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Aula 1
CONTEXTUALIZANDO
Em nosso dia a dia visualizamos diversos tipos de desperdícios ocorrendo
nas atividades profissionais das empresas. Excessos de produção, excessos de
movimentações, falhas de comunicação etc. Você visualiza desperdícios
acontecendo na atividade produtiva da sua empresa? A sua empresa atual
trabalha com produção artesanal, produção em massa ou com a customização
em massa? O que são a intercambialidade e as famílias de produtos? O que é
perda? O que é desperdício? Quais são os sete desperdícios?
©"Silene"Seibel"
31"
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Exemplo da evolução da gama de produtos no mercado automobilístico:
portfólio de 1978 versus portfólio de 2014 da montadora VW.
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e práticas para atingir os objetivos da CM por meio do desenvolvimento de
produto, foi pensada a abordagem designada Design for Mass
Customization (DFMC). O principal objetivo da DFMC é ampliar a visão do
desenvolvimento de um produto único para uma família de produtos. As
vantagens obtidas por meio do desenvolvimento integrado de uma família de
produtos resultam em desempenhos superiores em termos de comunalidade de
componentes e subsistemas, padronização e modularização entre os produtos
e entre as linhas de produtos.
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mais sistêmica do produto, gerando, com isso, uma análise futura, possibilitando
o aperfeiçoamento, devido às interfaces e integrações de seus módulos, de
modo a conduzir as atividades e tarefas interligadas e contribuir para a redução
de tempo e erros.
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redução os custos de fabricação. Assim, é importante ressaltar que a
modularidade é um dos principais meios de alcançar os requisitos para a
personalização em massa.
Vídeo sugerido
https://www.youtube.com/watch?v=yHz58pCeg0w
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ou com o projeto original. A reprodução exata nem sempre era necessária,
prática, econômica ou mensurável.
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A evolução da produção em série de Henry Ford
A história do automóvel viria a ser modificada para sempre quando, em
1903, a Ford Motor Company foi constituída, detendo Henry Ford 25,5% das
ações, assumindo tanto as funções de vice-presidente como a de engenheiro
chefe. Num primeiro momento, eram produzidos apenas alguns automóveis por
dia na fábrica Ford, em Mack Avenue, Detroit, onde trabalhavam duas ou três
pessoas em cada veículo, construído a partir de componentes feitos por
encomenda a outras empresas. O primeiro automóvel construído pela empresa
foi vendido em 23 de julho de 1903; Henry tornou-se presidente antes de se
tornar proprietário, três anos depois.
Em 1908, com a introdução do Modelo T, Henry Ford concretizou o seu
sonho de produzir um automóvel a preço acessível, que fosse fiável e eficiente.
Esse veículo assinalava uma nova era no que diz respeito ao transporte pessoal
– era fácil de conduzir, de manter e de manusear em estradas acidentadas. Foi
um sucesso imediato.
Henry Ford concebeu a sua primeira linha de montagem em 1913 e
revolucionou os processos de produção do seu Modelo T. Essa linha de
montagem, na primeira fábrica Ford, em Highland Park, Michigan, tornou-se um
marco de referência para os métodos de produção em série no mundo.
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"construído à mão". Por isso, os níveis de produção permaneciam baixos e o
preço dos veículos era mais elevado para compensar os custos mecânicos.
Era preciso automatização. Henry Ford e seus engenheiros inventaram
máquinas para produzir grandes quantidades de peças necessárias para o
veículo e conceberam métodos de montagem das peças assim que eram
fabricadas. Estavam prontos para a revolução.
Aumentar a produtividade
Para alcançar o objetivo de Henry Ford relativo ao consumo massificado
proporcionado pela produção em série, a produtividade tinha de aumentar. Na
fábrica de Detroit, Michigan, os trabalhadores eram colocados em postos
definidos e o chassis era transportado para junto deles, utilizando cabos
resistentes. O chassis parava em cada posto, onde eram encaixadas as peças
até esta operação estar completamente concluída.
Um resultado impressionante
Henry Ford pôs em prática os princípios básicos de pioneiros como Elihu
Root, mentor de um sistema de montagem para Samuel Colt, o qual dividia o
processo de produção de modo a simplificá-lo. Continuou a tentar até que
aperfeiçoou todas as etapas, transformando a sua visão de produção em série
em realidade.
Para reduzir a dependência de mão de obra qualificada, Henry Ford
utilizava peças intercambiáveis, que podiam ser facilmente montadas por
operários não qualificados. As experiências continuaram com barras de
gravidade e correias transportadoras. Naturalmente, até o próprio
posicionamento dos homens e das ferramentas foi pensado meticulosamente
para assegurar que a produção fosse a mais eficiente possível.
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A linha de montagem final
A última etapa foi a criação da linha de montagem final móvel. Começando
apenas por um chassis, deslocado ao longo da linha e através de cada posto de
trabalho até o veículo completo ser conduzido para fora das instalações,
acionado pelo seu próprio motor. Um componente essencial desse processo era
o fato de todas as linhas de alimentação ao longo do percurso estarem
sincronizadas para fornecer as peças corretas na altura certa.
Colher os frutos
Essa combinação de precisão, continuidade e velocidade introduziu a
produção em série no mundo. Em Highland Park, a produção do Modelo T bateu
níveis recorde, com um veículo completo a sair da linha a cada 10 segundos por
dia de trabalho. Ford podia, então, reduzir os preços, aumentar o salário mínimo
diário para cinco dólares, produzir um produto superior e continuar a gerar lucros.
Nessa altura, a Ford produzia anualmente dois milhões de Modelo T, os quais
eram vendidos a 260 dólares.
Progresso revolucionário
O Modelo T iniciou uma revolução. O salário diário de cinco dólares e a
filosofia subjacente estiveram na origem de uma revolução social. A linha de
montagem móvel iniciou uma revolução industrial.
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Os percursores do Sistema Toyota de Produção
Sakichi Toyoda: inventou o primeiro tear que parava automaticamente
quando o fio se partia, prevenindo defeitos nos tecidos. Vendeu a patente
de seu invento e, com isso, ajudou na fundação da Toyota;
Kiichiro Toyoda: filho de Sakichi Toyoda. Foi o fundador do Grupo
Automotivo Toyota;
Eiji Toyoda: pimo de Kiichiro Toyoda. Passou três meses na fábrica
Rouge da Ford, em Detroit. Estudou cuidadosamente todos os seus
detalhes e reconheceu a superioridade do sistema desenvolvido por
Henry Ford, mas também assumiu que era possível ser mais eficiente. No
seu retorno ao Japão, aceitou o desafio de desenvolver um inovador
sistema de gestão para superar a concorrência. Isso pouco a pouco foi
conquistado, até tornar-se a Toyota a maior montadora do mundo durante
a sua presidência;
Taiishi Ohno: visualizou que a produtividade na fábrica de automóveis
Toyota era menor que a das fábricas de automóveis de Detroit, devido à
existência de ineficiências na produção e aos elevados desperdícios. Daí
ele partiu para erradicar a ineficiência e eliminar o desperdício na parte do
processo de produção. Isso se tornou o núcleo do chamado Sistema
Toyota de Produção (STP). Vários elementos deste sistema tornaram-se
familiares no Ocidente, como, por exemplo: muda (a eliminação de
resíduos), jidoka (a injeção de qualidade) e kanban (as tags utilizadas
como parte de um sistema de controle de estoque just in time).
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principais fornecedores, nunca mais do que a algumas milhas de distância, é
fácil para a Toyota repor sua demanda e garantir que a mesma chegue às suas
portas precisamente como e quando necessário. Com mais redes de produção
distantes, é obviamente mais difícil aplicar o JIT.
Vídeo sugerido
https://www.youtube.com/watch?v=SH8IItbvH_0
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Toyota, após a Segunda Guerra Mundial. Qual era a necessidade naquela
época?
Elementos do STP
Casa da Toyota
Ideais de desempenho
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Conceito de Perdas: entradas não efetivamente usadas.
Inventário (estoque);
Excesso de produção;
Movimentos do operador;
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Transportes desnecessários;
Defeitos;
Processamentos desnecessários;
Esperas.
Produzir a mais
Movimentos do Operador Sistema de produção inadequado às Falta de padrão
características da produção
Problemas de layout Deslocamento de pessoas entre áreas da
empresa e da informação desnecessário
Problemas de layout
Transportes Desnecessários Materiais, peças e suprimentos que Informações e documentos que
geralmente são movidos várias geralmente são movidos para vários
vezes antes de encontrar um local departamentos
definitivo.
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TEMA 5: A ORIGEM DA MANUFATURA ENXUTA NO OCIDENTE
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Quadro sobre a origem da manufatura enxuta
A manufatura enxuta
Sistema de Produção derivado direto do STP;
Utiliza diversos conceitos conhecidos nas empresas: Kanban; 5S; Células
de Produção; Setup Rápido; Manutenção Produtiva Total (TPM) etc.;
Sua grande diferença em relação à aplicação tradicional é que a
Manufatura Enxuta utiliza os conceitos de forma integrada;
O objetivo é eliminar desperdício e gerar valor para o cliente final.
NA PRÁTICA
Você faz parte da equipe de produção de uma fábrica. Um novo produto
seriado será integrado no portfólio de produção e seu chefe procura saber, com
sua equipe, se vocês já ouviram falar da Produção Customizada, pois um novo
cliente solicita algumas características diferentes em relação aos produtos que
já são feitos pela empresa.
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a) O que você pode comentar com a sua equipe referente à concepção do
novo produto e aos resultados esperados?
b) Segundo Taiichi Ohno, quais seriam os dois sintomas, inimigos da
produtividade, que teriam de ser combatidos neste novo processo
produtivo?
c) Qual ferramenta de gestão, divulgada por Deming, pode ser utilizada por
sua equipe nos processos produtivos? Cite, em inglês e em português, o
significado de cada letra.
Resolução do caso
a) Concepção do Produto: O produto é concebido a partir de uma plataforma
objetivando alavancar futuras variações e/ou aperfeiçoamentos.
c) PDCA
P – Plan – Planejamento
D – Do – Execução
C – Check – Verificação
A – Act – Ação
SÍNTESE
A presente aula teve o desafiante objetivo de apresentar ao aluno o
conceito da Customização em Massa, além dos conceitos e criadores que
ajudaram no desenvolvimento dos Sistemas de Produção e do histórico do Japão
no pós-guerra, pessoas fundamentais para a criação do Sistema Toyota de
Produção (STP). Conhecemos a Autonomação, o conceito da perda e do
desperdício, além de conferirmos a apresentação dos sete desperdícios.
Conhecemos, também, a Origem da Manufatura Enxuta.
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