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Sistemas de

Inovação
Catarina Scherer, Cristiane Carvalho, Larissa Rocha, Marina Passos

IFBA | 2019
Definindo Inovação
"Inovação é o processo que inclui as atividades técnicas,
concepção, desenvolvimento, gestão e que resulta na
comercialização de novos (ou melhorados) produtos, ou na
primeira utilização de novos (ou melhorados) processos"
(Christopher Freeman)
A História

Revolução Industrial: Sistematização do conhecimento


Modelo Linear da Inovação
A década de 1980: A Inovação como um processo dinâmico
MAS O QUE É SISTEMA DE INOVAÇÃO?
“O conceito de Sistema Nacional de
Inovação parte da premissa que a
compreensão dos vínculos entre os
agentes envolvidos em processos
inovativos é fundamental para a
melhoria do desempenho tecnológico”
(OCDE, 1997)
ABORDAGEM SISTÊMICA DA INOVAÇÃO
Importância da transferência e da difusão de ideias, experiências,
conhecimentos
Conceito FLUXO DE TECNOLOGIA E INFORMAÇÃO
Interação entre empresas, indústrias, universidades ou agências
governamentais
A PERSPECTIVA DE SISTEMA DE INOVAÇÃO
Integra os principais resultados da pesquisa de inovação
- A capacidade inovativa de um país ou região
é vista como resultado das relações entre os
atores econômicos, políticos e sociais,
Implicações reflete condições culturais e institucionaise
dos SI próprias.
- Ferramenta prática para o desenho e
implementação de política de inovação.
Definição Restrita
Incluem questões como:
Instituições produtoras de conhecimento e as empresas
Relações entre as instituições de ciência e tecnologia
As políticas públicas e os departamentos de P&D nas empresas
Em alguns estudos inclui também questões como:
Propriedade intelectual e mercados financeiros.
Não incluem questões como:
A educação dos trabalhadores; A dinâmica do mercado de trabalho;
As relações entre setores industriais.
Definição Ampla
Pode ser definida como um processo cumulativo que envolve:
Inovações radicais e incrementais, bem como sua difusão, uso e absorção,
tendo como fontes não só instituições científicas e departamentos de P&D,
mas também os processos de aprendizado interativo que ocorrem durante a
produção e a venda de produtos, assumindo, por exemplo, que a interação
com os consumidores é fundamental para a inovação de produtos..
Diferença entre concepções
Características locais dos países onde se desenvolveram;
Conceito restrito:
Dá mais foco para características mais proeminentes dos EUA;
Conceito amplo:
Surge em países pequenos e em desenvolvimento, onde o mais importante
foco da inovação na economia não são as instituições científicas ou de
pesquisa, mas a capacidade das empresas de absorverem tecnologia e
realizarem inovações incrementais;
Sistema Nacional de Inovação
Sistema: faz referência à importância do “todo maior do que as partes” e a “inter‐
relação e interação entre os seus elementos componentes”.
Nacional: reforça a importância do Estado‐Nação e o seu papel na definição de
estratégias políticas e padrões econômicos.
Inovação: pode ser visto na perspectiva de  Schumpeter (1982), das “novas
combinações” (novos produtos, novos processos, novas matérias‐primas, novas
formas de organização e novos mercados).
TIPOS DE SISTEMAS DE
INOVAÇÃO

SISTEMA SISTEMA SISTEMA


NACIONAL REGIONAL SETORIAL
Corresponde aos atores Corresponde aos atores Corresponde às
institucionais do país, regionais e suas interações entre
tais como os interações. A proximidade atores de um setor
departamentos de P&D, geográfica é uma de suas produtivo específico.
institutos tecnológicos e principais características.
universidades.
Sistema Nacional Brasileiro de Inovação
O Brasil possui um SNI imaturo, pouco eficiente se comparado aos sistemas de inovação de
países desenvolvidos;
O país construiu uma infraestrutura mínima de ciência e tecnologia que, combinada com a
sua baixa articulação com o setor produtivo, contribuiu muito pouco com o seu desempenho
econômico;
O Brasil caracteriza-se por ser um país cuja industrialização e criação das instituições de
pesquisa e universidades ocorreram em caráter tardio;
Lei no. 10.973/2004 (Lei de Inovação): dispõe sobre incentivos à inovação e à pesquisa
científica e tecnológica no ambiente produtivo
Lei no. 11.196/2005 (Lei do Bem): consolidou os incentivos fiscais que podem ser usufruídos
de forma automática por pessoas jurídicas que realizem pesquisa tecnológica e
desenvolvimento de inovação tecnológica.
Relações dos
diferentes atores:
ICTs;
Investidores;
Empresas;
Governo;
Habitats de inovação;
Entidades de classe.
As
GRANDES empresas
são as mais próximas
das ICTs de
conhecimento.
As GRANDES
empresas se
relacionam mais
intensamente com
governo e as
entidades de
classe
Anseios dos
integrantes do
Sistema Brasileiro
de Inovação.
DE FATO
QUEM PODE
IMPACTAR
NOS ÍNDICES
DE INOVAÇÃO
DO SBI?
Essa nota levou em conta vários indicadores, como número de patentes registradas, quantidade de estudantes cursando
engenharia e ciências, número de empresas de tecnologia, número de equipes de pesquisa, entre outros.
85% das empresas estão no setor de serviços e comércio As empresas do setor da indústria que possuem os maiores
faturamentos

As empresas em geral estão distribuídas por porte

Das tabelas acima fica evidente que para o fortalecimento do sistema de inovação é preciso olhar
com mais atenção para as 25% das empresas do Brasil: As Pequenas e Médias.
Se incluirmos as microempresas esse índice sobre para um pouco mais de 65%.
São empresas menos burocráticas, mais
ágeis e que podem interagir melhor com
ICTs e os ambientes de inovação, para
produzirem diretamente inovações
tecnológicas ou ainda para transferirem
para as grandes empresas.
Dimensão Sistêmica e Interativa da Inovação
Sistêmica e Interativa x Determinismo e Linearidade

Inovação Fechada
Sistêmica e Interativa x Determinismo e Linearidade

Inovação Aberta
Empresas que adotaram a Dimensão Sistêmica e Interativa
EMBRAER
Empresas que adotaram a Dimensão Sistêmica e Interativa
EMBRAER
Projeto do ERJ 170/190

 Companhias parceiras e fornecedores dos Estados unidos, Europa e Japão; 


Sistemático contato com os clientes, buscando captar suas
sugestões, necessidades e expectativas; 
 Mão de obra em torno de 1500 pessoas;
Produção de muitas partes do avião no exterior;
Primeira entrega um ano antes do tempo de entrega normal. 
Empresas que adotaram a dimensão Sistêmica e Interativa
RECEPTA BIOPHARMA
Desenvolvimento de anticorpos uso clínico

Estabeleceu parceria com a indústria Suíça 4-Antibory AG;


Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDS);
Fundação Amparo á Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP);
Conselho Nacional de Desenvolvimento Cientifico e Tecnológico (CNPq);
Faculdade de Veterinária/USP e oncologia Clínica.
Empresas que adotaram a dimensão Sistêmica e Interativa
RECEPTA BIOPHARMA
Desenvolvimento de biomoléculas

Obteve um investimento de 8,6 milhões de dólares da FINEP Inovação e 


Pesquisa; 
Estabeleceu parcerias com hospitais, universidades publicas e centros
de pesquisa; 
Possui 4 patentes de anticorpos licenciados pelo Instituto Ludwig de  Pesquisa
sobre o Câncer (LICR).
Inovação não se limita apenas a processos
executados quase que exclusivamente por grandes
Sistema de empresas através de  seus esforços de pesquisa e
desenvolvimento (P&D).
Inovação e
É importante reconhecer que inovação se estende para
além  das atividades formais de P&D e inclui novas
formas de produzir bens e serviços.
ATIVIDADES DE INOVAÇÃO

As atividades de inovação são etapas


científicas,tecnológicas, organizacionais,
financeiras e comerciais que conduzem,
ou visam conduzir, à implementação de
inovações. [...]As atividades de inovação
também inserem a P&D que não está
diretamente relacionada ao
desenvolvimento de uma inovação
específica.
( MANUAL DO OSLO, 2005)
“Incluem o trabalho criativo empregado de
forma sistemática, com o objetivo de
Definição de P&D aumentar o volume de conhecimentos,
abrangendo o conhecimento do homem, da
cultura e da sociedade, bem como a utilização
desses conhecimento para novas aplicações.”

(MANUAL FRASCATI, 2002)


Inovação e P&D
Inovação e P&D
O Manual de Frascati  explica que  há uma
reconhece a dificuldade em definir com exatidão o
limite entre o desenvolvimento experimental e as
atividades correlatas necessárias para a
implantação de uma inovação.
Em softwares são geradas muitas dúvidas em
relação a esse limite.
Investimento Brasileiro em pesquisa e desenvolvimento (P&D),
em valores correntes, no período de 2000 a 2016
Investimento Brasileiro em pesquisa e desenvolvimento (P&D), em
relação ao total de P&D, no período de 2000 a 2016
P&D no Brasil
Na década de 2000, o volume de investimentos realizados na infraestrutura de
pesquisa brasileira cresceu substancialmente, especialmente com os recursos:
P&D no Brasil
Referências
INSTITUTO CODEMEC. Sistema Nacional de Inovação (SNI). 25, jan 2016. Disponível em:
<https://codemec.org.br/informe-se/sistema-nacional-de-inovacao-sni/>
MANUAL DE OSLO. Diretrizes para coleta e interpretação de dados sobre inovação.3.ed.
[S.L.]: OECD; FINEP, 2005. 184p.
MANUAL DE FRASCATI. Medição de atividades científicas e tecnológicas. Tipo de
metodologia proposta para levantamentos sobre pesquisa e  desenvolvimento
experimental. Brasil, 2013.
Referências
MENTOR, L. C. F. Quem são os principais atores do Sistema Brasileiro de Inovação?. Brasil, 2016.
Disponível em: <http://www.nextainside.com/inside/noticia/quem-sao-os-principais-atores-sistema-
brasileiro-de-inovacao>.
SILVA, E. da. O conhecimento científico no contexto de sistemas nacionais de inovação: análise de
políticas públicas e indicadores de inovação.018.    Tese (Doutorado em Ciência da Informação)
Universidade Estadual Paulista (Unesp), Marília, 2018.
TURCHI, Lenita Maria ; MORAIS , José Mauro de Políticas de apoio à inovação tecnológica no Brasil :
avanços recentes, limitações e propostas de ações / organizadores:. – Brasília : Ipea, 2017.
VIEIRA, V. G. UMA ANÁLISE COMPARATIVA ENTRE OS SISTEMAS ESTADUAIS DE INOVAÇÃO DO BRASIL.
PORTO ALEGRE, 2016.
Referências
CASSIOLATO, J.E. Sistema Nacional de Inovação: a importância de uma visão sistêmica. Workshop
Aneel – Gesel, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Instituto de economia, Junho, 2018.
FERRUGEM, K. SANTOS, R.A. FERREIRA, A.P.A.L. Rumo á Inovação Sistêmica. XVII Seminário
Interinstitucional de ensino, pesquisa e extensão. Universidade de Cruz Alta – UNICRUZ, Rio Grande do
Sul, Novembro, 2012.
SABINO, M.R. MONTANUCCI, J.R.G. Inovação Sistêmica – Casos de Empreendedorismo e Inovação
Sustentáveis. 1 Edição, Londrina, 2013. 
STAL, E. NOHARA, J.J. CHAGAS JR, M.F. Os Conceitos da Inovação Aberta e o Desempenho de
Empresas Brasileiras Inovadoras. Revista de Administração e Inovação, São Paulo, v.11, n.2, p. 295-
320, abr./jun. 2014

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