das Aves
Maristela Lovato
(ORG.)
2018
Todos os direitos reservados
Publicado por Kindle Direct Publishing, Lexington, KY, USA.
HELTON FERNANDES DOS SANTOS
Médico Veterinário, MSc, Dr.
Professor Substituto Dep. de Medicina Veterinária Preventiva (DMVP/UFSM)
Universidade Federal de Santa Maria – UFSM
Santa Maria, RS, Brasil.
heltonfs@gmail.com
Natural de Quaraí, RS; com graduação em Medicina Veterinária (2005), mestrado (2008) em
Medicina Veterinária Preventiva pela Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). Possui doutorado
(2012) em Medicina Veterinária Preventiva – Virologia/Patologia pela Universidade de Federal do Rio
Grande do Sul (UFRGS). Professor substituto do Departamento de Medicina Veterinária Preventiva da
UFSM desde 2017, responsável pela disciplina de Doenças das Aves na graduação. Professor Colaborador
do Instituto de Ciências Básicas da Saúde da UFRGS. Tem experiência na área de Medicina Veterinária
Preventiva, com ênfase em Doenças Infecciosas de Animais, atuando principalmente nos seguintes temas:
virologia, avicultura e medicina veterinária preventiva. Membro do Comitê de Sanidade Avícola do Estado
do Rio Grande do Sul (COESA/RS), presidente do Comitê Técnico Sanitário da Associação Brasileira de
Preservadores e Criadores de Aves de Raças Puras e Ornamentais (APCA), membro do CEUA do
Instituto de Cardiologia do Rio Grande do Sul e professor dos Cursos de Especialização em Análises
Clínicas e Especialização em Microbiologia Clínica da UFRGS.
MARISTELA LOVATO
Médica Veterinária, MsC, Dra.
Professora Titular Aposentada Dep. de Medicina Veterinária Preventiva (DMVP/UFSM)
Universidade Federal de Santa Maria – UFSM
Santa Maria, RS, Brasil.
maristelalovato@gmail.com
Natural de Restinga Seca, RS; com graduação (1979) e mestrado (1985) em Medicina Veterinária pela
Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). Possui doutorado (2001) em Ciências Veterinárias pela
Universidade de Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Professora Titular Aposentada do
Departamento de Medicina Veterinária Preventiva (DMVP) da UFSM e Professora Voluntária do
DMVP/UFSM. Tem experiência na área de Medicina Veterinária, com ênfase em Patologia Aviária,
atuando principalmente nos seguintes temas: patologia e sanidade aviária, salmonelose aviária, sorologia e
imunologia aviária, sanidade de ratitas e animais selvagens. Foi componente da Comissão Permanente de
Avaliação e do Núcleo Estruturante do Curso de Medicina Veterinária da UFSM, coordenadora do Curso
de Medicina Veterinária da UFSM (2005-2007), conselheira efetiva do CRMV-RS (2011-2014) e presidente
da Comissão de Animais Selvagens do CRMV-RS, membro do Comitê de Sanidade Avícola do Rio Grande
do Sul, presidente da Academia Rio-Grandense de Medicina Veterinária (2013-2015), membro da
CEUA/UFSM, coordenadora do Laboratório Central de Diagnóstico em Patologias Aviárias e do Núcleo
de Estudos de Patologias em Animais Selvagens do DMVP/CCR/UFSM, coordenadora do Curso de
Especialização em Educação Ambiental da UFSM. Orientadora do Programa de Pós-graduação em
Medicina Veterinária da UFSM em nível de Mestrado e Doutorado.
PAULO DILKIN
Médico Veterinário, MSc, Dr.
Prof. Adjunto Dep. de Med. Vet. Preventiva -DMVP/UFSM.
Universidade Federal de Santa Maria.
Santa Maria, RS, Brasil.
dilkinvet@gmail.com
FERNANDA FLORES
Médica Veterinária, MSc, Dra.
Coordenadora do Curso de Med. Veterinária.
Faculdade Murialdo.
Caxias do Sul, RS, Brasil.
fervetfb@gmail.com
LAURETE MURER
Médica Veterinária, MSc, Dra.
Residente em Med. Vet. Preventiva - DMVP/UFSM.
Universidade Federal de Santa Maria.
Santa Maria, RS, Brasil.
laumurer@hotmail.com
1.8. Vacinas........................................................................................................... 26
2. Doenças Virais
Helton Fernandes dos Santos
2.1. Anemia Infecciosa das Galinhas........................................................ 33
3. Doenças Bacterianas
Laurete Murer
Maristela Lovato
3.1. Botulismo...................................................................................................... 81
3.2. Campylobacteriose................................................................................... 84
3.3. Clamidiose................................................................................................... 86
3.5. Colibacilose................................................................................................. 91
3.7. Micoplamose............................................................................................... 95
3.8. Onfalite das Aves...................................................................................... 98
4. Doenças Fúngicas
Helton Fernandes dos Santos
Paulo Dilkin
4.1. Aspergilose................................................................................................... 113
6. Avitaminoses
Marília Baialardi Ribeiro
Maristela Lovato
6.1. Avitaminose A........................................................................................... 179
7. Outras Doenças
Maristela Lovato
7.1. Canibalismo............................................................................................... 199
1.8. Vacinas........................................................................................................ 26
1.1. Imunidade
Helton Fernandes dos Santos
Fernanda Flores
Timo reticulares.
A polpa branca consiste de tecido
linfoide típico com arteríola na porção
O timo é constituído de três a oito central. A polpa vermelha é formada de
lobos achatados de coloração rosa- seios venosos separados por cordas de
pálida, medindo cerca de 1,0 cm de células mononucleares, linfócitos,
comprimento cada um, e localiza-se em macrófagos e células sanguíneas.
cada lado do pescoço das aves, próximo
da veia jugular. Atinge seu
desenvolvimento máximo aos cinco Tonsila cecal
meses de idade, quando então inicia a
sua regressão fisiológica. Cada lobo é Localizam-se na porção proximal dos
constituído de vários lóbulos separados cecos, cerca de 4 a 8 mm de seu início,
por tecido conjuntivo. O lóbulo é tendo a forma de uma placa saliente na
formado por uma cortical rica em células mucosa. Histologicamente revestida pela
linfoides (células T) e uma medular de mucosa intestinal, onde forma
coloração mais pálida, contendo células numerosas criptas. Os folículos linfoides
T, células reticulares, fibras reticulares, com centros germinativos abundantes
ilhotas de células epiteliais (corpúsculos estão disseminados por toda a área. As
de Hassal), em células interdigitadas células epiteliais que revestem os
apresentadoras de antígenos e portadoras folículos linfoides das tonsilas cecais são
de MHC de classe I e II. capazes de processar antígenos. As
Os linfócitos T originam-se a partir tonsilas cecais não estão presentes logo
de células primordiais precursoras após o nascimento e o seu aparecimento
linfoides, os hemocitoblastos, derivados depende estreitamente de estímulos
inicialmente do fígado fetal e antigênicos produzidos na mucosa
posteriormente da medula óssea. Os intestinal, os quais ocorrerão após o
hemocitoblastos migram para o interior nascimento, com a ingestão de alimentos
do timo entre o sexto e o sétimo dia de e o estabelecimento da microbiota
incubação do embrião de galinha. As normal, inclusive dos microorganismos
células epiteliais aí presentes produzem patogênicos.
fatores como a timopoetina,
timomedulia, timosina e fator tímico Bolsa de Fabricius - Bolsa
sérico que influenciam os cloacal
hemocitoblastos a originar células T
jovens ou timócitos maduros.
Está presente apenas em aves.
Consiste em um divertículo dorsal do
Baço
reto, o qual alcança seu desenvolvimento
máximo às 10 semanas de idade na
É uma estrutura esférica com cerca galinha. É formada por dobras de
de 2 cm de diâmetro na galinha e de epitélio simples primástico, sustentado
coloração vermelho-escura, que está por estroma conjuntivo, sendo que sobre
situada à direita do proventrículo. essas dobras se espalham os folículos
Histologicamente é composto de polpa linfoides.
branca e polpa vermelha, que são Do 4° ao 5º dia de embriogênese, dá-
sustentadas por estroma de fibras se inicio ao desenvolvimento da bolsa, a
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2.1. Anemia Infecciosa das Galinhas...................................................... 33
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Figura 2: Anemia infecciosa das galinhas - mecanismo de propagação do vírus e período de evolução da doença.
Diagnóstico
As aves ficam anoréxicas,
deprimidas, com penas arrepiadas e
apresentam marcada palidez das O isolamento viral é realizado a
mucosas, que pode se estender para partir de inoculação do material suspeito
órgãos internos, além de hemorragia na em linhagens celulares originárias de
pele e musculatura (figura 4). A medula células T transformadas de linfoblastodes
óssea apresenta-se gordurosa, com de frangos com tumores originários do
aparência amarelada. As taxas de vírus de Marek (células MDCC-MSB1).
mortalidade, morbidade e severidade O agente também pode ser isolado a
variam com a via de infecção, idade das partir de inoculação em ovos
aves, imunidade passiva, coinfecções e embrionados.
virulência do vírus presente. Testes como imunofluorescência,
soroneutralização (SN) e ELISA, são
Lesões utilizados para a detecção de anticorpos
contra o vírus de CAV.
Lesões macroscópicas: a medula
óssea vermelha é quase toda substituída Diagnóstico Diferencial
por medula óssea amarela. É observado
atrofia severa do timo e bursa, palidez e Avitaminose E
aumento do fígado, baço e rins, coração Doença de Gumboro
flácido e arredondado, hemorragias
frescas no pró-ventrículo, erosão da Doença de Marek
moela e edema subcutâneo. Leucose Aviária
Lesões microscópicas: atrofia Micotoxinas
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Figura 4: Anemia infecciosa das galinhas – (A) aves anoréxicas, deprimidas e com marcada palidez das mucosas. (B)
hemorragia na pele e musculatura da asa.
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Avipoxvirus
Também conhecida como varíola (figura 6). Por ser um vírus grande e não
aviária ou difteria aviária, é um doença provocar reações em mamíferos, o
caracterizada por lesões crostosas Canarypox virus tem sido usado como
nodulares nas pele (bouba cutânea) e por vetor em vacinas recombinantes já
lesões diftéricas no trato respiratório e estabelecidas para uso em cães ou em
digestivo superior (bouba diftérica). desenvolvimento, como contra o vírus
da raiva e o HIV humano.
Etiologia
Epidemiologia
O agente pertencente à família
Poxviridae, subfamília Chordopoxvirinae, Os vírus da família Poxviridae afetam
gênero Avipoxvirus as galinhas são várias espécies de animais, entre estes,
acometidas pelo vírus da espécie Fowlpox mamíferos e aves. Os Avipoxvirus são
virus é um vírion DNA de cadeia dupla, geralmente específicos para aves e
linear e contínua (130-375 kb), replica no podem ocorrer reações cruzadas. Sabe-se
citoplasma da célula. O vírus resiste até que o vírus das galinhas (Fowlpox virus) é
dois anos entre temperatura de 0 e 4ºC e mais antigenicamente semelhante ao de
ao éter. É inativado por hidróxido de pombos (Pigeonpox virus) e perus
potássio a 1%, mas resiste por 9 dias em (Turkeypox virus). O Fowlpox virus é menos
fenol 1% e formalina 0,1%. Também patogênico para aves adultas. Há citações
pode ser inativado por calor a 50°C por de resistência ao vírus nos palmípedes.
30 min, ou 60°C por 8 min. O vírus não invade a pele íntegra,
Atualmente 10 espécies já foram necessita sempre de uma porta de
descritas e este número tende a entrada, seja uma lesão por trauma ou
aumentar, pois cada vez mais causada por artrópodes (mosquitos e
avipoxviroses tem sido identificadas e moscas) ou direta ave à ave, pelo contato
caracterizadas outras espécies de aves com as lesões e secreções da nasofaringe,
Figura 6: Bouba aviária - classificação viral e espécies em que o agente foi relatado pela primeira vez.
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Figura 7: Bouba Aviária - presença de nódulos na região ocular em frangos caipiras não vacinados.
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Figura 13: Doença de Marek – (A) paralisia das patas e asa. (B) papo pendular.
Lesões
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Figura 15: Doença de Marek – (A) nervo ciático de frango: 1A. com acentuado de tamanho acentuado, 2A normal. (B)
tumores linfoides em frango de corte com 60 dias em proventrículo (1B), fígado (2B) e baço (3B).
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Tremovirus A
É uma enfermidade viral, que causa fases. A primeira fase nos nascidos
transtornos locomotores em aves jovens, infectados que irão eliminar o vírus nas
muitas vezes inaparente em adultos. As fezes e transmitir aos outros, que, após
espécies envolvidas são as galinhas e os um período de incubação de 11 dias em
perus. Conhecida como tremor média, apresentarão a segunda fase da
epidêmico. infecção, com mortalidade maior pela
disseminação do vírus no ambiente.
Etiologia
Patogenia
A encefalomielite aviária é causada
por um vírus RNA de cadeia simples (-), Aves de qualquer idade podem
linear (7,2 – 8,5kb), icosaédrico, não infectar-se com o vírus, porém só os
envelopado (28-30nm), pertencente a pintinhos infectados nos primeiros dias
ordem Picornavirales, família Picornaviridae, demostram sinais clínicos típicos. A
gênero Tremovirus, atualmente classificado resistência com o aumento da idade
pelo ICTV na espécie Tremovirus A, parece estar relacionada à maturidade do
antigo Avian encephalomyelitis virus. O vírus sistema imunológico humoral ou
se multiplica no cérebro, parede dependente da bolsa. Os pintinhos muito
muscular do trato digestivo, pâncreas e jovens não desenvolvem uma resposta
outros órgãos internos. Apresenta imunológica ativa no cérebro, o que
corpúsculos de inclusões citoplasmáticas resulta em dano severo no sistema
nas células. nervoso. Quando as aves maduras se
infectam de forma natural, o sistema
Epidemiologia imunológico previne a replicação viral
nas áreas vitais do cérebro, não
ocorrendo sinais clínicos.
O vírus é distribuído mundialmente,
a mortalidade pode chegar a 50%, mas
Sinais Clínicos
algumas aves sobrevivem e se recuperam
totalmente. Sua transmissão é horizontal
por via oral e vertical por via ovo. Afeta pintinhos com 4 semanas de
Experimentalmente, tem-se detec- idade e aves com idade superior a 28
tado o vírus nos ovos entre 5 e 13 dias dias. O primeiro sinal é a falta de
após a infecção da galinha, mas não se movimento dos pintinhos, seguindo-se a
sabe por quanto tempo serão eliminados. incoordenação motora; logo os pintinhos
Ao nascerem, as aves podem contaminar passam a maior parte do tempo sentados
a incubadora e disseminar a outros sobre suas patas e caem de lado, não
pintinhos não infectados via ovo. levantando mais. Quando são forçados a
Atenção especial deve ser dada aos se movimentarem, mostram pouco
lotes onde houve transmissão via ovo, controle sobre seus movimentos e o
pois a enfermidade ocorrerá em duas fazem lentamente e deprimidos,
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Influenza A virus
É uma enfermidade de severidade ou virulência. A Organização Mundial da
variável. A doença foi descrita pela Saúde Animal (OIE) tem facilitado e
primeira vez na Itália, no ano de 1878, padronizado os códigos sanitários para o
quando foi denominada de Praga Aviária comércio, nos quais os países membros
ou Peste Aviária, por ser de alta estabeleceram normas internacionais
mortalidade e rápida disseminação. Em sobre a presença de influenza aviária de
1901, descobriu-se que a enfermidade alta patogenicidade, determinando
era causada por um vírus, mas somente restrição comercial das aves e produtos
em 1955 o agente foi identificado como avícolas provenientes de países onde a
sendo de Influenza. Em 1974, se doença estiver ocorrendo.
descobriu a presença do vírus em
espécies selvagens e o papel destas aves
no ciclo natural da gripe aviária.
Etiologia
Classificado na família
Orthomyxoviridae, gênero Influenzavirus A,
espécie Influenza A virus. O vírion contém
RNA de cadeia simples (-), segmentado,
linear (10-13,6 kb), com capsídeos
helicoidal (80-120nm de diâmetro). O
RNA contém oito segmentos
individuais, que codificam a síntese de 10 Figura 18: Influenza aviária - classificação viral
proteínas diferentes. O vírus tem pouca conforme sua patogenicidade. Adaptado de Cassen, et
resistência no ambiente, é inativado pelo al., 2013.
calor, dessecação, luz UV e desinfetantes
químicos comuns. Novas variantes dos vírus da
Existem quatro espécies influenza resultaram de trocas
Influenzavirus, A, B, C e D. Nas aves, os antigênicas devido a mutações pontuais
isolados são da espécie A. Os substipos que ocorrem durante a replicação do
são classificados pelos 18 diferentes tipos vírus, em seus dois antígenos de
de hemaglutininas (H1 a H18) e 11 superfície. Este processo assegura a
subtipos de neuraminidase (N1 a N11). renovação constante de hospedeiros
A grande maioria das combinações de suscetíveis e constitui também a base
subtipos H e N tem sido identificadas virológica para as epidemias. Em
em aves, especialmente aves aquáticas algumas ocasiões, podem ocorrer
silvestres. Os isolados mais recentes variações antigênicas maiores ou
foram H5N1, H5N2, H7N1, H7N7 e substituições do antígeno H, N ou
H9N2 (figura 18). A classificação do tipo ambos. Estas trocas dão lugar a um
e subtipo não determina sua capacidade subtipo de influenza que não tenha
de causar enfermidade, patogenicidade afetado previamente as populações e
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Doenças
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Tipos de vacinas:
O vírus influenza tem sido isolado Vacinas vetoriais que estimulam
de amostras individuais ou do conjunto uma efetiva resposta imune;
de amostras de diferentes tecidos Vacinas inativadas em emulsão
(pulmão, traqueia, sacos aéreos, oleosa – autógena;
intestino, baço, cérebro, fígado, coração Vacinas de DNA – gene de
e sangue). Em aves vivas, é indicada hemaglutinina de influenza inserido
coleta de suabe ocular, de cloaca e no DNA de uma bactéria.
traqueia. No meio ambiente, a água dos
bebedouros pode ser contaminada com O antiviral fosfato de oseltamivir
secreções e fezes. O método mais usual é diminui a replicação viral e reduz a
a inoculação em ovos embrionados, via eliminação tanto em frangos como em
membrana corioalantóide. patos infectados com cepas de baixa
Por causa da atividade patogenicidade. A administração deste
hemaglutinante do antígeno, a medicamento em aves de alto valor pode
confirmação do isolamento é realizada a ser útil. Associando-se estratégias de
partir da inibição da hemaglutinação vacinação e desinfecção para o controle
(HI). A imunodifusão em gel de ágar: da doença.
pode ser utilizada para confirmar o vírus Medidas de biosseguridade devem
do tipo A ou ainda testes moleculares ser adotadas para o controle da doença,
(RT-PCR). tais como: monitoria sorológica; controle
do movimento, quarentena e isolamento
Observação: Doença de notificação das áreas-foco, sacrifício sanitário dos
imediata de qualquer caso suspeito ou lotes afetados, evitar contato com aves
diagnóstico laboratorial. silvestres, especialmente aquáticas e
migratórias. Repovoar galpões com aves
idôneas após o uso de aves sentinelas.
Suínos infectados são fontes do vírus,
especialmente para perus.
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2.10.
2.10. Laringotraqueíte
Laringotraqueíte Infecciosa Helton Fernandes dos Santos
Infecciosa
Gallid alphaherpesvirus 1
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infectam de forma vertical com o vírus suscetibilidade aos efeitos do vírus e das
exógeno. A maioria se infecta de forma taxas de eliminação do vírus.
horizontal, pelo contato direto com aves
infectadas. De forma indireta, entre aves Patogenia
de diferentes criações, é mais difícil haver
transmissão, provavelmente devido à A patogenicidade é muito variável,
rápida perda da infectividade do vírus pode estar presente e não determinar
quando se encontra fora da ave. incidência significativa de tumores,
A transmissão vertical ocorre a mortalidade ou efeitos nocivos sobre o
partir de galinhas infectadas com o vírus rendimento do lote. Em outros casos, a
exógeno, presente no oviduto. Nos mortalidade pode ir de 1-2% até 20% ou
machos infectados, o vírus está presente mais. A severidade parece estar associada
em todo trato reprodutivo e pode ser à imunodepressão causada por estresse
detectado no sêmen. A transmissão ou outros desafios patológicos. Em
direta do macho infectado para o ovo muitos casos, ocorre a partir da
fértil ainda não foi comprovada, mas a maturidade sexual, mas há casos
infecção do oviduto sim. descritos ao redor das 10 semanas de
Pintos infectados via congênita idade.
desenvolvem tolerância imunológica a A leucose linfoide é caracterizada
leucose, e depois do nascimento são por tumores de células B, provocada
virêmicos e não desenvolvem anticorpos pelo retrovírus muito comum.
neutralizantes. Pintos infectados A leucose mieloide é mais frequente
horizontalmente apresentam uma em aves nas quais o controle da doença
viremia transitória e posteriormente de Marek tenha sido falho, devido a uma
desenvolvem anticorpos neutralizantes. exposição inicial a um desafio de campo
Fêmeas infectadas através da via e/ou o desafio com tipos patogênicos
congênita albergam o vírus no oviduto e altamente virulentos e imunodepressores.
transmitem regularmente a maioria dos Uma interação semelhante com
ovos, logo, quando infectadas pela via reticuloendoteliose pode levar a uma
horizontal apresentam o vírus no maior incidência de tumores. É
oviduto em menor proporção e especialmente importante o controle de
disseminam a progênie de forma vacinas vivas cultivadas em embriões de
intermitente. pinto ou em cultivos celulares.
A resistência ao desenvolvimento
de tumores aumenta rapidamente depois Sinais Clínicos
das primeiras semanas de vida; as fêmeas
são mais susceptíveis que os machos. A
Variável, conforme o tipo de vírus,
imunodepressão provocada por outras
normalmente são inespecíficos, mas há
enfermidades eleva as perdas atribuídas à
queda na produção de ovos, fraqueza,
leucose, provavelmente por aumento da
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Doenças
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Doenças Virais
Figura 20: Leucose aviária – (A) leucose linfoide; fígado grande com 576g. (B) leucose mielóide; massa tumoral na
medula óssea.
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Doenças Virais
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Lesões
Descargas nasais com aumento dos
seios infraorbitais, descarga ocular
espumosa, inflamação discreta da As lesões iniciais da cabeça
mucosa dos seios nasais e infraorbitários, consistem em sinusite dos sinos
reações inflamatórias moderadas na infraorbitais, rinite associada com as
traqueia, espirro e edemas de face ou descargas nasais abundantes e edema
submandibular em perus. Os sinais subcutâneo ao redor dos olhos ou na
respiratórios são mais importantes em extremidade da cabeça. Ao abrir o
perus do que em frangos de corte ou crânio, podemos identificar uma coleção
galinhas de postura. purulenta nos seios nasais. Também
Os sinais clínicos em frangos ocorrem edemas subcutâneos; o
podem ocorrer tão cedo como aos 15 exsudato nasal evolui para uma camada
dias de idade, mas normalmente são crostosa na superfície interna das vias
acometidas aves com idade entre 21-35 aéreas. Outro achado é a presença de
dias de idade. As matrizes e poedeiras otite média.
podem ser afetadas em qualquer idade, Podem ser observadas ainda
mas a doença é mais facilmente congestão, hemorragias petequiais e
reconhecida no início da produção de lesões necróticas da mucosa da cavidade
ovos e próximo ao pico de produção, nasal, fenda palatina e traqueia.
provavelmente devido ao stress Normalmente, ocorre celulite no dorso
envolvido nestes estágios de produção. da cabeça, espaço intermandibular,
As aves tornam-se sonolentas, periorbital e barbela, seguidas por
deprimidas sem movimentação e acúmulo de exsudato purulento, na
vocalização. O exame das aves infecção secundária ocorre. Quando a
normalmente mostra um olho anormal ave sobrevive à fase aguda da infecção, o
causado pela conjuntivite. Há edema diminui, mas os espaços
lacrimejamento excessivo, notado por intermandibulares e barbelas tornam-se
manchas nas penas do dorso e asas onde endurecidos. A perda de transparência e
os olhos foram esfregados. Podem espessamento dos sacos aéreos também
também arranhar seus olhos e face com pode ser observada.
as patas devido ao prurido. Com o
progresso da doença, o edema do tecido Diagnóstico
subcutâneo da cabeça pode se tornar tão
extenso a ponto de forçar o fechamento
dos olhos. O isolamento e a caracterização do
vírus são raramente usados no campo
72
Doenças Virais
73
Doenças
das Aves
74
Doenças Virais
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│Doenças
│das Aves
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77
3.1. Botulismo............................................................................................... 81
3.2. Campylobacteriose............................................................................ 84
3.3. Clamidiose............................................................................................. 86
3.5. Colibacilose.......................................................................................... 91
3.7. Micoplamose........................................................................................ 95
Laurete Murer
3.1. Botulismo Maristela Lovato
Clostridium botulinum
Esta enfermidade, também galinhas, patos, marrecos, perus e
conhecida como pescoço mole, é uma avestruzes, no período de 2001 a 2017
intoxicação produzida pela ingestão de (figura 21).
toxina pré-formada, presente em
alimentos ou água. Ocorre em seres
humanos e animais, sendo que a
neurotoxina clássica, produzida pelo
Clostridium botulinum, é considerada um
dos tóxicos biológicos mais potentes.
Etiologia
81
Doenças
das Aves
Figura 23: Botulismo – (A) flacidez do pescoço em galinha adulta e (B) marreco jovem.
82
Doenças Bacterianas
83
Doenças Bacterianas
Laurete Murer
3.2. Campylobacteriose Maristela Lovato
Campylobacter spp.
Campylobacteriose é uma das ave e sua frequência aumenta com a
doenças gastroentéricas bacterianas mais idade. Os microrganismos tendem a
comuns em humanos. A infecção é difundir-se rapidamente através do lote e
causada por Campylobacter spp., sendo que a incidência é maior no final da criação
em lotes de frangos de corte, pode do frango, persistindo a colonização até
permanecer no trato gastrointestinal, na o abate.
maioria dos casos, sem causar doença A transmissão horizontal tem se
nas aves, as quais são o reservatório mais evidenciado como a principal via, através
frequente de C. jejuni. Porém, algumas da contaminação ambiental, envolvendo
cepas de C. jejuni são invasivas e podem uma combinação de vetores como
penetrar no fígado das aves. insetos, roedores, pássaros silvestres,
animais domésticos e o homem.
Etiologia
84
Doenças Bacterianas
85
Doenças
das Aves
Epidemiologia Lesões
histopatológico revela meningite quando suspeitas e aves que tiveram contato com
a doença afeta o sistema nervoso central. aves positivas por PCR são medidas que
devem ser adotadas para o controle. Não
existem vacinas eficazes até o momento.
Diagnóstico
87
Doenças
das Aves
Figura 26: Características bioquímicas das diferentes espécies de Pasteurelas. Resultado das provas: -: não houve reação;
+: houve reação; +u: usualmente houve uma reação e v: reações variáveis. Adaptado Oliveira (2012).
88
Doenças Bacterianas
89
Doenças
das Aves
sendo que títulos maiores que 1000 presente. Se isto não for possível, o ideal
oferecem a probabilidade de 92% de é usar uma vacina viva comercial com os
resistência ao desafio de campo. Este sorotipos mais comuns ou uma bacterina
método poderá ser usado no diagnóstico, autógena.
em lotes não vacinados, onde o
bacteriológico tenha falhado. Tratamento
Observação: Doença de notificação
mensal de qualquer caso confirmado.
É indicado é a realização de
antibiograma, não esquecendo que
Prevenção e Controle
muitas vezes o tratamento deve ser
prolongado e há possibilidade de
Para prevenir a cólera deve-se permanência de portadores após
manter um manejo adequado com tratamento. Os altos custos muitas vezes
controle de lotação, alimentação e inviabilizam o tratamento.
higienização do ambiente e Entre os medicamentos utilizados, a
equipamentos. Alojar lotes de idade sulfonamida é efetiva na redução da
única, obter animais de granjas livres e mortalidade, assim como a
restringir o acesso de pessoas, cães e sulfaquinoxalina. A principal desvan-
gatos são também medidas importantes. tagem deve-se ao fato de que o produto
A vacinação pode ser realizada com é bacteriostático, muitas vezes mantendo
vacinas vivas, sendo que todas podem a bactéria viva em abcessos, além de ser
produzir cólera crônica (com baixa potencialmente tóxica em tratamentos
incidência) em aves imunodeprimidas. A prolongados.
virulência da vacina viva tem relação Outros antibióticos podem ser
inversa com a dose necessária para usados, como: fluorquinolonas,
induzir resposta imune protetora. A oxitetraciclinas, eritromicina, estreptomi-
vacina é aplicada por via intradérmica (na cina, novobiocina, gentamicina e
membrana da asa), intramuscular (no sarafloxacina.
peito) ou subcutânea (no pescoço, na Atenção: Não existe um período
pata ou no posterior, próximo à cloaca). determinado de manutenção do
A aplicação geralmente é realizada com tratamento, podendo após a suspensão
10 a 12 semanas de idade e repetida com ocorrer recidiva. A suspensão em
18 ou 20 semanas de idade. momento inadequado pode determinar a
Antes de escolher a vacina, é cronicidade e resistência.
interessante determinar o sorotipo
90
Doenças Bacterianas
Lesões Tratamento
Em pesquisas recentes, observa-se
Na necropsia pode-se observar que 90% das cepas são sensíveis ao
aerossaculite, traqueíte, pericardite, danofloxacin e enrofloxacina, 80% a
hepatomegalia, esplenomegalia, peri- apramicina, 60% ao lincospectin, 57% ao
hepatite, peritonite, sinovites, artrites e cloranfenicol, e menos de 50% a
celulite. Entre as lesões esporádicas estão tetraciclinas, sulfa/trimetropim e ácido
salpingite e onfalite. oxolínico.
92
Doenças Bacterianas
Figura 27: Coriza infecciosa: (A) edema de face em canário (Serinus canaria), (B) conjuntivite em calopsita (Nymphicus
hollandicus).
93
Doenças
das Aves
a cada ano, pois a imunidade não parece (PCR) são mais indicados.
ser duradoura. Observação: doença de notificação
mensal de qualquer caso confirmado.
Patogenia
Laurete Murer
Maristela Lovato
3.7. Micoplamose
Mycoplasma sp.
Etiologia
Epidemiologia
95
Doenças
das Aves
96
Doenças Bacterianas
Acomete perus (figura 30) e pode ser transmitida da mesma forma que os
anteriores, sendo importante à contaminação via sêmen, podendo muitas vezes
ser silenciosa.
Sinais clínicos:
- Perus jovens podem apresentar torcicolo e diminuição na taxa de crescimento;
- Opacidade dos sacos aéreos, com massa caseosa, aerossaculite;
- Redução da fertilidade e da eclodibilidade.
Lesões:
- Aerossaculite dos sacos aéreos torácicos;
- Bursite
- Sinovite;
- Sinusite
97
Doenças
das Aves
Laurete Murer
3.8. Onfalite das Aves Maristela Lovato
98
Doenças Bacterianas
99
Doenças
das Aves
Etiologia
100
Doenças Bacterianas
101
Doenças
das Aves
Laurete Murer
3.10. Salmoneloses Maristela Lovato
São infecções causadas por a figura 32.
bactérias do gênero Salmonella, as quais
são responsáveis por uma variedade de Diagnóstico
doenças crônicas e agudas em aves.
Estas bactérias são importantes para
a saúde pública, pois aves infectadas são O diagnóstico preliminar é realizado
o principal reservatório de salmonelas, as através dos sinais clínicos e das lesões
quais podem ser transmitidas para encontradas no exame necroscópico. O
humanos via alimentação (ovos e isolamento e identificação bioquímica do
carnes). agente etiológico em meios de cultura
Estudos demonstram que a especiais permite o diagnóstico
densidade de populações de galinhas definitivo. Também podem ser utilizados
poedeiras pode afetar a colonização testes sorológicos (como o teste de
intestinal e a frequência e duração da pulorose), e PCR (Reação em cadeia da
eliminação fecal de alguns sorovares de polimerase).
Salmonella. Deve-se enviar para o laboratório
aves mortas recentemente (para
necropsia), suabe cloacal, fezes, material
Etiologia
de cama, órgãos (fígado, baço, gema),
cecos, traqueia.
O agente etiológico é um bacilo Observação: Notificação imediata de
Gram-negativo, não esporulado, qualquer caso confirmado de Salmonella
anaeróbio facultativo, móvel devido ao Gallinarum, S. Enteritidis, S. Pullorum e
flagelo (exceto S. Pullorum e S. S. Typhimurium. As outras
Gallinarum). salmoneloses são de notificação mensal
Pertencem à família Enterobacteriaceae, de qualquer caso confirmado.
sendo o gênero classificado em espécies,
subespécies e sorovares, de acordo com
102
Doenças Bacterianas
Prevenção e Controle
103
Doenças
das Aves
104
Doenças Bacterianas
3.10.1. Pulorose
S. enterica enterica Pullorum
Enfermidade de distribuição e podem produzir ovos contaminados.
mundial, também conhecida como
diarreia branca bacilar, é causada por Sinais Clínicos
Salmonella Pullorum, produzindo
septicemia fatal em pintainhos e Aves jovens: sonolência, fraqueza,
peruzinhos. anorexia, podendo ocorrer morte súbita,
frio, fezes de cor branca com
Epidemiologia empastamento da cloaca, vocalização
excessiva.
Aves adultas: podem não apresentar
Normalmente ocorre em aves sinais clínicos ou ser observada redução
jovens, podendo acometer aves quase na postura, fertilidade e taxa de
adultas. As reprodutoras pesadas e eclodibilidade (característica não
poedeiras de ovos de casca marrom são obrigatória), além de claudicação e
mais sensíveis do que as raças leves e as sinovite.
fêmeas são mais sensíveis que os
machos.
Pintinhos e peruzinhos são os mais
atingidos, mas pode acometer também Diagnóstico diferencial
perus, faisões, pássaros (pardais,
canários, etc.), codornas e papagaios.
Arizonose
A principal via de transmissão é a
Aspergilose
transovariana, mas pode ocorrer
Colibacilose
penetração pela casca do ovo Encefalomielite
(extragenital) em menor número. Onfalite
Transmissão horizontal, no Tifo aviário
nascedouro, acontece quando pintinhos
infectados contaminam os sadios. Outras
formas incluem canibalismo, atividades
humanas, presença de aves silvestres e Lesões
roedores infectados.
A mortalidade e morbidade são Aves jovens: Aumento de volume e
altamente variáveis, sendo influenciadas congestão no fígado, baço e rins. O
pela idade, susceptibilidade da linhagem, fígado pode apresentar pontos brancos e
nutrição, manejo e características de há falta de absorção do saco da gema, o
exposição. qual apresenta conteúdo cremoso ou
A mortalidade começa ao redor do caseoso esverdeado. Nódulos amarelados
quarto ou quinto dia de vida, com o pico podem ser visualizados no pulmão,
na 2ª ou 3ª semana, variando de 0 a músculo cardíaco, pâncreas, moela,
100%. parede do duodeno e ceco (material
As aves sobreviventes tornam-se caseoso). O pericárdio se apresenta
portadoras, com eliminação intermitente
105
Doenças
das Aves
salmonelas.
Doença septicêmica em aves, de A mortalidade e morbidade são
curso agudo ou crônico, causada por S. variáveis, tanto em galinhas como em
Gallinarum, com mortalidade moderada perus, podendo chegar a 80%.
ou muito alta, dependendo da virulência
Sinais Clínicos
do organismo causador.
106
Doenças Bacterianas
107
Doenças
das Aves
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Doenças Bacterianas
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110
4.1. Aspergilose.............................................................................................. 113
Figura 33: Aspergilose - Gallus gallus domesticus, (A) granulomas multifocais distribuídos pela cavidade interna. (B)
granulomas nos sacos aéreos abdominais aderidos à porção intestinal.
114
Doenças Fúngicas
Figura 34: Aspergilose – (A e B) numerosas hifas, frequentemente septadas, com paredes paralelas e ramificações em
ângulo agudo (dicotômicas) compatíveis com Aspergillus sp. Metenamina-nitrato de prata de Grocott. Obj 40x .Ceolin,
et al., 2012.
115
Doenças
das Aves
4.2.Efeitos
4.2. Efeitos Tóxicos
Tóxicos das
das Principais Micotoxinas
Principais
em Aves Micotoxinas em Paulo Dilkin
Aves
Micotoxinas são substâncias tóxicas parasiticus; as ocratoxinas, produzidas
resultantes do metabolismo secundário pelo Aspergillus ochraceus e diversas outras
de diversas cepas de fungos espécies do gênero penicillium; as
filamentosos. São compostos orgânicos fusariotoxinas, produzidas por diversas
de baixo peso molecular e não possuem espécies do gênero Fusarium, cujos
imunogenicidade. principais representantes são os
Em climas tropicais e subtropicais tricotecenos, a zearalenona e as
como o brasileiro, o desenvolvimento fumonisinas.
fúngico é favorecido por fatores como Quando as micotoxinas são
excelentes condições de umidade e ingeridas, seus efeitos se devem às
temperatura. Os fungos crescem e se diferentes estruturas químicas das
proliferam bem em cereais, mesmas, influenciados pelo fato de
principalmente no amendoim, milho, serem ingeridas por diferentes
trigo, cevada, sorgo e arroz, onde organismos animais superiores e também
geralmente encontram um substrato pela diversidade de espécies, raça, sexo,
altamente nutritivo para o seu idade, fatores ambientais, manejo,
desenvolvimento. O crescimento fúngico condições nutricionais e outras
e produção de micotoxinas em cereais substâncias químicas.
podem ocorrer nas diversas fases do A intoxicação por micotoxinas
desenvolvimento, maturação, colheita, implica em enormes prejuízos de ordem
transporte, processamento ou econômica, sanitária e comercial,
armazenamento dos grãos (figura 35). principalmente por suas propriedades
As principais micotoxinas podem anabolizantes, estrogênicas, radio-
ser divididas em três grupos: as miméticas, carcinogênicas, mutagênicas e
aflatoxinas, produzidas por fungos do teratogênicas. Porém, o maior problema
gênero Aspergillus como A. flavus e A. das micotoxicoses diz respeito aos danos
Figura 35: Espiga de milho com os grãos comprometidos pelo desenvolvimento fúngico.
116
Doenças Fúngicas
117
Doenças
das Aves
Figura 37: (A) frango com fígado normal; (B) frango com o fígado alterado pela aflatoxicose.
118
Doenças Fúngicas
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das Aves
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das Aves
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Doenças
das Aves
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Doenças Fúngicas
Ocratoxinas
As ocratoxinas formam um grupo
de sete metabólitos tóxicos produzidos
por fungos dos gêneros Aspergillus e
Penicillium. Embora uma série de Figura 40: Rins de frango afetados pela intoxicação por
ocratoxinas sejam conhecidas, somente ocratoxina A.
125
Doenças
das Aves
126
Doenças Fúngicas
reprodutores devem ser muito bem sabe que atualmente elas estão presentes
protegidos. Contudo, o emprego de em diferentes concentrações na maioria
aditivos anti micotoxinas nas dietas das dietas empregadas na agroindústria
contaminadas pode ser uma boa avícola.
alternativa para proteger os animais dos
efeitos tóxicos das micotoxinas, pois se
Figura 41: Limites de segurança de micotoxinas (µg/kg) recomendados para aves de produção.
127
Doenças
das Aves
129
Doenças
das Aves
Dactylariosis
taxa de morbidade.
Dactilarioses é uma encefalite Alguns surtos em granjas de
fúngica esporádica de aves causada galinhas jovens foram descritos,
pelo fungo termófilo Dactylariosis, resultando em encefalite fatal. A
descrito pela primeira vez em 1964 doença foi reproduzida experimental-
como Diplorhinotrichum gallopavum. mente por uma suspensão de esporos
A doença foi descrita em galinhas injetada no saco aéreo, seio maxilar e
jovens, perus, garças e codornas. cérebro.
Embora a dactilariose não ocorra com Os sinais clínicos são consistentes
frequência, quando ocorre, acomete com a patologia do sistema nervoso
uma proporção moderadamente grande central e incluem incoordenação, perda
com mortalidade aproximando-se da de equilíbrio, tremores, torcicolo,
130
Doenças Fúngicas
Microsporum gallinae
As dermatofitoses, também relatado na galinha, peru, pato, codorna
conhecida como micose, favus ou e canário. Embora uma doença
dermatomicoses, são caracterizadas raramente encontrada na produção
como infecçoes fungicas na pele, o avícola industrial, o favus induzido por
termo favus, é mais usado para essas M. gallinae pode ser mais comum em
alterações em aves, sendo uma doença aves de fundo de quintal.
de distribuição mundial, com M. gallinae é um agente patogénico
ocerrência esporádica. primário. Além das lesões cutâneas, as
A infecção é contagiosa e aves afetadas são tipicamente
transmissível aos seres humanos, como saudáveis. Espalha-se gradualmente
é o caso da maioria das dermatofitoses. através de um bando por contato
Fatores como idade e imunidade, direto, se não for controlado, e pode
aspectos socioeconômicos, desloca- produzir lesões de micose em seus
mento humano e seu convívio com manipuladores humanos. Nas galinhas,
animais, determinam a distribuição a infecção geralmente produz lesões
destes agentes, caracterizando-os como escamosas na pele da cabeça e pescoço
fungos de distribuição muito variável. com perda de penas.
O agente etiológico primário do Microscopicamente, a coloni-
favus é Microsporum gallinae. Foi descrito zação é limitada à epiderme. A
pela primeira vez em 1881 como superfície da pele pode aparecer
Epidermophyton gallinae, mais tarde engrossada por hiperqueratose
conhecido como Achorion gallinae, então ortoqueratótica e crostas serocelulares
Trichophyton gallinae, e eventualmente com um componente primário de
aceito como Microsporum gallinae. heterófilos misturados com micélio.
Favus causado por M. gallinae foi O diagnóstico das
131
Doenças
das Aves
Histoplasma capsulatum
132
Doenças Fúngicas
Figura 42: Megabactéria em cardeais (Paroaria coronata). A- Fotomicrografia de proventrículo, com grandes estruturas
filamentosas PAS positivas (rosa forte) distribuídos em tufos paralelos na superfície e dentro das pregas da mucosa.
Ácido Periódico de Shiff (PAS), 200x. B- Esfregaço de membrana coilina do ventrículo, corada pelo método de Gram,
1000x. Fonte: Kommers, G. D.
134
Doenças Fúngicas
4.9.
4.9.Zigomicoses
Zigomicoses (Fitomicoses)
(Fitomicoses) Helton Fernandes dos Santos
Mucorales
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SCHERT, A. Aflatoxinas e desempenhos de
duas linhagens de matrizes de corte e de suas
138
5.1. Coccidiose................................................................................................ 141
Figura 43: Coccidiose - espécie, local de infecção, período pré-patente (PPP), patogenia e lesões macroscópicas das
principais espécies de Eimerias das galinhas.
141
Doenças
das Aves
Figura 44: Coccidiose -: espécie, local de infecção, período pré-patente (PPP) e patogenia das principais espécies de
Eimerias de perus.
As espécies que parasitam galinhas Fatores envolvidos com a
domésticas não parasitam outras espécies Epidemiologia da coccidiose
de animais.
Da mesma forma, ocorre quanto à Densidade de oocistos;
localização da espécie no intestino, como Vazio sanitário;
nas figuras 43 e 44 de localização e Umidade e temperatura;
período pré-patente. Presença de amônia no ambiente;
A profundidade das lesões na Quantidade de oxigênio na cama;
mucosa é dependente do tipo de célula Ingestão alimentar;
parasitada, por exemplo, E.tenella e E. Presença de alterações na flora
necatrix atacam as células da camada mais bacteriana intestinal.
interna da mucosa, podendo atingir os Os oocistos sobrevivem até 5 dias na
vasos sanguíneos, causando hemorragia. cama, quando 95% já estarão
esporulados, mas 70% destes podem
Epidemiologia estar danificados pelo ataque de bactérias
ou ação da amônia; após 3 semanas,
decai muito a viabilidade dos oocistos,
Sabe-se que a coccidiose está principalmente pela ação conjunta da
presente em todas as granjas comerciais, umidade, amônia e bactérias.
tanto de frango de corte, como de A prevalência das espécies de
matrizes reprodutoras pesadas, em nível Eimerias no Brasil é relatada com
variado, de acordo com os programas de bastante variação predominando em
controle anticoccidiano ou de vacinas. frangos de corte E. acervulina, E. maxima
Com o uso constante de vacinas vivas, e E. tenella enquanto na postura
contendo todas as espécies de Eimeria, comercial outras espécies são
estas tem sido introduzidas encontradas além destas como E.
sistematicamente nas granjas. necatrix, E. hagani, E. brunetti, E. praecox e
Acometem galinhas, perus, E. mivati. A análise microscópica de
marrecos, codornas, faisões, gansos, amostras de fezes identificou que 96%
pombos e outras espécies de menor das granjas avícolas estão positivas para
importância econômica. as Eimerias.
142
Doenças Parasitárias
143
Doenças
das Aves
instalações. Dieta
A rápida reposição dos lotes A composição da dieta pode
fornece milhões de novos hospedeiros favorecer o desenvolvimento das
suscetíveis. coccídias. Quando o trigo predomina na
As coccídeas se reproduzem a uma dieta, devido a quantidades maiores de
velocidade espantosa, sem causar niacina e riboflavina, favorece o
infecções graves, a ponto de matar as desenvolvimento das coccídias. O milho,
aves e outros hospedeiros, possibilitando por sua vez, contém altas concentrações
assim a multiplicação e a disseminação de vitaminas A e E, que mantem os
da doença. epitélios sadios e imunocompetentes,
favorecendo a resistência e recuperação
Efeitos Diretos nos Parasitas em do tecido intestinal.
Desenvolvimento
Busca por alimento
O potencial de reprodução de cada O comportamento mais exacerbado
oocisto ingerido permanece constante à de busca por alimento resulta na ingestão
medida que aumenta o grau de infecção, de maiores quantidades de cama e
até que se atinja um limiar, “a dose consequentemente de oocistos. Onde
aglomerada”. Isto acontece são consideradas situações de risco os
principalmente devido à redução da programas de restrição alimentar e
disponibilidade de células intestinais para debicagem.
a invasão e a imunidade mediada por
células. Imunidade inata
A presença de populações Especialmente envolvendo o fator
multiespecíficas determina a supressão genético. Vacinas de subunidades nas
de algumas espécies por outra; matrizes.
geralmente, a E. acervulina, em aves
parece suprimir outras espécies. Consumo e absorção de drogas
Sem intervenção da quimioterapia, os Afetados grandemente em
frangos infectados por coccídias podem programas de restrição alimentar, dietas
rapidamente adquirir imunidade própria mais calóricas e temperatura ambiente
contra a coccidiose causada por cada elevada.
uma das espécies, pois há pouca ou
nenhuma imunidade cruzada. Profundidade da cama e reutilização
Favorece a ingestão de oocistos
Efeitos Ambientais e outros resistentes.
mediados pelo hospedeiro em
coccídias Doenças imunodepressoras
Favorecem a infecção por
Estresse determinarem queda da imunidade e
Pode limitar a resposta imunológica, IgA, como Gumboro, Marek,
sendo causas estressantes a micotoxinas, reticuloendoteliose, anemia
superpopulação, calor, frio, debicagem, infecciosa e criptosporidiose.
restrição alimentar, doenças Iluminação
imunodepresoras. A iluminação intermitente aumenta
o risco de coccidiose, devido à
combinação de maior busca por alimento
145
Doenças
das Aves
146
Doenças Parasitárias
Pontos ou estrias
Grande quantidade de san-
brancas já coalescendo Parede intestinal com
gue ou tampão cecal presen-
com redução de tama- embalonamento e engros-
te. Parede cecal bastante
nho, que se estendem samento. Superfície um-
3 engrossada. Pouco ou ne-
até o divertículo. Pare- cosa áspera. Conteúdo do
nhum conteúdo fecal no
de intestinal engrossada intestino com pequenos
ceco. Trabéculas cecais dis-
e conteúdo intestinal coágulos.
formes.
aquoso.
Pontos ou estrias
brancas completamente
Parede cecal distendida
coalescentes, dando à
Parede intestinal engros- com sangue ou tampão
mucosa do intestino
sada e embalonada em caseoso, contendo áreas de
4 coloração acinzentada.
quase toda sua extensão. necrose. Material fecal
Presença de lesões
Presença de coágulos no ausente ou incluído no tam-
típicas somente no
conteúdo intestinal. pão caseoso. Perda das trabé-
intestino médio. Parede
culas cecais.
intestinal engrossada e
conteúdo cremoso.
Figura 46: Descrição dos escorres de lesão intestinal causados pelas E. acervulina, E. maxima e E. tenella . Adaptado
Johnson & Reid, (1970).
147
Doenças
das Aves
Figura 47: Porção do duodeno, escores de lesões provocadas pela infecção por E. acervulina.
Figura 48: Porção do jejuno, escores de lesões provocadas pela infecção por E. maxima.
Figura 49: Cecos, escores de lesões provocadas pela infecção por E. tenella.
148
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Figura 50: Coccidiose - hemorragia cecal causada pela Eimeria tenella em frangos.
149
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Narasina + Clopidol
Lerbek Preventivo na ração 5 dias
Methilbenzoquate
MNgrow
Maduramicina +
Preventivo na ração 10 dias
Nicarbazina
Lonomicin
Monesina +
Monimax Preventivo na ração 10 dias
Nicarbazina
Narasina +
Maxiban 80/80 Preventivo na ração 10 dias
Nicarbazina
Senduramicina +
Aviax Plus Preventivo na ração 10 dias
Nicarbazina
Figura 53: Associações de produtos anticoccidianos registrados no CPAA/DFIP Ministério da Agricultura e Pecuária.
Lista atualizada em 25/04/2015.
154
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Ascaridia galli
Ascaridia columbae
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Figura 62: Capillaria sp. - local parasitado, hospedeiro intermediário e período pré-patente em dias.
165
Doenças
das Aves
5.4.4. Singamose
166
Doenças Parasitárias
Praziquantel – 4 - 7mg/kg de
As teníases são mais comuns nos ração.
galináceos, fringilídeos, papagaios, Oxibendazole 5% na ração.
cacatuas e ocasionalmente em pássaros (Benzimidazol) – Ascaridia e
menores. Há espécies especificas para Heterakis.
emas e avestruzes. Para aves de corte, poedeiras e
matrizes são indicadas um tratamento
Raillietina tetragona; profilático: 240 g/tonelada de ração
Choanotaenia infundibulum; durante 8 semanas.
Hymenolepsis carioca;
Davainea proglotina;
Raillietina cesticillus;
Raillietina echinobothrida;
Amoebotaenia sphenoides;
Metroliasthes lúcida.
167
Doenças
das Aves
168
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das Aves
Características do Heterakis
Helminto frequente nos meses
quentes, medindo entre 7-15 mm, sendo
as fêmeas maiores que os machos. Os
ovos são semelhantes aos da Ascaridia,
porém menores e tornam-se infectantes
em 6 dias, se mantidos entre 28-35 ºC.
Aves silvestres e domésticas podem ser
portadoras.
Ciclo
Os ovos ingeridos liberam as larvas
Figura 67: Histomoníase - fígado aumentado, com no intestino, estas irão até os cecos, onde
manchas circulares, com aparência de um duplo anel em 12 dias se tornam adultas,
marginal com depressão central. Frango de 38 dias. produzindo lesões inflamatórias.
Patogenia
Diagnóstico É dependente do número de
parasitas ingeridos, apresentando
inflamação cecal, diarreia e
Macroscópico – pelas lesões;
emagrecimento em casos extremos.
Microscópico – raspado da mucosa
Tratamento Heterakis sp.
cecal, quando verificamos o
Levamisol- 40 mg/kg de peso vivo,
protozoário vivo com seu flagelo.
apresenta uma margem de segurança
Microscopia de contraste de fase e
menor que os benzimidazóis;
esfregaço fresco;
Higromicina B- para frangos de corte
Histopatológico – H&E e SCHIFF;
e matrizes. É recomendado o uso
Cultura – de material fresco, de aves
contínuo, na dose de 13,2 mg/Kg da
recém abatidas, em meio de
ração;
Dwyer’s modificado: incubar à
Mebendazol- 10mg/Kg por três dias
40ºC, overnight e observar em
no tratamento de infestações por
microscópio invertido, manter em
nematódeos em galinha;
subculturas a cada 2-3 dias, sendo
Fenbendazol- 48 ppm por 6 dias ou
que em 6-8 semanas tornam-se
79,2 ppm por 3 dias, na ração, para o
apatogênicos.
controle de infestações por formas
170
Doenças Parasitárias
Figura 68: Histomoníase em perus – (A) fígado aumentado, com manchas circulares amareladas, com. (B) cecos estão
inflamados, aumentados de volume, apresentando paredes espessas e ulceradas.
171
Doenças
das Aves
5.6. Cascudinho
Maristela Lovato
Alphitobius diaperinus
172
Doenças Parasitárias
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Doenças
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6.1. Avitaminose A......................................................................................... 179
181
Doenças
das Aves
182
Avitaminoses
183
Doenças
das Aves
Lesões
Funções da vitamina A condrodistrofia se manifesta
A colina exerce quatro grandes primeiramente por petéquias e leve
funções distintas no organismo das aves. inchaço na região do osso sesamóide.
É um metabolito essencial para Depois, o tarsometatarso começa a rotar,
formação e manutenção das estruturas e continua rotando até que se torne
celulares, compondo estruturalmente a curvo ou arqueado e deixe de se articular
lecitina. Também é essencial para o com o tibiotarso. Quando isso acontece,
metabolismo de gorduras no fígado. as pernas não suportam mais o peso da
Além disso, a colina é essencial para a ave.
formação da acetilcolina, substância que
torna os impulsos nervosos possíveis. Fontes
Por fim, a colina é uma fonte de grupo Todas as gorduras de ocorrência
lábil metila – estes grupos metila natural contém colina. As melhores
funcionam como agentes da síntese da fontes vegetais são gérmens de cereais,
purina e pirimidina, que são usadas na legumes e oleaginosas. Comercialmente,
produção de ácido desoxirribonucleico sais como o cloreto de colina são
(DNA). amplamente utilizados, eles não são
muito estáveis em premixes e possuem
Interações e estabilidade mais estabilidade quando utilizados
A vitamina B4 é solúvel em água, diretamente na ração.
formaldeído e álcool e não tem ponto de
derretimento e ebulição definidos. O
cloreto de colina, retirado do composto
que forma a vitamina, é produzido Vitamina B4
através de uma síntese química e Necessidades básicas por kg de ração:
comumente usado na indústria de rações. Galinhas: 1,4 mg
A colina é absorvida principalmente Perus: 1,0 – 8,0 mg
por jejuno e íleo, por um sistema de
carreamento dependente de sódio e
energia. Tratamento
Se a deficiência for diagnosticada
Sinais Clínicos da deficiência antes do desenvolvimento da
Em aves jovens, especialmente em condriodistrofia, basta suplementar a
galinhas e perus, os principais sinais alimentação com os níveis requeridos de
apresentados são de crescimento colina. Após a condriodistrofia, os danos
deficiente e condrodistrofia severa. são irreparáveis.
184
Avitaminoses
185
Doenças
das Aves
Fontes
O ácido pantotênico está presente Tratamento
em diversos alimentos de origem vegetal, Esta avitaminose é completamente
sendo que o farelo de trigo, farelo de reversível quando detectada em estado
arroz, feno de alfafa, amendoim, melaço não muito avançado. Esta reversão é
de cana e folhosas verdes são algumas feita através da correção dos níveis
das principais fontes. Os farelos de trigo necessários na dieta, acompanhada de
e arroz são particularmente boas fontes, administração oral ou intramuscular da
com duas a três vezes mais vitamina B5.
disponibilidade da vitamina do que os
seus respectivos grãos.
186
Avitaminoses
Funções da vitamina
O ácido fólico é indispensável para Sinais Clínicos da deficiência
que ocorra a transferência de unidades Aves são mais susceptíveis a esta
de carbono (grupos de formila, metileno avitaminose do que qualquer outro
ou metil) em diversas reações, e animal doméstico, e por isso sinais
analogamente a vitamina B9 também aparecem quase imediatamente quando a
transfere unidades de dois carbonos. alimentação não possui os níveis
Dentre outras reações, estas funções necessários de ácido fólico. Os sinais
ajudarão a promover divisões celulares e clínicos são de crescimento tardio,
realizar a síntese de proteínas. alopecia severa, palidez de mucosas,
crista e membros posteriores, letargia,
anorexia e perose. Em aves de penas
Interações e estabilidade coloridas, as mesmas podem perder a
A vitamina é muito sensível ao calor coloração. Em casos mais graves,
e exposição à luz, levemente sensível a desenvolvem paralisia cervical, e o
umidade e não é afetada pelo oxigênio. pescoço fica enrijecido e estendido.
Em premixes, o ácido fólico é perdido Os ovos de aves afetadas são
durante o armazenamento, menores, pois a avitaminose afeta a
particularmente quando a temperatura
está aumentada, mas também em
temperatura ambiente a vitamina acaba Vitamina B9
se degradando, especialmente quando o Necessidades básicas por kg de ração:
premix contém minerais em sua Galinhas: 0,6 - 1 mg
formulação. Perus: 1,2 - 2 mg
187
Doenças
das Aves
188
Avitaminoses
189
Doenças
das Aves
Figura 71: Avitaminose D – (A) Rosário raquítico nas articulações osteocondrais. (B) desequilíbrio cálcio/fósforo ou
Avitaminose D.
190
Avitaminoses
Peixes de água marinha são fontes que acarreta em uma cura mais rápida do
extremamente ricas. que abundantes quantidades da vitamina
adicionados à dieta. Mas também é
Tratamento importante tomar cuidado para que o
Um tratamento eficiente é a dose tratamento não acarrete em
única de 15000UI de vitamina D3 via oral hipervitaminose.
para aves com sinais de raquitismo, o
Figura 72: Avitaminose E – (A) edema subcutâneo de cor esverdeada em frango de corte. (B) edema sobre o peito.
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7.1. Canibalismo............................................................................................. 199
199
Doenças
das Aves
200
Outras Doenças
202
Outras Doenças
7.3.Prolapso
7.3. Prolapsode
deoviduto
oviduto// cloacal Maristela Lovato
cloacal
203
Doenças
das Aves
204
Outras Doenças
205
Doenças
das Aves
206
Outras Doenças
207
Doenças
das Aves
7.5. Síndrome
7.5. Síndrome da
da Morte
Morte Súbita (SMS)
Súbita (SMS) Maristela Lovato
208
Outras Doenças
209
Doenças
das Aves
210
Outras Doenças
211
Doenças
das Aves
7.6.
7.6. Síndrome
Síndrome da
da Hipertensão Pulmonar (SHP)
Hipertensão Pulmonar
(SHP) Maristela Lovato
212
Outras Doenças
7.7.
7.7.Síndrome
Síndromeda
daMá
Má Absorção (SMA)
Absorção (SMA) Maristela Lovato
213
Doenças
das Aves
214
Outras Doenças
215
Doenças
das Aves
Em torno do 10° ao 15° dia de vida, atrofia da bursa de Fabricius devem ser
aparecem os primeiros sinais clínicos de analisados com cautela.
comprometimento do empenamento A doença é tipicamente reconhecida
(helicopter) e da pigmentação (pale birds). da 1ª à 6ª semana de vida dos frangos e
Durante esta fase, a heterogeneidade do se caracteriza por diminuição no
plantel é notada claramente e o crescimento, falta de pigmentação da
comprometimento da muda de penas pele, penas anormais, alimentos não
pode ser avaliado pela observação da digeridos nas fezes e relutância em andar
porcentagem de aves com penugens devido à artrite, tenosinovite e
amarelas na cabeça (yellow head). Em osteoporose. Diarreia não é comum na
muitos surtos de SMA, a não detecção de fase inicial. A taxa de mortalidade
aves “helicopter” deve ser considerada com geralmente é mais alta do que aquelas em
reserva, desde que este sinal clínico está plantéis não afetados, embora não se
diretamente relacionado à fragilidade das tenha um modelo demonstrado. Aves
penas e processo mecânico. Então, severamente afetadas não respondem à
galpões com lotação elevada de frangos, mudança na alimentação ou práticas de
bem como frangos amontoados, tem manejo.
uma maior tendência a adquirirem o
aspecto “helicopter”. Lesões
O comprometimento ósseo é um
fenômeno tardio (após 20 dias de idade),
consequente à falta de absorção de cálcio As lesões mais comuns descritas são
e fósforo. Geralmente, ela é notada sob a aumentos do proventrículo, o qual pode
forma de osteoporose, quebra da cabeça estar necrótico ou hemorrágico, e
do fêmur, osso borracha e fraturas enterite catarral. Em adição, pode
espontâneas nos quadros mais suaves de aparecer claudicação associada com
SMA. Nos casos mais graves, a artrite e osteoporose.
encefalomalácia e o raquitismo podem Ao isolar-se o reovírus de aves
ocorrer precocemente. demonstrando sinais de SMA, observa-se
Observou-se, em um caso de SMA, atrofia de bursa, necrose hepática e
a presença da conjuntivite, já inflamação do tendão gastrocnêmico.
anteriormente associada com o aumento Em aves infectadas na primeira
dos níveis de amônia no galpão. Nestes semana de vida, com um reovírus
casos, a congestão e o edema da terceira altamente patogênico, observam-se
pálpebra foram detectados em associação lesões incluindo artrite, osteoporose,
a um processo inflamatório da glândula hepatite, miocardite e pancreatite. Outras
de Harder. O comprometimento do lesões no trato digestivo incluem atrofia
desenvolvimento dos órgãos linfoides de moela, proventrículo e enterite, sendo
primários, timo e bursa tem sido notado descritas em aves velhas.
com grande frequência em aves cujo Nas lesões microscópicas é
desenvolvimento corporal foi deficiente. observado degeneração e necrose de
Este achado, já citado anteriormente, vilosidades intestinais. Durante o
justifica muitas vezes as complicações processo entérico, o intestino não
secundárias de natureza bacteriana. apresenta lesões relevantes, apenas
Assim sendo, a associação ou não da chama atenção o espessamento da
doença de Gumboro com os quadros de parede e seu conteúdo de cor amarelo-
216
Outras Doenças
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das Aves
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8.1. Intoxicações em Aves.......................................................................... 221
221
Doenças
das Aves
Figura 76: Efeitos tóxicos das principais fontes minerais utilizadas na alimentação das poedeiras e matrizes.
Adaptado de Café et al. 2010.
222
Toxicologia em Aves
223
Doenças
das Aves
224
Toxicologia em Aves
8.2.Intoxicação
8.2. Intoxicaçãopor
por Cloreto de Sódio
Maristela Lovato
Cloreto de Sódio Elisiane Rigão Pedroso
225
Doenças
das Aves
226
Toxicologia em Aves
8.3.
8.3. Toxicidade
Toxicidade dos
dos Minerais Maristela Lovato
Minerais Elisiane Rigão Pedroso
227
Doenças
das Aves
228
Toxicologia em Aves
229
Toxicologia em Aves
8.4. Intoxicação
8.4. Intoxicação por
por Medicamentos Maristela Lovato
Elisiane Rigão Pedroso
Medicamentos
respectivamente de 744mg/kg de
Antimicrobianos peso vivo a 1.868mg/kg). Aves
podem ter fatores de risco para
Os antimicrobianos com atividade expressão de toxicidade tais como a
antibacteriana são os mais utilizados na idade, acidose metabólica, depleção
de sódio e potássio, sepse,
avicultura. Antifúngicos tem menor
insuficiência renal ou associação
importância e antivirais não tem uso na
com drogas nefrotóxicas, doença
avicultura.
hepática ou enterites. A gentamicina
Os antibióticos β-lactâmicos podem
é menos tóxica que a neomicina e a
ser classificados em cinco grupos:
estreptomicina, mas dependendo da
penicilinas, cefalosporinas, inibi-
dores de β-lactamases, tienamicinas dose e tempo de uso por via
e monobactâmicos. Quanto à parenteral causa nefrotoxicidade.
toxicidade das penicilinas, tanto Por via oral pode causar
potássica como sódica, podem desequilíbrio da flora bacteriana. A
gentamicina é nefrotóxica para
causar desequilíbrio eletrolítico
pintinhos, avestruzes e emas.
quando ministradas em doses
elevadas ou em animais com O cloranfenicol pode causar anemia
cardiopatias, doença renal ou já aplásica, com depressão medular
com desequilíbrio eletrolítico. nos pintinhos. Só utilizado em
Pode ocorrer diarreia associada passeriformes.
Macrolídeos como tilosina,
à antibioticoterapia em vista da
alteração da flora bacteriana, espiramicina, eritromicina e
tilmicosina estão comercialmente
favorecimento da multiplicação ou
disponíveis no Brasil para uso na
seleção de bactérias ou
disbacteriose. As cefalosporinas avicultura. A eritromicina deve ser
apresentam os mesmos efeitos utilizada com restrições em animais
com sobrecarga hepática, podendo
colaterais e toxicidade já citados
para as penicilinas. apresentar um aumento da
Os aminoglicosídeos especialmente toxicidade ou de seus efeitos
a gentamicina, a canamicina, a farmacológicos porque é um
substrato e, ao mesmo tempo,
neomicina e a estreptomicina
inibidor da enzima P-450 do
possuem efeitos tóxicos para os
citocromo que frequentemente está
rins, fígado, baço, pulmões e ao
nível vestibular. envolvida na biotransformação de
PALERMO-NETO et al. drogas. Não há relatos de
(2005) descrevem que a utilização toxicidade da tilmicosina para aves.
parenteral de estreptomicina em Dentre os antibióticos peptídicos, a
galinhas, perus e pombos pode bacitracina de zinco e as
polimixinas E e B são muito tóxicos
causar a morte devido a depressão
quando utilizados por via parenteral
respiratória e vasomotora (DL50
e estão restritos para uso oral na
para pintos de 1 a 4 semanas
230
Toxicologia em Aves
231
Doenças
das Aves
232
Toxicologia em Aves
Anticoccidianos
Dose Máxima (IS) Efeitos tóxicos
Químicos
Amprólio 133 Sinais clínicos de deficiência de tiamina.
Retardo de 8% no ganho de peso;
Clorpidol 125
mortalidade de 55% do lote.
Diminuição no consumo de ração e ganho
Halofunginona 3
de peso.
Diminuição no ganho de peso; ataxia,
Nicarbazina 125 incoordenação e fraqueza; estresse calórico
no verão; proibido para poedeiras.
Retardo no ganho de peso.
Robenidina 36
Mortalidade de 60% do lote.
Crescimento deficiente e conversão elevada;
Zolaene sinais clínicos nervosos; rigidez de pescoço e
andar cambaleante.
Diminuição do ganho de peso; ataxia,
Lasalocida 125
anorexia e perda de peso.
Crescimento deficiente, sem mortalidade.
Manduramicina 5
Diminuição no consumo de ração e ganho
Monesina 125
de peso.
Diminuição no consumo de ração e ganho
Narasina 70
de peso.
Diminuição no consumo de ração e ganho
de peso; em perus, avestruzes e emas há
Salinomicina 70
ataxia, incoordenação motora, dificuldade
respiratória.
Diminuição no consumo de ração e ganho
Senduramicina 25 de peso
Problemas de empenamento.
Figura 80: Doses e efeitos tóxicos em frangos de corte dos principais anticoccidianos. Adaptado de Café et al. (2009).
233
Doenças
das Aves
8.5.Intoxicação
8.5. Intoxicaçãopor
por Defensivos Maristela Lovato
Elisiane Rigão Pedroso
Defensivos Agropecuários
Agropecuários
As doses letais, sinais clínicos e
Inseticidas lesões causadas pelos inseticidas mais
utilizados podem ser observadas na
figura 81.
A intoxicação por inseticidas pode
ser causada por aplicação direta, por
ingestão de compostos com alimento ou Herbicidas
forragens tratadas para o controle de
parasitas de plantas ou por exposição Utilizados no controle de plantas
acidental. nocivas, os herbicidas são compostos
Organoclorados: distúrbios nervosos, químicos desenvolvidos com alta
tremores, hiperexcitabilidade, ataxia e seletividade para plantas específicas e
convulsões, ascite, aumento de peso tem baixa toxicidade para animais. A
das vísceras, hemorragias e enterite maioria das intoxicações envolvendo
catarral, queda de postura, alteração herbicidas resultam da exposição a
na qualidade da casca do ovo, excessivas quantidades do produto ou
mortalidade embrionária. uso impróprio aliado ao menor cuidado.
Organofosforados: anorexia, hiper- Derivados de fenóis e cresóis:
motilidade gastrintestinal, arritmia dinoseb (DNBP), Dnoterb (DNTB); 2 -
cardíaca, contração da pupila e 4 - Dinifenol (DNP); 2 - 4 –Dinitroor-
brônquios, morte. tocresol. Existe uma grande quantidade
Carbamatos: teratogênico em de drogas herbicidas, todas elas com
embriões de galinhas, diminuição do potencial tóxico para as aves,
desempenho das aves. organoclorados, organofosforados e
Piretroides: relatada apenas em aves de carbamatos (figura 82).
estimação, com perda de apetite, Dentre os sinais clínicos mais
dilatação de pupila e morte. evidentes da maioria dos herbicidas estão
Toxafeno: Galinhas tem sido a anorexia, gastrite, febre, dispneia,
intoxicadas por imersão em emulsões diarreia, prostração, taquicardia,
a 0,1% e perus tem sido intoxicados convulsões e mortes súbitas (Frasier,
por pulverização com material a 2008).
0,5%.
Os inseticidas hidrocarbonetos
Rodenticidas
clorados são estimulantes gerais do SNC.
Em pássaros, os sinais clínicos da
intoxicação aguda por clordano são gorjear A maioria das drogas utilizadas
nervoso, colapso sobre os membros ou atualmente nos programas de controle de
lado, excitabilidade e exsudatos mucosos roedores são seguras e dificilmente
nas vias nasais. Os sinais clínicos da causam intoxicações nas aves.
intoxicação subaguda e crônica são Normalmente, os rodenticidas tem
queda de penas, desidratação e cianose sua apresentação na forma de iscas, que
da crista, perda de peso e parada na são colocadas estrategicamente em locais
produção de ovos (Frasier, 2008). longe das aves e próximos aos roedores,
234
Toxicologia em Aves
235
Doenças
das Aves
236
Toxicologia em Aves
8.6.Intoxicação
8.6. Intoxicaçãopor
por Desinfetantes Maristela Lovato
Elisiane Rigão Pedroso
Desinfetantes
A utilização de desinfetantes na são utilizados na desinfecção das
avicultura industrial faz parte dos superfícies. A concentração bactericida
programas de biossegurança das ideal é de 60 a 90% por volume de água
empresas avícolas, sendo que vários (Palermo-Neto et al., 2005).
compostos em diferentes diluições são Praticamente não há relatos de
utilizados com múltiplas finalidades, com toxicidade por álcoois visto que
o principal objetivo de prevenir o evaporam com facilidade em
aparecimento de doenças aumentando o temperatura ambiente. No entanto,
ganho de peso, diminuindo assim a diversos produtos com álcool possuem
conversão alimentar e o número de aves também baixas concentrações de outros
condenadas durante o abate. desinfetantes como a clorexidina que
Desinfetante: substância química permanecem ativos após a evaporação
que inibe ou mata microorganismos (não aumentando o efeito residual do
os esporos) presentes em superfícies ou produto.
objetos inanimados (Palermo-Neto et al.,
2005). Aldeídos
Utilizar as dosagens recomendadas
e fornecidas pelos fabricantes e tomar os
cuidados necessários para se evitar Na avicultura, o formaldeído e o
corrosão dos equipamentos assegurando glutaraldeído são os de maior
a saúde das aves e aplicadores, é importância, empregados como
imprescindível. Toda e qualquer desinfetantes como na esterilização de
substância química utilizada na avicultura equipamentos. Embora sejam bastante
deverá ser possível de rastreamento para eficazes, são irritantes e podem ser fatais
auxílio em caso de acidente e se ingeridos, inalados ou absorvidos pela
intoxicações, assim como em relação à pele. Além disso, o formaldeído é
manipulação e armazenagem das considerado um carcinógeno potencial,
substâncias para se evitar possíveis sendo pouco utilizado rotineiramente
contaminações de produtos avícolas por por ser bastante tóxico ao aplicador,
resíduos de substâncias químicas podendo deixar a pele de coloração
utilizadas na desinfecção. enegrecida.
O glutaraldeído é utilizado em
incubatórios na concentração de 2%
Álcoois sendo ativado em pH alcalino (8,0 a 8,5)
antes da aplicação. Já o formaldeído é
Os álcoois frequentemente um gás solúvel em água sendo
utilizados para a antissepsia e desinfecção encontrado disponível em solução de
são o álcool etílico (etanol) e o álcool 40% P/V em água (formalina a 100%).
isopropílico (isopropanol). Ambos são
liberados como desinfetantes para uso na Compostos fenólicos
produção de carne orgânica.
Não possuem atividade esporocida,
não recomendados para esterilização mas O fenol não é mais utilizado em
237
Doenças
das Aves
238
Toxicologia em Aves
8.7.
8.7.Intoxicações
Intoxicaçõespor
porGases
Gases Tóxicos Maristela Lovato
Elisiane Rigão Pedroso
Tóxicos
carbono (CO). C + O2 → CO2 / CO2 +
Amônia (NH 3) 2 CO.
Os níveis tóxicos de CO para
Esse gás é irritante para as mucosas galinhas são os seguintes: exposição a
do trato respiratório superior e olhos, 600 ppm durante 30 minutos causa sinais
podendo ser facilmente absorvido pelas de aflição nas aves; já a concentração de
2000-3600 ppm é letal em 1,5 a 2 horas
vias aéreas e conjuntivas. A severidade
de exposição.
das lesões provocadas depende da
O acúmulo do CO em ambientes
concentração do gás no ar e do grau de
avícolas mal ventilados pode ser letal
exposição.
Níveis de 40 ppm de amônia para aves. Os sinais clínicos são:
diminuem a capacidade de eliminação sonolência, respiração laboriosa,
bacteriana do sistema respiratório. A incoordenação, opistótomo, espasmos,
convulsão e morte. Entre os achados de
amônia interfere nos movimentos ciliares
necropsia que chamam a atenção está a
do epitélio da traqueia, chegando a
alteração da cor do sangue - tipo
destruí-los, e aumentam a atividade das
vermelho cereja. Além disso, pode-se
células caliciformes que produzem muco.
observar alteração da coloração da
O excesso de muco diminui os
movimentos ciliares e facilita a musculatura, dos pulmões e do timo, que
colonização de bactérias patogênicas. se apresentam cianóticos. Em aves
intoxicadas, a carboxihemoglobina pode
Além disso, a amônia diminui a atividade
funcional dos macrófagos, o que facilita ser medida no sangue.
ainda mais a infecção bacteriana.
Entre 50 e 100 ppm, foram Politetrafluoretileno (Teflon )
observados queda na produção, aumento
da secreção lacrimal, traqueíte catarral, O politetrafluoretileno - PTFE - é
queratoconjuntivite e fotofobia. um polímero sintético com a fórmula
empírica CF2CF22, utilizado como
Monóxido de carbono (CO) antiaderente de panelas. É relativamente
estável a temperaturas inferiores a 260°C;
entretanto, acima de 280°C, sofre
O monóxido de carbono é um gás
incolor e inodoro, que resulta da pirólise e libera, por degradação térmica,
combustão incompleta de materiais ricos diversos gases tóxicos aos quais os
em carbono. As fontes de intoxicação pássaros ornamentais são muito
são os sistemas de aquecimento das aves, sensíveis.
que, quando mal regulados ou mal Os pássaros comumente morrem
após 20 a 30 minutos de inalação dos
manejados (por exemplo, com seus
gases tóxicos. Os pulmões são os
filtros sujos), podem produzir uma
principais alvos da intoxicação.
combustão incompleta. Na presença do
ar, isso propicia a formação de CO2, que Geralmente provoca morte súbita, mas,
pode reagir com o carbono, dependendo do grau de exposição,
transformando-se em monóxido de produz sonolência, dispneia,
239
Doenças
das Aves
240
Toxicologia em Aves
8.8.
8.8.Intoxicações
Intoxicaçõespor Plantas
por Plantas Tóxicas
Tóxicas Maristela Lovato
Elisiane Rigão Pedroso
241
Doenças
das Aves
242
Toxicologia em Aves
243
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245
│A Anidrase 119; 124. Avian myeloblastosis virus 66.
Aningá-Pará 242. Avian orthoreovirus 37.
Absidia 135. Antibióticos β-lactâmicos 230. Avian sarcoma virus CT10 66.
Achorion gallinae 131. ANTU - alfanaftliltioureia Avibacterium 88; 93; 109;
Acido ciclopiazônico 117; 235. 110.
121. APEC - Avian Pathogenic Avibirnavirus 48.
Ácido fólico 187; 188; 231; Escherichia coli 91. Avipoxviroses 40.
244. Apramicina 92. Avipoxvirus 40.
Ácido nicotínico 182; 183. Arterosclerose 54. Avulavirus 54.
Ácido oxolínico 92. Arthropoda 172. Azaridina 242.
Ácido pantotênico 185; 186; Artrite viral 27; 31; 37; 38;
193. 39; 213.
Ácido ricinolênico 241. Ascaridia 164; 167; 170. │B
Aeromonas spp. 200. Ascaridia columbae 164.
Aflatoxinas 116; 117; 118; Ascaridia galli 164. Baccharis coridifolia 242.
119; 120; 121; 136; 1378. Ascaridiose 139; 164. Bananeira d'água 242.
Ágar 61; 64; 85; 88; 89; 94; Asclepiadina 241. Beauveria bassiana 173.
96; 100; 114; 201; 217. Asclepias curassavica 241. Benzimidazol 167.
Ágar batata dextrose 114. Aspergillus 113; 114; 115; Beribéri 180.
Ágar Czapek 114. 116; 117; 121; 125; 138; Biotina 39; 192; 193; 224.
Ágar MRS 114. 173. Birnaviridae 48.
Ágar Sabouraud dextrose A. flavus 113; 116. Blackhead 168.
114. Aspergillus fumigatus 114. Borreliose 73.
AGV2 - Avian gyrovirus 2 33. A. fumigatus 113; 115;. Bortedella avium 73.
Alcaloides 242. Aspergillus ochraceus 116. Botulismo 81; 82; 83; 110.
Alfanaftliltioureia 235. Aspergilose 22; 94; 105; 106; Bouba aviária 27; 40; 41;
Alphaherpesvirinae 51; 64. 108; 111; 113; 115; 124; 128; 172.
Alpharetrovirus 66. 205; 206. Brodifacum 235.
Alphitobius diaperinus 160; Auramine-fenol 156. Bronquite infecciosa das
172; 173; 175; 210. Avian avulavirus 54. galinhas 25; 26; 27; 43; 44;
Alta patogenidade (IAAP) Avian Carcinoma Mill Hill 45; 46; 57; 64.
62. virus 2 - 66. Brucellaceae 93.
Amoebotaenia sphenoides 167. Avian coronavirus 43. Burnyavirus 211.
Anelloviridae 33. Avian encephalomyelitis virus Bursina 22.
Anemia infecciosa das 58.
galinhas 33; 34; 35; 36; Avian gyrovirus 2 - 33, 76.
214. Avian leukosis virus 66.
Anfoterecina B 115. Avian metapneumovirus 70.
247
Doenças
das Aves
248
Índice remissivo
148; 149; 150; 151; 175; Flip overs 208. Histomoníase 139; 168; 169;
214. Fluconazol 129. 170; 171; 175.
E. mivati 142; 150; 151. Fluorquinolonas 90. Histoplasma capsulatum 132.
E. necatrix 142; 149; 150. Folacina 187. Histoplasmoses 111; 132.
E. praecox 142; 146; 150. Fosfato de oseltamivir 64. Homoxeno 143.
E. tenella 144; 146; 147; Fowlpox virus 40. Hymenolepsis carioca 167.
148; 149; 150; 151; 175. Fumonisinas 116; 117; 121;
E. truncata 146. 122; 123.
Eimeriidae 155. Funcho selvagem 241. │I
Eimeriose 91; 93; 141. Fusariotoxinas 116.
Encefalomalácia 187; 192; Fusarium 116; 117; 122; 123; Iltovirus 64.
216. 124; 136; 138. Imunidade adquirida 20; 23;
Encefalomielite aviária 27; F. crookwellense 124. 26; 144.
58. F. culmorum 124. Imunidade inata 19; 22; 23;
Enilconazole 115. F. graminearum 124. 30; 145.
Enrofloxacina 75; 92; 94. Índice de patogenicidade
Enterobacter agglomerans 200. intracerebral (IPIC) 56.
Enterobacteriaceae 91; 102. │G Infectious bursal disease virus
Enterocolite 155. (IBDV) 48.
Enterohepatite dos perus Gallid alphaherpesvirus 1 – 64. Influenza aviária 7; 57; 61;
168. Gallid alphaherpesvirus 2 – 51. 62; 94.
Entero-like-particle 213. Gallid alphaherpesvirus 3 – 51. Insecta 172.
Epidermophyton gallinae 131. Gammacoronavirus 43 Ipronidazole 170.
Epidermoptes bilobatus 162. Gamogonia 143. Isopropanol 237.
Eprinonectina 161. Gentamicina 90; 99; 230. Itraconazole 115, 129.
Eritromicina 90; 94; 97; 230; Giemsa 87; 88; 156. Ivermectina 161; 162; 167.
231; 232. Glândulas de Harder 19.
Erva de rato graúda 241. Glutaraldeído 237.
Erva-de-rato falsa 241. Gumboro 27; 34; 48; 50; 74;
Erva-do-diabo 242. │K
77; 95; 202; 216.
Escherichia coli 25; 91; 109; Gyrovirus 33, 76; 77.
110; 122; 158; 168; 173; Kinyoun 156.
200; 218. Klebsiella sp. 173.
E. coli 73; 91; 92; 95; 96; Knemidocoptes 160; 161.
98; 100; 101; 156; 213; │H Knemidocoptes gallinae 161.
214. Knemidocoptes mutans 160;
Espiramicina 97; 159; 230. Heidelberg 107; 109. 161.
Esporogonia 143. Helicopter 216.
Esporozoítos 141; 143, 155. Herpesvirales 51; 64.
Estreptomicina 83; 94; 230. Herpesviridae 51; 64. │L
Estricnina 235. Heterakiose 139; 165.
Heterakis 165; 166; 167; 168; Laringotraqueíte infecciosa
169; 170; 171. 46; 57; 64.
Heterakis gallinarum 165;
│F Lasolocida 153; 232.
168. Leucose aviária 34; 66; 68;
Heterorhabditis bacteriophora 69; 170.
Favus 131; 132. 173.
Febre dos papagaios 86. Levinthal-colles-lillie 86.
Hexaclorofeno 238. Lincospectin 92.
Fedegoso 241. Histomonas 168; 169.
Figueira do inferno 242. Listeria 25; 123; 124.
Histomonas meleagridis 168. Listeria monocytogenes 125.
Fitomicoses 135.
249
Doenças
das Aves
Paramyxoviridae 54.
│M │N Paratifo aviário 79; 107.
Parvovírus 217.
Macconkey 88; 89. Narasima 232. Pasteurella 74; 88; 89; 100;
Macrolídeos 230. Neomicina 99; 104; 230; 103; 109; 200.
Macrorhabdus ornithogaster 231. P. gallinarum 88; 109.
133; 134. Neuraminidase 54; 61; 73. P. haemolytica 88; 89.
Maduramicina 153; 154; Newcastle 7; 26; 27; 46; 54;
P. multocida 74; 88;
209; 232. 55; 56; 64; 73; 96; 100;
Mamona 241. 172; 214. 200.
Manjerioba 241. Niacina 145; 182; 183; 224. Pasteurella-like 100.
Mardivirus 51. Nidovirales 43. Pasteurelose 88; 106; 108.
Margaridinha 241. Nistatina 129; 134. Penicilinas 87; 230.
Mata-pasto 241. Nitrofuranos 151; 231. Penicillium 116; 117; 125.
Média patogenidade (IAMP) Novobiocina 90. Perose 187; 189; 193.
62. Peste aviária 54; 61.
Megabacterioses 133. Picornavirales 58.
Meleagrid alphaherpesvirus 1 – │O Picornaviridae 58.
51.
Pigeonpox virus 40.
Melia azedarach 242. Ocratoxina 116; 125; 126.
Melopsittacus undulatus 133. Pipped Embryos 97.
Onfalite 79; 91; 92; 98; Piretroides 234.
Meningite por fermento
130. 104; 105; 108; 201. Piridoxal fosfato 186.
Meningoencefalite 130. Organoclorados 234. Piridoxina; 186; 242; 244.
Merogonia 143. Organofosforados 163, Placas de Peyer 19; 22;
Metapneumovirose 70. 234. 24.
Metapneumovirus 70. Orinovirus 211. Pneumoencefalite das
Metarhizium anisopliae 173. Ornithobacterium aves 54.
Miconazol 115; 132. rhinotracheale 72; 100. Pneumoviridae 70.
Micoplamose 79; 95. Ornitobacteriose (ORT) Pneumovirose aviária 70;
Microsporum gallinae 131. 79; 100.
Mielocitomas 68. 72; 73.
Ornitose 86. Politetrafluoretileno 239.
Mio-mio 242.
Monensina 152; 153; 209; Orthomyxoviridae 61. Poxviridae 40.
232. Orthoreovirus 37. Praga aviária 61.
Monobactâmicos 230. Orthoretrovirinae 66. Praziquantel 167.
Monocrotalina 241. Ortofenilfenol 238. Proteus spp. 200.
Mononegavirales 54. Oxitetraciclina 97; 90; 97; Pseudomonas aeruginosa 122;
Monóxido de carbono 104; 151. 200.
(MO) 206; 222; 239. Ozônio 115. Psitacose 86.
Mortierella 135.
Pulorose 79; 102; 103;
Mucor 135.
Mucorales 135. 105; 106; 108.
│P
Mucormicose 135.
Mycoplasma sp. 39; 95.
M. iowae 95. Paecilomyces farinosus 173. │Q
M. meleagridis 95. Pale birds 216.
M. synoviae 95. Palicourea barbiflora 241. Quinolonas 94; 97; 99.
M. gallisepticum 95. Palma de cristo 241.
Mycoplasmataceae 95.
250
Índice remissivo
251
Doenças
das Aves
│W │X │Z
252
Doenças
das Aves