INTRODUÇÃO
ARTE TEMPORAL
A partir da metade do século XX, o tempo surgiu não apenas como tema recorrente,
mas também como parâmetro constituinte da própria natureza de uma obra de arte.
Com a fotografia, os seres humanos começaram a participar da manipulação do tempo
em si: capturando-o, reconfigurando-o e criando variações com intervalos de tempo,
avanço rápido, câmara lenta...
Pioneiros da fotografia instantânea: Etienne-Jules Marey e Eadweard Muybridge
Fotografias de cavalo em movimento foram feitas por Muybridge, 1884-85
Nu descendo a escada de Duchamp, inspirou-se diretamente em vários dos estudos de
Muybridge.
A arte gestual de Pollock, Fontana e Shimamoto logo foi ampliada para Eventos,
Happenings e Performances reais.
As revoluções social e sexual dos anos 60 encontraram expressão na arte que se
afastava da tela em busca de ações que incorporavam o observador à obra de arte.
Desencantados com a canonização do expressionismo abstrato por Greenberg e
buscando maior liberdade de expressão, artistas de NY e depois Califórnia,
expressaram seu repúdio à tela.
PERFORMANCES DE ESTÚDIO
A revolta feminista contra os papéis aos quais os sexos se achavam limitados fazia
parte de um modelo cultural de movimentos de liberação em todo o mundo, que
incluíam estudantes, pessoas de cor e homossexuais.
A artista Orlan submeteu-se a uma série de cirurgias cosméticas para transformar-se
na forma feminina mais idealizada pelos artistas homens no decorrer da história.
- vídeos artísticos
Nos EUA coletivos de vídeo tb surgiram rapidamente, liderados por grupos como
Videofreex, Raindance Corporation, Paper Tiger Television e Ant Farm.
No final dos anos 70, as redes de televisão absorveram muitas das técnicas de
entrevista e de câmera da televisão de guerrilha.
Nam June Paik marcou o início da videoarte artística, com o vídeo da visita do Papa em
1965.
Aqui o que está em questão é a intenção do artista, ao contrário da intenção do
executivo de televisão, do cineasta comercial ou mesmo do videomaker: a obra não é
um produto para venda ou consume de massa. A estética de videoarte, por mais
intencionalmente informal que possa ser, exige um ponto de partida artístico, por
parte dos videoartistas, semelhante ao do empreendimento estético em geral.
“ARTE” e “ARTÍSTICO” são termos distintos, embora ligados, que existem para nos
ajudar a diferenciar entre o que pode, ou não, ser considerado arte. Técnicas artísticas
podem dar vida à televisão comercial, propaganda, etc, mas não são o que
normalmente chamaríamos de arte.
A arte está na intenção do artista: fazer ou conceber algo sem a limitação de algum
outro objetivo.
Uma atitude crítica em relação à televisão dominou a videoarte desde sua origem até
meados dos anos 80.
Nam June Paik contribui com uma das primeiras tecnologias inovadoras com seu
SINTETIZADOR PAIK/ABE: mecanismo para colorir e manipular imagens. (Suíte 212)
Basicamente, uma colagem eletrônica monumental de imagens alteradas, acentuadas
por cores estonteantes.
VÍDEO CONCEITUAL
Grande parte da videoarte inicial pode ser vista, em um nível, como a gravação de uma
performance, ou o que passou a ser denominado de ações “performáticas”.
Explorações do corpo não se limitaram às artistas mulheres. As exploração radicais do
corpo-em-risco de Chris Burden, subverteram quaisquer noções de “alta arte” no
processo de trabalho artístico. O objetivo de suas performances era chocar os
espectadores com um novo relacionamento entre o artista e o público.
Foi apenas em 1975 que equipamentos de edição mais acessíveis surgiram no
mercado.
Os materiais eram irrelevantes e ao mesmo tempo essenciais porque não havia
limitações sobre o que poderia ser usado para criar arte.
Nos anos 70 vários artistas utilizam linguagem conceitual em seus vídeos, como textos,
interpretação de sons eletrônicos através de linhas e formas...
No momento em que as câmeras se tornaram acessíveis, a videoarte progrediu do que
tinha sido uma arte que reagia à televisão para o vídeo conceitual, arte corporal e arte
processual. Começou a assumir identidade própria.
Os videoartistas dos anos 80 e 90 voltaram sua atenção para narrativas pessoais que
refletiam a busca de identidade (sobretudo cultural e sexual) e liberdade política.
NARRATIVAS PESSOAIS
VIDEOINSTALAÇÃO
À medida que a arte surgia como algo para ser visto por um público existente além das
fronteiras dos lares de patrocinadores abastados, desenvolviam-se espaços para a
exposição de obras de arte.
Atualmente artistas de instalação, intensamente conscientes de sua obra como
extensão do eu, da apresentação física e do ambiente que cerca sua are, tornam-se
parte dela.
O contexto para esses artistas, é da maior importância, e eles desejam exercer
controle sobre esse contexto ao criar um meio que constitui arte.
“À medida que o modernismo envelhece, o contexto passa a ser o conteúdo. Em uma
inversão peculiar, o objeto introduzido na galeria molda a própria galeria e suas leis.”
Brian O’Doherty (Dentro do cubo branco: a ideologia do espaço da galeria)
Ironicamente, grande parte da arte de instalação tenha raízes em uma atitude anti-
museu, são os museus e galerias o lugar principal para ela.
ARTE COMPUTADORIZADA
A arte digital tem raízes não tanto em academias de arte quanto em sistemas de
defesa militar. A Guerra Fria fomentou avanços significativos.
Michael Noll foi um dos primeiros praticantes da arte computadorizada. (já vi nos
outros livros)
ARTE DA WEB
REALIDADE VIRTUAL