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  • Zevi Saber Ver A Arquitetura Espaco Protagosnista Da Arquitetura

    Enviado por

    Liz Valente
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    capitulo 2 do livro "saber ver arquitetura"

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    Zevi Saber Ver a Arquitetura Espaco Protagosnista Da Arquitetura

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    ‘Superficies ¢ volumes na representagao fotografica Pigna awero ugenio Mootuos ¢ Anrble Vitel Exiga Feria de Roma (1980) Aco Fonda dei Tashi (Lou don Turon et Veneza antes da rsturagi (ee ND, Prcions Nello Apvile Cine Cakaprins, Aldo Conde, Mano Borenine, Gionepge Perini Mosuieato ds Cave Argeatine «2 Rona (1985), Migush Angelo. Pizza Gel Compiled, er Roms (1846-158 auf O espago, protagonista da arquitetura A falta de uma boa histéria da arquitetura provém da desabituago da maior parte dos homens de enienderem 0 espago e do insucesso dos historiadores © dos eriticos da arquitetura na aplicagdo e difusio de um método coerente para 0 estudo espacial dos edificios. Todos os que, ainda que fugazmente, refletiram sobre este tema sabem que o cardter essencial da arquitetura ~ 0 que faz distingui-la das outras atividades artisticas ~ esta no fato de agir com uni vocabulério tridimensional que inclui o homem. ‘A pintura funciona em duas dimensdes. a despeito de poder sugerir trés ou quatro. A escultura funciona em trés dimensées, mas o homem fica de fora, desligado, olhando do exterior as res dimensdes. Por sua vez arquitetura ¢ como uma grande escultura escavada, em cujo interior 0 homem penetra € caminha, Quando queremos construir uma casa, 0 arquiteto apresenta-nos uma perspectiva de uma das suas vistas exterio- ‘res € possivelmente outra da sala de estar. Depois apresenta- nos plantas, fachadas © segdes, isto €, representa 0 volume arquitetSnico, decompondo-o' nos planos que 0 compéem ¢ dividem: paredes exteriores e interiores, planos verticais € horizontais. Do uso deste metodo representativo, utilizado nos livros técnicos da histéria da arquitetura ¢ ilustrado nos textos populares da historia de arte com fotografias, provém, em grande parte, a nossa falta de educagdo espacial. ‘A planta de um edificio nao é, efetivamente, mais do que uma projegio abstrata em plano horizontal de todas as suas paredes, uma realidade que ninguém vé a nao ser no papel, Cuja Unica justificagao depende da necessidade de medir, para 18 SABER VERA ARQUITETURA os operdrios que devem executar materialmente © trabalho, as distincias entre os vérios elementos da construgio. As fachadas € as sees longitudinais, interiores e exteriores, servem para medir as alturas, Mas a arquitetura nio provém de um Conjunto de larguras, comprimentos e alturas dos elementos construtivos que contém o espago, mas precisamente do vacuo, do espago contido, do espago interior em que os homens andam © vivem. Em outras palayras, nés_adotamos como representagio da arquitetura a transferéncia pritica que 0 arquiteto faz das medidas que a definem para uso do construtor, Relativamente ao objetivo de saber ver a arquitetu- ra, isto equivale, mais ou menos, a um método que, para ilustrar uma pintura, desse as dimensdes da moldura ou calculasse as distincia das diversas cores, reprodwzindo-as separadamente. dbvio que uma poesia € algo mais do que um grupo de versos belos: quando 2 apreciamos, estudamds 0 seu conteato, © conjunto, ¢, ainda que depois se proceda a anélise dos versos, isoladamente, esta andlise € feita em fungdo ¢ em nome desse conjunto. Quem quiser iniciar-se no estudo da arquitetura deve, antes de mais nada, compreender que uma planta pode ser abstratamente bela no papel. quatro fachadas podem parecer bem estudadas pelo equilibrio dos cheios e dos vazios, dos relevos e das reentrancias, o volume do conjunto pode ser mesmo proporcionado, ¢ no entanto o edificio ser arquitetural- mente pobre, O espago interior. o espago que, como veremos no capitulo seguinte, no pode

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