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Obras da Carne & Frutos do Espírito

“Porque as obras da carne são manifestas, as quais são: prostituição, impureza,


lascívia, idolatria, feitiçarias, inimizades, porfias, emulações, iras, pelejas,
dissensões, heresias, invejas, homicídios, bebedices, glutonarias e coisas
semelhantes a estas, acerca das quais vos declaro, como já antes vos disse, que os
que cometem tais coisas não herdarão o Reino de Deus. Mas o fruto do Espírito é:
caridade (amor), gozo, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fé, mansidão,
temperança. Contra essas coisas não há lei.” Gl 5.19-23

Nenhum trecho da Bíblia apresenta um mais nítido contraste entre o modo de vida
do crente cheio do Espírito e aquele controlado pela natureza humana pecaminosa
do que 5.16-26. Paulo não somente examina a diferença geral do modo de vida
desses dois tipos de crentes, ao enfatizar que o Espírito e a carne estão em conflito
entre si, mas também inclui uma lista específica tanto das obras da carne, como do
fruto do Espírito.

OBRAS DA CARNE.

“Carne” (gr. sarx) é a natureza pecaminosa com seus desejos corruptos, a qual
continua no cristão após a sua conversão, sendo seu inimigo mortal (Rm 8.6-8,13;
Gl 5.17,21). Aqueles que praticam as obras da carne não poderão herdar o reino de
Deus (5.21). Por isso, essa natureza carnal pecaminosa precisa ser resistida e
mortificada numa guerra espiritual contínua, que o crente trava através do poder
do Espírito Santo (Rm 8.4-14; ver Gl 5.17).

As obras da carne (5.19-21) incluem:

(1) “Prostituição” (gr. pornéia), i.e., imoralidade sexual de todas as formas. Isto
inclui, também, gostar de quadros, filmes ou publicações pornográficos (cf. Mt
5.32; 19.9; At 15.20,29; 21.25; 1Co 5.1). Os termos moichéia e pornéia são
traduzidos por um só em português: prostituição.

(2) “Impureza” (gr. akatharsia), i.e., pecados sexuais, atos pecaminosos e vícios,
inclusive maus pensamentos e desejos do coração (Ef 5.3; Cl 3.5).

(3) “Lascívia” (gr. aselgeia), i.e., sensualidade. É a pessoa seguir suas próprias
paixões e maus desejos a ponto de perder a vergonha e a decência (2Co 12.21).

(4) “Idolatria” (gr. eidololatria), i.e., a adoração de espíritos, pessoas ou ídolos, e


também a confiança numa pessoa, instituição ou objeto como se tivesse autoridade
igual ou maior que Deus e sua Palavra (Cl 3.5).

(5) “Feitiçarias” (gr. pharmakeia), i.e., espiritismo, magia negra, adoração de


demônios e o uso de drogas e outros materiais, na prática da feitiçaria (Êx 7.11,22;
8.18; Ap 9.21; 18.23).

(6) “Inimizades” (gr. echthra), i.e., intenções e ações fortemente hostis; antipatia
e inimizade extremas.

(7) “Porfias” (gr. eris), i.e., brigas, oposição, luta por superioridade (Rm 1.29;
1Co 1.11; 3.3).

(8) “Emulações” (gr. zelos), i.e., ressentimento, inveja amarga do sucesso dos
outros (Rm 13.13; 1Co 3.3).
(9) “Iras” (gr. thumos), i.e., ira ou fúria explosiva que irrompe através de palavras
e ações violentas (Cl 3.8).

(10) “Pelejas” (gr. eritheia), i.e., ambição egoísta e a cobiça do poder (2Co 12.20;
Fp 1.16,17).

(11) “Dissensões” (gr. dichostasia), i.e., introduzir ensinos cismáticos na


congregação sem qualquer respaldo na Palavra de Deus (Rm 16.17).

(12) “Heresias” (gr. hairesis), i.e., grupos divididos dentro da congregação,


formando conluios egoístas que destroem a unidade da igreja (1Co 11.19).

(13) “Invejas” (gr. fthonos), i.e., antipatia ressentida contra outra pessoa que
possui algo que não temos e queremos.

(14) “Homicídios” (gr. phonos), i.e., matar o próximo por perversidade. A


tradução do termo phonos na Bíblia de Almeida está embutida na tradução de
methe, a seguir, por tratar-se de práticas conexas.

(15) “Bebedices” (gr. methe), i.e., descontrole das faculdades físicas e mentais
por meio de bebida embriagante.

(16) “Glutonarias” (gr. komos), i.e., diversões, festas com comida e bebida de
modo extravagante e desenfreado, envolvendo drogas, sexo e coisas semelhantes.

As palavras finais de Paulo sobre as obras da carne são severas e enérgicas: quem
se diz crente em Jesus e participa dessas atividades iníquas exclui-se do
reino de Deus, i.e., não terá salvação (5.21; ver 1Co 6.9).

O FRUTO DO ESPÍRITO.

Em contraste com as obras da carne, temos o modo de viver íntegro e honesto que
a Bíblia chama “o fruto do Espírito”. Esta maneira de viver se realiza no crente à
medida que ele permite que o Espírito dirija e influencie sua vida de tal maneira
que ele (o crente) subjugue o poder do pecado, especialmente as obras da carne, e
ande em comunhão com Deus (ver Rm 8.5-14 nota; 8.14 nota; cf. 2Co 6.6; Ef
4.2,3; 5.9; Cl 3.12-15; 2Pe 1.4-9).

O fruto do Espírito inclui:

(1) “Caridade” (amor) (gr. agape), i.e., o interesse e a busca do bem maior de
outra pessoa sem nada querer em troca (Rm 5.5; 1Co 13; Ef 5.2; Cl 3.14).

(2) “Gozo” (gr. chara), i.e., a sensação de alegria baseada no amor, na graça, nas
bênçãos, nas promessas e na presença de Deus, bênçãos estas que pertencem
àqueles que crêem em Cristo (Sl 119.16; 2Co 6.10; 12.9; 1Pe 1.8; ver Fp 1.14).

(3) “Paz” (gr. eirene), i.e., a quietude de coração e mente, baseada na convicção
de que tudo vai bem entre o crente e seu Pai celestial (Rm 15.33; Fp 4.7; 1Ts
5.23; Hb 13.20).

(4) “Longanimidade” (gr. makrothumia), i.e., perseverança, paciência, ser tardio


para irar-se ou para o desespero (Ef 4.2; 2Tm 3.10; Hb 12.1).

(5) “Benignidade” (gr. chrestotes), i.e., não querer magoar ninguém, nem lhe
provocar dor (Ef 4.32; Cl 3.12; 1Pe 2.3).
(6) “Bondade” (gr. agathosune), i.e., zelo pela verdade e pela retidão, e repulsa
ao mal; pode ser expressa em atos de bondade (Lc 7.37-50) ou na repreensão e na
correção do mal (Mt 21.12,13).

(7) “Fé” (gr. pistis), i.e., lealdade constante e inabalável a alguém com quem
estamos unidos por promessa, compromisso, fidedignidade e honestidade (Mt
23.23; Rm 3.3; 1Tm 6.12; 2Tm 2.2; 4.7; Tt 2.10).

(8) “Mansidão” (gr. prautes), i.e., moderação, associada à força e à coragem;


descreve alguém que pode irar-se com eqüidade quando for necessário, e também
humildemente submeter-se quando for preciso (2Tm 2.25; 1Pe 3.15; para a
mansidão de Jesus, cf. Mt 11.29 com 23; Mc 3.5; a de Paulo, cf. 2Co 10.1 com
10.4-6; Gl 1.9; a de Moisés, cf. Nm 12.3 com Êx 32.19,20).

(9) “Temperança” (gr. egkrateia), i.e., o controle ou domínio sobre nossos


próprios desejos e paixões, inclusive a fidelidade aos votos conjugais; também a
pureza (1Co 7.9; Tt 1.8; 2.5).

O ensino final de Paulo sobre o fruto do Espírito é que não há qualquer restrição
quanto ao modo de viver aqui indicado. O crente pode — e realmente deve —
praticar essas virtudes continuamente. Nunca haverá uma lei que lhes impeça de
viver segundo os princípios aqui descritos.

Fonte: BEP

As obras da carne:

Considerações:

Já de muito tenho ministrado que há uma ignorância muito grande


acerca de Deus no mundo, e também dentro de nossas igrejas. A
maior parte das pessoas que freqüentam conosco uma das igrejas de
Jesus Cristo, não compreende muito bem o que Deus quer de nós e
nem o que pretende fazer conosco.

A questão que quero levantar é no tocante a uma das mais


conhecidas e incompreendidas passagens da Bíblia: a que trata do
fruto do Espírito e obras da carne (Gálatas 5).

Uma grande parte de nossos irmãos, de nossos companheiros de


igrejas, estão absolutamente convictos de que estão em posse do
fruto do Espírito, e que tem rejeitado as obras da carne. Mas é uma
convicção falsa, ilusória, porque na verdade estão em posse das
obras da carne e tem rejeitado o fruto do Espírito. Estão na incômoda
situação descrita em Mateus 6:23.

Por que estão nessa situação? Porque desconhecem o significado das


palavras que estão no texto bíblico, ou estão fechando seus olhos
para a verdade, para viverem uma fábula, uma ilusão, uma utopia,
um sonho, do qual serão tirados quando vier o dia da angústia já
mencionado.

Existem dois fatores principais que norteiam o comportamento


humano: pensamento e sentimento. Via de regra, nós fazemos o
achamos certo ou o que queremos fazer. As crises de consciência
ocorrem quando desejamos o que condenamos, ou não queremos
fazer o que acreditamos que deve ser feito.

O problema maior e mais complicado é que nossos desejos são


pérfidos, perversos, são decaídos e pecaminosos, contrários à
essência e ao desejo de Deus... E nossos pensamentos são egoístas,
são egocêntricos, individualistas, mesquinhos, destrutivos. Em suma:
somos pecadores, e vendidos sob a escravidão do pecado (Rom.7 e 8

O que ocorre, e isto precisa ficar claro, é que tais valores são...
"incorretos". Estão todos impregnados com essa alguma coisa
nojenta aos olhos de Deus chamada 'pecado'.

Então, quando o ser humano peca, quando faz alguma coisa que seja
errada ou condenável pela bíblia, nada estará fazendo contrária à sua
natureza. Gritar, xingar, amaldiçoar, mentir, aproveitar-se da
situação, roubar, e coisas tais, são inerentes à condição humana. O
natural é cometer pecado, e ter as obras da carne presentes em
nossa vida. O sobrenatural é vencer a carne. É por isso que a Bíblia
diz em Mateus 11:12 que desde os dias de João Batista até hoje o
reino dos Céus e tomado à força e os violentos se apoderam dele. E
os violentos que andam em espírito, não se curvam ao desejo da
carne (Gal. 5:16)

Se não lutarmos contra a nossa natureza vil e perversa, seremos


dominados por ela, e as obras da carne se farão presentes em nossa
vida. Quando as obras da carne se fazem presentes em nossa vida,
significa que nosso espírito carnal está dominando nosso ser. Então, o
Espírito de Deus se entristece, deixando-nos um vazio, e uma
angústia em nossas almas e em nossos corações.

Nas continuações da presente estaremos explicando o que é


exatamente cada obra da carne listada em Gálatas 5, e é necessário
que você, caso queira continuar, saiba que a carne (espírito carnal,
decaído) deve ser extirpada, ou vai tirá-lo da igreja mais cedo ou
mais tarde...

AS OBRAS DA CARNE: PROSTITUIÇÃO (2)

Já discorremos sobre a insignificância da diferenciação que fazem os


cristãos sobre a existência de vários frutos ou apenas um fruto com
várias partes. Discussão meramente acadêmica que não interfere na
aplicabilidade do ensino bíblico, na vida da maior parte dos que
freqüentam nossas igrejas.

O primeiro fruto (ou primeira parte do fruto) é a prostituição. E o


sentido que comumente se atribui a palavra é como sinônimo de
fornicação, isto é, a prática sexual pré-matrimonial. Isto é
prostituição, sim. Mas prostituição não é somente isto.

As palavras podem ter seus sentidos alterados de acordo com o


contexto em que estão inseridas. Assim, essa palavra pode adquirir
outros sentidos, de acordo com o sentido que o Autor quiser lhe
emprestar.

No mundo, a palavra prostituição pode ser relativo a uma troca


imoral, pessoas que dão coisas para receber outras coisas, prática
esta que ofende a moral e ética. Mulheres e homens que alugam seus
corpos por dinheiro, bens, necessidades. Isto é uma forma de
prostituição (Ex.23, II Reis 17:17) que gostaria que ficasse claro para
todos quantos se dizem cristão e se ufanam como sendo "filhos de
Deus".

Prostituir é vender a própria honra, a própria dignidade, é sacrificar o


amor-próprio e a auto-valoração em troca de alguma outra coisa.

Nós freqüentemente somos forçados a escolher entre o que é reto


aos olhos de Deus, aquilo que Deus quer e exige de nós, é aquilo que
é melhor (pelo menos aparentemente) aos nossos olhos. Como
ocorreu em Números 25. Para possuirem as mulheres moabitas, os
hebreus adoraram os deuses estranhos, e se inclinaram diante de
ídolos feitos por mãos humanas. Nesse sentido, Adão e Eva se
prostituíram quando a desobedeceram a Deus para poder saborear o
fruto da árvore da vida.
Abraão prostituiu-se quando mentiu para não correr o risco de ser
morto por causa de sua linda mulher (Gen.12 e 20). Isaque repetiu o
mesmo erro (Gen.26). Jacó mentiu para obter a benção de seu pai(
Gen.27).

Ocorre a prostituição quando as pessoas da igreja se vendem para


obter o que desejam ou almejam. Negam a sua fé em Cristo, jogam
para fora a honestidade e a pureza de suas mãos por dinheiro, por
prazer, pela fama, pela diversão.

E isto, infelizmente, é comum e rotineiro em nossas igrejas: pessoas


que vendem a própria fé, a própria paz, a comunhão com o Espirito
de Deus por dinheiro, por prazer e por uma qualquer outra mórbida
forma de satisfação...

Simão Pedro prostituiu-se para não ser capturado e morto com Jesus,
mas depois de revestido com o poder do Espirito Santo, recusou-se a
prostituir por dinheiro (Atos:8). Isto é o que quero transmitir para ti,
e preciso que fique claro: toda vez que alguém que se diz cristão,
deliberada e espontaneamente faz qualquer coisa contrária à palavra
de Deus, para ganhar algo ou não perder algo que tem, está se
prostituindo.

Jesus tem que valer mais do que tudo em nossas vidas, e por ele
temos que renunciar a tudo. Enquanto houver alguma coisa no
mundo, neste mundo, que valha tanto ou tão mais do que Jesus,
estamos sujeitos a nos prostituir para tê-lo ou não perde-lo.

Pecado não é somente uma transgressão à lei de Deus, como muitos


pensam e ensinam. Pecado não é somente o que não provém de fé.
Pecado é tudo o que fere, magoa e entristece o coração e o Espírito
de Deus.

Toda vez que você faz alguma coisa, qualquer coisa, de forma
consciente e deliberada, que venha a magoar, entristecer o coração
de Deus para conseguir satisfazer uma necessidade, um desejo, um
capricho, uma "inclinação da carne" (concupiscência), você estará
vendendo a sua fé, sacrificando a sua comunhão e comunicação com
Deus. A carne estará se manifestando e dominando a sua vida, a sua
alma, o seu espírito.
AS OBRAS DA CARNE: IMPUREZA (3)

As palavras não têm sentido nenhum se isoladamente colocadas. E


nenhuma delas tem melhor sentido se não houver que as leia, as
interprete, as entenda.

Impureza é sujeira, é escória, é o que atrapalha, é o que está


destoando do conjunto. Um feijão no meio de muitos feijões não é
impureza, mas um feijão no meio de um monte de arroz é sujeira, é
impureza, porque não se cozinha feijão com arroz.

Assim, impureza no sentido bíblico, é relacionado ao mau-uso da


sexualidade humana. E isto é uma coisa, infelizmente, comum e até
normal nos dias atuais. Muitas vezes, inclusive, é incentivado nas
propagandas contra as doenças sexualmente transmissíveis. "Faça o
uso que quiser de seu corpo e sua sexualidade, mas não transmita e
nem adquira doenças" é a tônica das campanhas. As novelas, os
filmes, as leituras, as conversas das rodas de bar, são onde
encontramos incentivos para tal prática que tem desastrosas
conseqüências para o ser humano em família.

Os seres humanos (inclusive, talvez, eu e você) tem sido


transformados em objetos, em coisas, em brinquedos sem alma, sem
aspirações , sem desejos, com o único propósito de satisfazer nossos
desejos e caprichos e também desejos e caprichos alheios...

Homens com olhos cheios de impureza, olham apenas seios, nádegas


e coxas das mulheres que incentivam essa prática insinuando-se com
roupas que mostram "porções generosas" de seus corpos.

Se por um lado tem se tornado comum que homens vejam mulheres


como brinquedos sexuais, de outro mulheres tem se reduzido a tais
objetos quando incentivam tais práticas.

Com a liberação sexual, a quebra de tabus, e a diminuição da


repressão sexual, um fenômeno inverso tem ocorrido: homens que se
sujeitam a se rebaixam também à condição de brinquedos sexuais
das mulheres. Às vezes, por dinheiro, o que se classifica como
prostituição. Objeto de uma mensagem desta série.
Homens e mulheres são despidos, seviciados, abusados, usados,
explorados com os olhos da imaginação.

Quais as imagens que vem a tua mente quando estás deitado? Quais
são os sonhos e os desejos secretos e inconfessáveis que te assaltam
na tua solidão enquanto esperas o teu sono?

No secreto de teu coração, no esconderijo de tua mente, o que vês?


Para o que olhas? Quais os atos que aspiras praticar? São santos?
São agradáveis a Deus? São louváveis? Podem ser conhecidos e
confidenciados?

É comum que se pense que se assim for é impossível ao ser humano


manter-se puro. E realmente é, daí porque a bíblia diz que a salvação
é impossível aos homens (Mt.19).

Quando formos dominados, subjugados, transformados pelo Espírito


de Deus (Rom.12), poderemos ver as mulheres como elas são:
mulheres. Mulheres com emoções, desejos, vontades, aspirações:
alma, e não somente como bonecas, brinquedos, objetos, coisas. O
mesmo também para as mulheres que se contaminam com a
perniciosa mensagem das novelas e dos filmes mundanos. Se
imaginando desfrutar de um homem a cada semana...

Nossos olhos são a janela de nossa alma. Se nosso interior for limpo,
tudo o mais será limpo. Mas se nosso interior for impuro, tudo nos
será impuro.

O mau-uso de nossa sexualidade só nos traz conseqüências


destrutivas. Somente dor e tristeza.

"Ainda que o pecado lhe seja doce na boca, ainda que ele o esconda
debaixo da sua língua, ainda que não o queira largar, antes o retenha
na sua boca, contudo a sua comida se transforma nas suas
entranhas; dentro dele se torna em fel de áspides." (Jó 20:12-14)

OBRAS DA CARNE: LASCÍVIA (4)

Depois de toda a exposição acerca da impureza, não resta muito a se


falar sobre a lascívia. Enquanto que a impureza se opera no plano
abstrato, na imaginação, na mente, no coração e nos pensamentos, a
lascívia é a prática de atos sexuais sem a pureza e a santidade
colocadas na Bíblia para a consecução do "serão os dois uma só
carne" (Gênesis 2:24).

O relacionamento sexual, acredito, não tem sido muito bem


compreendido pelos membros de nossas igrejas. Em parte por causa
de falta de preparo dos líderes das igrejas, que não tem também um
conhecimento suficiente para se sentirem seguros para ministrar
sobre o assunto.

O relacionamento sexual não tem fins meramente reprodutivos, como


querem alguns, e não deve ser mera fonte de prazer como muitos o
consideram.

O relacionamento sexual tem vários objetivos que foram instituídos


pelo próprio Deus. Este é um lado da moeda. O outro é a lascívia, a
escravidão sexual, a degradação, o excesso, o mau-uso da
sexualidade. Isto é, se por um lado temos uma total condenação e
repressão da utilização de sexualidade humana, de outro, temos um
excessivo e desregrado uso, que é igualmente destrutivo e fonte de
angústias e sofrimentos.

Num relacionamento sexual, os pares devem se preocupar mais com


o prazer que podem proporcionar do que o prazer que querem e
podem obter. A lascívia faz com que a pessoa se preocupe somente
com o próprio prazer, e isto de uma forma excessiva, desregrada
(sem regras, sem limites e sem medir as conseqüências...). Pessoas
há que se relacionam com animais, com vários parceiros, com
pessoas do mesmo sexo, usando objetos, assistindo filmes e vendo
revistas pornográficas. Tudo isto é lascívia.

A lascívia é uma água que não sacia, é uma água que dá mais sede,
e cada vez que as pessoas se entregam à lascívia, mais são
envolvidas por ela, mais são tragadas, são viciadas, controladas,
dominadas, escravizadas. É uma escada que leva as pessoas cada
vez mais para baixo.

A pessoa que é dominada pela lascívia é aquela que está sempre "em
busca de novas emoções", porque o que tem logo perde o gosto e a
graça... E nessa busca, deixa sua humanidade para se tornar menos
e pior do que os animais...

Os filmes, as novelas, as propagandas estão cheios de elementos que


acalentam a lascívia, que sempre começa com um "pequeno desvio"
que descamba para longe da presença de Deus...

O mundo incentiva e alardeia o mau-uso de nossa sexualidade, e, em


alguns atos, dá a entender que seria uma forma de ser feliz. Mas são
apenas umas flores que se colocam sobre as correntes que prendem
as pessoas que se tornam escravas da lascívia...

Tem um cena de um filme do Batman (o homem-morcego), que


retrata e denuncia essas correntes. Nela, o Coringa grita: o riso que
vês em meus lábios apenas escondem a tristeza que carrego no meu
peito (ou coisa parecida). Assim é o mundo...

A impureza é o começo da lascívia e o fim do caminho é a escuridão


das trevas, a frustração, a angústia, a dor e o sofrimento.

"Ainda que o mal lhe seja doce na boca, ainda que ele o esconda
debaixo da sua língua, ainda que não o queira largar, antes o retenha
na sua boca, contudo a sua comida se transforma nas suas
entranhas; dentro dele se torna em fel de áspides." (Jó 20:12-14)

OBRAS DA CARNE: IDOLATRIA (5)

Há muito pouco ou quase nada a ser dito de idolatria.

Normalmente os cristãos lêem Jeremias 10 ou Salmos 115, e


entendem que idolatria se reduz e se resume ao ajoelhar-se perante
imagens de pedra ou madeira, e lhe dirigir orações, esperando
comunicar-se com o que o ídolo representa.

O Senhor nosso Deus é soberano, é absoluto, é total, é completo. E


assim Ele deve ser adorado.

Mas o ser humano é idólatra por sua natureza pecaminosa. Sente a


incrível necessidade de ver, de visualizar, de ter contato com algo
mais que os olhos da fé podem mostrar.
Todas as religiões do mundo antigo e moderno, à exceção do
judaísmo, tem imagens representativas de seus deuses.

No cristianismo, à exceção do catolicismo, não se fazem imagens de


escultura representativas de Deus.

E Deus proibiu a edificação, a construção, a elaboração de imagens


representativas de sua deidade (fato de ser Deus), porque em
nenhuma imagem há lugar e espaço para conter toda a sua
divindade. Deus, o nosso Deus , é onipotente, onisciente e
onipresente.

O outro sentido da palavra idolatria, ignorado pela maioria dos


cristãos, é o que se interpõe entre o ser humano e Deus.

Deus é soberano, completo, total, absoluto. E qualquer motivo,


qualquer elemento, qualquer pessoa, qualquer coisa que valha mais
ou tanto quanto Deus, é idolatria.

É por isso que a Bíblia chama de idolatria a avareza: quando as


pessoas esquecem- se de adorar e glorificar Deus, por causa do
dinheiro...

Deus tem que valer mais do que tudo. Mais do que a tua casa, tua
conta bancária, teu carro (novo ou velho), tua chácara, teu emprego,
teu próprio corpo, tua vida, teus sonhos, tuas aspirações, teus
projetos de vida. Deus deve valer mais do que tudo, se assim não
for, há idolatria em teu coração...

São ídolos tudo que se interpõe entre você e Deus. Deus tem que vir
em primeiro, e antes de tudo.

Percebe agora como temos milhares de idólatras dentro de nossas


igrejas? Pessoas que preferem magoar, ofender, ferir e entristecer o
coração de Deus para não perderem tempo, dinheiro, carros, o
respeito ou a amizade de alguém, o prazer de ver uma novela ou um
filme... Pessoas que preferem magoar e ferir o coração de Deus a
passarem por perdas e humilhações... As suas casas, a sua honra, ou
o amor-próprio valem mais do que Deus...
E milhares já abandonaram as igreja por causa do objeto de sua
idolatria: dinheiro, posição social, homens ou mulheres, família...

Deus que vir em primeiro lugar. Se assim não for, Deus não é o
primeiro, não é absoluto em tua vida, não é teu Senhor.

Oportuno colocar que há muitos que não tem consciência de que


Deus não é o primeiro, o Senhor. Acreditam que realmente Deus
esteja à frente de suas vidas. Há alguma coisa que vale mais do que
Deus para ti? Se um dia você for colocado contra a parede, e tiver
que escolher entre Deus e outra coisa, e escolher esse outra coisa
(talvez a própria vida - Mt.26:69-75), esse será o objeto de tua
idolatria.

Todos os dias cristãos do mundo todo trocam a fidelidade, e a


comunhão com o espírito de Deus por dinheiro, por prazer, pela
satisfação de uma vingança. São os ídolos que estão adorando sem o
saber.

Agora você já sabe o que é idolatria. Você tem algum ídolo? Algo que
valha mais do que Deus?

"Mas buscai primeiro o seu reino e a sua justiça, e todas estas coisas
vos serão acrescentadas." (Mt.6:33)

OBRAS DA CARNE: FEITIÇARIA (6)

O ser humano é inseguro por natureza, é fraco e medroso. Mas


também é ambicioso, orgulhoso e vaidoso. Quer ser mais, e melhor
do que tudo e todos. E por isso, o oculto, o proibido, o ultrapassar os
limites sempre esteve presente no curso da humanidade.

A cobiça do ser humano desafia-o a conhecer o desconhecido, a pisar


em solo perigoso, a brincar com forças que não pode subjugar ou
controlar.

Por que vai em busca dessas coisas? Por causa da três coisas que o
mundo cultua: o prazer, o poder e a fama. Querem ser ricos, bonitos
e famosos. Querem ser invejados, admirados, ser comentário da
sociedade. O desejo de ter poder, de ter todas as vontades
satisfeitas, leva muitas pessoas a desprezarem a própria vida, e a
própria liberdade. Querem se sentir fortes, intocáveis, invencíveis,
invulneráveis, infalíveis, vencedores, olhar todos com soberba e
arrogância.

O sucesso é objeto perseguido pela maior parte dos seres humanos.


Eles acham que o sucesso é uma espécie de arco-íris, onde a
felicidade estará escondida num pote de ouro. Então, os desavisados,
para conseguir o sucesso que almejam para suas vidas, recorrem à
feitiçaria. Não querem correr o risco de sofrer um fracasso. Não
querem o risco de que alguma coisa não vá dar certo. Não querem
ser objeto dos comentários maldosos de outrem, e nem querem ser
vistos como fracassados. Não querem sentir a humilhação de um
fracasso. Tem medo de serem objeto de chacotas e deboches. E isto
não somente em grandes projetos de vida. Mas também, motivados
pelo orgulho e pela arrogância, até mesmo em pequenas coisas.

Há nos seres humanos uma ponta de desejo de serem invejados,


admirados, respeitados como vencedores. Ser o objeto dos
comentários e dos suspiros de outrem.

Ao lado dos rituais declaradamente satânicos, há, contudo, uma outra


faceta mais "soft" de feitiçaria, mais dissimulada, mais aceita e até
incentivada: astrologia (horóscopo), a necromancia e a consulta dos
espíritos.

Dentro do que a Bíblia chama de feitiçaria, estão todas as práticas


relacionadas ao contato com os espíritos e de previsão do futuro.

Pessoas inescrupulosas, atrás de lucro fácil, enganam pessoas


ingênuas falando-lhes aquilo que querem ouvir. Os que são
explorados e enganados, na verdade o são pelo próprio desejo de ter
as expectativas realizadas, de ter alguém que lhes diga: vai dar tudo
certo, vai em frente.

Medo... o medo faz com que as pessoas ajam de forma irracional em


certos casos. O medo do futuro, o medo do fracasso, o medo da dor
faz com que busquem na feitiçaria alguma certeza de que o objeto de
seus medos não as encontre mais à frente...

Medo... quando as pessoas são pressionadas, são colocadas em


situações em que tem que escolher, que decidir sobre o que fazer,
como fazer, elas tem medo. Medo de errar, de passar ou causar dor e
sofrimento, de perder o que tem, ou de não conseguir o que querem.
Então elas recorrem ao ocultismo, à feitiçaria para ter certeza de
conseguir o sucesso em suas empreitadas.

Na vida do cristão não há sorte, não há azar. Existe a benção e a


direção de Deus. Se temos medo do futuro, é porque há alguma coisa
que não está de acordo com a Bíblia. Ou não estamos confiando em
Deus, que pode cuidar de nós, ou estamos fazendo algo que a Bíblia
condena.

Tua vida está de acordo com a Bíblia diz? Tua vida está nas mãos de
Deus? Então, não temas, porque o Senhor é contigo. Nesta questão,
não adianta mentir. Daí porque o Salmista pergunta para Deus se há
alguma coisa contra Deus em sua vida (Salmos 139). Em caso
contrário... a feitiçaria não vai poder te livrar das funestas
conseqüências de teus atos, porque quem semeia ventos, colhe
tempestades (Oseias 8:7).

OBRAS DA CARNE: INIMIZADES(7)

A convivência em sociedade nunca foi fácil e nunca será.

O comportamento humano sempre foi pautado por traições,


mesquinharias, enganos, tropeços...

O ser humano é extremamente melindroso, e se ofende, e se sente


ameaçado por pouca coisa, às vezes por quase nada. Algumas vezes
por nada...

A já comentada insegurança da alma do ser humano, às vezes o leva


a tangenciar a paranóia, fazendo-o pensar que há pessoas que
querem prejudicá-las, afligi-las, machucá-las, atingi-las, roubá-las,
matá-las... Assim, às vezes, uma falta de cumprimento, é suficiente
para desencadear um processo que pode acarretar rompimento de
relacionamentos.

Nossos olhos são a janela de nossa alma, e o que vemos depende de


nosso estado de espírito, do que somos e das circunstancias em que
ocorrem os fatos.

Nós filtramos, interpretamos o que vemos, e às vezes, chegamos a


conclusões totalmente erradas. Construímos toda uma situação de
maldade, toda uma cadeia de intrigas, toda uma fundamentação e o
conluio de pessoas que se unem para nos prejudicar, nos ludibriar,
que às vezes não corresponde à realidade dos fatos. Vemos intenções
que somente existem na nossa imaginação.

Por que estou falando sobre isto? Porque "inimizade" é um conceito


ativo, não um conceito passivo. Isto é, no mais das vezes, não são as
pessoas que se declaram nossas não-amigas. Lógico que há situações
em que não tem como deixarmos de reconhecer inimigas porque elas
assim se declaram e praticam atos de inimizades. Mas, no mais das
vezes, nós é que "sentimos" que as pessoas são ou se tornaram
nossas inimigas.

Por um motivo ou outro de somenas importância, passamos a


antipatizar com algumas pessoas. A acreditar que elas têm algo
contra nós, e que, assim, não querem o nosso bem... ou, pelo
menos, não se interessam com o nosso bem-estar.

Há que se diferenciar quem são efetivamente, nossos inimigos, e


quem são aqueles que consideramos, elegemos, como nossos
inimigos.

Quando as pessoas à nossa volta deliberada e intencionalmente


querem nos prejudicar e fazem coisas no intuito de nos acrescentar
dores e aflições, inegável que são nossas inimigas, e que por isso
mesmo devemos amá-las (Mt. 6:44).

A carne opera quando, seguindo nossa essência má e egoísta,


consideramos, elegemos nossos irmãos como inimigos, e procuramos
nos afastar deles, deixamos de nos preocupar com elas. E chegamos
até a sentir uma ponta de satisfação se eles passarem por dores e
aflições.

Inimizade é obra da carne. Você tem sido amigo(a) de teus irmãos?


As pessoas da igreja são tuas amigas? As pessoas da igreja tem a ti
como amigo(a)?
Existem três sentimentos que podemos sentir em relação às pessoas
que estão nas igrejas: amor, ódio e indiferença. De longe, é possível
concluir que o sentimento mais comum e a indiferença.

Tanto faz como tanto fez se as pessoas estão na igreja ou não.


Indiferença é uma forma da inimizade de que fala a Bíblia...

Temos que amar, e sermos amigos das pessoas que estão na igreja.
Não importa se elas se importam conosco ou não, se nos amam ou
não. Nós temos que amá-las, e ajudá-las, e nos importarmos com
ela. O que foge disto não é amor.

Respondeu-lhe Jesus: Amarás ao Senhor teu Deus de todo o teu


coração, de toda a tua alma, e de todo o teu entendimento. E o
segundo, semelhante a este, é: Amarás ao teu próximo como a ti
mesmo. (Mt.22:37-39)

OBRAS DA CARNE: CONTENDAS (8)

A Bíblia que é normalmente utilizada tem palavras e expressões que


não são mais de uso corrente entre nós. Então, algumas partes não
são muito bem compreendidas. Se não são compreendidas, então,
não são aplicadas, não são cumpridas.

"Contenda" se enquadra neste contexto. A Bíblia diz que houve


"contenda" entre os pastores de gado de Abrão, e os pastores de
gado de Ló (Gen.13:7). O mesmo ocorreu entre os pastores da terra
de Gerar, e os pastores de Isaque (Gen.26:20). Ainda em Gênesis
31:36, encontramos que Jacó contendeu com Labão. E assim,
sucessivamente, vemos muitas contendas na história do Antigo
Testamento.

Afinal, o que é contenda? É uma coisa muito comum na igreja, entre


seus membros, que não sabem que é uma obra da carne (ou não dão
importância), e que somente ocorre com quem está na carne, e,
portanto, fora do domínio do Espirito...

Levados pelo calor das emoções, são capazes de acusar irmãos de


estarem sob a ação de demônios, cometendo heresia, de levar
qualquer bobagem sem importância ao concilio (presbitério, reunião
de obreiros, diretoria, ou coisa semelhante) da igreja, e de exigir a
cabeça do ofensor.

Contendas são brigas, desentendimentos, desavenças, discussões.


São produtos de almas feridas, espíritos magoados. Gente que por
um motivo ou outro, se sente ofendido, humilhado, e passam a dar o
troco na mesma moeda, uma retaliação exemplar. Querem vingança,
porque não podem deixar o assunto por isso mesmo. Isso são
contendas.

No mais das vezes, as contendas causam o ROMPIMENTO DE


RELAÇÕES. Os envolvidos não são capazes de PERDOAR a
humilhação, a ofensa, o desentendimento, as diferenças de ponto de
vista. Esta é a causa da origem de CENTENAS de agremiações
religiosas que proliferam a cada dia em todo o mundo.

Gente que se sente rebaixada, humilhada, ofendida, que NÃO


SUPORTA o tratamento (muitas vezes injusto, outras vezes, não) que
lhe foi dispensado por um ou por outro irmão ou líder da igreja onde
está congregando, e decide sair dessa igreja, e FUNDAR uma outra.
Com os mesmos princípios, os mesmos valores, a mesma doutrina...
talvez o mesmo estatuto. Só o nome é diferente. E o líder também. O
fundador da nova "igrejinha", antes era parte de uma liderança.
Agora é O LÍDER, o pastor-presidente, ou cargo que o valha. Enfim, o
cara que manda, que assina o cheque; o cara que decide.

Os que se metem em contendas não sendo da liderança da igreja,


normalmente se afastam dela. Algumas vezes vão freqüentar outras
igrejas. Na maioria das vezes, deixam-na em definitivo.

Os motivos que elegem para a sua atitude são os mais diversos e


variados. Mas todos eles passam pelo orgulho, pela soberba, pela
arrogância. Pela incapacidade de reconhecer ou aceitar que foi
cometido um erro, e, assim, proceder o perdão.

No fundo, as contendas são fruto da falta de amor. Amor por Deus,


amor pelas almas, amor pela obra, amor pelos irmãos, que fazem
com que não suportem mais presença dos desafetos, não são
capazes de perdoar erros e pecados.

Entende por que a Bíblia diz em muitas partes que o amor encobre os
pecados (Pv 10:12, I Pe. 4:8)?

Quando somos envolvidos, tomados, agarrados, enchidos e


dominados pelo Espirito de Deus, a carne não tem mais poder sobre
nós. Quando os esvaziamos do Poder, da Graça e da comunhão com
Espírito de Deus, então a carne opera, e frutifica em nossos corações,
em nossa vida, as obras da carne, objeto desta série.

Não permita que as obras da carne tomem conta de ti. Viva em


espírito.

OBRAS DA CARNE: CIÚMES (9)

Uma certa vez li uma tira de jornal (da seção de quadrinhos), onde
havia uma mulher se lamentando:

- Ohh... por que ele me deixou? Por quê? Por quê? Por quê? Eu não o
largava pra nada. Nunca o deixava sozinho. Eu ia comprar pão com
ele, ia com ele ao trabalho, ia com ele ao banheiro. Até na esquina de
casa eu ia com ele. Nunca o deixava sozinho, nem por um instante
sequer. Por que ele me deixou? Por quê? Por quê? Por quê?...

Uma mulher que não deixava seu marido respirar... tratava-o como
um incapaz, ou como jóia preciosa que precisava ser guardada pelo
ser medo de ser roubada...

Tem gente que pensa que ciúme é tempero de casamento, e que por
isso mesmo, não é em si, mesmo, perigoso ou prejudicial...

Aliás, há uma passagem na Bíblia Sagrada que revela que Deus trata
de seus filhos com ciúmes (Tiago 4:5). Bom, então o ciúme não deve
ser uma coisa ruim, não é mesmo? Depende da origem do ciúme.

Em minha análise pessoal (e posso estar errado), concluí que o ciúme


pode ter origens diversas. Principalmente a insegurança, o
sentimento de posse e o sentimento de propriedade.

Os ciúmes por insegurança são mais observados nas mulheres. Tem


medo de perder o marido. O cônjuge é tratado como uma âncora ou
bóia, sem a qual morreria afogada. E que por isso mesmo, se agarra
com unhas e dentes com insano medo de perdê-la.
Medo de ser abandonada, desprezada, trocada por outra... Medo da
humilhação de não ter um homem só seu... Então, esse medo faz a
mulher agir de forma que causa constrangimentos, sofrimentos,
dores... e a ruptura do relacionamento. Algo como se segurasse uma
coisa com tanta força em suas mãos que ela escapasse através dos
dedos...

Os ciúmes por sentimento de posse são mais observados nos


homens. A sua arrogância os fazem tratar o cônjuge como uma
propriedade qualquer cujo egoísmo não deixa ser vista ou tocada por
outrem. Um animal valioso, ou uma obra de arte de grande valor que
podem ser danificados (é meu e ninguém tasca!).

É comum vermos os dois tipos de ciúmes concomitantemente em


algumas pessoas. Tratam o cônjuge como coisa preciosa e tem medo
de perdê-la. E não somente em relação aos cônjuges, mas também
aos filhos, amigos, clientes, irmãos. Como se fosse dono de tudo, e
não pudesse perdê-los. Mas como perder o que não lhes pertence?

O ciúme de que trata a Bíblia é oriunda do sentimento de


propriedade. Propriedade no sentido de ser próprio, ser parte de um
todo de forma indivisível. Tal e qual nossos braços ou mãos são nossa
propriedade, e jamais poderíamos dispor deles. Jamais poderíamos
dá-los ou emprestá-los a outrem. Compreende o que quero dizer?
Posse é coisa, propriedade é parte integrante. Somos parte de Deus
pelo seu Espírito que em nós habita; se é que em nós habita...

A enorme diferença entre os ciúmes de Deus e os ciúmes humanos, é


que Deus nos dá a liberdade de errarmos. Não nos tranca num
quarto, não nos espanca, não grita, nem xinga, não exige satisfação
de todos os nossos atos, e não nos impede de andarmos sozinhos
pelas ruas, ou de sair pela noite para ver a cidade, e tomar um
refrigerante no bar da esquina.

As pessoas que a quem amamos (ou pelo menos pensamos que


amamos) não nos pertencem. Muito pelo contrário. Nós é que
pertencemos às pessoas que amamos.

Quando amamos realmente alguém somos capazes de deixar que ela


seja feliz, mesmo... que seja ao lado de outro alguém.
Volto a repetir, as obras da carne se manifestam em nós quando o
Espírito de Deus deixa de agir em nós e de comandar nossos atos.

Os ciúmes de Deus são pelo sentimento de PROPRIEDADE e não pelo


medo ou sentimento de posse. Deus não tem medo de nos perder, e
nos trata como um animal ganhador de vários prêmios. E nem nós o
podemos.

OBRAS DA CARNE: IRAS (10)

A coisa mais fácil do mundo é se deixar dominar pela carne. Para


tanto, não se precisa fazer nada. A carne é como a erva má. Não
precisa ser plantada, nasce em qualquer lugar, não carece de
cuidados, e toma conta de tudo.

Em relação à ira, penso ser importante delimitarmos o que é a ira,


para depois saber como lidar com ela. Mas antes de colocarmos o que
é a ira, penso que é igualmente importante colocar quais são as
situações em que ela aparece.

Normalmente ficamos com raiva quando: a) somos flagrados no erro


(tipo ser multado no trânsito, ou chegar atrasado e não poder fazer
um exame); b) o time para o qual torcemos perde a final do
campeonato; c) um filho ou subordinado nos desobedece; d) não
conseguimos ser aprovados num exame (que não seja de fezes...); e)
somos tratados com aspereza, estupidez ou grosseria; f) somos
afrontados, injuriados, injustiçados, humilhados; g) ocorrem dezenas
de outras situações que não nos é possível colocar agora.

Todas essas situações despertam em nós um sentimento de raiva,


em maior ou menor grau. Isto é, a raiva é sempre uma REAÇÃO
diante de uma situação adversa, e pode ser em maior ou menor grau.
Mais ou menos como uma reação alérgica. Vão desde simples coceira
até um choque anafilático. Mas nem por isso deixam de ser malévolos
ou malignos.

No caso da raiva, a menor das reações é um aborrecimento, e podem


chegar ao ponto de se matar uma pessoa, causar uma destruição
total.
No livro COMO VENCER A DEPRESSÃO, Tim La Haye informa que a
raiva é um dos estágios ou etapas iniciais da depressão.

Sendo emoção, não temos controle sobre o seu surgimento. Mas


podemos controlar sua EXPANSÃO. Um exemplo: estamos no
trânsito, uma motorista comete uma infração, uma barbeiragem, e
nos causa um susto. Surge a raiva. Podemos deixar que ela tome
conta de nós, e xingarmos o motorista e a mãe dele... ou podemos
nos controlar, agradecer pelo ocorrido e pedir a misericórdia e a
benção de Deus sobre ele.

E assim, no dia-a-dia, temos dezenas de desapontamentos, injustiça


e frustrações capazes de liberar a raiva, e que causam em nós desde
um simples aborrecimento até um ódio mortal.

Repito: quando a raiva surge em nós, diante das situações em que


nós nos encontramos, podemos nos deixar dominar por ela, ou
podemos dominá-la e deixarmo-nos ser dominados pela paz de Deus.

Um detalhe: é possível não explodirmos no momento, mas guardar a


raiva, como se segurássemos uma válvula de panela de pressão.
Hipótese em que a conseqüências são muito mais graves de
desastrosas.

Imagine a raiva como se fosse o veneno de um animal peçonhento.


Um animal que muda de acordo com a situação, podendo ser desde
uma abelha, uma vespa, até uma cobra cascavel, passando por
escorpiões e aranhas. As situações adversas fazem com que o veneno
nos seja inoculado. A afronta, a frustração, são a picada destes
animais. Podemos reagir no momento, gritando, xingando, matando,
destruindo, ou podemos guardar o veneno dentro da gente, fazendo
com que nossos órgãos internos apodreçam com o passar do tempo...
ou podemos agradecer a Deus por todas as coisas, boas ou más, e
permitir que o Espirito de Deus nos encha com a sua paz

Em qualquer caso é importante reconhecermos que podemos


controlar a raiva, se e quando formos controlados pelo Espirito de
Deus, e se o Espirito de Deus não habitar em nós, estamos à mercê
das obras da carne, entre as quais, a raiva.

OBRAS DA CARNE: FACÇÕES, DISSENSÕES E PARTIDOS (11)


Antes de explanarmos sobre o título em epígrafe, penso se
importante abrir um parágrafo sobre um grande problema em relação
à leitura da Bíblia: a tradução.

Em algumas versões pesquisadas, a seqüência é discórdia, facções e


heresias. Por que temos tantas versões e tantas diferenças entre
umas e outras? Porque cada qual traz em si os valores, e os
sentimentos de quem traduziu o texto. Se a versão utilizada foi
traduzida por quem tinha más intenções, o texto saiu todo deturpado,
como realmente encontramos algumas versões...

Neste caso concreto, e para a finalidade que pretendo atingir, melhor


utilizar a seqüência discórdias, dissensões e facções ou partidos (e
não heresias).

Heresias são ofensas a princípios religiosos. Hereges são aqueles que


vão contra valores religiosos. Voltaremos ao tema.

O Apóstolo trata das discórdias, dissensões e facções como a


evolução de uma doença. Doença esta que está se alastrando rápida
e descontroladamente nas igrejas de Cristo.

Trabalhar com gente é a pior coisa que existe. Pessoas são


melindrosas, são suscetíveis, são sensíveis e volúveis... magoam-se e
sentem-se feridas e ofendidas por pouca coisa. Às vezes por nada.

A igreja é uma ORGANIZAÇÃO. É um conjunto. A Bíblia fala em


"corpo" (I Cor.12). Esse corpo deve ser COMANDADO, DIRIGIDO,
GERENCIADO, ADMINISTRADO por uma PARTE. E deve trabalhar em
HARMONIA. Em resumo: o corpo deve ter um comandante, cujas
decisões devem ser aceitas, acatadas, obedecidas pelo CONJUNTO.

É aqui que a coisa pega... um corpo vivo tem suas partes COLADAS,
GRUDADAS, são parte integrante de um TODO INDIVISÍVEL, mas os
membros da igreja, não. Nasceram em separado, e, de acordo com o
amadurecimento espiritual, de acordo com a santificação, é que eles
vão se tornando (ao longo do tempo) um só. E enquanto isto não
ocorre, essas partes (cada membro individual) são ainda pedaços
destacáveis... isto é, ainda "saem" de seus lugares como se fossem
uma roda de carro com os parafusos frouxos... Entende o que quero
dizer?

A obra da carne se manifesta quando, por um motivo ou outro, um


membro semeia DISCÓRDIA por causa de algo que está acontecendo
no Corpo. Talvez a aplicação do dinheiro, ou tratamento dispensado a
determinado irmão, ou a forma como um culto foi dirigido, enfim,
qualquer motivo importante ou não. Discordar é um direito que todos
nós temos. Condenar é um direito que nenhum de nós tem.

O irmão que está insatisfeito com o desenrolar dos acontecimentos,


sentindo-se injustiçado, começa a RECLAMAR com um irmão e outro
(daí a palavra "peleja" que encontramos em algumas versões), e se
forma uma dissensão, uma falta de consenso sobre o assunto. Uns
achando que deve feito assim, e outros achando que deve ser feito
assado. E se o pastor (ou dirigente, ou ancião, ou o ungido de Deus)
não tiver a sabedoria e o bom senso de administrar a discórdia, que
já não é mais uma simples discórdia, mas um assunto no qual toda a
igreja já está envolvida, a coisa vai evoluir até que se formem as
facções ou partidos: os do contra, os a favor, os de consenso, e os
sem-opinião-opinião-formada. Isto se não houver mais alguns
grupos...

A falta de perdão, a falta de amor, a falta de humildade, então, faz


com que um grupo decida sair da igreja, ir para outra (menos mau),
ou sair de vez da Igreja... ou (o mais grave e objeto da presente
mensagem) fundar um novo grupo religioso, que se diz cristão, ou
evangélico... requerendo para si as bênçãos de Deus, e alardeando
que a sua criação decorreu de uma expressa e direta vontade de
Deus, que foi Deus quem dirigiu tudo...

Aqui entra o sentido da palavra heresia: é contrário ao Espirito, à


intenção de Deus e aos princípios Bíblicos que pessoas magoadas,
insatisfeitas, ou que sentem injustiçadas fundem igrejas para
massagear o próprio ego, e fazer justiça com as próprias mãos.

Amar é suportar diferenças, respeitar opiniões e aceitar defeitos.

OBRAS DA CARNE: INVEJA (12)

Toda a humanidade sofre de uma doença congênita e hereditária


chamada "pecado". Ela nasce com o ser humano, e está entranhada
no mais profundo de seu ser. As manifestações do pecado são
múltiplas e multiformes. A inveja é apenas uma delas.

Ocorre que a maioria das pessoas tem uma idéia meio "oblonga-
arredondada" sobre uma grande parte dos termos e conceitos usados
correntemente. É o caso da inveja, do amor, do ciúme, do
romantismo e milhares de outros. "Todomundo" fala sobre isto, mas
quando pedimos para que sejam definidos, conceituados, quase
ninguém consegue, porque quase ninguém sabe. E quem se arrisca a
fazer uma colocação sobre o termo, começa dizendo "pra mim".

O que é a inveja? Inveja é uma emoção, como quase todos as obras


da carne. Uma emoção que é um misto de vários fatores: vaidade,
cobiça, frustração (incapacidade) e ódio (ou raiva).

Vaidade porque o invejoso é uma pessoa que quer sempre ser o


melhor em tudo, o centro da atenções, o objeto dos comentários e
dos suspiros alheios; quer ser... invejado pelos demais. Nessa ânsia
de ser admirado e invejado, o invejoso está sempre querendo
mostrar o que tem (mesmo que não tenha), o que é (mesmo que não
seja), e o que pode (mesmo que não possa).

Cobiça porque nessa ânsia de ser invejado, o invejoso quer sempre o


que está além de suas posses e de suas capacidades.

Frustração porque o invejoso sofre por não ser ou ter o que acha que
deveria ser ou ter.

E assim, surge a raiva em seu coração, e assim, a necessidade


descarregar essa ira, essa raiva, essa frustração em forma de uma
vontade de ferir, de magoar, de destruir, de fazer sofrer...

A inveja sempre tem duas vítimas: o próprio invejoso, e a pessoa de


quem o invejoso sente inveja.

O invejoso é sempre uma vítima de seu sentimento maligno, porque


o faz sofrer. Remói a sua incapacidade, se martiriza e é infeliz por
que não se contenta com o que é e nem com o que tem.

E a inveja sempre tem outra vítima: a pessoa de quem o invejoso


sente inveja. O invejoso sempre ELEGE alguém que tenha algo que o
faça ser amado, querido e desejado. Algo que o torne popular. Uma
popularidade que o invejoso quer ter a qualquer custo: uma mulher
bonita ou um marido bonito, sucesso, um carro, uma voz sedosa, um
bom emprego, bons filhos, uma roupa bonita...

Na história dos reis de Judá e de Israel sempre esteve presente a


inveja. Leia os livros de Samuel, Reis e Crônicas e descubra o quanto
a inveja fez matar e destruir.

Mesmo que não o perceba, ou admita, o invejoso culpa a pessoa


invejada pelo seu insucesso, pela sua dor e sua frustração. E aí vem
a raiva, o ódio, o desejo de magoar, ferir, fazer sofrer e destruir o
"culpado" pelo fracasso desse invejoso em sua ânsia de ser o centro
das atenções, o vencedor, o aclamado pelas multidões...

Todas estas manifestações e colocações que aqui faço nunca


aparecem em suas exatas proporções. Isto é, não é porque tudo o
que coloco não aparece é que a inveja deixa de existir. Mas as
colocações que agora faço podem aparecem em maior ou menor
grau.

O problema maior da inveja são as suas conseqüências. Há pessoas


que conseguem dissimular e esconder a sua inveja, e não causam
nenhum mal senão a si próprio. Mas no mais da vezes a inveja causa
dor e destruição. O invejoso sempre dá um jeito de se vingar do
invejado, de lhe causar alguma forma de dor e sofrimento
(humilhação e constrangimento são os mais comuns...).

O invejoso sente uma mórbida satisfação em ver o sofrimento e a dor


do invejado. Isso se chama "perversidade".

Pregadores e cantores invejosos estão sempre a apontar os erros e


os deslizes de quem sentem inveja, e estão sempre tentando expô-
los ao ridículo, não raro distribuindo e fomentando (ou fermentando)
"informações inverídicas ou distorcidas" (popular "fofoca").

Se você sofre desta doença, reconheça-a, confesse-a e busque a


cura. Evite sofrer.

OBRAS DA CARNE: BEBEDEIRAS (13)


A questão da bebida já levou muita gente boa para a execração e
para o ostracismo.

Há uma confusão muito grande entre os cristãos em muitos assuntos,


cada um interpretando a Palavra de Deus de acordo com as suas
convicções, seus valores e seus sentimentos. Às vezes de acordo com
os seus desejos e aspirações nem sempre muito louváveis...

"Beber é pecado?" é a dúvida que assola milhares de cristãos no


mundo todo. Os que são a favor do enquadramento da bebida no rol
dos pecados tem vários versículos que servem como fundamento. Por
outro lado, os defensores da bebida alegam que Jesus transformou
água em vinho, e que o problema estaria no excesso (tudo me é
lícito, mas nem todas me convêm - I Cor.6:12).

Para a infelicidade do primeiro grupo, meu entendimento é que


realmente o problema não está na bebida em si, como também o
problema não está nas facas ou no dinheiro. O problema está em seu
mau-uso.

Todas as afirmações dos cristãos sobre Deus têm que estar,


obrigatoriamente, pautadas, fundamentadas, embasadas na Bíblia. E
não há um só versículo na Bíblia que diga que seu consumo é
contrário aos desígnios ou à intenção de Deus, que diga que "beber é
pecado". Assim os que são contrários ao consumo do álcool se
apegam a versículos circunstanciais, que colocam os malefícios do
uso do álcool.

"Ótimo! Então eu posso beber, não é"? Pode ser a tua conclusão.
Com a qual eu não concordo.

O álcool tem algumas propriedades especiais. Causam alguns efeitos


nos animais. O primeiro deles é o relaxamento. O álcool é uma
substância vasodilatadora. Faz com que as veias e artérias fiquem
mais grossas, deixando passar sangue com mais facilidade. Por isso
que nos dias frios, diz-se que o "álcool esquenta". E tem também o
efeito desinibidor. As pessoas que consomem álcool ficam mais
corajosas, menos tímidas. Conseguem expressar e ser de um jeito
que não seriam sem o álcool. Esses são alguns aspectos. Entro os
outros, torna as pessoas inconvenientes, inoportunas, soberbas,
arrogantes e, principalmente, inconseqüentes, não se importando
com as desastrosas conseqüências de seus atos.

Outro aspecto que não pode ser desprezado é que o álcool vicia.
Torna as pessoas dependentes, escravas de seu uso.

"Mas se beber socialmente, ou por esporte, tais problemas não


existem", pode ser outra conclusão, fadada ao fracasso.

Os aspectos maléficos do álcool são maiores do que os benéficos. O


uso do álcool deve ser uma exceção, e não a regra. Algumas pessoas
são mais suscetíveis, mais sensíveis ao uso do álcool do que outras.

Quando a Bíblia coloca as bebedeiras entre as obras da carne, o faz


tendo em vista as situações em que o álcool torna as pessoas
inconvenientes, inoportunas, soberbas, arrogantes ou
inconseqüentes. Pior: quando escraviza.

Várias pessoas usam o álcool como escapismo, como forma de fugir


da realidade, dos problemas, das pressões da vida.

Como o álcool tem a propriedade de tornar as pessoas mais leves,


mais soltas, dando a sensação de euforia, tornando-as mais corajosas
(acredito que "inconseqüentes" seria mais cabível) e desinibidas, o
"beber socialmente" pode evoluir para o vício, conduzir para a
escravidão ao longo dos anos. Pessoas que bebem somente nos
finais-de-semana podem ser tentados a beber também pela noite, e
assim beber todas as noites, e beber nos almoços, e assim conduzir à
dependência.

O "de vez em quando" pode ter a freqüência diminuída, até que se


torne diário.

Para os cristãos, a pergunta que deve ser feita é: "por que beber?".
Vai ajudar em alguma coisa? Vai ser produtivo? Vai demonstrar a
glória de Deus? Vai ajudar a disseminar o amor e a gloria de Deus?
Em outras palavras: o uso do álcool deve ser sempre uma exceção, e
não regra.

OBRAS DA CARNE: ORGIAS (14)

Há muito pouco ou quase nada a se falar nas orgias como obras da


carne. Isto é, não são necessárias muitas explicações para se
entender os motivos e as razões pelos quais a Bíblia coloca a orgia
como obra da carne.

Como estamos numa série de mensagens sobre as obras da carne,


não podemos deixar de tecer alguns comentários sobre o assunto,
uma vez que constante no texto bíblico estudado.

A prática do relacionamento sexual do ser humano é uma benção, e


uma obrigação. Através do relacionamento sexual há a realização do
"uma-só-carne" que Deus determinou. E através dessa realização,
temos o cumprimento da obrigação: enchei toda a terra.

Contudo, na maior parte dos animais, o relacionamento sexual não é


algo prazeroso. No mais das vezes, é doloroso ou, no mínimo,
destituído de prazer. Os animais se relacionam porque há um
"programa pré-determinado" (instinto) pelo próprio Deus, que eles
têm reproduzido desde que foram criados.

Porque no ser humano é diferente? Porque Deus quis que quando ele
olhasse para seus filhos, tivesse prazer em vê-los. E não dor.

A Bíblia diz que todas as coisas que foram criadas por Deus são boas.
Então o relacionamento sexual, inato à condição animal, também tem
que ser uma coisa boa. Nesta linha de raciocínio, não pode estar
certa a corrente de pensamento que imagina e ensina que o
relacionamento sexual é uma coisa má, perversa, suja, imoral.

O perigo está em não se encontrar, não se conhecer o fiel da balança.


A linha divisória entre o santo e o profano, o belo e o pervertido, o
desejável e o condenável por Deus na Bíblia.

Infelizmente, essa linha divisória não é tão visível (ou tão conhecido)
como Deus esperava que fosse. Então, de um lado temos gente que
diz que o relacionamento sexual deve ser estritamente para a
perpetuação da espécie (reprodução). Uma coisa mecânica, fria, e
dolorosa. De outro, temos gente que pensa que Deus quer o coração.
O corpo, não. Aí dá vazão à devassidão e à sensualidade, praticando
as orgias que a Bíblia condena.

Por que a orgia é obra da carne? O que é orgia? O que a Bíblia chama
de orgia? Dentro do conceito de orgia, na linha de raciocínio do texto
estudado, estão a impureza e a lascívia já estudadas. Contudo, além
destes elementos, a orgia compreende também a quebra da proposta
da "uma-só-carne" de Gênesis.

Toda vez que um ser humano se envolve num relacionamento sexual


onde não é possível, factível, os pares sexuais serem "uma-só-
carne", estamos diante de uma orgia. Assim, são orgias os
relacionamentos sexuais de pessoas de mesmo sexo, e de pessoas
com animais ou mais de um parceiro.

A Bíblia diz que quando nós nos unimos com uma prostituta, nos
tornamos uma só carne com ela (I Coríntios 6:15-16). Nada impede
que uma prostituta se converta e seja santificada no nome santo do
Senhor Jesus. Contudo será impossível a realização do "uma-só-
carne" com vários(as) parceiros(as), ou com animais.

Gente que se envolve com orgias é gente que foi envolvida por um
espírito diabólico de lascívia e devassidão. São pessoas que se
rebaixam a um nível inferior ao de animais irracionais, porque estes
são guiados pelos instintos com os quais nasceram. E quem se deixa
dominar pelos espíritos diabólicos vai contra a natureza que Deus
implantou no animal "ser humano", sendo guiado pelos desejos, pela
busca do prazer em todas as suas formas, e em todos os graus, de
todas as maneiras.

São pessoas enganadas, ludibriadas, trapaceadas pelo diabo, que


oferece a proposta de felicidade como sendo o prazer e a diversão.
Levam ao extremo a enganosa e destrutiva máxima de que "a
felicidade não existe, o que existem são momentos felizes".

Ainda que o mal lhe seja doce na boca, ainda que ele o esconda
debaixo da sua língua, ainda que não o queira largar, antes o retenha
na sua boca, contudo a sua comida se transforma nas suas
entranhas; dentro dele se torna em fel de áspides. (Jó 20:12-14)

OBRAS DA CARNE: COISAS SEMELHANTES A ESTAS (15)

No elenco das obras das carnes, há uma porteira aberta para se


classificar vários atos ou atitudes como tais: coisas semelhantes a
estas, sobre os quais desde já vos digo: quem as pratica não herdará
o reino dos céus (Gal.5:19).

Já tive a oportunidade de dizer, e volto a repetir, que o cristianismo


não é uma roupa que se veste em determinadas ocasiões. O
comportamento do Cristão deve ser linear, e de acordo com os
princípios bíblicos, com os ensinamentos de Jesus, e orientação do
Espírito de Deus.

O cristão é uma pessoa que tem uma guerra dentro de sua alma, de
seu espírito. Duas naturezas guerreiam entre si: de um lado, o
espírito carnal e vendido sob a escravidão do pecado, que não aceita
afrontas, que "não leva desaforo para casa", que é preguiçoso, altivo,
se aborrece facilmente, é grosso, deseducado, estúpido, estourado,
vive a gritar com todo mundo, insatisfeito com tudo, reclamando de
tudo, culpando o emprego, a casa onde mora, o bairro onde mora, os
parentes, a família pela própria infelicidade. De outro lado, o Espírito
de Deus, manso, pacífico, solícito, generoso, preocupado com a
felicidade daqueles que vivem ao seu redor, capaz de se sacrificar
pelos que ama.

O mundo das pessoas felizes é diferente do mundo das pessoas


infelizes. Quem é feliz tem um semblante leve, seus olhos são
brilhantes, seu rosto tem um brilho diferente, e um sorriso aparece
em seus lábios por qualquer coisa; às vezes, pelo simples fato de
estarmos ao seu lado. Quem é infeliz tem um semblante pesado, seus
olhos são soturnos, seu rosto é carregado, e um sorriso é uma
raridade em seus lábios. Entende o que quero dizer?

Não adianta as pessoas alardearem aos quatro ventos, "tocando


trombeta diante de si", fazendo propaganda e dando testemunho de
sua felicidade, se seus atos, seu semblante, seus olhos traem as suas
palavras.

As igrejas estão cheias de pessoas que são infelizes, mas insistem em


alardear uma falsa, ilusória e fantasiosa felicidade. Pessoas
preguiçosas, deprimidas, reféns de seu gênio explosivo, ciumentas, e
que aborrecem por muito pouco, às vezes por nada. Estão sempre
reclamando de tudo, mas insistem em dizer: "graças a Deus que no
céu encontraremos descanso". Convenhamos, outra ilusão.

O que chamamos de carne é nossa natureza decaída, perversa,


vendida sob a escravidão do pecado, e que vai contra tudo o que é
santo e agradável a Deus. Quando uma pessoa briga, grita, xinga,
manda todo mundo "pra ponte que caiu", tem prazer e se diverte
com a aflição alheia (principalmente dos desafetos) nada mais está
fazendo do que ser natural. Estas coisas são naturais ao ser humano.

Entende o que quero dizer? Estamos estudando as obras da carne.


Então temos que entender o que é a carne. Reconhecê-la, para então
saber como lidar com ela. Se nem sequer reconhecemos uma obra da
carne, dificilmente saberemos como combatê-la.

A lista de Gálatas 5:18-19 não é taxativa, não é fechada. Qualquer


coisa que fira, que magoe o Espírito de Deus é obra da carne. Por
exemplo: grosseria e indelicadeza são obras da carne, porque
magoam. Hipersensibilidade (magoar-se por qualquer coisa, às vezes
por nada) também é, porque demonstra um espírito fraco e medroso.

Quando estamos em dúvida, não devemos perguntar "é pecado?".


Isto demonstra que queremos fazer, mas temos medo de alguma
conseqüência futura. O desejo de fazer está em nós, mas nos
contemos pelo medo que possa acarretar.

Depois de ler todas as explicações (superficiais, reconheça-se -


espero que tenha lido todas) sobre as obras da carne, é necessário
perguntar: ela estão presentes em tua vida? Deus pode olhar para ti
do alto e dizer: "este(a) é o(a) meu(minha) filho(a) amado(a), em
quem tenho muito prazer"?

Seja sincero(a) na resposta. Desonestidade também é obra da carne.

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