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Elementos de Máquinas

ELEMENTOS DE MÁQUINAS Prof. Gil Magno P. Chagas

Jaraguá do Sul, 2009 3ª edição

Elementos de Máquinas

1 – Introdução 03
2 - Parafusos 04
3 - Pinos e Contrapinos 19
4 - Anéis Elásticos 23
5 - Chavetas 28
6 - Cabos de Aço 34
7- Molas 40
8 – Mancais 47
9 – Sistemas de Transmissão ,,,................................................................................60
10 – Polias e Correias 64
1 – Eixos e árvores 71
12 - Acoplamentos 75
13 – Engrenagens 80

Elementos de Máquinas

1 – Introdução

Neste curso será visto os principais tipos de elementos de máquinas, incluindo os


elementos de fixação e os elementos de transmissão.

Os elementos de fixação são os rebites, parafusos, porcas, arruelas, pinos, contrapinos, e


chavetas. Também será visto aqui os cabos de aço e uma introdução aos elementos
elásticos do tipo mola.

Os elementos de transmissão são as polias, engrenagens, eixos com mancais, e


acoplamentos, destinados a transmitir rotação e torque.

Os elementos de fixação são destinados a unir peças, e junto com os elementos de


transmissão formam um conjunto que vai compor uma máquina.

Tipos de União

União tipo móvel: Os elementos permitem a montagem e desmontagem da peça, sem


danos. É o caso do parafuso e porca, pinos, contrapinos, anéis elásticos.

União tipo permanente: É um tipo de união feito para uma vez montada a peça, não ser
possível mais a sua desmontagem sem causar danos. Incluem nesta união os rebites, e a
solda.

A seguir serão estudados os elementos de máquinas, iniciando pelos elementos de


fixação, os cabos de aço, as molas, e os elementos de transmissão, as aplicações, suas
características e alguns métodos de dimensionamento.

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2 - Parafusos

ROSCAS Rosca é um conjunto de filetes em torno de uma superfície cilíndrica interna


ou externa.

As roscas permitem a união e desmontagem de peças.

Permitem, também, movimento de peças, transformando movimento rotativo em linear.

O parafuso que movimenta a mandíbula móvel da morsa também é um exemplo de


movimento de peças.

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Os filetes das roscas apresentam vários perfis. Esses perfis, sempre uniformes, dão
nome às roscas e condicionam sua aplicação.

Sentido de direção da rosca

Dependendo da inclinação dos filetes em relação ao eixo do parafuso, as roscas ainda


podem ser direita e esquerda. Portanto, as roscas podem ter dois sentidos: à direita ou à
esquerda.

Na rosca direita, o filete sobe da direita para a esquerda, conforme a figura.

Na rosca esquerda, o filete sobe da esquerda para a direita, conforme a figura.

Nomenclatura da rosca

Independentemente da sua aplicação, as roscas têm os mesmos elementos, variando


apenas os formatos e dimensões.

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d = diâmetro externo c = crista
a = ângulo do filete h1 = altura do filete da porca

P = passo (em m) i = ângulo da hélice d1 = diâmetro interno D = diâmetro do fundo da


porca d2 = diâmetro do flanco D1 = diâmetro do furo da porca f = fundo do filete h =
altura do filete do parafuso

As roscas triangulares classificam-se, segundo o seu perfil, em três tipos:

Rosca Métrica Rosca polegada Whitworth Rosca polegada Unificada

Rosca Métrica

A rosca métrica ISO normal e rosca métrica ISO fina são normalizadas pela norma NBR
9527 da ABNT, Associação Brasileira de Normas Técnicas.

As roscas normais, também chamadas de série grossa, são as mais utilizadas. As roscas
de passo fino são utilizadas onde ocorrem problemas de afrouxamento do parafuso.

A rosca métrica fina possui um passo da rosca menor, e proporciona uma melhor
fixação da rosca, evitando que o parafuso se afrouxe, por este motivo ela é utilizada
onde ocorre vibração na máquina, por exemplo, em veículos.

As principais medidas da rosca do parafuso e porca podem ser calculadas pelo seguinte
formulário:

Ângulo do perfil da rosca: α = 60º.

Elementos de Máquinas Diâmetro menor do parafuso (núcleo):

Diâmetro efetivo do parafuso (médio): d2 = D2 = d - 0,6495P.


Diâmetro maior da porca: D = d + 2f:
Diâmetro menor da porca (furo): D1 = d - 1,0825P;
Altura do filete do parafuso: he = 0,61343P.
Raio de arredondamento da raiz do filete da porca: rri = 0,063P.

Folga entre a raiz do filete da porca e a crista do filete do parafuso: f = 0,045P. Diâmetro
efetivo da porca ( médio): D2 = d2. Raio de arredondamento da raiz do filete do
parafuso: rre = 0,14434P.

Rosca Polegada Whitworth

em uma polegada

No sistema whitworth, as medidas são dadas em polegadas. Nesse sistema, o filete tem
a forma triangular, ângulo de 55º, crista e raiz arredondadas. O passo é determinado
pelo número de filetes contidos Ex: Passo =12 fios/ polegada

No sistema whitworth, a rosca normal é caracterizada pela sigla BSW (British Standard
Whitworth - padrão britânico para roscas normais). Nesse mesmo sistema, a rosca fina é
caracterizada pela sigla BSF (British Standard Fine – padrão britânico para roscas
finas).

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Rosca Polegada Padrão UNS (Unified National Standard)

Este sistema padronizou e unificou as roscas na Inglaterra, Estados Unidos e Canadá, as


medidas são expressas em polegadas. O filete tem a forma triangular, ângulo de 60º,
crista plana e raiz arredondada.

Nesse sistema, como no whitworth, o passo também é determinado pelo número de


filetes por polegada.

A rosca normal é caracterizada pela sigla UNC, e a rosca fina pela sigla UNF.

Ex: Rosca 204 1xUNC ( significa rosca com diâmetro ¼”, com 20 fios por polegada,
normal)
Exemplo de cálculo de rosca triangular métrica

Rosca métrica normal

Exemplo - Calcular o diâmetro menor de um parafuso (d1) para uma rosca M10, com
diâmetro externo (d) de 10 m e passo (p) de 1,5 m.

Portanto, o diâmetro menor da rosca é de 8,16 m.

Parafusos são elementos de fixação, empregados na união não permanente de peças, isto
é, as peças podem ser montadas e desmontadas facilmente, bastando apertar e desapertar
os parafusos que as mantêm unidas.

Os parafusos se diferenciam pela forma da rosca, da cabeça, da haste e do tipo de


acionamento.

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Classificação dos parafusos quanto à função:

Os parafusos podem ser classificados quanto a sua função em quatro grandes grupos:
parafusos passantes, parafusos não-passantes, parafusos de pressão, parafusos
prisioneiros.

Parafusos passantes Estes parafusos atravessam a peça de lado a lado, e utilizam arruela
e porca.

Parafusos não passantes


São parafusos que não utilizam porcas. O papel de porca é desempenhado pelo furo
roscado, feito numa das peças a ser unida.

As dimensões dos furos broqueados e da rosca para parafusos não passantes podem ser
realizadas conforme a tabela a seguir:

Para uma rosca de diâmetro igual a d

Material Profundidade do furo A

Profundidade da rosca B

Comprimento parafusado

Diâmetro do furo passante sem rosca

Aço 2 x d 1,5 x d 1 x d 1,06 x d

Ferro fundido 2,5 x d 2 x d 1,5 x d 1,06 x d Alumínio 3 x d 2,5 x d 2 x d 1,06 x d


Bronze, latão 3 x d 2 x d 1,5 x d 1,06 x d

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As distâncias mínimas entre parafusos podem ser feitas utilizando as recomendações de


projeto de juntas, que são:

Exercícios

Parafusos de pressão

Esses parafusos são fixados por meio de pressão. A pressão é exercida pelas pontas dos
parafusos contra a peça a ser fixada.
Os parafusos de pressão podem apresentar cabeça ou não.

Parafusos prisioneiros

São parafusos sem cabeça com rosca em ambas as extremidades, sendo recomendados
nas situações que exigem montagens e desmontagens freqüentes.

Em tais situações, o uso de outros tipos de parafusos acaba danificando a rosca dos
furos.

As roscas dos parafusos prisioneiros podem ter passos diferentes ou sentidos opostos,
isto é, um horário e o outro anti-horário.

Para fixarmos o prisioneiro no furo da máquina, utilizamos uma ferramenta especial.

Caso não haja esta ferramenta, improvisa-se um apoio com duas porcas travadas numa
das extremidades do prisioneiro.

Após a fixação do prisioneiro pela outra extremidade, retiram-se as porcas.

A segunda peça é apertada mediante uma porca e arruela, aplicadas à extremidade livre
do prisioneiro.

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Tipos de Parafusos

Os tipos de parafusos variam conforme as características da cabeça, do corpo e do tipo


de atarraxamento. Segue uma tabela com os principais tipos de parafusos:
Elementos de Máquinas

A figura a seguir mostra um comparativo entre diversos tipos de parafusos, incluindo o


tipo fenda cruzada, conhecido como parafuso Phillips.

Tipos de Porcas As porcas tem a função de fixar o parafuso, evitando que o mesmo se
solte
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Representação de Parafusos em Desenho Técnico

Na representação do desenho, as medidas do parafuso são calculadas em função do seu


diâmetro, e a rosca é representada de forma simplificada por uma linha, da seguinte
forma:

Para um parafuso sextavado:

Para um parafuso cabeça cilindrica com sextavado interno:

Em que:

A = d = altura da cabeça do parafuso; e = 1,5 d = diâmetro da cabeça; t = 0,6 d =


profundidade do encaixe da chave; s = 0,8 d = medida do sextavado interno; d =
diâmetro do parafuso.

Para um parafuso de cabeça escareada chata com fenda:


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Classe de Resistência dos Parafusos

As classes de resistência dos parafusos estão normalmente Impressas na cabeça do


parafuso, e são definidas e normalizadas de acordo com a norma NBR 85 -Propriedades
Mecânicas de Elementos de Fixação – Parafusos.

Classe ABNT Diâmetro

Nominal (m)

Resistência mínima de prova

Material

4.6 5 a 36 m 225 Aço Baixo Carbono 4.8 1,6 a 16 m 310 Aço Baixo Carbono 5.8 5 a 24
m 380 Aço Médio Carbono

8.8 1,6 a 36 m 600 Aço Médio Carbono com Tratamento Térmico

9.8 1,6 a 16 m 650 Aço Médio Carbono com Tratamento Térmico

10.9 5 a 36 m 830 Aço Médio carbono com Tratamento Térmico

Aço liga com Tratamento Térmico

A resistência de prova é a resistência máxima do parafuso, sem receber deformação


permanente, ou seja, sem sofrer escoamento. Esta resistência é obtida com testes reais
em parafusos.

Em uma união parafusada, a porca deve ter a mesma classe do parafuso.

Cálculos de parafusos submetidos à tração:

Tensão Admissível σσσσadm

Para o dimensionamento do parafuso é necessário utilizar um fator de segurança, isto é


feito calculando a tensão admissível, que é o valor limite de resistência do parafuso com
segurança.
Para um parafuso submetido à tração:

prova adm σ σ =

Onde: F.S. = Fator de Segurança σprova = Resistência de prova do parafuso.

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O fator de segurança depende do tipo de produto, tipo de carga, os riscos, e muitas


vezes é definido pela norma técnica da ABNT referente ao produto.

Para parafusos submetidos à tração, faz-se:

Onde:

σadm = Tensão admissível de tração em [N/mm2] F = Força aplicada [ N]

A = Área da seção transversal menor do parafuso [m] d1 = diâmetro interno da rosca do


parafuso [m] d = diâmetro do parafuso.

Cálculos de parafusos submetidos ao cisalhamento:

Tensão admissível de cisalhamento:

De acordo com a teoria da máxima energia de distorção, a tensão admissível de


cisalhamento é calculada a partir da tensão admissível de tração por:

admtração admcis σ

, que pode ser arredondado para a seguinte fórmula:

admtraçãoadmcis στ ⋅= 6,0 Para parafusos submetidos ao cisalhamento simples, faz-se:

τadm cis = F A

A = pi d2 4 σadm = F A

A = pi d1 2

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Para parafusos submetidos ao cisalhamento duplo,

Neste caso tem-se duas áreas simultâneas de cisalhamento do parafuso ( seção A e B),
então faz-se a área do parafuso vezes dois, da seguinte forma:
Em que:

τadm = Tensão admissível de cisalhamento em [N/mm2] F = Força aplicada [ N]

A = Área da seção transversal menor do parafuso [mm2] d = diâmetro do parafuso [m]

Cuidados ao utilizar parafusos submetidos ao cisalhamento:

Fazer um ajuste com pequena folga entre o corpo do parafuso e o furo de passagem,
evitando assim que o parafuso sofra flexão.

O corpo do parafuso não deverá ter rosca na região de cisalhamento (entre as duas
peças), devido à rosca ser uma região de concentração de tensão.

Torque de aperto de parafusos.

Muitas vezes uma máquina tem os parafusos apertados com o torque controlado com
torquímetro, como motores a combustão, estruturas, flanges.

Nesse caso, a relação entre o torque e a força de aperto do parafuso, para parafusos em
bom estado, segundo Shigley é:

MT = 0,2 x Fi x d τadm cis = F_ 2 A

A = pi d2 4

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Em que:

MT = Torque em [ N.m] d = diâmetro nominal do parafuso em [ m]

Fi = Força de aperto do parafuso em [ N ]

A força de aperto Fi recomendada para parafusos que podem ser desmontados, pode
atingir 75% da resistência de prova, sem o coeficiente de segurança. Nesse caso
considera-se que se o parafuso não romper durante o aperto, dificilmente irá romper em
trabalho.
A força de aperto máxima do parafuso na peça Fi é calculada por:

Fi = 0,75 x σprovax A

Em que:

σprova = resistência/tensão de prova do parafuso, tabelado [N/mm2]

A = Área menor da seção do parafuso. [m]

EXERCÍCIOS 1) O conjunto representado na figura é fixado por 1 parafuso M12 classe


8.8.

2) Uma união é fixada por 1 parafuso sextavado classe 5.8 com corpo liso na região
cisalhante, conforme figura.

a) Qual a força F máxima aplicada com segurança no parafuso Dado: Fator de


Segurança = 2.

a) Calcular o diâmetro do parafuso para suportar a força, com um fator de Segurança =


2,5

F=30 KN F

Elementos de Máquinas 3) Uma união com quatro parafusos sextavados classe 4.6 deve
suportar uma força F.

4) Um parafuso classe 8.8 é submetido a um cisalhamento duplo, conforme a figura.


5) Um parafuso M12 é apertado com torquimetro. O valor do torque aplicado é de 25
Nm. Calcular o valor da força de fixação (aperto) do parafuso.

6)Um cilindro sob pressão contém uma tampa flangeada, que deverá ser parafusada com
seis parafusos M10 classe 9.8 com torque de aperto controlado. Calcular o torque de
aperto (em

Nm) para cada parafuso com uma força de fixação Fi igual a 75% da resistência de
prova do parafuso.

a) Calcular o diâmetro dos parafusos para um Fator de segurança = 2,5

Dado F= 60 KN

Fi Fi a) Calcular o diâmetro do parafuso para suportar a força com um fator de


Segurança = 2

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3 – Pinos e Contrapinos

Os pinos e cavilhas têm a finalidade de alinhar ou fixar os elementos de máquinas,


permitindo uniões mecânicas, ou seja, uniões em que se juntam duas ou mais peças,
estabelecendo, assim, conexão entre elas.
As cavilhas, também, são chamados pinos estriados, pinos entalhados, pinos ranhurados
ou, ainda, rebite entalhado.

A diferenciação entre pinos e cavilhas leva em conta o formato dos elementos e suas
aplicações. Por exemplo, pinos são usados para junções de peças que se articulam entre
si e cavilhas são utilizadas em conjuntos sem articulações; indicando pinos com entalhes
externos na sua superfície. Esses entalhes é que fazem com que o conjunto não se
movimente. A forma e o comprimento dos entalhes determinam os tipos de cavilha.

Pinos e cavilhas se diferenciam pelos seguintes fatores:

utilização forma tolerâncias de medidas acabamento superficial material tratamento


térmico

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Pinos

Os pinos são usados em junções resistentes à vibrações. Há vários tipos de pino,


segundo sua função.

Elementos de Máquinas

Para especificar pinos e cavilhas deve-se levar em conta seu diâmetro nominal, seu
comprimento e função do pino, indicada pela respectiva norma.

Exemplo: Um pino de diâmetro nominal de 15mm, com comprimento de 20mm, a ser


utilizado como pino cilíndrico, é designado: Pino cônico 10 x 60 DIN 1.

Cavilha ( pino ranhurado)


A cavilha é uma peça cilíndrica, fabricada em aço, cuja superfície externa recebe três
entalhes que formam ressaltos. A forma e o comprimento dos entalhes determinam os
tipos de cavilha. Vantagem:

Permite fixação diretamente no furo aberto por broca, dispensando-se o acabamento e a


precisão do furo alargado.

Classificação das cavilhas

Elementos de Máquinas Classificação das cavilhas segundo tipos, normas e utilização:

Contrapino ou cupilha

Contrapino é um arame de secção semi-circular, dobrado de modo a formar um corpo


cilíndrico e uma cabeça.

Sua função principal é travar outros elementos de máquinas como porcas.


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4 – Anéis Elásticos

O anel elástico, também conhecido como anel de retenção é um elemento utilizado em


eixos e furos, tendo como principais funções:

Evitar o deslocamento axial de peças ou componentes. Posicionar ou limitar o curso de


uma peça ou conjunto deslizante sobre o eixo.

Podem ser utilizados para fixar engrenagens, rodas, polias, rolamentos, evitando o
deslocamento axial sob o eixo.

Deslocamento axial é o deslocamento no sentido longitudinal ( do comprimento) do


eixo.

Os anéis são fabricados em aço mola, e tem a forma de um anel incompleto, que se aloja
em um canal circular construído conforme normalização.

As grandes vantagens no uso dos anéis são a sua simplicidade, custo reduzido, e a
facilidade de montagem e desmontagem.

Na figura a seguir temos alguns tipos de anéis e algumas possíveis utilizações.

Tipos de Anéis

Anel Elástico para eixos tipo Dae


São aplicados em eixos com diâmetro de 4 a 1000 m e são padronizados pela norma
DIN 471.

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Anel Elástico para furos tipo Dai

São aplicados para furos com diâmetro entre 9,5 e 1 0 m, e são padronizados pela norma
DIN 472.

Anel Elástico Tipo RS Trabalham em eixos de diâmetro entre 8 a 24 m, conforme


norma DIN 6799

Outros anéis

Elementos de Máquinas Anel de seção circular


O canal de alojamento do eixo e do furo deverá ser feito conforme as medidas conforme
tabela anexa.

O tipo de anel utilizado é definido pelo diâmetro do eixo, ou do furo, por exemplo:

1) Especificar um anel para ser utilizado em um eixo de diâmetro 30 m. Resp. O anel


utilizado será o tipo Dae 30

2) Especificar um anel para um furo de diâmetro 60mm Resp. O anel será o tipo Dai 60

Na utilização dos anéis, alguns pontos importantes devem ser observados:

Cuidar com o dimensionamento correto do anel e do alojamento.

As condições de operação são caracterizadas por meio de vibrações, impacto, flexão,


alta temperatura ou atrito excessivo.

Um projeto pode estar errado: prevê, por exemplo, esforços estáticos, mas as condições
de trabalho geraram esforços dinâmicos, fazendo com que o anel apresente problemas
que dificultam seu alojamento.

A igualdade de pressão em volta da canaleta assegura aderência e resistência. O anel


nunca deve estar solto, mas alojado no fundo da canaleta, com certa pressão. A
superfície do anel deve estar livre de rebarbas, fissuras e oxidações.

Em aplicações sujeitas à corrosão, os anéis devem receber tratamento anticorrosivo


adequado.

Em casos de anéis de secção circular, utilizá-los apenas uma vez. Utilizar ferramentas
adequadas para evitar que o anel fique torto ou receba esforços exagerados.

Nunca substituir um anel normalizado por um “equivalente”, feito de chapa ou arame


sem critérios.

Para que esses anéis não sejam montados de forma incorreta, é necessário o uso de
ferramentas adequadas, no caso, alicates.

Elementos de Máquinas Vejamos alguns tipos de alicates:


Fazer os exercícios utilizando as tabelas de anéis no Anexo desta apostila.

1) Faça o dimensionamento completo do alojamento do anel para fixar o cubo e o eixo,


de acordo com os anéis especificados.

Dai40 Dai 32

Dae 20 Dae 15
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2) Faça o dimensionamento completo do alojamento do anel para fixar o cubo e o eixo,


de acordo com os anéis especificados.

Dai 60 Dai 52

Dae 30 Dae 25

Elementos de Máquinas

5 – Chavetas

A chaveta é um elemento de fixação mecânico fabricado em aço. Sua forma, em geral, é


retangular ou semicircular. A chaveta se interpõe numa cavidade de um eixo e de uma
peça e tem por finalidade ligar dois elementos mecânicos.

Classificação As chavetas se classificam em:


chavetas de cunha; chavetas paralelas; chavetas de disco.

Chavetas de cunha

As chavetas têm esse nome porque são parecidas com uma cunha.

Uma de suas faces é inclinada, para facilitar a união de peças. As chavetas de cunha
classificam-se em dois grupos: Chavetas longitudinais, e chavetas transversais.

Chavetas longitudinais

São colocadas na extensão do eixo para unir roldanas, rodas, volantes etc. Podem ser
com ou sem cabeça e são de montagem e desmontagem fácil.

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As chavetas longitudinais também podem ser do tipo tangenciais, formadas por um par
de cunhas posicionadas a 120°, e são utilizadas para transmitir altas cargas, nos dois
sentidos.

Chavetas transversais

São aplicadas em união de peças que transmitem movimentos rotativos e retilíneos


alternativos.
Quando as chavetas transversais são empregadas em uniões permanentes, sua inclinação
varia entre 1:25 e 1:50. Se a união se submete a montagem e desmontagem freqüentes, a
inclinação pode ser de 1:6 a 1:15.

Chavetas paralelas ou planas

É o tipo mais comum de chaveta, indicado para cargas pequenas e médias, estas
chavetas têm as faces paralelas, portanto, sem inclinação.

A transmissão do movimento é feita pelo ajuste de suas faces laterais às laterais do


rasgo da chaveta. Fica uma pequena folga entre o ponto mais alto da chaveta e o fundo
do rasgo do elemento conduzido.

As chavetas paralelas não possuem cabeça. Quanto à forma de seus extremos,eles


podem ser retos ou arredondados. Podem, ainda, ter parafusos para fixarem a chaveta ao
eixo.

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Chaveta de disco ou meia-lua (tipo woodruff)

É uma variante da chaveta paralela. Recebe esse nome porque sua forma corresponde a
um segmento circular. É comumente empregada em eixos cônicos por facilitar a
montagem e se adaptar à conicidade do fundo do rasgo do elemento externo.
Dimensionamento do canal (alojamento) da chaveta

O ajuste da chaveta no eixo e no cubo deve ser feito de acordo com as características do
trabalho.

Os tipos de ajustes são:

Ajuste forçado, com interferência no eixo e no cubo, com tolerância tipo P9, utilizado
onde tem-se cargas elevadas e inversão no sentido de rotação. É um ajuste de difícil
montagem e desmontagem.

Ajuste normal, tipo deslizante justo, utilizado na maioria das aplicações, utiliza no eixo
tolerância N9 e no cubo J9.

Ajuste com folga, tipo livre,utilizado onde tem-se baixas cargas e peças móveis
(deslizantes). A figura mostra os três tipos de ajustes.

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Para dimensionar o canal de alojamento do eixo e do cubo, deve-se utilizar a tabela


contida no anexo desta apostila, e seguir os seguintes passos:

Primeiro definir qual o tipo de ajuste a ser utilizado.

Da tabela de chaveta, para o diâmetro do eixo especificado, verificar qual a seção (base
x altura) da chaveta.

Especificar, de acordo com a tabela, a tolerância da largura do canal da chaveta.

Especificar, da tabela, as medidas e a tolerância da profundidade do canal do eixo e do


cubo.

Cálculo do comprimento da chaveta L.


A chaveta sofre um esforço de cisalhamento, quando transmite movimento de rotação.
O esforço na chaveta faz com que a mesma possa ser cortada ao longo do seu
comprimento L.

Calculando o cisalhamento podemos determinar o comprimento da chaveta. Nesse caso


deve-se calcular de acordo com os seguintes passos:

A força na chaveta pode ser calculada através do momento torçor (torque) Mt no eixo e
pelo raio do eixo “r” , da seguinte forma:

raio

E o comprimento L necessário para a chaveta pode ser calculado pelas seguintes


fórmulas:

b L esc admtração σ σ = ãoadmtraçadmcis στ ⋅= 6,0

Elementos de Máquinas

1) Definir a chaveta e dimensionar o alojamento do eixo e do cubo, para montagem tipo


normal, utilizando a tabela de chavetas do anexo da apostila.

Fazer a especificação das tolerâncias do canal do eixo e do cubo, para um eixo com
d=35m. O cubo tem diâmetro interno de 35m e externo de 60 m

Chaveta:

Canal:
2) Refazer o exercício para um eixo com diâmetro d=25mm, com ajuste por
interferência. O cubo tem um diâmetro externo de 50 m. Chaveta

Canal:

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3) Calcular uma chaveta para suportar com segurança um torque de Mt = 720 N.m,
dimensionar o canal do eixo e do cubo com as tolerâncias para um ajuste normal.

Dados: Chaveta 1020 tref

σe = 480 MPa FS = 3 Diâmetro do eixo = 60 m

4) Responda as perguntas:

a) Qual o tipo de chaveta mais apropriada para transmitir grandes capacidades de


torques? b) Qual a chaveta utilizada em eixos cônicos, e que permite uma facilidade de
montagem e desmontagem.

c) Quando são recomendados os seguintes ajustes de montagem de chavetas planas:


Ajuste com folga:

Ajuste com interferência:

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6 - Cabos de Aço

Conceito

Cabos são elementos de transmissão que suportam cargas (força de tração), deslocando-
as nas posições horizontal, vertical ou inclinada. Os cabos são muito empregados em
equipamentos de transporte e na elevação de cargas, como em elevadores, escavadeiras,
guindastes e pontes rolantes.

Componentes O cabo de aço se constitui de alma e perna. A perna se compõe de vários


arames em torno de um arame central, conforme a figura.
Construção de cabos

Um cabo pode ser construído em uma ou mais operações, dependendo da quantidade de


fios e, especificamente, do número de fios da perna.

Por exemplo: Um cabo de aço 6x19 (Lê-se 6 por 19) significa que contém 6 pernas com
19 fios cada.

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Cabo de Aço 6x 19

Tipos de distribuição dos fios nas pernas

Existem vários tipos de distribuição de fios nas camadas de cada perna do cabo. Os
principais tipos são:

Distribuição normal Os fios dos arames e das pernas são de um só diâmetro.

Distribuição seale As camadas são alternadas em fios grossos e finos.

Distribuição filler As pernas contêm fios de diâmetro pequeno que são utilizados como
enchimento dos vãos dos fios grossos.

Distribuição warrington Os fios das pernas têm diâmetros diferentes numa mesma
camada.

Tipos de alma de cabos de aço

As almas de cabos de aço podem ser feitas de vários materiais, de acordo com a
aplicação desejada. Existem, portanto, diversos tipos de alma. Veremos os mais comuns:
alma de fibra, e alma de aço.
• Alma de fibra

É o tipo mais utilizado para cargas não muito pesadas. As fibras podem ser naturais
(AF) ou artificiais (AFA).

6 Pernas 19 Fios

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As fibras naturais utilizadas normalmente são o sisal ou o rami. Já a fibra artificial mais
usada é o polipropileno (plástico).

• Alma de aço

A alma de aço pode ser formada por uma perna de cabo (A) ou por um cabo de aço
independente (AACI), sendo que este último oferece maior flexibilidade somada à alta
resistência à tração.

Tipos de torção

Os cabos de aço, quando tracionados, apresentam torção das pernas ao redor da alma.
Nas pernas também há torção dos fios ao redor do fio central. O sentido dessas torções
pode variar, obtendo-se as situações:

Torção regular ou em cruz Os fios de cada perna são torcidos no sentido oposto ao das
pernas ao redor da alma. As torções podem ser à esquerda ou à direita. Esse tipo de
torção confere mais estabilidade ao cabo. Torção regular
Torção lang ou em paralelo

Os fios de cada perna são torcidos no mesmo sentido das pernas que ficam ao redor da
alma. As torções podem ser à esquerda ou à direita. Esse tipo de torção aumenta a
resistência ao atrito (abrasão) e dá mais flexibilidade.

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Preformação dos cabos de aço

Os cabos de aço são fabricados por um processo especial, de modo que os arames e as
pernas possam ser curvados de forma helicoidal, sem formar tensões internas.

As principais vantagens dos cabos preformados são:

manuseio mais fácil e mais seguro; no caso da quebra de um arame, ele continuará
curvado; não há necessidade de amarrar as pontas.

Cargas de Trabalho do cabo

Como regra geral a carga de trabalho não deverá ser maior do que 1/5 da carga de
ruptura tabelada do cabo, porém o cálculo mais preciso é feito através do fator de
segurança.

O fator de segurança utilizado no cabo de aço depende do tipo de aplicação e do regime


de trabalho, os fatores normalmente utilizados são:

Aplicações Fator de Segurança F.S.

Cabos e cordoalhas estáticas 3 a 4 Cabo para tração horizontal 4 a 5 Guinchos 5 Pás,


guindastes, escavadeiras 5 Pontes rolantes 6 a 8 Talhas elétricas 7 Elevadores de obras 8
a 10
A carga de trabalho é definida pela força máxima no cabo Fcabo, e calculada pela
fórmula:

Em que:

Fcabo = Força Máxima que pode ser aplicada no cabo com segurança. [ N ]

Carga de ruptura = Carga mínima de ruptura do cabo fornecida e tabelada pelo


fabricante, de acordo com o modelo e o diâmetro do cabo. [ N ]

F.S. = Fator de segurança

Fcabo = Carga de Ruptura F. S.

Elementos de Máquinas

Escolha do tipo de cabo

Recomenda-se utilizar um cabo com arames externos finos quando estiver submetido a
muito esforço de fadiga de dobramento, e arames externos grossos quando submetido a
desgaste por abrasão.

O cabo tipo 6x 41 possui flexibilidade máxima e resistência a abrasão mínima, ao passo


que o cabo tipo 6x7 possui flexibilidade mínima e resistência a abrasão máxima.

Sugestão do cabo em função da aplicação:

Aplicações Cabo ideal

Pontes Rolantes 6x41 Warrington Seale AF (cargas frias) ou AACI(cargas quentes),


torção regular,preformado,IPS,polido

Guincho de obra 6x25 Filler + AACI,torção regular,EIPS, polido Elevador de


passageiros 8x19 Seale, AF, torção regular traction steel, polido Guindastes e gruas
6x25 Filler , AACI ou 19x7, torção regular, EIPS, polido

Laços para uso geral 6x25 Filler,AF ou AACI, ou 6x41 Warrington Seale AF ou AACI,
polido

Bate estaca 6x25 Filler, AACI, torção regular, EIPS, polido

Diâmetros Indicados para polias e tambores

Cada tipo de cabo possui uma flexibilidade própria, e conseqüentemente um diâmetro


mínimo que ele pode ser dobrado.

Por este motivo existe um diâmetro da polia e do tambor ideal para cada tipo de cabo,
estes valores mínimos devem ser respeitados, principalmente quando um cabo é
substituído por outro modelo diferente.
A tabela a seguir mostra os diâmetros para alguns tipos de cabo.

Tipo de cabo Diâmetro polia e tambor recomendado

Diâmetro da polia e tambor mínimo

6x7 72 x diam. cabo 42 x diam. cabo 6x19 Seale 51 x diam. cabo 34 x diam. cabo
6x21Filler 45 x diam. cabo 30 x diam. cabo 6x25 Filler 39 x diam. cabo 26 x diam. cabo
6x36 Filler 34 x diam. cabo 23 x diam. cabo 6x41Filler ou Warrington 31 x diam. cabo
21 x diam. cabo

Elementos de Máquinas

Ex 1). Calcular a força máxima que pode ser utilizado em um cabo tipo 6x19 AF, com
diâmetro de 1/2". O cabo será utilizado como cordoalha para içamento de carga.

De acordo com a tabela do fabricante ( Anexo 1), a carga de ruptura para o cabo com
material tipo Improved Plow Stell é de :

Carga de ruptura = 97100 N

O fator de segurança de acordo com a aplicação: F.S. = 4 Então, calculando a força no


cabo;

Ex 2) Um cabo tipo 6x25 deverá ser utilizado em um guincho de obras. a) Especificar o


diâmetro do cabo para trabalhar com um peso de 10000 N ( 1020Kgf).

De acordo com a tabela de Fator de segurança, para guincho; F.S. = 5 A força a ser
aplicada no cabo é Fcabo = 10000N, então,

Da tabela (anexo 1), para um cabo tipo 6x25 com capacidade de ruptura superior a
50000N, temos um diâmetro do cabo de 3/8” que tem uma carga de ruptura de 55300N

Resposta: Utilizar um cabo 6x25 com diâmetro de 3/8” b) Calcular o diâmetro mínimo
possível do tambor (carretel) do guincho

Dtambor= 26 x dcabo

Dtambor = 26x 9,5 Dtambor= 247 m

10000N = Carga de Ruptura 5

Fcabo = Carga de Ruptura F. S.

Carga de Ruptura = 10000 N x 5 Carga de Ruptura = 50000 N

Força máxima de trabalho no cabo.


Elementos de Máquinas

7 – Molas

Molas helicoidais

A mola helicoidal é a mais usada em mecânica. Em geral, ela é feita de barra de aço
enrolada em forma de hélice cilíndrica ou cônica. A barra de aço pode ter seção
retangular, circular, quadrada, etc. Em geral, a mola helicoidal é enrolada à direita.
Quando a mola helicoidal for enrolada à esquerda, o sentido da hélice deve ser indicado
no desenho.

A mola helicoidal de compressão é formada por espiras. Quando esta mola é


comprimida por alguma força, o espaço entre as espiras diminui, tornando menor o
comprimento da mola.

A mola helicoidal de tração possui ganchos nas extremidades, além das espiras. Os
ganchos são também chamados de olhais. Para a mola helicoidal de tração desempenhar
sua função, deve ser esticada, aumentando seu comprimento. Em estado de repouso, ela
volta ao seu comprimento normal.

A mola helicoidal de torção tem dois braços de alavancas, além das espiras.

Elementos de Máquinas
Veja um exemplo de mola de torção na figura à esquerda, e, à direita, a aplicação da
mola num pregador de roupas.

As molas helicoidais também podem ser do tipo cônica, veja suas aplicações em
utensílios diversos.

Algumas molas padronizadas são produzidas por fabricantes específicos e encontram-se


nos estoques dos almoxarifados. Outras são executadas de acordo com as especificações
do projeto, segundo medidas proporcionais padronizadas.

A seleção de uma mola depende das respectivas formas e solicitações mecânicas.

Para poder ler e interpretar os desenhos técnicos de molas diversas é necessário


conhecer suas características.

Características das molas helicoidais

As principais dimensões da mola helicoidal de compressão cilíndrica são:

De: diâmetro externo; Di: diâmetro interno; H: comprimento da mola; d: diâmetro da


seção do arame; p: passo da mola; nº: número de espiras da mola.

Molas planas

As molas planas são feitas de material plano ou em fita, podem ser do tipo simples,
prato, feixe de molas e espiral.

Mola plana simples


Esse tipo de mola é empregado somente para algumas cargas. Em geral, essa mola é
fixa numa extremidade e livre na outra. Quando sofre a ação de uma força, a mola é
flexionada em direção oposta.

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Mola prato

Essa mola tema forma de um tronco de cone com paredes de seção retangular. Em geral,
as molas prato funcionam associadas entre si, empilhadas, formando colunas. O arranjo
das molas nas colunas depende da necessidade que se tem em vista.

As características das molas prato são:

De:diâmetro externo da mola; Di: diâmetro interno da mola; H: comprimento da mola;


h: comprimento do tronco interno da mola; e: espessura da mola.

Feixe de molas

O feixe de molas é feito de diversas peças planas de comprimento variável, moldadas de


maneira que fiquem retas sob a ação de uma força. Este tipo de mola é muito utilizado
em suspensão de veículos, principalmente veículos de carga.
Mola espiral

A mola espiral tem a forma de espiral ou caracol. Em geral ela é feita de barra ou de
lâmina com seção retangular.

A mola espiral é enrolada de tal forma que todas as espiras ficam concêntricas e
coplanares.

Esse tipo de mola é muito usado em relógios e brinquedos.

Elementos de Máquinas Para interpretar a cotagem da mola espiral, você precisa


conhecer suas características.

Molas de borracha e plastiprene

As molas de borracha são utilizados em amortecedores de vibrações, ruídos, suspensão


de veículos, e a de plastiprene sobretudo em ferramentas de estampo.

Material para Molas

Material Especificação Descrição

Aço ABNT 1065 Temperado em óleo Material muito comum, e muito utilizado em
aplicações gerais, com bom custo.

Não deve ser utilizado em aplicações severas, choque.

Não pode ser utilizado em temperaturas superiores a 180° C.

Corda de piano Melhor e mais comum material para pequenos diâmetros.

Normalmente encontrado em diâmetros de 0,3 m a 3 m.


Aço ABNT 6150 Aço liga Cromo Vanádio Utilizado onde requer condições de trabalho
mais severas, possui boa resistência à fadiga e é recomendado para aplicações com
choques.

Utilizado em válvulas de motores, suporta até 220°C

De: diâmetro externo da mola L: largura da seção da lâmina; e: espessura da seção da


lâmina; nº: número de espiras.

Elementos de Máquinas

Representação de molas em desenho

Elementos de Máquinas
Dimensionamento de Molas Helicoidais

Constante k da mola

A constante k da mola é definida como a força necessária para produzir uma deflexão
(deformação) de 1mm na mola, então;

Onde; k = Constante da mola [ Kgf/m] ; [N/m] F = Força aplicada na mola [Kgf] ; [N] x
= Deflexão causada na mola [m] ex1) Uma mola deverá deformar 25 m quando for
aplicada uma força de 500 N.

a) Calcular a constante k da mola.

b) Para a mola calculada, qual deverá ser a força aplicada para a mola deformar 15 m.

Dados o diâmetro médio da mola, o diâmetro do arame, o número de espiras e o


material da mola é possível calcular a constante k pela fórmula:

ama nd

Em que:

G = módulo de elasticidade = 80000[N/mm2] da= diâmetro do arame [m] dm =


diâmetro médio da mola [m] na = número de espiras ativas

F=k•xk=Fx

F1mk=Fx

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Exercícios

Calculara constante k e a deformação “x” da mola com 7 espiras ativas

1) Dado a mola helicoidal da figura, diâmetro dm = 30m e diâmetro da = 3,2 m.


2) Dado a mola helicoidal de aço 1070, com 7 espiras ativas, diâmetro dm = 35mm e
diâmetro do arame da = 4mm.

Calcule: a) A constante K da mola b) A força na mola para uma deformação x = 8 m

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8 - Mancais

O mancal pode ser definido como suporte ou guia em que se apóia o eixo, permitindo
que ele gire transmitindo torque.

Dependendo da aplicação e os esforços, os mancais podem ser de deslizamento ou de


rolamento.

8.1 - Mancais de deslizamento

Geralmente, os mancais de deslizamento são constituídos de uma bucha fixada num


suporte. Esses mancais são usados em máquinas pesadas ou em equipamentos de baixa
rotação, porque a baixa velocidade evita superaquecimento dos componentes expostos
ao atrito.

O uso de buchas e de lubrificantes permite reduzir esse atrito e melhorar a rotação do


eixo. As buchas são feitas de materiais macios, como bronzes, ligas de metais leves.

O uso de mancais de deslizamento tem algumas vantagens:

É fácil montar e desmontar o mancal e o eixo. Permite trabalhar com altas cargas. É
fácil adaptar ao projeto da máquina, ocupando pouco espaço radial. Possui um custo
acessível na maioria das aplicações.
Elementos de Máquinas

- Materiais Utilizados

Diversos materiais podem ser utilizados na bucha do mancal de deslizamento, muitos


destes são ligas contendo chumbo e estanho.

Dentre os principais materiais utilizados, temos:

- Bronze ao chumbo, que é uma liga metálica contendo cobre, chumbo, níquel, e zinco.

- Bronze ao estanho, é uma liga contendo cobre e estanho.

- Bronze vermelho, é uma liga de cobre e estanho com altos teores de estanho.

- Metal sinterizado, são metais fabricados através da metalurgia do pó, onde pó de metal
é prensado em alta pressão, e recebe um aquecimento para aumentar sua resistência.
Através desta técnica é possível adicionar pó de grafite ao bronze e produzir o bronze
grafitado.

- Ligas de alumínio, são utilizadas em mancais de motores a explosão, alguns


compressores, e equipamentos aeronáuticos.

- Ferro Fundido, material de baixa capacidade que deve ser utilizado para poucas
cargas, e baixas velocidades (rotações).

- Polímeros (plásticos), alguns polímeros como o nylon podem ser utilizados quando
não se tem lubrificação e as cargas são baixas, são muito utilizados na indústria têxtil e
alimentícia.

- Dimensionamento de Mancais de Deslizamento


O dimensionamento de mancais de deslizamento depende do tipo de lubrificação
utilizado, que pode ser do tipo filme completo, ou lubrificação limite.

Lubrificação completa, ou forçada: Neste caso temos duas situações:

Mancal hidrodinâmico : Nesse tipo de lubrificação o eixo flutua acima do óleo sob
pressão, mesmo sendo alimentado simplesmente pelo efeito da gravidade, não entrando
em contato com a bucha durante o funcionamento. Exemplo: Eixo virabrequim, e de
comando de válvulas de motores à combustão.

Mancal hidrostático: O óleo é bombeado sob pressão para dentro do mancal, flutua no
óleo e não ocorre contato de metal com metal.

O dimensionamento desses tipos de mancais é complexo e utiliza cálculos de mecânica


dos fluidos, hidrostática e hidrodinâmica.

Lubrificação limite: Neste caso, devido à lubrificação insuficiente, ou a altas cargas,


existe o contato do eixo com a bucha, portanto gerando atrito de metal com metal.

Estes mancais são encontrados em aplicações simples, buchas de nylon, locais com
lubrificação por graxa com pouca ou nenhuma vedação.

Elementos de Máquinas

O dimensionamento destes tipos de mancais depende das propriedades de desgaste dos


metais utilizados, da pressão e da velocidade de trabalho.

Para dimensionar estes mancais, utiliza-se o valor da pressão média admissível, da


seguinte forma:

Então, tem-se:

Em que:

Pm = Pressão média no mancal em [ N/m 2 ]

F = Força no mancal [ N ] d = diâmetro do mancal [ m ] b = largura do mancal [ m ]

Outro parâmetro utilizado no dimensionamento é a velocidade periférica do eixo;

Onde:

V = Velocidade do eixo [ m/s ] d = diâmetro do eixo [ m ] n = rotação do eixo [ rpm ]


Deve-se verificar se:
A pressão calculada no mancal Pm está abaixo do valor tabelado Pmax do material. O
produto Pm . V ( pressão x velocidade) calculado também deve estar abaixo do valor PV
tabelado do material.

Os valores de Pm, V e PV do material deve ser fornecido pelo fabricante, a seguir segue
uma tabela orientativa de alguns valores admissíveis normalmente encontrados.

Material

Pm = Força

Área Área = d . b

Pm = Força d . b

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8.2 - Mancais de rolamento

Quando necessitar de mancal com maior velocidade e menor atrito, o mancal de


rolamento é o mais adequado.

Os rolamentos oferecem algumas vantagens, uma delas é a padronização, ou seja, o


rolamento possui um padrão internacional, é possível adquirir, substituir o mesmo
rolamento independente do país em que ele foi produzido. Esta intercambiabilidade
facilita muito a manutenção.

Os rolamentos podem ser classificados da seguinte forma:

Classificação em função dos seus elementos rolantes. Podem ser do tipo esfera, rolo, ou
agulha, veja a figura a seguir.

Classificação de acordo com a força: Os rolamentos podem ser classificados de acordo


com as forças que eles suportam. Podem ser radiais, axiais e mistas ou combinadas.
Radiais

Fr Fr

- Suportam somente forças radiais, que são aquelas apontadas para o centro (raio) do
rolamento, conforme a figura.

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