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TERAPÊUTICA MEDIANÍMICA
Curso Básico
(Apometria na prática)
PSIQUIATRIA
Agência USP
Agradecimento
O curso
1
terapêutica fraternista apresentam, devido as dificuldades que encontrarão na tarefa em virtude
das complexas necessidade daqueles que buscam auxilio fraterno junto a esses grupos.
A mediunidade é um fenômeno natural no ser humano e está amplamente aflorada na
maioria das pessoas, no atual momento evolutivo.
Motivado por compromissos e comprometimentos com o passado inconseqüente, e
pela necessidade urgente de atualização consciencial, grande quantidade de espíritos
desesperados e pessoas em desarmonia buscam ajuda e assediam as pessoas portadoras da
mediunidade ou de recursos energéticos. Como isso, ocorre uma grande dissociação
consciencial nas pessoas, gerada pela pressão psicológica desses necessitados, e também
devido a mudança vibracional do próprio Planeta, que transita para estagio evolutivo mais
elevado. Então, como forma de aliviar essa pressão, precisamos preparar grupos de trabalho
eficientes, para socorrer e orientar essas pessoas.
O curso visa instrumentar instrutores, proporcionando-lhes um conjunto de
ferramentas que lhes dê boas condições de trabalho, capacitando-os a formar terapeutas
fraternistas, para que se tornem apômetras confiáveis, conscientes, preparados e eficientes.
A partir do inicio do curso deve-se começar a prática mediúnica, que exige amplo
treinamento para que se desenvolva adequadamente, e para que o candidato a incorporador ou
doutrinador dilua os receios, adquira confiança e experiência, sem as quais o conhecimento
teórico de nada adiantaria. A observação da ocorrência do conjunto de fenômenos é
fundamental nesse tipo de treinamento. Mas para isso, torna-se necessário ligeiras noções
sobre Ocultismo, Exoterismo, Esoterismo, noções mais profundas sobre Mediunismo,
Espiritualismo, Animismo, Espiritismo e terapêutica desobsessiva.
Devemos estudar os corpos, níveis e subníveis, suas propriedades, atributos e a
forma de desdobrá-los, sintonizá-los e tratá-los cromoterapicamente.
Necessário estudar também, na prática, a mediunidade, para que o candidato
aprenda a identificar e a trabalhar com a incorporação e a doutrinação em si, e suas diversas
características.
Aprender noções sobre os distúrbios dissociativos da consciência e da personalidade
(desdobramentos), e a gênese das personalidades múltiplas e subpersonalidades, suas
propriedades, natureza, características, e as leis que regem esses fenômenos. Além,
naturalmente, das leis da Apometria e do desdobramento de personalidades.
Ter conhecimentos sobre as propriedades e natureza das incorporações e das
sintonias de espíritos, incorporação de personalidades múltiplas e incorporação de
subpersonalidades, e procedimentos terapêuticos.
Memorizar noções sobre prováveis patologias de origem reencarnatória, anímicas,
personímicas, obsessivas, auto-obsessivas, cármicas, mediúnicas, comportamentais, etc, e sua
terapêutica.
Só depois do candidato ter uma noção geral sobre teoria e prática mediúnica e
terapêutica, é que partiria para estudos mais aprofundados. Nessa altura, já estaria trabalhando
normalmente e conseguindo observar com proveito as diferenças entre os diversos fenômenos,
características e propriedades dos elementos incorporados e de sua correlação com o
comportamento e sintomas das pessoas tratadas.
Enfim, para que um grupo possa realizar um bom trabalho apométrico/terapêutico é
necessário aprofundar estudos sobre a mediunidade, os processos obsessivos e auto-
obsessivos, os fenômenos de incorporação espiritual e anímicos, as personalidades e suas
propriedades, os corpos e seus atributos, as formas de comunicação com os elementos
anímicos e espirituais, as técnicas de tratamento terapêutico e de encaminhamento dos
elementos tratados, o Evangelho e demais temas ligados a terapêutica medianímica, para ter
2
argumentos sólidos e recursos técnicos na hora do diálogo com as entidades. Deve-se, a partir
do primeiro dia de estudos, treinar a parte prática, e só depois do grupo ter uma boa noção
desses assuntos e, devidamente disciplinado, preparado, treinado e seguro, é que deve abrir
espaço para o atendimento ao público.
Ao final do curso, os associados de casas filiadas a esta entidade, em dia com suas
obrigações estatutárias e regimentais, receberão certificados, desde que tenham assistido, pelo
menos, 80% das aulas, com aproveitamento.
Sugerimos que este curso seja ministrado por pessoas experientes no trabalho de
desobsessão, preferencialmente doutrinadores ou médiuns que tenham conhecimentos e
facilidade para exemplificar e esclarecer os conceitos que as técnicas encerram, de forma clara
e simples.
Os resultados de um tratamento apométrico não dependem somente de amor
fraterno e da boa vontade, dependem muito de conhecimentos e estudo sobre o assunto, do
interesse e esforço do próprio atendido.
O curso de Apometria que ora entregamos aos leitores, é um trabalho enxuto e
adequado à formação básica dos interessados em aprender esta técnica de socorro fraterno,
maravilhosa, descoberta por Dr. José Lacerda de Azevedo.
Procurou-se elaborar um curso realmente sintético para que os interessados tenham
uma noção clara das potencialidades e possibilidades terapêuticas da Apometria. No entanto,
aqueles que desejam tornar-se realmente terapeutas apométricos, não devem esquecer da
necessidade de estudo constante das obras do Dr. Lacerda, de outros companheiros apômetras
e assuntos ligados ao psiquismo.
Sugerimos aos amigos que, devido às várias tendências diferentes na aplicação da
técnica, façam pelo menos esse curso básico para ter uma noção clara do que lhes espera e
também para que aprendam a forma correta de se trabalhar com Apometria, evitando-se os
entusiasmos fantasiosos e os tecnicismos esdrúxulos e destituídos de significado. A técnica
apométrica é simples ferramenta para o socorro de encarnados com problemas de ordem
anímica, personímica e espiritual, nada além disso. Porém, é uma técnica que pode ser bem
fundamentada pelos conhecimentos da psicologia e da Doutrina dos Espíritos, e que, encontra
respaldo substancioso também nos estudos e pesquisas de psiquiatras americanos. Por isso,
não deve ser enxertada por elementos estranhos, sem fundamento lógico, o que dificultaria a
sua aceitação pelas pessoas racionais, sensatas e afeitas a leitura.
Apesar de simples, a técnica apresenta resultados animadores, quando bem aplicada.
E está ai a disposição para ser utilizada pelas pessoas de boa vontade que desejam auxiliar no
alivio das dores e sofrimentos dos semelhantes.
As dificuldades de aceitação da Apometria têm ocorrido mais por descuido de
alguns apômetras apressados que empregam técnicas excêntricas e falam sem base lógica, do
que por outra razão, já que ela funciona muito bem, e tem fundamentos sólidos e
incontestáveis, que não podem mais ser ignorados pelos apômetras sérios. A Apometria pode
ser utilizada nos centros espíritas, centros espiritualistas, consultórios terapêuticos e, também,
por segmentos religiosos. Mas não deve fugir da ética cósmica (prática do amor fraterno),
essência das Leis Maiores.
Os ministrantes deste curso devem estar informados sobre os aspectos anímicos,
personímicos e espiríticos, e ter conhecimentos práticos sobre o trabalho desobsessivo e
terapêutico, realizado na mesa mediúnica. Caso contrário, terão dificuldades para ministrar o
curso com profundidade, embora possam colocar as questões e dúvidas como pesquisa para os
alunos.
3
A listagem de casas autorizadas é disponibilizada na Internet no site da
Holuseditora, como também os livros que a editora publica: http://www.holuseditora.com.br .
Importante:
"Não vos viemos dizer que devamos ficar confinados no círculo, por mais vasto
que seja, do Espiritismo kardequiano. Não; o próprio mestre nos convida a avançar nas
vias novas, a alargar a sua obra. Estendemos as mãos a todos os inovadores, a todos os de
boa-vontade, a todos os que têm no coração o amor da Humanidade"
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ÍNDICE
1º Módulo
O Exoterismo
O Esoterismo
O Ocultismo
O Mediunismo
O Espiritualismo
O Espiritismo
A Umbanda
O Candomblé
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O Exoterismo
O Esoterismo
6
que é permanente, imutável. Nos esquecemos completamente de perguntar e ir em busca de
respostas para as questões fundamentais da vida:“quem sou?”; “de onde venho?”; “para onde
vou?”; “por que e para que estou aqui no planeta Terra?”; “quais lições devo aprender?”;
“quais os meus objetivos como espírito?”
O Esoterismo tem a ver com essas coisas que não mudam, que continuam sendo
sempre as mesmas, embora o tempo continue passando. Tem a ver com as respostas para a
razão de ser e de existir. E o único caminho para encontrar essas respostas que preenchem o
vazio da alma é o AUTOCONHECIMENTO. É ele que nos leva até a nossa essência. Não
importa qual o método nem quais as técnicas a serem usadas, mas o autoconhecimento é, sem
dúvida, o único caminho. E isso é ESOTERISMO, que se relaciona intimamente com as
técnicas apométricas.
Ocultismo
a) O que é o Ocultismo?
b) Quais os fenômenos estudados pelo Ocultismo?
c) O que se pode fazer com o conhecimento Ocultista?
d) Onde reside a base do estudo Ocultista?
e) A ciência Ocultista pode ser considerada uma fantasia ou considerada perigosa?
7
O Mediunismo
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O Espiritualismo
a) O que é o Espiritualismo?
b) Exemplifique algumas doutrinas espiritualistas.
c) Exemplifique alguns conceitos contraditórios entre algumas doutrinas espiritualistas.
d) Os religiosos que aceitam a alma e Deus são espíritas ou espiritualistas?
O Espiritismo
1 Hedonismo: Tendência a buscar o prazer imediato, individual, como única e possível forma de vida moral, evitando tudo o
que possa ser desagradável.
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No item I – Espiritismo e Espiritualismo, da Introdução ao Estudo da Doutrina
Espírita, constante de “O Livro dos Espíritos”, Kardec esclarece:
"Para as coisas novas necessitamos de palavras novas, pois assim o exige a clareza
de linguagem, para evitarmos a confusão inerente aos múltiplos sentidos dos próprios
vocábulos. As palavras espiritual, espiritualista e espiritualismo, têm significação bem
definida; dar-lhes outra, para aplicá-las à Doutrina dos Espíritos, seria multiplicar as causas
já tão numerosas de anfibologia (2). Com efeito, o espiritualismo é o oposto do materialismo;
quem quer que acredite haver em si mesmo alguma coisa além da matéria é espiritualista;
mas não se segue daí que creia na existência dos Espíritos ou em suas comunicações com o
mundo visível.
Em lugar das palavras espiritual e espiritualismo empregaremos, para designar
esta última crença, as palavras espírita e Espiritismo, nas quais a forma lembra a origem e o
sentido radical e que por isso mesmo tem a vantagem de ser perfeitamente inteligíveis,
deixando para espiritualismo a sua significação própria. Diremos, portanto, que a Doutrina
Espírita ou Espiritismo tem por princípio as relações do mundo material com os Espíritos ou
seres do mundo invisível. Os adeptos do Espiritismo serão os espíritas, ou, se o quiserem, os
espiritistas.
Como especialidade “O Livro dos Espíritos” contém a Doutrina Espírita; como
generalidade liga-se ao Espiritualismo, do qual representa uma das fases. Essa a razão
porque traz sobre o título as palavras: Filosofia Espiritualista."
Como doutrina filosófica, diferencia-se das outras correntes filosóficas por ter
características bem definidas, a saber:
a – concepção tríplice do homem: Espírito, Perispírito, Corpo Físico;
b – sobrevivência do Espírito como individualidade;
c – continuidade da responsabilidade individual;
d – progressividade do Espírito dentro do processo evolutivo em todos os níveis da natureza;
e – comunicação mediúnica disciplinada voltada para o esclarecimento e a consolação de
encarnados e desencarnados;
f – volta do Espírito à matéria (reencarnação) tantas vezes quantas necessárias para alcançar a
perfeição relativa a que se destina, não admitindo, no entanto, a metempsicose, ou seja, a
volta do Espírito no corpo de animal para pagar dívidas, como aceita o Hinduísmo.
Conforme o Espiritismo, o Espírito não retrograda, embora a forma se degrade;
g – ausência total de hierarquia sacerdotal;
h – abnegação na prática do bem, ou seja, não se cobra nada por esta ou aquela atividade
espírita;
a) O que é o Espiritismo?
b) Quando surgiu a Doutrina Espírita?
c) Quem foi o codificador do Espiritismo?
d) Filosoficamente, quais as características que diferenciam a Doutrina Espírita das
demais?
e) O Espiritismo é uma doutrina exotérica ou esotérica?
f) Os Espíritas são também Espiritualistas?
g) Qual o principal livro da codificação Kardequiana?
A Umbanda.
UMBANDA (AUM-BHAN-DAN)
11
A Umbanda é uma religião brasileira em sua origem. É derivada da palavra AUM-
BHAN-DAN que, segundo os estudiosos, significa o Conjunto das Leis Divinas.
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Os espíritos da Umbanda trabalham com uma dessas sete energias. Como preto-
velho, por exemplo, posso trabalhar com as sete mas não estou ligado a nenhuma delas. O
Preto-Velho é uma das posturas que o espírito toma para o trabalho mediúnico.
Assim, posso estar conversando com um consulente e com ele uso a energia de
Yemanjá. Com um outro consulente eu "chamo Oxossi", ou seja, não chamo um espírito
chamado Oxossi, mas uso essa determinada energia que se chama Oxossi. Uma coisa é a faixa
energética e outra a postura do espírito. Eu me aproximo do médium e trabalho usando
determinada postura. Sendo um espírito da falange umbandista, eu posso vir como Índio, como
Preto-Velho ou como Exu.
Na realidade, os espíritos da Umbanda são espíritos socorristas que trabalham com
uma determinada faixa energética, definida pela espiritualidade superior. Essa é a essência da
Umbanda. No novo tempo, na terra regenerada, as religiões terrestres vão desaparecer. No
astral, a umbanda continuará a trabalhar com a mesma faixa, mas de uma forma diferente que
na terra. A mesma coisa acontecerá com as demais religiões. A Umbanda é uma religião
espiritual, mas que tem seus reflexos no mundo físico tais como postura e objetos materiais.
1 – um médium de Umbanda deve adotar uma postura adequada, digna e correta.
2 – a música cantada ou com atabaque revela ou deixa conhecer o ritmo da energia que está
sendo trabalhada naquele momento, não chama a entidade, apenas mostra para os espíritos
a faixa de onda em que devem trabalhar, mostra o padrão vibracional que está existindo
agora.
3 – a roupa branca se usa no trabalho de Umbanda para separar o médium do consulente. A cor
da roupa não vai influenciar notrabalho.
4 – as imagens funcionam apenas como condensadores ou reservatórios de energia.
5 – as guias servem para colocar o espírito em sintonia com umadeterminada energia.
Nota: Para alguns, esses materiais não são imprescindíveis no trabalho de Umbanda.
6 – sobre as oferendas aos orixás e as entidades existem receitas muito inteligentes e sensatas
como esta, por exemplo:
a) um pacote de amor, em pó, para que qualquer brisa possa espalhar para as pessoas que
estiverem perto ou longe de você;
b) um pedaço (generoso) de fé, em estado rochoso, para que ela seja inabalável;
c) algumas páginas de estudo doutrinário, para que você possa entender as intuições que
recebe;
d) um pacote de desejo de fazer caridade desinteressada em retribuição, para não
"desandar" a massa de teus propósitos;
e) Junte tudo isto num alguidar feito com o barro da resignação, determine-se e venha para
o terreiro;
f) coloque em frente ao Congá e reze a seguinte prece: "Pai, recebe esta humilde oferenda
dada com a totalidade da minha alma e revigora o meu físico para que eu possa ser um
perfeito veículo dos teus enviados. Amém."
Pronto! Você acabou de fazer a maior oferenda que qualquer Orixá, Guia ou Entidade pode
desejar ou precisar...
Alguns segmentos defendem a tese de que a Umbanda é a fusão de 04 raízes
esotéricas, sendo elas a Raiz Ameríndia (contendo conceitos religiosos da primeira raça
humana, preservados pelos antigos Tupi-Guaranis e seus sofridos descendentes), a Raiz
Melanida (contendo conceitos da antiga raça negra, preservados principalmente pelos
iorubanos), a Raiz Ariana (contendo conceitos esotéricos da antiga raça branca, preservados
13
especialmente pelos Ases Arianos) e a Raiz Heleno-Semita (contendo conceito esotérico do
Universo compreendido com um organismo vivente (a Astronomia), que nos foi legado pelos
nosso antepassados egípcios-helênicos; ao conceito esotérico do poder criador da palavra (a
Cabala), que nos legaram nossos antepassados semitas; ao conceito esotérico da transmutação
da essência-matéria e do próprio indivíduo (a Alquimia), que nos foi legado pela escola do
Califado de Córdoba e ao conceito esotérico do poder do amor fraternal e da misericórdia (o
Cristianismo Essênico), que nos legaram nossos antepassados essênios-cristãos).
O estudo do movimento umbandista revela uma mistura de conceitos esotéricos de
outras religiões, como que embutidos em sua elástica doutrina ainda não codificada. São
conceitos esotéricos Egípcios, Sumerianos, Caldeus, Brahmânicos, Védicos, Hebreus,
Cristãos, Católicos, Tupi-Guaranis e Africanos, consubstanciados na Astrologia,
Reencarnação, Karma, Chackram, Prâna, Cabala, Jesus, Anjos, Arcanjos, Santos, Diabo,
Defumação, Ervas, Fumo, Caboclos, Orixás, Axés, Guias e Pretos-Velhos. Todos estes
conceitos esotéricos se fundem em uma imensa "salada religiosa", praticada por mais de
50.000.000 de brasileiros, de uma forma ou de outra.
O Círculo de Estudos Umbandísticos "ORDEM DO CÍRCULO CRUZADO", sob a
responsabilidade de Mestre Itaoman, conforme consta no livro "Pemba, a Grafia Sagrada dos
Orixás", da Editora Thesaurus, exprime o AUM-BHAN-DAN sob a forma de dez conceitos:
1º Conceito Básico: DEUS.
2º Conceito Básico: O ESPÍRITO - A ENERGIA - O ESPAÇO CÓSMICO.
3º Conceito Básico: O PLANO ESPIRITUAL.
4º Conceito Básico: O LIVRE ARBÍTRIO E A LEI DE CAUSA E EFEITO.
5º Conceito Básico: O CAOS E A CRIAÇÃO DO UNIVERSO ASTRAL.
6º Conceito Básico: O AUMBHANDAN É A VIA DE REASCENSÃO REGIDA
PELOS MÉDIUNS DIVINOS: OS ARASHAS (ORIXÁS).
7º Conceito Básico: A VIDA É PURIFICAÇÃO E A MORTE UM INTERVALO.
8º Conceito Básico: A SOMA DE AÇÕES INDIVIDUAIS.
9º Conceito Básico: AS REENCARNAÇÕES.
10º Conceito Básico: A LEI REVELADA: A CORRENTE ASTRAL DE AUMBHANDAN.
Nota: Para maiores detalhes sugerimos livros tais como: UMBANDA DE TODOS NÓS, W.W.
da Matta e Silva, Editora Ícone; AUMBHANDAN - A PROTO-SÍNTESE CÓSMICA, F.
Rivas Neto, Editora Ícone; PEMBA - A GRAFIA SAGRADA DOS ORIXÁS, Mestre Itaoman,
Editora Thesaurus.
a) O que é a Umbanda?
b) Onde e quando surgiu a Umbanda?
c) Quem foi o precursor do movimento umbandista no Brasil?
d) Qual deveria ser a base do movimento umbandista surgido no Brasil?
e) Ao que corresponde as sete linhas da Umbanda?
f) O que significa Orixá?
O Candomblé
O Candomblé é uma religião africana trazida pelos escravos negros para o Brasil, no
final do século XVI (aproximadamente de 1700 à 1850), quando chegaram os primeiros navios
negreiros. Segundo alguns estudiosos, a religião ao chegar aqui foi cultuada com total
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diferença de seu habitat natural, há onde ocorriam manifestações que eram específicas de cada
região, que resultavam até em diferenças de culto, onde os mesmos Mikisi (Orixás) possuíam
nomes absolutamente diferentes que variavam de região para região. E desenvolveu-se aqui de
maneira própria.
Pesquisadores afirmam ter havido na África mais de 600 deuses, chegando aqui
aproximadamente 50, e embora não seja de concordância de muitos, 16 são os mais
conhecidos.
Essa discordância se dá devido a não existência de registros oficiais, porque dentro
desta cultura tradicionalista sempre foi, e é até hoje, passado oralmente de geração para
geração, preservando os segredos do culto especialmente para os seus Sacerdotes e
Sacerdotisas.
Não sendo encontrado obra sobre os mitos nigerianos, angolanos, entre outros
africanos, os estudiosos europeus e americanos escreveram tudo que pesquisaram junto aos
sacerdotes, de acordo com aquilo que eles foram lhes revelando, dentre várias viagens feitas
por estes pesquisadores, entre Nigéria e Angola e, no Brasil, mais especificamente
Salvador/Bahia, onde muitos descendentes negros africanos permaneceram fiéis as crenças de
seus antepassados, comemorando durante as maravilhosas cerimônias os seus sagrados rituais.
O Candomblé é uma religião dinâmica, pela sua variedade de deuses, é
essencialmente politeísta, porém, crê em um único Deus criador, Olorún (olo = dono, senhor;
orun = céu, espaço celeste sagrado), que criou o céu e a terra, os orixás e o homem. O Orún
sua moradia e dos Araorún, todos os ancestres e elementais divinizados; o Aiyé, moradia dos
Araiyé, os seres humanos, os animais, vegetais, minerais e toda forma da natureza; os orixás,
elementais da natureza por excelência, guardiões e fiscais da mesma, energia indispensável
para toda sobrevivência, com função dupla: reger e cuidar da natureza em si e da natureza
humana; o homem, objeto maior da sua criação, para de tudo usufruir dentro dos critérios do
seu Criador.
A teologia iorubana, só faz referência ao Orún e Aiyé , em momento algum, em
qualquer circunstância fala sobre as palavras - inferno e pecado. As leis, a lógica, o bom senso
e os ensinamentos permeiam a conduta das pessoas, e, mesmo porque são termos posteriores à
criação do homem pela teologia iorubana. No Candomblé nada se inventa, tudo se aprende. O
saber e o conhecimento só vem com o tempo, ensinamento, humildade, axé, merecimento e
compreensão; a sua prática tende a se adaptar, pelo crescimento e modernidade do mundo,
professando a sua religião através dos seus ritos, cada vez mais, confinados no seu Ilê Axé
(casa de candomblé).
Seus Orixás são: Exú, Lógunnède, Nanã, Obá, Obaluayiê, Ogun, Òrúnmmìlà,
Ossain, Oxalá e Oxóssi.
a) O que é o Candomblé?
b) Onde e quando surgiu?
c) Cite algumas das 16 divindades mais cultuadas no Brasil?
2º Módulo
15
O Ternário Superior e o Quaternário Inferior
O “Agregado Humano” - conceitos
O que está em cima é análogo ao que está em baixo
Espírito ou Monada Quântica.
Corpo Átmico
Corpo Búdico
Corpo Mental Superior
Corpo Mental Inferior
Corpo Astral ou Emocional
Duplo Etérico
Corpo Físico
A Consciência
Desdobramento e tratamento dos Corpos, Níveis e Subníveis
16
Corpo Emocional (Astral), corpo Energético (Duplo Etérico) e Corpo Físico. Estas estruturas
servem de veículos decodificadores das vibrações do Espírito de um lado, e de instrumentos de
manifestação da consciência com suas personalidades de outro, e proporcionam a sua
possibilidade de manifestação e evolução nos vários planos em que atua. É o suporte do
espírito e de sua consciência, composto dos seguintes elementos (principais): sete corpos; sete
níveis para cada corpo; sete subníveis para cada nível (os “níveis” e “subníveis” nada mais são
do que camadas e subcamadas vibracionais dos corpos, para que possa haver a conexão e
interação entre um e outro corpo). A vibração de um corpo imediatamente inferior é centenas
de vezes menor que a vibração do corpo imediatamente superior, na escala hierárquica, por
isso, a necessidade de níveis ou moduladores vibracionais entre eles, possibilitando as
conexões e ligações. O agregado é composto também de sete chacras principais; vinte e um
chacras secundários; três nadis principais (Sushumna: do chacra da coroa ao chacra da base;
Ida: do cóccix à narina esquerda; Pingala: do cóccix até à narina direita); e catorze meridianos
principais.
No plano manifestado, o agregado é composto pela consciência e seus vários
elementos, incorporáveis, constituídos pela “personalidade encarnada”, a qual pode desdobrar-
se em “subpersonalidades”, e também pelas personalidades antigas ou “personalidades
múltiplas”. No conjunto, esses elementos representam uma verdadeira “hierarquia
entrelaçada”, manifestando seus contextos e criando infinitas “ondas de possibilidades” para
facilitar e promover a evolução do espírito.
17
Stanislaus de Guaita e Charles Lancelin
Apesar das diferenças encontradas pelas escolas ou segmentos filosóficos, com suas
diferentes classificações e nomenclaturas, não há, em verdade, grandes alterações em sua
essência e descrição morfológica. Na obra “A Umbanda Esotérica”(3), do mestre Da Matta e
Silva, no capítulo Lições de Umbanda e Quimbanda na Palavra de um Preto Velho”, 2ª parte,
páginas 53 a 73, onde trata dos sete veículos do Espírito, diz que, ao tomar contacto com a
natureza da matéria ou energia massa, o Espírito precisou construir sete veículos, porque ele,
espírito, está por fora de qualquer transformação de energia natural em “estados”, por mais
sutis que esses sejam, descrevendo da seguinte forma sua nomenclatura e constituição:
1º - Corpo-psíquico-somático: cármico de ligação indireta ao ser, quer encarnado ou
desencarnado. É o corpo da aferição de causas e efeitos;
2º - Corpo ou alma do Espírito: verdadeiro Corpo Causal. Consciência real. É o primeiro
plasmador ou condensador das vibrações diretas do espírito;
3º - Corpo Mental: aspecto de Alma-pensamento. Sede do raciocínio, plasmador de
Personalidades;
4º - Corpo Astral puro: sede das sensações, perispírito. Sempre obliquo à esquerda de 7 a 49
cm do centro físico quando em sono, transe e desdobramento;
5º - Corpo ou Elemento vital: coesão vital manifesta. Fluído nervoso;
6º - Condensador Etérico ou Duplo Etérico: nele se processam os fenômenos
físicos da mediunidade;
7º - Corpo Denso ou Físico.
Alice Bailey
Segundo Alice Bailey, da escola teosófica, em sua obra “Tratado do Fogo Cósmico”,
a descrição e nomenclatura dos corpos está assim constituída:
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1º - Corpo Átmico: substância da Vontade Divina. Este corpo envolve a Mônada ou fragmento
da Mente Universal;
2º - Corpo Búdico: veículo da expressão do Amor Divino, da consciência de Cristo;
3º - Mental Superior, mente abstrata ou plano da alma, conhecida também como o anjo solar.
Em torno desse ser de luz forma-se o Corpo Causal (Alma espiritual, Buddhi Manas);
4º - Mente concreta: o aspecto mais elevado da personalidade ou eu inferior;
5º - Corpo das emoções;
6º - Corpo Etérico: reage, como é de seu desígnio, a todos os estímulos oriundos dos veículos
mais sutis. Ele é essencialmente um transmissor e não um gerador. É o compensador de
todas as forças que chegam ao corpo físico;
7º - Corpo Físico: é um reflexo de certas estruturas espirituais abstratas.
Allan Kardec
4“O que está em cima é análogo ao que está em baixo”: este texto é um principio hermético e faz parte do livro “O
Caibalion. Editora” de Hermes Trismegistus. Editora “O Pensamento”.
19
Não é estranha para a grande maioria das pessoas a idéia inata, que trazemos, de que
somos centelhas criadas por Deus, projetadas ou arrojadas dele, numa forma de
“desdobramento múltiplo”, com potencial criador segundo sua imagem e semelhança, em
busca da consciência do si. E que, nessa longa “caminhada” evolutiva, pela liberdade que
gradativamente vai sendo dada a essas “centelhas”, ou que elas vão conquistando (livre-
arbítrio) podem, em algum momento dessa trajetória, por tempo curto ou dilatado, ignorar
totalmente o seu Criador e até voltar-se contra ele. Podem desenvolver obediência ou rebeldia
às suas leis. Mas um dia, quando iluminadas pelo amor e o conhecimento (consciência do si),
retornarão ao Criador, acoplando-se ou integrando-se totalmente a ele, pela obediência e
harmonização com suas leis.
No estudo do Desdobramento Múltiplo de Personalidades e subpersonalidades,
percebemos os mesmos atributos e as mesmas propriedades, multiplicadas em grau
semelhante, o que nos leva a certeza do que estamos observando. Por isso, podemos dizer com
toda a segurança que, quanto mais estudamos os potenciais da consciência humana, sua
grandeza e suas possibilidades, mais nos parece que as centelhas “espíritos” se assemelham às
gigantescas centelhas brilhantes que rodopiam no espaço infinito.
O Universo é composto por aglomerados de galáxias diferentes; cada galáxia tem
seus sistemas diferentes; cada sistema contém estrelas que diferem umas das outras; cada
estrela é orbitada por planetas diferentes, com composição física, química e atmosférica
diferentes; cada planeta tem habitantes, topografia e revestimentos diferentes, mas todos são
influenciados pelo mesmo centro galaxial, que, por sua vez, é orientado pela mesma vontade e
leis divinas, embora existam enormes diferenças entre cada elemento citado.
Assim ocorre também com os povos, com os corpos do agregado, com os níveis,
com as personalidades, com as personalidades múltiplas e com as subpersonalidades. “Assim
na Terra como nos Céus”.
01 - Corpo Átmico
O Corpo Átmico é primeiro corpo do Espírito Essência. Corpo da “idiogênese
6
diretriz( ) e formativa”. Esfera multifacetada, verdadeiro sol irisado de luzes policrômicas. O
veículo mais sutil(7) que reveste o espírito, feito de algum tipo de substância hiperfísica( 8).
Talvez seja o corpo que agrega todas as experiências sublimadas, a essência do que foi
experimentado por cada ser criado.
6 Idiogênese diretriz: filosoficamente podemos traduzir idiogênese diretriz como “modelo eterno e perfeito do que existe”. Fonte
delineadora, inventiva. Núcleo de engenhosidade, de arte, de imaginação, de concepção primária que dá origem e desenvolvimento as
realizações e ações do espírito. Força de realização. Idéia-mãe: aquela que dá origem a outras idéias.
20
02 - Corpo Búdico
O Corpo Búdico é um corpo atemporal. É o grande banco de memórias do espírito.
Acessado revela o passado da criatura. Assim, consegue-se detectar situações anômalas e
vivências dolorosas, sedimentadas no Tempo, tênues extratos de memória de um passado
escondido, porque muito remoto, quando não remotíssimo. Por ser o grande núcleo de
potenciação da consciência, é dele que partem as notas de harmonia ou desarmonia ali
impressas, em direção a consciência física. As experiências positivas que estão ali arquivadas
são patrimônio do espírito. As experiências negativa ou mal resolvidas também estão ali
arquivadas mas, são, periodicamente, remetidas à personalidade encarnada para novas e
melhores ressignificações. As pulsões daí procedentes terão seus efeitos somatizados no Corpo
Físico ou repercutirão no psiquismo da personalidade encarnada.
Tudo o que é inferior tende ao movimento descendente, assim, o corpo físico passa a
ser o grande fio terra por onde escorre o material inferior, mais pesado, gerando desarmonia.
Quando trabalhamos terapeuticamente os cordões energéticos que ligam os corpos,
observamos que, ao se desbloquear esses cordões, intensa e luminosa torrente de luz multicor
jorra até os corpos mais inferiores, recurso que pode ser utilizado no tratamento terapêutico.
Pouco se sabe sobre a forma e estrutura vibratória do Corpo Búdico, o segundo mais
próximo do espírito, já que o primeiro é o Corpo Átmico. Tão distante está dos nossos padrões
e dos nossos meios de expressão que não há como descrevê-lo ou compará-lo.
Observado pela visão psíquica (vidência), os corpos Búdico e Átmico formam
maravilhoso e indescritível conjunto de cristal e luz, girando e flutuando no espaço.
O Corpo Búdico é composto pelas três “Almas” ou estruturas executoras ou
registradoras: Alma Moral, Alma Intuitiva e Alma Consciencial.
Alma Moral: Discernimento do bem e do mal sob o ponto de vista individual. Tem a forma de
um sol em chamas. É o veículo que impulsiona à personalidade a obediência às leis de onde o
espírito está encarnado.
Alma Intuitiva: Intuição, inspiração do gênio científico, literário e artístico. Iluminismo. Tem
a forma de ponta de lança triangular, irradiando em torno chamas ramificadas, animada de
movimento rotatório lento. Antena que capta e registra as informações que vibram no cosmo.
Instrumento da inspiração.
Alma Consciencial – Tem a forma de pequeno sol muito brilhante, radiações retilíneas, centro
da individualidade espiritual. Consciência coordenadora e diretora da vida, elo de ligação com
a Centelha Divina.
7 Sutil: quintaessência, substância etérea e sutil, considerada pelos alquimistas como um quinto elemento, além da
água, da terra, do fogo e do ar, e obtida após cinco destilações sucessivas.
05 - Corpo Astral
O Corpo Astral ou Emocional tem a forma humana. É o invólucro espiritual sutil
mais próximo da matéria e pode ser visto pelos médiuns clarividentes. Esse corpo é para os
espíritos das faixas evolutivas ainda primárias, o que o corpo físico é para os encarnados. O
22
Corpo Astral varia de densidade(9) e de massa(10) conforme o grau evolutivo da criatura, de tal
modo que o homem desencarnado possui também peso(11) específico.
A forma do Corpo Astral pode ser modificada pela vontade, pelas conseqüências de
uma conduta inadequada ou pelo acúmulo de energias negativas agregadas pelas próprias
ações. O Corpo Astral reflete e agrega moléstias vividas no corpo físico e sofre deformações
decorrentes de viciações, sexo desregrado, prática persistente do mal e outras ações
"negativas". Separa-se (desdobra-se), facilmente, durante o sono natural ou induzido, pela ação
de traumatismos ou fortes comoções, bem como pela vontade treinada como nos trabalhos de
viagem astral, ou nos atendimentos com desdobramento induzido, na prática apométrica.
O Corpo Astral tem luminosidade variável e tende a cor branca argêntea e azulada.
É o organizador do Modelo Biológico, modelando a forma e a estrutura do corpo físico.
Observável por fotografias, vidência, moldagens, impressões digitais, tácteis e aparições
fantasmagóricas.
Todos os espíritos que incorporam em médiuns possuem esta estrutura corpórea
sutil, necessária a sua manutenção no mundo astral. Já os espíritos que não possuem este
corpo, em virtude de sua evolução, comunicam-se com médiuns via intuição mental.
O Corpo Astral tem ainda a função da sensibilidade, registra dor ou prazer, emoções
sob vontade, sentimentos, paixões, etc, que nele são impressos pela força do psiquismo.
Este corpo é utilizado no mundo espiritual para incorporar espíritos já desprovidos
dele, tal como nossas incorporações mediúnicas através do afastamento do Duplo Etérico.
06 - Corpo Etérico
O Duplo Etérico envolve o Corpo Físico, tem estrutura extremamente tênue,
invisível ao olho humano, de natureza eletromagnética e comprimento de onda superior ao
ultravioleta, razão porque é dissociado por esta. Quando exsudado de sensitivos (médiuns),
proporciona os fenômenos espirituais que envolvem manifestações de ordem física como
"materializações", teletransporte, dissolução de objetos e outros. O material exsudado é
conhecido por ectoplasma(12). Fragmentos desse material foram analisados em laboratórios e
9 Em Física, “densidade” é a relação do peso de um corpo ao peso do mesmo volume de outro corpo
(em geral a água à temperatura de 4ºC).
11 Em Física, “peso” é o resultado da ação da força da gravidade sobre as diversas partes de um corpo.
É ainda a pressão exercida por um corpo sobre o obstáculo que se opõe diretamente a sua queda. “Peso
atômico” é, em Química, o peso correspondente ao átomo de qualquer corpo simples, comparado ao
átomo de hidrogênio tomado como unidade. Peso molecular é, em Química, a soma dos pesos
atômicos de todos os átomos que compõem a molécula.
07 - Corpo Físico
O corpo físico é o único instrumento de manifestação do espírito, na matéria,
estudado pelas ciências biológicas. Em relação a leveza dos corpos sutis, o corpo físico ou
carcaça de carne é algo semelhante a um escafandro, pesado e quase incômodo. É constituído
de compostos químicos, originários do próprio planeta, habilmente manipulados pelo
fenômeno chamado vida. Instrumento de suporte passivo, dirigido pela ação dos elementos
anímico-espirituais. São milhares de vidas organizadas e administradas pela vida e comando
do espírito. Nele, somatizam-se os impulsos desarmônicos oriundos dos demais corpos, níveis
e subníveis e, também, os distúrbios e influências causadas pelos elementos desdobrados da
consciência (personalidades múltiplas e subpersonalidades), em forma de doenças, desajustes
ou desarmonias, que são simples efeitos e não causa.
00 – A Consciência
Por consciência devemos entender a capacidade que o ser humano tem de perceber,
progressivamente, o meio onde se manifesta e também os demais planos vibracionais
circundantes. É a capacidade de interagir e estabelecer relações com esses planos ou meios e
seus habitantes, além de, simultaneamente, perceber a si próprio. É, também, a experiência
propriamente dita, é o estado de estar ciente. A Consciência é um atributo do Espírito ou uma
qualidade psíquica.
Hernani G. Andrade).
24
vontade. Através desse desdobramento, consegue-se visualizar, explorar e estudar de forma
mais direta e detalhada cada um dos quatro primeiros corpos da escala ascendente: duplo
etérico, corpo astral, mental inferior e mental superior, e tratá-los cromoterapicamente,
dissolvendo energias negativas neles sedimentadas, através da projeção das cores amarelo-
limão e violeta, principalmente. O processo é simples. Basta “abrir a freqüência( 13)” do
paciente, desdobrando-o, e, após, proceder ao tratamento.
Evidentemente, a equipe mediúnica que se propõem a fazer isso necessita estar
perfeitamente sincrônica, ter conhecimento do que está fazendo e porque está fazendo. Deve
ser estudiosa e interessada, ter mente aberta e livre de conceitos ou preconceitos, ser
observadora e isenta de críticas ou prevenções, responsável e esforçada na busca da vivência
fraterna. Sem isso, o procedimento fica muito difícil e pode nem acontecer.
Espíritos atrasados têm corpos com aparência e colorido rudimentar. Mais
adiantados e mais conscientes, têm corpos mais aprimorados e mais luminosos. Porém, na
medida em que a consciência se desenvolve, aumenta o grau de responsabilidade para com
seus atos. É a partir daí que os corpos começam a agregar as marcas das ações do espírito, e
quando esses registros são negativos, as energias geradas pelos comportamentos e
pensamentos inadequados, viciações e atitudes inferiores, vão sendo sedimentadas e começam
a gerar doenças, e também aparecem as personalidades múltiplas patológicas, dissociadas da
consciência.
É ai que surge a técnica apométrica, trazendo a possibilidade de se tratar os corpos,
níveis, subníveis, através da cromoterapia mental e manipulação de energias diversas e,
também, os elementos anímicos (personalidades múltiplas) e os elementos personímicos
(subpersonalidades desdobradas da consciência física ou personalidade).
Durante o atendimento cromoterápico dos corpos, níveis e subníveis, por sintonia e
vidência, ocorrem as incorporações dos elementos que se apresentarem (espíritos,
personalidades múltiplas e subpersonalidades). Os elementos incorporados devem ser tratados
com atenção e cortesia, ouvindo-se suas queixas, aplicando-se cromoterapia, doutrinação,
regressão ou progressão, e o devido encaminhamento para as instituições do astral. Pouco
adiantaria, por exemplo, o tratamento de uma pessoa portadora de câncer, que tem
personalidades múltiplas odientas e rebeladas que precisam de incorporação, se não fosse
tratado também os corpos e níveis afetados pelo acúmulo de energia negativa, sedimentada em
sua estrutura (recomendação do Dr. Lacerda). É preciso remover essas energias para que não
continuem a escoar para o corpo físico, embora a personalidade causadora tenha sido
conscientizada e encaminhada, e a mágoa ou a carga emocional removida. Se assim não for
feito, o câncer perdurará.
O desdobramento e a dissociação facultam uma visão muito mais clara e objetiva
dos problemas, proporcionando uma compreensão maior dos processos perturbadores do
comportamento e da saúde dos encarnados, bem como seu tratamento.
A influência recíproca entre os elementos do agregado e os atributos e propriedades
de cada elemento (corpos, níveis, subníveis, personalidades múltiplas e subpersonalidades)
ficam aí bem evidenciados, da mesma forma que os desvios e problemas relacionados com
cada um.
O desdobramento múltiplo faculta a possibilidade de se trabalhar com cada um
deles, separadamente, de forma bastante segura e eficiente, criando as condições para a
harmonização da pessoa, a eliminação dos conflitos e a desejada cura.
Módulo III
26
Alguns mecanismos da Mediunidade
Sintonia Mental e Incorporação
Sintonia e incorporação de espíritos
Eu Sou Médium! O que eu faço?
Sintomas do despertar da mediunidade de “incorporação”
Qual a conduta adequada a um médium?
Hábitos perniciosos a serem evitados por quem trabalha mediunicamente
Para o bom desempenho do mandato mediúnico
Animismo descontrolado
Mediunidade descontrolada
Os cooperadores que não incorporam
Efeito de araste do espírito desdobrado
Questões diversas
Conceito
Segundo Emmanuel, “mediunidade é talento do céu para serviço de renovação
do mundo. É lâmpada que nos cabe acender, aproveitando o óleo da humildade e o
combustível da boa vontade; é indispensável nutrir com ela a sublime lua do amor
fraterno, a irradiar-se em caridade e compreensão para com todos os que nos cercam”.
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A mediunidade não é uma arte, nem um talento pessoal, pelo que não pode tornar-se
uma profissão. Ela não existe sem o concurso dos Espíritos; faltando estes, já não há
mediunidade. “O Evangelho Segundo o Espiritismo”, página 311. FEB, 48ª edição.
Ao tempo do Cristo, a mediunidade curadora disseminou-se por entre os discípulos,
que produziam curas, algumas, pela imposição das próprias mãos, outras, através de objetos
magnetizados, embora, nessa época, a faculdade mediúnica não era denominada de
mediunidade. Em Atos, 19:11 e 12, encontramos o relato de que lenços e aventais pertencentes
a Paulo eram aplicados aos doentes e possessos, e, graças a ação magnética desses objetos,
ficavam curados.
As curas à distância também foram realizadas. O criado do Centurião de Cafarnaum
e o filho de um régulo (pequeno rei) foram curados (Mateus, 8:5,13; e João, 4:47, 54). Jesus
recomendara, quando esteve entre nós, que curássemos. Dizia ele:
"Curai os enfermos, expulsai os maus Espíritos, dai de graça o que de graça
recebestes." (Mateus, 10:8, Lucas 9,2 e 10:9).
É em cumprimento desse preceito que o Espiritismo, além de ser uma obra de
educação, procura dar atendimento aos enfermos do corpo e da alma, com a ajuda dos
abnegados irmãos espirituais, que se servem dos médiuns passistas, receitistas, doutrinadores e
de todos os que, de boa vontade, trabalham em prol da construção de um mundo melhor.
Sobre a Mediunidade
28
recursos de um médium, para fins ignóbeis ou dignos. A permissão para uns ou para outros
depende do próprio médium.
Designamos “incorporação” o ato de ligação momentânea do espírito ou
personalidade com o duplo etérico do médium, através dos seus chacras.
O médium é um instrumento apenas, uma máquina a serviço da Bondade Divina.
Pode ser uma máquina boa ou má, displicente ou atenta, responsável ou irresponsável,
defeituosa ou afinada, viciada ou correta, e refletirá tão somente o que ele der e fizer de si
mesmo.
Deve estar sempre pronto a descer as escadas e profundezas dos abismos onde
gemem os infelizes que lá se precipitaram, oferecendo-lhes socorro.
Emmanuel explica que: “a missão mediúnica, mesmo tendo os seus percalços e as
suas lutas dolorosas, é uma das mais belas oportunidades de progresso e de redenção
concedidas por Deus aos seus filhos misérrimos”. (“O CONSOLADOR”, Emmanuel, questão
382)
“A mediunidade por si só não basta. Precisamos cultivar a educação mediúnica nos
aprimorando a cada dia, moral e intelectualmente, buscando conhecer através de estudos
sobre o trabalho que estamos prestando. Somente a boa vontade não é suficiente”.
E que: “O maior inimigo do médium reside dentro dele mesmo. Freqüentemente é o
personalismo, a ambição, a ignorância ou a rebeldia no voluntário desconhecimento de seus
deveres à luz do Evangelho, fatores de inferioridade moral, que não raro o conduzem à
invigilância, à leviandade e a confusão dos campos improdutivos.” (“O CONSOLADOR”,
Emmanuel, questão 410)
Assim, sempre que se pensar em mediunidade, deve-se imaginar um sexto sentido
especial, múltiplo, que se manifesta de maneira muito específica – pela visão, audição, olfato,
ou por qualquer forma (externa ou interna) de percepção. Seja qual for o modo com que se
apresente, é, em essência, um sentido do espírito, ainda pouco conhecido e estudado em suas
propriedades reais. Esse sentido especial pode receber e registrar mensagens do mundo dos
espíritos, do mesmo modo que uma ponte estabelece ligação entre margens distantes.
Ainda com relação às faculdades extra-sensoriais existem os “médiuns anímicos”,
de que nos fala Kardec, que com a sua alma entram em contado com a espiritualidade, e
transmitem a mensagem que conversaram ou ouviram dos espíritos comunicantes. Essa
maravilhosa faculdade fez dos homens rudes, entre os judeus bíblicos, os profetas imortais do
Antigo Testamento.
Em alguns casos, a mediunidade representa uma evolução espiritual anterior, isto é,
por esforço próprio, o médium desenvolveu suas faculdades psíquicas em cultos religiosos do
passado.
Tal desenvolvimento acarreta responsabilidades elevadas sob o ponto de vista
espiritual, inerente a própria consciência do que é a vida superior. Se, na presente existência o
possuidor dessa faculdade especial, por orgulho, vaidade ou egoísmo, abastardá-la pelo mau
uso, há de se tornar responsável perante os poderes que governam a evolução do planeta, com
graves conseqüências para o seu progresso espiritual.
29
Alguns mecanismos da Mediunidade
Com relação aos mecanismos da mediunidade, Alexander Aksacof nos informa que
temos fenômenos mediúnicos de três espécies: personímicos(14), anímicos(15) e espiríticos(16).
Os fenômenos mediúnicos-personímicos ocorrem quando são feitas consultas ao
córtex, ou seja, ao arquivo da existência presente. Nesta ocasião são trazidos até à mesa
mediúnica as subpersonalidades e os fatos que apresentam pertencentes à atual encarnação do
atendido. Estas incorporações são vigorosas e apresentam características semelhantes às
apresentadas pela pessoa no seu dia-a-dia, nos hábitos, nas expressões verbais, nos gestos, etc.
Ou seja, o médium reflete o comportamento da pessoa quando incorporado, isso porque a
personalidade sintonizada pertence ao bloco chamado “ego” ou consciência física da pessoa.
Os fenômenos mediúnico-anímicos ocorrem quando a parte consultada é o
subcórtex, o que equivale a dizer, o arquivo das existências pretéritas com a manifestação das
personalidades múltiplas. Os acontecimentos que, desta feita, são relembrados, pertencem,
ainda, ao Espírito da pessoa atendida. Apenas aconteceram em vidas anteriores.
Os fenômenos mediúnico-espiríticos ocorrem, somente, quando existe uma causa
extramediúnica, ou seja, alheia ao atendido. Nesse caso, há, além da consulta aos arquivos do
próprio espírito do atendido, a participação, direta ou indireta de outros Espíritos.
Nesse ponto, vale lembrar orientações básicas dentro do Espiritismo. Os fenômenos
espiríticos não ocorrem isoladamente. Há sempre uma maior ou menor interferência do próprio
sujeito no fenômeno, o que equivale a dizer, ocorrem, concomitantemente, fenômenos
mediúnicos personímicos e anímicos. As vantagens e inconvenientes desse fato estão
examinados e explicados nas obras de Aksacof.
Incorporação
17 Allan Kardec, em, “O Livro dos Espíritos”, pergunta 459 – Sobre a influência dos Espíritos em nossos
31
b) Incorporação de espírito ausente, quando é o médium quem se desdobra e vai até onde o
espírito se encontra, incorporando-o.
Esta última forma de incorporação é semelhante à sintonia dos elementos anímicos,
os quais descrevemos com as denominações de “personalidades múltiplas” e
“subpersonalidades”, desdobrados do bloco de “ego( 18)” da consciência de encarnados. Nos
trabalhos com a técnica apométrica, ocorre grande quantidade desse tipo de incorporação.
Um espírito desencarnado, ao se incorporar, apresenta-se completamente
independente, livre de ligações ou amaras fluídicas com um corpo físico.
O mesmo não acontece com um elemento desdobrado que sempre está preso a um
corpo físico por um cordão chamado “cordão prateado”.
Quando um médium treinado estabelece uma incorporação e temos dúvida se a
mesma é de um espírito presente, de um espírito distante, ou de um elemento desdobrado,
basta focar a mente no espaço onde deve estar localizado o cordão prateado (região da nuca)
(19), e tracioná-lo. Isto pode ser feito através da força mental ou de “pulsos” vibracionais. Se
estiver ligado, o médium acusará imediato desconforto nessa região. Se não houver esta reação
de desconforto na incorporação, a mesma será de um espírito presente ao local físico do
trabalho.
Havendo a reação de desconforto por parte do médium a esse método de
verificação, se a incorporação for de um espírito livre, teremos uma incorporação à distância,
concretizada pelo médium desdobrado.
Precisamos deixar bem claro que incorporações de elementos anímicos, junto ao
médium, por parte de personalidades e subpersonalidades de terceiros, desdobrados, também
podem ser constatadas pelo mesmo método, pois ambas produzem o mesmo tipo de reação ao
se tracionar o cordão prateado.
Portanto, é necessário estudo, muita prática e observação cuidadosa, para se
constatar e se perceber com clareza qual o tipo de fenômeno que estamos presenciando. O
comportamento de um espírito em desequilíbrio, tentado prejudicar uma pessoa, não é
diferente do comportamento de um elemento anímico em desarmonia, ou mesmo de um
elemento personímico, dissociado do bloco de ego ou da proposta encarnatória, por uma
rebeldia qualquer. Portanto, o tratamento é semelhante também.
18 Ego. Em psicanálise ego é a parte da pessoa em contato direto com a realidade, e cujas funções são a
comprovação e a aceitação dessa realidade.
19 Nuca. Anatomicamente, a nuca situa-se na parte póstero-inferior do encéfalo, acima da ponte de Varólio e do quarto ventrículo.
Consiste em um lobo médio e dois laterais. É ligado com as outras porções do encéfalo por três pares de pedúnculos: o superior, ligando-
o com o cérebro; o médio, com a ponte de Varólio; e o inferior, com a medula. Sua função consiste em coordenar os músculos e manter o
equilíbrio do corpo.
32
amplamente distribuídos nas cavidades do organismo. Atua sobre as glândulas, músculos lisos
e músculo do miocárdio. No sistema nervoso vegetativo as sinapses distais se encontram em
gânglios fora do sistema nervoso central, ao inverso do que ocorre no sistema nervoso motor,
onde as sinapses se encontram dentro do sistema nervoso central. Portanto se bloquearmos um
nervo motor teremos uma atrofia do órgão e se bloquearmos um nervo do sistema vegetativo
provocaremos um automatismo do órgão. As funções neurovegetativas são normalmente
executadas de forma automática, sem controle voluntário, mas são funções altamente
coordenadas. De modo diferente do sistema motor somático, as ações do SNV são múltiplas,
distribuídas e relativamente lentas.
Também é nesse sistema nervoso que imediatamente repercutem as nossas emoções
de medo, aflição, preocupação, etc.
Portanto, considerando esses dois fatos conhecidos, podemos concluir que os
sintomas clássicos do despertar da mediunidade de “incorporação” são: súbitas alterações no
funcionamento do nosso sistema nervoso neurovegetativo, por exemplo, respiração ofegante,
palpitação, suor frio ou quente, angústias, ansiedades, tristezas, etc. Quando e enquanto a
pessoa (médium) toma passes magnéticos e principalmente mediúnicos, tem momentos de
semiconsciência e/ou a sua cabeça e/ou todo o seu corpo físico fica balançando. Sintomas estes
que, após a mediunidade de “incorporação” ter se desenvolvido satisfatoriamente,
desaparecem.
Este importante assunto, por ser muito amplo e profundo, deveria ser mais
detalhadamente estudado, mas se fosse, não caberia em nossa apostila. De qualquer forma,
todos os nossos pensamentos, palavras, sentimentos, emoções e ações, produzem, alimentam e
temperam as nossas energias físicas e extrafísicas, formando o nosso campo magnético. Isto
influencia poderosamente a qualidade do nosso trabalho mediúnico.
Numa primeira hipótese (excelente): se, na maioria das vezes, os pensamentos
palavras, sentimentos, emoções e ações do médium são positivos e potentes (calma, alegria,
bom humor, simpatia, fraternidade, solidariedade, honestidade, lealdade, etc.),
conseqüentemente o seu campo magnético será positivo e potente, facilitará a incorporação ou
a sintonia do seu guia e também dos socorridos.
Na segunda hipótese (péssima): se, na maioria das vezes, os pensamentos do
médium, palavras, sentimentos, emoções e ações são negativos, mas igualmente potentes
(raiva, ódio, tristeza, mau-humor, antipatia, mágoa, ciúme, rancor, cólera, desonestidade, etc.),
conseqüentemente o seu campo magnético será muito negativo e potente, e prejudicará a
incorporação ou a sintonia do seu guia e também dos socorridos. Espíritos, para se
“incorporar” em médiuns, precisarão entrar em contato direto com as energias do seus campos
magnéticos, as duas hipóteses anteriores implicam no seguinte:
Se o campo magnético do médium estiver positivo e potente, além de auxiliar a
incorporação, as energias positivas e potentes do seu campo magnético facilitarão ao guia a
bem executar seu trabalho, auxiliando o médium, enquanto ele estiver “incorporado”.
Por outro lado, se o campo magnético do médium estiver negativo e potente,
dificultará e até impossibilitará o auxilio do guia mediúnico. Além disso, enquanto o guia
estiver “incorporado”, as energias negativas e potentes do campo magnético do médium,
dificultarão o seu trabalho.
Assim sendo, um bom médium de “incorporação” deve ter as seguintes metas, nas
24 horas do seu dia-a-dia:
33
Empenho máximo em gerar a menor quantidade possível de energias negativas,
principalmente as potentes (raiva, ódio, tristeza, mau-humor, antipatia, mágoa, ciúme, rancor,
cólera, desonestidade, etc.).
Empenho máximo em gerar a maior quantidade possível de energias positivas e
potentes. Por exemplo, energia de calma, alegria, bom humor, simpatia, fraternidade,
solidariedade, honestidade, lealdade, etc.
34
Para o bom desempenho do mandato mediúnico
Mediunidade descontrolada
35
Se no animismo descontrolado a pessoa se compraz em manifestar suas próprias
engendrações, fingindo receber mensagens de espíritos desencarnados, na mediunidade
descontrolada ela não tem condições de controlar os impulsos psicomotores, por vezes
agressivos, que recebe do mundo astral. Seja por educação mediúnica inadequada, seja por
desequilíbrio em seu psiquismo, o sensitivo não consegue equacionar com justeza as
manifestações e entrega-se inteiramente aos espíritos inferiores, que dele se apossam e
abusam.
As manifestações descontroladas apresentadas por esses médiuns revelam a
presença de obsessores poderosos e odientos, perseguindo o médium e aproveitando toda
oportunidade para dele se apossar, na tentativa de destruí-lo. Esse fenômeno pode levar o
médium ao total descontrole e desequilíbrio psíquico, com sério comprometimento da
personalidade.
Disso, bem se pode depreender, que a prática da mediunidade exige atenção
especial.
O desenvolvimento da mediunidade deve envolver cuidados especiais, pois o
médium, normalmente, contata espíritos de grau evolutivo inferior, porém, muitos deles
desenvolveram grandes poderes mentais. E, ao se verem contidos em suas pretensões na mesa
mediúnica, e sem poder agredir seus desafetos, tentam se voltar contra o médium, envolvendo-
o em campos magnéticos adversos.
O médium, portanto, deve vigiar constantemente seus comunicantes, procurando
sentir-lhes as vibrações, contendo-os em seus arroubos agressivos e cedendo seus recursos na
exata medida, apenas o suficiente para a manifestação do espírito comunicante. Tudo que vem
do mundo invisível deve ser avaliado e filtrado pelo médium, que deve manter o compromisso
com a verdade e autenticidade.
O tratamento da mediunidade descontrolada resume-se nestas providências:
Primeira – suspender temporariamente o contato com o mundo espiritual e reduzir o mais
possível à atividade dos chacras, sobretudo o frontal, o cardíaco e o esplênico.
Segunda – sendo possível o aproveitamento do médium em tarefas futuras, colocá-lo numa
escola para médiuns para que estude, sistematicamente, as bases da doutrina espírita
e inicie a prática dos contatos progressivos e controlados com os espíritos.
Terceira – uma vez educado o médium, colocá-lo em trabalhos regulares de socorro
mediúnico, para encarnados e desencarnados.
36
campo de força. O fato não apresenta gravidade, mas, se não for conhecido, poderá causar
temores.
Esse fenômeno tem duas causas distintas que são: a) ação, influência ou atração do
espírito comunicante, negativo ou positivo. b) leviandade do médium, que por curiosidade,
voluntariamente, deseja saber onde o comunicante habita ou é levado, acompanhando-o. Essa
atitude por parte dos médiuns revela certa imaturidade e indisciplina, que não se coaduna com
a natureza do trabalho.
Somente a ordem, a disciplina e a responsabilidade conseguem conduzir a bom
termo qualquer trabalho, principalmente, os trabalhos espirituais que, por sua própria natureza,
exigem constante atenção e vigilância do dirigente ou operador, e, também – em especial – por
parte dos médiuns, dos quais dependem por completo as tarefas a serem executadas.
Daí a importância do estudo que mantém o trabalhador informado, eliminando
curiosidades vazias e aventuras imprudentes no astral. Normas de segurança e disciplina, se
violadas, podem comprometer as tarefas, invalidando planos de trabalho penosamente
elaborados.
Questões diversas
A Mediunidade.
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Existem, ainda, outras conseqüências resultantes do mau exercício do Mandato
Mediúnico, e, mais ainda, da recusa do médium exercer a sua mediunidade. Cada Mandato
Mediúnico é o elo de uma corrente de trabalho espiritual que compreende as correntes de guias
mediúnicos e também de outros médiuns que reencarnaram fazendo parte dessa equipe e
programa, e que dependem da colaboração do trabalhador rebelde. Em outras palavras, a má
condução ou recusa da mediunidade implica em graves e sérios prejuízos ao trabalho do bem
aqui na Terra. Então, o Mandato Mediúnico deve ser exercido com boa vontade, amor,
fraternidade, solidariedade, dedicação, responsabilidade e alegria.
Compromissos materiais e obrigações com família são inerentes a todos aqueles que
nascem no planeta, sejam médiuns ou não. Somente os espíritos superiores, que baixaram ao
planeta em condições especiais, missionárias, podem definir com mais clareza se desejam
assumir outras obrigações familiares como casar e ter filhos, ou se desejam dedicar suas vidas
ao exercício da mediunidade. Os demais, portadores da mediunidade, mas que não estão em
missão mediúnica, mas que desejam assumir e bem cumprir o seu Mandato Mediúnico, devem
fazer dentro do possível, nas suas horas vagas, ou nos momentos permitidos pelas obrigações
profissionais e familiares, já que obrigações sociais podem ser substituídas de todo ou em
parte, vantajosamente, pela dedicação ao trabalho fraterno. No entanto, o bom médium sempre
se empenhará em organizar sua vida de modo à reservar um tempo para seu trabalho espiritual.
O desenvolvimento da mediunidade.
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Mesmo assim, como recurso auxiliar, visando minorar as dificuldades iniciais dos
interessados, além da orientação adequada, os candidatos devem receber passes magnéticos ou
mediúnicos pelo menos duas vezes por semana, que facilitam, ajudam e estimulam o sadio
desenvolvimento da mediunidade.
Através da mediunidade pode um médium interagir não só com espíritos
benfeitores, mas também com espíritos perturbadores, espíritos perturbados, espíritos
sofredores, e também os elementos anímicos denominados “personalidades múltiplas“ e os
elementos personímicos denominados “subpersonalidades”, ambos desdobrados da
consciência. Podemos sintonizar ainda, como se fosse uma incorporação, corpos, níveis e
subníveis, que são elementos desdobrados do Agregado Periespiritual.
A título de alerta, lembramos que, para ocorrer uma incorporação ou sintonia de
“guias espirituais” (mentores) que se apresentam, depende de vários fatores, tais como
afinidade entre o médium e os guias, preparo do médium e necessidade específica de trabalho.
E normalmente essas incorporações servem para nos auxiliar e nos orientar em momentos de
necessidade.
Módulo IV
39
Comportamentos prováveis das Personalidades Múltiplas
Sintomas que geram
O conceito de Subpersonalidades
Gênese das Subpersonalidades
Propriedades das Subpersonalidades
Funções das Subpersonalidades
Comportamentos prováveis das Subpersonalidades
Sintomas que geram
Os “eus” (personalidades múltiplas e subpersonalidades) e suas leis
Ainda sobre os desdobramentos e dissociações
O comportamento inconseqüente
A Terapêutica goética
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dizer que Persona é a “casca” de apresentação que construímos para nos apresentar em cada
existência terrena.
O homem é um espírito corporificado que comanda uma estrutura orgânica capaz de
possibilitar-lhe a manifestação na dimensão física. O espírito é a essência imaterial e, para
manifestar-se aqui no plano físico, precisa construir um envoltório que lhe permita agir sobre a
matéria. A experiência terrena com suas infinitas possibilidades, lhe é necessária. Somente no
mundo da matéria densa pode viver experiências e desenvolver percepções únicas que não lhe
seriam possíveis no mundo espiritual. Pode também desenvolver níveis de entendimento
e mecanismos que lhe permitem alcançar patamares mais altos na escala evolutiva.
Em nosso entendimento, atributos como a paciência, a generosidade e a
complacência seriam difíceis de desenvolver fora da matéria, dada a sutileza dessas
dimensões. Assim, vamos construindo nossa persona de acordo com as circunstancias e
interesses imediatos, reforçando ou aperfeiçoando nossos aspectos negativos e positivos, até
que o ser acorde para a luminosa sabedoria angelical.
Jesus, o maior conhecedor da alma humana, nos alertou que “onde estivesse nosso
tesouro lá estaria o nosso coração”. Então, nossos apegos fazem com que as personagem que
animamos tenham uma grande sobrevida após o desencarne, podendo permanecer, alcançar e
influenciar as futuras encarnações. Essas personalidades costuma permanecer aferradas aos
hábitos e posses do passado, embora em cada encarnação o espírito refaça seus projetos de
aprimoramento. Assim, mesmo estando submetidos a Lei da Evolução, nossas personas,
focadas em seus interesses passados, ficam contrariadas e reagem aos projetos e condições da
vida atual.
Um espírito que existiu em determinada época histórica e conquistou grande poder e
domínio, pode ter dificuldades de aceitar uma existência mais simples, na qual conhecerá a
obediência e a subalternidade. Então, a personalidade acostumada ao domínio de outra época,
pode aflorar e se insurgir, tentando modificar o seu estado e driblar as leis maiores que regem
os destinos dos homens, podendo até inviabilizar a presente encarnação, na esperança de
conseguir o seu intento.
Nos capítulos referentes ao estudo sobre essas personalidades, enfocaremos o
assunto de diversas formas, sob vários pontos de vista, visando o mais completo entendimento,
dada a grande necessidade que os terapeutas do psiquismo têm de entender o assunto.
No filme “As Três Faces de Eva” é apresentado um caso onde uma mulher
costumeiramente submissa (Eva), deixa aflorar uma outra personalidade extrovertida e
volúvel. Depois de um tratamento através de hipnose, desaparecem as duas primeiras
personalidades, e aparece uma terceira que estava eclipsada e que era a sua verdadeira
personalidade. Deixando claro que Eva, nem sequer Eva era.
Os profissionais da saúde nas áreas do psiquismo, ainda se debatem tentando
entender a gênese das personalidades múltiplas e as suas propriedades. Para alguns
profissionais, o fenômeno é um mecanismo de defesa da consciência que cria ou acorda as
personalidades alternativas, para enfrentar situações que normalmente não seriam suportadas.
Para outros, as personalidades são criadas pelos próprios terapeutas.
Evidentemente, nós entendemos que é muito difícil para um psiquiatra, psicólogo,
médico ou terapeuta materialista que, por convicção religiosa, filosófica ou ceticismo, que não
aceita a realidade das existências sucessivas, conceber a dissociação de personalidades. No seu
modo de entender e de pensar, só pode haver uma dissociação de identidade, dado que um
individuo não nasce com mais que uma personalidade. Então, para atender esta classe de
profissionais, criou-se o “Distúrbio Dissociativo de Identidade”, com a sigla DDI. Já para os
terapeutas, psiquiatras, médicos e psicólogos reencarnacionistas, a formação ou o surgimento
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das personalidades múltiplas, anômalas ou periféricas, é perfeitamente concebível, possível e
normal, porque o paradigma que lhes orienta a visão e a pesquisa, vai além das acanhadas
fronteiras da materialidade. De qualquer forma, tanto em um grupo quanto em outro, existem
estudos de casos de pessoas com duas e até dezenas de personalidades ou de identidades
diferentes. Porém, a quantidade de elementos dissociados não é o fator determinante do
diagnóstico da Dissociação Múltipla de Personalidade, mas sim a desconexão de certos
aspectos da identidade da pessoa, que a coloca em condição patológica. Por esta razão, o nome
do distúrbio das personalidades múltiplas passou a ser classificado com “distúrbio dissociativo
da identidade” (DDI). Conceituado pela Associação Psiquiátrica Americana em 1980 como “A
existência dentro de um indivíduo de duas ou mais personalidade distintas, cada qual
dominante por período de tempo não determinado. A personalidade dominante é a que
determina o comportamento do indivíduo. Cada personalidade individual é complexa e
integrada a seu padrão de relações sociais. (...) Geralmente a personalidade original não tem
conhecimento da existência das outras personalidades.”
William James (1842-1910) e mais tarde Jung as observaram em seus estudos e
pesquisas. Cada personalidade é completa, com suas próprias memórias, comportamento e
gostos, diferem de forma bastante elaborada e complexa. São independentes umas das outras,
têm, freqüentemente, comportamentos e até polaridades sexuais opostas. Em alguns casos, há
completo bloqueio de memória entre as personalidades. Noutros, há conhecimento e até
interação entre umas e outras. Por isso, surgem as rivalidades, as fraternidades, e até um
dominador entre elas, formando as linhas de desarmonia com comandada por uma ou mais
personalidades principais. O observador externo que desconheça essa realidade, não notará
nada de anormal com pessoas dissociadas.
Além dos estudos e observações de nossas equipes mediúnicas sobre os elementos
anímicos e personímicos, também o “Centro de Apometria Amor e Caridade” e o “Grupo de
Apometria Fellermon”, da cidade de Campinas, São Paulo, juntamente com seus mentores,
vêm observando e tratando os contextos psíquicos dos atendidos com resultados positivos,
embora as diferenças na forma de interpretá-los e tratá-los. Porém, ao nosso ver, não diferem
as propriedades e nem os significados.
Segundo eles, o que denominamos de “personalidades múltiplas” e
“subpersonalidades” negativas, são interpretados por eles como projeções oriundas de vidas
passadas ou presente, provenientes de informações (dados, registros ou memórias) da
experiência particular de cada ser, com tendência a se inserir na realidade que vivencia.
Esses dados, registros ou memórias, podem se agrupar, interagir ou se unir, criando
e projetando novas realidades não suspeitadas que os insere em determinados contextos, ou
que são acessadas por sua consciência de vigília. Enquanto não são incorporados no “eu”,
esses registros e realidades criadas flutuam perturbadoramente em sua "volta", como que
atraídos ou imantadas pela "carga" de um magnetismo central.
Tais conjuntos flutuantes são denominados de projeções ou “memórias decorrentes”,
por não se encontrarem ainda integradas ao "eu". Quando estabilizados e integrados, tornam-se
“memória presente”, disponível na constituição da personalidade real.
Com relação ao tratamento empregado para essas memórias perturbadas, pelos
grupos referidos, busca-se dispersar as projeções (“memórias decorrentes”), focalizando-se a
atenção nas “memórias presentes”, de onde surgem os males mais comuns que afetam a todos
nós.
De qualquer forma, ao se dispersar as “memórias decorrentes”, está sendo dada
atenção e tratamento ao que chamamos personalidades periféricas, que se forem deixadas de
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lado sem tratamento adequado, podem nos surpreender galgando posições anteriormente
ocupadas pelas personalidades dominantes.
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Em nova encarnação, poderá “acordar” vigorosa e influenciar a personalidade em
construção, tornando-se mais uma Personalidade Múltipla. Mas, essa personalidade pode,
também, permanecer “hibernada” “dentro” do bloco de consciência, conforme a necessidade
de evolução ou a capacidade de resolução que tenha o espírito, até que algo a desperte.
Quando desperta, pode tornar-se mais ou menos ativa, reativa, cooperadora, omissa
ou antagônica, dificultando ou facilitando a construção da individualidade.
Um dia, num prazo indeterminado, pois que isso depende de diversas circunstâncias
que podem depender ou não do interessado, pode se integrar totalmente à personalidade
cósmica ou individualidade eterna, abrindo mão dos individualismos gerados pela existência
vivida, com seus vícios, equívocos, traumas e apegos.
É impossível determinar o seu número, dado as inúmeras possibilidades de eclosão,
e também porque não sabemos quantas existências tivemos e em quais tivemos eventos que
devem ser revistos e reinterpretados.
Podem se integrar por orientação (doutrinação) de um encarnado; por orientação de
um espírito; por influência de outras personalidades do mesmo agregado; quando se dão conta
do equívoco em que vivem; ou quando entram em colapso por falta da energia que as alimenta.
Na realidade, a verdadeira integração ocorrerá quando adquirirem consciência de
sua realidade psíquica e de sua destinação espiritual, daí sim, fundir-se-ão na personalidade
atual, e depois, na individualidade eterna.
Em alguns distúrbios do psiquismo como no caso das depressões, antes da fase mais
aguda da doença, a gênese das personalidades múltiplas pode ser detectada. O doente
apresenta insatisfação com a vida, desencanto em relação ao viver, insatisfação em relação ao
si, descontentamento com a aparência, dificuldade de memorização, dificuldade de
concentração, impulsos agressivos, revolta surda (raiva, ódio ou rancor recalcado), irritação,
silenciar dos anseios, desprezo propositado pela realidade e ao mundo que considera hostil.
As causas prováveis de sua eclosão provém, quase sempre, de existências passadas:
na repressão dos desejos, na insatisfação ou desmandos na área sexual, nas perdas de afetos
não digeridas, nas perdas de patrimônios, nas perdas de objetos de estimação ou valores
monetários, na autopunição, na frustração, na rejeição dos familiares, nos preconceitos, no
suicídio, nas fugas de responsabilidades ou nos vícios, etc, provocando a degeneração do
intercâmbio entre ego e “self” (auto-obsessão), facilitando as obsessões, as parasitoses e
doenças em geral.
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com outras personalidades, com encarnados. Rejeitam a sua nova personalidade encarnada, a
nova família, ou as novas condições de vida.
Podem gerar problemas das mais variadas ordens porque extraem energia do próprio
corpo físico e também do agregado periespiritual.
O processo de associação com outras “personalidades” semelhantes pode torná-las
mais vigorosas, positiva ou negativamente.
As “personalidades múltiplas” podem ter muita ou pouca noção de si mesmas e de
suas possibilidades, e podem agir com relativa ou total independência.
Vivem “dentro” ou “fora” de nós, como se fossem outras pessoas ou parte delas.
Podem potencializar-se ao apegar-se em aspectos negativos de outras encarnações
ou alimentar-se de pensamentos, sentimentos, vícios ou emoções negativas geradas em
momentos traumáticos vividos durante a atual encarnação.
Muitas vezes são mais inteligentes do que a própria personalidade encarnada, ou até
mesmo do que os doutrinadores e os terapeutas que tentam neutralizá-los. Daí a dificuldade
com a terapêutica psicológica, medicamentosa e mesmo a medianímica ou espiritual.
Ainda que por óticas diferentes, foram observadas e estudadas por pesquisadores
como Pierre Janet em 1898, quando, inclusive chegou a propor um modelo dissociativo da
psique, defendendo a idéia de que “a consciência pode dividir-se em partes autônomas, de
sofisticação e abrangência variadas”.
Jung ampliou este estudo, ao tratar o que ele denominou de complexos. Entendia ele
que: “os vários grupos de conteúdos psíquicos ao desvincular-se da consciência, passam para
o inconsciente, onde continuam, numa existência relativamente autônoma, a influir sobre a
conduta".
“A psiquê, tal como se manifesta, é menos um continente do que um arquipélago,
onde cada ilha representa uma possibilidade autônoma de organização da experiência
psíquica”.
As personalidades múltiplas, quando possuem conhecimentos iniciáticos, têm ainda
a propriedade de agir ocultamente, de forma a dificultar sua identificação e não serem
percebidas pela consciência de vigília ou pelos terapeutas que procuram identificá-las.
Quando são negativas, denominamo-as de pseudo-obsessores, de personalidades
parasitas, de personalidades omissas, de personalidades vingativas, de personalidades ociosas,
de personalidades doentias, de “lado ruim”, e resíduo de personalidade, de extrato de memória,
etc. Procuram distorcer os propósitos dignos e éticos, tentando levar a pessoa aos vícios e aos
comportamentos desequilibrados.
Quando positivas chamamos de personalidades alimentadoras, personalidades de
base, personalidades guias, personalidades mentoras, etc. Procuram guiar a consciência
encarnada, “ego”, para os aprendizados produtivos, para a moral e os bons costumes, para a
ética e a religiosidade, para a fraternidade, o amor e as grandes realizações. Representam a
conhecida “voz da consciência”.
Suas prováveis funções, mesmo que isso pareça uma anomalia, são: agir, reagir ou
interagir, individualmente ou em grupos, de forma integradora ou desintegradora, entre seus
pares, dentro e fora do campo vibracional dos corpos, níveis e subníveis, provocando reações
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positivas ou negativas em todo o cosmo consciencial (pensamentos, idéias, emoções,
sentimentos, etc), visando seu constante aprimoramento, e conseqüentemente o aprimoramento
do espírito.
Juntas formam, aparentemente, o bloco de consciência física ou “ego”, conservando
os atributos que lhes são inerentes juntamente com o aprendizado de suas experiências.
Agrupam-se por afinidade ou interesse.
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permanecerem ocultadas por razões de programação encarnatória, de rebeldia, de covardia, de
incapacidade administrativa ou de ignorância.
Mas a reativação dessas memórias sempre ocorre em momento propício, oportuno,
quando a consciência vibra em freqüência evolutiva mais alta, quando já tem mais facilidade
de compreensão e de entendimento, quando o enfrentamento das dificuldades que essas
memórias trarão, pode ser feito de forma orientada, proveitosa e inteligente.
A compreensão de tudo isso vai depender da nossa capacidade de perceber essa
realidade e de aceitá-la, mas, o nosso entendimento e nossas reações sobre o assunto, podem
variar, infinitamente, dependendo da nossa índole psicológica, dos nossos conceitos ou
preconceitos, do nosso enfoque e das nossas idiossincrasias.
Os corpos com seus níveis e subníveis não são as experiências nem as informações.
São decodificadores dos impulsos do espírito, gerenciam as experiências e aprendizados, retém
as informações do passado e também as do presente.
Então, quando uma personalidade múltipla se desdobra, se dissocia e se projeta à
distância, comporta-se como se fosse uma outra pessoa, apegada em algum trauma, doença,
vício, hábito, título, bem, propósito, conceito ou preconceito.
Quando apegada em um aspecto negativo sob o impulso de uma determinada
experiência, de experiências de uma ou mais existências, acordadas por eventos traumáticos
ocorridos durante a atual encarnação, podem gerar distúrbios de variada ordem. Quando
cindidas do bloco de ego, comportam-se como se estivessem esquecidas da desencarnação
sofrida no passado. Discutem, defendem supostos patrimônios, teses e postulados. Fazem
planos, agem e não se dão conta de que não têm um corpo físico totalmente ao seu dispor,
como é o caso da personalidade encarnada, mas, apenas, estão ligadas a um, e também, a uma
personalidade encarnada.
Muitas vezes, apresentam-se angustiadas, agressivas, vingativas, arredias e não
entendem porque têm de permanecer ligadas a uma pessoa diferente (nova personalidade
física). Por isso, atacam-na, ironizam-na e a rejeitam.
Existem também as que se apresentam plenamente conscientes de sua condição,
como também as plenamente inconscientes. Umas tantas são simplórias, viciosas, confusas e
perturbadas, outras são arrogantes, ignorantes, orgulhosas, soberbas e maldosas. Não se
integram a atual personalidade por que não querem ou não sabem o que está acontecendo.
Opõem-se à polaridade sexual da nova personalidade encarnada, rejeitando e criando sérias
dificuldades. Dificultam a infância, a maturidade, a velhice, a aparência, a família ou a
condição social. Boicotam profissões, criam dificuldades de toda a ordem, chegando a levar o
encarnado a comprometer o empreendimento encarnatório, etc.
Muitas permanecem adormecidas por séculos até que algo as ative, ou então, a
própria necessidade evolutiva da pessoa as despertará para que ressignifiquem seus
conhecimentos e conteúdos conscienciais.
Através de orientação podem se redirecionar ou se integrar ao bloco de “ego”. Ou
então, diante de atitudes positivas da consciência física entram em colapso, anulando-se ou se
integrando as atividades progressivas da consciência física ou da consciência espiritual.
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aprendizados, provocar desentendimentos, estimular comportamentos e viciações. Muitas,
rebelam-se, frustram-se, reagem, interferem, afastam-se ou associam-se a outras
personalidades ou a espíritos negativos em prejuízo da saúde física ou psicológica, drenando a
economia energética dos encarnados. Prejudicam a proposta encarnatória, atacam familiares,
colegas de trabalho, vizinhos, conhecidos ou desconhecidos.
As personalidades múltiplas viciadas, podem impulsionar a personalidade física a
ligar-se a um vício, visando à satisfação de suas necessidades. Muitas vezes ocorre, também,
de elas se ligam a terceiros, encarnados, em processo de simbiose, quando esses atendem suas
necessidades. Assim, o encarnado viciado, pela sua imprudência e incúria, passa a pagar a
conta de outro encarnado, ao manter o seu vício, juntamente com a manutenção do próprio,
tendo sua necessidade de satisfação do vício, duplamente aumentada. Age inconscientemente,
atendendo o domínio oculto do outro.
Terapeuticamente, interessam-nos os seus defeitos, comportamentos, distúrbios e
sintomas, que se apresentam em forma de traumas, melindres (recalques), medos, postulados,
apegos (hábitos), etc.
O conceito de Subpersonalidades.
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Os efeitos de suas ações são bem conhecidos e visíveis, dependendo do grau de
periculosidade que possuam. Se não soubermos lidar adequadamente com elas e neutralizá-las,
da mesma forma como se fossem espíritos libertos da carne, podem até nos prejudicar
seriamente.
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potencialidades, conduzindo-o ao patamar em que se encontra. Então, consciente e iluminado,
não mais necessita da dor e nem da autopunição para dar satisfações a si mesmo ou a
consciência cósmica, porque já compreendeu que só o amor em forma trabalho fraterno, e nas
demais formas, é que lhe proporcionarão a felicidade buscada. Nesse estágio, compreende que
a vida com seus desafios é esquema divino destinado a despertar em seus filhos as suas
consciências adormecidas, e tirá-los da ignorância em que estagiam.
Assim, as subpersonalidades despertas precisam de tratamento adequado, mas isso
depende de diversas circunstâncias, que também dependem do interessado, para que possam
ser reintegradas.
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revelia de meus propósitos e vontade, e que as doutrino e as reacoplo quando percebo os sinais
de suas ações.
No meu trabalho medianímico, e também profissional com TVP (Terapia de Vida
Passada), observo-as constantemente. É comum quando estou no consultório atendendo a um
paciente, ocorrer a aparição de subpersonalidades de familiares do mesmo, desdobradas e
preocupadas com o que ele está fazendo ali. Às vezes, essas subpersonalidades mostram-se
contrariadas com o trabalho terapêutico que seu familiar está fazendo. E, por preconceito
religioso ou descrença, tentam criar perturbações, fazendo com que o terapeuta tenha que
neutralizá-las.
O tratamento das subpersonalidades negativas geralmente ocorre no trabalho de
doutrinação nos núcleos de trabalho medianímico através da incorporação, no tratamento de
seus “egos” nos consultórios psicológicos, ou no trabalho de evangelização nas casas espíritas,
igrejas ou templos religiosos.
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elo fluídico, energético, cordão ou fluxo de energia, da mesma forma que as personalidades
múltiplas ou elementos anímicos.
Comportam-se sob o influxo das mesmas influências que gerenciam a personalidade
física, reforçada pela energia oriunda da reação gerada pela contrariedade que lhe deu origem.
Uma personalidade física atenta, esclarecida e inteligente, promoverá uma condução
proveitosa, visando a reciclagem e o melhoramento das experiências registradas no dia-a-dia.
Dará um significado positivo a cada uma dessas experiências e aceitará com tranqüilidade as
contrariedades, as afrontas e as frustrações a que for submetida. Controlará os desejos mais
vigorosos modulando suas vontades para evitar comprometer-se negativamente. Assim, evitará
a gênese e a manutenção desses elementos (personalidades múltiplas e subpersonalidades), por
estar consciente de seu papel de gerenciadora dos “programas da vida” e impulsionadora dos
aprendizados no campo físico.
Já uma personalidade física ardilosa, calculista e cruel, poderá formar
subpersonalidades extremamente perigosas, sem que ninguém se dê conta, já que essas pessoas
conseguem ocultar suas qualidades negativas, pelo domínio pleno das emoções, e pelo forte
poder de vontade. Uma pessoa com esse perfil, pode mascarar uma aparência correta, gentil e
afável, se isso lhe interessa, mas, simultaneamente, pode estar agindo com um sentimento de
agressividade, crueldade, ironia e incorreção na essência.
Pessoas com essência negativa albergada no psiquismo, podem não revelar nem
deixar transparecer essa essência no campo externo, porque desejam permanecer ocultadas e
passar despercebidas, parecendo inofensivas, calculadamente. Ou ainda, porque essa essência
foi reprimida e rechaçada pela vontade disciplinada e poderosa, enquanto não houver um
deflagrador que a revele. Mas, podem revelar-se ante uma provocação mais intensa ou
contundente, e mostrar toda a sua crueldade, através de atos concretos e objetivos, ou através
de ações subjetivas, como a produção de subpersonalidades vigorosas, cruéis e vingativas ou
de emanações mentais destruidoras. Lembremos os inúmeros esclarecimentos dessa ordem,
grafados na obra “Entre a Terra e o Céu”, do Espírito André Luiz, psicografada por Francisco
Cândido Xavier.
A correção e o desaparecimento desses elementos desdobrados dar-se-á no
momento em que o ser, começa a tornar-se consciente, quando começa a evangelizar-se, a
vibrar em freqüência evolutiva mais alta, enfrentando com o amor-compaixão o “si mesmo”,
os seus defeitos, orientando-se, proveitosa e inteligentemente.
Da mesma forma que nas personalidades múltiplas, essa correção dependerá da
índole psicológica de cada um, das suas idiossincrasias, conceitos e preconceitos. Dependerá,
ainda, da aquisição de conhecimentos suficientes para perceber essa realidade, de capacidade
de aceitá-la com humildade, da sua capacidade de ação auto-enfrentamento, para encará-la
com determinação e disciplina.
Assim, quando uma subpersonalidade se desdobra e se projeta à distância, movida
por um trauma qualquer, comporta-se como se fosse outra pessoa, apegada em algum
postulado, idéia, vício, propósito, conceito ou preconceito, podendo gerar distúrbios de variada
ordem. Discute defendendo posições, teses e postulados. Planeja e age, às vezes, sem se dar
conta de que faz parte de uma consciência encarnada.
Muitas vezes, apresenta-se angustiada, agressiva, vingativa, arredia e não entende
porque a pessoa física, sua própria parte encarnada, não tomou determinada atitude. Por isso, a
ataca, a ironiza e a rejeita, desqualificando-a.
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As subpersonalidades, dissociadas, podem criar confusões de toda a espécie,
dificultar ou destruir relações afetivas, dificultar aprendizados, provocar desentendimentos,
estimular comportamentos e viciações, rebelar-se, frustrar-se, reagir afastando-se ou interferido
prejudicialmente na vida da pessoa ou de outras pessoas. Dificultam a concentração,
atrapalham o sossego, perturbam o sono, provocam dores, desconfortos e angústias.
Confundem as idéias, deturpam os pensamentos, geram desejos inferiores, desalinham
sentimentos, debilitam a vontade, enfraquecem o poder de decisão, produzem comportamentos
inadequados, modificam a aparência, tornam incoerentes as atitudes, etc.
Prejudicam a proposta encarnatória, atacam familiares, colegas de trabalho,
vizinhos, conhecidos ou desconhecidos.
Podem também se ligar a terceiros, em processo de simbiose, quando o terceiro
atende suas necessidades. Nesse caso, tanto a própria personalidade hospedeira quanto a
personalidade do dissociado que gerou o hóspede podem ser influenciadas e perturbadas por
essas subpersonalidades dissociadas.
Em certos distúrbios do psiquismo, como é o caso das depressões, esses sintomas
são bem visíveis e aparecem muito tempo antes da fase mais aguda da doença. A gênese das
subpersonalidades pode ser percebida na insatisfação em relação ao si, nos impulsos
agressivos, na revolta surda (raiva, ódio ou rancor recalcado), na irritação, no silenciar dos
anseios e no desprezo propositado pela realidade e ao mundo que considera hostil.
As causas prováveis podem provir, ainda, de insatisfação na área sexual, perdas
inevitáveis de afetos, perdas de objetos de estimação ou valores monetários, autopunição,
frustração, rejeição dos familiares, etc.
Primeira lei
21 Primeira Lei - Essa lei, como as demais, deve ser melhor estudada, pesquisada e desenvolvida, pois encerra potencial que nem
imaginamos.
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Essa Lei é dividida em duas partes:
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atenção para os danos causados pelos processos de dissociação desarmônica de personalidades
e subpersonalidades. Elas necessitam estar acopladas, associadas e coesas.
Segunda Lei
Esta lei não precisa de maiores explicações, pois, como sabemos, tudo o que se
“desdobra” desarmonicamente, deve retornar a condição de “dobrado”, harmonizado. E tudo o
que se “dissocia” desarmonicamente, deve retornar a posição harmoniosa de “associado”. E,
tudo o que se associa ou se agrupa de forma desarmônica, indevida, deve retornar a posição
anterior, de harmonia e equilíbrio.
Terceira Lei 22
22 Terceira Lei - Esta Lei deve ser a última deste ciclo de conhecimento. É extremamente complexa e ampla. Traz grandes revelações.
E vai transcorrer muito tempo até que ela seja totalmente compreendida e aproveitada em toda a sua potencialidade.
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experiências ocultadas da consciência física. Conforme Irmã Teresa, as dissociações
traumáticas ocorrem em algumas circunstâncias, como nos desencarnes por acidente aéreo ou
mesmo automobilístico, onde a pessoa percebe antecipadamente o que vai acontecer. O pânico
em relação ao momento da tragédia e o medo da morte ou da dor, o desespero durante a rápida
vivência desse momento angustiante, gera uma espécie de fuga dos níveis e das
personalidades, como se pudessem desligar-se do corpo físico que é, na realidade, quem
sofrerá o impacto mais forte e doloroso. Então, em tese, primeiro ocorreria o desdobramento
da criatura (corpos) e depois a dissociação dos níveis, subníveis e personalidades, provocando,
muitas vezes, o desmaio da consciência física, ou da consciência (personalidades) que estava
ligada ao corpo físico antes do desencarne, por tempo prolongado.
Ainda, segundo Irmã Teresa, isso mostra claramente que os corpos com seus níveis
fazem parte do agregado e estarão sempre ligados entre si e, temporariamente, ao corpo físico.
Podemos imaginar isso da mesma forma que imaginamos uma pessoa colocando a mão em
uma armadilha perigosa, mas que ela ainda desconhece. Ao sentir o perigo ou que algo ruim
pode acontecer, por automatismo, instinto e medo da dor, tende a um imediato recuo da mão,
tentando escapar e afastar-se da armadilha. No caso, o braço e a mão não podem ser
dissociados ou desdobrados das demais partes do corpo, como os corpos e níveis, dado que a
mão e o braço vibram em igual freqüência que a armadilha, e no mesmo comprimento de onda,
emboscados pela mesma coesão molecular. Já entre os corpos e níveis existem grandes
diferenças vibratórias com comprimentos de onda diversos, o que faculta essa dissociação,
como se fosse algo elástico, mas com a propriedade de se tornar mais elástico, na medida em
que aumenta a freqüência. Mas corpos, níveis e subníveis agem por automatismo e por
controle da consciência. Já a consciência se compõe de personalidade física, lúcida, que dirige
grosseiramente o corpo físico e personalidades múltiplas e subpersonalidades que influenciam
vigorosa, porém, sutilmente a personalidade física, ditando comportamentos e fazendo surgir
sintomas, doenças, desarmonias e impulsos de toda a ordem.
Conforme os estudos do Espírito André Luiz, através da psicografia de Chico
Xavier, o espírito ainda é um grande desconhecido, repleto de novas potencialidades a serem
descobertas e desenvolvidas, como é o caso das que estamos estudando. Vejamos o que ele
disse:
“Cada Espírito gera em si mesmo, inimaginável potencial de forças
mentoeletromagnéticas, exteriorizando nessa corrente psíquica os recursos e valores que
acumula em si próprio. Ao gerar essa força, assimila, espontaneamente, as correntes mentais
que se harmoniza com o tipo de onda emitido, impondo às mentes simpáticas o fruto de suas
elucubrações e delas recolhendo o que lhes seja característico, independentemente da
distância espacial.”
(...)
Conquistada a razão, com a prerrogativa de escolha de nossos objetivos, todo o
alvo de nossa atenção se converte em fator indutivo, compelindo-nos a emitir valores de
pensamento contínuos na direção em que se nos fixe a idéia. Direção essa na qual
encontramos os princípios combináveis com os nossos, razão por que, automaticamente,
estamos ligados em espírito com todos os encarnados ou desencarnados que pensam como
pensamos”. ("Mecanismos da Mediunidade”, psicografia de Francisco Cândido Xavier, pelo
espírito André Luiz)
Assim, não há nada de absurdo em imaginarmos ou aceitarmos que o “eu pessoal”
(consciência física) e os demais elementos do agregado, antagônicos ou favoráveis, que
“habitam” em nós, em nossa consciência, possam ser uma realidade. Da mesma forma, não é
difícil de aceitar, que um cidadão, membro de uma família ou comunidade, pode criar
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perturbações para o meio onde vive ou contribuir para a harmonia, o progresso e o bem estar
dessa família ou comunidade. A esse cidadão poderíamos chamar de dissociador, desagregador
ou perturbador do meio onde vive ou, associador, agregador e cooperador desse meio. A isso
chamamos de comportamento antifraterno ou fraterno.
Já está mais que claro e comprovado de que corpos, níveis, subníveis e chacras
desarmonizados no agregado humano geram problemas físicos sérios. E que, personalidades
múltiplas e subpersonalidades rebeladas e dissociadas da consciência, desarmonizam o
agregado humano que é o suporte das manifestações do espírito, por sua autonomia de ação
(mesmo que relativa), grau de inteligência, conhecimentos diversos e capacidade de
manipulação, criam confusões, desespero, angústia, conflitos e doenças de toda a espécie.
Justo seria que cada corpo, nível, subnível e chacra, estivesse harmônico, que cada
personalidade múltipla, subpersonalidade ou pessoa, fizesse as coisas certas. Se cada unidade
trabalhasse de forma cooperativa e harmonizadora, o equilíbrio do sistema seria preservado e a
proposta evolutiva não seria prejudicada.
Outro aspecto que devemos comentar é o seguinte: mesmo não aceitando esses
estudos e nem tendo consciência de que somos mais do que imaginamos, em termos de
complexidade e possibilidades, não precisamos combater, negar, nem nos atemorizar com isso.
Vamos estudar e buscar entender essa gama de novas possibilidades, empregando-as
proveitosamente em nosso benefício e em benefício dos outros, no socorro e tratamento dos
problemas de ordem anímica, personímica e espiritual.
Se, através destes conhecimentos, podemos descobrir a causa de alguns de nossos
problemas e removê-las, então, não vamos nos assustar com estas informações e sim estudá-las
e aplicá-las inteligentemente, nos orientando, curando e consolando.
O comportamento inconseqüente.
Qualquer pessoa com alguma informação sabe que vícios como o tabagismo, a
drogadição ou a dipsomania causam envelhecimento precoce, morte súbita, câncer e outros
males. E pior que isso, vemos nos atendimentos apométricos nas entidades fraternistas e nos
atendimentos profissionais nos consultórios, que filhos e netos de viciados são os que mais
apresentam as doenças de etiologia obscura tais como as auto-imunes, as doenças
cromossômicas, as desarmonias psíquicas, as deficiências físicas e os retardos mentais, etc.
Nem por isso as pessoas param de alimentar os seus vícios e não se afligem ou se aterrorizam
com as ameaçadoras possibilidades que pesam sobre os seus futuros filhos ou netos, que dizem
amar muito, mas que na realidade não se importam com o que vai lhes acontecer no futuro. Por
outro lado, pessoas portadoras de faculdades mediúnicas não dão a devida atenção a essas
faculdades e nem dão importância aos avisos mais prudentes nem aos alertas que não trabalhar
a mediunidade acarreta sérios problemas. Mas isso não lhes incomoda e nem lhes deixa
preocupadas.
Minhas pesquisas e estudos destinam-se, principalmente, àquelas pessoas que
procuram algumas soluções para seus problemas aflitivos. Para as pessoas que já cansaram de
sofrer à toa e desejam solucionar os seus problemas, que já estão dispostas a tomar
consciência, descobrir, enfrentar e corrigir seus erros, visando benefício próprio, dos seus
familiares, presentes e futuros, e também o benefício da comunidade onde vivem. Destinam-se
também àqueles que, mesmo gostando dos vícios aos quais estão apegados, já estão prontos
para alijá-los.
Diz um preceito hermético que “o que está em cima é análogo ao que está
embaixo”. Assim, o que ocorre no mundo da consciência, reflete-se também de forma
57
semelhante no “eu pessoal” ou consciência física. As tendências e os traços de caráter
negativos ou positivos aparecem, vibram de forma perceptível na consciência física, desde
quando somos crianças, revelando nossas potencialidades negativas ou positivas. Ante isso,
temos que nos esforçar para ter uma vida equilibrada e procurar resgatar nossos erros do
passado, mesmo sabendo que foram outras personalidades que os praticaram, porque nós
somos a síntese daquelas personalidades que se forma. Hoje, vestidos com roupagens
diferentes, carregamos as mesmas dívidas, culpas, e também os mesmos acertos e apredizados.
Devemos aceitar o passado e nos reciclar a cada dia.
Para que possamos entender com clareza o sentido das leis cósmicas, precisamos
estudar o espiritismo, o espiritualismo e o psiquismo, com dedicação e boa vontade. Só assim
poderemos apanhar o sentido oculto das leis cósmicas que nos regulam os movimentos, o
sentido superior da vida, as vantagens da condução inteligente do nosso processo evolutivo, a
importância do conhecimento sobre o carma e a forma de transformá-lo.
Em cada existência a consciência física é a diretora da vida, pode impedir as ações
negativas das personalidades anômalas, quando consciente dessa realidade por ser uma questão
de escolha. Mesmo isso não acontecendo, se a pessoa estiver consciente dessa realidade, essas
ações terão peso diferente no computo geral, porque ante novas orientações e o conhecimento
de novas leis, a conquista da felicidade que é responsabilidade, fica grandemente facilitada.
Esses elementos anímicos dissociados, ainda estão apegados no que possuíram ou
viveram em outra época. Patrimônios, posições sociais, usos, costumes, traumas, mágoas,
doenças, ódios, vícios, etc. Por causa desses apegos, por não aceitarem a morte física ou por
não compreenderem a sua situação, não se desligaram das preocupações do passado. Com isso,
não drenaram as cargas mórbidas de energias negativas acumuladas em seu psiquismo e
transferem para o corpo físico atual esse morbo ( 23) pestilento. Consequentemente, essas
energias deletérias e cargas negativas produzem sintomas e doenças graves de difícil
diagnóstico e tratamento, destruindo o equilíbrio emocional e o corpo físico.
A atual civilização materialista, descrente da realidade das vidas sucessivas e da
herança ontogenética, não se preocupa com o autoconhecimento e não tratar seu psiquismo. E
por isso, sofre os mais variados tipos de problemas, dificuldades e enfermidades. As
depressões, os fracassos de toda a ordem, a rebeldia e a miséria poderiam ser facilmente
resolvidas através das terapias do autoconhecimento e autocura, como a TVP*, Regressão de
Memória, Apometria e a Terapêutica das Personalidades Múltiplas.
Diante da gravidade do assunto, precisamos estudar com cuidado e interesse os
elementos do psiquismo e seus fenômenos, para diferenciá-los de espíritos e de outros
elementos com características diferentes ou semelhantes. Necessário também, tratamento
adequado às consciências dissociadas.
O grau de dificuldade que ainda existe atualmente em se tratar esses elementos,
deve-se ao nível de desenvolvimento espiritual e de conhecimento de cada um. O ceticismo
que não considera científico o estudo desse aspecto é responsável pelo atraso na disseminação
das terapêuticas existentes.
Os estudos sobre de William James, Pierre Janet, Jung e outros confirmam a ação
das personalidades anômalas e trouxeram luz ao que hoje é conhecido como Distúrbio
Dissociativo de Personalidade. Diz Joanna de Angelis( 24) que: “William James, o psicólogo
pragmatista americano, foi dos primeiros a registrar a ocorrência desses elementos, conforme
24 Joanna de Angelis. O despertar do Espírito. Este espírito orienta o médium Divaldo Pereira Franco,
e é autora de inúmeros livros sobre o assunto.
58
se deu com o fisiologista francês Pierre Janet ao apresentar a tese das ‘personalidades
múltiplas ou secundárias’.”
(...)
“O Prof. Pierre Janet, quando da identificação do subconsciente, nas experiências
hipnológicas, realizadas pelo célebre Prof. Jean Martin Charcot, em La Bicêtre –
Universidade de La Salpetrièrre, em Paris- propôs a existência de personalidades múltiplas
ou anômalas, que se encontram adormecidas neste depósito de memórias, e que podem
assumir a corporificação quando o paciente se encontra em estado de transe natural ou
provocado.”
(...)
“Essas personalidades secundárias assomam com freqüência, conforme os estados
emocionais, dando origem a transtornos de comportamento e mesmo a alucinações
psicológicas de natureza psicótica e esquizóide”.
Certamente, muitos fenômenos ocorrem nessa área, decorrentes das frustrações e
conflitos, favorecendo o surgimento de personificações parasitárias que, não raro, tentam
assumir o comando da consciência, estabelecendo controle sobre a personalidade, e que são
muito bem estudadas pela Psicologia Espírita, no capítulo referente ao Animismo e suas
múltiplas formas de transes.” (Joanna de Angelis em “O Despertar do Espírito”, páginas 38,
39 e 40, psicografia de Divaldo Pereira Franco,2.000, Leal)
Jung25, descreve com outras palavras o que ele observou e que nos parece ser o
mesmo conjunto de fenômenos por nós observados:
“...Senhoras e senhores, isto nos conduz a alguma coisa realmente importante. O
complexo, por ser dotado de tensão ou energia própria, tem a tendência de formar, também
por conta própria, uma pequena personalidade. Apresenta uma espécie de corpo e uma
determinada quantidade de fisiologia própria, podendo perturbar o coração, o estômago, a
pele. Comporta-se enfim, como uma personalidade parcial.
...há subitamente uma interrupção, e a melhor das intenções acaba por ser
perturbada, como se tivéssemos sofrido a interferência de um ser humano ou de uma
circunstância exterior. Sob essas condições somos mesmo forçados a falar da tendência dos
complexos agirem como se fossem movidos por uma parcela de vontade própria.
...e assim, quase não há diferença ao falarmos de complexos ou do ego. Pois os
complexos tem um certo poder, uma espécie de ego; na condição esquizofrênica eles se
emancipam em relação ao controle consciente, a ponto de tornarem-se visíveis e audíveis.
Aparecem em visões, falam através de vozes ...
A personificação de complexos não é em si mesma, condição necessariamente
patológica.”
(...)
"Tudo isso se explica pelo fato de a chamada unidade da consciência ser mera
ilusão. É realmente um sonho de desejo. Gostamos de pensar que somos unificados; mas isso
não acontece nem nunca aconteceu. Realmente não somos senhores dentro de nossa própria
casa. É agradável pensar no poder de nossa vontade, em nossa energia e no que podemos
fazer. Mas na hora H descobrimos que podemos fazê-lo até certo ponto, porque somos
atrapalhados por esses pequenos demônios, os nossos complexos. Eles são grupos autônomos
de associações, com tendência de movimento próprio, de viverem sua vida independentemente
25 - Jung, Carl Gustav, Fundamentos de Psicologia Analítica. Editora Vozes, 4ºed.pp. 66,67 e 68.
59
de nossa intenção. Continuo afirmando que o nosso inconsciente pessoal e o inconsciente
coletivo constituem um indefinido, porque desconhecido, número de complexos ou de
personalidades fragmentárias."
60
Os apômetras que se orientam pelos postulados do Evangelho de Jesus e da Doutrina
Espírita devem lembrar das orientações e pesquisas dos espíritos, visando auxiliar aos
estudiosos do assunto a melhorar a sua capacidade e eficiência terapêutica, como em nosso
próprio caso. Conforme o Espírito André Luiz, “na retaguarda dos desequilíbrios mentais,
sejam da ideação ou da afetividade, da atenção e da memória. Por trás das enfermidades
psíquicas clássicas como as esquizofrenias, parafrenias, oligofrenias, paranóias, psicoses e
neuroses, permanecem as perturbações da individualidade transviada do caminho que as leis
Divinas lhe assinalam para evolução moral”. É, importante lembrar que uma influência
espiritual ou anímica necessita, para se instalar, da permissão da pessoa, através da
identificação vibratória dos pensamentos ou hábitos.
(Mecanismos da Mediunidade cap.XXIV - Obsessão - sub-item: Problemas morais -
p.170 - Ed. FEB - 1997 André Luiz - psicografia de Francisco Cândido Xavier e Waldo Vieira).
Portanto, em casos como esses, um tratamento somente a base de remédios seria pouco
produtivo, embora o paciente possa apresentar melhoras temporárias. Por informação dos
pesquisadores e médicos espíritas, sabemos que medicamentos com a Carbamazepina
(Tegretard, Tegretol) retira o paciente do transe, desconectando-o da influência
desarmonizadora, seja espiritual ou anímica. Todavia esses medicamentos podem causar,
também, e frequentemente causam, outras dificuldades como tontura, dor de cabeça, falta de
coordenação dos movimentos, sonolência, cansaço, visão dupla, náusea, vômitos, reações
alérgicas na pele, secura da boca, inchaço e aumento de peso dependência e outros efeitos
colaterais.
De qualquer forma, terapeutas do psiquismo como nós, sem formação médica, não
podem receitar medicamentos como esses. Porém, é importante que tenhamos uma noção de
quais medicamentos são empregados em tratamentos dessa ordem. São substâncias utilizadas
para a manutenção da estabilidade do humor, não sendo essencialmente antidepressivas nem
sedativas. Internacionalmente, reconhecem-se três substâncias capazes de desempenhar tal
papel: o Carbonato de Lítio (Carbolim, Carbolitium, Litiocar, Neurolithiun), a Carbamazepina
(Tegretol, Tegretard) e o Ácido Valpróico (Depakene, Valpakine), mais recentemente o
Divalproato de Sódio (Depakote), Lamotrigina (Lamictal, Neurim) e Gabapentina
(Neurotontin, Progresse).
Nos “Transtorno das Personalidades Múltipla ou das Múltiplas Personalidades”, que
corresponde ao “Transtorno Dissociativo de Identidade”, dependendo da classificação que
receba ( Classificação das Doenças Mentais DSM – IV( 26) ou CID – 10 (27)), encontramos a
componente espiritual (obsessão ou possessão) e a componente anímica e personímica
(personalidades múltiplas e subpersonalidades próprias ou de terceiros). Assim, quando o
paciente nos falar que seu problema foi diagnosticado como “Transtorno Afetivo Bipolar”,
“Episódios de Mania (Euforia)” ou de “Hipomania”, “Epilepsia”, “Distúrbio maníaco-
depressivo”, Dipsomania” ou “Síndrome de abstinência alcoólica”, “Transtorno Obsessivo
Compulsivo” e outros, podemos tratá-los tranquilamente com a técnica apométrica. Porém,
precisamos verificar em profundidade, com toda a atenção e cuidado, cada sintoma revelado
27
61
pelo paciente, e também as informações trazidas por cada elemento que vier a incorporação.
Nesses distúrbios, quase sempre existe a obsessão, a obsessão compartilhada, e a auto-
obsessão, que exigem verificação acurada e tratamento cuidadoso para cada um desses
aspectos, trabalho que deve ser realizado por equipe estudiosa, segura e bem preparada.
62
Pelo que temos observado nos trabalhos com a terapêutica apométrica e regressiva,
onde se trata os processos de dissociação de consciência, a grande maioria dessas pessoas sofre
essa transformação devido a ocorrência desse fenômeno dissociativo. O problema aparece
quando surge ou emerge uma nova personalidade antiga, um desafeto do cônjuge ou de um
filho, e que ainda conserva e alimenta o sentimento antagônico. Assim que emerge ou
“acorda”, começa a agir em alternância com a atual identidade, e aos poucos, vai se
incorporando a ela e ocupando o seu espaço. E por trazer suas memórias e sentimentos
intactos, produz uma confusão no campo emocional e mental da pessoa, que começa a não
entender o que está acontecendo. E, na medida em que o elemento estranho vai se apossando
do campo de ação da pessoa, também vai ajustando suas idéias, sentimentos e hábitos,
podendo causar uma transformação total na sua vida. É por essa razão que ocorrem muitas
atitudes inesperadas, muitas decisões e comportamentos inexplicáveis e estranhos, e muito
arrependimento tardio, praticado por pessoas antes consideradas normais. Isso nos leva a
pensar no preceito socrático “conhece-te a ti mesmo”.
Tal como nós, terapeutas medianímicos, esses profissionais da saúde também
concordam que essas personalidades ou identidades dissociadas podem agir alternadamente,
assumindo o controle em seqüência, ou umas disputando espaço com as outras, podendo negar
que se conhecem, criticar ou hostilizar umas às outras, ou mostrar-se em franco conflito. Às
vezes, uma ou mais identidades poderosas concedem algum tempo às mais fracas, também
perturbadas ou perturbadoras, para que se manifestem. Identidades hostis ou agressivas podem,
por vezes, interromper qualquer atividade da pessoa ou colocá-la em situação incômoda, como
também fazer isso com as demais. É comum nos atendimentos apométricos, encontrarmos
personalidades hipnotizadas, amarradas, aprisionadas, massacradas ou feridas pelas mais
fortes. Isso é verificável também nas sessões de TVP.
Muitos pacientes queixam-se de sensação de aprisionamento, de frio anormal, de
amarrações, de dores nos punhos, nos braços, nas pernas, na coluna, na cabeça, sensação de
que tem algo espetado na coluna, tonturas, etc. Nos episódios de pânico é comum a pessoa
sentir medo de ser agredida, de ser morta, de ser violentada. E muitas vezes, é apenas a
presença ameaçadora de um elemento psíquico anômalo, maldoso, debochado ou sofredor
quem produz isso (personalidades múltiplas, subpersonalidades e formas pensamentos).
Além disso, os indivíduos afetados por esta modalidade de transtorno, experimentam
freqüentes lacunas de memória para a história pessoal, tanto remota quanto recente. As
identidades mais passivas tendem a ter recordações mais limitadas, enquanto as identidades
mais hostis, controladoras ou "protetoras" têm recordações mais completas. Uma identidade
que não está no controle pode, contudo, obter acesso à consciência, produzindo alucinações
auditivas ou visuais (por ex., uma voz oferecendo instruções).
A alternância de uma para outra identidade pode ser de segundos, mas, também,
pode ser mais espaçada, demorada, eventual. O número de identidades relatadas, que temos
constatado nos trabalhos de Apometria e TVP, varia de uma, até dezenas. Contudo, a maioria
dos casos atendidos, apresentam em torno de sete a dez identidades diferentes.
As pessoas com Transtorno Dissociativo de Identidade freqüentemente relatam
experiências traumáticas de severo abuso físico e sexual, especialmente durante a infância, mas
também em outras existências em qualquer fase de idade. Os maus tratos, as torturas, os
castigos, a repressões, as condenações, a escravidão, o ódio, a raiva e as mágoas reprimidas, as
frustrações, a injúria e a impotência diante da truculência dos poderosos, a desconsideração, a
ignorância e o desrespeito aos direitos básico do ser humano, na sua trajetória evolutiva, ao
longo de suas muitas existências, tem sido a causa da maioria das doenças não diagnosticadas,
e de etiologia obscura. Tudo o que fica guardado na memória e não resolvido, passa de uma
63
existência para outra, da mesma forma que na gestação e infância, onde o ser desequipado de
discernimento e forças para reagir, arquiva no subconsciente as memórias dos maus tratos, e
mais tarde isso aparece em forma de um sintoma. Exemplo desses sintomas que refletem
traumas arquivados no subconsciente são o lúpus eritematoso, a fibromialgia, as mialgias em
geral, a esclerose lateral, a depressão, os cânceres, mal de crom, a doenças ginecológicas
renitentes, os distúrbios da sexualidade, e uma infinidade de outros sintomas que resistem aos
tratamentos convencionais.
Embora os relatos possam ser considerados controversos, porque as recordações da
infância e do passado remoto podem estar sujeitas a distorções, e geralmente as pessoas mais
sugestionáveis é que estão mais sujeitas a esses transtornos, é inegável que esses processos
deflagram em muito maior número nos momentos de atritos com determinadas pessoas, em
casa, no trabalho, nos relacionamentos sociais ou afetivos. Onde existir uma dificuldade de
relacionamento ou onde surgir uma divergência acentuada, quando não uma agressão, ai
aflorará uma memória de passado. Portanto, o sintoma começa a ser deflagrado a partir do
momento do encontro (proximidade) físico ou espiritual com a pessoa causadora do trauma
passado. Todavia, quando o desafeto está na condição de pai, irmão, cônjuge ou chefe, cujo
comportamento atual é irrepreensível, o surgimento do sintoma pode demorar-se um pouco
mais, e então, nesses casos, torna-se mais difícil ao terapeuta descobrir a causa da desarmonia.
Por outro lado, nesse casos, tanto o paciente quanto os envolvidos tem dificuldade de aceitar
seu envolvimento e sua participação subjetiva no contexto do problema. Além do mais, uma
imagem, uma notícia na TV ou no Jornal, ou um acontecimento ou fato qualquer, pode acordar
uma memória traumática e deflagrar uma sintomatologia obscura e complicada.
Nos últimos anos, vêm ocorrendo um aumento agudo nos casos relatados de
Transtorno Dissociativo de Identidade nos Estados Unidos. O Transtorno Dissociativo de
Identidade é encontrado mais freqüentemente em mulheres adultas do que em homens adultos.
Na infância, a razão masculino/feminino pode ser mais uniforme, mas os dados são limitados.
As mulheres tendem a ter maior número de identidades do que os homens, em média 15 ou
mais, enquanto a média para os homens é de aproximadamente 8 identidades.
Por outro lado, em virtude do pouco conhecimento sobre o assunto, existem outros
sintomas controversos dificultando e envolvendo o diagnóstico diferencial entre o Transtorno
Dissociativo de Identidade e uma variedade de outros transtornos mentais, incluindo
Esquizofrenia e outros Transtornos Psicóticos como é o caso do Transtorno Bipolar com
ciclagem rápida, o Transtornos de Ansiedade, os Transtornos de Somatização e os Transtornos
da Personalidade. Mas o certo é que, com a técnica apométrica, poderemos tratar todos eles,
em maior ou menor grau, com resultados importantes e animadores. Porém, uma coisa é
absolutamente certa: mesmo que o paciente manifeste a doença em razão de um problema
físico, sempre poderemos tratá-lo apometricamente, com proveito, em razão de que o paciente
pode, juntamente com o problema físico, estar sofrendo de dissociação da consciência ou
obsessão, por parte de desafetos anímicos ou espirituais.
Causas
64
que nos conduza a uma compreensão sobre seu sentido psicológico, psíquico e espiritual.
Assim, a palavra “consciência”, para nós, define a capacidade que o homem tem de conhecer
valores e mandamentos morais e aplicá-los nas diferentes situações. É o julgamento secreto da
alma, aprovando ou reprovando os atos da personalidade atual, transitória. É a percepção
imediata da própria experiência. É a capacidade de percepção em geral. Resumindo, é o
atributo que avalia e valora tudo o que procede do próprio ser e também o que ocorre em torno
dele.
Já a palavra “mente”, significa a faculdade de conhecer, inteligência, poder
intelectual do espírito, entendimento, alma, espírito, disposição e capacidade para gerar idéias,
concepções, imaginações, intenções, intuitos, planos, intenções. Difere da consciência porque é
o atributo da ideação, do entendimento das idéias elaboradas por outros seres. Então, assim
sendo, é a “mente” que faculta ao indivíduo ou a personalidade o poder de escolha e decisão,
determinando o agir.
O “Individuo”, tal como é entendido vulgarmente, não representa a individualidade
espírito com sua complexidade, ou o eu superior, representa apenas a personalidade em
transição. É a pessoa considerada isoladamente em relação a uma coletividade, é o ser
biológico, é um membro do organismo social humano. Tanto é verdadeiro isso que, se uma
pessoa comete um crime, incorporado e sob a ação de uma personalidade múltipla ou de um
espírito, ainda é julgado e punido da mesma forma que o outro que agiu por conta própria. Não
se leva em consideração a individualidade espírito com seu conjunto de personalidades
heterogêneas, nem uma possível influência espiritual, apenas o individuo como pessoa, ou
como personalidade atual, simplesmente.
Por “personalidade” entende-se a qualidade pessoal, ou o conjunto de qualidades de
uma pessoa. O seu caráter essencial e exclusivo que a distingue de outra, por sua estrutura de
hábitos adquiridos na vida social, e por sua organização integrada e dinâmica dos atributos
físicos, mentais e morais. Compreendendo-se tanto os impulsos naturais como os adquiridos e,
portanto, hábitos, interesses, complexos, sentimentos e aspirações. As personalidades podem,
por exemplo, ser definidas como extrovertidas: aquelas nas quais as atenções e interesses se
dirigem, preferentemente, aos fenômenos externos e socialmente perceptíveis. Introvertidas:
aquelas nas quais as atenções e interesses se dirigem ao próprio eu, ou à vida psíquica.
Quando é confrontados com situações traumáticas, extremas, das quais não existe
escapatória, o indivíduo ou a personalidade, literalmente fragmenta-se, separa uma parte da
personalidade, e esta “abandona” sua mente, a fim de preservá-la intacta. Crianças geralmente
utilizam esta habilidade de defesa extremamente efetiva contra a dor física e emocional.
Através desse processo dissociativo, pensamentos, sentimentos, memórias e
percepção de experiências traumáticas podem ser psicologicamente separados, permitindo ao
paciente, pessoa física, acreditar que os traumas nunca ocorreram.
Entretanto, uma experiência traumática pode dar inicio ou transformar-se em um
distúrbio dissociativo de porte. Por exemplo, para uma criança que foi abusada física e
sexualmente, ou agredida, a dissociação defensiva torna-se um refúgio e, ante qualquer
ameaça ou algo que a faça lembrar a violência sofrida, automaticamente reagira, buscando esse
refúgio. Mesmo após a experiência traumática estar num passado distante, o padrão de
dissociação defensiva continuará armado, pronto para deflagrar um sintoma qualquer. A
dissociação defensiva crônica pode levar a sérias disfunções no trabalho, social e mesmo nas
atividades diárias. A repetida dissociação pode resultar numa série de diferentes “entidades” ou
“estados alterados de consciência”, os quais normalmente assumem identidades próprias. Estas
entidades podem se tornar os “estados de personalidade” do DDI.
65
Outra possível conclusão da correlação entre um trauma e o DDI pode ser analisada
do ponto de vista biológico: o stress traumático afeta a química do cérebro, seja por ansiedade,
culpa, medo, frustração, mágoa ou raiva. O aflorar consciente ou inconsciente de uma
lembrança traumática pode ser comparado a um trauma, como agressão física ou emocional,
produzindo os mesmos efeitos.
Nem todas as pessoas que desenvolvem os distúrbios dissociativos possuem um
histórico de traumas de infância, inúmeros fatores físicos, emocionais, visuais, sexuais,
políticos, sociais, médicos, profissionais, familiares, naturais ou artificiais, também podem
provocar reações e desenvolver distúrbios dissociativos. Mas sem dúvida, uma das principais
causa do DDI é a repressão de memórias sobre traumas durante a infância, tais como,
rejeições, agressões e abusos sexuais.
As desordens psíquicas ou mentais da grande maioria das pessoas tais como a
epilepsia, desordens genéticas, desequilíbrios neuroquímicos ou problemas de comportamento
são pouco entendidas e, frequentemente, se apela para a idéia de possessão demoníaca ou
obsessões espirituais, mas a grande maioria dos casos tem por raiz as dissociações de
consciência ou de identidade.
A maior dificuldade que existe ainda para um entendimento mais aprofundado sobre
o assunto está no atual modelo médico e psicológico materialista, que dificulta e limita uma
compreensão mais ampla do psiquismo humano.
Diagnóstico
66
identidade que não está no controle pode ter acesso à consciência produzindo alucinações
audiovisuais (ex: uma voz dando instruções).
Os terapeutas que se utilizam sensitivos com incorporação tem a vantagem de poder
observar, de imediato, os próprios relatos dos elementos dissociados e fazer um diagnóstico
preciso, devido a possibilidade de testemunhar e analisar o comportamento de cada
personalidade alternante, e de verificar a diferenciação existente entre as trocas.
O Tratamento
O tratamento terapêutico a ser dado aos elementos que vibram nas faixas inferiores
compõem-se de cromoterapia mental, diálogo fraterno, acolhida, reconstituição perispiritual,
hipnose, despolarização, conscientização, doutrinação, encaminhamento, etc.
O DDI (distúrbio das “personalidades múltiplas”) pode ser tratado com psicoterapia
(ou “terapia de conversa”), terapia medianímica, TVP, assim como uma gama de outras
modalidades incluindo medicações, hipnose e outras terapias. O curso do tratamento pode ser
de longo prazo, dependendo da modalidade terapêutica, intensivo e possivelmente doloroso, já
que envolve a lembrança e confronto das experiências traumáticas dissociadas. Porém,
dependendo também da modalidade terapêutica empregada, o DDI pode ser considerado uma
das condições patológicas que carrega melhores prognósticos.
67
7. Sidran Institute, http://www.sidran.org 8. Bliss, E.L.: Multiple personality, allied
disorders, & hypnosis. New York, NY: Oxford University Press, 1986.
9. Cohen, B. M. & Giller, S.: Multiple personality disorder from the inside out.
Baltimore, MD: The Sidran Press, 1991.
10. R. B. Allison, M. McKenzie: Definition of MPD: http://www.dissociation.com
Nós, os apômetras
68
A esposa (Anézia) triste não via com os olhos a estranha e indesejável visita, no
entanto, percebera-lhe a presença sob a forma de tribulação mental. E, inesperadamente,
passou a emitir pensamentos tempestuosos.”
Portanto, aí não havia um desdobramento com características e apegos de passado,
mas sim um desdobramento da personalidade presente, cópia fiel da personalidade atual da
moça, inconseqüente e atrevida, interessada no Jovino (casado), visitando-o dentro de seu
próprio lar, afrontando a esposa Anézia. Portanto, um fenômeno psicológico ou personímico,
conforme Aksakof.
Continuando nossa fundamentação, utilizaremos um pouco mais os estudos e
observações de Joana de Ângelis, registrados em seu livro, “O Despertar do Espírito”, ao se
referir às “subpersonalidades”, designação que adaptamos e adotamos para diferenciar das
“personalidades múltiplas”, que apresentam propriedades e aparências diferentes.
As descrições de Joanna de Ângelis parecem confundir-se, às vezes, ao referir-se a
“personalidades múltiplas” e “subpersonalidades”, mas a distinção fica clara, quando ela se
refere “à existência desses diferentes ‘eus’, que são responsáveis por distintas condutas”.
E para nós ou outros pesquisadores que observaram seus comportamentos,
aparências, atitudes, procedimentos, propósitos e reações aos estímulos, não temos dúvidas
sobre sua existência e possibilidades. As tendências que apresentam e as influências que
produzem ou sofrem, até mesmo de outros elementos semelhantes, de espíritos ou ainda de
pessoas encarnadas, deixam bem claras as diferenças entre essas duas categorias de elementos
desdobráveis. Percebe-se, claramente, que possuem acentuado grau de coerência no
comportamento e nas reações com referência a certos estímulos ou objetos.
Em razão dos meus 14 anos de experiência, observando essas personalidades e
subpersonalidades, através da vidência no consultório terapêutico, ou no trabalho espiritual,
incorporando-as e doutrinando-as nas sessões mediúnicas, tenho segurança para fazer algumas
afirmações sobre sua natureza, morfologia e propriedades.
Ao observar com atenção esses elementos, pode-se distinguir claramente as duas
categorias em que se enquadram.
As “subpersonalidades, devido a serem desdobramentos do “eu pessoal”,
“personalidade ou consciência física”, apresentam a propriedade de, quando colocadas em
regressão, poderem transitar por várias encarnações passadas. Porém, apesar desta propriedade,
seu apego e indignação se referem somente a uma situação da vida atual, mas para que possam
compreender o erro em que laboram, e que não existe colheita sem semeadura, é preciso
regredi-las até o pretérito remoto, para que percebam as causas que geraram a dificuldade
atual.
Em sentido inverso, uma “personalidade múltipla” tem seu apego focado em
memórias e eventos de existências passadas. E da mesma forma que as subpersonalidades,
podem ser colocadas em regressão ou progressão sem nenhuma dificuldade.
Em determinados trechos e livros, parece-nos que Joanna de Angelis confunde
subpersonalidades com personalidades múltiplas. Mesmo assim, muito esclarece sobre a
gênese desses elementos anômalos. A autora espiritual informa que é nos momentos de
conflitos que eles aparecem: “ressurgirão, nessa ocasião (conflitos) as subpersonalidades que
se encontram mergulhadas no imo e têm ascendência em determinadas situações emocionais
sobre a personalidade predominante, sempre que o conflito reponta ameaçador.
O trabalho de integração das subpersonalidades é de magna importância para o
estabelecimento do comportamento saudável, já que, face à existência desses diferentes ‘eus’,
que são responsáveis por distintas condutas, como aquela quando a pessoa se encontra a sós e
que assume quando no meio social, e aí mesmo, a depender da companhia, se de destaque ou
69
sem importância no conjunto dos interesses econômicos ou políticos, mantendo radicais
transformações. O mesmo ocorre, quando no lar ou no escritório, com amigos ou
desconhecidos, oportunidades nas quais as atitudes fazem-se muito diferenciadas,
demonstrando que vários ‘eus’ se sucedem, cada qual assumindo um papel de importância
conforme a necessidade do momento.” (pp. 31/32).
(...)
“A própria personalidade, não poucas vezes, apresentando-se fragilizada,
fragmenta-se e dá surgimento a vários ‘eus’ que ora se sobrepõe ao ego, ora se caracterizam
com identidade dominante.” (pág. 37)
No capítulo referente às “Subpersonalidades (O problema dos “eus”), Joanna faz
preciosas constatações sobre o assunto:
“A psicossíntese refere-se à existência de um ‘eu pessoal’ e de um ‘Eu superior’, em
constante luta pelo domínio da personalidade. O ‘eu pessoal’ é, muitas vezes, confundido com
a personalidade, sendo, ele mesmo, o ponto de ‘auto-consciência pura’, conforme o define
Roberto Assagioli. Corresponde ao ego, ao centro da consciência individual, diferindo
expressivamente dos conteúdos da própria consciência, tais as sensações, os pensamentos, as
emoções e sentimentos. O ‘Eu superior’ corresponde ao Espírito, ao Self, também podendo ser
denominado como ‘Superconsciente’.
O ‘eu pessoal’ é consciente, não obstante, deixa de ter lucidez quando se adormece,
quando se é vítima de um traumatismo craniano e se desfalece, quando se está em transe
natural ou sob ação hipnótica ou medicamentosa, reaparecendo quando do retorno à
consciência lúcida, que decorre naturalmente de um outro Eu, certamente superior, que rege a
organização e a atividade da consciência.
Em realidade, não são dois eus independentes, separados, mas uma só realidade em
dois aspectos distintos de apresentação, conforme já houvera identificado o psicólogo
americano William James, ao cuidar da análise das subpersonalidades.” (p. 38).
“Na imensa área do ego, surgem as fragmentações das subpersonalidades, que são
comportamentos diferentes a se expressar conforme as circunstâncias, apresentando-se com
freqüência incomum. Todos os indivíduos, raras as exceções, experimentam este tipo de
conduta, mediante a qual, quando no trabalho se deixam conhecer pelo temperamento
explosivo, marcante, dominador e, em particular, são tímidos, mansos e receosos. As variações
são muitas nesse campo das subpersonalidades.” (págs. 39/40).
(...)
“O ser humano, mediante o Eu Superior, transita por inúmeras experiências
carnais, entrando e saindo do corpo, na busca da individuação, da plenitude a que se destina,
conduzindo os tecidos sutis da realidade que é, todas as realizações e vivências que se
acumulam e constroem o inconsciente profundo, de onde emergem também as personalidades
que foram vividas e cujas memórias não se encontram diluídas, permanecendo dominadoras,
face às ocorrências que, de alguma forma, geraram culpa, harmonia, júbilo, glória e
assomam, exigindo atenção.”
(...)
“Nesse imenso oceano – o inconsciente – movem-se os “eus” que emergem ou
submergem, necessitando de anulação e desaparecimento através das luzes do discernimento
da consciência do Si.
Na sua imensa complexidade, a individualidade que se expressa através desse Eu
superior, enfrenta as experiências das personalidades presentes no eu individual.”
(...)
70
“Os dias atuais, portadores de pressões tormentosas, são desencadeadores de
distúrbios que preponderam com vigor na conduta dos indivíduos, contribuindo decisivamente
para a fragmentação da personalidade em expressões de ‘eus’ conflitantes.
Nessa aparente dicotomia dois ‘eus’, a ocorrência se dá, porque um não toma
conhecimento do outro de forma consciente, podendo mesmo negar-se ao outro. O Eu, porém,
é único, indivisível, manifestando-se, isto sim, em expressões diferentes de consciência e de
auto-realização.
Para o trabalho saudável para a integração dessas vertentes do Eu são necessários
o transito por alguns estágios terapêuticos, quais o conhecimento de si mesmo, da própria
personalidade; administração dos vários elementos que constituem esta personalidade; a
busca de um centro unificador, para que se dê a realização do verdadeiro Eu mediante a
reconstrução da personalidade em volta do recém formado fulcro psicológico.
Como medidas auxiliares e recursos valiosos devem ser utilizados a meditação, a
visualização terapêutica, a oração – que canaliza forças e energias superiores para o Self -,
que contribuirão para a unificação dos eus, a harmonização do indivíduo” (pp. 41/42).
28[1] Goécia: palavra que em grego significa “uivo feroz e inarticulado”. O trabalho goético,
no sentido positivo, é a identificação, a abordagem, o tratamento e a integração dos
elementos anímicos e personímicos. No sentido negativo (magia negra), é a identificação, o
fortalecimento, a utilização negativa e a não integração desses elementos.
71
que são apartados da consciência e, conseqüentemente, voltam-se contra essa mesma
consciência de que são parte, o que não deixa de antecipar as teorias freudianas sobre o
recalque e o retorno do recalcado.
O objetivo do trabalho goético é recuperar essas forças e integrá-las à totalidade da
psique, transformando-as em energias positivas que contribuem para a evolução interior do ser.
Crowley, na célebre introdução que escreveu para a tradução de Mathers da
Clavícula de Salomão, assim referiu-se sobre o assunto: "os espíritos da Goécia são parcelas
do cérebro humano”.
Mais prudente que Crowley, Israel Regardie evita atribuir uma base cerebral para os
demônios goéticos, mas não deixa de insistir sobre o paralelo entre eles e os complexos
inconscientes estudados pela psicanálise. Conforme a denominação Junguiana, o complexo,
enquanto for um impulso subconsciente oculto, destituído de configuração ou forma, ainda que
tenha força para romper a unidade do consciente, não pode ser adequadamente confrontado,
antes, é necessário ser entendido e decifrado. Enquanto permanecer como impulso oculto no
subconsciente, destituído de qualquer configuração ou forma, sem entendimento ou
racionalização, gera distorções no comportamento e pode chegar a romper a unidade do
consciente com sua força. Mas, na medida em que toma uma forma ou configuração, mesmo
sendo subjetiva, como realmente é, já pode ser adequadamente percebido, abordado
mentalmente e tratado, através da sua incorporação em sensitivos treinados. Da mesma forma
que se faz a evocação, incorporação e tratamento de espíritos.
Freqüentemente, voltam-se contra a própria pessoa ou contra terceiros, pelo
desconhecimento sobre o assunto. Por isso, são difíceis de serem enfrentados adequadamente
pela terapêutica materialista, mas não pela técnica apométrica e do desdobramento múltiplo. Aí
eles podem ser examinados, tratados e integrados ao campo total da consciência. Mesmo que
as palavras utilizadas por Regardie não se coadunem com o vocabulário atual dos psicólogos
contemporâneos, sua descrição da goécia é clara o suficiente para reconhecermos que o
trabalho goético não é outra coisa senão o que os junguianos denominam de confronto com a
sombra, ou com os complexos.
Assim, torna-se necessário dar a esse estudo uma interpretação mais condizente com
a realidade e com os atuais conhecimentos, quando já sabemos que, o “demônio” ou os
demônios mais perigosos para nossa integridade e saúde, podem estar dentro de nosso próprio
psiquismo. Não são os espíritos, mas as personificação das forças sombrias que agem nas
profundezas da nossa psique, em forma de personalidades múltiplas e subpersonalidades,
patológicas.
Da mesma forma que o trabalho goético, o objetivo do trabalho apométrico é
recuperar essas forças e integrá-las à totalidade da psique, transformando-as em elementos
positivos que contribuam para a evolução do ser humano (mago29).
O aproveitamento desses poderes subconscientes exige um programa de observação
e estudo. Eles podem ser “convocados” e retirados das profundezas do psiquismo, tratados,
orientados e controlados por meio da vontade espiritualizada e consciente. Depois disso,
reintegrados proveitosamente ao campo da consciência.
Esses elementos são forças que precisam ser compreendidas para que possam ser
utilizadas em todas às suas potencialidades (são “deuses”). E somente uma pessoa experiente,
portadora de conhecimentos sobre o assunto, poderá constatar e diagnosticar a existência
desses elementos desarmônicos no psiquismo de uma pessoa.
Classicamente, a psicologia junguiana define a “sombra” como os aspectos da
personalidade que o ego se recusa a reconhecer e que, dessa forma, são banidos para o
29 Mago: Aquele que sabe como desenvolver e empregar conscientemente determinados poderes.
72
inconsciente. Os motivos dessa recusa são vários, mas de um modo geral têm uma base
sociocultural: o indivíduo reprime aqueles traços que não são valorizados pela sociedade ou
que, durante a infância, os pais o ensinaram a encarar como feios, maus ou indesejáveis.
Alguns desses elementos são simplesmente expulsos do campo da consciência. Outros nunca
chegam a fazer parte dela e são barrados antes mesmo que tenham condições de se
desenvolver. Formam a base do que Jung descreveu como o “inconsciente pessoal”, e que
coincide mais ou menos com o conceito de “inconsciente”, que Freud desenvolveu no início da
psicanálise, antes que formulasse a célebre distinção entre ego, superego e id. Para nós,
praticantes da Apometria, representam o aspecto anímico e personímico (“personalidades
múltiplas” e “subpersonalidades”).
Nos sonhos e fantasias das pessoas, os componentes da “sombra” costumam
aparecer sob a forma de figuras perturbadoras, más ou demoníacas. A interpretação junguiana
tradicional (compara ou rivaliza) os demônios da religião aos complexos que constituem a
sombra.
Para dar um exemplo, durante boa parte da história, a sociedade patriarcal
classificou os sentimentos como um atributo feminino e inferior. A expressão dos sentimentos
pelos homens era vista como sinal de fraqueza, o que ainda persiste em ditados como o de que
"homem não chora". Para onde vão os sentimentos que os homens são proibidos de exprimir?
Para a “sombra”, claro. Uma vez lá, tornam-se complexos inconscientes, em constante pé-de-
guerra com o ego, e que exercem uma influência perturbadora sobre a consciência, apossando-
se dela em determinadas circunstâncias, como, por exemplo, quando o homem explode em um
ataque de raiva incontrolável. Essa raiva é um demônio porque possui a consciência, escapa ao
seu controle e causa efeitos destrutivos para o próprio indivíduo e para os que o rodeiam. Mas
essa força não é essencialmente má. É uma força positiva (o sentimento), que só se tornou
destrutiva devido à repressão a qual a impediu de ser canalizada de uma forma construtiva. A
mesma coisa vale para todos os elementos que constituem a sombra.
Então, imaginemos um espírito com forte tendência ou com influência de
personalidade múltipla masculina, reencarnado num corpo feminino, reprimindo os impulsos
masculinos de que é portador, ou tendo esses impulsos em confronto com sua atual polaridade
feminina, reprimidos no inconsciente. Reagirá agressivamente ou perturbar-se-á de alguma
forma. E, se a atual personalidade não tiver um forte controle mental, consciência dessa
realidade, orientação e tratamento adequado, desequilibrar-se-á mental, emocional ou
fisicamente, desenvolvendo distúrbios ou patologias diversas, que podem ser fatal. O mesmo
pode ocorrer com o espírito de índole feminina reencarnado na polaridade masculina.
Imaginemos também um espírito feminino vaidoso, apegado a beleza física,
reencarnado em um corpo feio ou disforme. Certamente não aceitará esse corpo, e reagirá
procurando encontrar uma forma de livrar-se dele, até porque o espírito sabe muito bem que
pode perder um corpo e ganhar outro mais além, mesmo que a pessoa não saiba ou não
acredite nisso no campo consciente. Da mesma forma, podemos imaginar as reações de um
espírito de índole masculina muito viril, preconceituoso e presumido, reencarnado em um
corpo de configuração frágil, de baixa estatura ou muito feia, ou ainda num corpo cuja cor da
pele lhe seja indesejável. As reações podem ser muito negativas, e essa tem sido a causa de
inúmeros problemas até hoje não identificados pela medicina convencional, mas que nós,
terapeutas, temos constatado em nossos tratamentos, com resultados altamente positivos.
Assim, a sombra não é uma entidade única como pensam alguns junguianos, é uma
instância múltipla, composta por diferentes forças (personalidades e subpersonalidades
dissociadas). Em comum, só têm o fato de terem sido reprimidas pelo ego, e que muitas vezes,
73
além de estarem em conflito com a consciência, com o corpo, com a família e com a sua
situação social ou cultural, também se opõem entre si.
Imagine uma multidão de elementos antagônicos, pequenos e grandes, fortes e
fracos, vítimas e algozes, em constante luta uns com os outros ou com o meio onde habitam, e
você vai ter uma boa idéia do que se passa no território da sombra. É esse quadro que está na
origem do termo goécia.
O desenrolar do processo de individuação é nada mais, nada menos, do que a
iniciação de que falam os esoteristas e que leva a consciência a se identificar cada vez menos
com o ego, alargando seu campo para integrar os conteúdos do inconsciente, pessoal e
coletivo. É inevitável, portanto, que em determinada altura do caminho, ela se defronte com o
problema de recuperar a “sombra”, trazendo seus demônios para a superfície, exorcizando o
caráter destrutivo dessas forças e integrando-as a seu próprio campo.
No âmbito da psicologia junguiana, esse trabalho é feito com a ajuda do terapeuta.
Mas antes que a psicologia fosse inventada, as religiões e escolas esotéricas desenvolveram
uma série de rituais com o propósito de alcançar esse objetivo. A magia goética, tal como
descrita pela “Clavícula de Salomão”(30), é um desses procedimentos. A Apometria e a Terapia
de Vida Passada, mais recentes, têm a mesma finalidade.
Antes de continuar, consideremos a questão da “sombra” à luz do conceito gnóstico.
Sístase( )é o nome que os gnósticos(32)davam para o sistema de dominação que aprisiona o ser
31
humano, limitando seu potencial. Esse sistema tem ramificações que se estendem por todos os
níveis, do cósmico ao psicológico, mas suas principais manifestações são:
a) no campo social, um conjunto de valores que determina o que é ou não aceitável,
e inclusive o que deve ser considerado como real ou irreal. É o que o marxismo descreve sob a
rubrica de ideologia;
b) no campo psicológico, padrões estereotipados de cognição e comportamento, que
filtram as percepções das pessoas e moldam suas ações e interações. A psicanálise se refere a
esses padrões como o superego;
c) no campo fisiológico, um sistema de tensões físicas, sobretudo musculares, mas
não só, que impedem a energia de circular livremente pelo organismo.
Reich batizou, esse sistema de tensões, de “couraça caracteriológica” ou “couraça
muscular”.
30 “Clavícula de Salomão” (Irene Líber - Editora Pallas). A “Clavícula de Salomão” é um tratado de magia
medieval, considerado o primeiro manual de magia cerimonial escrito no Ocidente. O livro apareceu originalmente no
Império Bizantino, no século XII da Era Cristã e herdou boa parte do conhecimento clássico e helenístico, inclusive no que
se refere ao esoterismo. Logo se tornou conhecido em toda a Europa. No século XIX, grandes magos da França e da
Inglaterra resgataram a obra, utilizando, para isso, edições do século XV, preservadas nas Bibliotecas de Londres e de
Paris. Dentre os magos mais conhecidos citamos alguns: John Dee (1527-1608) e seu discípulo Edward Kelley; Nicholas
Flamel (1330-1418), Michel de Notredame (1503-1566), Pietro de Abano e o "Lemegeton", suposta obra do próprio Rei
Salomão. No século XIX surge a chamada Alta Magia, a partir dos trabalhos de Papus, Eliphas Levi, Stanilas De Guaita,
Josephin Péladan e Saint-Yves D'Alveydre). Um passo importante para a compreensão e desmistificação do que se
conhecia por magia surgiu no Renascimento, quando surgiu a denominada “magia hermética” com Marsilio Ficino,
Giordano Bruno e Pico della Mirandola, entre outros. Estes “magos” compreenderam que a capacidade mental e de
visualização bem-desenvolvida poderia substituir com proveito a “tralha” toda que era usada nos processos de “magia”. A
Ordem da Aurora Dourada (Golden Dawn), segunda sociedade ocultista mais importante da segunda metade do século
XVIII, fundada três anos antes da morte de Helena Blavatsky, aprofundou ainda mais a trilha do uso “mágico” da
imaginação, utilizando os recursos da esfera psíquica.
31
[2] Sístase: conceito amplo que engloba “automatismo psíquico”, “rigidez corporal”, “couraça
muscular”, “couraça de caráter”, “contração dolorosa dos músculos”, “nós energéticos”, “bloqueios
energéticos, etc.
32[3] Gnose é o conhecimento do que fomos (vidas passadas), do que somos (ontologia), de onde viemos (cosmologia),
de onde estamos (conhecimento científico) e para onde iremos (escatologia)”.
74
Esses três níveis estão, obviamente, inter-relacionados. É a internalização da
ideologia que está na origem do superego, e é o superego que se ancora no corpo sob a forma
de um encouraçamento do organismo. Uma vez constituídos, superego, couraça e ideologia
reforçam-se mutuamente em um circuito de retroalimentação (feedback)( 33). O circuito age
como um filtro que deixa passar algumas vibrações ou pulsões que compelem a pessoa a
manifestar certas percepções, emoções e atitudes, com os quais a nossa realidade consensual (a
visão que temos de nós mesmos e do mundo) é construída, enquanto outros, que não são
considerados compatíveis com a realidade consensual, são sumariamente excluídos. O que
mantém esse circuito funcionando é a energia dos próprios impulsos reprimidos, desviada e
canalizada para alimentar o sistema.
Ao nosso ver, a descrição gnóstica e a teoria junguiana da sombra descrevem a
mesma coisa sob dois pontos-de-vista ligeiramente diferentes. A partir dessas duas visões, não
é difícil perceber também que as relações entre o ego e a sombra são mais complexas, mais
dialéticas, do que uma leitura superficial permitira supor. O mundo do ego rejeita a sombra
mas, ao mesmo tempo, precisa da energia dela para existir, por isso, quando há uma grande
dissociação de personalidades, a pessoa fica enfraquecida e vulnerável. Nossa realidade
consensual só se mantém à custa da força que extrai daquilo mesmo que ela exclui. Os
impulsos reprimidos são transformados em demônios (personalidades múltiplas e
subpersonalidades negativas). Mas são esses demônios que sustentam a estrutura que os
reprime.
Conseqüentemente, é impossível superar a sístase enquanto ela for constantemente
energizada pelo que é reprimido ou alimentado em nós. Daí que a integração da sombra, ou o
ato de trazer os demônios (elementos) do inconsciente à luz da consciência e, numa palavra,
redimi-los, é uma condição sine qua non para a dissolução do estado de sístase. Isso concede
toda uma nova perspectiva ao trabalho goético, A chamada reforma íntima, ou mudança
positiva de rumo, pela própria vontade e decisão do interessado, não pode mais ser protelada.
A couraça do caráter é ao mesmo tempo o principal sintoma e o instrumento por
meio do qual um sistema social e familiar alienante, que drena a energia do indivíduo,
reduzindo-o a uma espécie de autômato, condena-o a viver de acordo com uma série de rotinas
e comportamentos pré-programados. Há quase dois mil anos, os gnósticos já se debruçavam
sobre essa questão, elevando-a a uma dimensão ontológica ( 34) (Será que eles falavam de
existências sucessivas?). Na concepção gnóstica, a sístase é um filtro que nos impede de
perceber a verdadeira realidade, isolando-nos em um mundo ilusório.
Como vemos, a busca da identificação dos “demônios pessoais” (personalidades
múltiplas e subpersonalidades) já vem de longe, e hoje, alguns segmentos que praticam a
terapêutica medianímica continuam com esse estudo.
Levando-se em conta a atual abertura dos “portais iniciáticos” com o advento da
Terapia de Vidas Passadas e da Apometria, o caráter simbólico dos elementos do antigo ritual
goético pode e deve ser simplificado, entendido e dignificado, tornando sua prática voltada
para a identificação, abordagem, tratamento e integração desses elementos, visando a saúde e o
equilíbrio do ser humano. Devemos dispensar totalmente os rituais e os procedimentos
esdrúxulos que não possam ser fundamentados, e construir nossos procedimentos em bases
psicológica, espírita e espiritualista modernas, mais claras e sensatas.
34 Ontologia: ciência do ser em geral. Parte da metafísica que estuda o ser em geral e suas
propriedades transcendentais.
75
O primeiro passo para um terapêutica apométrica eficiente é a identificação
adequada desses conteúdos anímicos e personímicos desarmônicos, que, em última análise, são
personificações das tendências sombrias da psique. São montagens altamente individualizadas
por impulsos reprimidos na vida presente (subpersonalidades), e pelo despertar de antigas
personalizações construídas em outras existências (personalidades múltiplas), pela influência
de antigos traços negativos ou por traumas arquivados no inconsciente, ainda não resolvidos
nem racionalizados. Cada pessoa tem sua própria sombra, mas a sombra é diferente em cada
pessoa. Por esse motivo, se faz necessário encontrar a forma de acessar e tratar os demônios
pessoais de cada pessoa, que se revelam sob uma forma igualmente pessoal, em vez de tentar
exorcizá-los ou expulsá-los através de rituais padronizados.
Normalmente, as partes da “sombra” podem ser identificadas através de suas
manifestações emocionais. Aparecem sob a forma de emoções personalizadas que se apoderam
subitamente da consciência sem causa aparente ou com uma intensidade desproporcional a sua
pretensa causa. Por exemplo, mudança de expressão, olhar estranho, cheiro diferente, ataques
de raiva cega ou destrutiva, sentimentos de opressão ou depressão não motivados (pelo menos,
não inteiramente) pelas circunstâncias externas, inveja ou ciúme patológicos, etc.
Antes de proceder ao trabalho goético (terapêutica regressiva, apométrica ou
medianímica) propriamente dito, é preciso mapear esses sentimentos, de forma simples,
fazendo um registro escrito no qual se anota escrupulosamente todos os sentimentos que se
quer trabalhar. Se preferir, você pode dar um nome a esses sentimentos (por exemplo, o
Demônio da Raiva ou o Espírito da Depressão, etc).
Personalizar os conteúdos da sombra facilita a etapa seguinte, que é evocar esses
demônios, com o objetivo de exorcizá-los.
Exorcizar os demônios, ao contrário do que o filme de William Friedkin e séculos de
tradição católica dão a entender, não significa expulsá-los. Isso seria o equivalente teológico da
repressão e eles já estão mais do que reprimidos e, por isso, se tornaram destrutivos.
A palavra exorcismo vem do grego exos, exterior, e significa simplesmente trazer
para fora o que estava oculto. Exorcizar um demônio significa apenas expor à luz da
consciência um conteúdo que se encontrava reprimido no inconsciente.
Na Terapia de Vidas Passadas o passo terapêutico constitui-se em vivenciar a
emoção que vai ser trabalhada. O momento ideal para isso seria quando ela surge
espontaneamente. Mas, na maior parte das vezes, isso é muito difícil, beirando o impossível.
Na Apometria o passo terapêutico constitui-se em incorporar o elemento ou os
elementos causadores do distúrbio.
Um dos traços mais marcantes das emoções da sombra no paciente perturbado é seu
caráter compulsivo, e, no calor da emoção, não se pode censurá-lo por não conseguir parar
para visualizar as suas causas.
A invocação dos Demônios Pessoais pode ser realizada de diversas formas através
de variadas técnicas terapêuticas, mas esse trabalho é mais facilmente realizado,
preferencialmente, numa sessão apométrica ou na Terapia de Vida Passada, sem complicações
ou rituais. Apenas, informando-se sobre os sintomas e ocasiões em que a pessoa os
experimenta a emoção. Para o tratamento, se for através da técnica apométrica, deve-se abrir o
campo de freqüência do paciente, mentalizar os elementos fluindo do paciente para o médium
de incorporação, onde eles se manifestarão assumindo forma e posição bastante concreta. Que
pode ser a forma de uma pessoa ou até de um animal. Devemos deixar que o processo seja
espontâneo.
Na TVP, pode-se tratá-los através das percepções do próprio paciente.
76
Antes de sair evocando os elementos goéticos, sem saber o que procura, é melhor
aguardar ou atender somente quando os sinais já apareceram. Aí, sim, você estará
escancarando os porões do inconsciente para dar passagem aos “demônios” que já tomaram
forma (despertaram). Agora eles estão prontos, diante de você, para serem entrevistados,
doutrinados e tratados.
Os magos medievais e renascentistas que trabalhavam com a goécia não tinham
grandes problemas com isso. Porém, a maioria não se interessava pelo aspecto terapêutico nem
com a integração desses elementos e forças. A finalidade era a busca do conhecimento, do
poder ou da diversão.
Quando os elementos goéticos surgiam, eles os colocavam para trabalhar a seu
serviço (daí sim era a prática da “magia negra”), deixando-os que permanecessem não
integrados. Porém, esses elementos, tornados negativos, invadem o campo da consciência e se
apossam da alma, fenômeno conhecido na psicologia junguiana como possessão do ego por um
conteúdo do inconsciente.
Portanto, não é surpresa que a goécia tenha adquirido uma reputação tão ruim, não
só entre os leigos, mas entre os próprios adeptos.
Sempre que questionados sobre as operações goéticas, os membros da Golden Dawn
saíam pela tangente, e davam a mesma resposta do Jesus de South Park: "meu filho, eu não
tocaria nisso nem com uma vara de dois metros." E isso a despeito de ter sido McGregor
Mathers quem traduziu a Clavícula de Salomão para o inglês.
No entanto, é preciso tocar nisso, com ou sem uma vara de dois metros, pois
precisamos decifrar urgentemente esses demônios, dado ao caro preço que estamos pagando
pelo desconhecimento de nosso universo interior.
Usar nossos demônios para atender desejos pessoais é colocar essas forças a serviço
do ego, fato este que pode ser denominado como “magia negra” ou “magia negativa”.
Já que não se pode drenar ou expulsar do inconsciente esses elementos goéticos,
vamos incorporá-los à consciência, para criar um ego forte, capaz de se submeter os
"caprichos" da vontade. E, enquanto essa distinção não for compreendida, não importa o rótulo
que se empregue, estaremos dando margem a prática de magia negra da pior espécie.
O que fazer então?
A perguntaria é pertinente e necessária.
É preciso acessá-los, tratá-los, esclarecê-los, tirá-los da “inconsciência” e integrá-los
à consciência. Desnecessário dizer que, se o orientador não estiver estabelecido, ele próprio,
em sólida formação e consciência, o trabalho goético não passará de palavrório vazio, porque
ninguém pode se apoiar em um poder que não possui. Foi só porque teve o bom-senso de se
amarrar ao mastro do navio, que Ulisses pôde resistir ao canto das sereias. É por esse motivo
que o trato com os espíritos ou com os elementos goéticos deve vir depois de sólida preparação
do evocador (terapeuta ou doutrinador).
77
Módulo V
Obsessão (conceito)
Obsessões simples e complexas.
Indução Espiritual
A Obsessão (espiritual e de encarnado por desdobramento de personalidades múltiplas e
subpersonalidades).
Pseudo-Obsessão
Simbiose
Parasitismo..
Tipos de ação obsessiva (Vampirismo, Síndrome dos Aparelhos Parasitas no Corpo Astral,
Arquepadias [magia originada em passado remoto], Magia negra ou magia negativa).
78
tratamento da personalidades múltiplas. Modo simplificado de atendimento e tratamento das
subpersonalidades. Outros tipos de atendimentos. Atendimento coletivo.)
A Obsessão (Conceito)
01 - Mono-obsessão
A Mono-obsessão pertence ainda a categoria das obsessões simples e caracterizam-
se por ações maléficas, porém superficiais. O algoz atua através de simples sugestão, não
79
empregando campos-de-força ou instrumentos mais sofisticados. Trata-se, quase sempre, de
espontâneo fruto do ódio; o agente visa prejudicar a vítima sugestionando-a através de idéias
ou imagens. Não usa de maiores recursos para que isso se cristalize; a ação é limitada em seus
efeitos, porque a força mental da indução é também limitada pela ignorância do indutor.
Esses obsessores agem com os meios de que dispõem, sem maiores conhecimentos
das leis do mundo espiritual. Procuram destruir o desafeto com paus, chicotes, cordas e
instrumentos semelhantes, envolvem-no em amarras, laços, peias, sudários, etc. As
conseqüências destas agressões têm importância muito relativa já que depende das defesas
naturais do obsedado, da intensidade das energias empregadas pelos perseguidores, e do tempo
de atuação.
02 - Poli-obsessão
Na poli-obsessão, a ação produzida por vários obsessores (que agem quase sempre
sincronicamente), é mais perigosa, pois há multiplicações de energias maléficas. Caso, no
entanto, não se constate a implantação de aparelhos eletrônicos parasitas no sistema nervoso da
vítima ou o emprego de meios sofisticados que podem causar danos irremediáveis a poli-
obsessão deve ser catalogada entre as do tipo simples.
b) Obsessão complexa
Obsessões complexas são os casos em que há ação de “magia negra”; implantação
de “aparelhos parasitas”; uso de “campos-de-força dissociativos” ou magnéticos de ação
contínua, provocadores de desarmonias tissulares que dão origem a processos cancerosos.
Campos-de-força permanentes podem, também, inibir toda a criatividade das vítimas ou
desfazer projetos acalentados com o maior desvelo, principalmente os que geram dinheiro
(levando as vítimas ao total empobrecimento). Complexos são, igualmente, os casos em que
técnicos das sombras imantam no obsedado espíritos em sofrimento atroz, visando parasitá-lo
ou vampirizá-lo em suas energias destruindo-lhe a imunidade.
É comum nos depararmos com pessoas aprisionadas em campos magnéticos que as
envolvem em vibrações de baixíssima freqüência. Esses pacientes se queixam de profundo
mal-estar e sensação de opressão que, aumentando rápida e progressivamente, levam ao
paciente a idéia de autodestruição, tão grande é o desespero que os aflige.
A técnica de cercar a vítima com vários tipos de obsessão configura outra
característica da obsessão complexa. O enfermo vê-se encurralado, indefeso, à mercê de
inimigos e predadores desencarnados. Através de planejamento minucioso, realmente
diabólico, de “estado maior”, executado com rigor militar, os técnicos do Mal investigam toda
a vida da vítima, descobrem e “convocam” seus inimigos desencarnados (desde o passado mais
remoto) para convidá-los à vingança e a destruição de seu desafeto.
80
c) Qual a finalidade de imantação de espírito sofredores em obsedados?
Indução Espiritual
A indução espiritual de desencarnado para encarnado se faz espontaneamente, na
maioria das vezes de modo casual, sem premeditação ou maldade alguma. O espírito vê o
paciente, experimenta-lhe a benéfica aura vital, que lhe dá sensação de bem estar e calor, que
lhe provoca alívio, e sente-se atraído por ela. Encontrando-se enfermo ou em sofrimento,
transmite ao encarnado suas angústias e dores, a ponto de desarmonizá-lo. A desarmonia vai
acontecendo na medida da intensidade da energia negativa de que o espírito está carregado e
do tempo de atuação sobre o encarnado. O processo de transferência de energia do espírito
para o encarnado ocorre por ressonância vibratória entre os dois. Esses sintomas são comuns
em sensitivos sem educação mediúnica. Por desconhecimento de causa, sentem-se esgotados,
angustiados, com profundo mal-estar.
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de hoje, atrasados na evolução, em ajuste de contas interminável, mais trevoso do que
dramático.
Tendo transgredido a Lei da Harmonia Cósmica e não compreendendo os desígnios
da Justiça Divina, avocam a si, nos atos de vingança, poder e responsabilidade que são de
Deus.
Os tipos de ação obsessiva podem acontecer em desencarnado atuando sobre
desencarnado, desencarnado sobre encarnado, encarnado sobre desencarnado, encarnado sobre
encarnado ou ainda obsessão recíproca, esses dois últimos, estudados sob o título de Pseudo-
Obsessão.
Pseudo-Obsessão
Pseudo-Obsessão é a atuação do encarnado sobre o encarnado ou a obsessão
recíproca. Todos nós conhecemos criaturas dominadoras, prepotentes e egoístas, que
comandam toda uma família, obrigando todos a fazerem exclusivamente o que elas querem.
Tão pertinaz (e ao mesmo tempo descabida) pode se tornar esta ação, que, sucedendo a morte
do déspota, todas as vítimas de sua convivência às vezes chegam a respirar, aliviadas. No
entanto, o processo obsessivo há de continuar, pois a perda do corpo físico não transforma o
obsessor.
Este tipo de ação nefasta é mais comum entre encarnados, embora possa haver
pseudo-obsessão entre desencarnados e encarnados. Trata-se de ação perturbadora em que o
espírito agente não deseja deliberadamente, prejudicar o ser visado, ao contrário, deseja
protegê-lo. É conseqüência da ação egoísta de uma criatura que faz de outra o objeto dos seus
cuidados e a deseja ardentemente para si própria como propriedade sua.
Exige que a outra obedeça, cegamente, às suas ordens desejando protegê-la, guiá-la
e, com tais coerções, impede-a de se relacionar saudável e normalmente com seus semelhantes.
O agente não tem intuito de prejudicar o paciente. Acontece que, embora os motivos
possam até ser nobres, a atuação resulta prejudicial; com o tempo, poderá transformar-se em
verdadeira obsessão.
A pseudo-obsessão é muito comum em pessoas de personalidade forte, egoístas,
dominadoras, que muitas vezes, sujeitam a família à sua vontade tirânica, porém, muitas vezes
dissimulada. Ela aparece nas relações de casais, quando um dos cônjuges tenta exercer
domínio absoluto sobre o outro. Caso clássico, por exemplo, é o do ciumento que cerceia de tal
modo a liberdade do ser amado que, cego a tudo, termina por prejudicá-lo seriamente. Nesses
casos, conforme a intensidade e continuidade do processo, pode se instalar a obsessão simples
(obsessão de encarnado sobre encarnado).
O que dizer do filho mimado que chora, bate o pé, joga-se ao chão, até que consegue
que o pai ou a mãe lhe dê o que quer ou lhe irrite até o ponto de agressão. Qualquer das duas
reações faz com que o pequeno e "inocente" vampiro, absorva as energias do oponente.
O que pensar do chefe déspota, no escritório?
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E dos desaforos: "eu faço a comida, mas eu cuspo dentro".
E que tal a mulher dengosa que consegue tudo o que quer?
E a mãe que controla e envolve “amorosa” e ciumentamente o filho ou a filha
querendo livrá-lo (a) de “dificuldades”, “sofrimentos”, ou querendo-o (a) para si mesma?
Enquanto o relacionamento entre esses encarnados aparenta ter momentos de trégua
enquanto dormem, o elemento dominador pode desprender-se do corpo e sugar as energias
vitais do corpo físico do outro. Após o desencarne, o elemento dominador poderá continuar a
"proteger" as suas relações, a agravante agora é que o assédio torna-se maior ainda, pois o
desencarnado não necessita cuidar das obrigações básicas que tem como encarnado, tais como:
comer, dormir, trabalhar, higienizar-se, tendo mais tempo para estar na companhia do outro,
obsedando-o.
O obsedado poderá reagir às ações do obsessor criando condições para a obsessão
recíproca. Quando a vítima tem condições mentais e esboça defesa ativa, procura refutar as
ações do obsessor ou revidar o agressor na mesma proporção em que é agredida. Estabelece-se,
assim, círculo vicioso de imantação por ódio mútuo, difícil de ser anulado.
Em menor ou maior intensidade, essas agressões recíprocas aparecem em quase
todos os tipos de obsessão; geralmente são eventuais (mas podem tornar-se de longo prazo ou
perenes), surgindo conforme circunstâncias e fases existenciais, podendo ser concomitantes a
determinados acontecimentos. Apesar de apresentarem, às vezes, intensa imantação negativa,
esses processos de mútua influência constituem obsessão simples, tendo um único obsessor.
Quando a obsessão recíproca acontece entre desencarnado e encarnado é porque o
encarnado tem personalidade muito forte, grande força mental e muita coragem, pois enfrenta
o espírito em condições de igualdade. No estado de vigília, a pessoa viva normalmente e não
sabe o drama que esta vivendo. É durante o sono – e desdobrada – que passa a ter condições de
enfrentar e agredir o opositor.
Esse tipo de relacionamentos, interpessoais, nos induz a pensar que o ser humano,
em seu erro, deixou de absorver as energias cósmicas, por sua própria conta, desligando-se do
Divino, buscando então, exercer o "poder" sobre os seus semelhantes, para, assim, vampirizar
e absorver as suas energias vitais.
Podemos nos "religar" e absorver as energias divinas a qualquer momento, mesmo
depois de tantas vidas procedendo erroneamente, buscando o equilíbrio das ações, dos
pensamentos e, também, a plena consciência dos nossos atos. Talvez se possa dizer que o
maior culpado desse processo de obsessão seja quem se deixa dominar, vampirizar ou
chantagear por esses espíritos.
A terapêutica consiste na conscientização, incorporação, doutrinação, tratamento e
encaminhamento das partes envolvidas (elementos espirituais, anímicos, personímicos e
encarnado (s).
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Simbiose
Por simbiose entende-se a duradoura associação biológica de seres vivos, harmônica
e às vezes necessária, com benefícios recíprocos.
A simbiose espiritual, negativa, desarmônica, e desnecessária, obedece ao mesmo
princípio.
Na Biologia, o caráter harmônico e indispensável deriva das necessidades
complementares que possuem as espécies de realizar tais associações que primitivamente foi
parasitismo. Com o tempo, a relação evoluiu e se disciplinou biologicamente: o parasitado,
também começou a tirar proveito da relação. Existe simbiose entre espíritos como entre
encarnados e desencarnados. É comum a simbiose cooperativa entre espíritos e médiuns, onde
os espíritos atendem aos seus menores chamados. Em troca, porém recebem do médium as
energias vitais de que carecem. Às vezes esses médiuns nem suspeitam que seus "associados"
espirituais são espíritos inferiores ou mal intencionados, que se juntam a eles para parasitá-los
ou fazer simbiose com eles.
A Terapêutica consiste na separação dos elementos imantados, na sua orientação e
no seu encaminhamento. Para este tipo de tratamento devemos empregar cromoterapia mental
(amarelo-limão e violeta) para separar os elementos em simbiose; incorporação, se possível em
médiuns diferentes para quebrar as idéias fixas (monoidéia) e dissolver as energias negativas
que os imantam; doutrinação; encaminhamento dos elementos imantados (espírito e
personalidade múltipla) e orientação ao encarnado.