Ao tratar do tema do santuário celestial na Torá, o autor examina alguns
acontecimentos narrados nos livros de Gênesis, Êxodo e Deuteronômio. Ele inicia sua exposição com o episódio da Torre de Babel, provavelmente um templo ou zigurate, segundo sua tese; pois, seus edificadores tinham a intenção de que a construção alcançasse os céus, sendo um ponto de conexão com o reino celestial. A seguir, vemos um analise do sonho de Jacó, uma escada posta na Terra, cujo topo tocava nos céus (Gn 28:12). A escada e os atos cultuais realizados pelo patriarca indicavam uma interação dinâmica entre a esfera terrestre e seu equivalente celestial. O estudo da palavra tabnît (modelo, figura, imagem [Êx 25:9, 40]) é apresentado à luz de seu contexto narrativo. Ao que tudo indica, a expressão revela que o templo celestial funcionou como arquétipo para o santuário terrestre. Dos livros proféticos destaca-se textos como a visão do trono e do templo celestial de Isaías 6:1-8 e a referência de Habacuque 2:20: “Mas YHWH está no Seu santo templo, […]”. De forma mais abrangente vemos acerca da descrição do “querubim cobridor” do santuário celestial e sua correspondência com o equivalente terrestre (Ez 28). O templo do Céu também é descrito como um lugar de adoração, expiação e julgamento.