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SEEC/RN
Professor - Pedagogia
Anos Iniciais
ÍNDICE
LÍNGUA PORTUGUESA
Compreensão e interpretação de textos ........................................................................................................................................................... 01
Denotação e conotação .................................................................................................................................................................................... 30
Figuras .............................................................................................................................................................................................................. 30
Coesão e coerência ......................................................................................................................................................................................... 01
Tipologia textual ................................................................................................................................................................................................ 01
Significação das palavras ................................................................................................................................................................................. 01
Emprego das classes de palavras .................................................................................................................................................................... 09
Sintaxe da oração e do período ........................................................................................................................................................................ 25
Pontuação ........................................................................................................................................................................................................ 27
Concordância verbal e nominal ........................................................................................................................................................................ 28
Regência verbal e nominal ............................................................................................................................................................................... 29
Estudo da crase ............................................................................................................................................................................................... 28
Semântica e estilística ...................................................................................................................................................................................... 30
Apostila Digital Licenciada para PETRÚCIO DE LIMA FERREIRA - jornalistapetrucioferreira@hotmail.com (Proibida a Revenda)
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
História da Educação Infantil; Criança e infância: conceito de infância, tipos de famílias e suas historicidades ............................................. 01
Visão histórica e critica das principais concepções de infância, criança e educação infantil na contemporaneidade ..................................... 02
Bases legais sobre a oferta da Educação Infantil no contexto brasileiro. O direito a educação: a legislação educacional brasileira ............. 05
Lei de Diretrizes e bases e suas alterações posteriores .................................................................................................................................. 06
Proposta curricular CBC (Conteúdos Básicos Curriculares) – Ciclo da Alfabetização e Ciclo Complementar. Parâmetros curriculares
nacionais e Proposta Curricular ........................................................................................................................................................................ 16
Conhecimentos da Pratica de Ensino: processos e conteúdos do ensino e da aprendizagem; conhecimento na escola; a organização do
tempo e do espaço e a avaliação escolar; projetos de trabalho e a interdisciplinaridade; cotidiano escolar: relações de poder na escola;
currículo e cultura; tendências pedagógicas na pratica escolar. Contribuições da psicologia, da sociologia e da antropologia para
compreensão da infância e das praticas cotidianas. Socialização, interação, cultura, múltiplas linguagens e práticas sociais de educação,
currículo, espaço/tempo, avaliação, planejamento e atividades ....................................................................................................................... 34
As concepções de ludicidade: o jogo, brinquedo e brincadeira e suas aplicações no processo de aprendizagem; Contribuições da
brincadeira, das interações e da linguagem no processo de aprendizagem e desenvolvimento da criança. Desenvolvimento da escrita,
audição e leitura, métodos, técnicas e habilidades, Instrumentos; Estratégias metodológicas e indicadores para a ação pedagógica nos
diferentes contextos educativos ........................................................................................................................................................................ 61
A linguagem e a criança: aquisição da linguagem; relações entre escrita, oralidade, linguagem verbal e não verbal .................................... 80
Ética profissional ............................................................................................................................................................................................... 90
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APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
APOSTILAS OPÇÃO
• Sequência dos fatos (enredo): Enredo é a sequência dos fatos, a No discurso direto é frequente o uso dos verbo de locução ou descendi:
trama dos acontecimentos e das ações dos personagens. No enredo po- dizer, falar, acrescentar, responder, perguntar, mandar, replicar e etc.; e de
demos distinguir, com maior ou menor nitidez, três ou quatro estágios travessões. Porém, quando as falas das personagens são curtas ou rápidas
progressivos: a exposição (nem sempre ocorre), a complicação, o climax, o os verbos de locução podem ser omitidos.
desenlace ou desfecho.
• Discurso Indireto: Consiste em o narrador transmitir, com suas
Na exposição o narrador situa a história quanto à época, o ambiente, próprias palavras, o pensamento ou a fala das personagens.
as personagens e certas circunstâncias. Nem sempre esse estágio ocorre, Exemplo:
na maioria das vezes, principalmente nos textos literários mais recentes, a “Zé Lins levantou um brinde: lembrou os dias triste e passa-
história começa a ser narrada no meio dos acontecimentos (“in média”), ou dos, os meus primeiros passos em liberdade, a fraternidade
seja, no estágio da complicação quando ocorre e conflito, choque de inte- que nos reunia naquele momento, a minha literatura e os me-
resses entre as personagens. nos sombrios por vir”.
O clímax é o ápice da história, quando ocorre o estágio de maior ten- • Discurso Indireto Livre: Ocorre quando a fala da personagem se
são do conflito entre as personagens centrais, desencadeando o desfecho, mistura à fala do narrador, ou seja, ao fluxo normal da narração.
ou seja, a conclusão da história com a resolução dos conflitos. Exemplo:
• Os fatos: São os acontecimentos de que as personagens partici- “Os trabalhadores passavam para os partidos, conversando
pam. Da natureza dos acontecimentos apresentados decorre o gê- alto. Quando me viram, sem chapéu, de pijama, por aqueles
nero do texto. Por exemplo o relato de um acontecimento cotidiano lugares, deram-me bons-dias desconfiados. Talvez pensassem
constitui uma crônica, o relato de um drama social é um romance que estivesse doido. Como poderia andar um homem àquela
social, e assim por diante. Em toda narrativa há um fato central, hora , sem fazer nada de cabeça no tempo, um branco de pés
que estabelece o caráter do texto, e há os fatos secundários, rela- no chão como eles? Só sendo doido mesmo”.
cionados ao principal. (José Lins do Rego)
• Espaço: Os acontecimentos narrados acontecem em diversos lu-
gares, ou mesmo em um só lugar. O texto narrativo precisa conter TEXTO DESCRITIVO
informações sobre o espaço, onde os fatos acontecem. Muitas ve- Descrever é fazer uma representação verbal dos aspectos mais carac-
zes, principalmente nos textos literários, essas informações são terísticos de um objeto, de uma pessoa, paisagem, ser e etc.
extensas, fazendo aparecer textos descritivos no interior dos textos
narrativo. As perspectivas que o observador tem do objeto são muito importantes,
• Tempo: Os fatos que compõem a narrativa desenvolvem-se num tanto na descrição literária quanto na descrição técnica. É esta atitude que
determinado tempo, que consiste na identificação do momento, vai determinar a ordem na enumeração dos traços característicos para que
dia, mês, ano ou época em que ocorre o fato. A temporalidade sa- o leitor possa combinar suas impressões isoladas formando uma imagem
lienta as relações passado/presente/futuro do texto, essas relações unificada.
podem ser linear, isto é, seguindo a ordem cronológica dos fatos,
ou sofre inversões, quando o narrador nos diz que antes de um fa- Uma boa descrição vai apresentando o objeto progressivamente, vari-
to que aconteceu depois. ando as partes focalizadas e associando-as ou interligando-as pouco a
pouco.
O tempo pode ser cronológico ou psicológico. O cronológico é o tempo Podemos encontrar distinções entre uma descrição literária e outra téc-
material em que se desenrola à ação, isto é, aquele que é medido pela nica. Passaremos a falar um pouco sobre cada uma delas:
natureza ou pelo relógio. O psicológico não é mensurável pelos padrões • Descrição Literária: A finalidade maior da descrição literária é
fixos, porque é aquele que ocorre no interior da personagem, depende da transmitir a impressão que a coisa vista desperta em nossa mente
sua percepção da realidade, da duração de um dado acontecimento no seu através do sentidos. Daí decorrem dois tipos de descrição: a subje-
espírito. tiva, que reflete o estado de espírito do observador, suas preferên-
• Narrador: observador e personagem: O narrador, como já dis- cias, assim ele descreve o que quer e o que pensa ver e não o
semos, é a personagem que está a contar a história. A posição em que vê realmente; já a objetiva traduz a realidade do mundo objeti-
que se coloca o narrador para contar a história constitui o foco, o vo, fenomênico, ela é exata e dimensional.
aspecto ou o ponto de vista da narrativa, e ele pode ser caracteri- • Descrição de Personagem: É utilizada para caracterização das
zado por : personagens, pela acumulação de traços físicos e psicológicos,
- visão “por detrás” : o narrador conhece tudo o que diz respeito às pela enumeração de seus hábitos, gestos, aptidões e temperamen-
personagens e à história, tendo uma visão panorâmica dos acon- to, com a finalidade de situar personagens no contexto cultural, so-
tecimentos e a narração é feita em 3a pessoa. cial e econômico .
- visão “com”: o narrador é personagem e ocupa o centro da narra- • Descrição de Paisagem: Neste tipo de descrição, geralmente o
tiva que é feito em 1a pessoa. observador abrange de uma só vez a globalidade do panorama,
- visão “de fora”: o narrador descreve e narra apenas o que vê, para depois aos poucos, em ordem de proximidade, abranger as
aquilo que é observável exteriormente no comportamento da per- partes mais típicas desse todo.
sonagem, sem ter acesso a sua interioridade, neste caso o narra- • Descrição do Ambiente: Ela dá os detalhes dos interiores, dos
dor é um observador e a narrativa é feita em 3a pessoa. ambientes em que ocorrem as ações, tentando dar ao leitor uma
• Foco narrativo: Todo texto narrativo necessariamente tem de visualização das suas particularidades, de seus traços distintivos e
apresentar um foco narrativo, isto é, o ponto de vista através do típicos.
qual a história está sendo contada. Como já vimos, a narração é • Descrição da Cena: Trata-se de uma descrição movimentada,
feita em 1a pessoa ou 3a pessoa. que se desenvolve progressivamente no tempo. É a descrição de
um incêndio, de uma briga, de um naufrágio.
Formas de apresentação da fala das personagens • Descrição Técnica: Ela apresenta muitas das características ge-
Como já sabemos, nas histórias, as personagens agem e falam. Há rais da literatura, com a distinção de que nela se utiliza um vocabu-
três maneiras de comunicar as falas das personagens. lário mais preciso, salientando-se com exatidão os pormenores.
Língua Portuguesa 2 A Opção Certa Para a Sua Realização
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APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
É predominantemente denotativa tendo como objetivo esclarecer Sendo a argumentação o procedimento que tornará a tese aceitável, a
convencendo. Pode aplicar-se a objetos, a aparelhos ou mecanis- apresentação de argumentos atingirá os seus interlocutores em seus objeti-
mos, a fenômenos, a fatos, a lugares, a eventos e etc. vos; isto se dará através do convencimento da persuasão. Os mecanismos
da coesão e da coerência serão então responsáveis pela unidade da for-
TEXTO DISSERTATIVO mação textual.
Dissertar significa discutir, expor, interpretar ideias. A dissertação cons-
ta de uma série de juízos a respeito de um determinado assunto ou ques- Dentro dos mecanismos coesivos, podem realizar-se em contextos
tão, e pressupõe um exame critico do assunto sobre o qual se vai escrever verbais mais amplos, como por jogos de elipses, por força semântica, por
com clareza, coerência e objetividade. recorrências lexicais, por estratégias de substituição de enunciados.
A dissertação pode ser argumentativa - na qual o autor tenta persuadir Um mecanismo mais fácil de fazer a comunicação entre as pessoas é a
o leitor a respeito dos seus pontos de vista ou simplesmente, ter como linguagem, quando ela é em forma da escrita e após a leitura, (o que ocorre
finalidade dar a conhecer ou explicar certo modo de ver qualquer questão. agora), podemos dizer que há de ter alguém que transmita algo, e outro
que o receba. Nesta brincadeira é que entra a formação de argumentos
A linguagem usada é a referencial, centrada na mensagem, enfatizan- com o intuito de persuadir para se qualificar a comunicação; nisto, estes
do o contexto. argumentos explanados serão o germe de futuras tentativas da comunica-
ção ser objetiva e dotada de intencionalidade, (ver Linguagem e Persua-
Quanto à forma, ela pode ser tripartida em : são).
• Introdução: Em poucas linhas coloca ao leitor os dados funda-
mentais do assunto que está tratando. É a enunciação direta e ob- Sabe-se que a leitura e escrita, ou seja, ler e escrever; não tem em sua
jetiva da definição do ponto de vista do autor. unidade a mono característica da dominação do idioma/língua, e sim o
• Desenvolvimento: Constitui o corpo do texto, onde as ideias colo- propósito de executar a interação do meio e cultura de cada indivíduo. As
cadas na introdução serão definidas com os dados mais relevan- relações intertextuais são de grande valia para fazer de um texto uma
tes. Todo desenvolvimento deve estruturar-se em blocos de ideias alusão à outros textos, isto proporciona que a imersão que os argumentos
articuladas entre si, de forma que a sucessão deles resulte num dão tornem esta produção altamente evocativa.
conjunto coerente e unitário que se encaixa na introdução e de-
sencadeia a conclusão. A paráfrase é também outro recurso bastante utilizado para trazer a um
• Conclusão: É o fenômeno do texto, marcado pela síntese da ideia texto um aspecto dinâmico e com intento. Juntamente com a paródia, a
central. Na conclusão o autor reforça sua opinião, retomando a in- paráfrase utiliza-se de textos já escritos, por alguém, e que tornam-se algo
trodução e os fatos resumidos do desenvolvimento do texto. Para espetacularmente incrível. A diferença é que muitas vezes a paráfrase não
haver maior entendimento dos procedimentos que podem ocorrer possui a necessidade de persuadir as pessoas com a repetição de argu-
em um dissertação, cabe fazermos a distinção entre fatos, hipótese mentos, e sim de esquematizar novas formas de textos, sendo estes dife-
e opinião. rentes. A criação de um texto requer bem mais do que simplesmente a
- Fato: É o acontecimento ou coisa cuja veracidade e reconhecida; é junção de palavras a uma frase, requer algo mais que isto. É necessário ter
a obra ou ação que realmente se praticou. na escolha das palavras e do vocabulário o cuidado de se requisitá-las,
- Hipótese: É a suposição feita acerca de uma coisa possível ou bem como para se adotá-las. Um texto não é totalmente auto-explicativo,
não, e de que se tiram diversas conclusões; é uma afirmação so- daí vem a necessidade de que o leitor tenha um emassado em seu histórico
bre o desconhecido, feita com base no que já é conhecido. uma relação interdiscursiva e intertextual.
- Opinião: Opinar é julgar ou inserir expressões de aprovação ou
desaprovação pessoal diante de acontecimentos, pessoas e obje- As metáforas, metomínias, onomatopeias ou figuras de linguagem, en-
tos descritos, é um parecer particular, um sentimento que se tem a tram em ação inseridos num texto como um conjunto de estratégias capa-
respeito de algo. zes de contribuir para os efeitos persuasivos dele. A ironia também é muito
utilizada para causar este efeito, umas de suas características salientes, é
O TEXTO ARGUMENTATIVO que a ironia dá ênfase à gozação, além de desvalorizar ideias, valores da
Baseado em Adilson Citelli oposição, tudo isto em forma de piada.
A linguagem é capaz de criar e representar realidades, sendo caracte-
rizada pela identificação de um elemento de constituição de sentidos. Os Uma das últimas, porém não menos importantes, formas de persuadir
discursos verbais podem ser formados de várias maneiras, para dissertar através de argumentos, é a Alusão ("Ler não é apenas reconhecer o dito,
ou argumentar, descrever ou narrar, colocamos em práticas um conjunto de mais também o não-dito"). Nela, o escritor trabalha com valores, ideias ou
referências codificadas há muito tempo e dadas como estruturadoras do conceitos pré estabelecidos, sem porém com objetivos de forma clara e
tipo de texto solicitado. concisa. O que acontece é a formação de um ambiente poético e sugerível,
capaz de evocar nos leitores algo, digamos, uma sensação...
Para se persuadir por meio de muitos recursos da língua é necessário
que um texto possua um caráter argumentativo/descritivo. A construção de Texto Base: CITELLI, Adilson; “O Texto Argumentativo” São Paulo SP,
um ponto de vista de alguma pessoa sobre algo, varia de acordo com a sua Editora ..Scipione, 1994 - 6ª edição.
análise e esta dar-se-á a partir do momento em que a compreensão do
conteúdo, ou daquilo que fora tratado seja concretado. A formação discursi- Reconhecimento de tipos e gêneros textuais.
va é responsável pelo emassamento do conteúdo que se deseja transmitir,
ou persuadir, e nele teremos a formação do ponto de vista do sujeito, suas A todo o momento nos deparamos com vários textos, sejam eles
análises das coisas e suas opiniões. Nelas, as opiniões o que fazemos é verbais e não verbais. Em todos há a presença do discurso, isto é, a ideia
soltar concepções que tendem a ser orientadas no meio em que o indivíduo intrínseca, a essência daquilo que está sendo transmitido entre os
viva. Vemos que o sujeito lança suas opiniões com o simples e decisivo interlocutores.
intuito de persuadir e fazer suas explanações renderem o convencimento Esses interlocutores são as peças principais em um diálogo ou em um
do ponto de vista de algo/alguém. texto escrito, pois nunca escrevemos para nós mesmos, nem mesmo
falamos sozinhos.
Na escrita, o que fazemos é buscar intenções de sermos entendidos e
desejamos estabelecer um contato verbal com os ouvintes e leitores, e É de fundamental importância sabermos classificar os textos dos quais
todas as frases ou palavras articuladas produzem significações dotadas de travamos convivência no nosso dia a dia. Para isso, precisamos saber que
intencionalidade, criando assim unidades textuais ou discursivas. Dentro existem tipos textuais e gêneros textuais.
deste contexto da escrita, temos que levar em conta que a coerência é de Comumente relatamos sobre um acontecimento, um fato presenciado
relevada importância para a produção textual, pois nela se dará uma se- ou ocorrido conosco, expomos nossa opinião sobre determinado assunto,
quência das ideias e da progressão de argumentos a serem explanadas.
Mas como toda escrita perfaz-se de uma técnica para compô-la, é Os textos literários que conhecemos como obras de teatro (dramas,
extremamente importante que saibamos a maneira correta de produzir esta tragédias, comédias, etc.) vão tecendo diferentes histórias, vão desenvol-
gama de textos. À medida que a praticamos, vamos nos aperfeiçoando vendo diversos conflitos, mediante a interação linguística das personagens,
mais e mais na sua performance estrutural. Por Vânia Duarte quer dizer, através das conversações que têm lugar entre os participantes
nas situações comunicativas registradas no mundo de ficção construído
O Conto pelo texto. Nas obras teatrais, não existe um narrador que conta os fatos,
mas um leitor que vai conhecendo-os através dos diálogos e/ ou monólogos
É um relato em prosa de fatos fictícios. Consta de três momentos per- das personagens.
feitamente diferenciados: começa apresentando um estado inicial de equilí-
brio; segue com a intervenção de uma força, com a aparição de um conflito, Devido à trama conversacional destes textos, torna-se possível encon-
que dá lugar a uma série de episódios; encerra com a resolução desse trar neles vestígios de oralidade (que se manifestam na linguagem espon-
conflito que permite, no estágio final, a recuperação do equilíbrio perdido. tânea das personagens, através de numerosas interjeições, de alterações
da sintaxe normal, de digressões, de repetições, de dêiticos de lugar e
Todo conto tem ações centrais, núcleos narrativos, que estabelecem tempo. Os sinais de interrogação, exclamação e sinais auxiliares servem
entre si uma relação causal. Entre estas ações, aparecem elementos de para moldar as propostas e as réplicas e, ao mesmo tempo, estabelecem
recheio (secundários ou catalíticos), cuja função é manter o suspense. os turnos de palavras.
Tanto os núcleos como as ações secundárias colocam em cena persona-
gens que as cumprem em um determinado lugar e tempo. Para a apresen- As obras de teatro atingem toda sua potencialidade através da repre-
tação das características destes personagens, assim como para as indica- sentação cênica: elas são construídas para serem representadas. O diretor
ções de lugar e tempo, apela-se a recursos descritivos. e os atores orientam sua interpretação.
Um recurso de uso frequente nos contos é a introdução do diálogo das Estes textos são organizados em atos, que estabelecem a progressão
personagens, apresentado com os sinais gráficos correspondentes (os temática: desenvolvem uma unidade informativa relevante para cada conta-
travessões, para indicar a mudança de interlocutor). to apresentado. Cada ato contém, por sua vez, diferentes cenas, determi-
nadas pelas entradas e saídas das personagens e/ou por diferentes qua-
A observação da coerência temporal permite ver se o autor mantém a dros, que correspondem a mudanças de cenografias.
linha temporal ou prefere surpreender o leitor com rupturas de tempo na
apresentação dos acontecimentos (saltos ao passado ou avanços ao Nas obras teatrais são incluídos textos de trama descritiva: são as
futuro). chamadas notações cênicas, através das quais o autor dá indicações aos
atores sobre a entonação e a gestualidade e caracteriza as diferentes
A demarcação do tempo aparece, geralmente, no parágrafo inicial. Os cenografias que considera pertinentes para o desenvolvimento da ação.
contos tradicionais apresentam fórmulas características de introdução de Estas notações apresentam com frequência orações unimembres e/ou
temporalidade difusa: "Era uma vez...", "Certa vez...". bimembres de predicado não verbal.
Os tempos verbais desempenham um papel importante na construção O Poema
e na interpretação dos contos. Os pretéritos imperfeito e o perfeito predo-
minam na narração, enquanto que o tempo presente aparece nas descri- Texto literário, geralmente escrito em verso, com uma distribuição es-
ções e nos diálogos. pacial muito particular: as linhas curtas e os agrupamentos em estrofe dão
relevância aos espaços em branco; então, o texto emerge da página com
O pretérito imperfeito apresenta a ação em processo, cuja incidência uma silhueta especial que nos prepara para sermos introduzidos nos miste-
chega ao momento da narração: "Rosário olhava timidamente seu preten- riosos labirintos da linguagem figurada. Pede uma leitura em voz alta, para
dente, enquanto sua mãe, da sala, fazia comentários banais sobre a histó- captar o ritmo dos versos, e promove uma tarefa de abordagem que pre-
ria familiar." O perfeito, ao contrário, apresenta as ações concluídas no tende extrair a significação dos recursos estilísticos empregados pelo
passado: "De repente, chegou o pai com suas botas sujas de barro, olhou poeta, quer seja para expressar seus sentimentos, suas emoções, sua
sua filha, depois o pretendente, e, sem dizer nada, entrou furioso na sala". versão da realidade, ou para criar atmosferas de mistério de surrealismo,
A apresentação das personagens ajusta-se à estratégia da definibilida- relatar epopeias (como nos romances tradicionais), ou, ainda, para apre-
de: são introduzidas mediante uma construção nominal iniciada por um sentar ensinamentos morais (como nas fábulas).
artigo indefinido (ou elemento equivalente), que depois é substituído pelo O ritmo - este movimento regular e medido - que recorre ao valor sono-
definido, por um nome, um pronome, etc.: "Uma mulher muito bonita entrou ro das palavras e às pausas para dar musicalidade ao poema, é parte
apressadamente na sala de embarque e olhou à volta, procurando alguém essencial do verso: o verso é uma unidade rítmica constituída por uma série
impacientemente. A mulher parecia ter fugido de um filme romântico dos métrica de sílabas fônicas. A distribuição dos acentos das palavras que
anos 40." compõem os versos tem uma importância capital para o ritmo: a musicali-
O narrador é uma figura criada pelo autor para apresentar os fatos que dade depende desta distribuição.
constituem o relato, é a voz que conta o que está acontecendo. Lembramos que, para medir o verso, devemos atender unicamente à
distância sonora das sílabas. As sílabas fônicas apresentam algumas
diferenças das sílabas ortográficas. Estas diferenças constituem as chama-
Língua Portuguesa 4 A Opção Certa Para a Sua Realização
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das licenças poéticas: a diérese, que permite separar os ditongos em suas A Notícia
sílabas; a sinérese, que une em uma sílaba duas vogais que não constitu-
em um ditongo; a sinalefa, que une em uma só sílaba a sílaba final de uma Transmite uma nova informação sobre acontecimentos, objetos ou
palavra terminada em vogal, com a inicial de outra que inicie com vogal ou pessoas.
h; o hiato, que anula a possibilidade da sinalefa. Os acentos finais também As notícias apresentam-se como unidades informativas completas, que
incidem no levantamento das sílabas do verso. Se a última palavra é paro- contêm todos os dados necessários para que o leitor compreenda a infor-
xítona, não se altera o número de sílabas; se é oxítona, soma-se uma mação, sem necessidade ou de recorrer a textos anteriores (por exemplo,
sílaba; se é proparoxítona, diminui-se uma. não é necessário ter lido os jornais do dia anterior para interpretá-la), ou de
A rima é uma característica distintiva, mas não obrigatória dos versos, ligá-la a outros textos contidos na mesma publicação ou em publicações
pois existem versos sem rima (os versos brancos ou soltos de uso frequen- similares.
te na poesia moderna). A rima consiste na coincidência total ou parcial dos É comum que este texto use a técnica da pirâmide invertida: começa
últimos fonemas do verso. Existem dois tipos de rimas: a consoante (coin- pelo fato mais importante para finalizar com os detalhes. Consta de três
cidência total de vogais e consoante a partir da última vogal acentuada) e a partes claramente diferenciadas: o título, a introdução e o desenvolvimento.
assonante (coincidência unicamente das vogais a partir da última vogal O título cumpre uma dupla função - sintetizar o tema central e atrair a
acentuada). A métrica mais frequente dos versos vai desde duas até de- atenção do leitor. Os manuais de estilo dos jornais (por exemplo: do Jornal
zesseis sílabas. Os versos monossílabos não existem, já que, pelo acento, El País, 1991) sugerem geralmente que os títulos não excedam treze
são considerados dissílabos. palavras. A introdução contém o principal da informação, sem chegar a ser
As estrofes agrupam versos de igual medida e de duas medidas dife- um resumo de todo o texto. No desenvolvimento, incluem-se os detalhes
rentes combinadas regularmente. Estes agrupamentos vinculam-se à que não aparecem na introdução.
progressão temática do texto: com frequência, desenvolvem uma unidade A notícia é redigida na terceira pessoa. O redator deve manter-se à
informativa vinculada ao tema central. margem do que conta, razão pela qual não é permitido o emprego da
Os trabalhos dentro do paradigma e do sintagma, através dos meca- primeira pessoa do singular nem do plural. Isso implica que, além de omitir
nismos de substituição e de combinação, respectivamente, culminam com a o eu ou o nós, também não deve recorrer aos possessivos (por exemplo,
criação de metáforas, símbolos, configurações sugestionadoras de vocábu- não se referirá à Argentina ou a Buenos Aires com expressões tais como
los, metonímias, jogo de significados, associações livres e outros recursos nosso país ou minha cidade).
estilísticos que dão ambiguidade ao poema. Esse texto se caracteriza por sua exigência de objetividade e veracida-
TEXTOS JORNALÍSTICOS de: somente apresenta os dados. Quando o jornalista não consegue com-
provar de forma fidedigna os dados apresentados, costuma recorrer a
Os textos denominados de textos jornalísticos, em função de seu por- certas fórmulas para salvar sua responsabilidade: parece, não está descar-
tador ( jornais, periódicos, revistas), mostram um claro predomínio da tado que. Quando o redator menciona o que foi dito por alguma fonte,
função informativa da linguagem: trazem os fatos mais relevantes no mo- recorre ao discurso direto, como, por exemplo:
mento em que acontecem. Esta adesão ao presente, esta primazia da
atualidade, condena-os a uma vida efêmera. Propõem-se a difundir as O ministro afirmou: "O tema dos aposentados será tratado na Câmara
novidades produzidas em diferentes partes do mundo, sobre os mais varia- dos Deputados durante a próxima semana .
dos temas. O estilo que corresponde a este tipo de texto é o formal.
De acordo com este propósito, são agrupados em diferentes seções: Nesse tipo de texto, são empregados, principalmente, orações
informação nacional, informação internacional, informação local, sociedade, enunciativas, breves, que respeitam a ordem sintática canônica. Apesar das
economia, cultura, esportes, espetáculos e entretenimentos. notícias preferencialmente utilizarem os verbos na voz ativa, também é
A ordem de apresentação dessas seções, assim como a extensão e o frequente o uso da voz passiva: Os delinquentes foram perseguidos pela
tratamento dado aos textos que incluem, são indicadores importantes tanto polícia; e das formas impessoais: A perseguição aos delinquentes foi feita
da ideologia como da posição adotada pela publicação sobre o tema abor- por um patrulheiro.
dado. A progressão temática das notícias gira em tomo das perguntas o quê?
Os textos jornalísticos apresentam diferentes seções. As mais comuns quem? como? quando? por quê e para quê?.
são as notícias, os artigos de opinião, as entrevistas, as reportagens, as O Artigo de Opinião
crônicas, as resenhas de espetáculos.
Contém comentários, avaliações, expectativas sobre um tema da atua-
A publicidade é um componente constante dos jornais e revistas, à lidade que, por sua transcendência, no plano nacional ou internacional, já é
medida que permite o financiamento de suas edições. Mas os textos publi- considerado, ou merece ser, objeto de debate.
citários aparecem não só nos periódicos como também em outros meios
amplamente conhecidos como os cartazes, folhetos, etc.; por isso, nos Nessa categoria, incluem-se os editoriais, artigos de análise ou pesqui-
referiremos a eles em outro momento. sa e as colunas que levam o nome de seu autor. Os editoriais expressam a
posição adotada pelo jornal ou revista em concordância com sua ideologia,
Em geral, aceita-se que os textos jornalísticos, em qualquer uma de enquanto que os artigos assinados e as colunas transmitem as opiniões de
suas seções, devem cumprir certos requisitos de apresentação, entre os seus redatores, o que pode nos levar a encontrar, muitas vezes, opiniões
quais destacamos: uma tipografia perfeitamente legível, uma diagramação divergentes e até antagônicas em uma mesma página.
cuidada, fotografias adequadas que sirvam para complementar a informa-
ção linguística, inclusão de gráficos ilustrativos que fundamentam as expli- Embora estes textos possam ter distintas superestruturas, em geral se
cações do texto. organizam seguindo uma linha argumentativa que se inicia com a identifica-
ção do tema em questão, acompanhado de seus antecedentes e alcance, e
É pertinente observar como os textos jornalísticos distribuem-se na pu- que segue com uma tomada de posição, isto é, com a formulação de uma
blicação para melhor conhecer a ideologia da mesma. Fundamentalmente, tese; depois, apresentam-se os diferentes argumentos de forma a justificar
a primeira página, as páginas ímpares e o extremo superior das folhas dos esta tese; para encerrar, faz-se uma reafirmação da posição adotada no
jornais trazem as informações que se quer destacar. Esta localização início do texto.
antecipa ao leitor a importância que a publicação deu ao conteúdo desses
textos. A efetividade do texto tem relação direta não só com a pertinência dos
argumentos expostos como também com as estratégias discursivas usadas
O corpo da letra dos títulos também é um indicador a considerar sobre para persuadir o leitor. Entre estas estratégias, podemos encontrar as
a posição adotada pela redação. seguintes: as acusações claras aos oponentes, as ironias, as insinuações,
as digressões, as apelações à sensibilidade ou, ao contrário, a tomada de
distância através do uso das construções impessoais, para dar objetividade
Quando o pronome vem determinando o substantivo, restringindo a ex- 1. Os pronomes pessoais do caso reto (EU, TU, ELE/ELA, NÓS, VÓS,
tensão de seu significado, dizemos tratar-se de pronome adjetivo. ELES/ELAS) devem ser empregados na função sintática de sujeito.
• Esta casa é antiga. (esta) Considera-se errado seu emprego como complemento:
• Meu livro é antigo. (meu) Convidaram ELE para a festa (errado)
Receberam NÓS com atenção (errado)
Classificação dos Pronomes EU cheguei atrasado (certo)
Há, em Português, seis espécies de pronomes: ELE compareceu à festa (certo)
• pessoais: eu, tu, ele/ela, nós, vós, eles/elas e as formas oblíquas
de tratamento: 2. Na função de complemento, usam-se os pronomes oblíquos e não os
• possessivos: meu, teu, seu, nosso, vosso, seu e flexões; pronomes retos:
• demonstrativos: este, esse, aquele e flexões; isto, isso, aquilo; Convidei ELE (errado)
• relativos: o qual, cujo, quanto e flexões; que, quem, onde; Chamaram NÓS (errado)
• indefinidos: algum, nenhum, todo, outro, muito, certo, pouco, vá- Convidei-o. (certo)
rios, tanto quanto, qualquer e flexões; alguém, ninguém, tudo, ou- Chamaram-NOS. (certo)
trem, nada, cada, algo.
• interrogativos: que, quem, qual, quanto, empregados em frases in- 3. Os pronomes retos (exceto EU e TU), quando antecipados de preposi-
terrogativas. ção, passam a funcionar como oblíquos. Neste caso, considera-se cor-
reto seu emprego como complemento:
PRONOMES PESSOAIS Informaram a ELE os reais motivos.
Pronomes pessoais são aqueles que representam as pessoas do dis- Emprestaram a NÓS os livros.
curso: Eles gostam muito de NÓS.
1ª pessoa: quem fala, o emissor.
Eu sai (eu) 4. As formas EU e TU só podem funcionar como sujeito. Considera-se
Nós saímos (nós) errado seu emprego como complemento:
Convidaram-me (me) Nunca houve desentendimento entre eu e tu. (errado)
Convidaram-nos (nós) Nunca houve desentendimento entre mim e ti. (certo)
2ª pessoa: com quem se fala, o receptor. Como regra prática, podemos propor o seguinte: quando precedidas de
Tu saíste (tu) preposição, não se usam as formas retas EU e TU, mas as formas oblíquas
Vós saístes (vós) MIM e TI:
Convidaram-te (te) Ninguém irá sem EU. (errado)
Convidaram-vos (vós) Nunca houve discussões entre EU e TU. (errado)
3ª pessoa: de que ou de quem se fala, o referente. Ninguém irá sem MIM. (certo)
Ele saiu (ele) Nunca houve discussões entre MIM e TI. (certo)
Eles sairam (eles)
Convidei-o (o) Há, no entanto, um caso em que se empregam as formas retas EU e
Convidei-os (os) TU mesmo precedidas por preposição: quando essas formas funcionam
como sujeito de um verbo no infinitivo.
Os pronomes pessoais são os seguintes: Deram o livro para EU ler (ler: sujeito)
Deram o livro para TU leres (leres: sujeito)
NÚMERO PESSOA CASO CASO OBLÍQUO
RETO Verifique que, neste caso, o emprego das formas retas EU e TU é obri-
singular 1ª eu me, mim, comigo gatório, na medida em que tais pronomes exercem a função sintática de
2ª tu te, ti, contigo sujeito.
3ª ele, ela se, si, consigo, o, a, lhe
plural 1ª nós nós, conosco 5. Os pronomes oblíquos SE, SI, CONSIGO devem ser empregados
2ª vós vós, convosco somente como reflexivos. Considera-se errada qualquer construção em
3ª eles, elas se, si, consigo, os, as, que os referidos pronomes não sejam reflexivos:
lhes
Querida, gosto muito de SI. (errado)
PRONOMES DE TRATAMENTO Preciso muito falar CONSIGO. (errado)
Na categoria dos pronomes pessoais, incluem-se os pronomes de tra- Querida, gosto muito de você. (certo)
tamento. Referem-se à pessoa a quem se fala, embora a concordância Preciso muito falar com você. (certo)
deva ser feita com a terceira pessoa. Convém notar que, exceção feita a
você, esses pronomes são empregados no tratamento cerimonioso. Observe que nos exemplos que seguem não há erro algum, pois os
pronomes SE, SI, CONSIGO, foram empregados como reflexivos:
Veja, a seguir, alguns desses pronomes: Ele feriu-se
PRONOME ABREV. EMPREGO Cada um faça por si mesmo a redação
Vossa Alteza V. A. príncipes, duques O professor trouxe as provas consigo
Vossa Eminência V .Ema cardeais
Vossa Excelência V.Exa altas autoridades em geral 6. Os pronomes oblíquos CONOSCO e CONVOSCO são utilizados
Vossa Magnificência V. Mag a reitores de universidades normalmente em sua forma sintética. Caso haja palavra de reforço, tais
Vossa Reverendíssima V. Revma sacerdotes em geral pronomes devem ser substituídos pela forma analítica:
Vossa Santidade V.S. papas
Vossa Senhoria V.Sa funcionários graduados Queriam falar conosco = Queriam falar com nós dois
Vossa Majestade V.M. reis, imperadores Queriam conversar convosco = Queriam conversar com vós próprios.
Quando se trata do primeiro dia do mês, deve-se dar preferência ao No primeiro exemplo, a palavra E liga duas palavras da mesma oração: é
emprego do ordinal. uma conjunção.
Hoje é primeiro de setembro
Não é aconselhável iniciar período com algarismos No segundo a terceiro exemplos, as palavras E e QUANDO estão ligando
16 anos tinha Patrícia = Dezesseis anos tinha Patrícia orações: são também conjunções.
A título de brevidade, usamos constantemente os cardinais pelos ordi- Conjunção é uma palavra invariável que liga orações ou palavras da
nais. Ex.: casa vinte e um (= a vigésima primeira casa), página trinta e dois mesma oração.
(= a trigésima segunda página). Os cardinais um e dois não variam nesse
caso porque está subentendida a palavra número. Casa número vinte e um, No 2º exemplo, a conjunção liga as orações sem fazer que uma dependa
página número trinta e dois. Por isso, deve-se dizer e escrever também: a da outra, sem que a segunda complete o sentido da primeira: por isso, a
folha vinte e um, a folha trinta e dois. Na linguagem forense, vemos o conjunção E é coordenativa.
numeral flexionado: a folhas vinte e uma a folhas trinta e duas.
No 3º exemplo, a conjunção liga duas orações que se completam uma à
ARTIGO outra e faz com que a segunda dependa da primeira: por isso, a conjunção
QUANDO é subordinativa.
Artigo é uma palavra que antepomos aos substantivos para determiná-
los. Indica-lhes, ao mesmo tempo, o gênero e o número. As conjunções, portanto, dividem-se em coordenativas e subordinativas.
Conjunções subordinativas 8) Proporcionais: à proporção que, à medida que, ao passo que, quanto
As conjunções subordinativas ligam duas orações, subordinando uma à mais... (tanto mais), quanto mais... (tanto menos), quanto menos... (tan-
outra. Com exceção das integrantes, essas conjunções iniciam orações que to mais), quanto mais... (mais), (tanto)... quanto.
traduzem circunstâncias (causa, comparação, concessão, condição ou À medida que se vive, mais se aprende.
hipótese, conformidade, consequência, finalidade, proporção, tempo). À proporção que subíamos, o ar ia ficando mais leve.
Abrangem as seguintes classes: Quanto mais as cidades crescem, mais problemas vão tendo.
1) Causais: porque, que, pois, como, porquanto, visto que, visto como, já Os soldados respondiam, à medida que eram chamados.
que, uma vez que, desde que.
O tambor soa porque é oco. (porque é oco: causa; o tambor soa: Observação:
efeito). São incorretas as locuções proporcionais à medida em que, na medida
Como estivesse de luto, não nos recebeu. que e na medida em que. A forma correta é à medida que:
Desde que é impossível, não insistirei. "À medida que os anos passam, as minhas possibilidades diminuem."
(Maria José de Queirós)
2) Comparativas: como, (tal) qual, tal a qual, assim como, (tal) como, (tão 9) Temporais: quando, enquanto, logo que, mal (= logo que), sempre
ou tanto) como, (mais) que ou do que, (menos) que ou do que, (tanto) que, assim que, desde que, antes que, depois que, até que, agora que,
quanto, que nem, feito (= como, do mesmo modo que), o mesmo que etc.
(= como). Venha quando você quiser.
Ele era arrastado pela vida como uma folha pelo vento. Não fale enquanto come.
O exército avançava pela planície qual uma serpente imensa. Ela me reconheceu, mal lhe dirigi a palavra.
"Os cães, tal qual os homens, podem participar das três categorias." Desde que o mundo existe, sempre houve guerras.
(Paulo Mendes Campos) Agora que o tempo esquentou, podemos ir à praia.
"Sou o mesmo que um cisco em minha própria casa." "Ninguém o arredava dali, até que eu voltasse." (Carlos Povina Caval-
(Antônio Olavo Pereira) cânti)
"E pia tal a qual a caça procurada."
(Amadeu de Queirós) 10) Integrantes: que, se.
"Por que ficou me olhando assim feito boba?" Sabemos que a vida é breve.
(Carlos Drummond de Andrade) Veja se falta alguma coisa.
Os pedestres se cruzavam pelas ruas que nem formigas apressadas.
Nada nos anima tanto como (ou quanto) um elogio sincero. Observação:
Os governantes realizam menos do que prometem. Em frases como Sairás sem que te vejam, Morreu sem que ninguém o
chorasse, consideramos sem que conjunção subordinativa modal. A NGB,
3) Concessivas: embora, conquanto, que, ainda que, mesmo que, ainda porém, não consigna esta espécie de conjunção.
quando, mesmo quando, posto que, por mais que, por muito que, por Locuções conjuntivas: no entanto, visto que, desde que, se bem que,
menos que, se bem que, em que (pese), nem que, dado que, sem que por mais que, ainda quando, à medida que, logo que, a rim de que, etc.
(= embora não). Muitas conjunções não têm classificação única, imutável, devendo, por-
Célia vestia-se bem, embora fosse pobre. tanto, ser classificadas de acordo com o sentido que apresentam no contex-
A vida tem um sentido, por mais absurda que possa parecer. to.
- Assindética:
Preposições são palavras que estabelecem um vínculo entre dois ter-
Aquela que é independente e aparece separada por uma vírgula ou ponto e
mos de uma oração. O primeiro, um subordinante ou antecedente, e o
vírgula.
segundo, um subordinado ou consequente.
Chegou, olhou, partiu.
Exemplos:
A oração coordenada sindética pode ser:
Chegaram a Porto Alegre.
Discorda de você.
1. ADITIVA:
Fui até a esquina.
Expressa adição, sequência de pensamento. (e, nem = e não), mas,
Casa de Paulo.
também:
Ele falava E EU FICAVA OUVINDO.
Preposições Essenciais e Acidentais
Meus atiradores nem fumam NEM BEBEM.
As preposições essenciais são: A, ANTE, APÓS, ATÉ, COM, CONTRA,
A doença vem a cavalo E VOLTA A PÉ.
DE, DESDE, EM, ENTRE, PARA, PERANTE, POR, SEM, SOB, SOBRE e
ATRÁS.
2. ADVERSATIVA:
Ligam orações, dando-lhes uma ideia de compensação ou de contraste
Certas palavras ora aparecem como preposições, ora pertencem a ou-
(mas, porém, contudo, todavia, entretanto, senão, no entanto, etc).
tras classes, sendo chamadas, por isso, de preposições acidentais: afora,
A espada vence MAS NÃO CONVENCE.
conforme, consoante, durante, exceto, fora, mediante, não obstante, salvo,
O tambor faz um grande barulho, MAS É VAZIO POR DENTRO.
segundo, senão, tirante, visto, etc.
Apressou-se, CONTUDO NÃO CHEGOU A TEMPO.
INTERJEIÇÃO 3. ALTERNATIVAS:
Ligam palavras ou orações de sentido separado, uma excluindo a outra (ou,
Interjeição é a palavra que comunica emoção. As interjeições podem ou...ou, já...já, ora...ora, quer...quer, etc).
ser: Mudou o natal OU MUDEI EU?
- alegria: ahl oh! oba! eh! “OU SE CALÇA A LUVA e não se põe o anel,
- animação: coragem! avante! eia! OU SE PÕE O ANEL e não se calça a luva!”
- admiração: puxa! ih! oh! nossa! (C. Meireles)
- aplauso: bravo! viva! bis!
- desejo: tomara! oxalá! 4. CONCLUSIVAS:
- dor: aí! ui! Ligam uma oração a outra que exprime conclusão (LOGO, POIS,
- silêncio: psiu! silêncio! PORTANTO, POR CONSEGUINTE, POR ISTO, ASSIM, DE MODO
- suspensão: alto! basta! QUE, etc).
Ele está mal de notas; LOGO, SERÁ REPROVADO.
Vives mentindo; LOGO, NÃO MERECES FÉ.
3. PAGAR - transitivo direto e indireto 16. IMPLICAR - no sentido de acarretar, resultar, exige objeto direto:
Já paguei um jantar a você. O amor implica renúncia.
• no sentido de antipatizar, ter má vontade, constrói-se com a preposição
4. PERDOAR - transitivo direto e indireto. COM:
Já perdoei aos meus inimigos as ofensas. O professor implicava com os alunos
• no sentido de envolver-se, comprometer-se, constrói-se com a preposi-
5. PREFERIR - (= gostar mais de) transitivo direto e indireto ção EM:
Prefiro Comunicação à Matemática. Implicou-se na briga e saiu ferido
11. OBEDECER e DESOBEDECER - constrói-se com objeto indireto b) assonância: consiste na repetição ordenada de sons vocálicos
Devemos obedecer aos superiores. idênticos.
Desobedeceram às leis do trânsito. “Sou um mulato nato no sentido lato
mulato democrático do litoral.”
12. MORAR, RESIDIR, SITUAR-SE, ESTABELECER-SE
• exigem na sua regência a preposição EM c) paronomásia: consiste na aproximação de palavras de sons pare-
O armazém está situado na Farrapos. cidos, mas de significados distintos.
Ele estabeleceu-se na Avenida São João. “Eu que passo, penso e peço.”
c) eufemismo: consiste em substituir uma expressão por outra me- c) ambiguidade ou anfibologia: trata-se de construir a frase de um
nos brusca; em síntese, procura-se suavizar alguma afirmação desagra- modo tal que ela apresente mais de um sentido.
dável. O guarda deteve o suspeito em sua casa. (na casa de quem: do
Ele enriqueceu por meios ilícitos. (em vez de ele roubou) guarda ou do suspeito?)
d) hipérbole: trata-se de exagerar uma ideia com finalidade enfática. d) cacófato: consiste no mau som produzido pela junção de pala-
Estou morrendo de sede. (em vez de estou com muita sede) vras.
Paguei cinco mil reais por cada.
e) prosopopeia ou personificação: consiste em atribuir a seres ina-
nimados predicativos que são próprios de seres animados. e) pleonasmo vicioso: consiste na repetição desnecessária de uma
O jardim olhava as crianças sem dizer nada. ideia.
O pai ordenou que a menina entrasse para dentro imediatamente.
f) gradação ou clímax: é a apresentação de ideias em progressão Observação: Quando o uso do pleonasmo se dá de modo enfático,
ascendente (clímax) ou descendente (anticlímax) este não é considerado vicioso.
“Um coração chagado de desejos
Latejando, batendo, restrugindo.” f) eco: trata-se da repetição de palavras terminadas pelo mesmo
som.
g) apóstrofe: consiste na interpelação enfática a alguém (ou alguma O menino repetente mente alegremente.
coisa personificada). Por Marina Cabral
“Senhor Deus dos desgraçados! Especialista em Língua Portuguesa e Literatura
Dizei-me vós, Senhor Deus!”
PREFIXOS E SUFIXOS MAIS COMUNS
Figuras de palavras (faculdades, funções, estados, doenças, etc)
a) metáfora: consiste em empregar um termo com significado dife- algos = dor nevralgia, mialgia
rente do habitual, com base numa relação de similaridade entre o senti- bios = vida biologia, biopsia
do próprio e o sentido figurado. A metáfora implica, pois, uma compara- crásis = temperamento compleição, idiossincrasia
ção em que o conectivo comparativo fica subentendido. átron = articulação disartria, artralgia
“Meu pensamento é um rio subterrâneo.” afé = tato disafia, anafilaxia
bulé-vontade abúlico, abulia
b) metonímia: como a metáfora, consiste numa transposição de sig- cáris = graça eucaristia, carisma
nificado, ou seja, uma palavra que usualmente significa uma coisa passa crátos = poder, força democracia, plutocracia
a ser usada com outro significado. Todavia, a transposição de significa- dipsa = sede dipsomania, dipsético
dos não é mais feita com base em traços de semelhança, como na doxa = opinião, glória paradoxo, doxomania
metáfora. A metonímia explora sempre alguma relação lógica entre os edema = inchação edematoso, edemaciar
termos. Observe: éstesis = sensação sensibilidade, estética, anestesia
Não tinha teto em que se abrigasse. (teto em lugar de casa) éros, érotos = amor erótico, erotofobia
étos, éteos = costume tradição, ética, cacoete
foné = voz áfono, fonógrafo
fobos = medo, horror,
aversão fobia, acrofobia
11. A frase correta de acordo com o padrão culto é: 17. Assinale a alternativa em que, de acordo com a norma culta, se
(A) Não vejo mal no Presidente emitir medidas de emergência devido às respeitam as regras de pontuação.
chuvas. (A) Por sinal, o próprio Senhor Governador, na última entrevista, revelou,
(B) Antes de estes requisitos serem cumpridos, não receberemos recla- que temos uma arrecadação bem maior que a prevista.
mações. (B) Indagamos, sabendo que a resposta é obvia: que se deve a uma
(C) Para mim construir um país mais justo, preciso de maior apoio à sociedade inerte diante do desrespeito à sua própria lei? Nada.
cultura. (C) O cidadão, foi preso em flagrante e, interrogado pela Autoridade
(D) Apesar do advogado ter defendido o réu, este não foi poupado da Policial, confessou sua participação no referido furto.
culpa. (D) Quer-nos parecer, todavia, que a melhor solução, no caso deste
(E) Faltam conferir três pacotes da mercadoria. funcionário, seja aquela sugerida, pela própria chefia.
(E) Impunha-se, pois, a recuperação dos documentos: as certidões
12. A maior parte das empresas de franquia pretende expandir os negó- negativas, de débitos e os extratos, bancários solicitados.
cios das empresas de franquia pelo contato direto com os possíveis
investidores, por meio de entrevistas. Esse contato para fins de sele- 18. O termo oração, entendido como uma construção com sujeito e
ção não só permite às empresas avaliar os investidores com relação predicado que formam um período simples, se aplica, adequadamen-
aos negócios, mas também identificar o perfil desejado dos investido- te, apenas a:
res. (A) Amanhã, tempo instável, sujeito a chuvas esparsas no litoral.
(Texto adaptado) (B) O vigia abandonou a guarita, assim que cumpriu seu período.
Para eliminar as repetições, os pronomes apropriados para substituir (C) O passeio foi adiado para julho, por não ser época de chuvas.
as expressões: das empresas de franquia, às empresas, os investi- (D) Muito riso, pouco siso – provérbio apropriado à falta de juízo.
dores e dos investidores, no texto, são, respectivamente: (E) Os concorrentes à vaga de carteiro submeteram-se a exames.
(A) seus ... lhes ... los ... lhes
(B) delas ... a elas ... lhes ... deles Leia o período para responder às questões de números 19 e 20.
(C) seus ... nas ... los ... deles O livro de registro do processo que você procurava era o que estava
(D) delas ... a elas ... lhes ... seu sobre o balcão.
(E) seus ... lhes ... eles ... neles
19. No período, os pronomes o e que, na respectiva sequência, remetem a
13. Assinale a alternativa em que se colocam os pronomes de acordo (A) processo e livro. (B) livro do processo.
com o padrão culto. (C) processos e processo. (D) livro de registro.
(A) Quando possível, transmitirei-lhes mais informações. (E) registro e processo.
(B) Estas ordens, espero que cumpram-se religiosamente.
(C) O diálogo a que me propus ontem, continua válido. 20. Analise as proposições de números I a IV com base no período
(D) Sua decisão não causou-lhe a felicidade esperada. acima:
(E) Me transmita as novidades quando chegar de Paris. I. há, no período, duas orações;
II. o livro de registro do processo era o, é a oração principal;
14. O pronome oblíquo representa a combinação das funções de objeto III. os dois quê(s) introduzem orações adverbiais;
direto e indireto em: IV. de registro é um adjunto adnominal de livro.
(A) Apresentou-se agora uma boa ocasião. Está correto o contido apenas em
(B) A lição, vou fazê-la ainda hoje mesmo. (A) II e IV. (B) III e IV.
(C) Atribuímos-lhes agora uma pesada tarefa. (C) I, II e III. (D) I, II e IV. (E) I, III e IV.
(D) A conta, deixamo-la para ser revisada.
(E) Essa história, contar-lha-ei assim que puder. 21. O Meretíssimo Juiz da 1.ª Vara Cível devia providenciar a leitura do
acórdão, e ainda não o fez. Analise os itens relativos a esse trecho:
15. Desejava o diploma, por isso lutou para obtê-lo. I. as palavras Meretíssimo e Cível estão incorretamente grafadas;
Substituindo-se as formas verbais de desejar, lutar e obter pelos II. ainda é um adjunto adverbial que exclui a possibilidade da leitura
respectivos substantivos a elas correspondentes, a frase correta é: pelo Juiz;
(A) O desejo do diploma levou-o a lutar por sua obtenção. III. o e foi usado para indicar oposição, com valor adversativo equivalen-
(B) O desejo do diploma levou-o à luta em obtê-lo. te ao da palavra mas;
(C) O desejo do diploma levou-o à luta pela sua obtenção. IV. em ainda não o fez, o o equivale a isso, significando leitura do acór-
(D) Desejoso do diploma foi à luta pela sua obtenção. dão, e fez adquire o respectivo sentido de devia providenciar.
(E) Desejoso do diploma foi lutar por obtê-lo. Está correto o contido apenas em
(A) II e IV. (B) III e IV.
16. Ao Senhor Diretor de Relações Públicas da Secretaria de Educação (C) I, II e III. (D) I, III e IV. (E) II, III e IV.
do Estado de São Paulo. Face à proximidade da data de inauguração
de nosso Teatro Educativo, por ordem de , Doutor XXX, Digníssimo 22. O rapaz era campeão de tênis. O nome do rapaz saiu nos jornais.
Secretário da Educação do Estado de YYY, solicitamos a máxima Ao transformar os dois períodos simples num único período compos-
urgência na antecipação do envio dos primeiros convites para o Ex- to, a alternativa correta é:
celentíssimo Senhor Governador do Estado de São Paulo, o Reve- (A) O rapaz cujo nome saiu nos jornais era campeão de tênis.
rendíssimo Cardeal da Arquidiocese de São Paulo e os Reitores das (B) O rapaz que o nome saiu nos jornais era campeão de tênis.
Universidades Paulistas, para que essas autoridades possam se (C) O rapaz era campeão de tênis, já que seu nome saiu nos jornais.
programar e participar do referido evento. (D) O nome do rapaz onde era campeão de tênis saiu nos jornais.
Atenciosamente, (E) O nome do rapaz que saiu nos jornais era campeão de tênis.
ZZZ
Assistente de Gabinete.
De acordo com os cargos das diferentes autoridades, as lacunas
são correta e adequadamente preenchidas, respectivamente, por
(A) Ilustríssimo ... Sua Excelência ... Magníficos
Do Direito à Educação e do Dever de Educar III - capacidade de autofinanciamento, ressalvado o previsto no art. 213
da Constituição Federal.
Art. 4º O dever do Estado com educação escolar pública será efetivado
mediante a garantia de: TÍTULO IV
I - ensino fundamental, obrigatório e gratuito, inclusive para os que a Da Organização da Educação Nacional
ele não tiveram acesso na idade própria; Art. 8º A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios
II - universalização do ensino médio gratuito; (Redação dada pela Lei organizarão, em regime de colaboração, os respectivos sistemas de ensino.
nº 12.061, de 2009) § 1º Caberá à União a coordenação da política nacional de educação,
III - atendimento educacional especializado gratuito aos educandos articulando os diferentes níveis e sistemas e exercendo função normativa,
com necessidades especiais, preferencialmente na rede regular de ensino; redistributiva e supletiva em relação às demais instâncias educacionais.
IV - atendimento gratuito em creches e pré-escolas às crianças de zero § 2º Os sistemas de ensino terão liberdade de organização nos termos
a seis anos de idade; desta Lei.
V - acesso aos níveis mais elevados do ensino, da pesquisa e da Art. 9º A União incumbir-se-á de:
criação artística, segundo a capacidade de cada um; I - elaborar o Plano Nacional de Educação, em colaboração com os
VI - oferta de ensino noturno regular, adequado às condições do Estados, o Distrito Federal e os Municípios;
educando; II - organizar, manter e desenvolver os órgãos e instituições oficiais do
VII - oferta de educação escolar regular para jovens e adultos, com sistema federal de ensino e o dos Territórios;
características e modalidades adequadas às suas necessidades e III - prestar assistência técnica e financeira aos Estados, ao Distrito
disponibilidades, garantindo-se aos que forem trabalhadores as condições Federal e aos Municípios para o desenvolvimento de seus sistemas de
de acesso e permanência na escola; ensino e o atendimento prioritário à escolaridade obrigatória, exercendo sua
VIII - atendimento ao educando, no ensino fundamental público, por função redistributiva e supletiva;
meio de programas suplementares de material didático-escolar, transporte, IV - estabelecer, em colaboração com os Estados, o Distrito Federal e
alimentação e assistência à saúde; os Municípios, competências e diretrizes para a educação infantil, o ensino
IX - padrões mínimos de qualidade de ensino, definidos como a fundamental e o ensino médio, que nortearão os currículos e seus
variedade e quantidade mínimas, por aluno, de insumos indispensáveis ao conteúdos mínimos, de modo a assegurar formação básica comum;
desenvolvimento do processo de ensino-aprendizagem. V - coletar, analisar e disseminar informações sobre a educação;
X – vaga na escola pública de educação infantil ou de ensino VI - assegurar processo nacional de avaliação do rendimento escolar
fundamental mais próxima de sua residência a toda criança a partir do dia no ensino fundamental, médio e superior, em colaboração com os sistemas
em que completar 4 (quatro) anos de idade. (Incluído pela Lei nº 11.700, de de ensino, objetivando a definição de prioridades e a melhoria da qualidade
2008). do ensino;
Art. 5º O acesso ao ensino fundamental é direito público subjetivo, VII - baixar normas gerais sobre cursos de graduação e pós-graduação;
podendo qualquer cidadão, grupo de cidadãos, associação comunitária, VIII - assegurar processo nacional de avaliação das instituições de
organização sindical, entidade de classe ou outra legalmente constituída, e, educação superior, com a cooperação dos sistemas que tiverem
ainda, o Ministério Público, acionar o Poder Público para exigi-lo. responsabilidade sobre este nível de ensino;
§ 1º Compete aos Estados e aos Municípios, em regime de IX - autorizar, reconhecer, credenciar, supervisionar e avaliar,
colaboração, e com a assistência da União: respectivamente, os cursos das instituições de educação superior e os
I - recensear a população em idade escolar para o ensino fundamental, estabelecimentos do seu sistema de ensino.
e os jovens e adultos que a ele não tiveram acesso; § 1º Na estrutura educacional, haverá um Conselho Nacional de
II - fazer-lhes a chamada pública; Educação, com funções normativas e de supervisão e atividade
III - zelar, junto aos pais ou responsáveis, pela frequência à escola. permanente, criado por lei.
§ 2º Em todas as esferas administrativas, o Poder Público assegurará § 2° Para o cumprimento do disposto nos incisos V a IX, a União terá
em primeiro lugar o acesso ao ensino obrigatório, nos termos deste artigo, acesso a todos os dados e informações necessários de todos os
contemplando em seguida os demais níveis e modalidades de ensino, estabelecimentos e órgãos educacionais.
conforme as prioridades constitucionais e legais. § 3º As atribuições constantes do inciso IX poderão ser delegadas aos
§ 3º Qualquer das partes mencionadas no caput deste artigo tem Estados e ao Distrito Federal, desde que mantenham instituições de
legitimidade para peticionar no Poder Judiciário, na hipótese do § 2º do art. educação superior.
208 da Constituição Federal, sendo gratuita e de rito sumário a ação judicial Art. 10. Os Estados incumbir-se-ão de:
correspondente. I - organizar, manter e desenvolver os órgãos e instituições oficiais dos
§ 4º Comprovada a negligência da autoridade competente para garantir seus sistemas de ensino;
o oferecimento do ensino obrigatório, poderá ela ser imputada por crime de II - definir, com os Municípios, formas de colaboração na oferta do
responsabilidade. ensino fundamental, as quais devem assegurar a distribuição proporcional
§ 5º Para garantir o cumprimento da obrigatoriedade de ensino, o das responsabilidades, de acordo com a população a ser atendida e os
Poder Público criará formas alternativas de acesso aos diferentes níveis de recursos financeiros disponíveis em cada uma dessas esferas do Poder
ensino, independentemente da escolarização anterior. Público;
III - elaborar e executar políticas e planos educacionais, em
Art. 6o É dever dos pais ou responsáveis efetuar a matrícula dos consonância com as diretrizes e planos nacionais de educação, integrando
menores, a partir dos seis anos de idade, no ensino fundamental. (Redação e coordenando as suas ações e as dos seus Municípios;
Art. 11. Os Municípios incumbir-se-ão de: Art. 16. O sistema federal de ensino compreende:
I - organizar, manter e desenvolver os órgãos e instituições oficiais dos I - as instituições de ensino mantidas pela União;
seus sistemas de ensino, integrando-os às políticas e planos educacionais II - as instituições de educação superior criadas e mantidas pela
da União e dos Estados; iniciativa privada;
II - exercer ação redistributiva em relação às suas escolas; III - os órgãos federais de educação.
III - baixar normas complementares para o seu sistema de ensino; Art. 17. Os sistemas de ensino dos Estados e do Distrito Federal
IV - autorizar, credenciar e supervisionar os estabelecimentos do seu compreendem:
sistema de ensino; I - as instituições de ensino mantidas, respectivamente, pelo Poder
V - oferecer a educação infantil em creches e pré-escolas, e, com Público estadual e pelo Distrito Federal;
prioridade, o ensino fundamental, permitida a atuação em outros níveis de II - as instituições de educação superior mantidas pelo Poder Público
ensino somente quando estiverem atendidas plenamente as necessidades municipal;
de sua área de competência e com recursos acima dos percentuais III - as instituições de ensino fundamental e médio criadas e mantidas
mínimos vinculados pela Constituição Federal à manutenção e pela iniciativa privada;
desenvolvimento do ensino.
IV - os órgãos de educação estaduais e do Distrito Federal,
VI - assumir o transporte escolar dos alunos da rede municipal. respectivamente.
(Incluído pela Lei nº 10.709, de 31.7.2003)
Parágrafo único. No Distrito Federal, as instituições de educação
Parágrafo único. Os Municípios poderão optar, ainda, por se integrar ao infantil, criadas e mantidas pela iniciativa privada, integram seu sistema de
sistema estadual de ensino ou compor com ele um sistema único de ensino.
educação básica.
Art. 18. Os sistemas municipais de ensino compreendem:
Art. 12. Os estabelecimentos de ensino, respeitadas as normas
comuns e as do seu sistema de ensino, terão a incumbência de: I - as instituições do ensino fundamental, médio e de educação infantil
mantidas pelo Poder Público municipal;
I - elaborar e executar sua proposta pedagógica;
II - as instituições de educação infantil criadas e mantidas pela iniciativa
II - administrar seu pessoal e seus recursos materiais e financeiros; privada;
III - assegurar o cumprimento dos dias letivos e horas-aula III – os órgãos municipais de educação.
estabelecidas;
Art. 19. As instituições de ensino dos diferentes níveis classificam-se
IV - velar pelo cumprimento do plano de trabalho de cada docente; nas seguintes categorias administrativas: (Regulamento)
V - prover meios para a recuperação dos alunos de menor rendimento; I - públicas, assim entendidas as criadas ou incorporadas, mantidas e
VI - articular-se com as famílias e a comunidade, criando processos de administradas pelo Poder Público;
integração da sociedade com a escola; II - privadas, assim entendidas as mantidas e administradas por
VII - informar pai e mãe, conviventes ou não com seus filhos, e, se for o pessoas físicas ou jurídicas de direito privado.
caso, os responsáveis legais, sobre a frequência e rendimento dos alunos, Art. 20. As instituições privadas de ensino se enquadrarão nas
bem como sobre a execução da proposta pedagógica da escola; (Redação seguintes categorias: (Regulamento)
dada pela Lei nº 12.013, de 2009)
I - particulares em sentido estrito, assim entendidas as que são
VIII – notificar ao Conselho Tutelar do Município, ao juiz competente da instituídas e mantidas por uma ou mais pessoas físicas ou jurídicas de
Comarca e ao respectivo representante do Ministério Público a relação dos direito privado que não apresentem as características dos incisos abaixo;
alunos que apresentem quantidade de faltas acima de cinquenta por cento
do percentual permitido em lei.(Incluído pela Lei nº 10.287, de 2001) II - comunitárias, assim entendidas as que são instituídas por grupos de
pessoas físicas ou por uma ou mais pessoas jurídicas, inclusive
Art. 13. Os docentes incumbir-se-ão de: cooperativas educacionais, sem fins lucrativos, que incluam na sua
I - participar da elaboração da proposta pedagógica do estabelecimento entidade mantenedora representantes da comunidade; (Redação dada pela
de ensino; Lei nº 12.020, de 2009)
II - elaborar e cumprir plano de trabalho, segundo a proposta III - confessionais, assim entendidas as que são instituídas por grupos
pedagógica do estabelecimento de ensino; de pessoas físicas ou por uma ou mais pessoas jurídicas que atendem a
III - zelar pela aprendizagem dos alunos; orientação confessional e ideologia específicas e ao disposto no inciso
anterior;
IV - estabelecer estratégias de recuperação para os alunos de menor
rendimento; IV - filantrópicas, na forma da lei.
Art. 23. A educação básica poderá organizar-se em séries anuais, § 1º Os currículos a que se refere o caput devem abranger,
períodos semestrais, ciclos, alternância regular de períodos de estudos, obrigatoriamente, o estudo da língua portuguesa e da matemática, o
grupos não-seriados, com base na idade, na competência e em outros conhecimento do mundo físico e natural e da realidade social e política,
critérios, ou por forma diversa de organização, sempre que o interesse do especialmente do Brasil.
processo de aprendizagem assim o recomendar. § 2o O ensino da arte, especialmente em suas expressões regionais,
§ 1º A escola poderá reclassificar os alunos, inclusive quando se tratar constituirá componente curricular obrigatório nos diversos níveis da
de transferências entre estabelecimentos situados no País e no exterior, educação básica, de forma a promover o desenvolvimento cultural dos
tendo como base as normas curriculares gerais. alunos. (Redação dada pela Lei nº 12.287, de 2010)
§ 2º O calendário escolar deverá adequar-se às peculiaridades locais, § 3o A educação física, integrada à proposta pedagógica da escola, é
inclusive climáticas e econômicas, a critério do respectivo sistema de componente curricular obrigatório da educação básica, sendo sua prática
ensino, sem com isso reduzir o número de horas letivas previsto nesta Lei. facultativa ao aluno: (Redação dada pela Lei nº 10.793, de 1º.12.2003)
Art. 24. A educação básica, nos níveis fundamental e médio, será I – que cumpra jornada de trabalho igual ou superior a seis horas;
organizada de acordo com as seguintes regras comuns: (Incluído pela Lei nº 10.793, de 1º.12.2003)
I - a carga horária mínima anual será de oitocentas horas, distribuídas II – maior de trinta anos de idade; (Incluído pela Lei nº 10.793, de
por um mínimo de duzentos dias de efetivo trabalho escolar, excluído o 1º.12.2003)
tempo reservado aos exames finais, quando houver;
II - a classificação em qualquer série ou etapa, exceto a primeira do
ensino fundamental, pode ser feita: III – que estiver prestando serviço militar inicial ou que, em situação
similar, estiver obrigado à prática da educação física; (Incluído pela Lei nº
a) por promoção, para alunos que cursaram, com aproveitamento, a 10.793, de 1º.12.2003)
série ou fase anterior, na própria escola;
b) por transferência, para candidatos procedentes de outras escolas; IV – amparado pelo Decreto-Lei no 1.044, de 21 de outubro de 1969;
(Incluído pela Lei nº 10.793, de 1º.12.2003)
c) independentemente de escolarização anterior, mediante avaliação
feita pela escola, que defina o grau de desenvolvimento e experiência do V – (VETADO) (Incluído pela Lei nº 10.793, de 1º.12.2003)
candidato e permita sua inscrição na série ou etapa adequada, conforme VI – que tenha prole. (Incluído pela Lei nº 10.793, de 1º.12.2003)
regulamentação do respectivo sistema de ensino;
§ 4º O ensino da História do Brasil levará em conta as contribuições
III - nos estabelecimentos que adotam a progressão regular por série, o das diferentes culturas e etnias para a formação do povo brasileiro,
regimento escolar pode admitir formas de progressão parcial, desde que especialmente das matrizes indígena, africana e europeia.
preservada a sequência do currículo, observadas as normas do respectivo
§ 5º Na parte diversificada do currículo será incluído, obrigatoriamente,
sistema de ensino;
a partir da quinta série, o ensino de pelo menos uma língua estrangeira
IV - poderão organizar-se classes, ou turmas, com alunos de séries moderna, cuja escolha ficará a cargo da comunidade escolar, dentro das
distintas, com níveis equivalentes de adiantamento na matéria, para o possibilidades da instituição.
ensino de línguas estrangeiras, artes, ou outros componentes curriculares;
§ 6o A música deverá ser conteúdo obrigatório, mas não exclusivo, do
V - a verificação do rendimento escolar observará os seguintes
critérios: componente curricular de que trata o § 2o deste artigo. (Incluído pela Lei nº
11.769, de 2008)
a) avaliação contínua e cumulativa do desempenho do aluno, com
prevalência dos aspectos qualitativos sobre os quantitativos e dos Art. 26-A. Nos estabelecimentos de ensino fundamental e de ensino
resultados ao longo do período sobre os de eventuais provas finais; médio, públicos e privados, torna-se obrigatório o estudo da história e
cultura afro-brasileira e indígena. (Redação dada pela Lei nº 11.645, de
b) possibilidade de aceleração de estudos para alunos com atraso
2008).
escolar;
c) possibilidade de avanço nos cursos e nas séries mediante § 1o O conteúdo programático a que se refere este artigo incluirá
verificação do aprendizado; diversos aspectos da história e da cultura que caracterizam a formação da
população brasileira, a partir desses dois grupos étnicos, tais como o
d) aproveitamento de estudos concluídos com êxito;
estudo da história da África e dos africanos, a luta dos negros e dos povos
e) obrigatoriedade de estudos de recuperação, de preferência paralelos indígenas no Brasil, a cultura negra e indígena brasileira e o negro e o índio
ao período letivo, para os casos de baixo rendimento escolar, a serem na formação da sociedade nacional, resgatando as suas contribuições nas
disciplinados pelas instituições de ensino em seus regimentos; áreas social, econômica e política, pertinentes à história do Brasil.
VI - o controle de frequência fica a cargo da escola, conforme o (Redação dada pela Lei nº 11.645, de 2008).
disposto no seu regimento e nas normas do respectivo sistema de ensino,
§ 2o Os conteúdos referentes à história e cultura afro-brasileira e dos
exigida a frequência mínima de setenta e cinco por cento do total de horas
povos indígenas brasileiros serão ministrados no âmbito de todo o currículo
letivas para aprovação;
escolar, em especial nas áreas de educação artística e de literatura e
VII - cabe a cada instituição de ensino expedir históricos escolares, história brasileiras. (Redação dada pela Lei nº 11.645, de 2008).
declarações de conclusão de série e diplomas ou certificados de conclusão
Art. 27. Os conteúdos curriculares da educação básica observarão,
de cursos, com as especificações cabíveis.
ainda, as seguintes diretrizes:
§ 4º O ensino fundamental será presencial, sendo o ensino a distância III - (Revogado pela Lei nº 11.684, de 2008)
utilizado como complementação da aprendizagem ou em situações § 2º (Revogado pela Lei nº 11.741, de 2008)
emergenciais. § 3º Os cursos do ensino médio terão equivalência legal e habilitarão
§ 5o O currículo do ensino fundamental incluirá, obrigatoriamente, ao prosseguimento de estudos.
conteúdo que trate dos direitos das crianças e dos adolescentes, tendo § 4º (Revogado pela Lei nº 11.741, de 2008)
como diretriz a Lei no 8.069, de 13 de julho de 1990, que institui o Estatuto Seção IV-A
da Criança e do Adolescente, observada a produção e distribuição de Da Educação Profissional Técnica de Nível Médio
material didático adequado. (Incluído pela Lei nº 11.525, de 2007). (Incluído pela Lei nº 11.741, de 2008)
Art. 33. O ensino religioso, de matrícula facultativa, é parte integrante Art. 36-A. Sem prejuízo do disposto na Seção IV deste Capítulo, o
da formação básica do cidadão e constitui disciplina dos horários normais ensino médio, atendida a formação geral do educando, poderá prepará-lo
Art. 67. Os sistemas de ensino promoverão a valorização dos § 6º O atraso da liberação sujeitará os recursos a correção monetária e
profissionais da educação, assegurando-lhes, inclusive nos termos dos à responsabilização civil e criminal das autoridades competentes.
estatutos e dos planos de carreira do magistério público: Art. 70. Considerar-se-ão como de manutenção e desenvolvimento do
I - ingresso exclusivamente por concurso público de provas e títulos; ensino as despesas realizadas com vistas à consecução dos objetivos
básicos das instituições educacionais de todos os níveis, compreendendo
II - aperfeiçoamento profissional continuado, inclusive com as que se destinam a:
licenciamento periódico remunerado para esse fim;
I - remuneração e aperfeiçoamento do pessoal docente e demais
III - piso salarial profissional; profissionais da educação;
IV - progressão funcional baseada na titulação ou habilitação, e na II - aquisição, manutenção, construção e conservação de instalações e
avaliação do desempenho; equipamentos necessários ao ensino;
V - período reservado a estudos, planejamento e avaliação, incluído na III – uso e manutenção de bens e serviços vinculados ao ensino;
carga de trabalho;
IV - levantamentos estatísticos, estudos e pesquisas visando
VI - condições adequadas de trabalho. precipuamente ao aprimoramento da qualidade e à expansão do ensino;
§ 1o A experiência docente é pré-requisito para o exercício profissional V - realização de atividades-meio necessárias ao funcionamento dos
de quaisquer outras funções de magistério, nos termos das normas de cada sistemas de ensino;
sistema de ensino.(Renumerado pela Lei nº 11.301, de 2006) VI - concessão de bolsas de estudo a alunos de escolas públicas e
privadas;
§ 2o Para os efeitos do disposto no § 5o do art. 40 e no § 8o do art.
201 da Constituição Federal, são consideradas funções de magistério as VII - amortização e custeio de operações de crédito destinadas a
exercidas por professores e especialistas em educação no desempenho de atender ao disposto nos incisos deste artigo;
atividades educativas, quando exercidas em estabelecimento de educação VIII - aquisição de material didático-escolar e manutenção de
básica em seus diversos níveis e modalidades, incluídas, além do exercício programas de transporte escolar.
da docência, as de direção de unidade escolar e as de coordenação e
assessoramento pedagógico. (Incluído pela Lei nº 11.301, de 2006) Art. 71. Não constituirão despesas de manutenção e desenvolvimento
do ensino aquelas realizadas com:
TÍTULO VII
I - pesquisa, quando não vinculada às instituições de ensino, ou,
Dos Recursos financeiros quando efetivada fora dos sistemas de ensino, que não vise,
Art. 68. Serão recursos públicos destinados à educação os originários precipuamente, ao aprimoramento de sua qualidade ou à sua expansão;
de: II - subvenção a instituições públicas ou privadas de caráter
I - receita de impostos próprios da União, dos Estados, do Distrito assistencial, desportivo ou cultural;
Federal e dos Municípios; III - formação de quadros especiais para a administração pública, sejam
II - receita de transferências constitucionais e outras transferências; militares ou civis, inclusive diplomáticos;
III - receita do salário-educação e de outras contribuições sociais; IV - programas suplementares de alimentação, assistência médico-
odontológica, farmacêutica e psicológica, e outras formas de assistência
IV - receita de incentivos fiscais;
social;
V - outros recursos previstos em lei.
V - obras de infra-estrutura, ainda que realizadas para beneficiar direta
Art. 69. A União aplicará, anualmente, nunca menos de dezoito, e os ou indiretamente a rede escolar;
Estados, o Distrito Federal e os Municípios, vinte e cinco por cento, ou o
Desta forma, cabe à Câmara de Educação Básica do CNE exercer a Os esforços conjuntos e articulados de avaliação dos sistemas de edu-
sua função deliberativa sobre as Diretrizes Curriculares Nacionais, reser- cação, Federal, Estaduais, Municipais e do Distrito Federal propiciarão
vando-se aos entes federativos e às próprias unidades escolares, de acor- condições para o aperfeiçoamento e o êxito da Educação Fundamental.
do com a Constituição Federal e a LDB, a tarefa que lhes compete em Isto acontecerá na medida em que as propostas pedagógicas das es-
termos de implementações curriculares. colas reflitam o projeto de sociedade local, regional e nacional, que se
Tal compromisso da Câmara pressupõe, portanto, que suas "funções deseja, definido por cada equipe docente, em colaboração com os usuários
normativas e de supervisão" (Lei 9131/95), apoiem o princípio da definição e outros membros da sociedade, que participem dos Conse-
de Diretrizes Curriculares Nacionais, reconhecendo a flexibilidade na articu- lhos/Escola/Comunidade e Grêmios Estudantis.
lação entre União, Distrito Federal, Estados e Municípios como um dos A elaboração deste Parecer, preparatório à Resolução sobre as Diretri-
principais mecanismos da nova LDB. No entanto, a flexibilidade por ela zes Curriculares Nacionais, é fruto do trabalho compartilhado pelos Conse-
propiciada não pode ser reduzida a um instrumento de ocultação da preca- lheiros da Câmara de Educação Básica, e, em particular do conjunto de
riedade ainda existente em muitos segmentos dos sistemas educacionais. proposições doutrinárias, extraídas dos textos elaborados, especialmente,
Assim flexibilidade e descentralização de ações devem ser sinônimos de pelos Conselheiros Carlos Roberto Jamil Cury, Edla Soares, João Monle-
responsabilidades compartilhadas em todos os níveis. vade e Regina de Assis.
Ao definir as Diretrizes Curriculares Nacionais, a Câmara de Educação
Básica do CNE inicia o processo de articulação com Estados e Municípios, As Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Fundamental
através de suas próprias propostas curriculares, definindo ainda um para-
digma curricular para o Ensino Fundamental, que integra a Base Nacional Diretrizes Curriculares Nacionais são o conjunto de definições doutriná-
Comum, complementada por uma Parte Diversificada (LDB, art. 26), a ser rias sobre princípios, fundamentos e procedimentos na Educação Básica,
concretizada na proposta pedagógica de cada unidade escolar do País. expressas pela Câmara de Educação Básica do Conselho Nacional de
Educação, que orientarão as escolas brasileiras dos sistemas de ensino, na
Em bem lançado Parecer do ilustre Conselheiro Ulysses de Oliveira organização, na articulação, no desenvolvimento e na avaliação de suas
Panisset, o de nº 05/97 da CEB, aprovado em 07/05/97 e homologado no propostas pedagógicas.
DOU de 16/95/97, é explicitada a importância atribuída às escolas dos
sistemas do ensino brasileiro, quando, a partir de suas próprias propostas Para orientar as práticas educacionais em nosso país, respeitando as
pedagógicas, definem seus calendários e formas de funcionamento, e, por variedades curriculares já existentes em Estados e Municípios, ou em
consequência, seus regimentos tal como disposto na LDB, arts. 23 a 28. processo de elaboração, a Câmara de Educação Básica do Conselho
Nacional de Educação estabelece as seguintes Diretrizes Curriculares para
As propostas pedagógicas e os regimentos das unidades escolares de- o Ensino Fundamental:
vem, no entanto, observar as Diretrizes Curriculares Nacionais e os demais
dispositivos legais. I - As escolas deverão estabelecer, como norteadores de suas ações
pedagógicas:
Desta forma, ao definir suas propostas pedagógicas e seus regimentos,
as escolas estarão compartilhando princípios de responsabilidade, num a) os Princípios Éticos da Autonomia, da Responsabilidade, da Solida-
contexto de flexibilidade teórico/metodológica de ações pedagógicas, em riedade e do Respeito ao Bem Comum;
que o planejamento, o desenvolvimento e a avaliação dos processos edu- b) os Princípios Políticos dos Direitos e Deveres de Cidadania, do exer-
cacionais revelem sua qualidade e respeito à equidade de direitos e deve- cício da Criticidade e do respeito à Ordem Democrática;
res de alunos e professores.
c) os Princípios Estéticos da Sensibilidade, da Criatividade, e da Diver-
Ao elaborar e iniciar a divulgação dos Parâmetros Curriculares Nacio- sidade de Manifestações Artísticas e Culturais.
nais (PCN), o Ministério da Educação propõe um norteamento educacional
Estes princípios deverão fundamentar as práticas pedagógicas das es-
às escolas brasileiras, "a fim de garantir que, respeitadas as diversidades
colas, pois será através da Autonomia, da Responsabilidade, da Solidarie-
culturais, regionais, étnicas, religiosas e políticas que atravessam uma
dade e do Respeito ao Bem Comum, que a Ética fará parte da vida cidadã
sociedade múltipla, estratificada e complexa, a educação possa atuar,
dos alunos.
decisivamente, no processo de construção da cidadania, tendo como meta
o ideal de uma crescente igualdade de direitos entre os cidadãos, baseado Da mesma forma os Direitos e Deveres de Cidadania e o Respeito à
nos princípios democráticos. Essa igualdade implica necessariamente o Ordem Democrática, ao orientarem as práticas pedagógicas, introduzirão
acesso à totalidade dos bens públicos, entre os quais o conjunto dos co- cada aluno na vida em sociedade, que busca a justiça, a igualdade, a
nhecimentos socialmente relevantes". equidade e a felicidade para o indivíduo e para todos. O exercício da Criti-
II- Ao definir suas propostas pedagógicas, as escolas deverão explicitar Por isso ao planejar suas propostas pedagógicas, seja a partir dos PCN
o reconhecimento da identidade pessoal de alunos, professores e outros seja a partir de outras propostas curriculares, os professores e equipes
profissionais e a identidade de cada unidade escolar e de seus respectivos docentes, em cada escola, buscarão as correlações entre os conteúdos das
sistemas de ensino. áreas de conhecimento e o universo de valores e modos de vida de seus
alunos.
O reconhecimento de identidades pessoais é uma diretriz para a Edu-
cação Nacional, no sentido do reconhecimento das diversidades e peculia- Atenção especial deve ser adotada, ainda, nesta Diretriz, para evitar
ridades básicas relativas ao gênero masculino e feminino, às variedades que as propostas pedagógicas sejam reducionistas ou excludentes, levando
étnicas, de faixa etária e regionais e às variações sócio/econômicas, cultu- aos excessos da "escola pobre para os pobres", ou dos grupos étnicos e
rais e de condições psicológicas e físicas, presentes nos alunos de nosso religiosos apenas para si. Ao trabalhar a relação inseparável entre conhe-
país. Pesquisas têm apontado para discriminações e exclusões em múlti- cimento, linguagem e afetos, as equipes docentes deverão ter a sensibili-
plos contextos e no interior das escolas, devidas ao racismo, ao sexismo e dade de integrar estes aspectos do comportamento humano, discutindo-os
a preconceitos originados pelas situações socioeconômicas, regionais, e comparando-os numa atitude crítica, construtiva e solidária, dentro da
culturais e étnicas. Estas situações inaceitáveis têm deixado graves marcas perspectiva e da riqueza da diversidade da grande nação brasileira, como
em nossa população infantil e adolescente, trazendo consequências destru- previsto no art. 3º, inciso I, da LDB.
tivas. Reverter este quadro é um dos aspectos mais relevantes desta
diretriz. Neste ponto seria esclarecedor explicitar alguns conceitos, para melhor
Estas variedades refletem-se, ainda, na própria Identidade das escolas compreensão do que propomos:
e sua relação com as comunidades às quais servem. Assim, desde con- a) Currículo: atualmente este conceito envolve outros três, quais sejam:
cepções arquitetônicas, história da escola, algumas vezes centenária, até currículo formal (planos e propostas pedagógicas), currículo em ação
questões relacionadas com calendário escolar e atividades curriculares e (aquilo que efetivamente acontece nas salas de aula e nas escolas), currí-
extracurriculares, a diretriz nacional deve reconhecer essas identidades e culo oculto (o não dito, aquilo que tanto alunos, quanto professores trazem,
suas consequências na vida escolar, garantidos os direitos e deveres carregado de sentidos próprios criando as formas de relacionamento, poder
prescritos legalmente. Neste sentido, as propostas pedagógicas e os regi- e convivência nas salas de aula). Neste texto quando nos referimos a um
mentos escolares devem acolher, com autonomia e senso de justiça, o paradigma curricular estamos nos referindo a uma forma de organizar
princípio da identidade pessoal e coletiva de professores, alunos e outros princípios Éticos, Políticos e Estéticos que fundamentam a articulação entre
profissionais da escola, como definidor de formas de consciência democrá- Áreas de Conhecimentos e aspectos da Vida Cidadã.
tica. Portanto, a proposta pedagógica de cada unidade escolar, ao contem-
plar seja os Parâmetros Curriculares Nacionais, seja outras propostas b) Base Nacional Comum: refere-se ao conjunto de conteúdos mínimos
curriculares, deverá articular o paradigma curricular proposto na Quarta das Áreas de Conhecimento articulados aos aspectos da Vida Cidadã de
Diretriz ao projeto de sociedade que se deseja instituir e transformar, a acordo com o art. 26. Por ser a dimensão obrigatória dos curriculos nacio-
partir do reconhecimento das identidades pessoais e coletivas do universo nais – certamente âmbito privilegiado da avaliação nacional do rendimento
considerado. escolar – a Base Nacional Comum deve preponderar substancialmente
sobre a dimensão diversificada.
III - As escolas deverão reconhecer que as aprendizagens são constitu-
ídas na interação entre os processos de conhecimento, linguagem e afeti- É certo que o art. 15 indica um modo de se fazer a travessia, em vista
vos, como consequência das relações entre as distintas identidades dos da autonomia responsável dos estabelecimentos escolares. A autonomia,
vários participantes do contexto escolarizado, através de ações inter e intra- como objetivo de uma escola consolidada, saberá resumir em sua proposta
subjetivas; as diversas experiências de vida dos alunos, professores e pedagógica (art. 12 da LDB) a integração da Base Nacional Comum e da
demais participantes do ambiente escolar, expressas através de múltiplas Parte Diversificada, face às finalidades da Educação Fundamental.
formas de diálogo, devem contribuir para a constituição de identidades c) Parte Diversificada: envolve os conteúdos complementares, escolhi-
afirmativas, persistentes e capazes de protagonizar ações solidárias e dos por cada sistema de ensino e estabelecimentos escolares, integrados à
autônomas de constituição de conhecimentos e valores indispensáveis à Base Nacional Comum, de acordo com as características regionais e locais
vida cidadã. da sociedade, da cultura, da economia e da clientela, refletindo-se, portan-
As evidências de pesquisas e estudos nas áreas de Psicologia, Antro- to, na Proposta Pedagógica de cada Escola, conforme o art. 26.
pologia, Sociologia e Linguística, entre outras Ciências Humanas e Sociais, d) Conteúdos Mínimos das Áreas de Conhecimento: refere-se às no-
indicam a necessidade imperiosa de se considerar, no processo educacio- ções e conceitos essenciais sobre fenômenos, processos, sistemas e
nal, a indissociável relação entre conhecimentos, linguagem e afetos, como operações, que contribuem para a constituição de saberes, conhecimentos,
constituinte dos atos de ensinar e aprender. Esta relação essencial, expres- valores e práticas sociais indispensáveis ao exercício de uma vida de
sa através de múltiplas formas de diálogo, é o fundamento do ato de edu- cidadania plena.
car, concretizado nas relações entre as gerações, seja entre os próprios
Ao utilizar os conteúdos mínimos, já divulgados inicialmente pelos Pa-
alunos ou entre eles e seus professores. Desta forma os diálogos expres-
râmetros Curriculares Nacionais, a serem ensinados em cada área de
sos através de múltiplas linguagens verbais e não verbais, refletem diferen-
conhecimento, é indispensável considerar, para cada segmento (Educação
tes identidades, capazes de interagir consigo próprias e com as demais,
Infantil, 1ª. à 4ª. e 5ª. a 8ª. séries), ou ciclos, que aspectos serão contem-
através da comunicação de suas percepções, impressões, dúvidas, opini-
plados na intercessão entre as áreas e aspectos relevantes da cidadania,
ões e capacidades de entender e interpretar a ciência, as tecnologias, as
tomando-se em conta a identidade da escola e seus alunos, professores e
artes e os valores éticos, políticos e estéticos.
outros profissionais que aí trabalham.
Grande parte do mau desempenho dos alunos, agravado pelos pro-
O espaço destas intercessões é justamente o de criação e recriação de
blemas da reprovação e da preparação insatisfatória, prévia e em serviço,
cada escola, com suas equipes pedagógicas, a cada ano de trabalho.
dos professores, é devida à insuficiência de diálogos e metodologia de
trabalhos diversificados na sala de aula, que permitam a expressão de Assim, a Base Nacional Comum será contemplada em sua integridade,
níveis diferenciados de compreensão, de conhecimentos e de valores e complementada e enriquecida pela Parte Diversificada, contextualizará o
Assim, para elaborar suas propostas pedagógicas, as Escolas devem Assim, desde a discussão e as ações correlatas sobre interdisciplinari-
examinar, para posterior escolha, os Parâmetros Curriculares Nacionais e dade e transdisciplinaridade, decisões sobre sistema seriado ou por ciclos,
as Propostas Curriculares de seus Estados e Municípios, buscando definir interação entre diferentes segmentos no exercício da Base Nacional Co-
com clareza a finalidade de seu trabalho, para a variedade de alunos pre- mum e Parte Diversificada, até a relação com o bairro, a comunidade, o
sentes em suas salas de aula. Tópicos regionais e locais muito enriquece- estado, o país, a nação e outros países, serão objeto de um planejamento e
rão suas propostas, incluídos na Parte Diversificada, mas integrando-se à de uma avaliação constantes da Escola e de sua proposta pedagógica.
Base Nacional Comum.
c) A cautela em não adotar apenas uma visão teórico-metodológica RESOLUÇÃO CEB Nº 2, DE 7 DE ABRIL DE 1998(*)
como a única resposta para todas as questões pedagógicas. Os professo- Institui as Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Fundamental.
res precisam de um aprofundamento continuado e de uma atualização
constante em relação às diferentes orientações originárias da Psicologia, O Presidente da Câmara de Educação Básica do Conselho Nacional
Antropologia, Sociologia, Psico e Sócio-Linguística e outras Ciências Hu- de Educação, tendo em vista o disposto no Art. 9º § 1º, alínea "c" da Lei