revista de
Arqueologia Pública. Campinas, v. 13, n. 1, jul. 2019.
hooks, bell. Não sou eu uma mulher. Mulheres negras e feminismos. Tradução livre da Plataforma
Gueto. 2014. Disponível em: https://bit.ly/2DFVBMI.
HUTCHISON, Elizabeth Q.. Labores propias de su sexo. Género, políticas y trabajo en Chile urbano.
1900-1930. Santiago: LOM, 2014.
ILLANES O., María Angélica. Nuestra historia violeta. Feminismo social y vidas de mujeres en el siglo
XX: una revolución permanente. Santiago: LOM, 2012.
JABARDO, Mercedes (ed.). Feminismos negros. Una antología. Madrid: Traficantes de Sueños, 2012.
JELIN, Elizabeth. La lucha por el pasado. Buenos Aires: Siglo Veintiuno, 2017.
LORENZO, María Fernanda. “Que sepa coser, que sepa bordar, que sepa abrir la puerta para ir a la
universidad”. Las académicas en la Universidad de Buenos Aires en la primera mitad del siglo XX.
Buenos Aires: Eudeba, 2016.
LOURO, Guacira Lopes. Um corpo estranho: ensaios sobre sexualidade e teoria queer. Belo Horizonte:
Autêntica, 2018.
LOURO, Guacira Lopes (org.). O corpo educado. Pedagogias da sexualidade. Belo Horizonte: Autêntica,
8

2018.
MARCUS, Sara. Garotas à frente: como realmente aconteceu a revolução Riot Grrrl. São Paulo:
Powerline Music & Books, 2019.
MARQUES, Gabriela Miranda; PEDRO, Joana Maria. O feminismo Riot: geração e violência. Labrys. jul-
dez. 2012.
MCCLINTOCK, Anne. Couro Imperial. Raça, gênero e sexualidade no embate colonial. Campinas,
Unicamp, 2010.
MONTECINO, Sonia (comp.). Mujeres chilenas. Fragmentos de una historia. Santiago: Catalonia, 2008.
MONTERO, Rosa. A ridícula ideia de nunca mais te ver. São Paulo: Todavia, 2019.
NEGREIROS, Adriana. Maria Bonita. Sexo, violência e mulheres no cangaço. Rio de Janeiro: Objetiva,
2018.
NERY, João W.. Viagem solitária. Memórias de um transexual 30 anos depois. São Paulo: Leya, 2011.
OLIVEIRA, Júlia Glaciela da Silva. Embates sobre autonomia e militância partidária na imprensa
feminista do Brasil e do Chile (1981-1984). Revista Punto Género. Santiago, n. 8, p. 78-102, dez. 2017.
OYĚWÙMÍ, Oyèrónké. Conceituando o gênero: os fundamentos eurocêntricos dos conceitos feministas
e o desafio das epistemologias africanas. Disponível em: https://bit.ly/2Cb0TCm.
PEDRO, Joana Maria; GROSSI, Miriam Pilar (orgs.). Masculino, Feminino, Plural. Gênero na
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