INSTITUTO DE ARTES
DEPARTAMENTO DE MÚSICA
Porto Alegre,
Julho de 2017
INTRODUÇÃO
Ou seja, todos os estímulos sonoros que chegam aos nossos ouvidos são
descartados e não são usados pela nossa consciência. Praticar a escuta profunda
e compor musicas a partir do registro dessas sessões de escuta pode
desempenhar um papel de auto descobrimento de uma consciência do continuum
espaço/tempo.
JUSTIFICATIVA
REVISÃO BIBLIOGRÁFICA:
Segundo Schaeffer:
Stephen Handel afirma que “a onda sonora ativa a percepção mas não nos força
a perceber. Escutar é ativo. Ela depende da idade, experiência, expectativa e
especialização para influenciar a percepção.” (Handel APUD Oliveros, 2003)
Essa posição de escuta pode ser considerada como Soundwalking. Mesmo que
parado no mesmo ambiente em todas as sessões, o processo de escuta e absorção do
conteúdo sonoro se da exatamente como o Soundwalking de Westerkamp:
“Um soundwalking é qualquer excursão cujo principal propósito é
escutar o ambiente. É expor nossos ouvidos a qualquer som a nossa volta
não importando onde estivermos. Podemos estar em casa, caminhando
pela rua, por um parque, por uma praia;” (Westerkamp, 2007)
Ela ainda complementa: “Não importa qual a forma que um soundwalking tenha,
seu foco é descobrir e reativar nossa audição.” (Westerkamp, 2007).
OBJETIVOS
Objetivo Geral:
HIPÓTESE
De acordo com Hildegard Westerkamp (2007), “Onde quer que vamos, nós
damos prioridades aos nossos ouvidos.”. Ou seja, nós nunca estamos escutando tudo ao
nosso redor. Nosso cérebro atua como um filtro que decide quais sons serão computados
e quais sons serão ignorados. Nosso aparelho auditivo consegue ouvir sons de
intensidades absurdamente diferentes, porém só registramos aqueles que são
importantes para a atividade que estamos fazendo na hora.
2007).
A partir dessa ideia procuro ouvir aos sons que normalmente são filtrados no dia a
dia do meu local de trabalho e usá-los como material de criação sonora. Oliveros diz que:
Acredito que a escuta profunda está diretamente conectada com essa proposta,
onde as decisões tomadas durante a improvisação são dependentes diretas da sessão de
escuta e também do momento em que se improvisa. Tendo assim a escuta do passado e
a escuta do presente. Isso vai ao encontro do que propõe Silvio Ferraz, que diz que a
escuta múltipla e intensiva “São constituidas de experiências sensoriais simultâneas e
divergentes, da intuição e do pensamento, que se cruzam ora ressoando uma nas outras,
ora se justapondo” (Ferraz APUD Costa, 2002)
METODOLOGIA
CRONOGRAMA
Ainda nos primeiros 3 meses: Escrever diário de campo sobre minha escuta.
Ao final dos 3 meses iniciais: Produzir trilhas para serem usadas como base
para as improvisações e depois improvisar junto a essas trilhas usando as amostras
criadas durante cada semana de escuta.
REFERÊNCIAS