Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Foram sobretudo os relatórios anuais dos diretores das escolas - condensados pelo
Ministério da Agricultura, Indústria e Comércio e, a partir de 1930, pelo Ministé-
rio da Educação e Saúde - que, mesmo na precariedade de seus dados, nos forne-
ceram os elementos necessários para uma avaliação do funcionamento das Escolas
de Aprendizes Artífices durante seus 33 anos de existência.
• Este artigo dá continuidade ao publicado pelo mesmo autor em Forum Educacional, 5 (4):
69· 77, out./dez. 1981, sobre As Escolas de Aprendizes Artrfices e suas fontes inspiradoras .
•• Mestre em educação pelo IESAE/FGV; professor no IESAE/FGV.
1 Os assuntos relativos ao ensino profissional estavam entre as atribuições desse novo minis-
tério, criado pelo Presidente Afonso Pena, que, através do Decreto nC? 1.606, de 29 de dezem-
bro de 1906, sancionou resolução do Congresso Nacional nesse sentido.
Nessa relação não consta o Rio Grande do Sul por já existir funcionando, na capi-
tal daquele estado, o Instituto Técnico Profissional da Escola de Engenharia de
Porto Alegre, mais tarde denominado Instituto Parobé. 3 Pelo Decreto n9 7.763 de
23 de dezembro de 1909 ficava entendido que "uma vez que em um estado da
República existia um estabelecimento do tipo dos de que trata o presente decreto
(Escolas de Aprendizes Artífices), custeado ou subvencionado pelo respectivo
estado, o Governo federal poderá deixar de instalar aí a Escola de Aprendizes
Artífices, auxiliando o estabelecimento estadual com uma subvenção igual à cota
destinada à instalação e custeio de cada escola".4
Esta relação mostra também que a Escola de Aprendizes Art ífices do Estado do
Rio de Janeiro não se localizou na Capital, mas em Campos, cidade natal de Nilo
Peçanha. Frente à recusa do Presidente do Estado do Rio de Janeiro, Oliveira
Botelho, em prestar o auxílio pedido para a instalação da escola, "a Câmara Muni·
cipal de Campos. , . pela Deliberação n<? 14, de 13 de outubro de 1909, resolvera
oferecer ao Governo federal o prédio necessário, que foi, afinal, aceito",S
Fonseca, Celso Sucko\lll da. História de ensino industrial no Brasil. Rio de Janeiro, Tip. da
Escola Técnica Nacional. 1961. v. 1, p. 169.
oInstituto Parobé era um dos seis institutos que, juntamente com outros estabelecimentos
de ensino, constituíam a Escola de Engenharia de Porto Alegre. Esse instituto tinha por finali·
dade "proporcionar, gratuitamente, aos meninos pobres e filhos de operários, uma educação
técnica e profissional capaz de habilitá·los a se tornarem operários e contramestres". O nome
Parobé dado ao instituto era uma homenagem ao professor João José Pereira Parobé, ex-dire·
tor da Escola de Engenharia de Porto Alegre e criador do ensino profissional técnico no Rio
Grande do Sul.
4 Decreto nC? 7.763, de 23 de dezembro de 1909, art. 17. Mais tarde, em 25 de outubro de
1911, o Decreto nC? 9.070 aplicava aquele dispositivo ao Instituto Parobé: "Fica mantido
como Escola de Aprendizes Artffices do Rio Grande do Sul o InStituto Técnico Profissional
da Escola de Engenharia de Porto Alegre, enquanto não for estabelecida a escola da União."
Esta escola nunca veio a existir.
Fonseca, Celso Sucko\lll da. op. cito p. 167. Em 1911, o Decreto nC? 9.070 prevê a criação
de uma escola de aprendizes artífices no Distrito Federal "logo que o Congresso habilite o
Governo com os meios necessários à sua instalação e manutenção". Em 1918 esse parágrafo
é transcrito para o novo Regulamento (Decreto nC? 13.064) - desta vez falando em escolas
(no plural) - e incorporado em 1926 pela Consolidação dos Dispositivos Concernentes às
Escolas de Aprendizes Art ífices. Na verdade nunca foram criadas Escolas de Aprendizes
Artífices no Distrito Federal.
60 Forum 3/82
Foi certamente essa exceção feita ao Estado do Rio de Janeiro que deu origem ao
§ 21? do art. 1'? do Decreto n'? 7.763, de 23 de dezembro de 1909 (alteração do
Decreto nl? 7.566, de 23 de setembro de 1909), que diz: "Quando na capital não
houver edifício que apresente as condições do parágrafo anterior,6 poderá o
Governo criar a escola em outro município, uma vez que a respectiva municipali-
dade lhe ofereça prédio apropriado."
Como parte integrante de cada Escola de Aprendizes Artífices foram criados dois
cursos noturnos 8 obrigatórios: um primário (para os analfabetos) e outro de
desenho ("para os alunos que carecem dessa disciplina para o exercício satisfatório
do ofício que aprenderem"). Mais tarde, a obrigatoriedade desses cursos se esten-
deu a todos os alunos: em 1911, o de desenho (pelo regulamento das escolas a que
se refere o Decreto nl? 9_070 de 25 de outubro de 1911) e, em 1918, o curso
primário (pelo regulamento aprovado pelo Decreto nl? 13.064 de 12 de junho de
1918), "obrigatório para todos os que não exibirem certificados de exame final
das escolas estaduais e municipais ... Quando o aluno já possuir alguns conheci-
mentos de qualquer dessas disciplinas, será admitido na classe correspondente ao
seu adiantamento" (art. 3'?).
6 Nesse parágrafo o decreto diz que "as escolas serão instaladas em edifícios pertencentes
à União existentes e disponrveis nos estados, ou em outros que pelos governos locais forem
cedidos permanentemente para o mesmo fim".
7 Decreto n9 7.763 de 23 de dezembro de 1909, art. 29.
8 Mais tarde, esses cursos passaram a funcionar durante o dia, reservando-se o turno da
noite para os cursos de aperfeiçoamento, criados pelo Decreto n9 13.064, de 12 de junho de
1918, e destinados aos operários que desejassem "completar seus conhecimentos". Ver item
4 deste texto.
2. O ensino de ofícios
9 Eram atribuições do novo ministério todos os assuntos relacionados à educação, até então
ligados ao Ministério da Agricultura, Indústria e Comércio. Em 1937, aquele ministério passou
a chamar-se Ministério da Educação e Saúde e as Escolas de Aprendizes Artrfices, liceus
Industriais.
'o Decreto n9 7.566, de 23 de setembro de 1909, art. 29.
" Decreto n9 9.070, de 25 de outubro de 1911.
'2 Decreto-lei n9 13.064, de 12 de junho de 1918.
62 Forum 3/82
segundo, para todos os alunos, excetuando-se aqueles que já possuíssem algum
conhecimento das disciplinas de que se compunham os dois cursos, os quais seriam
admitidos na classe correspondente ao seu adiantamento. 14
3? ano - fiação;
4? ano - tecelagem;
1? ano complementar - padronagem e tinturaria;
2? ano complementar - especialização.
64 Forum 3/82
Concluindo seu art. 2<;>, a consolidação determina que nenhuma oficina poderá
ser criada "sem que se adapte e obedeça" à seriação delineada na organização
acima transcrita. 15
15 O currículo geral, de que essa seriação é apenas um item (referente exclusivamente à apren-
dizagem de ofícios), é apresentado no art. 5Ç> da Consolidação, o qual será transcrito mais
adiante, neste texto.
16 Trata-se do Serviço de Remodelação do Ensino Profissional Técnico, a que já nos referimos
anteriormente_, Criado em 1920, sob a forma de comissão, pelo Ministro IIdefonso Simões
Lopes, por sugestão do Diretor de Indústria e Comércio, Araujo Castro, esse serviço tinha por
finalidade "examinar o funcionamento das escolas e propor medidas que remodelassem o
ensino profissional, tornando-o mais eficiente", Além dos programas de ensino que, pela sua
diversificação, estavam comprometendo a unidade das escolas, à remodelação cabia a cons-
trução de prédios escolares "adequados aos fins que se tinham em vista", a substituição dos
mestres de of(cio que, "na maioria, não se mostravam à altura da missão", bem como um
melhor aparelhamento das oficinas, Diante da inexistência no país de livros técnicos em por-
tuguês, para uso nas escolas profissionais, esse serviço incluiu, mais tarde, em seu programa, a
tarefa de elaborar compêndios relativos à tecnologia de ofícios, Tendo à frente o Engenheiro
João Luderitz, o Serviço de Remodelação se constituiu, a partir de 1921, de administradores e
mestres (ex-alunos) do Instituto Parobé da Escola de Engenharia de Porto Alegre, Extinto em
1930 pelo Governo Provisório, como veremos adiante, a remodelação deu lugar à Inspetoria
de Ensino Profissional Técnico, dependência do então recém-criado Ministério da Educação e
Saúde Pública, Cf, Fonseca, Celso Suckow da. op. cito p. 187-91,207 e segS.; sobre a criação e
as realizações do Serviço de Remodelação, cf. Luderitz, João. Relatório op. cito p. 143 e segs.
17 Luderitz, João, op. cito p. 143-4.
Para João Luderitz, esse programa educativo fixado pelo regulamento então em
vigor (refere-se ao de 1918) conferia excessiva liberdade aos diretores das escolas,
deixando ao seu livre arbítrio "mandar lecionar o que lhes parecesse conveniente e
dar as aprendizagens de oficinas que supusessem adaptadas ao fim intentado", E
explica :
"Se os diretores tivessem sido, todos, homens de longa prática em questões de en-
sino e administração de oficinas, se fossem eles mesmos professores e técnicos,
compreender-se-ia a liberdade que lhes confere o regulamento, Mas infelizmente as
coisas não se passaram deste modo_ Com raras e honrosíssimas exceções, esses
administradores não eram profissionais e não entendiam e não queriam entender
do movimento industrial de uma oficina e muito menos procuravam utilizar as
aprendizagens práticas dos oUcios, quanto ao seu valor educativo (o que aliás é o
problema mais complexo que pode ter a enfrentar um diretor de escola profis-
sional, pois requer prática pessoal de tecnologia, de desenho industrial e dos pro-
cessos de fabricação)",19
Para Luderitz, pois, a excessiva liberdade que o programa educativo das escolas
conferia a diretores e mestres despreparados 2 o foi responsável pelo mal funciona-
mento das escolas, tornando-se simples "escolas primárias, em que se fazia alguma
aprendizagem de trabalhos manuais e onde, havendo alunos dedicados e capricho-
sos, tinha-se podido conseguir, à force de faire e muito boa vontade, adestrar
alguns operários", 21
Foi, certamente, com base nesse diagnóstico, que o Serviço de Remodelação, diri-
gido por João Luderitz, havia apresentado, em 1923, ao ministro da Agricultura,
Indústria e Comércio, .0 Projeto de Regulamento do Ensino Profissional Técnico,
que tinha como um dos principais objetivos oficializar uma proposta curricular
baseada num "critério novo na maneira de fazer a aprendizagem dos ofícios",
66 Forum 3/82
Essa proposta - que já vinha sendo posta em prática desde 1920 pelo Serviço de
Remodelação, "à medida que as instalações das oficinas permitiam" - consistia
basicamente no seguinte:
22 Cf. Projeto de Regulamento do Ensino Profissional Tflcnico. TItulo 111, capo 1. In: Luderitz,
João. Relatório. op. cito t. 3, capo 1, p. 265-9. Esse projeto inclu ra ainda outras medidas de
grande alcance, tais como a "industrialização" das escolas (como motivação para a aprendi-
zagem), a criação nelas de seções de interesse feminino, novas bases para a formação de profes-
sores, mestres e contramestres, bem como a criação de uma Inspetoria do Ensino Técnico Pro-
fissional, "6rgão central destinado a dar estrutura uniforme a todas as escolas e mant&-Ias
fiscalizadas e articuladas". Esse 6rgfo s6 foi criado mais tarde, pelo Decreto n9 19.560, de 5
de janeiro de 1931, art. 96, ai rnea li, em substituição ao Serviço de Remodelação do Ensino
Profissional Técnico, extinto pelo Governo Provisbrio em 1930. Como dependência do Minis-
tério da Educação e Saúde Pública, foi essa inspetoria regulamentada no mesmo ano de sua
criação pelo Decreto n9 21.353. Sua atribuição principal era "a direção, orientação e fiscali-
zação de todos os serviços relativos ao ensino profissional técnico" (Escolas Aprendizes Artí·
fices e demais estabelecimentos ou instituições que recebessem subvenção, prêmio ou auxnio
do Gollerno federal por ministrarem ensino profissional I. A direção da Inspetoria foi entregue
ao Eng9 Francisco Montojos, que continuou no cargo mesmo após a transformação da inspe-
toria em Superintendência do Ensino Profissional, em 1934 (Decreto n9 24.558 de 3 de
julhol. Mais tarde, em 1937, com a extinção da superintendência, cujos encargos passaram
para a Divisfo do Ensino Industrial (Lei n9 378 de 13 de janeiro), Montojos passou a diretor
do Ensino Industrial.
Número de oficinas nas Escolas de Aprendizes Art{fices, segundo especialidades - 1912, 1916, 1922, 1926
Pintu-
Mar- Car- Fu- Me- Sa- Enca- Ouri- Ele- Mo-
Fer- Serra- Fun- Sela- Alfaia- Torne- Escul- ra de-
Ano cena- pin- nila- câni- pata- derna- vesa- trici- dela- Metais
raria Iheria dição ria taria aria tura cora-
ria taria ria ca ria ção ria dade gem
tiva
~~
1912 16 6 8 6 4 3 16 3 14 4 3 2 2
1916 16 5 8 8 2 3 3 17 4 17 4 3 2
1922 17 7 10 7 2 3 3 15 4 17 5
1926 17 7 8 11 2 4 3 15 3 17 6
23 Esta última cláusula (permisslo para o aluno fazer o curso em até seis anos' s6 aparece em
1918 (regulamento a que se refere o Decreto n913.064 de 12 de junho de 1918', nada cons-
tando sobre o assunto nas Instruções de 1909 (Decreto n9 7.763', nem no Regulamento de
1911 (Decreton99.0701.
24 Cf. Consolidação, cito art. 49 e 59. Essa discriminação quanto ao número de horas para as
aulas nas oficinas já havia aparecido com igual formulação no Regulamento de 1911. As ins-
truções de 1909 determinavam que "o aprendizado das oficinas será de três horas por dia".
2S Ibid. art. 59. Essa prerrogativa concedida ao diretor da escola (marcar o ano letivo e orga-
nizar o horário das aulas e oficinas' já constava do Regulamento de 1911, porém sob a con-
dição de "submeter o seu ato à aprovaçfo do ministro". No de 1918, a aprovaçlo compete ao
diretor.geral de Indústria e Comércio. Nas Instruções de 1909, o art. 17 diz apenas o seguinte:
"O ano escolar abrangerá o espaço de 10 meses, marcados pelo diretor da escola, de acordo
com as condições climatéricas do Estado".
26 Estas normas já constavam dos regulamentos anteriores.
27 Consolidação. cito ano 23.
Uma outra medida nova e de grande alcance trazida pela Consolidação dos Dispo-
sitivos Concernentes às Escolas de Aprendizes Artrfices foi a "industrialização"
das escolas. 3 1 Apresentada pela primeira vez 32 pelo Projeto de Regulamento do
Ensino Profissional Técnico (que a incluía entre os seus principais itens), a tese da
"industrialização" das escolas aparecia agora como uma vitória dos que a«jefen-
diam como motivação para a aprendizagem (aprender fazendo trabalhos de utili-
dade imediata) contra os que a combatiam alegando a difícil conciliação entre a
aprendizagem e a produção, pois esta acabaria por se impor àquela, o que detur-
paria a finalidade das escolas, e as indústrias sofreriam uma concorrência feita em
desigualdade de condições. Já para João Luderitz - que considerava a "industriali-
70 Forum 3/82
zação" das aprendizagens escolares como um dos três pontos básicos na reforma
33
do ensino profissional técnico - eram duas as razões pelas quais se justificava
que a produção das oficinas das Escolas de Aprendizes Artífices devesse ser vendá-
vel, "como produto de comércio, bem acabado e barato", Assim se expressa ele
em 1924:
", _ , a primeira (razão) é de natureza técnica, visto não ser possível que um aluno
art{fice, nem tampouco artista, aprenda a arte ou o ofício, sem nele praticar, tal
qual como dele se va i exigir na concorrência da vida real, isto é, fazendo obra
perfeita, no mínimo tempo possível; sem tal adestramento sairia da escola um
simples curioso e nunca um aspirante a profissional; a segunda, é de ordem econô-
mica, por não se poder exigir nas atuais condições de dificuldade de vida, que tem
de enfrentar o pobre e mesmo o remediado, não se poder, dizia-se, exigir que os
pais consintam aos filhos permanecerem na escola além dos 12 anos; com esta
idade não se tendo a felicidade de fazer do filho um doutor, mandando-o para os
cursos secundários, de humanidades, exige-se dele que comece a ganhar a vida,
empregando-se, alguns mesmo em misteres subalternos" _34
33 Os outros dois pontos eram "o regulamento adequado" e recursos orçamentários para
melhorar as instalações.
34 Luderitz, João. Relatório. op. cito p. 174.
35 Id., ibid., Luderitz tenta mostrar aqui as vantagens da "industrialização" das escolas
sobre o regime das "Associações Cooperativas e de mutualidade, entre os alunos das Escolas
de Aprendizes Artffices", criadas pela Portaria de 7 de agosto de 1912, organizadas de acordo
com o art. 27 do Regulampnto Pedro Toledo aprovado pelo Decreto nÇ> 9.070, de 25 de outu-
bro de 1911. Organizadas pelos diretores das escolas, as associações cooperativas e de mutuali-
dade tinham como finalidade "promover e auxiliar todas as medidas tendentes a facilitar a
produção das oficinas e aumentar-lhes a renda, sem prejuízo do ensino", bem como melhorar
os trabalhos executados, socorrer os sócios nos casos de acidentes e moléstias, até seis meses
em cada ano; desenvolver o sentimento de solidariedade entre os alunos e prover as despesas
de enterro de sócios; no final do curso, entregar aos sócios um pecúlio em dinheiro, não exce-
dente de 50% das contribuições feitas, além das ferramentas indispensáveis ao desempenho do
ofício. Os fundos da associação eram constituídos, dentre outras contribuições, pelas diárias
dos alunos do 1Ç> e 2Çl anos (os alunos de 3Ç> e 4Ç> anos, que percebiam diárias maiores, não
eram obrigados a contribuir para a caixa de mutualidade), pela percentagem de 5% sobre a
renda I íquida das oficinas e por aux (lios governamentais. Cf. Instruções, aprovada pela Porta-
ria de 7 de agosto de 1912. Mais tarde, o Congresso suspendeu as dotações previstas pelo regu-
lamento das caixas de mutualidade, alegando falta de verbas, o que é interpretado por
Luderitz como coibição ao "abuso havido com as diárias aos alunos ... " (id" ibid.l.
72 Forum 3/82
fazer alguma coisa no ofício, cuja aprendizagem apenas esboçaram", provindo isso
da "conhecida falta de meios da maioria dos rapazes que procuram esses educan-
dários, cujos pais precisam deles para o sustento do lar". E acrescenta Montojos:
n. _ • é óbvio que estes últimos (os aprendizes) não irão procurar, fora, ganho que
Ao lado das oficinas, o ensino de letras e desenho era parte essencial da estrutura
das Escolas de Aprendizes Artífices, "destinadas ao ensino profissional primário e
gratuito". As instruções a que se refere o Decreto n?7.763, de 23 de dezembro de
1909 estabeleciam que o ensino dessas escolas, que seria de quatro anos, compre-
enderia: o aprendizado de oficinas, o curso primário e o de desenho. 41
a) uma vez por mês, explicações sobre a constituição política do Brasil, tornando-a
bem conhecida dos alunos, assim como os mais salientes propagandistas da Repú-
blica, e aqueles que mais contribuíram para a sua proclamação; b) nos dias de festa
nacional, preleções sobre os acontecimentos neles comemorados; c) sempre que
houvesse oportunidade, notícias biográficas dos grandes homens do Brasil, sobre-
tudo dos que se celebrizaram na agricultura, indústria e no comércio. 44
Leitura e escrita 8
Caligrafia 2
74 Forum 3/82
Contas 6
Lição de coisas 2
Desenho e trabalhos manuais 15
Ginástica e canto 3
Total 36
Português 3
Aritmética 3
Geometria 3
Geografia e história pátria 2
Lição de coisas 2
Caligrafia 2
Instrução moral e cívica 1
Desenho ornamental e de escala 8
Aprendizagem nas oficinas 18
Total 42
Português 3
Aritmética 3
Geometria 3
Rendimentos de física 2
Instrução moral e cívica 1
Desenho ornamental e de escala 6
Desenho industrial e tecnologia 6
Aprendizagem nas oficinas 24
Total 48
76 Forum 3/82
4. Cursos noturnos de aperfeiçoamento
Uma das novidades trazidas para as Escolas de Aprendizes Artífices pelo regula-
mento de 1918 53 foi a criação dos cursos noturnos de aperfeiçoamento, "permi-
tindo assim que os operários completem seus conhecimentos, de maneira a pode-
rem auferir maiores resultados do seu trabalho. Releva, aliás, salientar que a matrí-
cula na'o ficou restrita aos operários. Antes, tendo sempre em vista a vantagem do
alargamento da campanha contra o analfabetismo, faculta ainda o ingresso a todos
aqueles que o desejarem, uma vez por estes atingida a idade de 16 anos. Dessa
maneira, quem por excesso de idade encontrar fechadas as portas dos cursos
diurnos nem por isso ficará privado dos meios de aperfeiçoar suas aptidões artísti-
cas deparando-se-Ihe, para tanto, os cursos noturnos, organizados a bem dizer,
como útil complemento dos primeiros",5 4
Criados pelo novo regulamento, no seu art. 43, os dois cursos noturnos de aperfei-
çoamento (primário e de desenho) eram "destinados principalmente a ministrar
aos operários conhecimentos que concorram para torná-los mais aptos nos seus
of(cios". S S
Para esses dois cursos de apenas duas horas diárias, nem o regulamento nem a
Consolidaça'o apresentavam um currículo escolar especial. Remetia sobre o assun-
to, a seu art. 23 que autorizava os professores e mestres de oficina a elaborar os
programas a serem adotados provisoriamente pelo diretor e que deveriam ser
submetidos à aprovação do ministro. A cargo do diretor, a organização do horário
dependeria, para seu funcionamento, da aprovação da Diretoria-Geral de Indústria
e Comércio.
5. Corpo docente
Constitu ído por professores e mestres de oficina, o corpo docente das Escolas de
Aprendizes Artífices foi alvo de insistentes e rigorosas críticas por parte do Servi-
ço de Remodelação do Ensino Profissional Técnico (1920-19301. Segundo
Suckow da Fonseca, os professores vindos dos quadros do ensino primário não
traziam a mínima idéia do que necessitariam lecionar no ensino profissional. E "os
mestres viriam das fábricas ou oficinas e seriam homens sem a necessária base
teórica, com capacidade apenas de transmitir a seus discípulos os conhecimentos
empíricos que traziam".s 6 A gravidade da situação do professorado e da mes-
trança levou o regulamento de 1911 a exigir para os cursos primários e de desenho
professores de "comprovada competência", assim como permitir o contrato, no
país ou no estrangeiro, de "profissionais de reconhecida competência para dirigi-
rem as oficinas".s 7 Em 1918, o Regulamento Pereira Lima ratifica essas exigên-
cias e acrescenta que o provimento dos cargos de professores e adjuntos de profes-
sores e de mestres e contramestres seja feito mediante concurso de provas práticas,
presididas pelo diretor da escola e de acordo com as instruções que para tal fim
forem expedidas:'S 8
78 Forum 3182
exceção, em algumas escolas o ensino dado no curso primário e no de desenho era
de boa qualidade, lamenta a má orientação dos professores, "devido a excessiva
liberdade do regulamento, que nada fixa e nada diz sobre matérias e modo de
lecioná-Ias" _6o
Para João Luderitz tal diagnóstico sobre o corpo docente das Escolas de Aprendi-
zes Art(fices pedia providências urgentes ao recém-criado Serviço de Remode-
lação.64 Daí que, a partir de 1920, foram contratados anualmente turmas de
mestres e contramestres formados em estabelecimentos nacionais de educação
técnica, para reforçar a mestrança das escolas, além de profissionais brasileiros
que, tendo feito especialização no estrangeiro por conta do Ministério, passaram a
dedicar "seus melhores esforços na reforma deste importante departamento de
ensino do Governo federal".6s
60 Id., ibid.
61 Órgão que substituiu, em 1931 (Decreto n9 19.560, de 5 de janeiro de 1931, art. 96,
al(nea 11), o Serviço de Remodelação do Ensino Profissional Técnico.
62 Montojos, Francisco. op. cito p. 21.
63 Id., ibid.
64 Francisco Montojos parece insinuar que a incompetência técnica do corpo docente das
escolas foi, entre outros, um dos prinCipais motivos que levou o ministro da Agricultura,
Indústria e Comércio, Simões Lopes, ao "feliz empreendimento", a criação do Serviço de
Remodelação, com o objetivo de corrigir os males existentes e "dar vida efetiva às escolas":
"Estudada a situação, uma das primeiras medidas tomadas foi a de contratar engenheiros para
inspecionarem e mesmo dirigirem, quando necessário, algumas escolas, além de mestres para as
oficinas respectivas - técnicos em trabalhos de madeira ou de metal, de artes decorativas, grã-
ficas etc. O que deu, logo, os melhores resultados" (op. cit.1.
6S Luderitz, João. op. cito p. 228.
português;
aritmética prática;
80 Forum 3/82
geografia (especialmente do Brasil);
noções de história do Brasil;
instrução moral e c(vica;
caligrafia (para os candidatos do curso primário);
geometria prática (para os candidatos do curso de desenho).69
B) O exame de que trata o item acima começaria pela parte oral (as quatro pri-
meiras disciplinas). seguindo-se a escrita (ditado e resolução de três questões de
aritmética prática que se relacionassem com os trabalhos da oficina e se prestassem
para o levantamento de uma conta, balancete etc.) e, por fim, a prova gráfica (de
desenho).
Além de uma ata (lavrada em duas vias e assinada por todos os membros da
comissão) que registraria o julgamento (secreto) do concurso, o diretor da escola
enviaria à Diretoria-Geral de Indústria e Comércio as petições dos concorrentes,
com os competentes documentos. _. as provas escritas prático-gráficas e ul'Tlil
informação reservada sobre o merecimento e moralidade de cada concorrente. 7 o
71 O corpo administrativo das Escolas de Aprendizes Artífices teve sempre a mesma compo-
sição: um diretor, um escriturário e um porteiro-almoxarife.
72 Luderitz, João. op. cito p. 235-8. Esse projeto, como vimos anteriormente, não chegou a
ser aprovado.
73 Id., ibid.
82 Farum 3/82
nunca se haviam dedicado, carência que não poderia suprir a boa vontade de
alguns",75
De nomeação por decreto,76 o cargo de diretor das escolas passou a ser preenchi-
do, a partir de 1918, através de "concurso de documentos de idoneidade moral e
técnica" ,77 promovido pela Diretoria-Geral de Indústria e Comércio, Trinta dias
depois de verificada a vaga, o diretor-geral daquele órgão deveria apresentar ao
ministro a lista contendo os nomes dos três candidatos que lhe parecessem mais
aptos, a fim de ser feita a escolha, n E o regulamento que tomava a medida acima
autorizava, ao mesmo tempo, o Governo, "quando for conveniente ao serviço", a
contratar profissionais estrangeiros para dirigir as oficinas,
7 5 Id, ibid. Diagnóstico semelhante sobre os diretores das escolas já havia feito João Luderitz
alguns anos antes - como vimos anteriormente - pouco depois de assumir a chefia do Serviço
de Remodelação.
76 Ver os Regulamentos de 1909 e 1911.
77 Segundo Celso Suckow da Fonseca, era a primeira vez que a legislação federal consignava
uma exigência nesse sentido. Para o ministro Pereira Lima, a nomeação por concurso de
professores e diretores dos nossos estabelecimentos de ensino profissional, era a forma pela
qual seriam apuradas as "idoneidades legItimas", conferindo-se ao desempenho desses cargos a
"importância que nãO podem deixar de ter, em vista de seu fim educativo" (Exposição de
motivos do Decreto n9 13.064, de 12 de junho de 19181.
78 Decreto n9 13.064, de 12 de junho de 1918, art. 18.
79 Ibid. arts. 1 e 2.
80 Consolidação ... cito art. 12, §§ 9 e 10.
81 Lei n9 378, de 13 de janeiro de 1937. Esta lei no seu art. 37 transforma a Escola Normal
de Artes e OHcios Venceslau Brás e as Escolas de Aprendizes Artffices em liceus, destinados
ao ensino profissional, de todos os ramos e graus.
82 A contratação do escriturário (com funções próprias e eventual substituto do diretor) e do
porteiro-almoxarife sempre foram feitas uma por decreto e a outra por nomeação do diretor
e confirmação do Ministro.
S 3 Cf. Instruções ... cito art. 24.
84 Decreto n9 13.064, de 12 de junho de 1918, art. 40.
8S Consolidação ... cito art. 38.
84 Forum 3/82
Esse serviço de intermediação parece ter inspirado a criação, em 1931, da Inspeto-
ria do Ensino Profissional Técnico,86 como dependência do Ministério da Edu-
cação e Saúde Pública, então recém-criado, do qual passaram a fazer parte inte-
grante as Escolas de Aprendizes Artl'fices, até então sob a jurisdição do Ministério
da Agricultura, Indústria e Comércio.
Essa organização voltou a ser alterada em 1942, com a promulgação da lei Orgâ-
nica do Ensino Industrial.
86 Decreto n!' 19.560, de 5de janeiro de 1931, art. 96, alínea 11.
87 Decreto n!' 24.558, de 3 de julho de 1934. Este decreto, entre outras coisas, previa: a) uma
expansão gradativa do ensino industrial, com anexação às escolas existentes de seções de espe-
cialização, de acordo com as indústrias regionais; b) a criação de novas escolas industriais
federais; c) o reconhecimento oficial das instituições congêneres estaduais, municipai~ e parti-
culares, desde que adotassem a organização didática e o regime das escolas federais e se subme-
tessem à fiscalização da superintendência.
88 Lei nÇ> 378, de 13 de janeiro de 1937.
89 Francisco Montojos passa, então, de superintendente a diretor do ensino industrial.
90 Decreto nÇ> 1.800, de 11 de agosto de 1917. Inaugurada apenas em 1918 (9 de novembro)
teve a escola o seu primeiro regulamento dois dias antes, 7 de novembro de 1918. O inicio do
seu funcionamento, entretanto, só se deu a 11 de agosto de 1919, "assim mesmo sem as ofici-
nas, postas a trabalhar no ano seguinte" (cf. Fonseca, Celso Suckow da. op. cito p. 5251.
91 Regulamento da Escola Venceslau Brás. Decreto n!' 1.283 (municipal) de 7 de novembro
de 1918, art. 1Ç>.
Pouco tempo depois de sua inauguração, entretanto, por um acordo firmado entre
a União e a Prefeitura do Distrito Federal,93 a Escola passou para a jurisdição do
Ministério da Agricultura, Indústria e Comércio, com o caráter que tinha e com o
objetivo de servir para tal fim, na formação de mestrança das escolas de educação
94
industrial técnica do mesmo ministério.
A idéia da criação de uma escola normal de artes e ofícios, em âmbito federal, que
tivesse por finalidade a formação de professores para o ensino industrial, vinha
sendo alimentada, desde datas anteriores, por muitos daqueles que se preocupa-
vam com a formação do operariado nacional, sobretudo a partir das dificuldades
encontradas para compor o corpo docente das Escolas de Aprendizes Artífices.
Em seu Manifesto de 1914, teria dito Venceslau Brás, ao falar sobre as escolas
profissionais: "Funde a União pelo menos um instituto que se constitua um vi-
veiro de professores para as novas escolas a que me referi",
86 Forum 3182
A Escola Venceslau Brás teve, até seu fechamento em 11 de junho de 1937,96 um
regulamento e dois regimentos internos. 9 7 O primeiro regimento interno, cuja
elaboração foi da iniciativa do Engenheiro C.A. Barbosa de Oliveira (então diretor
interino). teve por finalidade esclarecer as dúvidas suscitadas pelo regulamento em
vigor e "estabelecer as normas adequadas de um bom funcionamento, em condi-
ções de se poder de fato ministrar a educação industrial, adaptadas, porém, às
exigências do antigo estatuto escolar, ainda não-revogado".98
a) de trabalhos de madeira;
b) de trabalhos de metal e
c) de mecânica e eletricidade para o sexo masculino;
d) de economia doméstica;
e) de costuras e
f) de chapéus para o sexo feminino;
g) de artes decorativas e
h) de atividades comerciais para ambos os sexos.' o,
96 Quando começou a ser demolida para, no local, ser construída a Escola Técnica Nacional,
atual Centro Federal de Educação Técnica.
97 O regulamento municipal (já citado) foi baixado pelo Decreto n9 1.283, de 7 de novembro
de 1918; o primeiro regimento interno (federal!, aprovado, em 19 de julho de 1924, pelo
Ministro da Agricultura, Indústria e Comércio, Miguel Calmon du Pin e Almeida; e o segundo
regimento interno, de 30 de agosto de 1926, aprovado pelo mesmo ministro.
98 Luderitz, Joa"o. op. cito p. 208. Apesar de ter alterado substancialmente o regulamento
existente, o regimento interno não tornou este sem efeito. A esperança de Luderitz e de sua
equipe era a de que a remodelação completa da regulamentação da Escola Venceslau Brás,
considerada inadequada, fosse inclulda na reforma do ensino profiSSional técnico, ao Minis-
tério da Agricultura, Indústria e Comércio, cujo projeto, apresentado em 1923, não conse-
guiu, entretanto, aprovação.
99 Regimento Interno da Escola Normal de Artes e Oficios Venceslau Brás, 1924, art. 19.
100 Exclusivamente masculina até 1921, a escola se tornou mista pelo Aviso n9 163 de 28 de
outubro de 1921, do ministro da Agricultura que autorizava o diretor a criar uma seção de
prendas e economia doméstica, destinada a alunos do sexo feminino. No mês seguinte, come-
çavam a funcionar as oficinas de bordadGs, costura e flores artificiais.
101 Regimento Interno da Escola Normal de Artes e Ofícios Venceslau Brás, art. 29.
Constiturda dos professores adjuntos (sem a participação dos mestres das ofici-
nasl. e presidida pelo diretor, a Congregação da Escola tinha como atribuição:
estudar, discutir e aprovar os programas de ensino das cadeiras e oficinas; determi-
nar a orientação e a metodologia no ensino; eleger as comissões examinadoras dos
concursos; votar a classificação dos candidatos ao professorado na escola; eleger as
comissões de exame e de redação da revista escolar.
88 Forum 3/82
ministro, ... admitir e dispensar livremente o pessoal subalterno; aplicar ao pessoal
docente, administrativo e discente as penalidades que forem de sua alçada".! 03
90 Farum 3182
Tabela 2
Matdculas Diplomados
Anos
Sexo Sexo Sexo Sexo
Total Total
Masculino Feminino Masculino Feminino
1919 60 62 122
1920 69 106 175
1921 67 154 221
1922 60 200 260
1923 24 196 220 7 10 17
1924 26 204 230 15 15
1925 23 166 189 2 22 24
1926 42 215 257
1027 49 256 305 2 3 5
1928 72 276 348 16 16
1929 105 343 448 2 23 25
1930 148 311 459 1 27 28
1931 119 257 376 4 19 23
1932 116 267 383 13 59 72
1933 120 228 348 7 15 22
1934 94 213 307 9 46 55
1935 76 164 240 12 49 61
1936 81 123 204 13 5 18
1937 59 140 199
Fonte: Fonseca, C. Suckow. História do ensino industrial no Brasil. Rio de Janeiro, Tipogra-
fia da Escola Técnica Nacional, 1961. v. 1, p. 600.
r_.3
Distribuição anual das matrículas nas Escolas de Aprendizes Artífices, segundo unKJades da Federação
1910 a 1942
:s:
Anos
1910
1911
AM
33
70
PA
20
95
MA
74
104
PI
51
83
eE
105
82
RN
100
83
P8
117
134
PE
120
125
AL
70
151
SE
120
120
8A
45
68
ES
133
RJ
191
166 273
SP
135
PR
190
120 293
se
51
130
MG
32
60
GO
33
68
MT Total
87 1.707
84 2.225
1912 43 107 103 85 81 83 134 125 150 120 70 166 282 113 293 130 60 83 87 2.215
1913 57 87 161 123 248 120 191 127 194 130 106 127 230 180 302 160 78 90 108 2.819
1914 44 97 240 133 195 120 201 108 221 202 102 128 311 151 304 139 76 63 98 2.933
1915 39 91 316 140 328 136 185 193 203 175 103 103 245 201 315 145 62 64 60 3.104
1916 45 168 301 163 260 148 200 153 243 164 96 105 224 225 309 129 86 61 98 3.231
1917 45 226 240 136 218 123 175 140 316 145 87 104 232 214 306 109 141 51 106 3.114
1918
1919 104 68 193 302 182 175 110 113 124 220 103 145 239 400 223 222 168 79 78 3.248
1920 170 53 246 217 151 164 126 390 213 87 110 330 132 151 47 106 3.193
1921
1922 82 197 270 233 145 176 232 154 362 186 85 101 246 239 225 104 104 93 70 3.306
1923 274 299 156 144 169 165 314 132 195 230 105 145 305 230 185 209 131 108 90 3.586
1924 142 234 273 104 151 185 370 150 374 288 110 135 310 180 154 208 303 107 92 3.870
1925 165 299 152 166 189 203 336 200 328 249 157 106 156 145 167 175 238 140 95 3666
1926 183 340 195 89 257 308 329 167 309 183 350 118 234 120 128 148 138 79 102 3.777
1927 167 242 146 82 338 351 333 337 320 245 360 104 269 129 186 134 230 82 108 4.163
1928 207 404 190 86 52 195 513 304 353 236 484 110 259 150 191 173 114 108 94 4.223
1929 200 368 225 100 450 130 397 300 282 218 450 135 147 196 140 188 236 131 95 4.388
1930
1931
1932 308 510 200 465 513 262 186 250 242 163 99 3.198
1933 362 372 200 416 200 549 347 450 190 342 273 255 105 4.061
1934 295 237 188 400 300 594 411 450 245 235 218 133 3.706
1935 241 253 211 179 460 300 400 424 419 400 450 200 303 332 300 241 298 189 136 5.736
1936 350 246 248 200 250 220 353 497 300 350 450 180 313 300 300 250 288 151 137 5.383
1937 350 250 290 200 319 220 400 495 350 332 400 169 258 365 300 201 255 147 97 5.398
1938 350 325 207 470 250 300 240 144 3.286
1939 373 316 200 400 251 400 51 372 226 150
1940 237 310 170 329 220 408 440 219 350 265 140 3.088
1941 240 253 200 315 237 400 154 300 286 125 2.500
1942 194 150 331 200 61 151 201 104 196 249 68 1.905
Fontes. Relatórios do Ministério da Agricultura, Indústria e Comércio - 1910 a 1929; SInopse estat/stlCil dos estados. IBGE. 1935,
1936 e 1937. O enSinO no Brasil. IBGE, 1932 a 1934 e 1938 a 1942; Relatório da Escola'de Aprendizes Artífices do Estado da
Paraíba (1910·1940). João Pessoa, Tipografia do E.A.A. na Par8lba. 1940 - dados de 1937.
,. Não estão incluídas as matrículas dos cursoS noturnos, a não ser quando indicado.
2. Os dados dos estados do Amazonas, Sergipe, Bahia e Minas Gerais, em 1910, foram obtidos no livro de Celso Suckowda Fon-
seca, H,stória do enSinO mdustrial no Brasil. op. cito p. 169
3. Em 1919 no estado de São Paulo e em 1920 nos estados do Amazonas e de São Paulo foi considerada a soma dos matriculados