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1
2 Anísio Teixeira na Direção do INEP: Programa para a Reconstrução
da Nação Brasileira (1952-1964)
ANÍSIO TEIXEIRA NA DIREÇÃO DO INEP
Brasília - DF
Inep 2006
3
COORDENADORA-GERAL DE LINHA EDITORIAL E PUBLICAÇÕES (CGLEP)
Lia Scholze
REVISÃO
Omar dos Santos
CAPA
Marcos Hartwich
TIRAGEM
1.000 exemplares
EDITORIA
Inep/MEC – Intituito Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira
Esplanada dos Ministérios, Bloco L, Anexo 1, 4° Andar, Sala 418
CEP 70047-900 – Brasília-DF-Brasil
Fones: (61) 2104-9512 e (61) 2104-8042
Fax: (61) 2104-9812
editoria@inep.gov.br
DISTRIBUIÇÃO
Inep/MEC - Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Texeira
Esplanada dos Ministérios, Bloco L, Anexo 1, 4° Andar, Sala 414
CEP 70047-900 – Brasília – DF – Brasil
Fone: (61) 2104-9509
publicacoes@inep.gov.br
http://www.inep.gov.br/publicacoes
ISBN: 85-86260-32-0
CDU - 37.015.6(81)-057.87
Apresentação .........................................................................................7
Prefácio ..................................................................................................11
5
Anísio Teixeira e o Instituto de Educação de Goiás: Política educacional?
Formação de profissionais da educação? Construção escolar? ............... 159
Iria Brzezinski
Apresentando a Obra 7
experimentais e atuou juntamente com o CRPE/RS na realização de pesquisas
educacionais. Ainda mais. O Centro se articulou com o Programa de Cidade-
laboratório para desenvolver estudos de várias comunidades gaúchas e
estendeu as suas atividades pedagógicas para outros estados da federação,
com cursos para professores no Rio Grande do Norte e em Santa Catarina.
Ademais, o CRPE/RS teve um papel primordial na constituição da Faculdade
de Educação (1970) e do Programa de Pós-graduação em Educação (1972)
da UFRGS.
A instalação oficial, em 1952, do Centro de Estudos e Pesquisas Educacionais
(Cepe), subordinado à Secretaria de Educação e Cultura do Estado do Paraná,
indiscutivelmente passou a ter a cooperação do Inep para o desenvolvimento
de suas atividades meio e fim, com destaque para a capacitação do corpo
docente das escolas primárias paranaenses. O texto de Marcus Levy Albino
Bencostta (UFPR), basicamente, procura responder às seguintes indagações:
quais as repercussões das ações do Inep durante a gestão de Anísio Teixeira
nos programas oferecidos pelo Centro Brasileiro de Pesquisas Educacionais –
CBPE, na realidade dos professores primários do Paraná? Em que sentido a
concepção de uma nova política educacional para o país repercutiu entre as
autoridades de ensino desse estado? Quais experiências que podem ser
identificadas como resultantes desse investimento do Inep?
O capítulo de autoria de Leda Scheibe, Maria das Dores Daros e Leziany
Silveira Daniel (UFSC) resulta do trabalho investigativo que o Grupo de Pesquisa,
Ensino e Formação de Educadores de Santa Catarina desenvolveu, levando
em consideração a década de 50. Em primeiro lugar, as autoras fazem uma
reflexão sobre as tendências que predominaram na pesquisa educacional
brasileira e catarinense, no período em que as Ciências Sociais emergiram
como principal referência teórica. Em seguida, se detêm no papel dos
intelectuais catarinenses João Roberto Moreira e Orlando Ferreira de Melo,
que se destacaram como interlocutores privilegiados no processo reformista,
instaurado por Anísio Teixeira no âmbito do Programa de Reconstrução
Educacional.
O escrito de Yolanda Lima Lobo (UENF) e de Miriam Waidenfeld Chaves
(UFRJ) tem como foco principal as experimentações pedagógicas realizadas
na primeira escola experimental do Inep, a Escola Guatemala, inaugurada em
1954, pertencente à Secretaria de Educação do Distrito Federal. O cotidiano
dessa Escola, de seus professores e alunos e da sua comunidade são objetos
de discussão das autoras. Sucintamente, reconstituíram o percurso intelectual
do Inep, destacando alguns marcos teóricos.
Delinear, ainda que introdutoriamente, a gênese, os propósitos e as
realizações do Centro Regional de Pesquisas Educacionais de Minas Gerais
(CRPE/MG), constitue o trabalho de José Carlos de Araújo e Décio Gatti Júnior
Apresentando a Obra 9
Ana Maria Gonçalves Bueno de Freitas e Jorge Carvalho do Nascimento
(UFS) analisam, tanto os desdobramentos do Programa de Cooperação Técnica
e Financeira das Unidades Federadas no estado de Sergipe, quanto a
participação do professor José Antônio Nunes Mendonça em estágios no CBPE,
seminários promovidos pelo Inep, estudos e observações em escolas
experimentais e demonstrativas do Rio de Janeiro e Salvador e em realização
de inquéritos com relação à educação escolar em Sergipe, no período em
que Anísio Teixeira esteve à frente do Inep.
A professora Diomar das Graças Motta e a graduanda em Pedagogia,
Raimunda Nonata da Silva Machado (UFMa) discorrem sobre o Programa de
Reconstrução Educacional no Maranhão e sobre a experiência do Centro
Integrado de Educação da cidade maranhense de Colinas, como parte das
ações educacionais da Igreja Católica local.
Fechando a obra, tem-se o texto de Marta Maria de Araújo (UFRN),
abordando as intersecções dos programas e projetos do Inep com a Secretaria
de Educação e Cultura do Rio Grande do Norte, durante o Governo Dinarte de
Medeiros Mariz (1956-1961), quando foi aprovada e implementada uma
reforma da Educação Escolar Primária e Normal, em dezembro de 1957. A
autora considera que essa reforma representa um marco na história da
educação escolar regida pela Carta de Lei n. 405, de 29 de novembro de
1916, no sentido de expressar o Plano de Reconstrução Educacional do Inep
e, por extensão, também o pensamento intelectual de Anísio Teixeira.
Nesse exercício de mapear projetos, planos, experiências educacionais
e reformas de ensino em nove estados e no Distrito Federal, recompomos
ângulos da história da educação pública de uma época brasileira. De igual
maneira, abordamos aspectos da história intelectual de um órgão educacional
nascido em 1936 com o nome de Instituto Nacional de Pedagogia. Na base
de tudo, o plano que levava a denominação ⎯ Plano de Reconstrução
Educacional ⎯ sobressaía-se o pensamento intelectual e estratégico do
educador brasileiro Anísio Teixeira.
Iria Brzezinski
Universidade Católica de Goiás (UCG)
Organizadoras
Prefácio 11
O presente livro, cuja autoria é assumida por renomados historiadores
da educação, em sua maioria partícipes do GT História da Educação da
Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Educação (Anped),
sem dúvida, atende plenamente as intenções de sua construção. O trabalho
busca “mapear,” em cada estado da federação, os vínculos dos projetos,
planos, experiências educacionais e reformas de ensino com o Programa de
Reconstrução Educacional. Mais especificamente, os “pesquisadores autores”
deste trabalho intelectual trazem a público o campo de conhecimento em
que se explicitam as políticas estaduais projetadas em articulação com o
Programa de Reconstrução Educacional, pensado e executado por Anísio
Teixeira e colaboradores, em um tempo histórico em que a educação nacional
possuía uma relevância estratégica para a reconstrução da nação por meio
da reconstrução educacional. Por outro lado, esta obra abre inúmeras
possibilidades de estudos para história da educação no Brasil, além de
pesquisas no domínio da história comparada da educação brasileira.
É importante ressaltar que a presente publicação revela mais uma das
articulações interinstitucionais celebradas entre o Inep e a Anped, que
permitem a essa última, disseminar o seu potencial acadêmico científico e
sua competência instalada no âmbito dos seus grupos de trabalhos (GT) e
grupos de estudos (GE), com vistas ao desenvolvimento de estudos, divulgação
de pesquisas e ao fortalecimento das políticas educacionais do país.
Introdução
1
Doutora em História e Filosofia da Educação; Professora no Programa de Pós-Graduação em Educação da
Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul; Pesquisadora do CNPq.
2
Mestre em Educação pela Universidade de Passo Fundo / UPF; doutorando na Universidade Federal do Rio
Grande do Sul/UFRGS; professor no Centro Universitário Franciscano /UNIFRA.
3
Mestre em Educação pela Universidade de Passo Fundo / UPF; doutoranda em Educação Básica pela
Universidade do Vale do Rio dos Sinos – UNISINOS; professora da Universidade Estadual do Rio Grande do
Sul / UERGS e da Universidade de Caxias do Sul / UCS.
4
Com o término do período ditatorial de Getúlio Vargas, ocupam o poder no RS: o interventor Cilon Rosa
(1945-1947), o Dr. Walter Só Jobim (1947-1950), o Gen. Ernesto Dornelles (1951-1955), o Eng. Ildo
Meneghetti (1955-1959), o Eng. Leonel de Moura Brizola (1953-1963), o Eng. Ildo Meneghetti (1963-
1967). Durante esse período a Secretaria de Educação teve treze titulares na pasta.
5
“O CPOE terá a seu cargo, diretamente e através das superintendências de ensino e das delegacias
regionais, a direção, orientação técnica e execução das experimentações necessárias ao aperfeiçoamento
dos sistemas e métodos de ensino e das mensurações objetivas do seu rendimento, e se articulará de um
lado diretamente ao Secretário de Educação e, de outro, ao Conselho Estadual de Educação, aos quais
comunicará os resultados das pesquisas e mensurações realizadas, propondo as medidas que a respeito,
se fizerem necessárias” (Decreto-Lei n. 1.394, de 25 de março de 1947, art. 20). Centro de pesquisa e
órgão técnico-normativo, consultivo, diretivo e orientador das atividades didático-pedagógicas. Epicentro
das decisões educacionais e órgão que estabelecia formas de controle sofisticadas da profissão docente,
da vida dos alunos, da escola e da comunidade escolar, com vistas a produzir e consolidar uma determinada
expertise educacional (PERES, 2000, p.136). Sobre o CPOE, ver PERES, Eliane T. Aprendendo formas de
pensar, de sentir e de agir. A escola como oficina da vida: discursos pedagógicos e práticas escolares da
escola pública primária gaúcha (1909-1959).
6
Sobre o CBPE, ver XAVIER, Libânea. O Brasil como laboratório: educação e ciências sociais no projeto dos
Centros Brasileiros de Pesquisas Educacionais CBPE/Inep/MEC (1950-1960).
7
Sobre a educação no RS no período de 1930 a 1945, ver BASTOS, M.H.C. O Novo e o Nacional em (re)vista:
A Revista do Ensino do Rio Grande do Sul (1939-1942).
8
Esse texto contou com a colaboração da bolsista de iniciação científica Fernanda Busnello (FAPERGS/2003)
9
Durante a gestão da professora Eloah Ribeiro Kunz, colaboraram no CRPE as seguintes professoras: Adda
Drügg de Freitas (bibliotecária), Amneris Fortini Albano, Antonieta Barone (responsável pela direção), Célia
Travassos Alves, Eleutéria Biehl (auxiliar de pesquisa), Elfa Freda (auxiliar de pesquisa), Emília Flores,
Gladis Barth Torelly (assistente de direção), Ivone Van Der Perre, Lia Campos, Lucy Merlotti, Luiza Albuquerque,
Margarida S. Sirângelo, Maria Fernandes de Oliveira, Maria de Lourdes Furtado Rahde (assistente de
direção), Maria Lígia Santos Chaves, Marianina Freda (auxiliar de pesquisa), Odila Barros Xavier, Ruth
Mendes Prates (coordenadora de estágios), Selma Brodt Ribeiro (assistente da direção), Suely Krieger
(auxiliar de pesquisa), Jessé Marques Teixeira da Silva (serviços contábeis). O nome desses professores
consta na capa do Boletim do Centro Regional de Pesquisas Educacionais/RS, número 1, de 1956, e no
Boletim do CBPE, número 1, de agosto de 1957.
10
Para Eloah Ribeiro Kunz seu afastamento do Centro foi motivado pelo seguinte fato: “o prestígio
alcançado pelo CRPE junto ao Inep nos meios educacionais do estado e naqueles de onde vinham os
bolsistas, levou dois professores da URGS a pleitearem junto ao Instituto a incorporação do órgão à
universidade. Tendo alcançado seu desiderato e conferido autonomia administrativa e técnica a URGS, os
dois professores foram designados diretores, um do CRPE e o outro de uma de suas seções”. Após esse
incidente, a professora recebeu uma carta de Anísio Teixeira, na qual manifestava sua surpresa pela forma
como se processou a incorporação, pois, segunda sua vontade, ela só se processaria com a sua participação
direta e colaboração. Depoimento de Eloah B. Ribeiro Kunz, fornecido à pesquisadora Beatriz Daudt
Fischer, para sua tese de doutorado em educação, em janeiro de 1998.
11
Sobre o CBPE, ver XAVIER, Libânea. O Brasil como laboratório (1999).
12
De 1955 a 1958, o centro teve 102 professores bolsistas de diferentes estados brasileiros: Maranhão,
Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Sergipe, Bahia, Minas gerais, Espírito
Santo, Goiás, Paraná, Santa Catarina. Também os professores gaúchos foram freqüentar cursos em São
Paulo, Rio de Janeiro e no exterior do estado. Foram bolsistas as professoras: Norma Zerwes, de Porto
Alegre, no Rio de Janeiro e na Escola Parque na Bahia, em 1959; Diva Machado, de Santa Maria (1959);
13
Entre as iniciativas promovidas por Anísio Teixeira durante sua gestão como diretor do Inep, destacam-
se o “treinamento e a reciclagem de professores, mediante cursos intensivos” e a “criação de escolas de
demonstração e experimentação pedagógicas” que deveriam formar os futuros professores, vivenciando
as múltiplas realidades da prática de ensino (FÁVERO, 2002, p. 67).
14
Sobre o Colégio de Aplicação, ver SCHÜTZ, Liane Saenger. Sótãos e porões: sacudindo a poeira do
Colégio de Aplicação (1994).
15
Esse programa, associado à Campanha Nacional de Erradicação do Analfabetismo, se constitui em um
“campo permanente de estudos e experimentação educacional dos cientistas sociais e educadores,
priorizando o referencial teórico-metodológico de estudos de comunidade, cuja ênfase de pesquisa recaía
em estudos de linguagem, processos de alfabetização, formas de organização social, valores e crenças,
condições de vida, ideologia de poetas populares, mobilidade social, rendimento social” (ARAÚJO, MOTA;
BRITTO, 2002, p31).
16
Júlio de Castilhos Tapes, Viamão, Santa Cruz do Sul, Antônio Prado, São Leopoldo, Ijuí, Estância Velha,
Caçapava do Sul, Pelotas, Alegrete, Santa Maria, Passo Fundo, Cachoeira do Sul, Caxias do Sul, Rio Pardo,
Santo Ângelo, Camaqua, São José do Norte, Barra do Ribeiro, São Luis Gonzaga, Três de Maio, Rio
Grande, Taquari, Alecrim, Alpestre, Campina das Missões, Rodeio Bonito, Roque Gonzáles, Santa Rosa,
Santo Cristo, Tucunduva, Tuparendi.
17
O CRPE/RS teve vários endereços: Praça Dom Feliciano, nº. 14, Av. João Pessoa, nº. 535. Posteriormente,
se estabelece no prédio, especialmente construído, com recursos do Inep, para abrigar o Centro e o Colégio
de Aplicação da UFRGS – “A Universidade assinou convênio de cooperação com o CRPE do Inep. Por esse
convênio, haverá relação daquele órgão com o Colégio de Aplicação, ficando localizado o mesmo na sede
construída para o referido colégio, que recebeu a colaboração financeira do Inep, para atendimento parcial
das despesas de construção. Agora o colégio e o Inep passarão a ocupar a nova sede, concorrendo ambos,
reciprocamente, para a pesquisa e o treinamento dos alunos da Faculdade de Filosofia, duas atividades que
se completam e se harmonizam mutuamente no importante setor de ensino” (UFRGS, 1965, p. 111).
18
Essa parceria estava prevista no decreto nº. 38.460, de 28 de dezembro de 1955, que institui o Centro
Brasileiro de Estudos Pedagógicos e os centros regionais de Recife, Salvador, Belo Horizonte, São Paulo e
Porto Alegre, quando determina que esses centros regionais poderão funcionar em regime de convênios com
os governos ou entidades públicas ou privadas ou serem diretamente mantidos e administrados pelo Inep.
19
Sobre sua biografia, ver: FÁVERO, M.de L. de A.; BRITTO, J. de M. (Org) Dicionário de Educadores no
Brasil. P. 57-61
20
Por exemplo, dentro da Reforma do Ensino Normal, o CRPE/Inep, o Instituto de Educação General Flores
da Cunha, o CPOE/RS e a Superintendência do Ensino Normal/SECRS estabeleceram um programa conjunto
de atividades que permitissem a visão geral das conseqüências da reforma na vida educativa do estado.
21
O CRPE/RS, em colaboração com as Delegacias Regionais de Ensino/SECRS, promove uma série de
conferências a cargo do professor Oscar Machado, diretor da DDAM, sobre “Educação para a Democracia”.
22
Depoimento de Eloah B. Ribeiro Kunz, fornecido à pesquisadora Beatriz Daudt Fischer, para sua tese de
doutorado em educação, em janeiro de 1998.
23
Sobre ver: KONRATH, Dorothy Costa. Bolsas de estudo e vida social. Boletim do CRPE/RS.
24
Sete professores do RS integraram essa missão pedagógica: Jorge Belfort Coelho de Moraes, Leda
Falcão de Freitas, Mathilde Zatar, Dilma Macedo Machado, Nadir Saldanha da Rocha, Carmem Schediak,
João Baptista Coelho Aguiar. Esses professores foram escolhidos pelo CRPE/RS. A iniciativa do curso de
aperfeiçoamento é do MEC, Sudene e Usaid, com a colaboração da SEC/RS.
25
Em agosto de 1964, ministra curso intensivo em Teoria e Prática de Currículo e Administração Escolar, sob
a direção de Dalilla Sperb.
26
O Centro de Documentação Pedagógica da França compreendia: Museu Pedagógico; Biblioteca Central
de Ensino Público; Bureau de documentação, informação e aparelhamento pedagógico; Serviços audiovisuais;
Serviço de edição e venda de publicações.
27
Durante o período de 1956 a 1960, o Deps desenvolveu o projeto de pesquisa “A criança sul-rio-
grandense”.
28
Essa divisão é responsável pelo arquivamento de biografias de personalidades significativas do Rio
Grande do Sul. São enviados 82 questionários biográficos às personalidades. O periódico Correio publica
vários perfis de educadores rio-grandenses, que se constituem em uma preciosa fonte de pesquisa.
Também organiza um Fichário de Estabelecimentos de Ensino, publicando no boletim Correio do CRPE
sempre uma notícia com foto de uma escola.
29
O DAM é responsável pelos cursos ministrados pelo Centro; pela seleção, preparação e divulgação de
material informativo de interesse didático; planeja a realização anual de cursos de Administração Escolar
e de Supervisão Escolar para professores primários; coordena a concessão de bolsas de estudo oferecidas
pelo Inep a professores rio-grandenses; de 1956 a 1962 atuaram nessa divisão os professores: Antonieta
Barone, Ilka de Guittes Neves - Divisão de Aperfeiçoamento do Magistério (DAM).
30
Nessa organização, é criada uma nova seção, DPORE, que nos parece não existiu na prática. Até o
momento não localizamos nenhuma referência sobre a mesma.
31
Consta que em 1961, o museu pedagógico contava com 572 obras de caráter didático, onze cartazes
para o ensino da leitura, coletânea de jogos, histórias e gravuras. No período de 1956 a 1960, realizou as
seguintes atividades: apreciação de fichas de literatura infantil, adaptação de histórias infantis; apreciação
de fichas relativas à leitura de obras sobre geografia; estudo sobre a geografia do Brasil. Atuaram nessa
divisão as professoras: Adda Drügg de Freitas, Sara S. de Freitas, Dirce B. Carrion, Itália Aronne de Leão.
32
A DDIP realiza vários cursos de Recursos Audiovisuais para o magistério primário, em convênio com a
SEC/RS e CPOE/RS.
33
Hilda Taba, Henry Clay Lindgren, Clément Férraud, Robert Brackenbury, Jacqueline Cambon, Robert
Havighurst, James C. Page, Angel Oliveros, Helmuth Schelsky, Hans Albert Steger, Stanley Ainslie Applegate,
Roland Sanchez Araya, Angel Diego Márquez, Geneviève Latreille, Heinz H. K. E. Wackerritt, e outros.
34
Não foi possível localizar os dezesseis primeiros números do Correio do CRPE/RS. Notícia publicada sobre
as atividades do ano de 1959, comunica que CRPE/RS expediu boletins informativos, planos e comunicados,
o que permite estabelecer provisoriamente como data de início da publicação.
35
Na revista Educação e Ciência Sociais do CBPE/Inep, constata-se a ausência de artigos publicados por
membros do CRPE/RS, frente à massiva participação de pesquisadores de São Paulo e Rio de Janeiro. Sobre
isso, ver: Xavier, Libânea – A Pesquisa do CBPE em Revista.
36
O CBPE/Inep edita a revista “Educação e Ciências Sociais” e também publica a série “Pesquisas e Monografias”.
37
Série “Pesquisas e Monografias”: MEDEIROS, Laudelino. Educação na área rural de Santa Cruz do Sul. Porto
Alegre: CRPE/RS, 1962. 56p; BAQUERO, Godeardo SJ; FRANTZ, Theobaldo SJ. Assim falam eles e elas:
pesquisa dos problemas do adolescente brasileiro. Porto Alegre: CRPE/RS, 1962. 187p; SILVA, Ruth Ivoty Torres.
Aproveitamento de alunos no Curso Ginasial. Porto Alegre: CRPE/RS, 1964; PEREIRA, Odiles Fonseca. Sistema
Educacional de Viamão. Porto Alegre: CRPE/RS, 1965; PACHECO, Graciema; SANTOS, Olga Machado. As
classes de alfabetização através do parecer dos professores. Porto Alegre: CRPE/RS, 1965. 45p; SALDANHA,
Louremi E. Uma nova dimensão do ensino de Filosofia na Escola Secundária. Porto Alegre: CRPE/RS, 1966/67;
SUBSÍDIOS para o planejamento educacional no Rio Grande do Sul. Porto Alegre: CRPE/RS, 1967; AZAMBUJA,
Darcy. Aula sobre sociologia. Porto Alegre: CRPE/RS, 1967; OTT, Margot Bertolucci. Avaliação e Operações
Mentais. Porto Alegre: CRPE/RS, 1971; MELLO, Luzia Garcia de. Desempenhos do professor em situação de
estágio de prática de ensino. Porto Alegre: CRPE/RS, 1971; MARTINS, José Salgado. Breve história das idéias
no Rio Grande do Sul (século XIX e princípios do atual). Porto Alegre: CRPE/RS, 1972.
38
A Faculdade de Educação é criada em 01 de setembro de 1970, a partir da implantação da Reforma
Universitária (Lei nº 540/68). Suas raízes se situam no Departamento de Educação e, anteriormente, na Cátedra
de Didática Geral e Especial da antiga Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras, fundada em 1943, a Faced/
UFRGS se estrutura em três departamentos: Estudos Básicos (Debas), Ensino e Currículo (DEC), e Estudos
Especializados (DEE); um órgão Auxiliar - Colégio de Aplicação. Em 1971, começa a se estruturar o curso de pós-
graduação em educação - mestrado, que é implantado em 1972, com três áreas de concentração: Ensino,
Planejamento Educacional e Psicologia Educacional. Em 1976, o curso é reconhecido, sendo o primeiro a obter
o credenciamento do MEC em todo o Brasil. Esse fato possibilitou a ampliação do programa, com doutorado
em Ciências Humanas - Educação, com área de concentração: Processo ensino-aprendizagem (1977).
Tanto o ensino de graduação como o de pós-graduação, a pesquisa e a extensão, na década de 70 e início
dos anos 80, tinham por objetivo básico “o treinamento de recursos humanos para a área de educação, de
tal sorte, a formar especialistas e lideranças”. Essa formação se vincula à tendência técnico-psicologista,
a preocupação com o estudo do processo ensino-aprendizagem, a crença na inovação metodológica e o
planejamento educacional, como instrumento de mudança no interior das escolas e dos sistemas educacionais
(BORDAS, 1988, p.16-17).
39
Essa discussão se encontra na dissertação de mestrado intitulada A educação pública no Rio Grande do
Sul durante o governo de Leonel Brizola (1959-1963): Nenhuma criança sem escola no Rio Grande do Sul
(PPGEdu/UPF, 1999).
40
Ver, em especial, TAMBARA, Elomar. Positivismo e educação: a educação no Rio Grande do Sul sob o
castilhismo (1995).
41
O Fundo Nacional do Ensino Primário – FNEP – foi criado em 14 de novembro de 1942 pelo Decreto
Federal nº. 4 958, e regulamentado em 25 de agosto de 1945, pelo Decreto n°. 19 513. Destinava-se à
ampliação e melhoria do sistema escolar primário em todo o país. O FNEP, que era gerenciado pelo Inep,
estabelecia a cooperação financeira da União com os estados, por meio da concessão de auxílio financeiro
para o desenvolvimento do Ensino Primário. Estabelecia ainda, que a União prestaria assistência técnica
para organização do sistema elementar nos estados; os estados se comprometiam a aplicar, em 1944,
pelos menos 15% de sua renda proveniente de impostos, na Educação Primária, elevando esse índice para
20% até 1949. Os estados deveriam assinar convênios com os municípios para que as prefeituras
aplicassem, em 1944, 10% da sua receita no Ensino Primário, elevando esse índice para 15% até 1949. Os
recursos para o fundo, originavam-se de uma taxa sobre o consumo de bebidas, de doações da Usaid e,
mais tarde, do Salário-Educação. A aplicação dos recursos seguia o seguinte critério: 70% destinado a
construções escolares; 5%, para bolsas de estudo e 25%, para Educação Primária de adolescentes e
adultos. Para mais detalhes (PAIVA, 1987, p. 139) e seguintes.
A Picada Feijão, a Picada Schneider, Vila Nova e outras picadas e vilas têm
agora a sua escola. Vê-se nas faces, o sorriso de novas esperanças, a
escola representa o mundo de lá – da cidade – que vem até eles, na picada,
trazer para a suavidade bucólica e para a grandeza serena da paisagem,
a mensagem de valorização do homem em sua própria terra. O despertar
da consciência do homem da picada para seu valor, para sua importância
no todo da nação, para a valorização dos recursos naturais que a natureza
pródiga lhe oferta e renova cada dia, o despertar mesmo para a beleza
que o rodeia, é trabalho da escola em sua missão civilizadora. Os cidadãos
de amanhã nas picadas e vilas, saberão ler. O jornal penetrará nos vales e
ele se integrará na grande comunhão de pensamentos de sua pátria.
(Revista do Ensino, 1961, p. 67).
42
O presente texto é parte da dissertação de mestrado denominada O Público e o Privado em Educação:
o caso Anísio Teixeira e a Igreja Católica no Rio Grande do Sul, publicada com o título de Educação e
Ideologia – o caso Anísio Teixeira, pela Editora da Universidade de Passo Fundo, em 2002.
43
A citada conferência, aliada a outra proferida em 1953, na Escola Brasileira de Administração Pública,
da Fundação Getúlio Vargas, deu origem ao livro Educação não é Privilégio, cuja primeira edição data de
março 1957 e foi lançada pela Editora José Olympio.
Anísio ainda firmou posição sobre o que entendia como um dos problemas
da descaracterização de políticas educacionais voltadas para a educação
pública nos seguintes termos: “tais problemas estariam na relativa ausência
de vigor de nossa atual concepção de escola pública e na aceitação “semi-
indiferente” da escola particular, fatores que foram e são, ao meu ver, um
dos aspectos dessa desfiguração generalizada de que sofre a política
educacional brasileira” (TEIXEIRA, 1956, p. 4).
A reação católica veio em novembro do mesmo ano, quando o deputado
Pe. Fonseca da Silva pronunciou um discurso no plenário da Câmara Federal,
alertando o ministro da educação contra a influência de Anísio Teixeira,
insinuando estar esse, vinculado ao comunismo e ir de encontro aos interesses
das escolas confessionais. Seguiram-se a isso uma resposta do ministro,
favorável ao educador baiano e um novo discurso do deputado Pe. Fonseca da
Silva, enfatizando, em 14 de dezembro de 1956: “o Prof. Anísio Teixeira é um
autêntico intelectual marxista, visto que a sua adesão à linha marxista de
educação foi enunciada na famosa conferência lida no corrente ano em
congresso de educação realizado em Ribeirão Preto” (apud ROCHA, 1989,
p. 49). Em novo pronunciamento, Anísio se situou contra o comunismo, mas
reiterou sua convicção em relação à responsabilidade do Estado perante a
educação pública. A polêmica seguiu no decorrer de 1957.
Em 23 de fevereiro de 1958, o arcebispo metropolitano de Porto Alegre,
Dom Vicente Scherer, fez um discurso que se caracterizou por ser um manifesto
em defesa das concepções educacionais da Igreja Católica e um ataque aberto
à pessoa de Anísio Teixeira. Em março do mesmo ano, Dom Vicente lançou
com seus pares, o Memorial dos Bispos Gaúchos ao Presidente da República
sobre a Escola Pública Única, promovendo novo ataque a Anísio Teixeira. O
assunto ganhou a imprensa e o debate público.
Nessa situação, Dom Vicente, como um dos mais ferrenhos contendores
das idéias de Anísio Teixeira em nível nacional, juntamente com o então Frei
Paulo Evaristo Arns e Dom Helder Câmara Scherer, expressavam-se
abertamente, defendendo as posições da Igreja como guardiã da “liberdade
de ensino” e da “escola livre” (ou escola privada), lançando contra Anísio
Teixeira uma série de acusações, que iam desde o fato de, supostamente, o
44
Alfredo Vicente Scherer, gaúcho de Bom Princípio, foi empossado em 23 de fevereiro de 1947, arcebispo
metropolitano.
45
No dia 23 de julho de 1957, Dom Augusto da Silva, cardeal da Bahia, se pronunciou em defesa do amigo
Anísio pelas críticas sofridas por esse no artigo “A bolchevisação do ensino”, escrito por Dom Vicente
Scherer no mesmo mês. (SILVA, D. Augusto da. Carta a Anísio Teixeira. Bahia, 23 de julho de 1957 –
www.prossiga.br.anisioteixeira).
46
Publicado, inicialmente, no jornal O Globo, Rio de Janeiro, 27 fev. 1958.
47
Em entrevista ao Correio da Manhã de 18 de abril de 1958, o ministro Clóvis Salgado afirmou que tomara
conhecimento pela imprensa do manifesto dos bispos gaúchos, mas que nada havia, no âmbito do MEC,
contra Anísio Teixeira.
48
Jornal Diário de Notícias, Porto Alegre, 29 de abril de 1958, artigo “O Estado e o ensino”.
49
Jornal Correio do Povo, Porto Alegre, 18 maio 1958, artigo “Nova manifestação de Dom Vicente Scherer”.
Nesse aspecto, chocava Anísio, ver que poucos tinham acesso à escola,
e ainda que, mais escassos eram os que concluíam a quarta série, sendo que
todos os demais ficariam “mentalmente frustrados e incapacitados para se
integrarem em uma civilização industrial e alcançarem um padrão de vida de
simples decência humana” (TEIXEIRA, 1958c, p. 3).
Outro dado interessante é o fato de Anísio julgar que a educação não
podia ser um privilégio, pois assim, não colaborava no desenho do novo país,
que a nova sociedade necessitava. Sendo um privilégio, a educação se torna
estética, servindo apenas para diferenciar os “educados”, dentro de uma
massa de “deseducados”.
50
Sobre ver: BASTOS, M. H. C. As revistas pedagógicas e a atualização do professor: a Revista do Ensino
do Rio Grande do Sul (1951-1992)
ARAÚJO, M.M. de; MOTA, C.G.; BRITTO, J.de M. Anísio Teixeira, pensador
radical. In: MONARCHA, Carlos (Org.) Anísio Teixeira: a obra de uma vida.
Rio de Janeiro: DP&A, 2002.
Sou contra, sou a favor. Jornal Diário de Notícias, Porto Alegre, 16. abr.
1958c.
REVISTA DO ENSINO, Porto Alegre: n. 44, maio 1957; n. 76, maio, 1961.
1956
- síntese histórica da educação do Rio Grande do Sul;
- estudos, adaptação e elaboração de testes de inteligência e aptidões
- estudo sobre conhecimentos, habilidades e atitudes que a criança
deve ter para poder identificar e reconhecer símbolos impressos: teste
de pré-leitura;
- programa de preparação para o início da aprendizagem da leitura;
- organização de um pré-livro;
- plano de atividades a serem desenvolvidas na primeira série escolar;
- pesquisa sobre o ensino de Matemática;
- estudo e elaboração de manuais de ensino e material didático;
- plano de diagnose educacional aplicado à ortografia; e
- organização de bibliografia.
1957
- o rural e o urbano: Júlio de Castilhos/RS, professor Rudolf Lenhard;
- síntese histórica da Educação no Rio Grande do Sul;
- análise de livros de leitura;
- estudos e adaptação de testes de inteligência e aptidões;
- pesquisa sobre Matemática;
- revisão de guias de ensino;
- plano de diagnose educacional aplicada à ortografia;
- biografias de personalidades ilustres no Rio Grande do Sul;
- classificação de escolas do Rio Grande do Sul; e
- curso de língua inglesa. Maria Zita Englert.
1958
- a educação artística no Rio Grande do Sul. Oportunidades oferecidas
às crianças;
- pesquisa sobre livros de textos de leitura – Luísa Resende de
Albuquerque e Suelly Krüger;
- estudo e adaptação de Testes de Inteligência e de Aptidões;
- pesquisa sobre Matemática: A matemática na indústria, no comércio,
na agricultura e em outros setores da atividade humana;
- revisão de Guias de Ensino;
- plano de diagnose educacional aplicado à ortografia; e
- freqüência nas escolas primárias: nova organização das classes.
196051
- evolução histórica da educação do Rio Grande do Sul;
- extensão e qualidade dos serviços educativos do Rio Grande do Sul;
51
Essa listagem refere-se ao período de 1956-1960, publicada na RBEP, v. XXXV, nº 81, jan-mar. 1961, p. 130.
1961
- o ensino nos municípios rio-grandenses: São Leopoldo;
- pesquisa sobre os níveis e hábitos de leitura. CRPE/Unesco;
- formação dos professores primários no Brasil-RS: aplicação dos
instrumentos, codificação e tabulação;
- exames de seleção. A dinâmica dos exames vestibulares no RGS.
Estudo Piloto. Iracema A. Z. Machado;
- exames de Admissão e causas de reprovação; e
- sondagem dos aspectos qualitativos do rendimento nas classes de
alfabetização. Alzira Fernandes de Oliveira, Dalila Mayer Alvim, Yedda
Schmidt.
1962
- mapa educacional dos municípios do Rio Grande do Sul;
- o ensino primário no Rio Grande do Sul na década de 1950-1960;
- estudo sobre as universidades no Rio Grande do Sul e de Santa Catarina
– causas de reprovação;
- estudo da comunidade de Santa Cruz do Sul, especialmente do ponto
de vista educacional;
- descentralização do ensino primário municipal do Rio Grande do Sul;
1963
- cadastro de escolas do ensino primário e do ensino médio de todos
os municípios rio-grandenses;
- levantamento do corpo docente e discente nas escolas de nível médio
de diferentes tipos. Professor responsável Ivan Dal’Igna Osório
(pesquisa coordenada pelo Inep e pelo Departamento de Educação
Comparada da Universidade de Chicago);
52
Essa pesquisa tem o objetivo de organizar um arquivo de biografias de personalidades significativas do
Rio Grande do Sul. Foram distribuídos oitenta e dois (82) questionários biográficos. Foi encarregada a
professora Itália Aronne de Leão. O Dr. Antonio Augusto Borges de Medeiros preencheu o seu em agosto
de 1956. O periódico Correio publica essas biografias, na seção “Em Destaque”, constituindo uma
importante fonte de pesquisa: Padre Balduíno Rambo, Ernesto Alves, Natho Henn, Padre José Mors,
Alcydes Maia, João Luderitz, Apeles Porto Alegre, Virgília Taurino de Rezende, Ildefonso Gomes, Germano
Hasslocher, Souza Lobo, José Coelho Parreira, Tomé Luis de Souza, Hilário Ribeiro, João Neves da Fontoura,
Edgar Luiz Schneider, Dorival Silva Schimitt, Henri Wallon, Monsenhor Nicolau Marx, Padre Luiz Gonzaga
Jaeger, Henrique Emílio Meyer, Dr. Francisco de Paula Amarante, José de Araújo Viana, professor Luiz
Englert, Plínio Casado, Dr. Edmundo Berchon Dês Essarts, José Loureiro da Silva, Ernani Fornari, Arlindo
Pasqualini, professor Henrique Pereira Neto, Zamira do Amaral Lisboa, Dr. Sebastião Leão, J. Simões Lopes
NetoÁlvaro Moreira, Pedro Weingartner, S Dr. João José Pereira Parobé, professor Fernando Gomes, Luiz
Cosme, Alfredo Ferreira Rodrigues, Cândido José Godói, professor Afonso Marques, professora pepita
Leão, Aureliano de Figueiredo Pinto, Joaquim Caetano da Silva, professor Lelis Espartel, professor Alcides
Cunha, Padre Leonel Franca, Ernesto Pelanda, Leopoldo Tietböhl, Manoel Faria Correa, Olímpio Olinto de
Oliveira,Alfredo Ferreira Rodrigues, professora Olinta Braga, Alfredo Clemente Pinto, Leopolda Barnewitz,
Rodolfo Saenger, Ubaldino Assunção Moura, Mario da Silva Brasil, Alfredo Georg Jaroslaw Wieck, Jorge
Godofredo Felizardo, Padre Balduíno Rambo, Dorival Silva Schmidt, Elita Teresinha Pinos Copstein, Gaspar
Dilermando Ochôa, professor Antônio da Rocha Almeida, Dr. David Mesquita da Cunha, Dr. Elpídio Pereira
Paes, professor Guerra Blesmann, professor Eugênio Oscar de Brito, professor Raul Pilla, professor José
Salgado Martins, Dr. Olyntho Sanmartin.
1964
- o ensino nos municípios rio-grandenses: Viamão;
- estudo do Grupo com Diagnóstico negativo quanto à Alfabetização
(DEPE)
- as Classes de Alfabetização através do parecer dos professores (Depe)
- avaliação do atual currículo da escola primária (Depe); e
- evolução das estruturas do pensamento e capacidades mentais em
correspondência com os conteúdos de aprendizagem. Colégio da
Aplicação e CRPE;
1966
- estudo sobre o Adolescente Brasileiro (Depe – Irene Flores da Cunha,
Rebeca Poyastro, Olga Fedosseyeva); e
- levantamento de dados de quinze estabelecimentos do Ensino Público
Estadual de Porto Alegre. (DDIP – Odiles Fonseca Pereira);
1967
- experiência com regime de professor único em classe de 1ª série da
escola secundária – 1º ciclo (Depe - Colégio de Aplicação UFRGS); e
- caracterização sócio-econômica do estudante universitário de Porto
Alegre (Odiles Fonseca Pereira).
1968
- estudo sobre a classificação sócio-ocupacional de acordo com prestígio
no Rio Grande do Sul. Jurema Alcides Cunha, Luiza Werba, Maria I. B.
de Moraes, Maria Spader, Nadir S. da Rocha, Regina R. do Vale.
1970
- dificuldades de aprendizagem no primeiro grau do Ciclo Básico;
- situação funcional dos supervisores formados pelos cursos de Formação
de Professores Supervisores no CRPE/RS, a partir de 1963;
- instrumentalização do novo modelo de curso para licenciatura de
professores não titulados do Estado do Rio Grande do Sul (UFRGS -
CRPE/RS);
- avaliação e operações mentais; e
- desempenho do professor em situação de estágio de Prática de Ensino;
1972
- implantação da Reforma de 2º Grau - pesquisa-piloto. Centro de estudos
de testes e pesquisas psicométricas do ISOP, FGV, Inep, CRPE/RS;
1973
- testagem do currículo e de recursos para o aperfeiçoamento do
professor, com emprego de classes paralelas de 6ª e 7ª séries. Colégio
de Aplicação – Cerpes;
1956/1960
- aperfeiçoamento do professores primários;
- prática de ensino;
- direção de escola;
- direção de aprendizagem em Ciências Naturais;
- metodologia da linguagem;
- metodologia de Estudos Sociais;
- inglês, professora Maria Zita Englert;
- administração escolar e orientação da educação primária (20 alunos);
- supervisão Educacional (20 alunos);
- prática de ensino: recreação e jogos;
- formação de diretores e professores para escolas de demonstração e
experimentais; e
- cadeiras do Currículo da Escola Normal.
1958
- seminário sobre Ensino Normal, juntamente com o CPOE/RS.
1959
- administração escolar e orientação do ensino primário (Rio Grande do
Sul, Amapá, Espírito Santo, Goiás, Paraíba, Paraná, Pernambuco e Rio
Grande do Norte); e
- curso de Administração Escolar e Supervisão.
1960
- administração de escolas primárias;
- problemas da formação do professor primário; e
- técnicas de pesquisa.
1961
- técnicas de Pesquisa, com a professora Drª Hilda Taba; e
- curso de estatística para a pesquisa em educação, professora Ligia
Morandi dos Santos.
1962
- curso de Administração Escolar;
- técnicas de pesquisa educacional;
- estatística;
1963
- curso de Administração e Supervisão Escolar: Porto Alegre (38
bolsistas), Pelotas (28 bolsistas), Santa Maria (43 bolsistas);
- curso sobre Recursos Audiovisuais (Porto Alegre, Rio Grande, Osório); e
- curso de treinamento de professores leigos.
1964
- IV Curso de Supervisores (INEP). (26 professores primários: 7 do Rio
Grande do Sul e 19 de Santa Catarina)53; e
- curso de Iniciação aos Recursos Audiovisuais (26 professores).
1965
- III Curso de Formação de Supervisores (DAM-CRPE/RS, Inep, Unesco
Fisi: Porto Alegre, Caxias do Sul e Pelotas – 95 alunos).
1966
- curso de Formação de Supervisores (Porto Alegre/33 alunos; Pelotas/
29 alunos); e
- curso de aperfeiçoamento para professores municipais (Santo Ângelo).
1967
- curso de formação de professores supervisores (Porto Alegre/31 alunos;
Pelotas/19 alunos).
1970
- curso de formação de supervisores (38 alunos);
- curso de recursos audiovisuais de baixo custo (144 alunos);
- curso sobre Recursos Audiovisuais (20 alunos);
- curso sobre fundamentação psicopedagógica dos recursos audiovisuais
e técnicas de visualização (52 alunos); e
- curso de técnicas audiovisuais (17 alunos).
53
Foram professores: João Baptista Aguiar, Suelly Aveline, Notburga Rosa Reckziegel, Lucinda Maria
Lorenzoni, Ilse Kraemer, Dalilla Sperb, Nair Marques Pereira de Almeida, Ruth Cabral, Glacira Amaral de
Barros, Margarida Sirângelo, Leda Falcão de Freitas, Elvira Saibro, Maria Luiza Baptisti Yang, Clodilte
César, Helen Porto Pereira.
1
O resultado desta experiência levou o Secretário de Educação, Dr. Newton Carneiro, a recomendar que
paulatinamente esse tipo de teste fosse aplicado em todas as escolas publicas do Paraná (ATUALIZAÇÃO,
1952, p. 45).
2
No Regulamento do Cepe, em seu capítulo II, artigo 4º, estava prevista a articulação deste órgão com o
Inep para a realização de trabalhos, estudos e cursos em regime de cooperação (PARANÁ, 1952d).
inicialmente temos feito o estudo dos programas de ensino, bem assim como a
aplicação de testes ABC. De acordo com os resultados obtidos, está se
processando a formação de classes homogêneas. As que se compõem de
repetentes e de crianças-problema receberão atenção especial do Serviço de
Orientação. Para apreciação do progresso das classes haverá uma prova parcial
em junho, prova essa que medirá, objetivamente o aproveitamento escolar.
Depois, então, serão feitos o trabalho estatístico e o conseqüente lançamento
de notas (ALVES, 1952, p. 55)3.
3
Este procedimento previa a aplicação de testes de maturidade nas primeiras séries e os de verificação de
aprendizagem nas demais. Uma vez conhecida a classe, fazia-se a orientação dos alunos de rendimentos
aceitáveis e a recuperação dos alunos abaixo da média por meio de trabalhos especiais.
4
Em algumas fontes, em especial a imprensa, também se encontra a denominação Centro de Demonstração
Pedagógica, assim como Centro Regional de Estudos Pedagógicos e, até mesmo, ‘Inepinho’, para este
mesmo órgão.
5
O primeiro Centro Regional de Pesquisas Educacionais a ser criado foi o de São Paulo, em março de 1957,
mediante um convênio entre o Ministério da Educação e Cultura e a Universidade de São Paulo. A este
caberia atender os estados de São Paulo, Paraná, Mato Grosso e Goiás (FERREIRA, 2001, p. 27).
Bento Mossorunga
1
Estrofe do Hino ao Centro Educacional Guaíra.
2
Para saber mais a respeito da origem dos grupos escolares de Curitiba, consultar BENCOSTTA, 2001.
3
A Escola de Artífices do Paraná, criada desde 1910, foi transferida da Praça Carlos Gomes para o
Rebouças, na década de 1930. De prédio novo (1936), essa escola foi transformada no Liceu Industrial de
Curitiba e, posteriormente, em Escola Técnica de Curitiba (1942), para finalmente, após a unificação do
Ensino Técnico no Brasil, em 1959, ser denominada de Escola Técnica Federal do Paraná, (QUELUZ, 1996).
A partir de 1978, foi transformado no Centro Federal de Educação Tecnológica do Paraná (Cefet-PR).
[...] que o prédio escolar e as suas instalações atendam, pelo menos, aos
padrões médios da vida civilizada e que o magistério tenha a educação, a
visão e o preparo necessários a quem não vai apenas ser a máquina de
ensinar intensivamente a ler, a escrever e a contar, mas vai ser o mestre da
arte difícil de bem viver (TEIXEIRA, 1935, p. 39).
Descrição dos ambientes: 1) sala de aula; 2) secretaria I; 3) sala de espera; 4) sala do Diretor;
5) mapoteca; 6) sanitários; 7) circulação; 8) circulação; 9) auditório [Teatro]; 10) palco [Teatro];
11) mimeógrafo; 12) hall de entrada; 13) secretaria II; e, 14) lavabo.
Entendido o espaço escolar como uma das colunas que sustentaria sua
proposta educacional, foi que não passou despercebido pelo Cepe, assim
como pelo próprio Inep, a importância da funcionalidade desses espaços na
realidade escolar do Centro Educacional Guaíra. Funcionalidade esta defendida
por Anísio Teixeira4 em diferentes momentos de sua atuação nos órgãos da
administração escolar por onde passou. Entendia que esta deveria ser priorizada
em detrimento da monumentalidade, pois não desejava palácios luxuosos,
mas edificações econômicas e com bastante luminosidade, que serviriam de
base para a reconstrução da própria vida, pela escola (TEIXEIRA, 1935).
4
Para uma melhor compreensão das políticas de edificações escolares adotadas por Anísio Teixeira,
consultar DÓREA, 2003.
5
O roteiro da entrevista social era o seguinte. 1 - Nome do aluno; 2 - Data de nascimento; 3 - Como estuda
o aluno [tem horário?/local/precisa mandar?]; 4 - Instrução dos pais [primária/secundária/superior]; 5 -
Profissão dos pais [a mãe trabalha fora de casa?]; 6 - Nacionalidade dos pais; 7 - Casa – organização
[material/madeira/quantas peças/limpa/suja/número de pessoas/quantas no mesmo quarto/aspecto do
mobiliário] – posse [própria/alugada]; 8 - Atividades lúdicas [rádio, ouve muito ou pouco/vai ao futebol/lê
revistas/livros/vai ao cinema/outras] (ALVES, 1961).
6
Foi utilizada a metodologia de TERMAN, L. M.; MERRILL, M. Medida de la inteligência, por ser a mais
difundida no Brasil dos anos de 1950 (ALVES, 1961).
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Introdução
1
Artigo produzido a partir das pesquisas realizadas pelo Grupo de Pesquisa “Ensino e Formação de
Educadores em Santa Catarina” (Diretório de Grupos de Pesquisa do CNPq), do Centro de Ciências da
Educação, da Universidade Federal de Santa Catarina. Homepage: http:/www.ced.ufsc.br/gpefesc.
2
Um período anterior (anos de 1920 e 1930) é indicado como o primeiro momento de reconhecimento dos
intelectuais da educação no Brasil, quando dominam as discussões sobre o papel da educação no projeto
nacional de desenvolvimento (FREITAS, 2000).
3
Para mais informações sobre a Escola de Chicago consultar o artigo de Vilela (2003).
4
Segundo Paixão (1999), os temas e as posições teórico-metodológicas presentes na obra de Moreira
estão em sintonia com os eixos de atuação do INEP naquele momento.
5
Lourenço Filho, em 1943, foi convidado para paraninfar a turma de normalistas do Curso Normal do
Instituto de Educação de Florianópolis. Não podendo comparecer à solenidade, enviou seu discurso que foi
proferido por Moreira e, posteriormente, publicado na Revista Estudos Educacionais.
era mulher, jovem, solteira, mais ou menos 24 anos, cuja origem social era
uma fazenda, vila ou pequena cidade do interior. Sua formação, geralmente,
consistia em quatro anos de curso secundário e de um ou dois de preparação
profissional, orientada para as atividades rurais e escolares. Com esse tipo
de professor, pretendiam os americanos, realizar uma escola que preenchesse
suas funções primordiais, não apenas em face da criança, mas também da
comunidade (MOREIRA, 1954, p. 74).
[...] ser professor normalista, em Santa Catarina, antes de 1935, era possuir um
título não muito comum. Com exceção dos que residiam em Florianópolis, raros
jovens do interior do estado tinham possibilidade de obtê-lo. Era, entretanto,
o velho Curso Normal, de 4 anos, que se sobrepunha à Escola Complementar,
pela qual se era obrigado a passar, para poder realizá-la (sic). O jovem professor,
tinha pois, antes de se formar, que perfazer 4 anos de Escola Primária, 3 anos
de Escola Complementar, 4 anos de escola normal, num total de 11 anos de
estudos escolares. Não tinha direito legal a outra profissão, que a de ser
professor. Pelas duas escolas normais que funcionavam na capital, uma oficial
e outra particular, passaram gerações de moços que, se não puderam satisfazer
a todas as necessidades da escola catarinense, ocuparam os postos ‘chaves’
do sistema educacional: inspetorias, diretorias de grupos, classes das maiores
e mais importantes unidades escolares. Em 1935, no Departamento de
Educação, quer o Diretor, quer os Sub-Diretores, tinham sido formados por tal
escola. Justamente nessa época, o sistema educacional passou por um
benfazejo sopro renovador, a que nos referimos no capítulo anterior. Os
professores que vi trabalhando em Joinville, no grupo de que fui diretor, também
tinham passado por ela. Eram eficientes, faziam a escola funcionar, tinham
capacidade renovadora, se interessavam vivamente pelas questões
educacionais (MOREIRA, 1954, p. 75).
6
Em 1963, a Assembléia Legislativa do Estado de Santa Catarina converteu em Lei (n. 3.191/63) um
anteprojeto do CEE que criava o Sistema Estadual de Ensino, e no seu interior, a Faculdade de Educação,
concebida como instituição destinada a inovar no campo educacional, colocando no mesmo nível de importância
o ensino (curso de Pedagogia), a pesquisa educacional (CEPE) e a extensão (através da orientação pedagógica
ao magistério das escolas públicas). Este sistema representou, na época, uma inovação no país, tendo
inclusive servido de modelo para outros estados. O Centro de Estudos e Pesquisas Educacionais, criado junto
à Faculdade de Educação, segundo Lins (1988), estava voltado para o aperfeiçoamento do magistério
primário e médio, bem como para a melhoria dos métodos e condições do ensino (SCHEIBE e DANIEL, 2002).
7
Orlando Ferreira de Melo coordenou um amplo estudo sobre “Práticas escolares nas escolas primárias de
Santa Catarina”, realizada de setembro a dezembro de 1955, quando era Professor de Didática e Prática
Pedagógica da Escola Normal “Pedro II”, de Blumenau, dirigindo uma equipe de alunos-mestres concluintes
do curso normal, como pesquisadores associados. Constatou, entre outras questões, o predomínio então, no
Estado, de uma escola intelectualista mais ou menos modificada (vitalizada) pelos ideais da Escola Nova.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
TEIXEIRA Anísio: A luta pela escola primária pública no país. In: SMOLKA,
Ana Luiza Bustamante; MENEZES, Maria Cristina (Orgs.) Anísio Teixeira, 1900-
2000. Provocações em educação. Campinas: Autores Associados; Bragança
Paulista, 2000.
PAIXÃO, Lea Pinheiro. João Roberto Moreira. In: FÁVERO, Maria de Lourdes
de Albuquerque & BRITTO, Jader de Medeiros (Orgs.) Dicionário de Educadores
no Brasil. Da colônia aos dias atuais. 2º ed. aum. Rio de Janeiro: Editora UFRJ/
MEC-Inep-Comped, 1999.
RIBEIRO, Darcy. Dr. Anísio. In: TEIXEIRA, Anísio. Educação não é privilégio. 5
ed. comentada por Marisa Cassin. Rio de Janeiro: Editora UFRJ, 1994.
TEIXEIRA, Anísio. Carta a Cândido Mota Filho, Rio de Janeiro, dezembro, 1954.
Localização do documento: Fundação Getúlio Vargas/CPDOC – Arquivo Anísio
Teixeira – Atc 54.12.00.
1
Essa breve síntese foi elaborada tendo como fontes principais o histórico do INEP: Retrospectiva Analítica dos
Primeiros sete anos do INEP e Os Estudos e As Pesquisas Educacionais no Ministério da Educação e Cultura,
publicados respectivamente, na Revista Brasileira de Estudos Pedagógicos, Rio de Janeiro, v. 7, n. 16, outubro
1945 e na Revista Educação e Ciências Sociais, e Boletim do CBPE, Rio de Janeiro, v. 1, n. 1 agosto 1956.
2
Era idéia de Lourenço Filho construir um acervo bibliográfico e arquivístico com o objetivo de organizar e
socializar as informações coletadas pelos estudos e pesquisas. No entanto, somente na gestão de Anísio
Teixeira esse acervo seria criado através do Centro de Documentação Pedagógica.
3
Consultar o Documento Klineberg, no qual se encontra o plano de organização do Centro Brasileiro de
Pesquisas Educacionais e Centros Regionais, publicado na Revista Educação e Ciências Sociais sob o título:
Os estudos e as pesquisas educacionais no Ministério da Educação e Cultura, Boletim do CBPE, v. 1, n. 1,
p. 5-6, 1956. Participaram de reunião realizada em 18 de agosto de 1955, que aprovou o documento final
de criação do Centro os seguintes educadores e cientistas sociais: Anísio Teixeira, Fernando de Azevedo,
Almeida Júnior, J. Roberto Moreira, Charles Wagley, Mário de Brito, Jaime Abreu, L. de Castro Faria,
Antonio Cândido de Melo e Souza, José Bonifácio Rodrigues, Lourival Machado, o sociólogo britânico
Bertram Hutchinson, Florestan Fernandes, Egon Schaden, L. Costa Pinto e o representante no Brasil da
Assistência Técnica da ONU, Henri Laurentie.
4
Sobre as relações entre Educação e Ciências Sociais no Brasil consultar os trabalhos de Vera Henriques,
e Libânea Xavier, respectivamente, Educação e ciências sociais no Brasil: Possíveis Relações. Caderno de
Pesquisas da Fundação Carlos Chagas, Rio de Janeiro, n. 103, p. 81-99, mar, 1988. O Brasil como
laboratório-educação e ciências sociais no projeto dos centros brasileiros de pesquisas educacionais. São
Paulo: Editora São Francisco, 1999.
5
A idéia de Escola-Laboratório guarda semelhança com a escola experimental “Laboratory School ou Dewey
School”, criada em 1896 pelo filósofo americano John Dewey em Chicago. A esse respeito, consultar o
excelente trabalho do Professor Carlos Otávio Fiúza Moreira: Entre o Indivíduo e a sociedade, Um estudo da
Filosofia da Educação de John Dewey, especialmente o capítulo 2 – Pensando na prática: a escola laboratório
da universidade de Chicago.
6
As reflexões de Anísio Teixeira apontam na direção do Pragmatismo como paradigma filosófico, com
enfoque no Utilitarismo Lógico, cujo principal representante foi John Dewey, para Anísio Teixeira o “restaurador
da unidade e o filósofo da democracia”. Ao traduzir Democracia e Educação, Anísio apresenta tal obra como
uma “Summa” moderna dos conhecimentos pedagógicos que daria sentido e direção às perplexidades da
época e orientaria o pensamento e a ação dos educadores brasileiros, na primeira metade dos anos trinta.
[...] por razões decorrentes de sua origem, a escola primária que aí está tem
exigências que nem todas as crianças que hoje a procuram podem cumprir.
Tendo surgido como uma instituição de uma sociedade urbana incipiente,
pré-industrial, para servir a certas camadas da população, não se encontra
aparelhada para atender à grande massa que hoje a freqüenta. Apesar disso,
7
Consultar o trabalho publicado por Andrew Pearse sob o título “Notas sobre a organização social de uma
favela do Rio de Janeiro”, Educação e Ciências Sociais, Rio de Janeiro, v. 3, n. 7, abril 1958.
8
A referida autora publica na Revista Educação e Ciências Sociais, uma série de artigos (3) sobre a
pesquisa que realizou na Escola Argentina; além desse artigo publicado em 1959, publicou no ano anterior
o primeiro deles sob o título “Sobre os objetivos da Escola Primária – Opinião de um grupo de professores
do Distrito Federal”. Educação e Ciências Sociais, Rio de Janeiro, v. 3, n. 7, abril 1958.
[...] a preocupação da escola brasileira não era nem com a criança, nem
com a comunidade ou sociedade. A sua preocupação é com o cumprimento
de um horário e de um programa, segundo processos formais, dentro de
uma rotina pré-estabelecida e invariável. Isto é o que lhe caracteriza: a
segregação, o isolamento da vida, o caráter de clube fechado, sem relação
com as outras instituições sociais (MOREIRA, 1957, p. 168).
3. A Escola-Laboratório Guatemala
9
A escola Guatemala é o objeto de estudo da excelente Tese de Doutorado da professora Cléo de Oliveira
Passos (FE/UFRJ), na qual podem-se encontrar elementos reveladores do cotidiano dessa Escola.
10
Para uma definição do ato de pensar reflexivo, consultar a obra Como pensamos, de John Dewey. São
Paulo: Editora Ltda, 1933. Para Dewey, o pensamento reflexivo faz um ativo, prolongado e cuidadoso
exame de toda crença ou espécie hipotética de conhecimento. Exame realizado à luz dos argumentos que
a apóiam e das conclusões a que chegam. Para firmar uma crença em uma sólida base de argumento é
necessário um esforço consciente e voluntário.
11
Por exemplo, o projeto da Lojinha de Doces, gerenciada por alunos, possibilitava que os mesmos fizessem
compras, cálculos e troco, resultando na efetuação de problemas desenvolvidos na aula de matemática. Uma
outra atividade era o jornal da escola, cujas matérias eram definidas e escolhidas pelos alunos, o que os
obrigava a praticar a escrita através de reportagens, entrevistas e poesias elaboradas nas aulas de português.
[...] das 15 às 17 horas, fazíamos avaliação de nossa atuação com Dona Lúcia
Pinheiro e as coordenadoras de área, Dona Juracy Silveira, Dona Risoleta e
Dona Clotilde. Então, foi um enriquecimento incalculável! Não só na minha
vida profissional de professora. [...] nós tivemos a chance de ter aquele
aperfeiçoamento, aquele acompanhamento! (Depoimento de uma ex-
professora da Guatemala, apud LÔBO, 1994).
[...] os pais, em princípio, relutavam muito; [...] os pais reclamavam muito. Eles
diziam assim: ‘mas como a senhora acha que meu filho depois vai fazer um
exame de admissão? Não tem livro para ele estudar; como ele vai fixar a
tabuada? Ele não vai estar preparado para isso’. Então nós tivemos que fazer
uma reformulação e começamos a acertar mais isso.
[...] nos dois primeiros anos. Depois, não. Nós fomos procurando acertar através
da experiência (Depoimento de uma ex-professora da Guatemala, apud LÔBO,
1994).
CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
DEWEY, John. Como pensamos. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 1933.
*
Professor Colaborador do Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Federal de Uberlândia;
atualmente vinculado ao Programa de Pós-Graduação em Educação do Centro Universitário do Triângulo, e
membro do Núcleo de Estudos e Pesquisas em História e Historiografia da Educação (para contatos:
jcaraujo@ufu.br).
**
Doutor em Educação pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, Professor de História da
Educação da Universidade Federal de Uberlândia, Sócio-fundador da Sociedade Brasileira de História da
Educação (para contatos: degatti@uol.com.br).
Anísio Teixeira usou o poder de que dispunha na direção do Inep para criar o
CBPE, que nasceu com o apoio entusiástico e grande envolvimento da Unesco.
Da mesma forma, foi Anísio na presidência da Coordenação de Aperfeiçoamento
de Pessoal de Ensino Superior (Capes), quem proporcionou os recursos
1
Para detalhamento, cf. a propósito o capítulo V da obra de Xavier (1999). Outro texto importante, inclusive do
ponto de sua constituição como fonte que participa do processo fundador do CBPE, é o capítulo 4 da Parte IV,
intitulado O Centro Brasileiro de Pesquisas Educacionais, da obra de Florestan Fernandes, Educação e sociedade
no Brasil, 1966, p. 565-578. O conteúdo desse capítulo traz na íntegra o parecer deste intelectual, cujo teor
discute o projeto do CBPE numa reunião em 18 de agosto de 1955. Destaque-se aqui a expressividade deste
intelectual como interlocutor quando de um convite para assessorar sobre as análises planejadas para o CBPE.
[...] até o momento, não temos passado, de modo geral, do simples censo
estatístico da educação. É necessário levar o inquérito às práticas
educacionais. Procurar medir a educação, não somente em seus aspectos
externos, mas em seus processos, métodos, práticas, conteúdos e
resultados reais obtidos. Tomados os objetivos da educação em forma
analítica, verificar, por meio de amostras bem planejadas, como e até que
ponto vem a educação, conseguindo atingi-los. [...] Este trabalho pois,
não será nenhum trabalho remoto e distante, mas parte integrante e
preliminar do programa de reconstrução de nossas escolas e de revisão
dos seus métodos. Não será por leis, mas por tais estudos, que daremos
início à reforma do ensino (DISCURSO DE POSSE DO PROFESSOR ANÍSIO
TEIXEIRA..., 1952, p. 78).
Ainda com relação aos objetivos dos CRPE e do CBPE, o inciso IV do Art.
2° traz uma outra dimensão, sem dúvida também inquieta e empenhada
com a formação continuada do professor, posto que estão previstos cursos
de treinamento e de aperfeiçoamento de administradores, orientadores,
especialistas de educação e professores de escolas normais e primárias.
Realizações do CRPE/MG
2
Instituto criado na gestão de Abgar Renault na Secretaria Estadual de Educação e Saúde Pública de Minas
Gerais, do Governo Milton Campos (1947-50).
De fato, a estrutura dos centros regionais era modelada pelo CBPE, mas
a vontade de influenciar, por meio das pesquisas desenvolvidas pelo CRPE/
MG as ações do Estado em Minas Gerais, era marcante em toda a
documentação consultada nessa investigação. Abgar Renault, em 1960,
manifestava que:
3
Nesse arrolamento foram incluídas informações sobre o ano de 1963, dado que as pesquisas estavam
projetadas anteriormente.
4
Infelizmente, não foi possível ter acesso ao primeiro volume do Boletim do CRPE/MG.
Concluindo
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
MENDONÇA, Ana Waleska; BRANDÃO, Zaia. Por que não lemos Anísio
Teixeira? Rio de Janeiro: Ravil, 1997.
NUNES, Clarice. Anísio Teixeira: a luta pela escola primária pública no país.
In: SMOLKA, Ana Luíza Bustamante; MENEZES, Maria Cristina (Orgs.). Anísio
Teixeira, 1900-2000. provocações em educação. Campinas: Autores
Associados; Bragança Paulista, SP: Edusf, 2000.
PEREIRA, Luiz. Nota crítica sobre o pensamento pedagógico brasileiro. In: A escola
numa área metropolitana. 2. ed. São Paulo: Livraria Pioneira Editora, 1976.
Discursos
Artigos em periódicos
Legislação educacional
1
Doutora em Sociologia (UnB), mestre em educação (UnB), arte educadora. E-mail: alice2fm@ig.com.br
2
A Professora Babi Teixeira é Presidente da Fundação Anísio Teixeira/FAT.
3
O Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional – Sphan foi fundado em 1937, por iniciativa do
Ministro da Educação e Cultura, Gustavo Capanema, assessorado por Carlos Drummond de Andrade. Seu
primeiro presidente foi Rodrigo Mello Franco de Andrade.
4
O Inep, denominado inicialmente de Instituto Nacional de Estudos Pedagógicos, foi criado em 1937, Lei
Federal n. 378. Em 1972 o Instituto passou a ser denominado Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas
Educacionais. Atualmente, tem a denominação de Instituto de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio
Teixeira, em reconhecimento à importância da obra desse educador no período em que ocupou a direção
desse órgão, entre os anos de 1952 e 1964.
As “Escolas-Parque” em Brasília
[...] pode-se bem compreender que modificações não deverão ser introduzidas
na arquitetura escolar para atender a programa dessa natureza. Já não se
trata de escolas e salas de aula, mas de todo um conjunto de locais em que as
crianças se distribuem, entregues às atividades de “estudo”, de “trabalho”,
de “recreação”, de “reunião”, de “administração”, de “decisão” e de vida
e convívio no mais amplo sentido desse termo. A arquitetura escolar deve
assim combinar aspectos da “escola tradicional” com os da “oficina”, do
“clube” de esportes e de recreio, da “casa”, do “comércio”, do “restaurante”,
do “teatro”, compreendendo, talvez, o programa mais complexo e mais
diversificado de todas as arquiteturas especiais (TEIXEIRA, 1962, p. 30).
Desvios de percurso
5
Escola tributária é a denominação dada às escolas vinculadas às ‘escolas-parque’, considerando-se que
estas passaram a atender não apenas a alunos matriculados em ‘escolas-classe’, mas também a alunos
matriculados em centros de ensino fundamental e na Escola de Aplicação da Escola Normal de Brasília.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Iria Brzezinski*
*
Professora titular de Políticas Educacionais e Gestão Escolar da UCG Universidade Católica de Goiás,
coordenadora da Linha de Pesquisa do Mestrado em Educação “Instituições e Políticas Educacionais”.
iria@ucg.br
1
Sinto-me à vontade para “encaixar” Anísio Teixeira entre os “pertencentes ao mundo oficial” pelo fato
de ele ter estado à frente de órgãos vinculados ao Ministério da Educação (MEC). Suas bases teóricas
e ações políticas como administrador educacional, todavia, obrigam-me a reconhecê-lo como legítimo
representante do mundo vivido, com o qual se identificam os que conhecem, vivem e transformam a
escola e as instituições formadoras de professores. Em Teixeira (1962 ) fui buscar as explicações sobre
o “mundo oficial” – do sistema – e o “mundo vivido” – o real. O autor, ao fazer a análise histórica do
que foi proclamado e realizado pelo mundo oficial em relação às instituições escolares, mostra que as
sociedades modernas pressupõem, no jogo de interações em que elas se apresentam, a existência
desses dois mundos polarizados e antagônicos.
2
Premissa norteadora da Conferência feita no Centro de Estudos e Treinamento de Recursos Humanos
da Fundação Getúlio Vargas e do livro de Anísio Teixeira (1957). Este educador recebeu inúmeras críticas
dos bispos católicos gaúchos. Em “Memorial” os bispos solicitaram a sua exoneração do INEP, fato que
ocasionou, mais uma vez, o acirramento da luta que impregnou toda a tramitação da primeira Lei de
Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei n. 4.024/1961) durante treze anos no Congresso Nacional:
defesa, pelos liberais, da escola pública, laica e gratuita, contrária à escola particular, confessional e
paga, assumida pelos católicos.
1. Raízes descobertas
3
Os artigos que compõem o presente livro tratam das realizações locais dessa política do INEP, sob a
direção de Anísio Teixeira, no período de 1952-1964, no Distrito Federal e nos seguintes estados da
Federação: RS, PR, SC, RJ, MG,GO, BA, SE, MA, RN.
4
Essas entrevistas forma realizadas em período anterior ao desenvolvimento da presente pesquisa. A
riqueza e diversidade das informações colhidas à época (anos 1980), analisadas sob novo referencial
teórico e contextualizadas no momento histórico do século XXI, serviram também como campo empírico
do presente estudo.
5
Os dados estatísticos foram extraídos do relatório de José Gumercindo Marques Otéro, enviado ao
Presidente do Estado. Informação Goyana (1930).
6
Expressão da época. Atualmente esse nível de ensino denomina-se Ensino Fundamental (de 1ª a 4ª séries).
7
Em 1937, último ano de funcionamento da Escola Normal na antiga capital, a matrícula foi de 95 alunos,
enquanto em 1938 se matricularam 48 e em 1942 a matrícula se reduziu para 35 alunos. Cf. dados
apresentados por França (1961, p.2).
[...] ali pelos anos quarenta, as idéias da Escola Nova penetraram na Escola
Normal. Algumas professoras, mais novas no magistério, se imbuíram com tal
entusiasmo desses princípios de renovação que chegaram, na prática, até
ao exagero. Logo de começo entraram em choque com a direção da Escola.
Muitas alunas aderiram ao grupo de professoras renovadoras, fazendo
crescer o movimento renovador, mas de maneira inquietante. Os professores
e as professoras mais moderados tentaram aplacar os ânimos, mas sem êxito.
Daí por diante, brigas e mais brigas (BRETAS, 1983, p. 7).
8
Nesta ocasião ocupava o cargo de diretora a professora Ofélia Sócrates do Nascimento Monteiro.
[...] a política daquele tempo, e ainda hoje acontece o mesmo, era isso:
uma obra iniciada por um governo anterior, se de oposição, não merecia
ser continuada nem concluída. Até quando vai ser assim? Nesse ínterim,
Murilo Braga embarca para os Estado Unidos, o avião cai. Com ele foi
enterrado o convênio. A obra parou, ficando ao relento por vários anos
(BRETAS,1983, p. 2-3).
tudo era muito mato; só mais pra baixo existia a igrejinha, o mercado e
grandes trieiros para ir a Goiânia [...]. Muita gente morava aqui. Quando
começou a construção, que era feita por presos da penitenciária, o homem
que acompanhou os presos, muito jeitoso, bem vestido, com anelão de
doutor na mão, começou a tirar o pessoal prometendo uma casa boa, no
Setor Pedro Ludovico, e assim todos se foram [...]. Ele falou comigo também,
marcou o dia de vir me buscar, mas não veio e estou aqui até hoje [...]
(DOMINGUES, 1985, p. 66).
Aos poucos, com paciência e coragem, tudo foi sendo resolvido. Segundo
o primeiro diretor do IEG, a área onde o mesmo foi construído, abrangia
83.000m2, (França, 1961, p. 94). Foi edificado um complexo de ensino integrado
por jardim da infância, grupo escolar de aplicação, Instituto Pestalozzi (de
excepcionais9), pensionato para bolsistas do interior e auditório. Esse, no
mesmo bloco do IEG, com capacidade para 700 pessoas.
Emergiu então, o centro de gravidade de formação de professores do estado
de Goiás – o Instituto de Educação de Goiás – que passou a exercer paulatinamente
a função de centro irradiador de cultura. A instituição, aos poucos, transformava-
se em foro de debates. Os profissionais de outras escolas de menor porte levavam
suas experiências para lá, ao mesmo tempo em que procuravam atualização,
aperfeiçoamento e subsídios para solucionar problemas educacionais.
Inserido na nova realidade goianiense, o IEG, com estrutura física adequada
e com assessoramento pedagógico do Inep, feito nos primeiros momentos,
pessoalmente por Anísio Teixeira, transformou-se em escola modelo de formação
de professores primários, participando da evolução cultural, social e econômica
do estado, que por sua vez era impulsionado pela corrida desenvolvimentista
do governo federal. Fato elucidativo da participação do IEG no desenvolvimento
educacional de Goiás era o elevado número de professores qualificados que a
escola modelo colocava no mercado de trabalho. Transcorridos três anos de
sua instalação em prédio próprio, o número de 37 concluintes significava um
crescimento da ordem de 516% em relação aos 6 concluintes de 1955.
9
O instituto de excepcionais não havia sido previsto, inicialmente, como instituição integrante do IEG. Na
época, porém, este estabelecimento enfrentava dificuldades, sendo até despejado de suas instalações no
Horto Florestal. Como solução foi incorporado ao complexo de ensino. Cf. Depoimento do professor
Basileu Toledo França em 11/05/1983.
- Formação de Professores;
- Administradores Escolares;
- Normal Rural10;
- Especialização e Aperfeiçoamento;
- Ginasial;
- Primário de Aplicação;
- Jardim de Infância;
- Excepcionais (Instituto Pestalozzi);
10
Diversos obstáculos impediram o funcionamento do curso Normal Rural. Numa tentativa de substituição
instituiu-se no curso de formação de professores uma área de especialização, optativa para os alunos: o
Extensionismo Rural (FRANÇA, 1983, p. 10).
[...] de início, ponderei que essa reforma devia esperar a aprovação da Lei de
Diretrizes e Bases da Educação Nacional, que transitava no Congresso, mas
Feliciano tinha pressa, era compromisso que tinha consigo mesmo: reformar
o Ensino Normal” (BRETAS, 1983, p. 4).
11
Cf. Exposição de motivos e anteprojeto de lei. In. Goiás. Comissão especial de estudos e programação.
Reforma do ensino normal, Goiânia, Dep. Estadual de Imprensa, 1960, p. 5.
12
O anteprojeto foi relatado pelo Deputado Waldir Castro Quinta. Segundo o prof. Bretas, o relator “[...]
apresentou várias emendas que não alteravam o conteúdo, mas melhoravam a redação e a técnica
legislativa” (BRETAS, 1983, n. 7, p. 4).
[...] é isto aí: uma província (província, sim), viciada em andar sempre atrelada,
como lanterninha, à cauda formada pelas demais províncias, não pode ter
iniciativa própria, não pode andar à frente da cabeça. A palavra nossa não
tem valor; só vale a que vem de cima (BRETAS, 1983, p. 7).
4. Para concluir
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
LDB interpretada: diversos olhares se entrecruzam. 10 ed. São Paulo: Cortez, 2003.
Entrevista concedida a Iria Brzezinski (n. 6). Goiânia, 1983. Impresso por meios
eletrônicos.
Entrevista concedida a Iria Brzezinski (n. 3). Goiânia, 1984. Impresso por meios
eletrônicos.
Introdução
1
Foram contatados e concederam informações: Arquivo da Secretaria de Educação do Estado da Bahia:
Vanda Boaventura Moreira; Arquivo Público do Estado da Bahia - Seção Republicana: Marlene A. D.
Moreira; Biblioteca Anísio Teixeira: Ângela Deiró; Biblioteca da Faculdade de Educação da UFBA: Sonia
Vieira; Centro Educacional Carneiro Ribeiro: Isabel Souza; Projeto Memória de São Lázaro/Faculdade de
Filosofia e Ciências Humanas da UFBA: Heloísa Helena F. G. Costa; Fundação Anísio Teixeira: Anna
Christina Teixeira Monteiro de Barros; Instituto Anísio Teixeira - IAT: Iara Vieira Lima Soares; Instituto
Geográfico e Histórico do Estado da Bahia: Esmeralda Maria de Aragão e Arquivo da Faculdade de Filosofia
e Ciências Humanas da UFBA: Luís Alberto de Assis Borges Filho.
2
Levantamento realizado no APEBA na Seção Arquivo Republicano por Hermínia Glória dos Santos Cunha,
em março de 2003.
3
Hildérico Pinheiro Oliveira foi diretor do Serviço de Obras da Secretaria de Educação e Saúde do Estado
da Bahia, de março de 1948 a janeiro de 1951.
[...] em todo esse período, registro ter contado com certa liberdade, duas
vezes: quando imaginei e projetei a Universidade do Distrito Federal e quando
imaginei e projetei este Centro. A Universidade foi tragada pela reação de
37, este Centro está sobrevivendo, apesar de não faltarem ameaças. O longo
convívio com as escolas deu-me uma experiência profunda da extraordinária
imobilidade da sociedade brasileira. [...] Hoje, o Centro ainda não está
completo. Faltam as residências para as crianças chamadas abandonadas,
que aqui deveriam estar como os habitantes do Centro, que iriam durante o
dia, hospedar os alunos do regime de semi-internato em que funciona. A
despeito de todas aquelas dificuldades, já referidas, o plano executou e
estas escolas se fizeram o exemplo de algo de novo no campo da educação.
A experiência correu mundo. Seus visitantes, em muitos casos, encheram-se
de entusiasmo. As Nações Unidas, em um documentário de escolas de todo
o mundo, escolheram este Centro para um dos seus filmes e exibiram por
toda a parte. Tudo isto se fez com a prata da casa. Não houve para essa
experiência nem auxílio nem assistência técnica estrangeira de qualquer
natureza. Os professores são todos nossos e os que tiveram a oportunidade
de aperfeiçoamento, aperfeiçoaram-se aqui, no Brasil, em cursos do Inep
(TEIXEIRA, 1967a, p. 246 e 252).
[...] a diretora, que se devotou à experiência com toda alma, é uma professora
formada em uma das escolas normais, a de Caetité, no Estado da Bahia e
sua grande experiência de educadora foi adquirida no ensino em escolas
normais, na direção de escolas, aqui entre nós e no estudo e convívio com
as crianças brasileiras de todas as classes. O ofício de educador exige o
melhor conhecimento possível da vida e de suas exigências, no sentido da
capacidade de pensar e agir inteligentemente dentro da sociedade e
cultura ambiente. A diretora do Centro possui esses dois conhecimentos
por cultura pessoal e por vivência educativa. Por isso é que a experiência
deste Centro pôde ter, dentro de nossas limitações, o sucesso que teve. A
seu lado, um corpo de professores admiráveis realizou, em silêncio, uma
4
Segundo Relatório do Centro Educacional Carneiro Ribeiro de 1951, localizado no APEBA, a matrícula era
de 1.048 alunos na Escola Classe 1; 1.109 alunos na Escola Classe 2; 1.057 alunos na Escola Classe 3. Os
mapas de freqüência diária e os gráficos com as notas mensais dos alunos indicam o processo de aferição
de notas, com destaque e a freqüência do mês de novembro de 1950 é apresentada por curso e sexo. O
relatório contém a relação dos nomes dos professores e estagiários.
5
Entrevista concedida por Vera Lúcia Lopes dos Reis, para atividades de ensino e pesquisa desenvolvida na
disciplina Tópicos Especiais de Ensino, no Núcleo de Pós-Graduação em Educação da Universidade Federal
de Sergipe. Cf. Notas de aula. Stela Borges de Almeida, NPGED/UFS, agosto de 2001.
6
Entrevista concedida pelo Prof. Luiz Felippe Perret Serpa, em maio de 2001, para a disciplina Tópicos
Especiais de Ensino, NPGED/UFS, 2001.
7
CRINEP, esta é a denominação usual encontrada para os Centros Regionais do INEP.
8
Entrevista concedida pela Profa. Iracy Picanço, em 22 de outubro de 2003, responsável pela pesquisa: O
Centro Educacional Carneiro Ribeiro: resgate de uma experiência educacional. UFBA, FAPESB, FAT, 2002-2003.
[...] vê-se aí com clareza meridiana a trágica ironia da renovação educacional sem
a renovação da sociedade. A experiência escolar termina. A sociedade não acolhe
as crianças que deixam a escola com nenhum quadro organizado de trabalho e
emprego, ou de continuação da educação (TEIXEIRA apud ÉBOLI, 1969a, p. 19).
9
Os ex-alunos se encontram nominadas por suas iniciais e número de anos passados na Escola.
10
A documentação iconográfica da Escola de Aplicação encontra-se no mesmo conjunto de registros
fotográficos que as da Escola Parque. O tratamento deste acervo requer uma pesquisa de natureza
histórica que reconstrua juntamente ao acervo, a identificação dos personagens e de suas diferentes e
múltiplas histórias de vida, através dos depoimentos de ex-alunos, professores e funcionários.
A fita inaugural desse novo prédio foi cortada pelo representante dos donos
da festa, o leitor Luiz Antônio da Silva. As autoridades baianas ainda não haviam
compreendido a dimensão do projeto pedagógico da biblioteca infantil.
13
Entrevista concedida por Luís Henrique Dias Tavares, em 12 de março de 2003.
14
Informações sobre estas pesquisas encontram-se também na contracapa do livro Duas reformas de
educação na Bahia 1895-1925, único exemplar encontrado de uma série de 14 livros publicados pelo
CRPEBa. Além das pesquisas grifadas com (*), foi publicada: Apreciação de um teste experimental para
medida do motivo de realização em escolares coordenada por Regina Espinheira.
15
Entrevista concedida por Fernando Santana, responsável pelo Setor de Construções Escolares da Secretaria
de Educação do Estado da Bahia (até 1948), em 11 de setembro de 2003.
ALMEIDA, Stela Borges de (Org.). Chaves para ler Anísio Teixeira. Salvador:
OEA/UFBA/EGBA, 1990.
ALMEIDA, Stela Borges de. Escola Parque: paradigma escolar. 1988. 156f.
Dissertação (Mestrado em Educação). — Faculdade de Educação, Universidade
Federal da Bahia, Salvador, 1988.
MENDONÇA, Ana Waleska e BRANDÃO, Zaia. (Orgs.). Por que não lemos
Anísio Teixeira: uma tradição esquecida. Rio de Janeiro: Ravil, 1997.
MONARCHA, Carlos (Org.). Anísio Teixeira: a obra de uma vida. Rio de Janeiro:
DP & A, 2001.
RIBEIRO, Darcy. Dr. Anísio; carta: falas, reflexões, memórias. Brasília, n. 14,
1995. p. 33-36. Pesquisa <http://www.prossiga.br/anisioteixeira/index.html>
em 20/09/2003
[...] pelo arcaísmo, quanto ao ato educativo, em que a escola primária funcionava
às voltas com métodos obsoletos de memorização, improvisação de professores,
e perda sensível de prestígio por não mais satisfazer às necessidades mínimas
de preparo para a vida [...], enquanto a escola secundária tornava-se um
passar de classe social para outra (ARAUJO, 2000, p. 2).
1
Anísio Teixeira foi empossado no cargo de diretor geral do Instituto Nacional de Estudos Pedagógicos no
dia 04 de julho de 1952, após haver sido designado pelo ministro Ernesto Simões Filho.
2
TEIXEIRA apud TOLEDO (2002). Nesse trabalho, Maria Rita de Almeida Toledo analisa o Boletim
“Educação e Ciências Sociais”, publicado pelo Centro Brasileiro de Pesquisas Educacionais, do período de
1956 a 1962. No levantamento que faz flagra a reorganização do Inep promovida por Anísio Teixeira.
1. Sergipe e o Inep
3
Nos termos do Decreto 38.460, de 28 de dezembro de 1955, foram estabelecidos Centros de Pesquisa
nas cidades de São Paulo, Recife, Salvador, Belo Horizonte e Porto Alegre.
4
Foi tomando tal estrutura como base, que Anísio Teixeira gerenciou a Campanha de Inquéritos e
Levantamentos do Ensino Médio e Elementar.
5
Desde a sua criação, em 1937, o Inep teve como responsabilidade a difusão do ensino elementar através
da distribuição de verbas para a construção de prédios escolares nas zonas urbana e rural. O Fundo
Nacional de Ensino Primário (FNEP) foi regulamentado em agosto de 1945, marcando assim o início
institucional de um programa destinado a transferir recursos do governo federal para os estados, com o
objetivo de difundir o ensino elementar.
2. A Política de Bolsas
3. Os Estudos e Inquéritos
6
A esse respeito, consultar os registros do Diário Oficial do Estado de Sergipe (principalmente as edições
dos dias 17 de junho de 1955 e 27 de abril de 1957) e a correspondência expedida e recebida pela
Secretaria da Educação. Arquivo Público do Estado de Sergipe – Apes, Fundo Educação. Não foram
localizados registros quanto a bolsas concedidas no período de 1959 a 1962, não obstante, algumas
pessoas que exerceram funções na gestão da política educacional em Sergipe naquele momento afirmarem
que o estado continuou enviando bolsistas para o Rio de Janeiro, estado de São Paulo e estado da Bahia.
7
“O presente estudo, com o qual concorremos ao concurso para provimento, em caráter efetivo, do
cargo de Professor Catedrático de Pedagogia do Instituto de Educação Rui Barbosa constituiu o relatório
que apresentamos, em 1956, ao Centro Brasileiro de Pesquisas Educacionais, órgão do Instituto Nacional
de Estudos Pedagógicos, após os trabalhos de pesquisa de que fomos, pelo mesmo, incumbido”
(MENDONÇA, 1958, p. 13).
8
“Tive grande satisfação em tomar conhecimento do adiantamento em que se encontram os trabalhos
de levantamento da situação educacional do Estado de Sergipe. Cordiais saudações. Anísio Teixeira,
Diretor do Inep” (Cf. Carta de Anísio Teixeira a Nunes Mendonça, em 25 de junho de 1956 apud SOUZA,
1998, p. 189).
9
Segundo Josefa Eliana Souza (1988, p. 98) para construir o texto de A educação em sergipe, Nunes
Mendonça “amparou-se na interlocução com diversos intelectuais (...). Entre os mais de cinqüenta com
quem dialogou aparecem os nomes de Sebrão Sobrinho, Carvalho Lima Júnior, Mário Cabral, Fernando
Porto, Jorge de Oliveira Neto, José Cruz, Felte Bezerra (...), John Dewey, William Kilpatrick, Durkheim,
Claparède, Ferriére, Anísio Teixeira, Lourenço Filho e Fernando de Azevedo”.
10
A respeito desse tipo de preocupação, Nunes Mendonça recebeu, em novembro de 1960, uma
correspondência de Anísio Teixeira que é bastante esclarecedora: “venho acompanhando, com o interesse
natural, os seus estudos e os seus trabalhos sobre a educação em Sergipe. Batendo-me, como sabe, pela
regionalização e, mais, pelo localismo de toda verdadeira obra educacional, não posso deixar de sublinhar
o que significa o seu esforço, a sua experiência e a sua crescente competência nos problemas da educação
do seu estado. Cordial abraço, A. Teixeira APUD SOUZA, 1998, anexo 3).
11
Anísio Teixeira dirigiu o Inep durante as gestões seguintes presidentes: Getúlio Vargas, (1951-
1954), Café Filho, (1954-1956), Juscelino Kubitscheck, (1956-1961), Jânio Quadros, (1961) e João
Goulart, (1961-1964).
12
A esse respeito consultar a correspondência expedida pelo governo do Estado de Sergipe. Arquivo Público
do Estado de Sergipe – Apes. Fundo Educação.
13
A esse respeito consultar a correspondência expedida pelo governo do Estado de Sergipe. Arquivo Público
do Estado de Sergipe – Apes. Fundo Educação.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
14
Considerando-se conjuntamente os recursos que chegaram através do governo estadual e da prefeitura
de Aracaju.
15
Algumas dessas escolas eram dotadas de oficinas de artes industriais.
ENTREVISTA
1
Profª. Drª do Departamento de Educação II e do Programa de Mestrado em Educação; Coordenadora do
Grupo de Pesquisa e Estudos sobre: Educação, Mulheres e Relações de Gênero (GEMGe) e membro do
Núcleo de História e Memória da Educação Maranhense (NUMHE) da Universidade Federal do Maranhão.
2
Licencianda do 7º período do curso de Pedagogia e membro dos Grupos de Pesquisa e Estudos sobre:
Educação, Mulheres e Relações de Gênero (GEMGe) e História e Memória da Educação Maranhense
(NUMHE) da Universidade Federal do Maranhão.
CONSIDERAÇÕES GERAIS
Mensagens
Livros
1
A Criação do Ministério da Educação e Saúde Pública (MES), pelo Decreto n. 19.402, de 14 de novembro
de 1930, correspondeu a uma das primeiras medidas do Governo Provisório, que escolheu o educador
mineiro Francisco Campos, o primeiro titular dessa pasta, cuja posse foi no dia 18 de novembro daquele
mesmo ano.
2
Quando da criação do Centro Brasileiro de Pesquisas Educacionais (CBPE) e dos Centros Regionais de
Pesquisas Educacionais (CRPE), o Ministro da Educação e Cultura era o mineiro Abgar Renault, que ali
permaneceu de novembro de 1955 a janeiro de 1956.
3
O então Instituto de Estudos e Pesquisas Educacionais foi criado com a denominação de Instituto Nacional
de Pedagogia, através da Lei nº. 378, de 13. 01.1937. Em 30.07. 1938, se expediu, porém, o Decreto-lei
n. 580, que lhe alterou a denominação para Instituto Nacional de Estudos Pedagógicos, sendo Ministro da
Educação Gustavo Capanema, (LOURENÇO FILHO, 1964).
[...] não se trata de mais uma reforma por ato legislativo, tão do gosto do
país, mas de longe e difícil processo de estudo, revisão e reformulação do
conteúdo dos cursos, de elaboração de novos livros de texto, de novos
tipos de currículos e de descoberta dos métodos novos exigidos para a
eficiência dos novos e variados programas, que a expansão desordenada e
acidental do sistema escolar, hoje integrado, criou e se está tentando
executar sem os instrumentos necessários e sem a formação adequada dos
novos professores para a escola primária, reduzida ao nível elementar, e
para a escola média compreensiva e complexa, com os seus cursos
diversificados de educação comum, educação vocacional e educação
preparatória à universidade (TEIXEIRA, 1968a, p. 102).
[...] é um fato de suma importância, pois não se trata de executar uma ligeira
modificação nos métodos pedagógicos, mas de cumprir um programa
inteiramente novo e em certo sentido revolucionário se considerarmos que,
em muitos dos seus aspectos, assume caráter de absoluto ineditismo (ENSINO
DINÂMICO, 1959, p. 3, grifo nosso).
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Agradeço ao prof. Carlos Borges de Medeiros e familiares a maneira elegante e prestativa como me
receberam em sua residência. Por outro lado, agradeço ao prof. Carlos Borges o gesto carinhoso com que
me presenteou o seu livro O tempo como testemunha (1980).
[...] a maioria das unidades da federação não possue leis estaduais de formação
de magistério – exceto São Paulo, Bahia, Rio Grande do Sul, Rio Grande do
Norte e Ceará. E os regulamentos existentes desse grau de ensino, baseados
na perempta lei orgânica federal do Ensino Normal n. 8530 de 02 de janeiro
de 1946, são desatualizados em seus princípios e bases e vêm merecendo por
parte das autoridades e especialistas da educação, estudos, debates e revisões
(ESTUDOS E LEVANTAMENTOS DE ENSINO NORMAL, 1959, p. 2).
Numa sociedade cada vez mais circunscrita aos ditames dos progressos
da ciência e da técnica, as diretrizes da educação escolar no Rio Grande do
Norte se afastavam da orientação da pedagogia ‘escolanovista’, de caráter
político pedagógico, para outra orientação também autorizada por essa
pedagogia, mas de cunho eminentemente técnico educacional.
Reformar a educação escolar pela interlocução com a obra de Anísio Teixeira
(GRIMALDI RIBEIRO apud POSSE DO PROFESSOR LUCIANO NÓBREGA... 1959, p.
4), segundo as formulações do Plano de Reconstrução Educacional do Inep,
levou de imediato o secretário Tarcísio Maia, a agendar uma reunião com
Anísio Teixeira no próprio Instituto, para apresentar-lhe os primeiros contornos
do anteprojeto da reforma da educação escolar do Rio Grande do Norte.
Nessa reunião, já ficou acertada a permanência por um mês, do Secretário
Tarcísio Maia e, em alguns momentos, do prof. Raimundo Nonato da Silva,
coordenador do Ensino Comercial da SEC-RN, “para em companhia dos
melhores especialistas do Centro Brasileiro de Pesquisas Educacionais e
técnicos do país, receberem sugestões diárias ao anteprojeto” (A REFORMA
TARCÍSIO MAIA, 1958, p. 3).
No período de tempo compreendido entre a elaboração final do
anteprojeto e a tramitação e aprovação do texto propriamente dito da Reforma
Educacional pela Assembléia Legislativa, que se deu a 06 de dezembro de
1957, um Plano de Reformulação da Educação Escolar Primária e Normal do
estado, contendo objetivos, metas, estratégias e avaliação, seria elaborado
[...] em dois estados – Rio Grande do Sul e o Rio Grande do Norte – que
promoveram a partir de 1958, a reforma do ensino primário, o plano vem
sendo cumprido com ajuda financeira do Inep, tendo sido escolhidos 33
grupos escolares em Porto Alegre e 53 unidades do Rio Grande do Norte
como campo experimental. Na execução desse programa, o Inep vem
5
A 27 de agosto de 1959, o Governador Dinarte de Medeiros Mariz e o Vice-Governador José Augusto
Varela assinaram a aprovação de um novo Regimento Interno do Colégio Estadual do Ateneu Norte-rio-
grandense (Decreto n. 3.364/1959) que destinava um capítulo à Orientação Educacional. Competia ao
orientador educacional as seguintes atribuições: i) pesquisar as causas de insucesso escolar do aluno
secundarista; ii) auxiliar o aluno na consecução de seus objetivos sócio educacionais; iii) levar o aluno a
compre ender a natureza do trabalho e a vida em sociedade; iv) cooperar com os professores no sentido
de uma boa eficiência na execução do trabalho escolar; v) zelar para que o estudo, a recreação e o
descanso dos alunos decorressem em condições de maior conveniência pedagógica; vi) colaborar para o
preparo das comemorações cívicas e solenidades da comunidade escolar como parte integrante do
processo educativo geral (REGIMENTO INTERNOS DO COLÉGIO ESTADUAL ATENEU NORTE-RIO-
GRANDENSE, 1959).
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O Ponto IV dizia respeito ao Programa de Cooperação Técnica Internacional, criado em 1949 pelo
Presidente dos Estados Unidos, Herry Tuman, destinados aos países da América Latina. Compreendia
acordos de cooperação técnica e o intercâmbio nas áreas de economia, administração pública, saúde,
educação, alimentação e assistência técnica. Na área de educação escolar, privilegiou a formação de
professores em geral (XAVIER, 1999).
[...] é lícito afirmar que essa doação do Inep se deve a uma solicitação da
direção da escola, ao empenho do Secretário de Educação, Grimaldi
Ribeiro, e aos bons ofícios do Dr. Péricles Madureira de Pinho, que não
mediu esforços para que a UFRN recebesse do Inep essa cooperação
oportuna e valiosa (DOAÇÃO A UMA FACULDADE, 1959, p. 5).
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Em 1976, após a morte do político caicoense José Augusto Bezerra de Medeiros, o Instituto de Educação
de Caicó passou a se chamar Centro Educacional José Augusto.
Educação não é privilégio. 2. ed. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 1968a.
NUNES, Clarice. Anísio Teixeira: a luta pela escola primária no país. In: PÔRTO
JÚNIOR, Gilson; CUNHA, José Luiz (Orgs.). Anísio Teixeira e a escola pública.
Pelotas: Editora da Universidade Federal de Pelotas, 2000.
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