Ficha de Leitura do Livro de Naum

Emanuel do Rosário Santos Nonato

AUTOR E DATA:
O texto bíblico nos aponta Naum de Elcós (Na 1,1). Elcós é uma localidade
não claramente identificada. A maioria dos estudiosos situa Elcós em Judá, o que
justificaria a preocupação do profeta com Judá (Na 2, 1).
Os exegetas datam o texto do século VII, possivelmente entre 663 e 654 a. C.
O texto precisa ser anterior a 612 a. C. e posterior a 668 a.C, dado que Naum
profetisa a ruína de Nínive capital da Assíria (Na 1,9-3,6), conquistada
definitivamente em 612 a. C., faz referência ao ‘exemplo de Tebas’ (Na 3,8-11),
saqueada por Assurbanipal em 663 a. C. e reconstruída nove anos depois, por volta
de 654 a. C., aspecto não aludido pelo profeta, o que aponta para seu
desconhecimento e a redação do texto para esse período.

GÊNERO LITERÁRIO:
O texto de Naum é iniciado por uma narração no subgênero título (Na 1,1),
seguido do gênero oração na forma de salmo alfabético (Na 1,2-8) uma oração. Em
seguida, pontuada por oráculos, segue uma narração do ‘julgamento de Nínive’.
Embora não tenha o tom narrativo claro como Is 36-39, de modo geral Naum
descreve em tons mais poéticos a destruição de Nínive e salvação de Judá no
capítulo 2 e os motivos de sua ruína no capítulo 3.

ESTRUTURA:
Prelúdio (Na 1,1-2,1) -
Salmo: a ira de IHWH (Na 1,2-8)
Oráculo de Salvação de Judá (Na 1,12-13)
Oráculo contra Nínive (Na 1,14)
Narração da guerra e da destruição (Na 2,2-3,2) com interpolações de oráculos (Na
2,14.3,5-7a)

MENSAGEM:
O livro está ligado a duas ideias centrais: a derrota da Assiria e a salvação de
Judá. O salmo (Na 1,2-8) celebra Deus que salva e faz justiça a Judá. Os capítulos 2
e 3 do Livro de Naum são uma celebração da derrota da Assíria. O exemplo de
Tebas (No-Amon) é trazido para realçar o destino reservado à cidade ímpia. O texto
celebra a queda do Império Assírio como uma confirmação de de IHWH é o senhor
das nações e da história e que os fatos e eventos não são meros desdobramentos
das ações humanas, mas são desígnios de IHWH.