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UNIVERSIDADE CEUMA - UNICEUMA

COORDENAÇÃO DO CURSO DE DIREITO

NAIANA COSTA BORGES

ENCARCERAMENTO FEMININO EM SÃO LUÍS: as consequências vivenciadas


diante o preconceito da sociedade

São Luís
2016
NAIANA COSTA BORGES

ENCARCERAMENTO FEMININO EM SÃO LUÍS: as consequências vivenciadas


diante o preconceito da sociedade

Projeto de pesquisa apresentado como requisito parcial


para aprovação na disciplina de Metodologia Científica
da CEUMA Universidade.

Orientador: Prof. Me Márcia Valéria Melo e Silva.

São Luís
2016
SUMÁRIO

1 DADOS DE IDENTIFICAÇÃO DO PROJETO ......................................................3


1.1 TEMA.....................................................................................................................3
1.2 DELIMITAÇÃO DO TEMA.....................................................................................3
1.3 FORMULAÇÃO DO PROBLEMA.........................................................................3
1.4 HIPÓTESE.............................................................................................................3
2 JUSTIFICATIVA.....................................................................................................4
3 OBJETIVOS...........................................................................................................5
3.1 GERAL...................................................................................................................5
3.2 ESPECÍFICOS.......................................................................................................5
4 EMBASAMENTO TEÓRICO.................................................................................6
5 METODOLOGIA....................................................................................................9
6 CRONOGRAMA..................................................................................................10
REFERÊNCIAS....................................................................................................11
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1 DADOS DE IDENTIFICAÇÃO DO PROJETO

O presente projeto será desenvolvido pela acadêmica em Direito da


Universidade Ceuma, Naiana Costa Borges, sob a orientação da Professora Mestre
Márcia Valéria Melo e Silva. O referido tem como área de concentração da
discussão a Psicologia Geral e Jurídica.

1.1 TEMA

Encarceramento Feminino

1.2 DELIMITAÇÃO DO TEMA

Encarceramento Feminino em São Luís: as consequências vivenciadas


diante o preconceito da sociedade

1.3 FORMULAÇÃO DO PROBLEMA

Como as mulheres encarceradas enfrentam as consequências do


preconceito na sociedade ludovicense?

1.4 HIPÓTESES

 Isolamento social;
 Transtornos psicológicos e comportamental;
 Falta de políticas públicas de reinclusão das mulheres após o
cumprimento da pena;
 Abandono dos familiares e cônjuges durante ou após o encarceramento;
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2 JUSTIFICATIVA

Nos últimos anos tem-se vivenciado um aumento na violência em todo o


País, o número de prisões tem gerando um outro caos, a superlotação dos espaços
prisionais e também uma maior participação feminina em delitos e atos ilícitos, pois
muitas das vezes, com a prisão dos cônjuges e familiares, as mulheres passam
assumir por pressão dos mesmos, a chefia dos negócios do crime.
Então, levando-se em consideração os reflexos negativos dentro dos
estados e municípios, principalmente com questões de criminalidade envolvendo
mulheres, é que se faz necessário abrir discussão sobre um tema que está notório
em acontecimento na realidade social, porém, oculto aos olhos da sociedade e dos
poderes governamentais, o desenfreado crescimento do Encarceramento Feminino.
De acordo com o levantamento apresentado no guia das Reformas
Políticas de Encarceramento Feminino na América Latina e no Caribe (2015),
realizado pela Organização dos Estados Americanos, mostra que a população
carcerária feminina na América Latina de 2000 a 2015 teve um aumento significativo
de 51, 6%, sobre a masculina que no mesmo período só atingiu 20%. Ao fatiar esse
resultado a formação da população carcerária feminina no Brasil atinge 6,4% em
quantidade são 37.380 detentas em todo o País, dados confirmado também pelo
Conselho Nacional de Justiça do Brasil.
Devido ao grande aumento da população carcerária feminina e a pouca
expressão da discussão sobre o tema para a justiça, pelos órgãos de proteção das
mulheres, quanto, por parte da sociedade e familiares de encarceradas na capital do
Maranhão, que se evidencia o tema: ENCARCERAMENTO FEMININO EM SÃO
LUÍS: as consequências vivenciadas diante o preconceito da sociedade. Tendo como
objetivo conhecer como o encarceramento feminino afeta a vida social das mulheres
em cárcere diante do preconceito da sociedade ludovicense.
Contudo, pretende-se entender como está sendo enfrentado por parte das
mulheres em cárcere, o problema discutido neste estudo, na intenção de promover
uma conscientização por parte da sociedade e a reestruturação das políticas
públicas nos sistemas prisionais que venham favorecer a diminuição da população
carcerária feminina no contexto penitenciário em toda a cidade de São Luís.
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3 OBJETIVOS

3.1 GERAL

 Conhecer como o encarceramento feminino afeta a vida social das


mulheres em cárcere diante do preconceito da sociedade ludovicense.

3.2 ESPECÍFICOS

 Explorar os referenciais teóricos sobre encarceramento feminino;


 Estudar as políticas públicas de reinclusão de mulheres encarceradas
em São Luís;
 Conhecer as causas e as consequências do encarceramento na visão
das mulheres acometidas em cárceres;
 Compreender como as mulheres encarceradas enfrentam a posição
preconceituosa da sociedade;
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4 EMBASAMENTO TEÓRICO

Baseando-se em dados apresentados entre 2014 e 2015 pelo INFOPEN –


Levantamento Nacional de Informações Penitenciárias em parceria com o Instituto
for Criminal Policy Research da Birkbeck da University of London, a população
feminina em instituições prisionais em torno do mundo chega a 700.000 mil
mulheres, a população carcerária feminina total na América Latina aumentou 51,6 %
de 2000 a 2015, em comparação com 20% no caso dos homens. O Brasil dentro
desse hemisfério atinge a 5ª maior população carcerária feminina, com 37.380
mulheres em situação de encarceramento, só ficando atrás dos Estados Unidos,
China, Rússia e Tailândia. (BRASIL/INFOPEN, 2014/2015).
Segundo o Relatório do Departamento Penitenciário Nacional do
Ministério da Justiça apresenta que: “Estima-se que esse número seja ainda maior,
uma vez que o relatório não acessou dados de 7 países e os dados da China
referem-se somente às mulheres sem condenação e não ao total de mulheres no
sistema prisional do país.” (2015, p. 08).
No Brasil, os direitos femininos são muitas vezes violados, e na condição
de mulher e criminosa, o retrato é ainda mais penoso e constrangedor, pois, as
infratoras são sentenciadas pela sociedade, antes mesmo que a justiça as
sentencie.
As formas de preconceitos contra as mulheres encarceradas se
estendem, também, aos meios judiciais, pois estudos realizados pela Organização
dos Estados Americanos (2014) demonstra que minorias classistas e étnicas têm
mais probabilidades de serem detidas, processadas e condenadas. O mesmo
estudo aponta que muitas das infratoras de pequenos delitos o fazem por falta de
opção, muitas apresentam passados ou realidade bastante triste e um futuro
bastante incerto.
As mulheres acusadas por pequenos delitos, como a receptação ao tráfico
de drogas muitas vezes crescem em ambientes propícios para o
envolvimento em atividades ilícitas e não dispõem de meios ou de capital
social para gerar alternativas. Em muitos casos foram, em algum momento
de suas vidas e, de maneira reiterada, vítimas de violência, abuso sexual,
exploração sexual comercial, etc., sem terem recebido atenção devida por
parte do Estado. Uma vez encarceradas, os padrões de violência se
estendem também à prisão e aos instrumentos de garantia desses direitos,
como é o caso do Judiciário. Entre as mulheres, alguns grupos são ainda
mais propensos a serem objeto de discriminação na aplicação das leis de
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drogas: indígenas; afrodescendentes; pessoas de orientação sexual,


identidade ou expressão de gênero diversas; entre outros, ao gênero
feminino. (BRASIL/INFOPEN, 2014/2015, 17-18).

Igualadas as condições que os homens são expostos, as mulheres são


ainda mais humilhadas, devido serem ridicularizadas socialmente, abandonada
pelos familiares, impedidas de direitos a sua formação humana e intelectual como o
acesso à escola, a serviços básicos de saúde, de acompanhar o crescimento dos
filhos ou o direito de exercer o papel da maternidade.
O sistema carcerário brasileiro trata as mulheres exatamente como trata os
homens. Isso significa que não lembra que elas precisam de papel higiênico
para duas idas ao banheiro em vez de uma, de papanicolau, de exames
pré-natais e de absorventes internos. “Muitas vezes elas improvisam
com miolo de pão”. (QUEIROZ, 2015, p. 45).

A realidade das Instituições Prisionais brasileiras é bastante caótica no


âmbito estrutural, financeiro e administrativo. Muitas das Penitenciarias femininas
distribuídas no país não dispõem de ambientes adequados ao convívio dessas
mulheres com seus filhos, as condições de convivência desses espaços são
mínimas e humilhante.
Em entrevista com a revista Galileu, Queiroz (2015) afirma:
As prisões femininas do Brasil são escuras, encardidas, superlotadas.
Camas estendidas em fileiras, como as de Chapman, são um sonho. Em
muitas delas, as mulheres dormem no chão, revezando-se para poder
esticar as pernas. Os vasos sanitários, além de não terem portas, têm
descargas falhas e canos estourados que deixam vazar os cheiros da
digestão humana. Itens como xampu, condicionador, sabonete e papel são
moeda de troca das mais valiosas e servem de salário para as detentas
mais pobres, que trabalham para outras presas como faxineiras ou
cabeleireiras. (QUEIROZ, 2015, p. 13).

Nos últimos anos observa-se que as ativistas feministas que se propõem


a lutar pelo direito e melhoria de vida das encarceradas clamam primordialmente o
direito, a higiene, saúde e dignidade nos espaços carcerários, bem como
acompanhamento psicossocial com profissionais, de forma que, contribua para a
reinclusão dessas mulheres ao convívio social, pois muita das vezes, após enfrentar
todo o cárcere, as mulheres que passam por uma situação prisional tendem a
enfrentar o preconceito da sociedade ao retornarem a liberdade. (QUEIROZ, 2015).
Quando no cumprimento do mandado de prisão das infratoras, as
mulheres que praticaram algum crime declaram que passaram por abuso de poder
por parte dos policiais, tendo o corpo machucado, expostos ao terem as suas roupas
rasgadas devido as formas de abordagem agressiva; são envergonhadas diante a
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sociedade pela forma que são xingadas, escorraçadas e vulgarizadas. Muitas das
abordagens geram várias violências as mais comuns são: moral, física e psicológica,
e quando levantado o histórico do crime, observa-se delitos irrisórios passiveis de
medidas sócio educativas.
O crime de maior incidência entre as mulheres presas é o tráfico de
entorpecentes, e o rigor de que falamos prejudica as reclusas de maneira
muito mais incisiva. A despeito de o movimento da lei e da ordem não ter se
pronunciado especificamente sobre os cárceres femininos, ele parte de
postulados conservadores para perfilar a política criminal que deve imperar
no pais e, assim procedendo, prejudica as mulheres inseridas no conjunto
da população prisional. (QUEIROZ, 2015, p. 92-93).

As punições as mulheres encarceradas são mais severas e muitas


acontecem de forma silenciosas. Os departamentos punitivos praticam todas as
formar de violência e a sociedade pratica das mais comuns até as menos comuns
como o crime de Cyberbullying – violência virtual, que expõem a imagem dessas
mulheres de forma a impedi-las de se incluírem socialmente e profissionalmente
depois de cumprirem com suas penas.
No tocante, espera-se que os mecanismos já existentes de coibição da
criminalidade e as esferas de execução do cumprimento desses mecanismos, neste
caso a justiça, comecem a desenvolver novas medidas de tratamento das mulheres
impedidas de liberdade, de forma que seja eficaz na aplicação da lei e também na
reestruturação dos modelos de políticas que venham diminuir o preconceito com tal
sociedade marginalizada.
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5 METODOLOGIA

O mencionado projeto que tem como foco o Encarceramento feminino,


trata-se de uma pesquisa bibliográfica, de estilo exploratório, de cunho quantitativo,
cujas as etapas e discursões utilizarão do método dedutivo para explicar os fatos
relacionados ao tema.
Primeiramente, com pesquisa bibliográfica de documentos e teóricos que
tratam do referido tema nos últimos anos, e que propicie entendimento no âmbito
das possíveis contribuições que o mesmo poderá causar após sua conclusão. A
pesquisa bibliográfica fundamentar-se-á nos seguintes teóricos: BRASIL/INFOPEN
(2014 / 2015), ESPINOZA (2011), GIL (2010), QUEIROZ (2015) e WOLA (2015) e,
ambos discutem o encarceramento feminino a nível mundial, com exceção de Gil
que trata sobre as técnicas de elaboração de pesquisa.
Em seguida, estudo de caso, cujo objetivo é conhecer como o
encarceramento feminino afeta a vida social das mulheres em cárcere diante do
preconceito da sociedade, confirmar ou descartar as hipóteses apresentadas,
chegando a uma possível resposta para a problemática apresentada.
Pretende-se realizar após a análise bibliográfica, a aplicação de
questionário ao grupo em questão, neste caso mulheres encarceradas no munícipio
de São Luís. Os questionários serão aplicados às mulheres com faixa etária entre 18
a 25 anos e que possua no mínimo três meses de reclusão.
Serão utilizados mecanismos tecnológicos (notebook, tablete) para
auxiliar na aplicação do questionário, na devida recolha, armazenamento e análise
dos dados.
Contudo, após coletar uma carga de informações suficiente para
confrontar a realidade do encarceramento feminino com os expostos pelo aporte
teórico com a realidade observada, serão explicitadas através de discussão, as
possíveis relevância do tema nos dias atuais, de forma que favoreça posteriores
pesquisas sobre o assunto elencado.
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6 CRONOGRAMA

Este estudo seguirá flexivelmente o cronograma exposto a seguir como forma


de organização do tempo de produção do trabalho e para melhor condução do
estudo e etapas obrigatórias do certame.

28/10 11,18
07 a 07 a 10 a
ATIVIDADES a e 25/11
09/11 14/11 24/11
04/11 25/11
Escolha e apresentação
X
do tema ao orientador
Encontros com o
orientador X X

Pesquisa bibliográfica
X
preliminar
Leituras e elaboração
de resumos X X X X

Elaboração do projeto
X X X X X
Entrega do projeto de
X
pesquisa
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REFERÊNCIAS

ESPINOZA, Olga. A mulher encarcerada em face do poder punitivo. 13ª. ed. –


São Paulo: IBCCRIM, 2011.

GIL, Antônio Carlos. Como elaborar projeto de pesquisa. 5ª. ed. – São Paulo:
Atlas, 2010.

METAAL, Pien y Youngers, Coletta. Mulheres, políticas de drogas e


encarceramento. Sistemas sobre cargados: leyes de drogas y cárceles en América
Latina, WOLA y TNI, http://ittc.org.br/lancamento-guia-mulheres-politicas-de-drogas-
e-encarceramento, acessado em: 06/11/2016.

QUEIROZ, Nana. Presos que menstruam. 1ª. ed. – Curitiba: Record, 2015.

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