Explorar E-books
Categorias
Explorar Audiolivros
Categorias
Explorar Revistas
Categorias
Explorar Documentos
Categorias
SUMÁRIO
ABERTURA ................................................................................................................................ 11
APRESENTAÇÃO ........................................................................................................................................................................ 11
CONCEITOS BÁSICOS DA ATIVIDADE AÉREA ................................................................................................................ 11
MENSAGEM DE BOAS-VINDAS .......................................................................................................................................... 12
SÍNTESE ....................................................................................................................................................................................... 52
UNIDADE 3 – SISTEMA DE INVESTIGAÇÃO E PREVENÇÃO DE ACIDENTES AERONÁUTICOS DO EXÉRCI-
TO – SIPAAEREX .................................................................................................................................. 52
3.1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................................................... 52
3.2 ABREVIATURAS UTILIZADAS ......................................................................................................................................... 53
3.3 CONCEITUAÇÕES BÁSICAS ........................................................................................................................................... 53
3.4 OUTROS CONCEITOS ....................................................................................................................................................... 54
3.5 PRESSUPOSTOS ................................................................................................................................................................. 55
3.6 ORGANOGRAMA SIMPLIFICADO DO EXÉRCITO .................................................................................................... 56
3.7 ATRIBUIÇÕES ...................................................................................................................................................................... 56
3.8 ATIVIDADES DO SIPAAEREX .......................................................................................................................................... 58
3.9 ATIVIDADES DESENVOLVIDAS ..................................................................................................................................... 60
3.10 PRESCRIÇÕES DIVERSAS .............................................................................................................................................. 60
3.11 RELACIONAMENTO ENTRE O CAVEX E O CENIPA .............................................................................................. 60
3.12 CONCLUSÃO .................................................................................................................................................................... 60
3.13 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................................................................................ 61
SÍNTESE ....................................................................................................................................................................................... 61
UNIDADE 4 – SEGURANÇA NO CONTROLE DO ESPAÇO AÉREO (SEGCEA) ....................................... 61
4.1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................................................... 61
4.2 SISCEAB ................................................................................................................................................................................ 62
4.2.1 MOBILIZAÇÃO DO SISCEAB ...................................................................................................................................... 62
4.2.2 CINDACTA ......................................................................................................................................................................... 62
4.2.3 SISTEMAS .......................................................................................................................................................................... 63
4.3 SURGIMENTO DO DECEA .............................................................................................................................................. 63
4.3.1 CRIAÇÃO DO DECEA ..................................................................................................................................................... 64
4.3.2 VIGILÂNCIA E CONTROLE DO ESPAÇO AÉREO ................................................................................................... 64
4.3.3 EQUIPAMENTOS ............................................................................................................................................................. 64
4.3.4 SERVIÇOS .......................................................................................................................................................................... 65
4.4 SERVIÇOS DE TRÁFEGO AÉREO ................................................................................................................................... 65
4.5 CONTROLADOR DE TRÁFEGO AÉREO ........................................................................................................................ 65
4.5.1 PADRÃO DOS CONTROLADORES DE VOO ............................................................................................................ 65
4.6 ESTAÇÃO DE TELECOMUNICAÇÕES AERONÁUTICAS (RÁDIO) ........................................................................ 66
4.6.1 TORRE DE CONTROLE DE AERÓDROMO (TWR) .................................................................................................. 66
4.6.2 CONTROLE DE APROXIMAÇÃO (APP) ..................................................................................................................... 66
4.6.3 CENTRO DE CONTROLE DE ÁREA (ACC) ................................................................................................................ 66
4.6.3.1 REGIÕES DE INFORMAÇÃO DE VOO (FIR) ......................................................................................................... 67
4.6.4 METEOROLOGIA ............................................................................................................................................................. 67
4.6.5 INFORMAÇÕES AERONÁUTICAS – AIS (AERONAUTICAL INFORMATIONS SERVICE) ............................ 68
4.6.5.1 BRIEFING DA ROTA .................................................................................................................................................... 68
4.6.6 – BUSCA E SALVAMENTO – SAR (SEARCH AND RESCUE) ............................................................................... 68
4.6.6.1 SERVIÇO DE ALERTA .................................................................................................................................................. 68
4.6.6.2 SERVIÇO DE BUSCA E SALVAMENTO .................................................................................................................. 69
4.6.7 SEGCEA .............................................................................................................................................................................. 69
4.6.7.1 MISSÃO DO SEGCEA ................................................................................................................................................. 69
4.6.7.2 GERENCIAMENTO DO SISCEAB ............................................................................................................................. 69
SUMÁRIO Curso Básico de Prevenção de Acidentes Aeronáuticos a Distância
UNIDADE 3 – FOREIGN OBJECT DAMAGE (F.O.D.) – DANO POR OBJETO ESTRANHO ................... 124
3.1 CARACTERÍSTICA DO F.O.D. ......................................................................................................................................... 124
3.2 DEFINIÇÃO DE F.O.D. ..................................................................................................................................................... 124
3.3 EXEMPLOS DE F.O.D. ...................................................................................................................................................... 124
3.4 DEFINIÇÃO SUMÁRIA .................................................................................................................................................... 125
3.5 IMPORTÂNCIA .................................................................................................................................................................. 125
3.6 CONCLUSÕES ................................................................................................................................................................... 125
3.7 CUSTOS INDIRETOS ....................................................................................................................................................... 125
3.8 DEFINIÇÃO DOS TIPOS DE PROBLEMAS ................................................................................................................ 126
3.9 PREVENÇÃO DE F.O.D. ................................................................................................................................................... 126
3.10 LINHAS DE AÇÃO ......................................................................................................................................................... 126
3.11 PROBLEMA DE F.O.D. ................................................................................................................................................... 127
3.12 CRÍTICA ............................................................................................................................................................................. 127
3.13 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .............................................................................................................................. 128
SÍNTESE ..................................................................................................................................................................................... 128
UNIDADE 4 – RISCO DA FAUNA ........................................................................................................ 128
4.1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................................................... 128
4.2 COLISÕES COM AVES .................................................................................................................................................... 128
4.3 ALTURA DAS COLISÕES ................................................................................................................................................ 129
4.4 RISCO DAS AERONAVES MILITARES ......................................................................................................................... 129
4.5 PLANEJAMENTO DAS AÇÕES ..................................................................................................................................... 129
4.6 NECESSIDADE DE ACOMPANHAMENTO ................................................................................................................ 130
4.7 RECEPÇÃO DAS INFORMAÇÕES DE COLISÕES .................................................................................................... 130
4.8 FATORES ............................................................................................................................................................................. 131
4.9 RISCO AVIÁRIO E FAUNA .............................................................................................................................................. 131
4.10 COLISÃO COM FAUNA ............................................................................................................................................... 132
4.11 FÓRMULA ........................................................................................................................................................................ 132
4.12 AÇÕES BÁSICAS PARA O GERENCIAMENTO DO RISCO AVIÁRIO E FAUNA ............................................. 132
4.13 DADOS .............................................................................................................................................................................. 132
4.14 RISCOS DAS COLISÕES ............................................................................................................................................... 133
4.15 CONHECIMENTO DOS TIPOS DE ANIMAIS ENVOLVIDOS NAS COLISÕES .............................................. 134
4.16 CONCLUSÃO .................................................................................................................................................................. 134
4.17 REFERÊNCIAS ................................................................................................................................................................. 135
SÍNTESE ..................................................................................................................................................................................... 136
UNIDADE 5 – RELATÓRIO DE PREVENÇÃO – RELPREV .................................................................... 136
5.1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................................................... 136
5.2 RELATO DO RELPREV ..................................................................................................................................................... 137
5.3 CONCEITOS ....................................................................................................................................................................... 137
5.4 MANUAL DE GERENCIAMENTO DE SEGURANÇA ............................................................................................... 137
5.5 CONCEITOS DE RISCO ................................................................................................................................................... 138
5.6 IDENTIFICAÇÃO DA SITUAÇÃO DE PERIGO .......................................................................................................... 138
5.7 FINALIDADE DO RELPREV ............................................................................................................................................ 138
5.8 NÍVEL DE PERCEPÇÃO DA ORGANIZAÇÃO ............................................................................................................ 139
5.9 BLOOD PRIORITY ............................................................................................................................................................. 139
5.10 GRÁFICO .......................................................................................................................................................................... 139
SUMÁRIO Curso Básico de Prevenção de Acidentes Aeronáuticos a Distância
ABERTURA
APRESENTAÇÃO
Bem-vindo ao Curso Básico de Prevenção de Acidentes Aeronáuticos a Distância.
São eles:
§ Módulo 1 – SIPAER e Sistemas Afins
§ Módulo 2 – Regulação do SIPAER
§ Módulo 3 – Ferramentas da Prevenção
Lembre-se de acessar o Laboratório Virtual para saber como navegar pelo Moodle.
Dessa forma, vem exigindo profissionais de aviação cada vez mais treinados, especializados e
qualificados.
Se você está iniciando suas atividades nesse complexo, diferenciado e apaixonante segmento
industrial, acesse, no ambiente on-line, a apostila Conceitos básicos de atividade aérea.
Desejamos despertar sua curiosidade e seu interesse para que pesquise, com maior profundidade,
os aspectos relacionados ao tema deste curso.
Haverá hoje, talvez, quem ridicularize minhas previsões sobre o futuro dos
aeroplanos. Quem viver, porém, verá!
Santos Dumont
11
ABERTURA Curso Básico de Prevenção de Acidentes Aeronáuticos a Distância
Acesse o Saiba Mais!, para textos sobre a vida de Santos Dumont e sobre a controvérsia
envolvendo os irmãos Wright.
MENSAGEM DE BOAS-VINDAS
Seja muito bem-vindo ao Curso Básico de Prevenção de Acidentes Aeronáuticos!
O CENIPA preparou este material para que você possa zelar pela segurança em seu trabalho.
Antes de mergulharmos no conteúdo deste curso, vamos ouvir as palavras que o Brig
Ar Dilton José Schuck, Chefe do CENIPA, tem a nos dizer. Para isso, acesse, no ambiente
on-line, o vídeo que foi preparado.
12
Curso Básico de Prevenção de Acidentes Aeronáuticos a Distância MÓDULO 1
APRESENTAÇÃO
O módulo 1 está dividido em quatro unidades.
São elas:
§ Unidade 1 – Sistema de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos -
SIPAER
§ Unidade 2 – Serviço de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos da
Marinha do Brasil - SIPAAerM
§ Unidade 3 – Sistema de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos do
Exército – SIPAAerEx
§ Unidade 4 – Segurança no Controle do Espaço Aéreo – SEGCEA
1.1 INTRODUÇÃO
A segurança de voo é o objetivo maior de todo o trabalho desenvolvido pelo CENIPA e condição
desejada por toda a indústria aeronáutica.
O termo Segurança de Voo é uma da tradução da expressão Flight Safety, da língua inglesa.
Essa metodologia, denominada Safety Management System (SMS), passou a ser empregada pelos
países signatários da Convenção de Chicago.
Desde então, o termo Segurança Operacional passou a ser também utilizado com o mesmo
sentido.
Outro fator que contribuiu para esse novo uso da expressão foi o surgimento
de uma nova tradução para a língua castelhana, que deixou de empregar
Securidad de Vuelo para usar Securidad Operacional.
13
MÓDULO 1 Curso Básico de Prevenção de Acidentes Aeronáuticos a Distância
Sua adoção leva à economia e, portanto, ao incremento do lucro, não à geração de custos adicionais.
Afinal, exerce impacto direto sobre sua capacidade de emprego em combate, missão principal da
instituição.
Essa nobre missão deve ser fundamentada em valores éticos e regrada por princípios rígidos.
Dédalo e seu filho Ícaro, personagens da mitologia grega, são os mais antigos exemplos de
mortais que teriam conseguido repetir essa proeza.
14
Curso Básico de Prevenção de Acidentes Aeronáuticos a Distância MÓDULO 1
Além disso, mostra também o precursor emprego de um dos mais fundamentais conceitos
destinados a sua prevenção...
Dessa forma, a construção e o emprego das primeiras máquinas de voar não levavam em conta os
conceitos de segurança de voo.
Esse aprendizado foi permeado por um grande número de acidentes e pela perda de muitas
vidas.
15
MÓDULO 1 Curso Básico de Prevenção de Acidentes Aeronáuticos a Distância
Mesmo assim, contribuíram muito para que o avião seja considerado, nos dias de
hoje, um dos mais seguros modais de transporte existentes.
*Aeróstato...
Aeróstato é a designação dada às aeronaves mais leves que o ar.
Atenção!
Ainda assim, o evento é um marco importante no que diz respeito aos estudos
sobre segurança de voo.
*Acidente aeronáutico...
A definição de acidente aeronáutico, naturalmente, faz referência à ocorrência
de um acidente com uma aeronave.
16
Curso Básico de Prevenção de Acidentes Aeronáuticos a Distância MÓDULO 1
Por conta disso, inicialmente, a investigação dos acidentes era conduzida pelo Exército Brasileiro
por meio de Inquérito Policial Militar (IPM).
A Marinha do Brasil, por sua vez, conduzia as investigações por meio de Inquérito de Acidente
Aeronáutico (IAA).
Desse modo, Exército e Marinha buscavam tanto a causa que deu origem ao acidente
quanto as responsabilidades por tais ocorrências.
Tal serviço consistia em uma viatura com materiais de sapa, contra incêndio e de
primeiros socorros.
Além disso, havia uma lancha equipada com itens de primeiros socorros e de flutuação.
Empregando um arco graduado, ele era capaz de determinar a direção em que uma aeronave
havia caído.
Em seguida, mediante o disparo de um alarme, ele acionava a equipe de socorro, que se deslocava
até o local.
17
MÓDULO 1 Curso Básico de Prevenção de Acidentes Aeronáuticos a Distância
1941...
Criação do Ministério da Aeronáutica.
1948...
Criação do Regulamento do Serviço de Investigação, que estabeleceu um procedimento
padronizado para a investigação de acidentes aeronáuticos.
1951...
Com o novo regulamento da Inspetoria Geral da Aeronáutica, ocorre a criação da sigla
SIPAER para identificar o Serviço de Investigação e Prevenção de Acidentes
Aeronáuticos.
O SIPAER era ainda um órgão constitutivo da estrutura da Inspetoria Geral quando foi
desenvolvido o primeiro Programa de Prevenção de Acidentes Aeronáuticos para a
aviação brasileira.
1965...
O Decreto no 57.055, de 11 de outubro, estabelece que o principal objetivo das
investigações de acidentes seria a prevenção de novos casos, não mais a apuração de
culpa ou responsabilidades.
Essa decisão, que alterou a estrutura do SIPAER, tem especial significado na história da
segurança de voo no Brasil.
1966...
Os fatores humano, material e operacional passam a ser considerados na estrutura
casual dos acidentes aeronáuticos.
18
Curso Básico de Prevenção de Acidentes Aeronáuticos a Distância MÓDULO 1
Esse programa resultou na expedição das novas Diretrizes, Normas e novos Programas
de Prevenção, que totalizaram 32 publicações do SIPAER.
1968...
Realização do 1º Simpósio Brasileiro de Prevenção de Acidentes Aeronáuticos1.
1
Simpósios de Prevenção de Acidentes Aeronáuticos de 1968 e 1969...
Uma das principais consequências do 1º Simpósio Brasileiro de Prevenção de
Acidentes Aeronáuticos e do 1º Simpósio Sul-Americano de Prevenção de
Acidentes Aeronáuticos foi a motivação provocada por sua mensagens
promocionais na comunidade aeronáutica brasileira, que passou a entender a
necessidade de um aprimoramento do comportamento humano para a elevação
dos padrões de eficiência e da segurança na atividade aeronáutica.estudos
sobre segurança de voo.
2
Estágios Preliminares de Investigação e Prevenção de Acidentes...
Os dois primeiros Estágios Preliminares de Investigação e Prevenção de
Acidentes contaram com a participação de 85 Oficiais da FAB, dando início a
uma intensa formação de pessoal para atuar em prol dos conceitos de segurança
de voo.
19
MÓDULO 1 Curso Básico de Prevenção de Acidentes Aeronáuticos a Distância
1971...
Criação do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (CENIPA)*,
em 19 de novembro, por meio do Decreto n° 69.565.
1972...
Emissão do Manual do Sistema SIPAER*, publicação que discriminava responsabilidades,
atribuições e procedimentos para uma eficiente e harmônica atuação do novo sistema.
1973...
Realização do 1º Simpósio Interamericano de Prevenção de Acidentes Aeronáuticos*.
Sugestão à OACI, por parte do Brasil, da substituição do termo inquérito por investigação
para identificar o processo investigativo que teria objetivos exclusivamente voltados à
prevenção de acidentes, evitando sua associação a processos judiciais ou policiais.
1974...
Adoção do uso do termo investigação no lugar de inquérito por parte da OACI.
20
Curso Básico de Prevenção de Acidentes Aeronáuticos a Distância MÓDULO 1
1976...
Desativação da Inspetoria Geral da Aeronática, no dia 2 de janeiro, por meio do Decreto
no 76.974.
1982...
Substituição do Manual do SIPAER pelas Normas de Sistema do Ministério da Aeronáutica
(NSMA)* por meio do Decreto 87.249 de 07/06/1982.
1988...
Inauguração do primeiro Laboratório de Destroços da América do Sul, com a finalidade
de, por meio da recomposição, em escala, da distribuição dos destroços de um acidente
aeronáutico real, permitir que ps alunos dos cursos de investigação de acidentes
pudessem aplicar e praticar a teoria aprendida em salas de aula.
21
MÓDULO 1 Curso Básico de Prevenção de Acidentes Aeronáuticos a Distância
2007...
Transferência da DIPAA para o CENIPA*.
Até então, tais serviços eram os responsáveis por grande parte das iniciativas
voltadas à prevenção de acidentes aeronáuticos na aviação civil.
2009...
Posicionamento do CENIPA, por parte da nova Estrutura Regimental do Comando da
Aeronáutica, como órgão de assessoria direta e imediata do Comandante da
Aeronáutica.
22
Curso Básico de Prevenção de Acidentes Aeronáuticos a Distância MÓDULO 1
2011...
Adapatação da estrutura do SIPAER de forma a manter a ANAC como membro do
sistema, sem submetê-la à subordinação do Centro.
Com essa modificação, a ANAC permanecia membro do sistema, mas não se subordinava ao
CENIPA.
Fonte: BRASIL. Código Brasileiro de Aeronáutica, Diário oficial da União, Poder Executivo, Brasília, DF, dez. 1986.
Fonte: BRASIL, Decreto n° 87.249, de 7 de junto de 1982. Diário Oficial da União, Poder Executivo, Brasília, DF, 09
dez. 19882. Seção 1, p. 10473
Em 1931, analisando dados estatísticos sobre acidentes industriais, Herbert William Heinrich*
observou que, para cada acidente que havia causado uma lesão grave, havia 29 para lesões leves
e 300 sem qualquer lesão.
23
MÓDULO 1 Curso Básico de Prevenção de Acidentes Aeronáuticos a Distância
24
Curso Básico de Prevenção de Acidentes Aeronáuticos a Distância MÓDULO 1
Também para a navegação marítima, o mais importante não é a parte visível, mas a enorme massa
submersa.
Com base na observação de uma amostragem desses relatórios, Heinrich concluiu que a maioria
dos acidentes de trabalho resultava da combinação de condições com atos inseguros.
25
MÓDULO 1 Curso Básico de Prevenção de Acidentes Aeronáuticos a Distância
Essa teoria também é conhecida como Teoria do Dominó, pois, como na brincadeira em que se
enfileiram pedras de dominó para provocar uma queda sequencial...
*Frank Bird...
Norte-americano especialista em seguros.
Esse total compreendia um grupo de 170.000 pessoas em que 1.753.498 acidentes foram
comunicados.
26
Curso Básico de Prevenção de Acidentes Aeronáuticos a Distância MÓDULO 1
Dessa forma, todos os mais diversos fatores que contribuem para o acidente passaram
a ser considerados com igual peso no processo causal.
Até mesmo os fatores das mais diferentes áreas relacionadas à atividade passaram a ser
considerados.
Acesse o Saiba Mais para mais informações sobre a Teoria das Causas Múltiplas e as
primeiras investigações.
27
MÓDULO 1 Curso Básico de Prevenção de Acidentes Aeronáuticos a Distância
Acesse o Saiba Mais para mais informações sobre o Trinômio da Segurança de Voo.
As defesas contra falhas são estabelecidas como uma série de barreiras com pontos de fragilidade
individuais que mudam, continuamente, de tamanho e posição.
Vejamos:
28
Curso Básico de Prevenção de Acidentes Aeronáuticos a Distância MÓDULO 1
Esse conceito estimula a análise de fatores que podem permanecer inertes por longo período até
contribuírem de fato para o acidente.
Vejamos um exemplo:
Essa falha, em conjunto com outras falhas, pode-se transformar em falha ativa e causar
um acidente.
Uma pessoa sofra lesão grave ou venha a falecer como resultado de:
§ estar na aeronave;
§ ter contato direto com qualquer parte da aeronave, incluindo aquelas que dela
tenham se desprendido; ou
§ ser submetida à exposição direta do sopro da hélice, do rotor ou de escapamento
de jato, ou às suas consequências.
Exceção será feita quando as lesões, ou óbito, resultarem de causas naturais, forem
autoafligidas ou infligidas por terceiros, ou foram causadas a pessoas que embarcaram
clandestinamente e se acomodaram em área que não as destinadas aos passageiros e
tripulantes.
As lesões decorrentes de um Acidente Aeronáutico que resultem em óbito até 30 dias após
a data da ocorrência são consideradas lesões fatais.
29
MÓDULO 1 Curso Básico de Prevenção de Acidentes Aeronáuticos a Distância
Exceção será feita para falha ou danos limitados a um único motor, suas carenagens ou
acessórios, ou para danos limitados às hélices, às pontas de asa, às antenas, aos probes,
aos pneus, aos freios, às rodas, às carenagens do trem, aos painéis, às portas do trem de
pouso, aos para-brisas, aos amassamentos leves e pequenas perfurações no revestimento
da aeronave, ou danos menores às pás do rotor principal e da cauda, ao trem de pouso e
àqueles resultantes de colisão com granizo ou fauna (incluindo perfurações no radome).
Prevenir...
[...] dispor com antecipação (algo) de modo que se evite mal ou dano; tomar medidas que
evitem (algo), com antecipação.
Prevenção...
Conjunto de medidas ou preparação antecipada de (algo) que visa prevenir (um mal).
No entanto, no que concerne ao cumprimento da missão das Forças Armadas, devemos considerar
como meta a preservação da capacidade de combate.
30
Curso Básico de Prevenção de Acidentes Aeronáuticos a Distância MÓDULO 1
*Segurança operacional...
É interessante utilizar a terminologia segurança operacional quando se deseja
distinguir as duas linhas de ação.
Trata-se de uma função tipicamente atribuída aos órgãos reguladores das atividades
aeronáuticas no País, como ANAC e DECEA.
*Filosofia...
O termo filosofia é aqui empregado no âmbito das relações com o conhecimento
científico, referindo-se a um conjunto de valores e princípios teóricos que
fundamentam e orientam uma conduta.
Embora totalmente incompatíveis entre si, essas linhas de ação se mostram, necessariamente,
complementares.
Nesse sentido, a total confiança de que a informação jamais será utilizada para a aplicação de
qualquer tipo de sanção é fundamental.
31
MÓDULO 1 Curso Básico de Prevenção de Acidentes Aeronáuticos a Distância
Seu destino deve ser, exclusivamente, o desenvolvimento de ações corretivas para a prevenção
de acidentes.
Por isso, essa coleta, geralmente, é desenvolvida por outra organização, e não pelo órgão regulador
da atividade.
Coleta de dados...
Obtenção de informações relativas às condições em que as atividades aeronáuticas
são desenvolvidas.
32
Curso Básico de Prevenção de Acidentes Aeronáuticos a Distância MÓDULO 1
Análise...
Estudo, por parte do especialista, de todas as informações obtidas, independentemente
do método empregado, seguida de sua classificação por áreas de afinidade para que
sejam estabelecidas suas origens comuns.
Uma RSV deve ser fruto do trabalho de um grupo de especialistas, que considerará sua
adequabilidade, praticabilidade e aceitabilidade com a amplitude adequada para
alcançar todos os alvos necessários.
Por parte de seus destinatários, deve ser motivo da mais imediata resposta, sendo
encarada com profissionalismo e responsabilidade.
33
MÓDULO 1 Curso Básico de Prevenção de Acidentes Aeronáuticos a Distância
Controle...
Sob a responsabilidade do órgão emissor, não se deve limitar à confirmação do
recebimento da RSV pelo destinatário. Deve compreender também sua efetiva
implementação.
Evidentemente, caso seja detectada a não efetividade da RSV implementada, essa etapa do
processo pode indicar a necessidade do desenvolvimento de novas medidas.
Fonte: CENIPA.
34
Curso Básico de Prevenção de Acidentes Aeronáuticos a Distância MÓDULO 1
35
MÓDULO 1 Curso Básico de Prevenção de Acidentes Aeronáuticos a Distância
O Decreto que o funda esclarece que ele não abrange as atribuições da ANAC e do Departamento
de Controle do Espaço Aéreo (DECEA).
Essas atribuições são, respectivamente, regular e fiscalizar a prevenção nos âmbitos da aviação
civil e da navegação aérea.
Honestidade...
A honestidade deve ter como base tanto a retidão dos trabalhos quanto, especialmente,
sua restrita condução em busca do incremento da segurança de voo – e,
consequentemente, do desenvolvimento da aviação e do bem comum.
Profissionalismo...
O profissionalismo deve ser amparado pela permanente busca do aprimoramento
técnico e do compromisso firmado pelo trabalhador em atuar apenas de acordo com
a legislação que rege a atividade.
Perseverança...
A perseverança é fundamental no desenvolvimento de um trabalho cujo sucesso –a
ausência de acidentes – não é tão evidente e não repercute tanto quanto seu oposto.
36
Curso Básico de Prevenção de Acidentes Aeronáuticos a Distância MÓDULO 1
Coragem...
O profissional deve dispor da coragem moral necessária à rígida condução do trabalho
com base nesses valores.
Dedicação...
Sem dedicação, não é possível obter sucesso em atividade alguma, muito menos em
uma que conta com tantas dificuldades a serem superadas.
Esse princípio deve servir como estímulo para preservarmos no valoroso esforço em
busca de evitar todos os acidentes – a simbólica meta do zero acidente.
2. Todo acidente resulta de uma sequência aleatória de eventos, e nunca de uma causa isolada...
Um acidente jamais é consequência de uma única causa, mas de uma combinação de
fatores contribuintes.
Para que a prevenção seja efetiva de fato, jamais deve focar uma única causa.
O correto é dedicar igual esforço para corrigir uma ampla gama de fatores que
contribuíram para a configuração do acidente.
37
MÓDULO 1 Curso Básico de Prevenção de Acidentes Aeronáuticos a Distância
Seu objetivo é a busca da conscientização de todos para que seja possível trabalhar de
forma proativa em prol do desenvolvimento da segurança de voo.
Dessa forma, podemos concluir que a total liberdade de seu trâmite é importante, no
ambiente da comunidade aeronáutica, para o desenvolvimento da segurança de voo.
38
Curso Básico de Prevenção de Acidentes Aeronáuticos a Distância MÓDULO 1
O livre e veloz fluxo da informação é importante para permitir seu pleno emprego na
nobre missão de prevenir acidentes.
É fundamental que o profissional SIPAER empreenda máximo esforço para que jamais
se aplique qualquer tipo de punição mediante o emprego de informações obtidas em
prol da prevenção de acidentes.
A filosofia SIPAER não prega a impunidade, mas apenas o uso dos meios adequados
para o esclarecimento dos fatos e a consequente responsabilização dos culpados.
No entanto, muitas vezes, a polícia carece de capacitação técnica para realizar uma investigação
adequada em uma área tão especializada.
39
MÓDULO 1 Curso Básico de Prevenção de Acidentes Aeronáuticos a Distância
Isso acontece, especialmente, quando tais efeitos afetam os demais meios de coleta de
informações, primeira etapa do ciclo da prevenção.
1.44 CONCLUSÃO
Salvar vidas é, certamente, a mais nobre das missões.
O alcance e a velocidade dos meios de comunicação atuais podem tornar seus atores heróis, seja
por arriscados atos de bravura, seja pelas mais simples demonstrações de civilidade.
A resposta é sim!
Heróis que, mesmo pressionados pela exposição pública de uma mídia muitas vezes sádica,
mantêm-se firmemente motivados e compromissados com o que há de mais nobre na apaixonante
atividade em prol da segurança de voo e, por consequência, do bem comum.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ALBUQUERQUE FILHO, Manoel J. C. ABC do voo seguro. Brasília: [s. n.], 1981.
40
Curso Básico de Prevenção de Acidentes Aeronáuticos a Distância MÓDULO 1
_____. Aircraft accident and incident investigation (Anexo 13). 10. ed. Montreal: ICAO, 2010.
PETERSEN, Dan. Safety management: a human approach. New York: Aloray, 1975.
POPE, William C. Managing for performance perfection: the changing emphasis. Weaverville: Bonnie
Brae Publications,1992.
WOOD, Richard H. Flight safety background and history.Torrance: Southern California Safety Institute,
1995.
SÍNTESE
Acesse, no ambiente on-line, a síntese desta unidade.
A Aviação Naval surgiu em 1916, com a criação da Escola de Aviação Naval, caracterizada pelo
espírito empreendedor e romântico.
Também faziam parte de suas características o arrojo e a ousadia, naturais de um período em que
a aviação dava seus primeiros passos.
41
MÓDULO 1 Curso Básico de Prevenção de Acidentes Aeronáuticos a Distância
A aviação despontava como uma nova arma, com inúmeras possibilidades de emprego no cenário
militar.
Isso levou a Marinha a pagar um alto preço antes de adotar as primeiras medidas voltadas à
segurança de sua aviação.
Em 1927, após a ocorrência de 11 acidentes graves e cinco acidentes leves, a atenção da Aviação
Naval foi despertada para a segurança dos voos.
Órgãos de ensino e administração foram criados para que a adoção de medidas de segurança
fosse possível.
Em seu lugar, foi criada a Força Aérea Nacional, mais tarde denominada Força Aérea Brasileira
(FAB).
Em 1952, ressurge a Aviação Naval e são retomadas as atividades para o emprego adequado do
meio aéreo em operações navais.
Renasce também a preocupação em fazer com que as vidas humanas sejam preservadas.
42
Curso Básico de Prevenção de Acidentes Aeronáuticos a Distância MÓDULO 1
Em 2003, a DAerM teve seu atual regulamento aprovado pela Portaria no 29, de 1o de
abril de 2003, expedida pelo Diretor-Geral do Material da Marinha.
De acordo com o artigo 2o desse regulamento, a DAerM tem, em sua missão, o propósito
de realizar as atividades normativas, técnicas e gerenciais relacionadas à Aviação Naval.
Outra medida tomada à época foi a instituição de inspeções semestrais de saúde para aviadores.
No ano seguinte, em 1928, foram criadas regras de voo com o estabelecimento de circuito de
tráfego nos campos de pouso.
Sua missão principal era ligar entre si as bases de Aviação Naval de Rio, Santos, Florianópolis e Rio
Grande.
43
MÓDULO 1 Curso Básico de Prevenção de Acidentes Aeronáuticos a Distância
Um serviço de rádio comunicação foi estabelecido para a informação das condições locais do
tempo aos pilotos.
1938...
Em 1938, a Escola de Aviação Nacional abrigou um núcleo de socorro constituído por
um caminhão-bombeiro, uma ambulância e a respectiva equipe de socorro.
1941...
Em 1941, a criação do Ministério da Aeronáutica trouxe como consequência a paralisação
das atividades aéreas da Marinha.
Nesse momento, surgia também a necessidade de estabelecer suas próprias normas de prevenção
e investigação de acidentes.
Esse núcleo foi criado em 18 de outubro de 1972, por meio da Ordem do Dia n° 0013, da Diretoria
de Aeronáutica da Marinha.
44
Curso Básico de Prevenção de Acidentes Aeronáuticos a Distância MÓDULO 1
Para isso, foi promulgada a Portaria Interministerial n° 001, de 11 de outubro de 1974, aprovando
a Diretriz Marinha/Aeronáutica n° 01/74 SIPAER.
Essa aprovação estava em consonância com o Decreto n° 70.050, de 25 de janeiro de 1972, que
aprovou o regulamento do SIPAER, e de acordo com a Diretriz Interministerial 01/74.
Ao mesmo tempo, buscou implantar e difundir uma mentalidade de segurança de aviação nas
unidades envolvidas nas operações aéreas na Marinha.
...a fim de contribuir para a eficácia operacional dos meios navais e aeronavais da
Marinha do Brasil...
45
MÓDULO 1 Curso Básico de Prevenção de Acidentes Aeronáuticos a Distância
1
Chefe do SIPAAerM...
O Chefe do SIPAAerM é o Diretor de Aeronáutica da Marinha, sendo o seu
Subchefe o Vice-Diretor de Aeronáutica da Marinha.
2
Grupo Executivo do SIPAAerM (GE-SIPAAerM)...
O GE-SIPAAERM é Órgão Central da Segurança de Aviação na MB, integrado à
estrutura organizacional da DAerM e responsável por assessorar o Chefe no
desempenho de suas atribuições.
2.7 SIPAAS
As SIPAAs são órgãos com estrutura equivalente a uma Seção de Estado-Maior, constituídos para
assessorar, no desempenho das atribuições relacionadas à segurança de aviação, diretamente,
um Comando Imediatamente Superior (COMIMSUP) de:
§ Unidade Aérea;
§ navios com plataforma de pouso no âmbito do Comando-em-Chefe da Esquadra
(ComemCh).
O Chefe da SIPAA tem autonomia para assessorar, diretamente, o Titular de sua OM.
46
Curso Básico de Prevenção de Acidentes Aeronáuticos a Distância MÓDULO 1
47
MÓDULO 1 Curso Básico de Prevenção de Acidentes Aeronáuticos a Distância
48
Curso Básico de Prevenção de Acidentes Aeronáuticos a Distância MÓDULO 1
Todas as OMs que realizam operações aéreas e são o foco das atividades de prevenção de
acidentes aeronáuticos estão subordinadas ao setor operativo da MB.
Na estrutura da Marinha, o setor operativo tem o Comando de Operações Navais como órgão de
Direção Setorial. Os seguintes comandos são subordinados a ele:
§ Comando-em-Chefe da Esquadra;
§ Comandos de nove Distritos Navais;
§ Comando da Força de Fuzileiros da Esquadra;
§ Comando do Controle Naval do Trafego Marítimo.
49
MÓDULO 1 Curso Básico de Prevenção de Acidentes Aeronáuticos a Distância
50
Curso Básico de Prevenção de Acidentes Aeronáuticos a Distância MÓDULO 1
O elo SIPAAerM, responsável pela análise da PRSA, deve informar seu emissor a respeito
da solução adotada.
2.12 CONCLUSÃO
O SIPAAerM é o responsável pelos trabalhos de coordenação e controle das atividades de segurança
de voo de mais de 100 organizações militares dentro da estrutura organizacional da MB.
Além disso, tais informações enfocaram o processo de coordenação, tramitação e execução das
recomendações de segurança.
51
MÓDULO 1 Curso Básico de Prevenção de Acidentes Aeronáuticos a Distância
Revisada por:
Bruno Tadeu Vilela
22 jan. 2014.
SÍNTESE
Acesse, no ambiente on-line, a síntese desta unidade.
3.1 INTRODUÇÃO
A aviação, em geral, é uma atividade de alto custo e que envolve riscos na operação.
A prevenção destina-se à manutenção de todos esses recursos, tendo como foco principal a
preservação da vida humana.
52
Curso Básico de Prevenção de Acidentes Aeronáuticos a Distância MÓDULO 1
*COTer...
Comando de Operações Terrestres.
53
MÓDULO 1 Curso Básico de Prevenção de Acidentes Aeronáuticos a Distância
*SIPAER...
Sistema de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos.
Comando Investigador...
Organização Militar que designa a Comissão de Investigação de Ocorrência Aeronáutica
(CIOA). Essa OM designa o investigador-encarregado para as ocorrências que não
requeiram a constituição de uma CIOA.
*CIAA...
Comissão de Investigação de Acidente Aeronáutico.
54
Curso Básico de Prevenção de Acidentes Aeronáuticos a Distância MÓDULO 1
Elemento Certificado...
Designa, genericamente, a pessoa que concluiu, com aproveitamento, determinados
cursos presenciais ministrados pelo CENIPA ou por instituições por este autorizadas,
estando apta a desenvolver atividades específicas no âmbito do SIPAER.
3.5 PRESSUPOSTOS
Com o objetivo de desenvolver suas atividades da melhor forma possível, o SIPAAerEx baseia seus
planejamentos e suas ações de investigação e prevenção de acidentes aeronáuticos nas seguintes
premissas:
55
MÓDULO 1 Curso Básico de Prevenção de Acidentes Aeronáuticos a Distância
Para assuntos que dizem respeito à segurança de voo, todos os elos SIPAAerEx podem
e devem ligar-se diretamente, constituindo o chamado canal técnico.
3.7 ATRIBUIÇÕES
Vejamos as atribuições:
Do Diretor do SIPAAerEx...
O Diretor do SIPAAerEx – ou Comandante de Operações Terrestres – possui as seguintes
atribuições:
§ orientar a atividade de segurança de voo no âmbito do Sistema de Aviação
do Exército;
§ decidir sobre divergências que, eventualmente, possam surgir na rotina de
atividades do SIPAAerEx;
§ convocar o Conselho Superior de Segurança de Voo quando for necessário;
§ determinar a reabertura de qualquer Investigação de Acidente ou Incidente
Aeronáutico, ou de Solo sempre que novos fatos recomendarem tal
procedimento;
§ designar o Comando Investigador de Acidente ou Incidente Aeronáutico,
ou de Solo, quando estiverem envolvidos pessoal ou material de OM Av Ex
subordinados a Grandes Comandos distintos;
56
Curso Básico de Prevenção de Acidentes Aeronáuticos a Distância MÓDULO 1
§ aprovar:
§ o Programa de Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (PPAA) do
Exército;
§ o Calendário de Obrigações de Segurança de Voo do SIPAAerEx;
§ os Relatórios Finais de Acidentes;
§ as Sínteses de Incidentes;
§ destinar recursos às atividades do SIPAAerEx.
Do Vice-Diretor do SIPAAerEx...
O Vice-Diretor do SIPAAerEx – ou Comandante de Aviação do Exército – possui as
seguintes atribuições:
§ assessorar o Diretor do SIPAAerEx nos assuntos de Segurança de Voo;
§ supervisionar o cumprimento das Recomendações e Determinações de
Segurança de Voo emitidas pelo SIPAAerEx;
§ designar a CIOA para investigar Acidente Aeronáutico ou Solo nas OM Av Ex
diretamente subordinadas;
§ em coordenação com a DMAvEx, estabelecer ligações com os órgãos
emissores de laudos de técnicos relacionados ao fator material;
§ manter o controle do pessoal especializado no SIPAER lotado no Sistema
Aviação do Exército.
*CAvEx...
Comando de Aviação do Exército.
57
MÓDULO 1 Curso Básico de Prevenção de Acidentes Aeronáuticos a Distância
*CCI...
Cadeia de Comando de Investigação.
Nesse sentido, é preciso buscar sempre evitar o exercício da autoridade para modificar
ou influenciar, nocivamente, conteúdos obtidos no decorrer da investigação.
Para tanto, a apuração dos fatores contribuintes deve ter caráter científico.
Seu objetivo é zelar por uma política de prevenção por intermédio de ações
programadas, guardadas as especificidades operacionais existentes em cada
organização.
*PPAA...
Programa de Prevenção de Acidentes Aeronáuticos.
Uma cópia desse PPAA deve ser enviada ao elo superior para que tais elos sejam
submetidos a uma supervisão.
58
Curso Básico de Prevenção de Acidentes Aeronáuticos a Distância MÓDULO 1
Atividades educativas...
Pautadas em instruções, palestras, reuniões, treinamentos e seminários, as atividades
educativas buscam difundir conhecimentos relacionados à prevenção de acidentes
aeronáuticos.
Atividades promocionais...
Eventos destinados a enaltecer a segurança de voo e motivar o público-alvo.
O elo SIPAAerEx deve divulgar o RELPREV aos demais elos – principalmente, quando a
condição observada tenha chance de se repetir em outras organizações – e exigir
solução imediata.
Quando o fato envolver o fator material, o RELPREV deve ser divulgado também à
DMAvEx* e ao COTER para que possa ser divulgado aos demais elos do SIPAER.
59
MÓDULO 1 Curso Básico de Prevenção de Acidentes Aeronáuticos a Distância
*DMAvEx...
Diretoria de Material de Aviação do Exército.
É recomendável evitar sua designação para outras escalas de caráter administrativo, como IPM,
Sindicância, Recebimento de Material.
Além disso, o bom relacionamento pode imprimir maior agilidade nos procedimentos de rotina.
Todos as divergências que porventura possam surgir devem ser resolvidas pelo Diretor do
SIPAAerEx.
3.12 CONCLUSÃO
Todas as atividades desenvolvidas pelo Sistema de Investigação e Prevenção de Acidentes
Aeronáuticos do Exército devem ser fundamentadas nas Normas SIPAER.
Tais normas são emitidas pelo Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos.
A mentalidade de segurança de voo deve-se fazer presente em todos os níveis das atividades de
Aviação do Exército.
60
Curso Básico de Prevenção de Acidentes Aeronáuticos a Distância MÓDULO 1
Esse fator é essencial para que todas as missões sejam cumpridas com segurança, garantindo
eficiência, a despeito das adversidades encontradas.
_______. Lei Complementar no 97, de 9 de junho de 1999. Dispõe sobre as normas gerais para a
organização, o preparo e o emprego das Forças Armadas. [Brasília-DF], jun. 1999.
_______. Portaria no 071-EME, de 26 de agosto de 1999. Dispõe sobre Normas para o Funcionamento
do SIPAAerEx.
_______. Plano de Emergência Aeronáutica em Aeródromo: NSCA 3-4. [Brasília-DF], out. 2008.
SÍNTESE
Acesse, no ambiente on-line, a síntese desta unidade.
4.1 INTRODUÇÃO
Nesta unidade, abordaremos, sucintamente, as atribuições do Subsistema de Segurança
Operacional do Sistema de Controle do Espaço Aéreo Brasileiro (SEGCEA).
61
MÓDULO 1 Curso Básico de Prevenção de Acidentes Aeronáuticos a Distância
Tais atribuições serão abordadas levando em conta um tema de grande importância para aqueles
que se encontram envolvidos com a aviação – a segurança no controle do espaço aéreo.
*SIPAER...
Sistema de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos.
4.2 SISCEAB
O SISCEAB é um sistema complexo, naturalmente dotado de uma linguagem particular.
Por meio do Departamento de Controle do Espaço Aéreo (DECEA), seu órgão central, o SISCEAB
assume responsabilidades extraordinárias...
Tema central desta unidade, o SEGCEA foi criado com o objetivo de manter
seguro o tráfego aéreo no espaço aéreo sob a jurisdição do Brasil.
4.2.2 CINDACTA
O DECEA gerencia o espaço aéreo do Brasil por meio de seus órgãos regionais.
*CINDACTA...
Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo.
62
Curso Básico de Prevenção de Acidentes Aeronáuticos a Distância MÓDULO 1
Sua incumbência é manter seguro e confiável o fluxo do tráfego aéreo nas áreas sob sua jurisdição.
4.2.3 SISTEMAS
Os seguintes sistemas também estão sob o amparo do DECEA:
§ Sistema de Proteção ao Voo (SPV);
§ Sistema de Telecomunicações do Comando da Aeronáutica (STMA);
§ Sistema de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo (SISDACTA);
§ Sistema de Busca e Salvamento (SISSAR).
63
MÓDULO 1 Curso Básico de Prevenção de Acidentes Aeronáuticos a Distância
No entanto, com o transcorrer dos anos, essa filosofia começou a ser superada por um conceito
muito mais amplo – o do controle efetivo do espaço aéreo brasileiro.
Essa mudança foi percebida com o aumento do tráfego aéreo e a relevância dada à defesa do
espaço aéreo soberano do Brasil.
Nesse sentido, em 2001, o DECEA foi criado, passando a ser responsabilidade de um oficial
general de quatro estrelas, membro do Alto-Comando da Aeronáutica.
A vigilância e o controle do espaço aéreo nacional são realizados, de forma ininterrupta, 24 horas
por dia, 365 dias ao ano.
4.3.3 EQUIPAMENTOS
Para executar suas funções, o DECEA conta com mais de 5.800 equipamentos utilizados para o
auxílio à navegação aérea.
Por exemplo, Estações Radar, sistemas de pouso por instrumento, VHF e UHF.
São eles:
§ 37 ILS;
§ 83 VOR;
§ 235 NDB;
§ 157 Auxílios de Aproximação Visual;
§ 174 Estações RADAR;
§ 4.634 VHF/UHF/HF.
64
Curso Básico de Prevenção de Acidentes Aeronáuticos a Distância MÓDULO 1
4.3.4 SERVIÇOS
A descrição dos diferentes órgãos do DECEA nos dá uma noção da estrutura desse grande sistema.
No entanto, seus resultados podem ser verificados pelos serviços cotidianos prestados aos
operadores das aeronaves, aos pilotos e ao pessoal de voo 24 horas por dia, 365 dias por ano, sem
interrupções.
É por meio da qualidade desse serviço que se pode medir o desempenho do sistema.
Profissionais de alto padrão, eles são submetidos às mais duras pressões psicológicas.
Mesmo assim, espera-se sempre grande equilíbrio e tranquilidade por parte deles.
65
MÓDULO 1 Curso Básico de Prevenção de Acidentes Aeronáuticos a Distância
Esse rigor é necessário porque esse elemento humano sofre grande pressão psicológica e é,
muitas vezes, submetido a picos de tensão.
A despeito disso, tal profissional deve manter-se lúcido e equilibrado para poder realizar seu
trabalho.
Sua competência principal é prestar informações às aeronaves próximas, como avisar sobre
obstáculos, condições meteorológicas e outras informações relevantes.
Seu objetivo principal é evitar colisões com outras aeronaves, com obstáculos e veículos
movimentando-se no solo.
A área de jurisdição do APP é o espaço aéreo denominado Área de Controle Terminal (TMA) ou
Zona de Controle (CTR).
66
Curso Básico de Prevenção de Acidentes Aeronáuticos a Distância MÓDULO 1
Essas regiões são estabelecidas abrangendo diversas Áreas de Controle Terminal (TMA) e rotas de
voo, denominadas aerovias.
4.6.4 METEOROLOGIA
Em todos os aeródromos e aeroportos do Brasil, um profissional de meteorologia emite um
boletim meteorológico local a cada hora.
*Dados meteorológicos...
As cartas de vento e as imagens de satélites são exemplos de dados
meteorológicos.
67
MÓDULO 1 Curso Básico de Prevenção de Acidentes Aeronáuticos a Distância
Nessa sala, os aeronavegantes podem dispor de todas as informações necessárias à condução dos
voos.
Por exemplo, cartas de navegação, rotas, aerovias, manuais de subida e descida e informações de
alterações eventuais nos aeroportos de saída e destino.
Tais informações podem ser impressas e levadas pelo piloto que desejar consultá-las em voo.
Há um código de tempo que aciona as diversas fases de busca e salvamento em decorrência dos
atrasos dos aviões nos pontos de controle.
Esse serviço consiste no acompanhamento dos voos de forma a detectar qualquer acidente da
forma mais rápida possível.
68
Curso Básico de Prevenção de Acidentes Aeronáuticos a Distância MÓDULO 1
4.6.7 SEGCEA
As atividades aéreas exigem uma infraestrutura imensa e adequada a promover segurança e
confiança aos que a utilizam.
Manter elevado o nível de segurança operacional de toda essa estrutura é um grande desafio.
Esse desafio vem sendo superado a cada dia com a contribuição dos princípios filosóficos do
SIPAER.
Fonte: DECEA.
Por definição, o SEGCEA é o subsistema que tem por finalidade o gerenciamento das atividades
de prevenção de acidentes, incidentes aeronáuticos e incidentes de tráfego aéreo.
No entanto, a missão do DECEA não seria atingida se não houvesse um cuidado especial com a
Segurança no Controle do Espaço Aéreo, que está diretamente ligada à prevenção de acidentes
aeronáuticos.
69
MÓDULO 1 Curso Básico de Prevenção de Acidentes Aeronáuticos a Distância
Seu esforço contribuiu para mantê-lo como um dos 10 países-membros que têm assento no
Conselho da OACI, desde sua fundação.
À época, a OACI emitiu a estruturação dos Estados Contratantes com Oficinas Centrais e Regionais
como recomendação para tratar de assuntos referentes à investigação de incidentes de tráfego
aéreo e prevenção de incidentes.
70
Curso Básico de Prevenção de Acidentes Aeronáuticos a Distância MÓDULO 1
ASEGCEA...
A Assessoria de Segurança Operacional do Controle do Espaço Aéreo é o órgão central
do SEGCEA, subordinado, diretamente, ao Diretor-Geral do DECEA.
SIPACEA...
A Seção de Investigação e Prevenção de Acidentes/Incidentes do Controle do Espaço
Aéreo é um órgão regional do SEGCEA, subordinado, diretamente, aos Comandantes
dos CINDACTA e ao Chefe do SRPV SP, além de ligado, sistemicamente, à ASEGCEA.
SPACEA...
A Seção de Prevenção de Acidentes/Incidentes do Controle do Espaço Aéreo é um
órgão setorial do SEGCEA, pertencente à estrutura do CGNA e 1o GCC, subordinado,
diretamente, ao Comandante ou Chefe e ligado, sistemicamente, à ASEGCEA.
ASSIPACEA...
Órgão local do SEGCEA, pertecente à estrutura dos PSNA/GCC, subordinado,
diretamente, ao Comandante ou Chefe do PSNA/GCC e ligado, sistemicamente, à
SIPACEA regional ou SPACEA setorial.
ASEGCEA...
As principais atribuições do ASEGCEA são:
§ assessoramento ao Diretor-Geral do DECEA nos assuntos relacionados à
Segurança Operacional do Controle do Espaço Aéreo;
§ controle do cumprimento de normas e procedimentos operacionais, e da
aplicação de planos, instruções e programas referentes à Segurança
Operacional do Controle do Espaço Aéreo, a análise de seus resultados e a
proposta de ações recomendadas;
§ gerenciamento das atividades de prevenção e investigação de acidentes e
incidentes correlacionados ao SISCEAB;
§ compatibilização dos assuntos de investigação e prevenção de acidentes
aeronáuticos relacionados ao SISCEAB juntamente ao SIPAER;
71
MÓDULO 1 Curso Básico de Prevenção de Acidentes Aeronáuticos a Distância
SIPACEA...
As principais atribuições do SIPACEA são:
§ elaboração do PPAA regional;
§ encaminhamento ao DECEA do relatório de acompanhamento de
cumprimento do PPAA;
§ informação ao Comandante ou Chefe a respeito da situação de cumprimento
do PPAA respectivo;
§ realização de auditorias de segurança operacional nos órgãos do SISCEAB
de sua área de jurisdição;
§ realização de reuniões com a comunidade usuária do ATS da região;
§ propositura da designação de profissional credenciado pelo SIPAER para
investigação de incidente de tráfego aéreo;
§ coordenação da execução de todas as tarefas relativas à composição dos
RICEA;
§ envio à ASEGCEA, dentro do prazo, do RICEA de incidente investigado em
sua área;
§ coordenação e supervisão de todo o processo que envolve a investigação
de incidentes de tráfego aéreo em sua área de jurisdição;
§ manutenção de um efetivo controle sobre as recomendações de segurança
emitidas em sua área de jurisdição;
§ participação de CIOA ou propositura da indicação de OSCEA/ASCEA da área;
§ manutenção de um efetivo controle de todos os elementos credenciados
ao SIPAER.
SPACEA...
As principais atribuições do SPACEA são:
§ elaboração do PPAA específico de sua Organização;
§ manutenção do controle atualizado dos EC do efetivo da Organização;
72
Curso Básico de Prevenção de Acidentes Aeronáuticos a Distância MÓDULO 1
ASSIPACEA...
As principais atribuições do ASSIPACEA são:
§ coordenação das atividades previstas na legislação SEGCEA quando da
ocorrência de acidente ou incidente aeronáutico em sua localidade;
§ participação dos briefings operacionais dos órgãos ATS locais;
§ manutenção efetiva do controle e da atualização das normas que regem o
SEGCEA;
§ acompanhamento de todo o processo que envolve a investigação de
incidentes de tráfego aéreo em sua localidade.
Os procedimentos constam de normas específicas editadas pelo DECEA e servem de apoio a toda
atividade de prevenção do órgão central e da organizações regionais.
Toda informação que possa contribuir para a prevenção é investigada por especialistas em tráfego
aéreo, comunicações, meteorologia, informações aeronáuticas, etc.
Todo órgão local do SISCEAB possui, em seu efetivo, profissionais habilitados no trato de assuntos
ligados à prevenção.
Essa habilitação é dada por cursos realizados no CENIPA, conforme previsto na NSCA 3-10 –
Formação e Capacitação dos Recursos Humanos do SIPAER.
73
MÓDULO 1 Curso Básico de Prevenção de Acidentes Aeronáuticos a Distância
§ ICA 63-7 (Atribuições dos Órgãos ATS após ocorrência de Acidente Aeronáutico);
§ ICA 63-11 (Estrutura e Atribuições do SEGCEA);
§ ICA 63-16 (PPAA do DECEA);
§ ICA 63-21 (Programa para Prevenção de Ocorrências de Incursão em Pista no ATS);
§ ICA 63-25 (Preservação de Dados RADAR e COM ATS);
§ ICA 63-26 (Gerenciamento do Risco à segurança Operacional no SISCEAB);
§ ICA 100-5 (Investigação de Incidentes de Tráfego Aéreo);
§ MCA 63-7 (Investigação do Aspecto Psicológico nos Incidentes de Tráfego Aéreo);
§ PCA 63-2 (Plano de Implementação de Sistemas de Gerenciamento da Segurança
Operacional – SGSO – nas Organizações Subordinadas ao DECEA).
4.7 CONCLUSÃO
No que diz respeito à segurança operacional no controle do espaço aéreo, as informações
abordadas nesta unidade devem ser consideradas como básicas.
Todas as informações citadas podem ser aprofundadas nas legislações vigentes que
foram referenciadas nesta unidade.
______. Programa de Prevenção de Acidentes Aeronáuticos do DECEA para 2010: ICA 63-16. Rio de
Janeiro, RJ, 2010.
______. Regulamento do Departamento de Controle do Espaço Aéreo: ROCA 20-7. Brasília, DF, 2006.
NOBRE, Cap. Esp. CTA Sandro Roberto. Segurança no controle do espaço aéreo. Brasília: CENIPA,
2011.
74
Curso Básico de Prevenção de Acidentes Aeronáuticos a Distância MÓDULO 1
SÍNTESE
Acesse, no ambiente on-line, a síntese desta unidade.
75
Curso Básico de Prevenção de Acidentes Aeronáuticos a Distância MÓDULO 2
APRESENTAÇÃO
Este módulo está dividido em sete unidades.
São elas:
§ Unidade 1 – Estrutura e Atribuições dos elementos constitutivos do SIPAER;
§ Unidade 2 – Gestão da Segurança de Voo na Aviação Brasileira;
§ Unidade 3 – Plano de Emergência Aeronáutica em Aeródromo;
§ Unidade 4 – Investigação de Ocorrências Aeronáuticas com Aeronaves Militares;
§ Unidade 5 – Formação e Capacitação dos Recursos Humanos do SIPAER;
§ Unidade 6 – Código de Ética do SIPAER;
§ Unidade 7 – Protocolos de Investigação de Ocorrências Aeronáuticas da Aviação
Civil conduzidas pelo Estado Brasileiro.
Esse documento define mais de 150 termos e expressões utilizados nas atividades de investigação
e prevenção de acidentes aeronáuticos.
Essas tarefas estão definidas no artigo 1º, § 1º do Decreto nº 87.249/82, que regulamenta o
SIPAER.
O artigo 86 da Lei nº 7.565 do Código Brasileiro de Aeronáutica (CBA) dispõe que é da competência
do SIPAER planejar, orientar, coordenar, controlar e executar as atividades de investigação e
prevenção de acidentes aeronáuticos.
77
MÓDULO 2 Curso Básico de Prevenção de Acidentes Aeronáuticos a Distância
Nesse sentido, coube ao CENIPA a normatização da estrutura e das atribuições dos elementos
constitutivos do SIPAER por meio da NSCA 3-2.
78
Curso Básico de Prevenção de Acidentes Aeronáuticos a Distância MÓDULO 2
79
MÓDULO 2 Curso Básico de Prevenção de Acidentes Aeronáuticos a Distância
SÍNTESE
Acesse, no ambiente on-line, a síntese desta unidade.
2.1 LEGISLAÇÃO
Isso permite que os Elos-SIPAER desenvolvam suas atividades de acordo com a realidade de suas
organizações, sempre tendo como foco a melhoria da segurança das atividades aéreas.
80
Curso Básico de Prevenção de Acidentes Aeronáuticos a Distância MÓDULO 2
SÍNTESE
Acesse, no ambiente on-line, a síntese desta unidade.
O CENIPA editava as normas referentes ao assunto, com âmbito das aviações civil e
militar, por meio da NSCA 3-4.
De forma mais abrangente, o PLEM contém vários outros tipos de emergências que podem afetar
a operação de um aeródromo.
81
MÓDULO 2 Curso Básico de Prevenção de Acidentes Aeronáuticos a Distância
A elaboração e atualização do PEAA são tarefas que estão sob a responsabilidade de diferentes
atores. Vejamos:
§ nos aeródromos militares – o Comandante;
§ nos aeródromos sob a administração da Marinha do Brasil e do Exército Brasileiro –
observação da Diretriz Interministerial SIPAER/002;
§ nos aeroportos – o administrador do aeroporto;
§ nos aeroportos compartilhados com Unidades Aéreas Militares – responsabilidade
coordenada entre o representante da OM e o administrador do aeroporto, de modo
a permitir o estabelecimento das ações pertinentes à esfera da administração
militar de acordo com o artigo 33 do CBA.
3.3 PROCEDIMENTOS
A NSCA 3-4 orienta que o administrador do aeródromo militar ou aeroporto constitua uma comissão
para a elaboração do PEAA.
82
Curso Básico de Prevenção de Acidentes Aeronáuticos a Distância MÓDULO 2
A NSCA 3-4 possui diversos exemplos que podem servir de referência para
elaboração de um PEAA.
SÍNTESE
Acesse, no ambiente on-line, a síntese desta unidade.
83
MÓDULO 2 Curso Básico de Prevenção de Acidentes Aeronáuticos a Distância
§ organização da investigação;
§ registros e relatório final.
SÍNTESE
Acesse, no ambiente on-line, a síntese desta unidade.
São eles:
§ Curso Básico de Prevenção de Acidentes Aeronáuticos na modalidade de ensino a
distância (CBPAA-EAD);
§ Curso de Introdução ao Sistema de Investigação e Prevenção de Acidentes
Aeronáuticos (CI-SIPAER);
§ Curso de Investigação de Acidentes Aeronáuticos (CIAA);
§ Curso de Prevenção de Acidentes Aeronáuticos – Fator Humano (CPAA-FH);
§ Curso de Prevenção de Acidentes Aeronáuticos – Fator Material (CPAA-FM);
§ Curso de Prevenção de Acidentes Aeronáuticos – Manutenção de Aeronaves (CPAA-
MA);
§ Curso de Prevenção de Acidentes Aeronáuticos – Controle do Espaço Aéreo (CPAA-
CEA);
§ Curso de Prevenção de Acidentes Aeronáuticos – Atividades Aeroportuárias (CPAA-
AA);
84
Curso Básico de Prevenção de Acidentes Aeronáuticos a Distância MÓDULO 2
85
MÓDULO 2 Curso Básico de Prevenção de Acidentes Aeronáuticos a Distância
A indicação de candidato por sua organização ou instituição não exclui essa obrigatoriedade,
podendo a vaga solicitada pela organização ou instituição ser preterida.
A lista de indicação para a matrícula de candidatos deve ser remetida em ordem de prioridade
estabelecida pela organização solicitante.
A indicação feita por OM ou por instituição privada será válida somente para
o curso ou estágio especificado, perdendo seu efeito para cursos ou estágios
subsequentes.
5.6 CONSIDERAÇÕES
Vejamos algumas considerações sobre a capacitação do CENIPA.
Atendendo aos critérios e aos requisitos estabelecidos na NSCA 3-10, para ministrar o Curso de
Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (CPAA), o CENIPA pode homologar:
§ instituições no âmbito do Ministério da Defesa (MD);
§ instituições de ensino superior que tenham curso de Ciências Aeronáuticas
reconhecido pelo Ministério da Educação.
A homologação de uma instituição para ministrar o CPAA é condicionada à aprovação, por parte
do CENIPA:
§ do conteúdo curricular;
§ do preparo técnico do corpo docente;
§ da infraestrutura de ensino.
86
Curso Básico de Prevenção de Acidentes Aeronáuticos a Distância MÓDULO 2
Conforme prevê a NSCA 3-2, os ECs serão considerados aptos a atuar como Elos de prevenção de
acidentes aeronáuticos dentro de sua esfera de competência.
A emissão de credenciais SIPAER, por sua vez, será feita de modo a identificar os profissionais que
participarão de atividades diretamente ligadas às investigações de ocorrências aeronáuticas.
Acesse o Saiba Mais para conhecer os modelos de credenciais SIPAER para investigação
no âmbito da aviação militar.
SÍNTESE
Acesse, no ambiente on-line, a síntese desta unidade.
87
MÓDULO 2 Curso Básico de Prevenção de Acidentes Aeronáuticos a Distância
6.2 ÉTICA
As normas éticas revelam a melhor forma de o homem agir em seu relacionamento com a
sociedade e em relação a si mesmo.
Segundo sua teoria, somente quem tem conhecimento pode ver com clareza o melhor
modo de agir em cada situação.
6.3 TEORIAS
Assim como a teoria socrática, várias outras foram formuladas ao longo da história, contribuindo,
de algum modo, para a melhora do agir humano e, por conseguinte, para o convívio social.
Para muitos autores, Aristóteles teria sido o primeiro autor a desenvolver o pensamento sobre a
ética.
Esse pensamento teria surgido da reflexão* sobre a diferença entre conhecimento teórico e
conhecimento prático.
*Reflexão...
Além disso, o autor teria compreendido que o saber relacionado às coisas
humanas não seria suscetível de demonstração teórica conforme acontece na
matemática e na física.
88
Curso Básico de Prevenção de Acidentes Aeronáuticos a Distância MÓDULO 2
[...] o estudo dos juízos de apreciação que se referem à conduta humana susceptível de
qualificação do ponto de vista do bem e do mal, seja relativamente à determinada
sociedade, seja de modo absoluto.
6.6 PRINCÍPIOS
O princípio é o ponto em que alguma coisa ou algum conhecimento se origina –
portanto, algo em sua gênese.
Fazendo uma análise minuciosa desses conceitos, percebemos que os princípios que regem
nossa conduta em sociedade são os conceitos ou as regras que aprendemos por intermédio do
convívio, passados de geração em geração.
6.7 PILARES
Quando uma pessoa afirma que determinada ação fere seus princípios, ela está referindo-se a um
conceito ou a uma regra que surgiu...
...em algum momento, em sua vida ou na vida do grupo social em que ela está inserida
e que foi aceito como ação moralmente adequada.
Portanto, os princípios são os pilares que embasam os relacionamentos intersubjetivos que têm
o poder de manter a harmonia entre os cidadãos envolvidos nos diversos processos.
89
MÓDULO 2 Curso Básico de Prevenção de Acidentes Aeronáuticos a Distância
Além disso, devem conhecer e se guiar pelos princípios consagrados pela Filosofia do SIPAER.
6.9 VALORES
Nas mais diversas sociedades, independentemente do nível cultural, econômico ou social em
que estejam inseridos, os valores são fundamentais.
Os valores determinam quais são as pessoas que agem tendo o bem por finalidade.
As pessoas são mais ou menos desejadas ou estimadas por outras pessoas ou por um grupo por
seu caráter.
Todos os termos que servem para qualificar uma ação ou o caráter de uma pessoa têm
um peso positivo e um peso negativo.
90
Curso Básico de Prevenção de Acidentes Aeronáuticos a Distância MÓDULO 2
Kant* afirmava que toda ação considerada moralmente boa deveria ser, necessariamente, universal.
*Immanuel Kant...
Filósofo alemão, nasceu no ano de 1724, em Königsberg, atual Kaliningrado,
onde passou toda sua vida, falecendo em 1804, aos oitenta anos
As diversidades culturais e sociais fazem com que o valor dado a determinadas ações mude de
acordo com o contexto em que o indivíduo está inserido.
Sua função é orientar as ações de seus investigadores e explicitar sua postura social em
face dos diferentes públicos com os quais interage.
É da máxima importância que seu conteúdo seja refletido nas atitudes dos profissionais do SIPAER.
A missão do CENIPA é:
Para tanto, os profissionais devem pautar suas ações em lealdade, transparência e respeito.
91
MÓDULO 2 Curso Básico de Prevenção de Acidentes Aeronáuticos a Distância
A informação deve ser resguardada a ponto de não interferir na veracidade das conclusões sobre
uma ocorrência aeronáutica.
6.16 ATENÇÃO
O desrespeito aos ditames contidos no Código de Ética não se confunde com o cancelamento da
Certificação ou Credencial SIPAER por motivos de ordem técnica e doutrinária regulado pela
NSCA 3-10.
SÍNTESE
Acesse, no ambiente on-line, a síntese desta unidade.
Sua finalidade é fazer com que se cumpram, com uniformidade, as normas e as práticas
recomendadas – Standards and Recommended Practices (SARP).
92
Curso Básico de Prevenção de Acidentes Aeronáuticos a Distância MÓDULO 2
Tais normas são estabelecidas pelo Anexo 13 à Convenção sobre Aviação Civil
Internacional.
7.3 FERRAMENTA
A investigação de acidentes, incidentes aeronáuticos graves e incidentes aeronáuticos é uma
ferramenta reativa indispensável à segurança de voo.
Por esse motivo, é preciso avaliar o alcance de cada investigação considerando os custos e os
ensinamentos colhidos.
93
MÓDULO 2 Curso Básico de Prevenção de Acidentes Aeronáuticos a Distância
Como resultado, será gerado um Registro de Ação Inicial (RAI) de caráter factual.
...em caso de acidente com aeronave de peso igual ou superior a 2.250 kg, ou equipada
com motor à turbina (qualquer peso), será emitido um Relatório Final (RF)
fundamentado no RAI e no Registro Preliminar (RP).
No caso de incidente aeronáutico grave com aeronave de PMD igual ou superior a 5.700 Kg, ou
equipadas com motor à turbina (qualquer peso), será emitido um RF fundamentado no RAI e no
RP.
94
Curso Básico de Prevenção de Acidentes Aeronáuticos a Distância MÓDULO 2
Uma notificação deve ser feita sempre que houver qualquer ocorrência aeronáutica.
O fundamental é que sua credencial seja válida para o tipo de atividade em questão.
O responsável pela ação inicial terá controle e acesso irrestrito à aeronave, a seus
destroços e a todo material relevante.
Dessa forma, é possível garantir que um exame detalhado poderá ser feito, sem
atrasos, imediatamente após as ações de resgate.
95
MÓDULO 2 Curso Básico de Prevenção de Acidentes Aeronáuticos a Distância
Isso ocorrerá quando o PSAC possuir profissional credenciado pelo CENIPA para realizar
investigação de ocorrência aeronáutica.
*Objetivo do RF...
O RF é elaborado com base nas informações factuais, na análise e na conclusão.
7.12 SUMA
Criada pelo CENIPA, a SUMA de Investigação de ocorrência aeronáutica é uma ferramenta
fundamentada nas recomendações da OACI para a divulgação da conclusão de uma investigação.
96
Curso Básico de Prevenção de Acidentes Aeronáuticos a Distância MÓDULO 2
Sua finalidade* é buscar impedir que outras ocorrências se repitam pela presença de
fatores contribuintes análogos.
*Finalidade...
De acordo com o Anexo 13 à Convenção sobre Aviação Civil Internacional, o
único objetivo da investigação é a prevenção de ocorrências aeronáuticas.
Elaborada com base nas informações colhidas no RAI, a SUMA de Investigação é composta pelos
seguintes tópicos:
§ informações factuais;
§ histórico do voo;
§ comentários;
§ fatos;
§ ações corretivas;
§ recomendações de segurança – quando pertinentes.
97
MÓDULO 2 Curso Básico de Prevenção de Acidentes Aeronáuticos a Distância
SÍNTESE
Acesse, no ambiente on-line, a síntese desta unidade.
7. 14 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS – ABNT. NBR 6023. Informação e Documentação:
referências: elaboração. Rio de Janeiro, RJ, 2002.
BRASIL. Lei nº 7.565 de 19 de dezembro de 1986. Dispõe sobre o Código Brasileiro de Aeronáutica.
Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, 20 dez. 1986. Retificado em 30 dez.1986. Diário
Oficial da União S/1, p. 19567, 23/12/1986.
_______. Lei nº 11.182 de 27 de setembro de 2005. Cria a Agência Nacional de Aviação Civil -
ANAC, e dá outras providências. Diário Oficial da União n° 187, S/1, p.1-8, 28/09/2005.
_______. Lei Complementar nº 97 de 9 de junho de 1999. Dispõe sobre as normas gerais para a
organização, o preparo e o emprego das Forças Armadas. Diário Oficial da União.
98
Curso Básico de Prevenção de Acidentes Aeronáuticos a Distância MÓDULO 2
_______. Comando da Aeronáutica. Código de Ética do SIPAER (NSCA 3-12). Boletim do Comando
da Aeronáutica, Rio de Janeiro, RJ, 215, 13/11/2008.
______. Agência Nacional de Aviação Civil. Regulamento Brasileiro de Aviação Civil. Certificação
Operacional de Aeroporto (RBAC 139). Rio de Janeiro, 2009.
______. Agência Nacional de Aviação Civil. Regulamento Brasileiro de Aviação Civil. Certificação
Operacional de Aeroporto (RBAC 139). Rio de Janeiro, 2009.
______. Agência Nacional de Aviação Civil. Regulamento Brasileiro de Aviação Civil. Aeródromos –
Operação, Manutenção e Resposta à Emergência (RBAC 153). Rio de Janeiro, 2012.
99
MÓDULO 2 Curso Básico de Prevenção de Acidentes Aeronáuticos a Distância
100
Curso Básico de Prevenção de Acidentes Aeronáuticos a Distância MÓDULO 3
APRESENTAÇÃO
Este módulo está dividido em oito unidades.
São elas:
§ Unidade 1 – Perigo Baloeiro;
§ Unidade 2 – Emissão de Raio Laser contra aeronaves;
§ Unidade 3 – Foreign Object Damage – FOD;
§ Unidade 4 – Risco da Fauna;
§ Unidade 5 – Relatório de Prevenção – RELPREV;
§ Unidade 6 – Relatório ao CENIPA para Segurança de Voo – RCSV;
§ Unidade 7 – Vistoria de Segurança de Voo – VSV;
§ Unidade 8 – Programa de Prevenção de Acidentes Aeronáuticos – PPAA.
Alguns tinham o desejo de ser livres como os pássaros, outros tentavam aproximar-se dos deuses.
Alguns documentos citam que, na dinastia de Yin, no século XXI A.C., existiam balões,
possivelmente movidos à fumaça, que eram utilizados para levar pessoas.
Alguns registros históricos atribuem a construção dos primeiros balões a outro povo.
Tal façanha teria sido realizada pelos índios Nazca, peruanos pré-incaicos, há
mais de 2000 anos.
101
MÓDULO 3 Curso Básico de Prevenção de Acidentes Aeronáuticos a Distância
Para que essa comprovação fosse possível, foi realizado um voo com um balão
feito com esse mesmo material.
No entanto, o primeiro balão de que se tem notícia é do ano de 1306, lançado ao céu
chinês para homenagear o Imperador Fo-Kien por ocasião de sua coroação.
A amizade de Marco Pólo com Kublai Khan, neto de Gengis Khan, permitiu-lhe
o aprendizado da arte dos balões.
Sua família levou essa invenção para a Itália em seu regresso, no ano de 1292.
O homem moderno dá seu primeiro passo em direção aos céus em 1709, com o padre
brasileiro Bartolomeu Lourenço de Gusmão.
Bartolomeu mostrou seu balão de ar quente a Dom João V, rei de Portugal, e a toda sua
corte.
102
Curso Básico de Prevenção de Acidentes Aeronáuticos a Distância MÓDULO 3
*Passarola...
Após duas tentativas, o balão teria conseguido subir quatro metros.
No entanto, foi destruído por dois guardas receosos de que o padre voador
provocasse um incêndio no palácio.
*Últimas décadas...
O Primeiro Encontro Brasileiro de Balonismo em Casa Branca, em São Paulo,
aconteceu em julho de 1986.
No decorrer dos anos, com o uso da tecnologia e da criatividade, foram atingindo proporções
gigantescas.
Balões de ar quente...
Os maiores balões de ar quente não tripulado de que se têm notícias no mundo são
brasileiros, soltos no Rio de Janeiro.
Com 54 metros de altura, o Pantanal foi lançado aos céus em maio de 1990.
103
MÓDULO 3 Curso Básico de Prevenção de Acidentes Aeronáuticos a Distância
Tal balão recebeu esse nome porque levava uma bandeira de 60 metros de
largura e 90 de altura em homenagem à fauna e à flora do Mato Grosso do Sul.
Quatro anos depois, no estado do Rio de Janeiro, foi solto outro balão com formato de
estrela, com 28 metros de altura e 54 de diâmetro.
Apreensão de balões...
Em 2000, também no Rio de Janeiro, a polícia apreendeu um balão com 65 metros de
altura, semipronto, equivalente a um prédio de 22 andares.
Em 2006, próximo à Guarulhos, em São Paulo, foi solto um balão com formato de pião,
com 72 metros de altura.
Esse balão levava uma bandeira com 70 x 90 metros e possuía 5 metros de diâmetro
de boca.
Segundo informações, esse balão foi visto voando próximo às plataformas de petróleo
na bacia de Campos, no Rio de Janeiro.
Essa informação demonstra a grande autonomia de voo que esses balões podem
apresentar.
Muitos deles são considerados verdadeiras obras de arte, mas, na verdade, devem ser encarados
como uma séria ameaça à atividade aérea.
Podemos citar como exemplo o ocorrido com o Airbus 320, forçado a realizar um
pouso de emergência no Rio Hudson, em New York, em 2009, após colidir com pássaros
durante a subida.
1.6 NÚMEROS
No Brasil, o balonismo está organizado em turmas.
Os estados do Rio de Janeiro e de São Paulo lideram as estatísticas de ocorrências com balões não
tripulados de ar quente, seguidos pelo estado do Paraná.
104
Curso Básico de Prevenção de Acidentes Aeronáuticos a Distância MÓDULO 3
Os números são alarmantes. Estima-se que mais de 100 mil balões são soltos,
anualmente, no Brasil.
Entre os anos de 2002 e 2010, a Infraero registrou 1.125 ocorrências com balões de ar quente não
tripulados que caíram ou sobrevoaram a área patrimonial dos aeroportos de Guarulhos-SP,
Congonhas-SP e Galeão-RJ.
Todos os anos há centenas de reportes provenientes da aviação civil e da aviação militar sobre
avistamento de balões durante o sobrevoo de terminais.
O risco é elevado porque é nessa área que há uma maior concentração de aeronaves de grande
porte voando em altitudes menores, em procedimento de aproximação ou subida.
Além disso, devido ao insuficiente eco radar, os balões não são detectáveis pelos
sistemas de bordo de uma aeronave, tampouco pelos radares do controle de tráfego.
Por esse motivo, a prática de soltar balões de ar quente não tripulados é considerada um problema
social.
Para que isso ocorra, é imprescindível conhecer o perigo que os balões representam.
105
MÓDULO 3 Curso Básico de Prevenção de Acidentes Aeronáuticos a Distância
Para isso, o balão faz uso de uma lona – ou papel – protegendo uma pequena quantidade de ar
quente por meio de uma chama controlada.
O balão também pode fazer uso de outra substância que seja mais leve que o ar.
Balões de ar quente...
Seu poder de flutuação é alcançado por meio do aquecimento do ar em temperatura
ambiente.
Balões a gás...
Balões enchidos com um gás não aquecido tal como:
§ hidrogênio: apesar de não ser usado em aeronaves desde o desastre com o
dirigível Hindenburg por causa de sua alta inflamabilidade, ainda são
utilizados, largamente, no balonismo amador e em balões científicos não
tripulados, e usados universalmente na função de balões meteorológicos;
§ hélio: utilizado em todos os dirigíveis e na maioria dos balões dirigíveis nos
Estados Unidos;
§ amônia: usada com pouca frequência devido a suas características cáusticas
e ao limite da altura atingida;
§ gás de carvão: altamente inflamável, era utilizado no princípio do balonismo.
Balões de rozier...
Utilizam gases aquecidos e não aquecidos para subir.
O uso mais comum desse tipo moderno de balão é em recordes de voos a longa
distância, tais como as recentes circunavegações em balões.
106
Curso Básico de Prevenção de Acidentes Aeronáuticos a Distância MÓDULO 3
1
Características...
Ao longo de sua história, o CENIPA vem pesquisando e registrando,
continuamente, as ocorrências com balões de ar quente não tripulados.
Alcance...
2
Essa situação não exige dos pilotos a vigilância do espaço aéreo a olho nu.
Autonomia...
3
Isso faz com que os balões permaneçam mais tempo no ar e atinjam grandes
distâncias.
Por exemplo, um balão solto no interior do estado de São Paulo pode alcançar
o terminal da cidade de São Paulo, no qual existe grande fluxo de tráfego
aéreo.
Com certeza, quem solta um balão não imagina que ele possa apresentar um
risco tão grande a vidas humanas.
107
MÓDULO 3 Curso Básico de Prevenção de Acidentes Aeronáuticos a Distância
4
Dimensões...
Os materiais mais modernos, leves e resistentes permitem a construção de
balões com dimensões cada vez maiores.
Desse modo, um balão pode ser considerado uma verdadeira bomba relógio
aguardando o momento de ser deflagrada.
Leve...
Balão livre não tripulado que carrega uma carga útil com uma massa combinada de
menos de 4 kg.
Médio...
Balão livre não tripulado que carrega uma carga útil de dois ou mais pacotes com uma
massa combinada de 4 kg ou mais, mas menos de 6 kg.
Pesado...
Balão livre não tripulado que carrega uma carga útil que:
§ possui uma massa combinada de 6 kg ou mais;
§ inclui um pacote de 3 kg ou mais;
§ inclui um pacote de 2 kg ou mais, com uma área de mais densidade que 13 g
por cm²;
§ usa uma corda ou outro dispositivo para a suspensão da carga útil que exige
uma força e um impacto de 230 N ou mais para separar a carga útil suspensa
pelo balão.
108
Curso Básico de Prevenção de Acidentes Aeronáuticos a Distância MÓDULO 3
1.13 DIMENSÕES
A densidade da área é determinada dividindo-se a massa total em gramas da carga útil pela área
em centímetros quadrados de sua menor área.
1.14 VISIBILIDADE
O risco de uma colisão com uma aeronave acentua-se à noite ou com o céu encoberto por
nuvens.
A bucha, que sinalizaria a posição de um balão durante a noite, algumas vezes se apaga, e o balão
permanece ainda um bom tempo sobrevoando a cidade.
Dependendo de como foi construída sua estrutura, o balão pode ser ingerido por um
motor ou até mesmo danificar a estrutura de uma aeronave no momento do impacto.
1.15 QUANTIDADE
As estatísticas mostram que há um aumento significativo das ocorrências com balões nos meses
de maio, junho e julho.
Nesses três meses há festejos, como dia de São Jorge, dia de Nossa Senhora de Fátima, Santo
Antônio, São Pedro e São João, entre outros.
Há ainda a copa do mundo de futebol, realizada sempre no mês de julho, a cada quatro anos.
Do mesmo modo, deve haver um reforço na fiscalização por parte das autoridades policiais.
1.16 IMPACTO
Por intermédio de uma fórmula matemática, podemos ter uma ideia do que representaria o
impacto de uma aeronave em descida, com 250 nós, ao colidir com um balão de 150 kg.
O impacto recebido seria de 208 toneladas, valor equivalente à metade de um Boeing 747.
109
MÓDULO 3 Curso Básico de Prevenção de Acidentes Aeronáuticos a Distância
Além disso, devemos contar também com a capacidade explosiva dos fogos de artifício
e dos botijões de gás, que podem gerar um prejuízo incalculável.
1.17 CÁLCULO
Podemos considerar alguns exemplos de cálculos da força de impacto entre uma aeronave e um
balão.
Com valores estimados em toneladas (kgf x 1000), chegamos aos seguintes números:
§ para um balão com 10 kg, teremos F= 2,56 toneladas;
§ para um balão com 15 kg, teremos F= 3,35 toneladas;
§ para um balão com 20 kg, teremos F=4,05 toneladas.
1.18 VELOCIDADE
Em segundo plano, podemos considerar uma velocidade de 250 kt para uma aeronave sobrevoando
a área de um terminal em função de balões de maiores portes:
§ para um balão com 50 kg, teremos F= 2,56 toneladas;
§ para um balão com 150 kg, teremos F= 208 toneladas;
§ para um balão com 250 kg, teremos F= 293 toneladas.
110
Curso Básico de Prevenção de Acidentes Aeronáuticos a Distância MÓDULO 3
Logo, durante a ingestão de partes de um balão pelo motor, o impacto seria ainda mais destrutivo
em função da rotação das palhetas.
1.20 DESEMPENHO
As novas tecnologias disponibilizam materiais mais modernos, leves e resistentes, facilitando a
construção de balões com dimensões cada vez maiores e com alcances surpreendentes.
Toda essa parafernália pendurada embaixo de um balão não tripulado e sem controle oferece um
risco ainda maior.
Além disso, há o risco de uma colisão catastrófica com uma aeronave comercial de grande porte
ao ocupar o espaço aéreo de forma aleatória.
Dessa forma, esses artefatos podem vir a cair em matas, indústrias, refinarias, linhas de
eletricidade, áreas residenciais, aeroportos ou se chocar com aeronaves em pleno voo,
causando danos incalculáveis.
A situação é agravada à medida que o balão ganha dimensões maiores e transporta fogos e
buchas de maior durabilidade, feitas, muitas vezes, até com botijões de gás.
111
MÓDULO 3 Curso Básico de Prevenção de Acidentes Aeronáuticos a Distância
1.23 ESTATÍSTICAS
Uma ferramenta muito útil para a comprovação das ocorrências com balões é a estatística.
A estatística é realizada, dia a dia, pelo pessoal da administração dos aeroportos nas seguintes
situações:
§ registro de quedas;
§ avistamento – sobrevoo – de balões de ar quente não tripulados na área de seus
aeródromos.
Tendo isso em vista, várias ações de prevenção vêm sendo desenvolvidas ao longo dos
anos.
As estatísticas apontam que o balonismo permanece com muita força e com muitos seguidores.
Ainda existem associações de baloeiros espalhadas e organizadas por todo o território nacional.
112
Curso Básico de Prevenção de Acidentes Aeronáuticos a Distância MÓDULO 3
§ filmetes5;
§ distribuição de material didático, concurso de redação, palestras de conscientização
para crianças e pais;
§ contatos com o Ministério da Educação para inserção do assunto no currículo escolar;
§ programas de educação ambiental promovidos pelas Secretarias de estado de
defesa civil;
§ melhora da repressão da atividade baloeira e da divulgação do tema pela internet;
§ estímulo à denúncia (disque-denúncia);
§ realização de palestras no meio aeronáutico6;
§ incentivo à comunicação das ocorrências e dos avistamentos durante o voo7.
1
Debates sobre o tema...
São discutidas as consequências e as responsabilidades imputadas aos infratores.
2
campanhas de divulgação...
São divulgadas as consequências do ato de soltar balões e busca-se conscientizar
do mal maior que tal atividade pode resultar, como mortes, lesões, danos,
acidentes, incêndios, entre outros.
3
Reportagens junto às emissoras de TV...
São realizadas coberturas de incêndios provocados por balões que caem ainda
em chamas.
4
Vinhetas...
Produzidas para tocar em rádios populares, alertam para o mal que pode ser
produzido por um simples balão lançado a esmo.
5
Filmetes...
Produzidos especialmente para as escolas e aulas para professores,
principalmente no Rio de Janeiro e em São Paulo.
6
Realização de palestras no meio aeronáutico ...
São realizadas com o intuito de chamar atenção para os riscos de colisão em
voo com balões.
113
MÓDULO 3 Curso Básico de Prevenção de Acidentes Aeronáuticos a Distância
7
incentivo à comunicação das ocorrências e dos avistamentos durante o voo...
Sua finalidade é a construção de uma estatística confiável, capaz de mensurar
a gravidade a qual as aeronaves são expostas. Em 2012, o CENIPA implantou
em seu site uma ferramenta informatizada de reportes de ocorrências com
balões.
É preciso dar consciência situacional aos apaixonados pela arte de soltar balões.
Todo cidadão deve ter consciência do efeito catastrófico gerado pelo singelo – e, por
vezes, ingênuo – gesto de soltar um balão de ar quente não tripulado.
1.27 CONSCIÊNCIA
Diante da certeza do prejuízo para a segurança da aviação e do tráfego aéreo brasileiro, o CENIPA
realiza incansáveis atividades de conscientização da sociedade brasileira.
Como se trata de uma prática valorizada na cultura brasileira, a forma mais eficaz de combatê-la
é o investimento na educação infantil e também da sociedade em geral.
Nesse sentido, é necessário investir em campanhas escolares com ações pedagógicas específicas
direcionadas às crianças, reeducando-as, o que levará à formação de uma nova mentalidade na
população brasileira.
No entanto, como se trata de uma prática ilegal, com amparo previsto em lei,
devemos considerar também as atividades de repressão por meio das Secretarias
de Segurança Pública estaduais, das autoridades policiais e dos demais órgãos de
defesa civil.
114
Curso Básico de Prevenção de Acidentes Aeronáuticos a Distância MÓDULO 3
AREA PLANNING – AP/1, Estados Unidos da América, (Departament Of Defense), 2010. Disponível
em:<https://www.cnatra.navy.mil/tw4/vt27/docs/ap1.pdf>. Acesso em: 25 mar. 2011.
BRASIL. Decreto-lei n. 2.848, de 7 de setembro de 1940. Dispõe sobre as normas que o Estado
emprega para prevenir ou reprimir os fatos que atentem contra a segurança e a ordem social.
______. Lei n. 9.605, de 12 de dezembro de 1988: Dispõe sobre as sanções penais e administrativas
derivadas de condutas e atividades lesivas ao meio ambiente.
______. Lei n. 5.511, de 17 de agosto de 2012: Dispõe sobre a autorização da soltura de balões
juninos.
HOUAISS, Antônio. Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa. 1. ed. Rio de Janeiro: Objetiva, 2009.
SÍNTESE
Acesse, no ambiente on-line, a síntese desta unidade.
115
MÓDULO 3 Curso Básico de Prevenção de Acidentes Aeronáuticos a Distância
Entretanto, para a aviação, o raio laser usado indevidamente contra cabines de aeronaves tornou-
se uma fonte potencial de risco.
O laser, acrônimo para light amplification by stimulated emission of radiation, pode produzir um
feixe de luz de intensidade capaz de causar danos ao tecido humano.
Em 19 de novembro de 1993, às 22h, um Boeing 737 que havia decolado de Las Vegas, nos
Estados Unidos, foi atingido por um raio laser verde a 500 pés de altura.
O feixe entrou na cabine pelo lado da janela do copiloto, e ofuscou os dois pilotos por
cerca de 5 a 10 segundos.
O copiloto reportou problemas com o olho direito e necessitou de cuidados médicos após o voo.
116
Curso Básico de Prevenção de Acidentes Aeronáuticos a Distância MÓDULO 3
Isso pode levar a uma situação extrema de perda de controle em voo, em especial nos
casos de aeronaves tripuladas por um único piloto.
Os SARPs não foram suficientes para a implementação de regulamentos relevantes nos Estados.
Por conta disso, o grupo de estudo recomendou a redação de um manual sobre efeitos médicos,
fisiológicos e psicológicos da exposição dos tripulantes ao raio laser.
117
MÓDULO 3 Curso Básico de Prevenção de Acidentes Aeronáuticos a Distância
2.6 AÇÕES
Podemos considerar as seguintes ações mitigadoras:
*’Site’ do CENIPA...
Acesse www.cenipa.aer.mil.br. Em seguida, clique em RAIO LASER e, a seguir,
em FAÇA SUA PESQUISA.
118
Curso Básico de Prevenção de Acidentes Aeronáuticos a Distância MÓDULO 3
Em conformidade com o Doc 9815 da ICAO, o CENIPA julgou oportuno adotar uma
ficha de notificação* de raio laser.
*Ficha de notificação...
Por meio dessa ferramenta, 1771 ocorrências foram registradas em 2012 e
1746 foram registradas em 2013.
Foi possível gerar um banco de dados com capacidade de pesquisa on-line por
meio da ficha eletrônica de notificação de raio laser.
Essa ficha passou a ser utilizada em fevereiro de 2012, com preenchimento on-line na
página eletrônica do CENIPA
119
MÓDULO 3 Curso Básico de Prevenção de Acidentes Aeronáuticos a Distância
Fonte: OCORRÊNCIA por Aeródromo – ano 2013. CENIPA, [20--]. Disponível em: <http://
www.cenipa.aer.mil.br>. Acesso em: mar 2014.
Os estados de São Paulo, Minas Gerais e Espírito Santo são os mais afetados pelo problema.
120
Curso Básico de Prevenção de Acidentes Aeronáuticos a Distância MÓDULO 3
121
MÓDULO 3 Curso Básico de Prevenção de Acidentes Aeronáuticos a Distância
122
Curso Básico de Prevenção de Acidentes Aeronáuticos a Distância MÓDULO 3
Em paralelo, vários trabalhos com foco na prevenção de acidentes foram desenvolvidos com
emissoras de televisão, rádio, revistas e jornais.
Medidas preventivas também estão sendo adotadas por meio do Departamento de Controle do
Espaço Aéreo.
Art. 261 – Expor a perigo embarcação ou aeronave, própria ou alheia, ou praticar qualquer
ato tendente a impedir ou dificultar navegação marítima, fluvial ou aérea.
2.14 PREVENÇÃO
A Secretaria Nacional de Segurança Pública – SENASP – tem procurado desenvolver ações para
coibir o problema relativo ao uso de raio laser.
Em várias operações, a fonte emissora de raio laser contra aeronaves foi localizada e identificada.
Em muitos desses casos, o laser fora utilizado por crianças e adolescentes que desconheciam as
consequências da ação praticada.
2.15 REFERÊNCIAS
INTERNATIONAL CIVIL AVIATION ORGANIZATION. Manual on Laser Emitters and Flight Safety (Doc
9815). 2003.
MATTOS, Tem. Cel. Av. Marcio Vieira. Emissão de raio laser contra aeronaves (Apostila). [20--?].
123
MÓDULO 3 Curso Básico de Prevenção de Acidentes Aeronáuticos a Distância
SÍNTESE
Acesse, no ambiente on-line, a síntese desta unidade.
Um pequeno parafuso em uma turbina, por exemplo, pode dar origem a um prejuízo de centenas
de milhares de dólares.
Embora a sigla F.O.D. seja conhecida, bem como as palavras que a formam, geralmente existem
duas concepções ligeiramente distorcidas.
A primeira distorção é a associação equivocada do F.O.D. aos objetos que causam ou podem
causar danos às turbinas de aviões.
Na verdade, a sigla Foreign Object Damage refere-se ao dano causado pelo objeto
estranho, e não ao objeto que o causou.
124
Curso Básico de Prevenção de Acidentes Aeronáuticos a Distância MÓDULO 3
3.5 IMPORTÂNCIA
Felizmente, são raros os acidentes associados a problemas com F.O.D.
Muitas vezes, antes que uma falha fatal aconteça, o risco de sua ocorrência pode ser
notado no tipo de operação da aeronave ou em controles estatísticos.
3.6 CONCLUSÕES
Apesar do baixo índice nas estatísticas de acidentes, o F.O.D. aparece com números bem
expressivos na categoria de incidentes.
125
MÓDULO 3 Curso Básico de Prevenção de Acidentes Aeronáuticos a Distância
Os problemas com uma maior incidência de casos podem trazer custos para a administração de
uma empresa aérea.
São eles:
§ discordância entre as áreas de manutenção e operações;
§ perda de credibilidade das tripulações na qualidade dos serviços de equipe de
apoio.
126
Curso Básico de Prevenção de Acidentes Aeronáuticos a Distância MÓDULO 3
Tal ação pode ser desenvolvida a partir de informações obtidas de duas maneiras:
§ por meio da análise dos objetos encontrados nas áreas operacionais (nas
inspeções, nos Cata F.O.D. ou nos recipientes de coleta);
§ estudando a ocorrência de casos de F.O.D. com a aeronave de sua unidade
ou de sua empresa.
Em ambos os casos, essa segunda linha de ação atua como em qualquer processo de
prevenção de acidentes, envolvendo o recolhimento de dados sobre F.O.D.
3.12 CRÍTICA
No entanto, temos conhecimento adquirido e atualizado sobre o tema e sabemos que, a cada dia,
mais profissionais se voltam para a segurança de voo.
Graças a isso, acreditamos que, brevemente, não precisaremos de tantos esforços para
alertar a comunidade aeronáutica e seus usuários sobre a importância das ações de
prevenção do F.O.D.
127
MÓDULO 3 Curso Básico de Prevenção de Acidentes Aeronáuticos a Distância
SÍNTESE
Acesse, no ambiente on-line, a síntese desta unidade.
4.1 INTRODUÇÃO
Desde antes do primeiro voo do mais pesado que o ar realizado por Alberto Santos Dumont, em
1906, colisões com esses animais já eram uma possibilidade real.
A colisão com aves sempre foi mais um risco a ser considerado pelos pioneiros na realização do
voo seguro.
A primeira delas foi o herói norte-americano Calbraith Rogers, que faleceu após colidir
com uma gaivota em um voo sobre Long Beach, na Califórnia.
No Brasil, há registros de três vítimas fatais, sendo dois tripulantes militares, no ano de
1962, e um piloto civil, em 2006.
128
Curso Básico de Prevenção de Acidentes Aeronáuticos a Distância MÓDULO 3
Essa altura é a parte do espaço aéreo em que as aves se encontram na maior parte do tempo.
Os tipos de aves mais envolvidas dependem, basicamente, das condições de atratividade nas
proximidades dos aeródromos, de seu clima e de sua localização geográfica.
Para tanto, devemos considerar que as aves, como quaisquer outros animais, sempre procurarão,
instintivamente, saciar suas necessidades básicas, como alimento, água, abrigo, descanso e
procriação.
129
MÓDULO 3 Curso Básico de Prevenção de Acidentes Aeronáuticos a Distância
É fantasioso acreditar que equipes de outras áreas poderão realizar um trabalho adequado quando
não estiverem envolvidas em suas atividades principais.
130
Curso Básico de Prevenção de Acidentes Aeronáuticos a Distância MÓDULO 3
4.8 FATORES
As mudanças acontecem por causa de alguns fatores...
A responsabilização deve ser feita aos moldes do que é praticado em outros países,
como Estados Unidos da América, Canadá, Reino Unido, França, Austrália, etc.
Em 2012, foi sancionada a Lei n° 12.725, que dispõe sobre o controle de fauna nas
imediações dos aeródromos.
Apesar disso, a prática tem demonstrado que o não cumprimento dessas normas
ainda é um fator decisivo, especialmente quanto à oferta de material orgânico
ao ar livre.
Esse material orgânico continua atraindo grandes quantidades de aves para as trajetórias
das aeronaves.
Isso acontece tanto nas fases de voo de aproximação final, quando as aeronaves estão
chegando para o pouso, quanto na subida inicial, após a decolagem.
...o risco decorrente da utilização do mesmo espaço físico por aeronaves e a fauna,
mensurado por metodologia formal, em termos de probabilidade e de severidade,
tomando por referência a pior situação estimada no contexto operacional da atividade.
131
MÓDULO 3 Curso Básico de Prevenção de Acidentes Aeronáuticos a Distância
4.11 FÓRMULA
Caso seja determinado outro motivo para a morte de animal, a carcaça encontrada
na área operacional não será considerada oriunda de colisão com fauna.
A necessidade de gerenciamento de risco aviário e fauna reside no fato de que vidas humanas a
bordo de aeronaves e no solo podem ser abruptamente interrompidas por causa do potencial
destrutivo de colisão com uma única ave.
A energia dissipada no impacto depende de vários fatores, mas, de forma simples e aproximada,
pode ser calculada pela seguinte fórmula:
E = 1/2 mv²
m = massa de ave / v = velocidade da aeronave
Ainda assim, estima-se que somente de 20 a 25% das colisões sejam efetivamente comunicadas
no país.
4.13 DADOS
O Brasil possui a segunda maior frota de aeronaves e a segunda maior variedade de espécies de
aves em todo o mundo.
132
Curso Básico de Prevenção de Acidentes Aeronáuticos a Distância MÓDULO 3
Sendo assim, a mais básica das ações é comunicar todas as colisões, quase
colisões e avistamentos pelos tripulantes de aeronaves voando no território
brasileiro
Nem sempre a tripulação tem a oportunidade de visualizar que houve uma colisão com aves
devido à velocidade da aeronave e à carga de trabalho na execução dos procedimentos normais
de voo.
Em qualquer um dos casos, a comunicação deve ser feita pela mesma ficha CENIPA 15.
A informação de que a colisão foi detectada na inspeção de trânsito ou antes do voo deve ser
inserida no campo fase de voo – outra.
Essa colisão não será computada para o aeroporto em que a inspeção foi realizada, mas a informação
deve ser preenchida no formulário.
Com a fusão dos dados recebidos de todos esses profissionais, o CENIPA atualiza e registra cada
evento.
Sejam colisões, quase colisões e avistamentos de aves ou outros animais, a análise desses dados
é de grande valia para o estabelecimento das linhas de ação em cada aeródromo.
133
MÓDULO 3 Curso Básico de Prevenção de Acidentes Aeronáuticos a Distância
No entanto, segundo as práticas recomendadas pelo International Bird Strike Committee – atual
World Birdstrike Association –, o número de eventos reportados não deve ser nunca utilizado para
medir a eficiência das ações de gerenciamento do risco de fauna.
Na verdade, é fundamental que a informação seja enviada à instituição responsável, que, no Brasil,
é o CENIPA.
Com tal equipe, outros setores seriam liberados de atribuições nessa área.
Além disso, haveria um aumento na qualidade das informações coletadas e das medidas
mitigadoras em uso em cada local.
Essa equipe não necessitaria de mais que duas pessoas por turno.
Tais profissionais poderiam receber treinamento, por exemplo, dos biólogos de aeródromos
maiores.
Dessa forma, não haveria necessidade de utilizar somente profissionais com qualificação
prévia na área de meio ambiente ou fauna.
O conhecimento completo das espécies envolvidas nas colisões reportadas só pode ser
conseguido com a utilização de exames de DNA.
Isso acontece porque muitos dos animais colididos não ficam suficientemente
preservados para serem identificados por fotografia.
4.16 CONCLUSÃO
O risco de fauna existe e sempre existirá.
134
Curso Básico de Prevenção de Acidentes Aeronáuticos a Distância MÓDULO 3
Afinal de contas, todos podem sofrer seus efeitos mesmo nunca tendo entrado
em uma aeronave!
4.17 REFERÊNCIAS
AUSTRALIAN TRANSPORT SAFETY BUREAU. The Hazard Posed to Aircraft by Birds. Canberra: ATSB,
2003. ISBN: 1877071234
______. An analysis of Australian bird strike occurrences 2002 to 2006 (AR-2008-027 Final). Canberra:
ATSB, 2008.
______. Australian aviation wildlife strike statistics: bird and animal strikes 2002 to 2009 (AR-2009-
64). Canberra:ATSB, 2010.
BRASIL. Lei nº 7.565, de 19 de dezembro de 1986. Dispõe sobre o Código Brasileiro de Aeronáutica.
______. Lei nº 11.445, de 05 de janeiro de 2007. Estabelece diretrizes nacionais para o saneamento
básico e dá outras providências.
______. Lei nº 12.725, de 16 de outubro de 2012. Dispõe sobre o controle de fauna nas imediações
de aeródromos.
CLEARY, E. C.; DOLBEER, R. A. Wildlife hazard management at airports. 2.ed. FAA/US Department of
Agriculture. Washington, D.C. 348 p.
GOL LINHAS AÉREAS. Diretoria de Segurança Operacional. Gerência de Safety. Relatório de Vistoria
de Segurança Operacional e Análise de Risco – SWPI de 16/03/2011. São Paulo: GOL, 2011.
INTERNATIONAL BIRD STRIKE COMMITTEE. Recommended Practices n.1: standards for aerodromes
bird/wildlife control. 2006. Disponível em: <http://www.int-birdstrike.org/
Standards_for_Aerodrome_bird_wildlife%20control.pdf>. Acesso em: 05 jan. 2011.
135
MÓDULO 3 Curso Básico de Prevenção de Acidentes Aeronáuticos a Distância
INTERNATIONAL CIVIL AVIATION ORGANIZATION. Airport services manual: bird control and reduction
(DOC 9137-AN/898 Part 3). 4. ed. Montreal: ICAO, 2012.
______. Manual on the ICAO Bird Strike Information System (IBIS). DOC 9332-AN/909. 3. ed. Montreal:
ICAO, 1989.
______. Safety Management Manual (SMM). Doc 9859-AN/474. 2.ed. Montreal: ICAO, 2009.
Disponível em: <http://www.icao.int/anb/safetymanagement/DOC_9859_FULL_EN.pdf>. Acesso
em: 05 jan. 2011.
NICHOLSON, R.; REED, W. S. Strategies for Prevention of Bird-Strike Events. Aero Magazine, n. 3, 2011.
Disponível em: <http://www.boeing.com/commercial/aeromagazine/articles/2011_q3/
index.html>. Acesso em 01 set. 2013.
PATRICK, K.; SHAW, P. Bird Strike Hazard Management programs at airports: what works? In: SIMPÓSIO
DE SEGURANÇA DE VOO, 5., 2012, São José dos Campos. Anais… São José dos Campos, 2012.
Disponível em: <http://www.ipev.cta.br/ssv-apresentacoes/2012/anais-2012.html>. Acesso em
05 set. 2013.
SÍNTESE
Acesse, no ambiente on-line, a síntese desta unidade.
5.1 INTRODUÇÃO
Um sistema voltado para prevenção de acidentes aeronáuticos deve buscar a proatividade, ou
seja, a ação antes que os acidentes venham a ocorrer.
Dessa forma, o sistema estará agindo de forma ativa, visando à preservação dos recursos
materiais e humanos da organização.
136
Curso Básico de Prevenção de Acidentes Aeronáuticos a Distância MÓDULO 3
A informação é um item essencial para que a atividade de prevenção possa ser desenvolvida.
Dentro do SIPAER, destacamos o Relatório de Prevenção (RELPREV), também conhecido como Air
Safety Report (ARS).
Essa ferramenta foi criada para que a INFORMAÇÃO possa ser conhecida e gerenciada por um
profissional competente.
A partir daí, essa situação será conhecida e gerenciada pelo profissional responsável pela segurança
de voo da organização.
5.3 CONCEITOS
O Relatório de Prevenção (RELPREV) é todo reporte voluntário que trata de uma situação potencial
de risco para a segurança de voo.
137
MÓDULO 3 Curso Básico de Prevenção de Acidentes Aeronáuticos a Distância
*Conceito de risco...
Quando pensamos em um morro próximo à trajetória de decolagem das
aeronaves, por exemplo, isso é um perigo.
Para tanto, é preciso que essa pessoa esteja com o nível de percepção mais elevado que as outras
que não tenham percebido ou relatado a situação de perigo.
Uma vez tendo o conhecimento de tal situação de perigo, o Elo-SIPAER da organização irá avaliá-
la e deverá programar ações mitigadoras para que ela possa ser neutralizada.
138
Curso Básico de Prevenção de Acidentes Aeronáuticos a Distância MÓDULO 3
O RELPREV deve ser utilizado somente para relatar situações pertinentes à segurança
de voo.
Quando uma organização ou um indivíduo possuem uma percepção reduzida dos perigos
existentes, a possibilidade de ocorrência de acidentes torna-se maior.
Daí nasceu o termo Blood Priority, definido por Wood e Sweginnis (1995, p. 13) como:
Prioridade de sangue é um termo usado quando após vários ". . . acidentes aéreos
dramáticos [ter] chamam a atenção do público e do Congresso "leis importantes são
criadas?? para garantir que esses eventos não se repitam”.
5.10 GRÁFICO
A ideia do Blood priority também pode ser compreendida por meio do Gráfico de Sangue, que
podemos observar a seguir:
139
MÓDULO 3 Curso Básico de Prevenção de Acidentes Aeronáuticos a Distância
Vejamos, na imagem a seguir, como o RELPREV pode ser utilizado para aumentar o nível de
percepção da organização antes que haja um acidente.
Desse modo, um contato entre esses dois personagens deve ser possível.
140
Curso Básico de Prevenção de Acidentes Aeronáuticos a Distância MÓDULO 3
Ele deve poder valer-se de mensagem, e-mail, fax ou telefone para isso.
Por exemplo, no hangar de manutenção, na casa de pista, sala de navegação, sala AIS,
sala de estar de pilotos e mecânicos, entre outros locais.
141
MÓDULO 3 Curso Básico de Prevenção de Acidentes Aeronáuticos a Distância
*Reportes...
Algumas organizações possuem formulários de RELPREV on-line.
142
Curso Básico de Prevenção de Acidentes Aeronáuticos a Distância MÓDULO 3
Depois que o Elo-SIPAER toma conhecimento do RELPREV, ele deve fazer a avaliação inicial do
risco e encaminhar esse relatório para o responsável direto por apresentar uma solução para a
situação relatada.
143
MÓDULO 3 Curso Básico de Prevenção de Acidentes Aeronáuticos a Distância
Vejamos...
Vejamos:
144
Curso Básico de Prevenção de Acidentes Aeronáuticos a Distância MÓDULO 3
5.21 CONCLUSÃO
O objetivo de elevação do nível de segurança de voo de uma organização, preservando seus
meios humanos e materiais, pode ser atingido por uma boa divulgação da ferramenta de RELPREV.
Para tanto, é fundamental contar com atividades educativas e promocionais, aliadas a um efetivo
motivado e com o nível de percepção elevado.
5.22 REFERÊNCIAS
BRASIL. Lei nº 7.565, de 19 de dezembro de 1986. Dispõe sobre o Código Brasileiro de Aeronáutica.
______. Lei nº 11.182, de 27 de setembro de 2005. Cria a Agência Nacional de Aviação Civil e dá
outras providências.
_______. Lei Complementar nº 97, de 9 de junho de 1999. Dispõe sobre as normas gerais para a
organização, o preparo e o emprego das Forças Armadas.
145
MÓDULO 3 Curso Básico de Prevenção de Acidentes Aeronáuticos a Distância
INTERNATIONAL CIVIL AVIATION ORGANIZATION (ICAO). Safety Management Manual (SMM) Doc
9859. 3. ed. Montreal, 2013.
Wood, R. H., & Sweginnis, R. W. Aircraft accident investigation. Casper, WY: Endeavor Books, 1995.
SÍNTESE
Acesse, no ambiente on-line, a síntese desta unidade.
6.1 INTRODUÇÃO
No primeiro dia de dezembro de 1974, ocorreu um acidente aéreo com um Boeing 727 que
realizava o voo TWA 514.
A aeronave colidiu com uma montanha no estado da Virgínia, nos Estados Unidos.
Durante as investigações do National Transportation Safety Board (NTSB)*, descobriu-se que, seis
semanas antes daquele evento, outra aeronave da United Airlines quase colidiu nas mesmas
circunstâncias.
No entanto, essa informação ficou restrita somente aos pilotos da própria empresa.
146
Curso Básico de Prevenção de Acidentes Aeronáuticos a Distância MÓDULO 3
Em 1997, o Relatório ao CENIPA para Segurança de Voo (RCSV) foi implantado, tendo como
objetivo o incremento da prevenção na atividade aérea por meio da análise e do processamento
de seus dados.
6.3 RCSV
O Relatório ao CENIPA para Segurança de Voo é todo reporte que trata de uma situação com
potencial de risco para a segurança de voo.
147
MÓDULO 3 Curso Básico de Prevenção de Acidentes Aeronáuticos a Distância
Nesse mesmo espaço, existe ainda o sublink Preencher RCSV – online, que encaminhará o relator
a outra página. Vejamos:
Após recebido, o RCSV é analisado com o objetivo de determinar qual a organização responsável
pelas medidas mitigadoras da situação de risco relatada.
A seguir, o RCSV deve ser encaminhado a tal organização com a solicitação de que o CENIPA seja
informado a respeito das medidas adotadas, a fim de fechar o ciclo da prevenção.
148
Curso Básico de Prevenção de Acidentes Aeronáuticos a Distância MÓDULO 3
6.7 CONFIDENCIALIDADE
Além da página do CENIPA na internet, é também possível enviar o RCSV por meio dos serviços
postais do Correio.
6.8 ICASS
O anonimato é garantido ao relator sempre que o assunto relatado no RCSV for relacionado à
prevenção de acidentes aeronáuticos.
149
MÓDULO 3 Curso Básico de Prevenção de Acidentes Aeronáuticos a Distância
Pode acontecer, por exemplo, de serem dirigidos esforços a áreas que não
apresentam problemas, em detrimento de outras atividades mais críticas.
Dessa forma, garantir o anonimato ao relator ajuda a criar condições para que,
mesmo nas situações em que ele possa se sentir ameaçado, haja a possibilidade
de que a informação, fundamental à prevenção, seja enviada ao elo SIPAER.
*Anexo 13 da OACI...
A própria auditoria realizada pela ICAO e normatizada pelo DOC 9735 USOAP
(Universal Safety Oversight Audit Programme) prevê, em um de seus protocolos,
o estabelecimento e a implementação de um sistema de reporte voluntário,
confidencial e não punitivo.
150
Curso Básico de Prevenção de Acidentes Aeronáuticos a Distância MÓDULO 3
O grupo já foi reconhecido pela ICAO (International Civil Aviation Organization ou, em português,
Organização de Aviação Civil Internacional – OACI) como uma fonte para ajudar outros Estados e
administrações interessados em criar sistemas similares aos usados pelos membros do ICASS.
Apesar das diferentes nomenclaturas, o objetivo único desse instrumento é aprimorar os níveis
de segurança da aviação.
Dessa forma, possibilita a adoção de soluções comuns e a divulgação das informações mais
relevantes para a prevenção de acidentes aeronáuticos.
151
MÓDULO 3 Curso Básico de Prevenção de Acidentes Aeronáuticos a Distância
6.13 ESTATÍSTICAS
Quando o assunto reportado no RCSV for repetitivo ou envolver várias organizações, o CENIPA
poderá constituir um grupo consultivo para discuti-lo e propor soluções.
Esse grupo possui caráter temporário e é composto por profissionais com qualificação
técnica no âmbito da aviação brasileira e com curso do SIPAER.
Para tanto, tais pessoas devem possuir conhecimento técnico que permita contribuir
para a solução dos problemas analisados.
Em alguns casos, uma organização pode não possuir Elo-SIPAER, mas sua participação pode ser
julgada de interesse da prevenção.
Esse representante será aceito desde que possua conhecimento técnico sobre o
problema a ser analisado.
6.14 CONCLUSÃO
O processamento dos dados do RCSV também gera estatísticas que apontam para uma análise de
tendências e possíveis ações conjuntas com os diversos órgãos da comunidade aeronáutica.
152
Curso Básico de Prevenção de Acidentes Aeronáuticos a Distância MÓDULO 3
153
MÓDULO 3 Curso Básico de Prevenção de Acidentes Aeronáuticos a Distância
6.15 REFERÊNCIAS
O Relatório ao CENIPA para Segurança de Voo é uma ferramenta importantíssima para a prevenção
de acidentes aeronáuticos.
Sua utilização adequada permite o fluxo de informações relevantes para a segurança de voo,
possibilitando a adoção de medidas preventivas.
6.16 REFERÊNCIAS
BRASIL. Lei nº 7.565, de 19 de dezembro de 1986. Dispõe sobre o Código Brasileiro de Aeronáutica.
154
Curso Básico de Prevenção de Acidentes Aeronáuticos a Distância MÓDULO 3
INTERNATIONAL CIVIL AVIATION ORGANIZATION (ICAO). Aircraft accident and incident investigation
(annex 13). 10. ed. Montreal, 2010.
SÍNTESE
Acesse, no ambiente on-line, a síntese desta unidade.
7.1 INTRODUÇÃO
A Vistoria de Segurança de Voo – VSV – é uma das ferramentas da prevenção de maior importância
entre as existentes.
A mobilização geral dos integrantes da organização é fator preponderante para que a VSV alcance
os resultados desejados.
Um erro comum das pessoas que não possuem formação no SIPAER consiste
em confundir a VSV com uma auditoria.
155
MÓDULO 3 Curso Básico de Prevenção de Acidentes Aeronáuticos a Distância
Seu único objetivo* é identificar os perigos que possam levar a uma ocorrência aeronáutica.
*Objetivo...
A partir dessa identificação, deve ser realizada uma análise do risco desses
perigos e também devem ser sugeridas ações para que os riscos sejam
eliminados ou mitigados.
7.4 FINALIDADE
A finalidade da VSV é assessorar o Comandante, Chefe, Diretor ou congênere com a apresentação
de um relatório contendo:
§ as condições observadas;
§ a análise de risco;
§ as ações mitigadoras recomendadas.
7.5 VISTORIADOR
A equipe de VSV deve ser composta por pessoal qualificado, com formação no SIPAER.
A equipe deve conter pessoal com especialização adequada ao tipo de atividade realizada no
setor específico que está sendo vistoriado.
A equipe também pode ser composta por elementos da própria organização ou por elementos
externos.
Nesse caso, é necessária uma boa coordenação entre o coordenador da equipe de VSV
e o Elo-SIPAER da organização vistoriada.
156
Curso Básico de Prevenção de Acidentes Aeronáuticos a Distância MÓDULO 3
Periódica...
A VSV periódica é realizada regularmente, em intervalos de tempo predeterminados.
Especial...
A VSV Especial é realizada em caráter excepcional na aviação militar –
preferencialmente, por um Elo-SIPAER externo.
Seu objetivo é identificar os perigos que permaneceram ou que possam ter surgido
em decorrência de alguns casos*.
*Alguns casos...
§ antes ou imediatamente após o início de funcionamento de uma
nova organização que tenha responsabilidade direta ou indireta na
operação de meios aéreos ou no controle de tráfego aéreo;
§ após a ocorrência de um acidente aeronáutico;
§ na entrada em operação de novo equipamento aéreo ou de novas
instalações operacionais;
§ na mudança da sede ou da missão da organização;
§ em mudanças significativas nos métodos, na filosofia de
treinamento, nos procedimentos de operação ou de manutenção;
§ na criação ou fusão de organizações;
§ na alteração na infraestrutura aeroportuária da sede da organização
ou do local em que realiza a maior parte de suas operações aéreas;
§ no aumento significativo na incidência de ocorrências aeronáuticas
que possam afetar a segurança de voo;
§ na identificação de perigos que afetem ou possam afetar a
segurança de voo;
§ nos indícios de problemas organizacionais que possam afetar a
segurança de voo;
§ nos indícios de circunstâncias comportamentais adversas no
ambiente organizacional;
§ em outras circunstâncias, quando for julgado conveniente.
157
MÓDULO 3 Curso Básico de Prevenção de Acidentes Aeronáuticos a Distância
Na aviação militar, mesmo que a VSV tenha sido solicitada por iniciativa de um Elo-Superior ao da
organização, o RVSV será entregue ao Comandante, Chefe ou Diretor da organização vistoriada.
7.8 CONCLUSÃO
A Vistoria de Segurança de Voo tem como objetivos:
§ identificar condições que possam contribuir para uma ocorrência aeronáutica;
§ avaliar o risco;
§ propor ações para que os riscos sejam eliminados ou mitigados.
No entanto, a implantação das ações mitigadoras sugeridas cabe ao Comandante, Chefe, Diretor
ou congênere da organização vistoriada.
Outra alternativa para que os riscos levantados sejam combatidos é a execução de soluções
alternativas.
7.9 REFERÊNCIAS
BRASIL, Comando da Aeronáutica. Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos.
Gestão da Segurança de Voo na Aviação Brasileira: NSCA 3-3. Brasília: CENIPA, 2013.
SÍNTESE
Acesse, no ambiente on-line, a síntese desta unidade.
8.1 INTRODUÇÃO
O Programa de Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (PPAA) é o documento que estabelece a
política de segurança de voo de uma organização.
158
Curso Básico de Prevenção de Acidentes Aeronáuticos a Distância MÓDULO 3
8.2 PLANEJAMENTO
Como existem diversas áreas de atuação dentro da atividade aérea, o PPAA permite uma melhor
priorização dos meios e dos recursos.
Esse planejamento* deve ser dinâmico e deve permitir a realização das atualizações que forem
necessárias.
*Planejamento...
A confecção do PPAA é uma atividade específica do Oficial de Segurança de
Voo ou do Agente de Segurança de Voo.
8.3 PPAA
O PPAA deve ser desenvolvido por profissionais com grande experiência na atividade de segurança
de voo.
O PPAA deve ser elaborado de forma objetiva e específica para cada operador, porque considera
suas características próprias, tais como:
§ missão atribuída;
§ meios aéreos;
§ meios de apoio;
§ infraestrutura e pessoal;
§ condições ambientais existentes.
159
MÓDULO 3 Curso Básico de Prevenção de Acidentes Aeronáuticos a Distância
8.4 FINALIDADE
A finalidade do PPAA é:
§ planejar e orientar a realização das atividades de Segurança de Voo, por meio das
ferramentas do SIPAER, de modo que a operação aérea se desenvolva dentro de
um nível de segurança julgado aceitável;
§ estabelecer uma ferramenta de Gerenciamento de Risco (GR) que permita adotar
mecanismos de monitoramento dos processos organizacionais, a definição de metas,
a identificação de perigos e das condições latentes, bem como a contenção das
falhas ativas e o reforço das defesas do sistema;
§ estabelecer as atividades educativas e promocionais relacionadas à segurança de
voo;
§ estabelecer o monitoramento e a medição dos indicadores das ocorrências do
âmbito do SIPAER com vistas à melhoria contínua e à garantia da segurança de voo;
§ estabelecer programas específicos e ações programadas, adequando-as às
características da missão e da organização, a fim de prevenir as ocorrências
aeronáuticas.
8.5 ÂMBITO
Na aviação militar, a elaboração do PPAA é obrigatória para uma série de organizações do Comando
da Aeronáutica.
As organizações que contam com essa obrigatoriedade estão estabelecidas na NSCA 3-3.
Sua implementação é aconselhável, principalmente, às entidades que ainda não possuem o SGSO
implantado.
8.6 VIGÊNCIA
O PPAA da Aviação Militar tem vigência a partir da data de sua publicação em Boletim Interno da
Organização.
160
Curso Básico de Prevenção de Acidentes Aeronáuticos a Distância MÓDULO 3
8.7 CONTEÚDO
Todo PPAA contém um Termo de Aprovação assinado, no qual o Comandante, Chefe, Diretor ou
congênere se declara compromissado com o cumprimento e a realização do que está contido no
Programa.
8.8 CONCLUSÃO
Por isso, é igualmente importante zelar pelo cumprimento das medidas estabelecidas em seu
conteúdo.
161
MÓDULO 3 Curso Básico de Prevenção de Acidentes Aeronáuticos a Distância
Podemos também encará-lo como uma forma de sistematização das ações de prevenção a
serem executadas durante seu período de vigência.
8.9 BIBLIOTECA
Acesse, no ambiente on-line, os textos de apoio para mais conteúdo.
8.10 REFERÊNCIAS
BRASIL, Comando da Aeronáutica. Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos.
Gestão da Segurança de Voo na Aviação Brasileira: NSCA 3-3. Brasília: CENIPA, 2013.
SÍNTESE
Acesse, no ambiente on-line, a síntese desta unidade.
8.11 ENCERRAMENTO
Parabéns! Você finalizou o curso CBPAA!
162