Você está na página 1de 13

COMO SALVAR

SEU FILHO DE UM
ENGASGO?
E SE ACONTECER
COM VOCÊ?
O simples ambiente em que a criança vive – a sua casa –
está cheio de oportunidades para causar um engasgo.
E normalmente ele acontece em um piscar de olhos, num
descuido rápido seu. E olha que você, mamãe, é toda
cautelosa e sempre tira de perto todos os objetos pequenos
que possam ser levados à boca da criança. Mas o que dizer
da tampinha de uma caneta que caiu no chão e ninguém
viu? Pronto, é o tempo de você olhar para o lado e seu filho
meter a tampinha na boca. E aí, o que fazer?
Você sabia que a maior causa de mortes de crianças de até
9 anos de idade está relacionada a acidentes domésticos? E
que um dos mais frequentes é o engasgo? Você sabe o que
fazer se seu filho se engasgar? A resposta parece simples,
mas acontece que há uma infinidade de fatores que podem
levar a criança a se engasgar e, acredite, você certamente
não saberá o que fazer. E mesmo que consiga salvar seu
filho do pior, se o socorro for demorado, ele poderá ficar
com sequelas irreversíveis.
Por isso é tão importante saber identificar um episódio
desses e, mais ainda, tomar as providências adequadas. O
problema é ainda maior quando a criança não consegue
chorar, tossir ou falar. A tradução disso é que as vias
aéreas estão totalmente fechadas e aí a bola está com você
para ajudá-la a voltar a respirar. Acredita que isso não vai
acontecer com sua família? Também esperamos que não.
Mas não custa estar preparada.
É MAIS COMUM DO
QUE VOCÊ PENSA!
O ato de se engasgar é corriqueiro e todo mundo passa por
isso, ainda que seja simplesmente tomando um copo d’água.
Mas, o problema é mais sério do que parece. Engasgar-se
significa, em termos médicos, a passagem de algo – sólido ou
líquido – da glote para a traqueia, deixando de percorrer o
canal normal do esôfago para seguir pelo tubo respiratório.
Como as vias respiratórias ficam obstruídas, dá vontade de
tossir pela sensação de sufocação.
Mas nem sempre se consegue expelir o alimento, ou líquido que
entrou de maneira indesejada e, se o engasgo continuar e se
tornar severa, a pessoa pode ter uma parada respiratória e vir
a óbito. E quando estamos falando de uma criança, o problema
é ainda mais sério, porque ela sequer saberá pedir ajuda.
Só para você ter uma ideia, não é apenas por inserir na boca
um objeto inapropriado que a criança pode se engasgar.
Até mesmo na hora da alimentação, da amamentação, os
cuidados precisam ser grandes. De acordo com especialistas,
no caso dos bebês, as causas mais frequentes de engasgos
são feijão, arroz e pedaços de fruta, como maçã, pera e uva.
Mas, calma, você não vai deixar de dar esses alimentos
ao seu filho, basta ter cautela e fica atento enquanto ele
come. E, no caso dos bebezinhos menores, vale amassar a
comidinha, nada que um acompanhamento de um pediatra
não ajude.
Outros objetos que mais causam os engasgos, segundo
pesquisas, são as peças pequenas que se desprendem dos
brinquedos. Fique muito atenta aos brinquedos que entram
na sua casa. É preciso verificar se as peças se soltam, como
os olhos do boneco ou a roda de um carrinho pequeno. Bolas
de gude, tampas de caneta, moedas, botões, balas, parafusos,
pilhas, baterias, ímãs são outros que constam no topo da
lista do que as crianças mais costumam colocar na boca
(no caso desses últimos o perigo é maior porque há ainda o
risco de intoxicação e perfuração intestinal).
O ENGASGO NA
HORA DA MAMADA
Até mesmo um bebezinho mamando pode se engasgar. E
isso não é tão raro assim. Mas também nem sempre é grave.
Normalmente os engasgos desse tipo são inofensivos, sem
trazer consequências graves para a saúde dos pequenos.
Se isso ocorrer com seu filho, deixe ele tossir, certamente
irá desengasgar sozinho. Mas como mãe é mãe – e nenhuma
ficará totalmente tranquila assistindo seu bebê se
engasgando, vão aqui algumas dicas para no momento que
isso acontecer durante a mamada.
Antes de tudo, observe a posição na qual você está
amamentando seu filho. Se a “pega” não estiver correta,
isso pode levar, sim, ao engasgo. Também ocorre de a
mãe ter leite demais e esse grande volume ser muito
para o que o bebê está esperando. Mas ninguém
aqui está achando ruim a mamãe ter leite em
excesso. Só fique mais atenta, porque quando
o leite sai mais facilmente, uma distração
ou erro de respiração durante a mamada
pode levar o filhote ao engasgo. Imagine
você tomando um copo d’água e virar
o copo de vez. Vai chegar água demais
à sua boca e, se estiver distraído,
certamente irá se engasgar. É a
mesma coisa com o bebê.
Ainda falando do momento
da mamada, se seu filho se
engasgar com frequência, aí é
bom procurar um pediatra
para que ele possa ajudar
a como proceder.
O QUE NÃO
FAZER?
Oferecer água
Muitas pessoas, na tentativa de ajudar a quem está com
dificuldade de respirar, oferece água. No entanto, isso pode

X
agravar ainda mais o problema. É necessário desobstruir a
passagem do ar, não o contrário.

Tentar retirar o objeto com a mão

X
Essa medida só é aconselhada caso o objeto esteja visível, ou
a ação poderá fazer com que ele adentre ainda mais o canal,
agravando a situação.
COMO SABER SE
SEU FILHO ESTÁ
ENGASGADO?
Quando há obstrução total das vias aéreas, seja quando a
criança está se alimentando ou por ter inserido um objeto na
boca, ela não vai conseguir explicar o que está acontecendo.
Nessa hora é importante que você saiba identificar o engasgo
para que possa proceder de maneira correta. Então observe
se isso está acontecendo:
• Esforço para respirar – perceba se seu filho tenta puxar
o ar e/ou dá sinais de fazer muito esforço para tentar
respirar.
• Pele azulada ou arroxeada – a má oxigenação do sangue,
provocada pela falta de ar, fará com que, cada vez mais, a
pele obtenha cor azulada.
• Ausência do movimento de entrada e saída de ar – colo-
que a mão próximo ao nariz e boca para certificar-se de
que não está havendo este movimento, não deixando de
observar um possível movimento do tórax e/ou abdomem.
• Eventual perda de consciência – a falta de ar pode levar à
perda momentânea das funções normais.
• Ruídos ou tentantiva de falar – a criança pode abrir a boca
sem emitir sons.
• Tossir ou apresentar ânsia de vômito é uma boa notícia.
Significa que as vias aéreas não estão bloqueadas por
completo. Nesse caso, deixe a criança tossir, assim estará
ajudando a desimpedir as vias.
O QUE FAZER NA
HORA DO ENGASGO?
Antes de qualquer outra providência, peça para alguém
acionar o serviço médico especializado – Samu (192) ou
Corpo de Bombeiros (193), para que possa auxiliar nos
primeiros socorros e, se for o caso, vir pessoalmente socorrer
a criança. Mas se vocês estão sozinhos e não tem ninguém
a quem possa pedir ajuda, tente desengasgar a criança por
dois minutos e então peça ajuda.

E de que
maneira
desengasgar
a criança?
Como desengasgar
um bebê?
Se estivermos falando de um bebê, fique atento ao
procedimento:
• Segure-o inclinado para a frente (observe a figura abaixo),
com o bebê de barriga para baixo, segurando-o de maneira
firme entre suas mãos e braços.

• É importante manter esta posição porque irá facilitar o


processo de desengasgo e evitar que a criança broncoas-
pire caso vomite durante as manobras.
• Dê até 5 palmadas entre as escápulas, com a parte hipo-
tenar de sua mão. Caso o bêbe não desengasgue, repita a
ação até obter êxito.
1
Verifique se o bebê vomitou ou expeliu o ob-
jeto que causou o engasgo. Se isso não acon-
teceu, repita a operação.

2
Você perceberá que o bebê desengasgou
quando ele começar a chorar.

3
Caso ele entre em parada cárdio-respirató-
ria, faça cinco compressões torácicas com
apenas dois dedos – o indicador e o médio - e
o reavalie. Caso o quadro continue, não pare
de realizar esta manobra até a chegada do
SAMU ou dos Bombeiros.
Como desengasgar
crianças de mais
de 1 ano?
Se seu filho já não é mais um bebê, o procedimento
não é o mesmo. No caso de engasgo de crianças aci-
ma de um ano de idade, você pode realizar a mano-
bra de Heimlich. Entenda os passos:
• Posicione a criança à sua frente e abrace-a em torno do
abdômen, estando você em pé ou de joelho.
• Com uma das mãos, segure o punho de sua outra mão e
faça compressões contra o abdômen, entre o fim do osso
esterno e o umbigo, na direção para dentro e para cima,
por cinco vezes. Lembre-se que as compressões devem ser
firmes, mas sem violência, para não machucar a criança.

• Ainda que o procedimento tenha obtido sucesso e a crian-


ça se desengasgue e pareça bem, se ela tiver perdido a
consciência, mesmo que rapidamente, leve-a ao hospital
para uma melhor análise clínica.
1
Se a criança deixar de respirar mesmo após
o desengasgo, de imediato inicie a manobra
de reanimação respiratória e peça urgente-
mente para alguém chamar o Samu ou Corpo
de Bombeiros, lembrando que os dez minutos
iniciais são fundamentais para a sobrevida
da criança.

2
Caso seja constatada a parada cárdiorrespi-
ratória, enquanto aguarda o socorro, come-
ce a fazer compressões torácicas como ma-
nobra de ressuscitação. Caso seja um leigo,
sem equipamento, o protocolo manda reali-
zar entre 100 a 120 compressões torácicas
por minuto.

3
Caso seu filho pareça estar engasgado mes-
mo sem ter colocado nada na boca, estando
respirando ainda que com dificuldade, leve-o
imediatamente ao hospital. Ele pode estar com
uma reação alérgica a algum alimento ou pica-
da de inseto, por exemplo. Ele também pode
ter broncoaspirado algum objeto ou líquido.
www.maenareal.com.br
maenareal

APOIO PEDAGÓGICO DA EQUIPE TREINANDOS, RONALDO ACIOLI, MAJOR RR/CBMPE

Você também pode gostar