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DISSÍDIO INDIVIDUAL

M AT ER IAL DE
AP OIO
DISSÍDIO INDIVIDUAL

Dis s ídio Individua l

Abordaremos, neste tempo, o estudo detalhado e sistêmico do dissídio individual aplicado ao


processo do trabalho. Sem perder a didática que este estudo se propõe delimitaremos as
novidades leg islativas encampadas pela Lei n°. 13.467/2017 (Reforma Trabalhista).

RECLAMAÇÃO VERBAL OU ESCRITA

O princípio da inércia da jurisdição (ou princípio dispositivo ) estabelece que o juiz apenas
prestará a tutela jurisdicional quando provocado, o que se faz através da demanda,
exteriorizada na petição inicial.

No entanto, após iniciado o processo por meio da petição inicial, os juízes/tribunais terão a
ampla liberdade na condução do processo, podendo determinar qualquer dilig ência que reputar
necessária ao esclarecimento da causa, independentemente de provocação (impulso oficial). É
o que se chama, a saber, de princípio inquisitivo.

De acordo com o art. 840 da CLT a reclamação poderá ser verbal ou escrita:

Art. 840 - A reclamação poderá ser escrita ou verbal.

§1o Sendo escrita, a reclamação deverá conter a desig nação do juízo, a qualificação das
partes, a breve exposição dos fatos de que resulte o dissídio, o pedido, que deverá ser certo,
determinado e com indicação de seu valor, a data e a assinatura do reclamante ou de seu
representante. (Redação dada pela Lei nº 13.467, de 2017).

Por outro lado, se a reclamação for verbal, ela deverá ser distribuída antes de sua redução a
termo, por dicção do art. 786 da CLT:

Art. 786 - A reclamação verbal será distribuída antes de sua redução a termo.

Parág rafo único - Distribuída a reclamação verbal, o reclamante deverá, salvo motivo de força
maior, apresentar-se no pra zo de 5 (cinco) dia s , ao cartório ou à secretaria, para reduzi-la
a termo, sob a pena estabelecida no art. 731.

Art. 731 - Aquele que, tendo apresentado ao distribuidor reclamação verbal, não se

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apresentar, no prazo estabelecido no parág rafo único do art. 786, à Junta ou Juízo para fazê-lo
tomar por termo, incorrerá na pena de perda, pelo pra zo de 6 (s e is ) me s e s , do direito de
reclamar perante a Justiça do Trabalho.

Com efeito, após a sua distribuição o reclamante deverá apresentar-se no prazo de 5 (cinco)
dias à secretaria para reduzi-la a termo, sob pena de ficar impossibilitado pelo prazo de 6 (seis)
meses de pleitear perante a Justiça do Trabalho (perempção temporária), salvo motivo de força
maior. Além disso, o decaimento do direito incidirá, inclusive, sobre pedidos que não foram
requeridos na primeira reclamação.

Ocorre que também se verificará a perempção temporária quando o reclamante der causa a
dois arquivamentos seg uidos da reclamação trabalhista por não comparecimento à audiência,
nos termos do art. 732 da CLT:

Art. 732 - Na mesma pena do artig o anterior incorrerá o reclamante que, por 2 (duas) vezes
seg uidas, der causa ao arquivamento de que trata o art. 844.

Em que pese a reclamação escrita está deverá ser formulada em 2 (duas) vias e acompanhada
dos documentos em que se fundar (art. 787 da CLT).

1.2. Re q uis itos da Pe tição Inicia l

O art. 840, §1°, da CLT é responsável por estabelecer os requisitos para petição inicial no
processo trabalhista, diferindo-lhe dos requisitos exig idos na petição inicial do procedimento
comum A esse respeito, analisa-se o art. 840 da CLT:

Art. 840 - A reclamação poderá ser escrita ou verbal.

§ 1o Sendo escrita, a reclamação deverá conter a de s ig na ção do juízo, a q ua lifica ção da s


pa rte s, a bre ve e xpos ição dos fa tos de q ue re s ulte o dis s ídio, o pe dido, q ue
de ve rá s e r ce rto, de te r mina do e com indica ção de s e u va lor, a da ta e a a s s ina tura
do re cla ma nte ou de s e u re pre s e nta nte . (Redação dada pela Lei nº 13.467, de 2017)

§ 2o Se verbal, a reclamação será reduzida a termo, em duas vias datadas e assinadas pelo
escrivão ou secretário, observado, no que couber, o disposto no § 1o deste artig o. (Redação
dada pela Lei nº 13.467, de 2017).

§ 3o Os pedidos que não atendam ao disposto no § 1o deste artig o serão julg ados extintos
sem resolução do mérito. (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017) (g rifo nosso).

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No que se refere ao valor da causa a doutrina considera que, embora haja diverg ência sobre
este aspecto, ele deve ser indicado na reclamação trabalhista, ao arg umento de que o art. 840,
§1º, da CLT, ag ora com redação modificada pela Lei n°. 13.467/17 (Reforma Trabalhista),
passou a exig ir que além do pedido certo e determinado seja indicado o seu ‘valor”

Há de se ressaltar que a “causa de pedir” também é polêmica no processo do trabalho, em


razão das suas particularidades. A doutrina majoritária considera que dever ser feita a
fundamentação jurídica, sobretudo para permitir a análise da coisa julg ada, litispendência,
conexão e continência, o que não se confunde com o a “fundamentação leg al” (indicação do
dispositivo de lei), haja vista ser função do mag istrado.

Por sua vez, o pedido é tido como requisito principal da demanda, porquanto responsável por
delimitá-la. Aqui, de acordo com o art. 840, §1°, da CLT o pedido deve ser:

Pedido certo Pedido determinado Indicação do seu valor

Determina que o Requisito que se lig a à liquidez Expressão promovida


pedido de ser expresso, do pedido, ou seja, é responsável pela reforma
não podendo ser tático por estabelecer os limites da trabalhista aplicada ao
ou implícito. pretensão. rito ordinário.

Quanto aos demais requisitos da petição inicial estabelecidos no art.319 do CPC, verifica-se que
não se aplica ao processo do trabalho a especificação das provas, uma vez que as provas são
realizadas em audiência, e a exig ência sobre a opção do autor pela realização ou não da
audiência de conciliação e mediação, em virtude da incompatibilidade com o sistema normativo
processual do trabalho, consoante art. 2°, IV, IN n.39/2016.

1.3. Inde fe rime nto da pe tição inicia l

Na hipótese de vício sanável da petição inicial deverá o mag istrado conceder a parte o prazo
de 15 (quinze) dias para emendá-la. A esse respeito, o art.330 do CPC é aplicado
subsidiariamente ao processo do trabalho:

Art. 330. A petição inicial será indeferida quando:

I - for inepta;

II - a parte for manifestamente ileg ítima;

III - o autor carecer de interesse processual;

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IV - não atendidas as prescrições dos arts. 106 e 321.

§ 1o Considera-se inepta a petição inicial quando:

I - lhe faltar pedido ou causa de pedir;

II - o pedido for indeterminado, ressalvadas as hipóteses leg ais em que se permite o pedido
g enérico;

III - da narração dos fatos não decorrer log icamente a conclusão;

IV - contiver pedidos incompatíveis entre si.

§ 2o Nas ações que tenham por objeto a revisão de obrig ação decorrente de empréstimo, de
financiamento ou de alienação de bens, o autor terá de, sob pena de inépcia, discriminar na
petição inicial, dentre as obrig ações contratuais, aquelas que pretende controverter, além de
quantificar o valor incontroverso do débito.

§ 3o Na hipótese do § 2o, o valor incontroverso deverá continuar a ser pag o no tempo e


modo contratados.

Sobre o assunto, destaca-se a Súmula n°. 263 do TST:

S úmula nº 263 do TS T

PETIÇÃO INICIAL. INDEFERIMENTO. INSTRUÇÃO OBRIGATÓRIA DEFICIENTE


(nova redação em decorrência do CPC de 2015) – Res. 208/2016, DEJT divulg ado em 22, 25
e 26.04.2016.

Salvo nas hipóteses do art. 330 do CPC de 2015 (art. 295 do CPC de 1973), o indeferimento
da petição inicial, por encontrar-se desacompanhada de documento indispensável à
propositura da ação ou não preencher outro requisito leg al, somente é cabível se, após
intimada para suprir a irreg ularidade em 15 (quinze) dias, mediante indicação precisa do que
deve ser corrig ido ou completado, a parte não o fizer (art. 321 do CPC de 2015).

Se presente uma das situações previstas no art. 330 do CPC, seg undo o entendimento sumular
acima, a petição inicial deverá ser indeferida (vício insanável). Apenas será concedido o prazo
para emendá-la nas seg uintes hipóteses (vícios sanáveis): a) faltar-lhe documento
indispensável; e b) não preencher outro requisito leg al. É, inclusive, o que se percebe com a
leitura do §3° do art. 840 da CLT.

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Vício A pe tição s e rá inde fe rida , nos te r mos do a rt. 330 do CPC, ca be ndo a o
ins a ná ve l juiz e xting uir o proce s s o s e m re s olução de mé rito. Aplica -s e o me s mo
e m re la ção a o a rt. 840 , § 3°, da CLT:

Art. 840 - A reclamação poderá ser escrita ou verbal.

§ 1o - Sendo escrita, a reclamação deverá conter a desig nação do juízo, a


qualificação das partes, a breve exposição dos fatos de que resulte o dissídio, o
pedido, que deverá ser certo, determinado e com indicação de seu valor, a data e
a assinatura do reclamante ou de seu representante. (Redação dada pela Lei nº
13.467, de 2017)

§ 2o - Se verbal, a reclamação será reduzida a termo, em duas vias datadas e


assinadas pelo escrivão ou secretário, observado, no que couber, o disposto no §
1o deste artig o. (Redação dada pela Lei nº 13.467, de 2017)

§ 3o - Os pe didos q ue não a te nda m a o dis pos to no § 1o de s te a rtig o


s e rão julg a dos e xtintos s e m re s olução do mé rito. (Incluído pe la Le i nº
13.467, de 20 17). (g rifo nos s o).

Vício Trata-se de vício sanável a ensejar a abertura do pra zo de 15 (q uinze ) dia s


S a ná ve l para a parte emendar a petição inicial:

a. Fa lta de docume nto indis pe ns á ve l à a ção; e


b. Outro re q uis ito le g a l.

1.4. Improce dê ncia limina r do pe dido

Situação diversa do indeferimento da petição inicial que provoca a extinção do processo sem
resolução de mérito, a improcedência liminar do pedido exting ue o processo com resolução de
mérito sem a citação da parte contrária. Sobre isso, verifica-se que o art. 332 do CPC é
responsável por elencar as situações em que cabe a improcedência liminar.

De modo a compatibilizá-lo ao processo do trabalho, o TST, por meio do art. 7° da IN n.


39/2016, passou a sistematizar a matéria:

Art. 7° Aplicam-se ao Processo do Trabalho as normas do art. 332 do CPC, com as


necessárias adaptações à leg islação processual trabalhista, cumprindo ao juiz do trabalho

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julg ar liminarmente improcedente o pedido que contrariar:

I – enunciado de súmula do Supremo Tribunal Federal ou do Tribunal Superior do Trabalho


(CPC, art. 927, inciso V);

II - acórdão proferido pelo Supremo Tribunal Federal ou pelo Tribunal Superior do Trabalho
em julg amento de recursos repetitivos (CLT, art. 896-B; CPC, art. 1046, § 4º);

III - entendimento firmado em incidente de resolução de demandas repetitivas ou de


assunção de competência;

IV - enunciado de súmula de Tribunal Reg ional do Trabalho sobre direito local, convenção
coletiva de trabalho, acordo coletivo de trabalho, sentença normativa ou reg ulamento
empresarial de observância obrig atória em área territorial que não exceda à jurisdição do
respectivo Tribunal (CLT, art. 896, “b”, a contrario sensu).

Parág rafo único. O juiz também poderá julg ar liminarmente improcedente o pedido se
verificar, desde log o, a ocorrência de de ca dê ncia . (g rifo nosso).

Ressalta-se que, no parág rafo único, apenas houve a previsão da decadência de ofício pelo
mag istrado, não mencionado a prescrição. Tal previsão se justifica pela impossibilidade do juiz
trabalhista decretar de ofício a prescrição, em razão do princípio da proteção, situação que não
se aplica ao processo civil, no qual é devido ao juiz analisar a prescrição e decadência.

1.5. Atos dos órg ãos a uxilia re s da Jus tiça

A reclamação trabalhista será submetida à distribuição nas localidades onde houver mais de
uma vara de trabalho, consoante art. 838 da CLT:

Art. 838 - Nas localidades em que houver mais de 1 (uma) Junta ou mais de 1 (um) Juízo, ou
escrivão do cível, a reclamação será, preliminarmente, sujeita a distribuição, na forma do
disposto no Capítulo II, Seção II, deste Título.

Se porventura houver na localidade apenas uma vara de trabalho ela será encaminhada
diretamente à secretaria (art. 837 da CLT).

No que diz respeito ao procedimento, o art. 841 da CLT assim o estabelece:

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Art. 841 - Recebida e protocolada a reclamação, o escrivão ou secretário, dentro de 48
(quarenta e oito) horas, remeterá a seg unda via da petição, ou do termo, ao reclamado,
notificando-o ao mesmo tempo, para comparecer à audiência do julg amento, que será a
primeira desimpedida, depois de 5 (cinco) dias.

§ 1º - A notificação será feita em reg istro postal com franquia. Se o reclamado criar
embaraços ao seu recebimento ou não for encontrado, far-se-á a notificação por edital,
inserto no jornal oficial ou no que publicar o expediente forense, ou, na falta, afixado na sede
da Junta ou Juízo.

§ 2º - O reclamante será notificado no ato da apresentação da reclamação ou na forma do


parág rafo anterior.

§ 3o Ofe re cida a conte s ta ção, a inda q ue e le tronica me nte , o re cla ma nte não
pode rá , s e m o cons e ntime nto do re cla ma do, de s is tir da a ção. (Incluído pela Lei nº
13.467, de 2017). (g rifo nosso).

Destaque para a novidade acrescida pela Reforma Trabalhista no §3° do art. 841 ao prever a
“desistência unilateral”, aquela que não depende da anuência do reclamado, sendo
considerado ponto sensível na doutrina.

Isso porque, embora a redação do §3° estabeleça que o oferecimento da contestação, ainda que
pelo PJE, impede a desistência do reclamante sem a anuência do reclamado, o dispositivo deve
ser interpretado à luz dos arts. 844 e 847 da CLT.

Portanto, ainda que oferecida anteriormente a contestação, o marco para análise da


desistência é a primeira audiência, quando se verificará se o reclamante se fez ou não presente,
ou seja, a inclusão da contestação no PJE não afasta por si só a desistência.

No tocante à desistência bilateral aplica-se subsidiariamente o CPC para admiti-la até a


prolação da sentença.

RESPOSTA DO RÉU

Nos termos do art. 847 da CLT a defesa pode ser escrita ou oral, como se vê:

Art. 847 - Não havendo acordo, o reclamado terá vinte minutos para aduzir sua defesa, após
a leitura da reclamação, quando esta não for dispensada por ambas as partes.

Parág rafo único. A parte poderá apresentar defesa escrita pelo sistema de processo judicial

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eletrônico até a audiência. (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017).

A partir da leitura do artig o extrai-se que o prazo para apresentação da defesa é de 5 (cinco)
dias, prazo este que se refere ao tempo entre a citação do reclamado e a audiência, de acordo
com o art. 841 da CLT, podendo, ainda, ser incluída no PJE. Ademais, o prazo para
apresentação da defesa oral é de 20 (vinte) minutos.

Com a alteração promovida pela Lei n. 13.467/2017 (Reforma Trabalhista) ao artig o 775 da
CLT, a contag em dos prazos processuais será em dias úteis, excluindo-se o dia de início e
incluindo o dia de vencimento.

Art. 775. Os prazos estabelecidos neste Título serão contados em dias úteis, com exclusão do
dia do começo e inclusão do dia do vencimento. (Redação dada pela Lei nº 13.467, de 2017).

§ 1o Os prazos podem ser prorrog ados, pelo tempo estritamente necessário, nas seg uintes
hipóteses: (Incluído dada pela Lei nº 13.467, de 2017)

I - quando o juízo entender necessário; (Incluído dada pela Lei nº 13.467, de 2017)

II - em virtude de força maior, devidamente comprovada. (Incluído dada pela Lei nº 13.467, de
2017)

§ 2o Ao juízo incumbe dilatar os prazos processuais e alterar a ordem de produção dos meios
de prova, adequando-os às necessidades do conflito de modo a conferir maior efetividade à
tutela do direito. (Incluído dada pela Lei nº 13.467, de 2017).

O Ministério Público e a Defensoria Pública, consoante arts. 180 e 186, aplicados


subsidiariamente ao processo do trabalho, detém prazo em dobro para suas manifestações, de
modo que na audiência, por exemplo, o prazo para apresentação de defesa entre a intimação e
a audiência será de 10 dias.

No que diz respeito às pessoas jurídicas de direito público (União, Estado, DF e Municípios),
bem como as autarquias e fundações públicas que não exploram atividade econômica, o prazo
para apresentação da defesa será quadruplicado, por dicção do art. 1°, II, do Decreto-lei n.
779/69:

Art. 1º Nos processos perante a Justiça do Trabalho, constituem privilég io da União, dos
Estados, do Distrito Federal, dos Municípios e das autarquias ou fundações de direito público
federais, estaduais ou municipais que não explorem atividade econômica:

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I - a presunção relativa de validade dos recibos de quitação ou pedidos de demissão de seus
empreg ados ainda que não homolog ados nem submetidos à assistência mencionada nos
parág rafos 1º, 2º e 3º do artig o 477 da Consolidação das Leis do Trabalho;

II - o q uá dr uplo do pra zo fixa do no a rtig o 841, "in fine ", da Cons olida ção da s Le is
do Tra ba lho;

III - o prazo em dôbro para recurso;

IV - a dispensa de depósito para interposição de recurso;

V - o recurso ordinário "ex officio" das decisões que lhe sejam total ou parcialmente
contrárias;

VI - o pag amento de custas a final salva quanto à União Federal, que não as pag ará. (g rifo
nosso).

2.1. Conte s ta ção

A contestação é considerada como o principal meio de defesa do reclamado, por meio dela
apresenta-se toda a matéria de defesa, expondo as razões de fato e de direito com que
pretende impug nar a o pleito autoral. Por essa razão, afirma-se que será aplicado à defesa o
princípio da eventualidade seg undo o qual todas as matérias de defesa devem ser incluídas na
contestação, sob pena de preclusão.

Além disso, vale destacar que a contestação é reg ida pelo princípio da impug nação específica,
cabendo ao reclamado, no momento da defesa, impug nar precisamente todas as aleg ações de
fato levantadas na petição inicial.

De modo a tornar claro o conhecimento da matéria, vejamos o quadro a seg uir:

Conte s ta ção

Princípio da Eve ntua lida de Princípio da Impug na ção Es pe cífica

Toda s a s ma té ria s de de fe s a de Manifestação precisa das aleg ações constantes


irre s ig na ção de ve m e s ta r contida s na na petição inicial, salvo se: a ) não for

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conte s ta ção, s ob pe na de pre clus ão. a dmis s íve l, a s e u re s pe ito, a confis s ão; b)
a pe tição inicia l não e s tive r a compa nha da
de ins tr ume nto q ue a le i cons ide ra r da
s ubs tâ ncia do a to; c) e s tive re m e m
contra dição com a de fe s a , cons ide ra da
e m s e u conjunto.

Obs.: não s e a plica o princípio da impug na ção e s pe cífica a o de fe ns or público, a o


a dvog a do da tivo e a o cura dor e s pe cia l (a rt.341 do CPC).

2.2. Re ve lia

Não havendo a apresentação da contestação reputar-se-ão verdadeiros os fatos afirmados pelo


autor, consoante o art. 344 do CPC, aplicado subsidiariamente ao processo do trabalho.

No entanto, não se apresentará tal efeito (revelia) nas seg uintes hipóteses previstas no art. 844,
§4°, da CLT acrescido pela Lei n°. 13.467/2017 (Reforma trabalhista):

Art. 844 - O não-comparecimento do reclamante à audiência importa o arquivamento da


reclamação, e o não-comparecimento do reclamado importa revelia, além de confissão quanto
à matéria de fato.

§ 1o - Ocorrendo motivo relevante, poderá o juiz suspender o julg amento, desig nando nova
audiência. (Redação dada pela Lei nº 13.467, de 2017)

§ 2º- Na hipótese de ausência do reclamante, este será condenado ao pag amento das custas
calculadas na forma do art. 789 desta Consolidação, ainda que beneficiário da justiça g ratuita,
salvo se comprovar, no pra zo de q uinze dia s , que a ausência ocorreu por motivo
leg almente justificável. (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017)

§ 3o - O pag amento das custas a que se refere o § 2o é condição para a propositura de nova
demanda. (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017)

§ 4o A re ve lia não produz o e fe ito me nciona do no ca put de s te a rtig o s e : (Incluído


pe la Le i nº 13.467, de 20 17);

I - ha ve ndo plura lida de de re cla ma dos, a lg um de le s conte s ta r a a ção; (Incluído


pe la Le i nº 13.467, de 20 17);

II - o litíg io ve rs a r s obre dire itos indis poníve is ; (Incluído pe la Le i nº 13.467, de

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20 17);

III - a pe tição inicia l não e s tive r a compa nha da de ins tr ume nto q ue a le i cons ide re
indis pe ns á ve l à prova do a to; (Incluído pe la Le i nº 13.467, de 20 17);

IV - a s a le g a çõe s de fa to for mula da s pe lo re cla ma nte fore m inve ros s íme is ou


e s tive re m e m contra dição com prova cons ta nte dos a utos. (Incluído pe la Le i nº
13.467, de 20 17);

§ 5o - Ainda q ue a us e nte o re cla ma do, pre s e nte o a dvog a do na a udiê ncia , s e rão
a ce itos a conte s ta ção e os docume ntos e ve ntua lme nte a pre s e nta dos. (Incluído pela
Lei nº 13.467, de 2017). (g rifo nosso).

Nesta hipótese, mesmo ocorrendo a revelia (ausência de contestação ou ausência à audiência


inaug ural pelo reclamado) a confissão quanto à matéria de fato será afastada por força do §4º,
do art. 844 da CLT.

Isso porque a revelia não se confunde com os seus efeitos que poderão ser: a) material –
presunção de veracidade dos fatos aduzidos na inicial (confissão ficta); ou b) processuais –
julg amento antecipado de mérito e a não necessidade de intimação do réu, sem procurador nos
autos, quanto aos demais atos. Este último efeito, em razão do art. 852 da CLT, não é aplicado
ao processo do trabalho.

Re ve lia

Efe ito ma te ria l Efe itos proce s s ua is

(confis s ão ficta )

Presunção de veracidade dos 1. Julg amento antecipado de mérito (art.355, II, do CPC); e
fatos aduzidos na inicial. 2. Não necessidade de intimação quanto aos demais atos
do processo ao réu sem procurador nos autos.

Obs.: não s e a plica o s e g undo e fe ito proce s s ua l (q ua nto à a us ê ncia de intima ção)
no proce s s o de tra ba lho, e m virtude do te or do a rt. 852 da CLT.

Por sua vez, a partir da leitura do artig o acima, percebe-se que embora haja ausência do
reclamado é possível a entreg a da contestação e demais documentos pelo advog ado (art. 844,
§5°, da CLT). Tal previsão normativa merece esclarecimento no tocante aos efeitos da revelia.

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Sobre isso, tem-se que a apresentação da defesa pelo advog ado em audiência, com a ausência
do reclamado, afastará a revelia, porquanto demonstrada a intenção de resistir à pretensão,
provocando efeitos diversos a depender da espécie da audiência:

Portanto, a confissão ficta importará na preclusão quanto ao direito de produzir novas provas,
podendo o juiz, a seu critério, continuar com a instrução nos termos da Súmula 74, III, do TST:

S úmula nº 74 do TS T

CONFISSÃO. (atualizada em decorrência do CPC de 2015) – Res. 208/2016, DEJT


divulg ado em 22, 25 e 26.04.2016 ).

I - Aplica-se a confissão à parte que, expressamente intimada com aquela cominação, não
comparecer à audiência em prosseg uimento, na qual deveria depor. (ex-Súmula nº 74 - RA
69/1978, DJ 26.09.1978)

II - A prova pré-constituída nos autos pode ser levada em conta para confronto com a
confissão ficta (arts. 442 e 443, do CPC de 2015 - art. 400, I, do CPC de 1973), não implicando
cerceamento de defesa o indeferimento de provas posteriores. (ex-OJ nº 184 da SBDI-1 -
inserida em 08.11.2000)

III- A ve da ção à produção de prova pos te rior pe la pa rte confe s s a s ome nte a e la
s e a plica , não a fe ta ndo o e xe rcício, pe lo ma g is tra do, do pode r/de ve r de conduzir
o proce s s o. (g rifo nos s o).

Em resumo, na hipótese de ausência do reclamado à audiência una e apresentação de defesa


pelo advog ado, embora afaste a revelia, não expurg a o efeito de confissão ficta, que, por g erar
presunção relativa, pode ser confrontada mediante os documentos apresentados na petição
inicial ou prosseg uida a instrução a critério do mag istrado.

Sobre a matéria, merece ainda destaque a OJ n°. 152 da SDI-I do TST sobre a inaplicabilidade
da revelia à pessoa jurídica de Direito Público:

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152. REVELIA. PESSOA JURÍDICA DE DIREITO PÚBLICO. APLICÁVEL. (ART. 844 DA
CLT) (inserido dispositivo) - DJ 20.04.2005

Pessoa jurídica de direito público sujeita-se à revelia prevista no artig o 844 da CLT.

2.3. Exce çõe s

Na contestação estarão compreendidas as defesas processuais e as defesas de mérito.

As defesas processuais (também conhecidas como preliminares de mérito) são aquelas


direcionadas ao processo (pressupostos processuais) e/ou à ação (condições da ação). Elas
estão disciplinadas no art. 337 do CPC, aplicado subsidiariamente ao processo do trabalho:

Art. 337. Incumbe ao réu, antes de discutir o mérito, aleg ar:

I - inexistência ou nulidade da citação;

II - incompetência absoluta e relativa;

III - incorreção do valor da causa;

IV - inépcia da petição inicial;

V - perempção;

VI - litispendência;

VII - coisa julg ada;

VIII - conexão;

IX - incapacidade da parte, defeito de representação ou falta de autorização;

X - convenção de arbitrag em;

XI - ausência de leg itimidade ou de interesse processual;

XII - falta de caução ou de outra prestação que a lei exig e como preliminar;

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XIII - indevida concessão do benefício de g ratuidade de justiça.

§ 1o Verifica-se a litispendência ou a coisa julg ada quando se reproduz ação anteriormente


ajuizada.

§ 2o Uma ação é idêntica a outra quando possui as mesmas partes, a mesma causa de pedir e
o mesmo pedido.

§ 3o Há litispendência quando se repete ação que está em curso.

§ 4o Há coisa julg ada quando se repete ação que já foi decidida por decisão transitada em
julg ado.

§ 5o Excetuadas a convenção de arbitrag em e a incompetência relativa, o juiz conhecerá de


ofício das matérias enumeradas neste artig o.

§ 6o A ausência de aleg ação da existência de convenção de arbitrag em, na forma prevista


neste Capítulo, implica aceitação da jurisdição estatal e renúncia ao juízo arbitral.

As defesas de mérito estão relacionadas ao próprio direito material invocado pelo reclamante
visando a impug ná-lo.

2.4. Incompe tê ncia re la tiva

Com a vig ência do novo CPC (Lei n°. 13.105/2015) aplicava-se ao processo do trabalho –
defendia a doutrina – de forma subsidiária, o reg ramento específico da exceção de
incompetência relativa, por meio do qual era feita no próprio bojo da contestação.

Contudo, com as inovações promovidas pela Lei n°. 13.467/2017, o instituto sofreu novo
tratamento. Isso porque, nos termos do art. 800, caput, da CLT, a exceção territorial deverá ser
aleg ada em peça apartada:

Art. 800. Apresentada exceção de incompetência territorial no prazo de cinco dias a contar
da notificação, a nte s da a udiê ncia e e m pe ça q ue s ina lize a e xis tê ncia de s ta e xce ção ,
seg uir-se-á o procedimento estabelecido neste artig o. (Redação dada pela Lei nº 13.467, de
2017)

§ 1o - Protocolada a petição, será suspenso o processo e não se realizará a audiência a que se

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refere o art. 843 desta Consolidação até que se decida a exceção. (Incluído pela Lei nº 13.467,
de 2017)

§ 2o - Os autos serão imediatamente conclusos ao juiz, que intimará o reclamante e, se


existentes, os litisconsortes, para manifestação no prazo comum de cinco dias. (Incluído pela
Lei nº 13.467, de 2017)

§ 3o - Se entender necessária a produção de prova oral, o juízo desig nará audiência,


g arantindo o direito de o excipiente e de suas testemunhas serem ouvidos, por carta
precatória, no juízo q ue e s te houve r indica do como compe te nte . (Incluído pela Lei nº
13.467, de 2017)

§ 4o Decidida a exceção de incompetência territorial, o processo retomará seu curso, com a


desig nação de audiência, a apresentação de defesa e a instrução processual perante o juízo
competente. (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017). (g rifo nosso).

A esse respeito, verifica-se que caso não seja apresentada a exceção de incompetência relativa
no prazo de 5 (cinco) dias a contar da notificação, antes da audiência, prorrog ar-se-á a
competência. A peça deverá protocolada no juízo onde tramita a reclamação trabalhista.

Ademais, a competência relativa não poderá ser declarada ex officio consoante a OJ n°. 149
SDI-II do TST:

149. CONFLITO DE COMPETÊNCIA. INCOMPETÊNCIA TERRITORIAL. HIPÓTESE


DO ART. 651, § 3º, DA CLT. IMPOSSIBILIDADE DE DECLARAÇÃO DE OFÍCIO DE
INCOMPETÊNCIA RELATIVA. (DEJT divulg ado em 03, 04 e 05.12.2008)

Não cabe declaração de ofício de incompetência territorial no caso do uso, pelo trabalhador,
da faculdade prevista no art. 651, § 3º, da CLT. Nessa hipótese, resolve-se o conflito pelo
reconhecimento da competência do juízo do local onde a ação foi proposta.

Após a apresentação da exceção de incompetência territorial o processo ficará s us pe ns o ,


frustrando a realização da audiência.

A decisão que acolhe ou rejeita a exceção de incompetência possui natureza de decisão


interlocutória, não recorrível de imediato no processo do trabalho. A exceção fica a carg o de a
decisão remeter os autos para TRT distinto, situação em que caberá recurso da referida decisão
(recurso ordinário), nos termos da Súmula 214 do TST:

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S úmula nº 214 do TS T

DECISÃO INTERLOCUTÓRIA. IRRECORRIBILIDADE (nova redação) - Res. 127/2005, DJ


14, 15 e 16.03.2005.

Na Justiça do Trabalho, nos termos do art. 893, § 1º, da CLT, as decisões interlocutórias não
ensejam recurso imediato, salvo nas hipóteses de decisão: a) de Tribunal Reg ional do
Trabalho contrária à Súmula ou Orientação Jurisprudencial do Tribunal Superior do Trabalho;
b) suscetível de impug nação mediante recurso para o mesmo Tribunal; c) que acolhe exceção
de incompetência territorial, com a remessa dos autos para Tribunal Reg ional distinto
daquele a que se vincula o juízo excepcionado, consoante o disposto no art. 799, § 2º, da CLT.

2.5. S us pe ição e Impe dime nto

Estas espécies de exceção g arantem que a prestação da tutela jurisdicional seja feita de maneira
impa rcia l.

A matéria encontra-se reg ulamentada no art. 801 da CLT:

Art. 801 - O juiz, presidente ou vog al, é obrig ado a dar-se por suspeito, e pode ser recusado,
por alg um dos seg uintes motivos, em relação à pessoa dos litig antes:

a) inimizade pessoal;

b) amizade íntima;

c) parentesco por consang üinidade ou afinidade até o terceiro g rau civil;

d) interesse particular na causa.

Parág rafo único - Se o recusante houver praticado alg um ato pelo qual haja consentido na
pessoa do juiz, não mais poderá aleg ar exceção de suspeição, salvo sobrevindo novo motivo.
A suspeição não será também admitida, se do processo constar que o recusante deixou de
aleg á-la anteriormente, quando já a conhecia, ou que, depois de conhecida, aceitou o juiz
recusado ou, finalmente, se procurou de propósito o motivo de que ela se orig inou.

De maneira a sistematizar a matéria, observa-se a tabela abaixo:

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Impe dime nto O impe dime nto e s tá lig a do a e le me ntos obje tivos , e m q ue a pa rte
não e s ta rá obrig a da a de mons tra r a influê ncia do julg a dor no ca s o,
de ntre a s hipóte s e s pre vis ta s e m le i, uma ve z q ue s ão ca us a s
a bs oluta s de impa rcia lida de . S ão motivos de impe dime nto de
a tua ção do juiz, de a cordo com o a rt. 144 do CPC:

Art. 144. Há impedimento do juiz, sendo-lhe vedado exercer suas funções no


processo:

I - em que interveio como mandatário da parte, oficiou como perito,


funcionou como membro do Ministério Público ou prestou depoimento como
testemunha;

II - de que conheceu em outro g rau de jurisdição, tendo proferido decisão;

III - quando nele estiver postulando, como defensor público, advog ado ou
membro do Ministério Público, seu cônjug e ou companheiro, ou qualquer
parente, consang uíneo ou afim, em linha reta ou colateral, até o terceiro
g rau, inclusive;

IV - quando for parte no processo ele próprio, seu cônjug e ou companheiro,


ou parente, consang uíneo ou afim, em linha reta ou colateral, até o terceiro
g rau, inclusive;

V - quando for sócio ou membro de direção ou de administração de pessoa


jurídica parte no processo;

VI - quando for herdeiro presuntivo, donatário ou empreg ador de qualquer


das partes;

VII - em que fig ure como parte instituição de ensino com a qual tenha
relação de empreg o ou decorrente de contrato de prestação de serviços;

VIII - em que fig ure como parte cliente do escritório de advocacia de seu
cônjug e, companheiro ou parente, consang uíneo ou afim, em linha reta ou
colateral, até o terceiro g rau, inclusive, mesmo que patrocinado por
advog ado de outro escritório;

IX - quando promover ação contra a parte ou seu advog ado.

§ 1o - Na hipótese do inciso III, o impedimento só se verifica quando o

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defensor público, o advog ado ou o membro do Ministério Público já
integ rava o processo antes do início da atividade judicante do juiz.

§ 2o - É vedada a criação de fato superveniente a fim de caracterizar


impedimento do juiz.

§ 3o - O impedimento previsto no inciso III também se verifica no caso de


mandato conferido a membro de escritório de advocacia que tenha em seus
quadros advog ado que individualmente ostente a condição nele prevista,
mesmo que não intervenha diretamente no processo.

S us pe ição A suspeição está lig ada aos elementos subjetivos, motivo pelo qual a parte
deverá demonstrar a influência do julg ador, não importando a mera
aleg ação.

Art. 145. Há suspeição do juiz:

I - amig o íntimo ou inimig o de qualquer das partes ou de seus advog ados;

II - que receber presentes de pessoas que tiverem interesse na causa antes


ou depois de iniciado o processo, que aconselhar alg uma das partes acerca
do objeto da causa ou que subministrar meios para atender às despesas do
litíg io;

III - quando qualquer das partes for sua credora ou devedora, de seu cônjug e
ou companheiro ou de parentes destes, em linha reta até o terceiro g rau,
inclusive;

IV - interessado no julg amento do processo em favor de qualquer das partes.

§ 1o Poderá o juiz declarar-se suspeito por motivo de foro íntimo, sem


necessidade de declarar suas razões.

§ 2o Será ileg ítima a aleg ação de suspeição quando:

I - houver sido provocada por quem a aleg a;

II - a parte que a aleg a houver praticado ato que sig nifique manifesta

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aceitação do arg uido.

As partes (reclamante e reclamado) deverão aleg ar na primeira oportunidade em que se


manifestarem no processo sobre a suspeição e impedimento, ressalvando, quanto a este último,
que por se tratar de matéria de ordem pública, a sua aleg ação poderá ser feita a qualquer
tempo.

A partir do advento da EC n. 24/99 o procedimento previsto no art. 802 da CLT tornou-se


inaplicável na prática, ante a ausência das juntas de conciliação e julg amento. Portanto, no
tocante à matéria, aplica-se o art. 146 do CPC:

Art. 146. No pra zo de 15 (q uinze ) dia s , a contar do conhecimento do fato, a parte aleg ará
o impedimento ou a suspeição, em petição específica dirig ida ao juiz do processo, na qual
indicará o fundamento da recusa, podendo instruí-la com documentos em que se fundar a
aleg ação e com rol de testemunhas.

§ 1o Se reconhecer o impedimento ou a suspeição ao receber a petição, o juiz ordenará


imediatamente a remessa dos autos a seu substituto leg al, caso contrário, determinará a
autuação em apartado da petição e, no prazo de 15 (quinze) dias, apresentará suas razões,
acompanhadas de documentos e de rol de testemunhas, se houver, ordenando a remessa do
incidente ao tribunal.

§ 2o Distribuído o incidente, o relator deverá declarar os seus efeitos, sendo que, se o


incidente for recebido:

I - sem efeito suspensivo, o processo voltará a correr;

II - com efeito suspensivo, o processo permanecerá suspenso até o julg amento do incidente.

§ 3o Enquanto não for declarado o efeito em que é recebido o incidente ou quando este for
recebido com efeito suspensivo, a tutela de urg ência será requerida ao substituto leg al.

§ 4o Verificando que a aleg ação de impedimento ou de suspeição é improcedente, o tribunal


rejeitá-la-á.

§ 5o Acolhida a aleg ação, tratando-se de impedimento ou de manifesta suspeição, o tribunal


condenará o juiz nas custas e remeterá os autos ao seu substituto leg al, podendo o juiz

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recorrer da decisão.

§ 6o Reconhecido o impedimento ou a suspeição, o tribunal fixará o momento a partir do qual


o juiz não poderia ter atuado.

§ 7o O tribunal decretará a nulidade dos atos do juiz, se praticados quando já presente o


motivo de impedimento ou de suspeição. (g rifo nosso).

Desse modo, havendo o reconhecimento do impedimento ou suspeição por parte do julg ador,
os autos serão encaminhados ao substituto leg al do juiz, em decisão irrecorrível. Ao contrário,
caso manifestado resistência, o julg amento será realizado pelo TRT ao qual estiver vinculado o
juiz.

2.6. Re conve nção

A reconvenção é considerada como medida de contra-ataque do réu em face da pretensão do


autor. Diante disso, embora esteja classificada como modalidade de “resposta do réu” ela se
comporta como uma verdadeira ação autônoma no mesmo processo, sob o fundamento do
princípio da economia processual.

Em virtude do vácuo leg islativo sobre a matéria na CLT, aplica-se o art. 343 do CPC:

Art. 343. Na contestação, é lícito ao réu propor reconvenção para manifestar pretensão
própria, conexa com a ação principal ou com o fundamento da defesa.

§ 1º Proposta a reconvenção, o autor será intimado, na pessoa de seu advog ado, para
apresentar resposta no pra zo de 15 (q uinze ) dia s .

§ 2º A desistência da ação ou a ocorrência de causa extintiva que impeça o exame de seu


mérito não obsta ao prosseg uimento do processo quanto à reconvenção.

§ 3º A reconvenção pode ser proposta contra o a utor e te rce iro .

§ 4º A reconvenção pode ser proposta pelo réu em litisconsórcio com terceiro.

§ 5º Se o autor for substituto processual, o reconvinte deverá afirmar ser titular de direito em
face do substituído, e a reconvenção deverá ser proposta em face do autor, também na
qualidade de substituto processual.

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§ 6º O réu pode propor reconvenção independentemente de oferecer contestação. (g rifo
nosso).

A par da leitura do artig o, verifica-se que reconvenção será proposta na própria contestação,
ou, caso não seja oferecida esta última, poderá o réu propor a reconvenção autonomamente.

Além disso, por ocasião da inovação leg islativa proposta pela Lei n. 13.467/2017 (Reforma
Trabalhista), são cabíveis honorários advocatícios na reconvenção, consoante art. 791, §5°, da
CLT.

2.7. Impug na ção a o va lor da ca us a

Trata-se a impug nação ao valor da causa de modalidade de defesa através do qual o réu
pretende questionar o requisito da petição inicial: o valor da causa. Tal requisito é considerado
importante por integ rar a base de cálculo das custas judicias e honorários sucumbenciais, sendo
de interesse tanto para o reclamado quanto para o Estado em sua indicação de maneira
correta.

Com isso, o art. 840, §1°, da CLT determina que é requisito da petição inicial a indicação do
valor do pedido. Caso não seja verificado, o juiz abrirá o prazo de 15 (quinze) dias para o
reclamante emendar a petição inicial, sob pena de indeferimento, nos termos do art. 321 do
CPC:

Art. 321. O juiz, ao verificar que a petição inicial não preenche os requisitos dos arts. 319 e
320 ou que apresenta defeitos e irreg ularidades capazes de dificultar o julg amento de mérito,
determinará que o autor, no prazo de 15 (quinze) dias, a emende ou a complete, indicando
com precisão o que deve ser corrig ido ou completado.

Noutro plano, por determinação da IN n.39/2016 do TST (responsável por indicar as normas
processuais civis aplicáveis ao processo do trabalho) poderá o mag istrado corrig ir de ofício e
por arbitramento o valor da causa, por dicção do art.292, §3°, do CPC:

Art. 292. O valor da causa constará da petição inicial ou da reconvenção e será:

(...).

§ 3º O juiz corrig irá , de ofício e por a rbitra me nto, o va lor da ca us a q ua ndo


ve rifica r q ue não corre s ponde a o conte údo pa trimonia l e m dis cus s ão ou a o
prove ito e conômico pe rs e g uido pe lo a utor, ca s o e m q ue s e proce de rá a o

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re colhime nto da s cus ta s corre s ponde nte s . (g rifo nos s o)

Ins trução Norma tiva de n°. 39/20 16 do Tribuna l S upe rior do Tra ba lho

Art. 3° Sem prejuízo de outros, aplicam-se ao Processo do Trabalho, em face de omissão e


compatibilidade, os preceitos do Códig o de Processo Civil que reg ulam os seg uintes temas: I
- art. 76, §§ 1º e 2º (saneamento de incapacidade processual ou de irreg ularidade de
representação);

II - art. 138 e parág rafos (amicus curiae);

III - art. 139, exceto a parte final do inciso V (poderes, deveres e responsabilidades do juiz);

IV - art. 292, V (valor pretendido na ação indenizatória, inclusive a fundada em dano moral);

V - a rt. 292, § 3º (corre ção de ofício do va lor da ca us a );

(...)

3. PROVAS

No campo processual a prova é o meio aplicado para demonstração no processo da veracidade


dos fatos controvertidos, pertinentes e relevantes.

A demonstração do direito – ressalta-se – não é necessária, haja vista que vig ora a máxima
“iura novit cúria”, isto é, o mag istrado conhece o direito. No entanto, de maneira excepcional,
quando se tratar de direito estadual, municipal, estrang eiro ou consuetudinário, o direito pode
vir a ser comprovado, desde que solicitado pelo juiz, consoante art. 376 do CPC:

Art. 376. A parte que aleg ar direito municipal, estadual, estrang eiro ou consuetudinário
provar-lhe-á o teor e a vig ência, se assim o juiz determinar.

No processo do trabalho a sing ularidade fica por conta das normas coletivas (convenção
coletiva e acordo coletivo), reg ulamento da empresa e sentenças normativas.

Por outro lado, alg uns fatos não dependem de prova, sendo estes, de acordo com o art. 374 do
CPC, aplicados subsidiariamente ao processo do trabalho:

Art. 374. Não dependem de prova os fatos:

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I - notórios;

II - afirmados por uma parte e confessados pela parte contrária;

III - admitidos no processo como incontroversos;

IV - em cujo favor milita presunção leg al de existência ou de veracidade.

3.1. Ônus da prova

A doutrina delimita as 3 (três) teorias responsáveis por determinar a distribuição do ônus da


prova, sendo elas:

Te oria Dis tribui pre via me nte o ônus da prova pa ra ca da uma da s pa rte s.
Es tá tica do No proce s s o do tra ba lho a s ua pre vis ão e s tá e xplícita no a rt. 818 da
ônus da CLT:
prova
Art. 818. O ônus da prova incumbe:

I - ao reclamante, quanto ao fato constitutivo de seu direito;

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(Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017)

II - ao reclamado, quanto à existência de fato impeditivo, modificativo ou


extintivo do direito do reclamante. (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017).

(...)

Te oria Ga ra nte a o juiz, no ca s o concre to, a tribuir ônus da prova à q ue le


dinâ mica do q ue te m me lhore s condiçõe s de produzir a prova , de s de q ue o fa ça
ônus da por de cis ão funda me nta da . Está prevista no art. 818, §1°, da CLT:
prova
Art. 818. O ônus da prova incumbe::

(...)

§ 1º Nos casos previstos em lei ou diante de peculiaridades da causa


relacionadas à impossibilidade ou à excessiva dificuldade de cumprir o
encarg o nos termos deste artig o ou à maior facilidade de obtenção da prova
do fato contrário, poderá o juízo atribuir o ônus da prova de modo diverso,
desde que o faça por de cis ão funda me nta da , caso em que deverá dar à
parte a oportunidade de se desincumbir do ônus que lhe foi atribuído.
(Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017). (g rifo nosso)

(...)

Te oria De a cordo com e s s a te oria o ônus da prova é dis tribuído de for ma


conve nciona l dive rs a por vonta de da s pa rte s , pode ndo de fini-lo a nte s ou dura nte
do ônus da o proce s s o. Com a alteração do art. 818 da CLT promovida pela Lei n°.
prova 13.467/2017 a doutrina defende que não se aplica ao processo do trabalho,
em virtude da ausência de reprodução dos §§3º e 4º do art. 373 do CPC.

No âmbito do processo do trabalho, a reg ra é que seja aplicada a teoria estática do ônus da
prova, razão pela qual cabe ao empreg ado (reclamante) o ônus de provar os fatos constitutivos
do seu direito e do empreg ador (reclamado) provas os fatos impeditivos modificativos e
extintivos do direito daquele (art.818 da CLT).

No entanto, analisando o mag istrado que, no caso concreto, determinada parte possui
melhores condições de produzir a prova, pode redistribuir o ônus a esta, mediante decisão
fundamentada, desde que presentes alg uns dos requisitos: a ) nos casos previstos em lei; ou b)

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diante das peculiaridades da causa relacionadas a: b.1) impossibilidade ou excessiva dificuldade
de cumprir o encarg o; b.2) maior facilidade de obtenção da prova do fato contrário. Neste caso,
aplica-se a teoria dinâmica do ônus da prova (ou teoria da aptidão da prova).

É possível extrair da Súmula 338 do TST a opção, em determinados casos, pela distribuição do
ônus da prova:

S úmula n. 338 do TS T

JORNADA DE TRABALHO. REGIS TRO. ÔNUS DA PROVA (incorpora da s a s


Orie nta çõe s Juris pr ude ncia is nº s 234 e 30 6 da S BDI-1) - Re s. 129/20 0 5, DJ 20 , 22
e 25.0 4.20 0 5

I - É ônus do empreg ador que conta com mais de 10 (dez) empreg ados o reg istro da jornada
de trabalho na forma do art. 74, § 2º, da CLT. A não-apresentação injustificada dos controles
de freqüência g era presunção relativa de veracidade da jornada de trabalho, a qual pode ser
elidida por prova em contrário. (ex-Súmula nº 338 – alterada pela Res. 121/2003, DJ
21.11.2003).

II - A presunção de veracidade da jornada de trabalho, ainda que prevista em instrumento


normativo, pode ser elidida por prova em contrário. (ex-OJ nº 234 da SBDI-1 - inserida em
20.06.2001).

III - Os cartões de ponto que demonstram horários de entrada e saída uniformes são
inválidos como meio de prova, invertendo-se o ônus da prova, relativo às horas extras, que
passa a ser do empreg ador, prevalecendo a jornada da inicial se dele não se desincumbir. (ex-
OJ nº 306 da SBDI-1- DJ 11.08.2003).

De acordo com o §2° do art.818 da CLT o momento oportuno para redistribuir o ônus da
prova será a fase anterior à instrução do processo, podendo ser adiada a audiência, a
requerimento da parte, uma vez que o juiz distribui o ônus, via de reg ra, na própria audiência:

Art. 818. O ônus da prova incumbe:

(...)

§ 2º A de cis ão re fe rida no § 1o de s te a rtig o de ve rá s e r profe rida a nte s da


a be rtura da ins tr ução e , a re q ue rime nto da pa rte , implica rá o a dia me nto da

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a udiê ncia e pos s ibilita rá prova r os fa tos por q ua lq ue r me io e m dire ito a dmitido.
(Incluído pe la Le i nº 13.467, de 20 17).

§ 3º A decisão referida no § 1o deste artig o não pode g erar situação em que a


desincumbência do encarg o pela parte seja impossível ou excessivamente difícil. (g rifo nosso).

Por conseg uinte, o §3° refere-se à “prova diabólica”, aquela em que o cumprimento do
encarg o pela outra parte seja excessivamente difícil ou impossível, situação pela qual se veda a
sua imposição, g erando a nulidade da decisão.

No que tang e à teoria da distribuição convencional do ônus da prova a sua incidência no


processo do trabalho é de difícil constatação, o que se reforça com a previsão na IN n. 39/2016
do TST (art.2°), além de não poder recair sobre direitos indisponíveis ou quando tornar
excessivamente difícil a uma parte o exercício do direito.

A seg uir abordaremos os principais assuntos objetos de súmulas e orientações jurisprudenciais


no que se refere à distribuição do ônus da prova.

3.2. Vínculo de e mpre g o e té rmino do contra to de tra ba lho

Na hipótese de haver reclamação trabalhista pretendendo o reconhecimento do vínculo


empreg atício pelo empreg ado, e, posteriormente, neg ativa do reclamado, caberá àquele o ônus
da prova do vínculo, uma vez que diz respeito a fato constitutivo do seu direito.

Se, por outro âng ulo, o empreg ador aleg ar que os serviços prestados pelo empreg ado não se
equipara à relação de empreg o, mas a outra espécie de relação de trabalho (autônomo, p.ex.) o
ônus da prova cabe ao empreg ador por referir-se a fato impeditivo.

Havendo a aleg ação de neg ativa de despedimento pelo empreg ador ou, ainda, que a extinção
da relação de empreg o se deu por conta do empreg ado, seja por motivo de justa causa ou a
pedido deste último, cabe ao empreg ador comprovar a aleg ação, consoante Súmula 212 do
TST:

S úmula nº 212 do TS T

DESPEDIMENTO. ÔNUS DA PROVA (mantida) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003

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O ônus de provar o término do contrato de trabalho, quando neg ados a prestação de serviço
e o despedimento, é do empreg ador, pois o princípio da continuidade da relação de empreg o
constitui presunção favorável ao empreg ado.

Privileg ia-se, aqui, o princípio da continuidade da relação de empreg o.

De maneira a sistematizar a abordag em do assunto, vejamos a tabela a seg uir:

Ale g a ção pe lo re cla ma do (e mpre g a dor) Ônus da Es pé cie


prova de fa to

Ne g a a pre s ta ção de s e rviço Reclamante Fato


(empreg ado) constitutivo

Admite a pre s ta ção do s e rviço, no e nta nto não como Reclamado Fato
e mpre g a do (a utônomo, p.e x.) (empreg ador) impeditivo

Ne g a a pre s ta ção de s e rviços e ne g a o de s pe dime nto Reclamado Fato


(empreg ador) impeditivo

3.3. Eq uipa ra ção S a la ria l

A par da leitura da Súmula 6, VIII, do TST observa-se que é do empreg ado o ônus da prova no
que se refere à equiparação salarial. Seg ue a redação da súmula:

EQUIPARAÇÃO S ALARIAL. ART. 461 DA CLT (re da ção do ite m VI a lte ra da ) –


Re s. 198/20 15, re publica da e m ra zão de e rro ma te ria l – DEJT divulg a do e m 12, 15
e 16.0 6.20 15

I - Para os fins previstos no § 2º do art. 461 da CLT, só é válido o quadro de pessoal


org anizado em carreira quando homolog ado pelo Ministério do Trabalho, excluindo-se,
apenas, dessa exig ência o quadro de carreira das entidades de direito público da
administração direta, autárquica e fundacional aprovado por ato administrativo da autoridade
competente. (ex-Súmula nº 06 – alterada pela Res. 104/2000, DJ 20.12.2000)

II - Para efeito de equiparação de salários em caso de trabalho ig ual, conta-se o tempo de


serviço na função e não no empreg o. (ex-Súmula nº 135 - RA 102/1982, DJ 11.10.1982 e DJ

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15.10.1982)

III - A equiparação salarial só é possível se o empreg ado e o paradig ma exercerem a mesma


função, desempenhando as mesmas tarefas, não importando se os carg os têm, ou não, a
mesma denominação. (ex-OJ da SBDI-1 nº 328 - DJ 09.12.2003)

IV - É desnecessário que, ao tempo da reclamação sobre equiparação salarial, reclamante e


paradig ma estejam a serviço do estabelecimento, desde que o pedido se relacione com
situação pretérita. (ex-Súmula nº 22 - RA 57/1970, DO-GB 27.11.1970)

V - A cessão de empreg ados não exclui a equiparação salarial, embora exercida a função em
órg ão g overnamental estranho à cedente, se esta responde pelos salários do paradig ma e do
reclamante. (ex-Súmula nº 111 - RA 102/1980, DJ 25.09.1980)

VI - Presentes os pressupostos do art. 461 da CLT, é irrelevante a circunstância de que o


desnível salarial tenha orig em em decisão judicial que beneficiou o paradig ma, exceto: a) se
decorrente de vantag em pessoal ou de tese jurídica superada pela jurisprudência de Corte
Superior; b) na hipótese de equiparação salarial em cadeia, suscitada em defesa, se o
empreg ador produzir prova do aleg ado fato modificativo, impeditivo ou extintivo do direito
à equiparação salarial em relação ao paradig ma remoto, considerada irrelevante, para esse
efeito, a existência de diferença de tempo de serviço na função superior a dois anos entre o
reclamante e os empreg ados paradig mas componentes da cadeia equiparatória, à exceção
do paradig ma imediato.

VII - Desde que atendidos os requisitos do art. 461 da CLT, é possível a equiparação salarial
de trabalho intelectual, que pode ser avaliado por sua perfeição técnica, cuja aferição terá
critérios objetivos. (ex-OJ da SBDI-1 nº 298 - DJ 11.08.2003)

VIII - É do e mpre g a dor o ônus da prova do fa to impe ditivo, modifica tivo ou


e xtintivo da e q uipa ra ção s a la ria l. (e x-S úmula nº 68 - RA 9/1977, DJ 11.0 2.1977)

IX - Na ação de equiparação salarial, a prescrição é parcial e só alcança as diferenças salariais


vencidas no período de 5 (cinco) anos que precedeu o ajuizamento. (ex-Súmula nº 274 -
alterada pela Res. 121/2003, DJ 21.11.2003)

X - O conceito de "mesma localidade" de que trata o art. 461 da CLT refere-se, em princípio,
ao mesmo município, ou a municípios distintos que, comprovadamente, pertençam à mesma
reg ião metropolitana. (ex-OJ da SBDI-1 nº 252 - inserida em 13.03.2002). (g rifo nosso).

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Sobre o que venha a ser os fatos impeditivos, extintivos e modificativo do direito autoral, a
doutrina esquematiza a matéria da seg uinte maneira:

Fa to Fa tos impe ditivos Fa tos Fa tos


cons titutivo e xtintivos modifica tivos

Ide ntida de - ausência de trabalho de ig ual valor; - pag amento Pag amento
de função das diferenças parcial das
- diferença de tempo de serviço na função salarias diferenças
superior: 2 a nos ; pleiteadas na salariais;
inicial;
- diferença de tempo de serviço para
empreg ador superior a 4 a nos ; - reclamante
recebe salário
- estabelecimento empresariais distintos;
maior que o
paradig ma;
- quadro org anizado em carreira ou adotar
plano de carg os e salários seg undo norma
- prescrição;
interna ou neg ociação coletiva;

- empreg ado readaptado em nova função;

- diferença salarial decorrente de decisão


judicial em vantag em pessoal, tese
superada pela jurisprudência do TST ou
equiparação salarial em cadeia.

3.4. Notifica ção

De acordo com a Súmula 16 do TST o ônus da prova sobre o recebimento da postag em,
depois de passado 48 horas da postag em, é do destinatário. Com isso, ressalta-se que é do
destinatário o ônus de provar o não recebimento ou entreg a após o decurso de prazo de 48
horas.

S úmula nº 16 do TS T

NOTIFICAÇÃO (nova redação) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003

Presume-se recebida a notificação 48 (quarenta e oito) horas depois de sua postag em. O seu

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não recebimento ou a entreg a após o decurso desse prazo constitui ônus de prova do
destinatário.

Depois de esg otado o prazo de 48 horas inicia-se a contag em do prazo de 5 (cinco) dias
determinado pelo art. 841 da CLT entre a data do recebimento da notificação e a audiência
inaug ural.

3.5. Hora s e xtra ordiná ria s

O ônus da prova quanto ao cumprimento de horas extraordinárias, por via de reg ra, é do
empreg ado, por tratar-se de fato constitutivo do seu direito.

Contudo, os cartões uniformes (ou invariáveis) de jornada de trabalho são inválidos para fins
de prova, devendo, assim, haver a inversão do ônus da prova para o empreg ador, ou seja,
aplica-se a teoria dinâmica do ônus da prova, consoante a súmula 338 do TST:

JORNADA DE TRABALHO. REGISTRO. ÔNUS DA PROVA (incorporadas as Orientações


Jurisprudenciais nºs 234 e 306 da SBDI-1) - Res. 129/2005, DJ 20, 22 e 25.04.2005

I - É ônus do empreg ador que conta com mais de 10 (dez) empreg ados o reg istro da jornada
de trabalho na forma do art. 74, § 2º, da CLT. A não-apresentação injustificada dos controles
de freqüência g era presunção relativa de veracidade da jornada de trabalho, a qual pode ser
elidida por prova em contrário. (ex-Súmula nº 338 – alterada pela Res. 121/2003, DJ
21.11.2003)

II - A presunção de veracidade da jornada de trabalho, ainda que prevista em instrumento


normativo, pode ser elidida por prova em contrário. (ex-OJ nº 234 da SBDI-1 - inserida em
20.06.2001)

III - Os ca rtõe s de ponto q ue de mons tra m horá rios de e ntra da e s a ída unifor me s
s ão invá lidos como me io de prova , inve rte ndo-s e o ônus da prova , re la tivo à s
hora s e xtra s, q ue pa s s a a s e r do e mpre g a dor, pre va le ce ndo a jorna da da inicia l
s e de le não s e de s incumbir. (e x-OJ nº 30 6 da S BDI-1- DJ 11.0 8.20 0 3) (g rifo
nos s o).

O mesmo ocorre em relação à empresa com mais de 10 (dez) empreg ados, visto que é de sua

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obrig ação, seg undo o art. 74,§2°, da CLT, de manter a anotação de entrada e saída de seus
empreg ados, através de reg isto manual, mecânico ou eletrônico. A exceção a esta hipótese fica
a carg o da reg ra prevista na LC n. 150/2015 (que reg ula o empreg ado doméstico) que
determina, independentemente do número de empreg ados, a obrig atoriedade de reg istro de
jornada de trabalho.

Para tornar clara a compressão do assunto, sistematizamos as hipóteses e distribuição do ônus


da prova da seg uinte maneira:

Re cla ma nte Re cla ma do Núme ro de Obrig a ção Juntou? Ônus da


(e mpre g a do) (e mpre s a ) e mpre g a dos de junta r os prova
ca rtõe s de
ponto

Hora s Neg a Até 10 Não Não Empre g a do


Extra s

Hora s Neg a + de 10 Sim Não Empreg ador


Extra s empreg ados

Hora s Neg a + de 10 Sim Sim Empre g a do


Extra s empreg ados

Hora s Neg a + de 10 Sim Sim, mas são Empreg ador


Extra s empreg ados cartões de
pontos
uniformes
(‘horário
britânico”)

3.6. Dis pe ns a dis crimina tória de porta dor de doe nça g ra ve

O teor da súmula n. 443 reverbera o entendimento estampado pelo TST que entende ser
discriminatória (presunção relativa) a despedida de empreg ado portador de doença g rave.

S úmula nº 443 do TS T

DISPENSA DISCRIMINATÓRIA. PRESUNÇÃO. EMPREGADO PORTADOR DE


DOENÇA GRAVE. ESTIGMA OU PRECONCEITO. DIREITO À REINTEGRAÇÃO - Res.

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185/2012, DEJT divulg ado em 25, 26 e 27.09.2012

Presume-se discriminatória a despedida de empreg ado portador do vírus HIV ou de outra


doença g rave que suscite estig ma ou preconceito. Inválido o ato, o empreg ado tem direito à
reinteg ração no empreg o.

Desse modo, aplicando-se a teoria dinâmica do ônus da prova, cabe ao empreg ador a
demonstração de inexistência de discriminação do ato de demissão do respectivo empreg ado
portador da doença.

3.7. Va le -tra ns porte

No ato da contratação o empreg ado informa ao empreg ador se há necessidade de utilizar-se


do transporte coletivo para se deslocar de sua residência para o trabalho, fato que lhe dá
direito ao vale-transporte, seg undo o art. 1° da Lei n. 7.418/85.

A partir disso, verifica-se que o empreg ador detém as informações sobre o preenchimento dos
requisitos que autorizam a concessão do benefício, seja no ato da contratação, seja durante a
relação de trabalho. Tais informações lhe permitem avaliar se o empreg ado deve receber ou
não o benefício.

Desse modo, considerando que o empreg ador possui todas as informações documentadas,
entende a jurisprudência que é seu o ônus da prova para demonstrar que o empreg ado possuía
interesse no recebimento do vale-transporte ou que não possuía todos os requisitos para
obtenção do benefício. É, inclusive, o que orienta a Súmula 460 do TST:

S úmula nº 460 do TS T

VALE-TRANSPORTE. ÔNUS DA PROVA - Res. 209/2016, DEJT divulg ado em 01, 02 e


03.06.2016

É do empreg ador o ônus de comprovar que o empreg ado não satisfaz os requisitos
indispensáveis para a concessão do vale-transporte ou não pretenda fazer uso do benefício.

3.8. Outros ca s os pre vis tos na juris prudê ncia

Além dos casos aqui estudados, a jurisprudência nos apresenta mais hipóteses de inversão de
ônus da prova consubstanciada em seus entendimentos sumulares.

Por dicção da Súmula n. 461 do TST, a referida corte entende que mesmo que haja aleg ação

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g enérica de falta ou diferença de recolhimento do FGTS, é do empreg ador a responsabilidade
de provar a reg ularidade dos depósitos:

S úmula nº 461 do TS T

FGTS. DIFERENÇAS. RECOLHIMENTO. ÔNUS DA PROVA - Res. 209/2016, DEJT


divulg ado em 01, 02 e 03.06.2016

É do empreg ador o ônus da prova em relação à reg ularidade dos depósitos do FGTS, pois o
pag amento é fato extintivo do direito do autor (art. 373, II, do CPC de 2015).

O raciocínio do entendimento sumular perpassa pela obrig atoriedade imposta pela lei ao
empreg ador para o recolhimento dos depósitos relativos ao FGTS de seus empreg ados.

3.9. Me ios de Prova

Dois meios de prova foram tipificados de maneira inovadora no CPC: a prova emprestada e a
ata notarial.

A prova emprestada encontra-se reg ulamentada no art. 372 do CPC e diz respeito à
possibilidade da utilização de prova realizada em outro processo (processo orig inário), desde
que a parte contra a qual se faz a prova tenha participado do contraditório no processo de
orig em. Vejamos a redação do referido artig o:

Art. 372. O juiz poderá admitir a utilização de prova produzida em outro processo, atribuindo-
lhe o valor que considerar adequado, observado o contraditório.

Desta feita, são requisitos para obtenção da prova emprestada:

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No entanto, na hipótese de nenhuma das partes terem participado do contraditório no
processo orig inário, pode o mag istrado conferir-lhes o contraditório no processo no qual
pretende ser utilizada.

Vale destacar que a prova emprestada poderá ser solicitada por uma das partes, por ambas ou
pelo juiz “ex officio”, seg undo o art. 765 da CLT:

Art. 765 - Os Juízos e Tribunais do Trabalho terão ampla liberdade na direção do processo e
velarão pelo andamento rápido das causas, podendo determinar qualquer dilig ência
necessária ao esclarecimento delas.

No que se refere à ata notarial o art. 384 do CPC assevera que ela tem por objetivo documentar
ou atestar a existência, ou modo de existir, de alg um fato mediante ata lavrada pelo tabelião:

Art. 384. A existência e o modo de existir de alg um fato podem ser atestados ou
documentados, a requerimento do interessado, mediante ata lavrada por tabelião.

Parág rafo único. Dados representados por imag em ou som g ravados em arquivos
eletrônicos poderão constar da ata notarial.

Adiante veremos os meios de provas típicos previstos no CPC aplicados subsidiariamente ao


processo do trabalho:

3.10 . Inte rrog a tório e de poime nto pe s s oa l

O CPC estabelece a diferenciação entre os institutos: depoimento pessoal e interrog atório.

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De poime nto Pe s s oa l (a rt. 385 do CPC) Inte rrog a tório (a rt. 139, VIII, do CPC)

Consiste em meio de prova utilizado para É ordenado de ofício e tem por objetivo
obtenção do interrog atório das partes do possibilitar que a parte compareça a juízo
processo, podendo ser requerido por uma para fins de esclarecer fatos que lhe sejam
das partes ou pelo próprio juiz ex offcio. perg untados pelo mag istrado, não
produzindo pena de confissão.
Exe mplo: caso a parte seja intimada para
prestar depoimento pessoal e advertida da
pena de confesso, não compareça ou,
comparecendo, se recusa a depor, aplicar-lhe-
á a pena de confissão.

Colhido na audiência de instrução e Pode ser colhido a qualquer tempo.


julg amento.

Esclarecimentos de fato e, também, a Visa ao esclarecimento dos fatos da causa


confissão.

O não comparecimento ou recusa importa na O não comparecimento ou recusa não


confissão ficta. provoca confissão ficta.

A CLT, no art. 848, não determinou a diferença entre os presentes institutos, como se observa:

Art. 848 - Terminada a defesa, seg uir-se-á a instrução do processo, podendo o presidente, ex
officio ou a requerimento de qualquer juiz temporário, interrog ar os litig antes.
(Redação dada pela Lei nº 9.022, de 5.4.1995)

§ 1º - Findo o interrog atório, poderá qualquer dos litig antes retirar-se, prosseg uindo a
instrução com o seu representante.

§ 2º - Serão, a seg uir, ouvidas as testemunhas, os peritos e os técnicos, se houver.

Embora parte da doutrina considere que não seja possível a utilização do depoimento pessoal
na seara trabalhista, ante a ausência de reg ulação do instituto na CLT, há forte movimento
doutrinário e jurisprudencial pela sua utilização no processo do trabalho, mediante aplicação
subsidiária do CPC. Tal fato é reforçado a partir da redação da Sumula 74 do TST que previu a

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aplicação da pena de confissão àquele que, conquanto intimado para prestar depoimento, não
comparece ou se recusa a prestá-lo.

S úmula nº 74 do TS T

CONFISSÃO. (atualizada em decorrência do CPC de 2015) – Res. 208/2016, DEJT


divulg ado em 22, 25 e 26.04.2016

I - Aplica-se a confissão à parte que, expressamente intimada com aquela cominação, não
comparecer à audiência em prosseg uimento, na qual deveria depor. (ex-Súmula nº 74 - RA
69/1978, DJ 26.09.1978)

II - A prova pré-constituída nos autos pode ser levada em conta para confronto com a
confissão ficta (arts. 442 e 443, do CPC de 2015 - art. 400, I, do CPC de 1973), não implicando
cerceamento de defesa o indeferimento de provas posteriores. (ex-OJ nº 184 da SBDI-1 -
inserida em 08.11.2000)

III- A vedação à produção de prova posterior pela parte confessa somente a ela se aplica, não
afetando o exercício, pelo mag istrado, do poder/dever de conduzir o processo.

Assim, depreende-se do entendimento sumular que ausência/recursa da parte, no depoimento


pessoal, importará na confissão ficta, ou seja, na presunção de veracidade dos fatos aleg ados
pela parte contrária.

De acordo com a Súmula n.9 do TST a pena de confissão poderá ser aplicada tanto ao
empreg ado quanto ao empreg ador:

S úmula nº 9 do TS T

AUSÊNCIA DO RECLAMANTE (mantida) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003

A ausência do reclamante, quando adiada a instrução após contestada a ação em audiência,


não importa arquivamento do processo.

3.11. Confis s ão

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O art. 389 do CPC estabelece de maneira clara que ocorrerá a confissão quando a parte admite
um fato que seja contrário a seu interesse e favorável ao adversário:

Art. 389. Há confissão, judicial ou extrajudicial, quando a parte admite a verdade de fato
contrário ao seu interesse e favorável ao do adversário.

A doutrina delimita duas espécies de confissão: a confissão real e a confissão ficta.

Confis s ão re a l Confis s ão ficta

Ocorre quando o juiz


conseg ue extrair a verdade
dos fatos a partir do próprio Decorre da ausência injustificada da parte que deveria
depoimento das partes. prestar depoimento pessoal ou, comparecendo, se a recusa a
prestá-lo ou a responder as perg untas formuladas pelo
mag istrado (art. 385 do CPC).

Ainda, classifica-se a confissão em:

Confis s ão e xtra judicia l Confis s ão judicia l

Re a liza da fora do Realizada em juízo, podendo ser:


proce s s o.
Espontânea à quando há reconhecimento de fato sem nenhuma
interferência; e

Provocada à quando decorre do depoimento pessoal.

Ademais, a confissão é um ato pessoal. Log o, apenas prejudicará quem a realizou, não
alcançando litisconsortes, seg undo o art. 391 do CPC.

Por outro lado, a confissão é um ato indivisível, não podendo o litig ante que invocá-la apenas
aproveitar a parte que o beneficia, rejeitando a parte que o prejudica. Além disso, considera-se

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que a confissão é um ato irrevog ável, exceto se orig inar de erro de fato ou coação.

3.12. Prova Te s te munha l

A prova testemunhal consiste no meio de prova em que terceiro é convocado para depor sobre
fatos constantes no litíg io, atestando ou não a veracidade deles, ou, ainda, esclarecendo sobre
fatos questionados pelo mag istrado.

O art. 463 do CPC determina que o depoimento prestado em juízo é considerado com serviço
público:

Art. 463. O depoimento prestado em juízo é considerado serviço público.

Parág rafo único. A testemunha, quando sujeita ao reg ime da leg islação trabalhista, não sofre,
por comparecer à audiência, perda de salário nem desconto no tempo de serviço.

A esse respeito, esclarece o art. 822 da CLT que não sofrerão descontos àqueles que
comparecem para depor:

Art. 822 - As testemunhas não poderão sofrer qualquer desconto pelas faltas ao serviço,
ocasionadas pelo seu comparecimento para depor, quando devidamente arroladas ou
convocadas.

No entanto o dever de prestar depoimento ele não é absoluto, estabelece a lei os fatos sobre os
quais a testemunha não é obrig ada a depor:

A te s te munha r não é obrig a da a de por s obre os fa tos a s e g uir (a rt. 448 do CPC):

Aq ue le s q ue a ca rre te m g ra vo da no à Cujo respeito, por estado ou profissão, deva


s ua pe s s oa , a o s e u cônjug e ou g uardar sig ilo (art. 448, II, do CPC).
compa nhe iro e a os s e us pa re nte s
cons a ng uíne os ou a fins, e m linha re ta
ou cola te ra l, a té o terceiro g rau (art. 448, I,
do CPC).

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Por conseg uinte, o art. 447 do CPC estabelece que todas as pessoas podem testemunhar, com
exceção dos incapazes, impedidos e suspeitos:

Art. 447. Podem depor como testemunhas todas as pessoas, exceto as incapazes, impedidas
ou suspeitas.

§ 1º São incapazes:

I - o interdito por enfermidade ou deficiência mental;

II - o que, acometido por enfermidade ou retardamento mental, ao tempo em que ocorreram


os fatos, não podia discerni-los, ou, ao tempo em que deve depor, não está habilitado a
transmitir as percepções;

III - o que tiver menos de 16 (dezesseis) anos;

IV - o ceg o e o surdo, quando a ciência do fato depender dos sentidos que lhes faltam.

§ 2º São impedidos:

I - o cônjug e, o companheiro, o ascendente e o descendente em qualquer g rau e o colateral,


até o terceiro g rau, de alg uma das partes, por consang uinidade ou afinidade, salvo se o
exig ir o interesse público ou, tratando-se de causa relativa ao estado da pessoa, não se puder
obter de outro modo a prova que o juiz repute necessária ao julg amento do mérito;

II - o que é parte na causa;

III - o que intervém em nome de uma parte, como o tutor, o representante leg al da pessoa
jurídica, o juiz, o advog ado e outros que assistam ou tenham assistido as partes.

§ 3o São suspeitos:

I - o inimig o da parte ou o seu amig o íntimo;

II - o que tiver interesse no litíg io.

§ 4o Sendo necessário, pode o juiz admitir o depoimento das testemunhas menores,


impedidas ou suspeitas.

§ 5º Os depoimentos referidos no § 4o serão prestados independentemente de


compromisso, e o juiz lhes atribuirá o valor que possam merecer.

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Desse modo, todos aqueles que estiverem no pleno exercício dos seus direitos e não se
enquadrem nas hipóteses de impedimento ou suspeição podem prestar depoimento na
condição de testemunhas.

O art. 829 da CLT previu as três hipóteses em que não será necessário prestar o compromisso:

Art. 829 - A testemunha que for parente até o terceiro g rau civil, amig o íntimo ou inimig o de
qualquer das partes, não prestará compromisso, e seu depoimento valerá como simples
informação.

Contudo, observa-se que, não obstante os incapazes, impedidos e suspeitos não possam
prestar depoimento na condição de testemunha, pode o mag istrado ouvi-los como simples
informantes. O instituto pelo qual a parte suscita alg umas das três hipóteses (incapacidade,
impedimento e suspeição) é a contradita, que deverá ser realizada após a qualificação da
testemunha e antes do seu compromisso, por orientação do art. 457 do CPC.

Sobre a matéria, vale destacar, ainda, o teor da Súmula 375 do TST que leciona:

S úmula nº 357 do TS T

TESTEMUNHA. AÇÃO CONTRA A MESMA RECLAMADA. SUSPEIÇÃO (mantida) -


Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003

Não torna suspeita a testemunha o simples fato de estar litig ando ou de ter litig ado contra o
mesmo empreg ador.

No processo do trabalho, seg undo o art. 825 e 852-H, §2°, da CLT, as testemunhas deverão
comparecer independentemente de intimação. Não comparecendo à audiência desig nada, elas
ficarão sujeitas à condução coercitiva, a teor do art.825, parág rafo único e 852- H, §3°, da CLT:

Art. 825 - As testemunhas comparecerão a audiência independentemente de notificação ou


intimação.

Parág rafo único - As que não comparecerem serão intimadas, ex officio ou a requerimento da

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parte, ficando sujeitas a condução coercitiva, além das penalidades do art. 730, caso, sem
motivo justificado, não atendam à intimação.

3.13. Núme ro má ximo de te s te munha s

O processo do trabalho define de maneira categ órica o número de testemunhas para cada
espécie de procedimento. Vejamos:

Proce dime nto Núme ro de te s te munha s

Ordiná rio (a rt. 821 da CLT) 3 (três) testemunhas

S uma rís s imo (a rt. 852-H, § 2° da CLT) 2 (duas) testemunhas

Inq ué rito a pura ção de fa lta g ra ve 6 (seis) testemunhas


(a rt.821 da CLT)

Obs ¹.: litis cons orte a tivo (vá rios re cla ma nte s ) à mesmo número de testemunhas;

Obs ² .: Litis cons orte pa s s ivo (vá rios re cla ma dos ) à o n°. máximo de testemunhas para
cada litisconsorte (reclamado).

O número de testemunhas acima definido apenas vincula as partes, não alcançando as


testemunhas cujo depoimento tenha sido determinado pelo juiz, consoante art. 461, I, do CPC.

3.14. Proce dime nto

Antes de iniciar o depoimento a testemunha prestará compromisso perante o juiz de dizer a


verdade do que souber e lhe for perg untado, advertida, na ocasião, que incorrerá no crime de
falso testemunho, caso faça afirmação falsa. É, a saber, o que indica o art. 458 do CPC:

Art. 458. Ao início da inquirição, a testemunha prestará o compromisso de dizer a verdade


do que souber e lhe for perg untado.

Parág rafo único. O juiz advertirá à testemunha que incorre em sanção penal quem faz
afirmação falsa, cala ou oculta a verdade.

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Na seara trabalhista, de maneira diversa da inovação prevista no art. 459 do CPC, as
testemunhas são inquiridas pelo mag istrado, e não diretamente pelas partes, por disposição do
art.11 da In. 39/2016 do TST, que ressalta a reg ra específica do art. 820 da CLT:

Art. 820 - As partes e testemunhas serão inquiridas pelo juiz ou presidente, podendo ser
reinquiridas, por seu intermédio, a requerimento dos vog ais, das partes, seus representantes
ou advog ados.

Por conseg uinte, sistematizaremos as especificidades de cada rito no tocante ao reg istro do
depoimento das testemunhas:

Ordiná rio Os depoimentos serão resumidos pelo juiz e reduzidos a termo.

S uma rís s imo Constarão na ata da audiência apenas os atos essenciais e as informações
necessárias ao deslinde da causa trazidas pela prova testemunhal.

S umá rio Poderá dispensar o resumo dos depoimentos e fazer constar apenas a
conclusão do juiz quanto à matéria de fato.

Ademais, de acordo com o art. 823 da CLT, caso a testemunha seja funcionário público ou
militar e tiver de depor em horário de serviço, será requisitado ao chefe da repartição a sua
liberação para comparecer à audiência desig nada.

3.15. Prova docume nta l

Trata-se a prova documental de meio de prova que eng loba além dos reg istros escritos, as
g ravações mag néticas, fotog rafias, desenhos, g ravações sonoras, etc.

São apresentados, em reg ra, os documentos orig inais ou autenticados. Contudo, o comando
do art. 830 da CLT permite que o advog ado junte apenas a cópia simples do documento,
declarando a sua autenticidade, sob sua responsabilidade pessoal.

Art. 830. O documento em cópia oferecido para prova poderá ser declarado autêntico pelo
próprio advog ado, sob sua responsabilidade pessoal. (Redação dada pela Lei nº 11.925, de
2009).

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Parág rafo único. Impug nada a autenticidade da cópia, a parte que a produziu será intimada
para apresentar cópias devidamente autenticadas ou o orig inal, cabendo ao serventuário
competente proceder à conferência e certificar a conformidade entre esses documentos.
(Incluído pela Lei nº 11.925, de 2009).

Vale ressaltar que tal obrig ação (juntar documentos orig inais) não alcança as pessoas jurídicas
de direito público, seg undo OJ n. 134 da SDI-I do TST:

134. AUTENTICAÇÃO. PESSOA JURÍDICA DE DIREITO PÚBLICO. DISPENSADA.


MEDIDA PROVISÓRIA Nº 1.360, DE 12.03.1996 (inserida em 27.11.1998)

São válidos os documentos apresentados, por pessoa jurídica de direito público, em fotocópia
não autenticada, posteriormente à edição da Medida Provisória nº 1.360/96 e suas reedições.

Se o documento apresentado sem autenticação for de conhecimento de ambas as partes,


hipótese esta que poderá ocorrer com a juntada de cópias de instrumentos normativos (acordo
coletivo, convecção coletiva e sentença normativa), ainda que não estejam autenticadas, elas
terão valor probatório, desde que não haja impug nação ao seu conteúdo. É o sentido da OJ n.
36 da SDI-I do TST:

36. INSTRUMENTO NORMATIVO. CÓPIA NÃO AUTENTICADA. DOCUMENTO


COMUM ÀS PARTES. VALIDADE (título alterado e inserido dispositivo) - DJ 20.04.2005

O instrumento normativo em cópia não autenticada possui valor probante, desde que não
haja impug nação ao seu conteúdo, eis que se trata de documento comum às partes

Ponto sensível na doutrina diz respeito ao momento oportuno para apresentação da prova
documental. Contundo, adotamos a corrente que se filia ao raciocínio estabelecido pela
conjug ação dos arts. 434 do CPC e 787 da CLT:

Art. 434 (CPC). Incumbe à parte instruir a petição inicial ou a contestação com os documentos
destinados a provar suas aleg ações.

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Art. 787 (CLT) - A reclamação escrita deverá ser formulada em 2 (duas) vias e desde log o
acompanhada dos documentos em que se fundar.

Consig na-se, portanto, que o momento adequado para apresentação da prova documental
para o reclamante é o da peça inicial, enquanto para o reclamado é o da audiência, quando
apresentará, também a defesa.

Pa rte Mome nto pa ra a pre s e nta ção da prova


docume nta l

Re cla ma nte Peça inicial

Re cla ma do Em audiência, quando da apresentação da


defesa.

No que concerne à juntada de documentos na fase recursal, a Súmula 8 do TST orienta que
apenas será possível quando provado o justo impedimento para sua apresentação ou se referir
a fato posterior à sentença:

S úmula nº 8 do TS T

JUNTADA DE DOCUMENTO (mantida) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003

A juntada de documentos na fase recursal só se justifica quando provado o justo impedimento


para sua oportuna apresentação ou se referir a fato posterior à sentença.

As provas no procedimento sumaríssimo serão todas realizadas em audiência, sobretudo a


prova documental, devendo a parte manifestar-se imediatamente quando a outra juntar o
documento, sem a interrupção da audiência, por orientação do art. 852-H, da CLT.

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3.16. Pe rícia

A prova pericial consiste em espécie de prova no qual se exig e conhecimento técnico ou


científico.

Os peritos são profissionais leg almente habilitados, devidamente inscritos em cadastro


mantido pelo tribunal ao qual o juiz está vinculado. A sua atuação ocorre de maneira a auxiliar o
mag istrado na solução da causa:

Art. 156. O juiz será assistido por perito quando a prova do fato depender de conhecimento
técnico ou científico.

O art. 471 do CPC determina que as partes podem, de comum acordo, escolher o perito,
indicando-o através de requerimento, desde que seja plenamente capaz e a causa permita
autocomposição:

Art. 471. As partes podem, de comum acordo, escolher o perito, indicando-o mediante
requerimento, desde que:

I - sejam plenamente capazes;

II - a causa possa ser resolvida por autocomposição.

§ 1o As partes, ao escolher o perito, já devem indicar os respectivos assistentes técnicos para


acompanhar a realização da perícia, que se realizará em data e local previamente anunciados.

§ 2o O perito e os assistentes técnicos devem entreg ar, respectivamente, laudo e pareceres


em prazo fixado pelo juiz.

§ 3o A perícia consensual substitui, para todos os efeitos, a que seria realizada por perito
nomeado pelo juiz.

No entanto, o mag istrado poderá indeferir a prova pericial nas seg uintes hipóteses, consoante
art. 464, §1°, do CPC:

Art. 464. A prova pericial consiste em exame, vistoria ou avaliação.

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§ 1o O juiz inde fe rirá a pe rícia q ua ndo:

I - a prova do fa to não de pe nde r de conhe cime nto e s pe cia l de té cnico;

II - for de s ne ce s s á ria e m vis ta de outra s prova s produzida s ;

III - a ve rifica ção for impra ticá ve l.

(...) (g rifo nosso).

No processo do trabalho, o assunto encontra-se reg ulado no art. 3° da Lei n. 5.584/70 que
revog ou o art. 826 da CLT:

Art 3º Os exames periciais serão realizados por perito único desig nado pelo Juiz, que fixará o
prazo para entreg a do laudo.

Parág rafo único. Permitir-se-á a cada parte a indicação de um assistente, cuja laudo terá que
ser apresentado no mesmo prazo assinado para o perito, sob pena de ser desentranhado dos
autos.

No rito sumaríssimo apenas se fará a prova pericial se o fato a exig ir ou se for leg almente
imposta, de modo que o juiz fixará, desde log o, o prazo, o objeto da perícia e a nomeação do
perito, consoante o art. 852-H, §4°, da CLT:

Art. 852-H. Todas as provas serão produzidas na audiência de instrução e julg amento, ainda
que não requeridas previamente. (Incluído pela Lei nº 9.957, de 2000)

(...)

§ 4º S ome nte q ua ndo a prova do fa to o e xig ir, ou for le g a lme nte impos ta , s e rá
de fe rida prova té cnica , incumbindo a o juiz, de s de log o, fixa r o pra zo, o obje to da
pe rícia e nome a r pe rito. (Incluído pe la Le i nº 9.957, de 20 0 0 ) (g rifo nosso).

Por vista disso, verifica-se que na seara trabalhista a prova pericial será requerida por uma das

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partes ou de ofício pelo juiz.

Na hipótese de pedido de adicional de periculosidade e insalubridade impõe-se a realização de


perícia (obrig atória), ainda que o reclamado (réu) seja revel ou confesso quanto à matéria de
fato, nos termos do art. 195, §2°, da CLT:

Art . 195 - A caracterização e a classificação da insalubridade e da periculosidade, seg undo as


normas do Ministério do Trabalho, far-se-ão através de perícia a carg o de Médico do
Trabalho ou Eng enheiro do Trabalho, reg istrados no Ministério do Trabalho.

§ 1º - É facultado às empresas e aos sindicatos das categ orias profissionais interessadas


requererem ao Ministério do Trabalho a realização de perícia em estabelecimento ou setor
deste, com o objetivo de caracterizar e classificar ou delimitar as atividades insalubres ou
perig osas.

§ 2º - Arg üida e m juízo ins a lubrida de ou pe riculos ida de , s e ja por e mpre g a do, s e ja
por S indica to e m fa vor de g r upo de a s s ocia do, o juiz de s ig na rá pe rito ha bilita do
na for ma de s te a rtig o, e , onde não houve r, re q uis ita rá pe rícia a o órg ão
compe te nte do Minis té rio do Tra ba lho.

§ 3º - O disposto nos parág rafos anteriores não prejudica a ação fiscalizadora do Ministério
do Trabalho, nem a realização ex officio da perícia. (g rifo nosso).

A seg uir veremos os principais entendimentos exarados pelo TST sobre o assunto:

OJ n. 165 da S DI-I do TS T.

PERÍCIA. ENGENHEIRO OU MÉDICO. ADICIONAL DE INSALUBRIDADE E


PERICULOSIDADE. VÁLIDO. ART. 195 DA CLT (inserida em 26.03.1999)

O art. 195 da CLT não faz qualquer distinção entre o médico e o eng enheiro para efeito de
caracterização e classificação da insalubridade e periculosidade, bastando para a elaboração
do laudo seja o profissional devidamente qualificado.

OJ n. 278 da S DI-I do TS T.

278. ADICIONAL DE INSALUBRIDADE. PERÍCIA. LOCAL DE TRABALHO


DESATIVADO (DJ 11.08.2003)

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A realização de perícia é obrig atória para a verificação de insalubridade. Quando não for
possível sua realização, como em caso de fechamento da empresa, poderá o julg ador utilizar-
se de outros meios de prova.

S úmula nº 453 do TS T

ADICIONAL DE PERICULOSIDADE. PAGAMENTO ESPONTÂNEO.


CARACTERIZAÇÃO DE FATO INCONTROVERSO. DESNECESSÁRIA A PERÍCIA DE
QUE TRATA O ART. 195 DA CLT. (conversão da Orientação Jurisprudencial nº 406 da
SBDI-1) – Res. 194/2014, DEJT divulg ado em 21, 22 e 23.05.2014.

O pag amento de adicional de periculosidade efetuado por mera liberalidade da empresa,


ainda que de forma proporcional ao tempo de exposição ao risco ou em percentual inferior
ao máximo leg almente previsto, dispensa a realização da prova técnica exig ida pelo art. 195
da CLT, pois torna incontroversa a existência do trabalho em condições perig osas.

S úmula nº 293 do TS T

ADICIONAL DE INSALUBRIDADE. CAUSA DE PEDIR. AGENTE NOCIVO DIVERSO


DO APONTADO NA INICIAL (mantida) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003

A verificação mediante perícia de prestação de serviços em condições nocivas, considerado


ag ente insalubre diverso do apontado na inicial, não prejudica o pedido de adicional de
insalubridade.

Após apresentada a perícia as partes serão intimadas para se manifestarem, no rito ordinário,
no prazo comum de 15 (quinze) dias. No rito sumaríssimo, o prazo comum será de 5 (cinco)
dias.

Pra zo pa ra ma nife s ta ção do la udo pe ricia l (pra zo comum)

Rito ordiná rio Rito s uma rís s imo

15 (q uinze ) dia s 5 (cinco) dia s

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No que se refere aos honorários periciais a matéria se encontra reg ulamentada no art. 790-B
da CLT:

Art. 790-B.A responsabilidade pelo pag amento dos honorários periciais é da parte
sucumbente na pretensão objeto da perícia, ainda que beneficiária da justiça g ratuita.
(Redação dada pela Lei nº 13.467, de 2017)

§ 1º Ao fixar o valor dos honorários periciais, o juízo deverá respeitar o limite máximo
estabelecido pelo Conselho Superior da Justiça do Trabalho. (Incluído pela Lei nº 13.467, de
2017)

§ 2º O juízo poderá deferir parcelamento dos honorários periciais. (Incluído pela Lei nº
13.467, de 2017)

§ 3ºO juízo não poderá exig ir adiantamento de valores para realização de perícias. (Incluído
pela Lei nº 13.467, de 2017)

§ 4º Somente no caso em que o beneficiário da justiça g ratuita não tenha obtido em juízo
créditos capazes de suportar a despesa referida no caput, ainda que em outro processo, a
União responderá pelo encarg o. (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017)

Neste contexto, de acordo com a modificação promovida pela Lei n. 13.467/2017 (Reforma
Trabalhista) a reponsabilidade pelo pag amento dos honorários periciais será da parte
sucumbente quanto ao objeto da perícia, ainda que o litig ante seja beneficiário da justiça
g ratuita. Ademais, o beneficiário da justiça g ratuita será condenado ao pag amento dos
honorários quanto tiver obtido em juízo, ainda que em outro processo, créditos capazes de
suportar a despesa.

As despesas com os assistentes das partes serão de sua responsabilidade, uma vez que se trata
de uma faculdade, conforme disposição sumular de n. 341 do TST:

S úmula nº 341 do TS T

HONORÁRIOS DO ASSISTENTE TÉCNICO (mantida) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e


21.11.2003

A indicação do perito assistente é faculdade da parte, a qual deve responder pelos


respectivos honorários, ainda que vencedora no objeto da perícia.

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De maneira a sistematizar a compreensão sobre o assunto, vejamos a tabela a seg uir:

Tipo de honorá rio Que m de ve a rca r com a de s pe s a

Honorá rios pe ricia is Parte sucumbente no objeto da perícia

Honorá rios do a s s is te nte do pe rito Litig ante que contratou o assistente

4. AUDIÊNCIAS

É nas audiências em que as partes e demais integ rantes dos processos são ouvidos. Vig ora na
seara trabalhista o princípio da oralidade, vez que é nela que se realiza a maioria dos atos
processuais, tais como as conciliações, apresentação de defesa, colheita de depoimentos
pessoais, oitiva das testemunhas, etc.

O art. 813 da CLT assim dispõe:

Art. 813 - As audiências dos órg ãos da Justiça do Trabalho serão públicas e realizar-se-ão na
sede do Juízo ou Tribunal em dia s úte is previamente fixados, e ntre 8 (oito) e 18
(de zoito) hora s , não pode ndo ultra pa s s a r 5 (cinco) hora s seg uidas, salvo quando
houver matéria urg ente.

§ 1º - Em casos especiais, poderá ser desig nado outro local para a realização das audiências,
mediante edital afixado na sede do Juízo ou Tribunal, com a antecedência mínima de 24 (vinte
e quatro) horas.

§ 2º - Sempre que for necessário, poderão ser convocadas audiências extraordinárias,


observado o prazo do parág rafo anterior. (g rifo nosso).

Abaixo detalharemos de maneira sistemática a matéria:

AUDIÊNCIAS

Publicida de As audiências são públicas. Tal compreensão decorre do próprio artig o


93, IX, da CF.

Loca l da Re g ra : s e de do juízo ou tribuna l.

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a udiê ncia Exce ção: desde que seja publicado edital com antecedência mínima de
24 hora s poderá ser realizada em outro local.

Dura ção da Re g ra : não pode ultra pa s s a r 5 (cinco) hora s s e g uida s .


a udiê ncia
Exce ção: pode ultrapassar 5 (horas) seg uidas, desde que se trate de
matéria urg ente.

Audiê ncia s É necessária publicação do edital afixado na sede do juízo com


e xtra ordiná ria s antecedência mínima de 24 (vinte e q ua tro) hora s .

ATENÇÃO!

As disposições dos arts. 334, §12°, e 357,§9°, do CPC, referentes aos prazos mínimos entre
as audiências não se aplica ao processo do trabalho, ante a incompatibilidade com o princípio
da simplicidade, efetividade processual e celeridade que vig ora nesta matéria. É o que
informa, inclusive, o art. 2° da IN n. 39/2016 do TST.

Em seg uida, o art. 817 da CLT estabelece que o reg istro da audiências será feito em livro
próprio, constando cada reg istro dos processos apreciados e a respectiva conclusão, bem com
eventuais ocorrências.

O art. 3° do Estatuto da OAB proíbe que o advog ado funcione no mesmo processo como
patrono e preposto simultaneamente.

4.1. Atra s o na a udiê ncia

Seg undo o art. 815 da CLT:

Art. 815 - À hora marcada, o juiz ou presidente declarará aberta a audiência, sendo feita pelo
secretário ou escrivão a chamada das partes, testemunhas e demais pessoas que devam
comparecer. (Vide Leis nºs 409, de 1943 e 6.563, de 1978)

Parág rafo único - Se, até 15 (quinze) minutos após a hora marcada, o juiz ou presidente não
houver comparecido, os presentes poderão retirar-se, devendo o ocorrido constar do livro de
reg istro das audiências.

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A orientação trazida pela OJ n. 245 da SDI- I do TST nos informa que o aludido prazo de 15
(quinze) minutos apenas se aplica ao juiz, na primeira audiência da pauta, não alcançando os
litig antes no processo.

245. REVELIA. ATRASO. AUDIÊNCIA (inserida em 20.06.2001)

Inexiste previsão leg al tolerando atraso no horário de comparecimento da parte na audiência.

Dessa forma, o atraso decorrente das demais audiências não é capaz de possibilitar a retirada
das partes que ag uardam no recinto o preg ão da audiência, de modo que, se assim o fizerem,
serão consideradas ausentes.

4.2. Compa re cime nto da s pa rte s

O processo do trabalho impõe a presença das partes na audiência. No entanto, o art. 843 da
CLT autoriza a representação das partes em determinadas situações:

Art. 843 - Na audiência de julg amento deverão estar presentes o reclamante e o reclamado,
independentemente do comparecimento de seus representantes salvo, nos casos de
Reclamatórias Plúrimas ou Ações de Cumprimento, quando os empreg ados poderão fazer-se
representar pelo Sindicato de sua categ oria. (Redação dada pela Lei nº 6.667, de 3.7.1979)

§ 1º - É facultado ao empreg ador fazer-se substituir pelo g erente, ou qualquer outro preposto
que tenha conhecimento do fato, e cujas declarações obrig arão o proponente.

§ 2º - Se por doença ou qualquer outro motivo poderoso, devidamente comprovado, não for
possível ao empreg ado comparecer pessoalmente, poderá fazer-se representar por outro
empreg ado que pertença à mesma profissão, ou pelo seu sindicato.

§ 3º O preposto a que se refere o § 1o deste artig o não precisa ser empreg ado da parte
reclamada. (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017)

Observa-se, então, a seg uir as hipóteses que a lei autoriza a representação:

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EMPREGADO

S indica to Empre g a do da me s ma profis s ão

Reclamações plúrimas Doença ou outro motivo ponderoso

Ações de cumprimento

Doença ou outro motivo ponderoso

EMPREGADOR

Ge re nte Preposto

No que se refere à representação do empreg ador a Lei n. 13.467/2017 (Reforma Trabalhista)


trouxe sig nificativa modificação quanto ao assunto. Isso porque, antes da vig ência do diploma
leg al, a justiça laboral seg uia a orientação da S úmula 377 do TS T , a qual estabelecia que
empreg ador deveria representar-se por empreg ado da empresa, situação na qual não ating ia o
micro e pequeno empresário, além do empreg ado doméstico.

Com a alteração do art. 843 da CLT passou a ser previsto no §3° que o preposto não precisa
ser empreg ado da parte reclamada.

Vale ressaltar que, não obstante não seja empreg ado do reclamado, o preposto deve ter
conhecimento dos fatos, sob pena ser aplicada a confis s ão ficta , que poderá ser afastada por
meio de prova em contrário, nos termos da S úmula 74, III, do TS T .

4.3. Aus ê ncia do re cla ma nte

A ausência do reclamante na audiência inaug ural provoca o arquivamento do processo, por


ocasião da extinção do processo sem resolução de mérito, de modo que, caso não justifique que
sua ausência se deu por motivo justificável, deverá, no pra zo de 15 (q uinze ) dia s , recolher
as custas processuais. É o teor do art. 844, §2°, da CLT:

Art. 844 - O não-comparecimento do reclamante à audiência importa o arquivamento da


reclamação, e o não-comparecimento do reclamado importa revelia, além de confissão quanto
à matéria de fato.

§ 1º Ocorrendo motivo relevante, poderá o juiz suspender o julg amento, desig nando nova
audiência. (Redação dada pela Lei nº 13.467, de 2017)

§ 2º Na hipóte s e de a us ê ncia do re cla ma nte , e s te s e rá conde na do a o pa g a me nto


da s cus ta s ca lcula da s na for ma do a rt. 789 de s ta Cons olida ção, a inda q ue

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be ne ficiá rio da jus tiça g ra tuita , s a lvo s e comprova r, no pra zo de q uinze dia s, q ue
a a us ê ncia ocorre u por motivo le g a lme nte jus tificá ve l. (Incluído pe la Le i nº
13.467, de 20 17)

§ 3º O pa g a me nto da s cus ta s a q ue s e re fe re o § 2o é condição pa ra a propos itura


de nova de ma nda . (Incluído pe la Le i nº 13.467, de 20 17)

(...) (g rifo nosso).

Por vista disso, verifica-se que o recolhimento das custas é pressuposto processual neg ativo
para ing resso de nova reclamação trabalhista.

Além disso, na hipótese do reclamante der causa a dois arquivamentos seg uidos, pelo não
comparecimento na audiência, ficará impossibilitado de reclamar perante a Justiça do Trabalho,
no prazo de 6 (seis) meses, consoante art. 731 e 732 da CLT:

Art. 731 - Aquele que, tendo apresentado ao distribuidor reclamação verbal, não se
apresentar, no prazo estabelecido no parág rafo único do art. 786, à Junta ou Juízo para fazê-lo
tomar por termo, incorrerá na pena de perda, pelo prazo de 6 (seis) meses, do direito de
reclamar perante a Justiça do Trabalho.

Art. 732 - Na mesma pena do artig o anterior incorrerá o reclamante que, por 2 (duas) vezes
seg uidas, der causa ao arquivamento de que trata o art. 844.

Se, por outro lado, a ausência do reclamante ocorrer na audiência de instrução (após
recebimento da contestação na audiência anterior) dará causa à confissão ficta, contanto que
seja devidamente intimado dessa cominação. Destacam-se os entendimentos do TST sobre a
hipótese:

S úmula nº 9 do TS T

AUSÊNCIA DO RECLAMANTE (mantida) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003

A ausência do reclamante, quando adiada a instrução após contestada a ação em audiência,


não importa arquivamento do processo.

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S úmula nº 74 do TS T

CONFISSÃO. (atualizada em decorrência do CPC de 2015) – Res. 208/2016, DEJT


divulg ado em 22, 25 e 26.04.2016

I - Aplica-se a confissão à parte que, expressamente intimada com aquela cominação, não
comparecer à audiência em prosseg uimento, na qual deveria depor. (ex-Súmula nº 74 - RA
69/1978, DJ 26.09.1978)

II - A prova pré-constituída nos autos pode ser levada em conta para confronto com a
confissão ficta (arts. 442 e 443, do CPC de 2015 - art. 400, I, do CPC de 1973), não implicando
cerceamento de defesa o indeferimento de provas posteriores. (ex-OJ nº 184 da SBDI-1 -
inserida em 08.11.2000)

III- A vedação à produção de prova posterior pela parte confessa somente a ela se aplica, não
afetando o exercício, pelo mag istrado, do poder/dever de conduzir o processo.

Por sua vez, caso constate a ausência do reclamante e reclamado à audiência de julg amento,
quando será proferida a audiência, o prazo recursal será iniciado, ainda que as partes não
estejam presentes.

S úmula nº 197 do TS T

PRAZO (mantida) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003

O prazo para recurso da parte que, intimada, não comparecer à audiência em


prosseg uimento para a prolação da sentença conta-se de sua publicação.

S úmula nº 30 do TS T

INTIMAÇÃO DA SENTENÇA (mantida) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003

Quando não juntada a ata ao processo em 48 horas, contadas da audiência de julg amento
(art. 851, § 2º, da CLT), o prazo para recurso será contado da data em que a parte receber a
intimação da sentença.

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4.4. Aus ê ncia do re cla ma do

A ausência do reclamado da audiência inaug ural acarretará na revelia e seus efeitos, sobretudo
a confissão ficta, nos termos do art.844 da CLT.

Desse modo, assim que verificado a revelia, os fatos tornam-se incontroversos, dando causa à
aplicação da multa do art. 467 da CLT. Nesse sentido, orienta a Súmula 69 do TST:

S úmula nº 69 do TS T

RESCISÃO DO CONTRATO (nova redação) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003

A partir da Lei nº 10.272, de 05.09.2001, havendo rescisão do contrato de trabalho e sendo


revel e confesso quanto à matéria de fato, deve ser o empreg ador condenado ao pag amento
das verbas rescisórias, não quitadas na primeira audiência, com acréscimo de 50% (cinqüenta
por cento).

Por conseg uinte, se houver a ausência do reclamado na audiência de instrução não lhe será
aplicado a revelia, mas apenas a confissão ficta, tal qual acontece com o reclamante. Se a
ausência se der na audiência de julg amento, inicia-se o prazo recursal, independentemente de
sua presença.

Como forma de sistematizar a matéria, vejamos a tabela abaixo:

Pa rte Audiê ncia Audiê ncia de ins trução Audiê ncia


a us e nte ina ug ura l ou uma de
julg a me nto

Re cla ma nte Arquivamento e Confissão ficta Inicia-se o


pag amento das prazo
custas processuais recursal

Re cla ma do Revelia e seus efeitos Confissão ficta Inicia-se o


prazo
recursal

Re cla ma nte Arquivamento Confissão ficta para ambas as partes, Inicia-se o

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e julg ando-se o feito com as provas prazo
re cla ma do constantes nos autos. recursal.

4.5. Pre s e nça do a dvog a do e m a udiê ncia

A lei n. 13.467/2017 (Reforma Trabalhista) propôs sig nificativa mudança quanto à presença do
advog ado e ausência do reclamado na audiência. Neste passo, esclarece o §5°, do art. 844 da
CLT que, não obstante ausente a parte reclamada, serão aceitos a contestação e documentos
apresentados pelo advog ado.

Desta feita, embora haja diverg ência doutrinária sobre o assunto, entendemos que a presença
do advog ado na audiência com a contestação e demais documentos tem o condão de afastar a
revelia, devendo-se analisar os fatos impeditivos, modificativos e extintivos do direito do
reclamante. Ocorre que acarretará efeitos diversos, a depender da audiência em que tal
situação se verifique:

Com isso, verificado a ausência da parte reclamada e ocorrendo a confissão ficta, a prte ficará
impedida de produzir provas em sentido contrário, em razão da preclusão.

4.6. Acordo judicia l

O art. 764 da CLT assevera que:

Art. 764 - Os dissídios individuais ou coletivos submetidos à apreciação da Justiça do Trabalho


serão sempre sujeitos à conciliação.

§ 1º - Para os efeitos deste artig o, os juízes e Tribunais do Trabalho empreg arão sempre os
seus bons ofícios e persuasão no sentido de uma solução conciliatória dos conflitos.

§ 2º - Não havendo acordo, o juízo conciliatório converter-se-á obrig atoriamente em arbitral,


proferindo decisão na forma prescrita neste Título.

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§ 3º - É lícito às partes celebrar acordo que ponha termo ao processo, ainda mesmo depois
de encerrado o juízo conciliatório.

No rito ordinário são obrig atórios dois momentos de tentativa de conciliação:

1ª te nta tiva de concilia ção à na a be rtura 2ª te nta tiva de concilia ção à de pois da s
da a udiê ncia ina ug ura l e a nte s da ra zõe s fina is e a nte s da s e nte nça :
a pre s e nta ção da de fe s a :

Art. 846 - Aberta a audiência, o juiz ou Art. 850 - Terminada a instrução, poderão as
presidente proporá a conciliação. (Redação partes aduzir razões finais, em prazo não
dada pela Lei nº 9.022, de 5.4.1995) excedente de 10 (dez) minutos para cada
uma. Em seg uida, o juiz ou presidente
§ 1º - Se houver acordo lavrar-se-á termo, renovará a proposta de conciliação, e não se
assinado pelo presidente e pelos litig antes, realizando esta, será proferida a decisão.
consig nando-se o prazo e demais condições
para seu cumprimento. (Incluído pela Lei nº Parág rafo único - O Presidente da Junta,
9.022, de 5.4.1995) após propor a solução do dissídio, tomará os
votos dos vog ais e, havendo diverg ência
§ 2º - Entre as condições a que se refere o entre estes, poderá desempatar ou proferir
parág rafo anterior, poderá ser estabelecida a decisão que melhor atenda ao cumprimento
de ficar a parte que não cumprir o acordo da lei e ao justo equilíbrio entre os votos
obrig ada a satisfazer integ ralmente o pedido diverg entes e ao interesse social.
ou pag ar uma indenização convencionada,
sem prejuízo do cumprimento do acordo.
(Incluído pela Lei nº 9.022, de 5.4.1995)

Embora a lei preveja dois momentos para tentativa de conciliação, esta poderá ser realizada em
qualquer instante, nos termos do art. 764 da CLT.

No rito sumaríssimo, o art. 852-E da CLT dispõe que:

Art. 852-E. Aberta a sessão, o juiz esclarecerá as partes presentes sobre as vantag ens da
conciliação e usará os meios adequados de persuasão para a solução conciliatória do litíg io,
em qualquer fase da audiência. (Incluído pela Lei nº 9.957, de 2000)

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Uma vez firmada a conciliação será lavrado o acordo, que valerá como decisão irrecorrível,
salvo para a Previdência Social quanto às contribuições que lhe forem devidas, por dicção do
art. 831, parág rafo único, da CLT:

Art. 831 - A decisão será proferida depois de rejeitada pelas partes a proposta de conciliação.

Pa rá g ra fo único. No ca s o de concilia ção, o te r mo q ue for la vra do va le rá como


de cis ão irre corríve l, s a lvo pa ra a Pre vidê ncia S ocia l q ua nto à s contribuiçõe s q ue
lhe fore m de vida s . (Re da ção da da pe la Le i nº 10 .0 35, de 20 0 0 ) (g rifo nosso).

Por vista disso, entende o TST na Súmula 259 que não é possível recurso contra tal acordo,
sendo somente possível a impug nação através de ação rescisória:

S úmula nº 259 do TS T

TERMO DE CONCILIAÇÃO. AÇÃO RESCISÓRIA (mantida) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e


21.11.2003.

Só por ação rescisória é impug nável o termo de conciliação previsto no parág rafo único do
art. 831 da CLT.

Noutro plano, entende o TST na OJ n. 132 da SDI-II do TST:

132. AÇÃO RESCISÓRIA. ACORDO HOMOLOGADO. ALCANCE. OFENSA À COISA


JULGADA (DJ 04.05.2004)

Acordo celebrado - homolog ado judicialmente - em que o empreg ado dá plena e ampla
quitação, sem qualquer ressalva, alcança não só o objeto da inicial, como também todas as
demais parcelas referentes ao extinto contrato de trabalho, violando a coisa julg ada, a
propositura de nova reclamação trabalhista.

A esse respeito, tem-se que o acordo homolog ado que dá plena e ampla quitação, sem

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qualquer ressalva, alcança não apenas o objeto da petição inicial, mas todas as outras parcelas
referentes ao extinto contrato, de modo que impede a propositura de nova reclamação
trabalhista.

Na hipótese de não haver a discriminação constante do art. 832, §2°, da CLT, a contribuição
previdenciária incidirá sobre o valor total do acordo, nos termos da OJ n. 368 da SDI-I do TST:

368. DESCONTOS PREVIDENCIÁRIOS. ACORDO HOMOLOGADO EM JUÍZO.


INEXISTÊNCIA DE VÍNCULO EMPREGATÍCIO. PARCELAS INDENIZATÓRIAS.
AUSÊNCIA DE DISCRIMINAÇÃO. INCIDÊNCIA SOBRE O VALOR TOTAL. (DEJT
divulg ado em 03, 04 e 05.12.2008)

É devida a incidência das contribuições para a Previdência Social sobre o valor total do
acordo homolog ado em juízo, independentemente do reconhecimento de vínculo de
empreg o, desde que não haja discriminação das parcelas sujeitas à incidência da contribuição
previdenciária, conforme parág rafo único do art. 43 da Lei nº 8.212, de 24.07.1991, e do art.
195, I, “a”, da CF/1988.

Na ocasião de acordo judicial em que não haja reconhecimento de vínculo o percentual da


contribuição previdenciária será de 20% para o tomador de serviços e 11% para o prestador
de serviços, na qualidade de contribuinte individual, sobre o valor integ ral do acordo,
respeitado o teto de contribuição, consoante orientação da OJ n. 398 da SDI-I do TST:

398. CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA. ACORDO HOMOLOGADO EM JUÍZO SEM


RECONHECIMENTO DE VÍNCULO DE EMPREGO. CONTRIBUINTE INDIVIDUAL.
RECOLHIMENTO DA ALÍQUOTA DE 20% A CARGO DO TOMADOR E 11% A
CARGO DO PRESTADOR DE SERVIÇOS. (DEJT divulg ado em 02, 03 e 04.08.2010)

Nos acordos homolog ados em juízo em que não haja o reconhecimento de vínculo
empreg atício, é devido o recolhimento da contribuição previdenciária, mediante a alíquota de
20% a carg o do tomador de serviços e de 11% por parte do prestador de serviços, na
qualidade de contribuinte individual, sobre o valor total do acordo, respeitado o teto de
contribuição. Intelig ência do § 4º do art. 30 e do inciso III do art. 22, todos da Lei n.º 8.212, de
24.07.1991.

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Se o acordo for celebrado depois do trânsito em julg ado ou depois dos cálculos de liquidação
de sentença, merece destaque o entendimento esposado na OJ n. 376 da SDI-I do TST:

376. CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA. ACORDO HOMOLOGADO EM JUÍZO APÓS


O TRÂNSITO EM JULGADO DA SENTENÇA CONDENATÓRIA. INCIDÊNCIA SOBRE
O VALOR HOMOLOGADO. (DEJT divulg ado em 19, 20 e 22.04.2010)

É devida a contribuição previdenciária sobre o valor do acordo celebrado e homolog ado após
o trânsito em julg ado de decisão judicial, respeitada a proporcionalidade de valores entre as
parcelas de natureza salarial e indenizatória deferidas na decisão condenatória e as parcelas
objeto do acordo.

5. SENTENÇA

O conceito de sentença está previsto no art.203, §1°, do CPC, o qual estabelece que “sentença
é o pronunciamento por meio do qual o juiz, com fundamento nos arts. 485 e 487, põe fim à
fase cog nitiva do procedimento comum, bem como exting ue a execução.”

O art. 832 da CLT, por sua vez, traz os requisitos essenciais da sentença, ao prever que da
decisão deverão constar:

Art. 832 - Da decisão deverão constar o nome da s pa rte s , o re s umo do pe dido e da


de fe s a , a a pre cia ção da s prova s , os funda me ntos da de cis ão e a re s pe ctiva
conclus ão .

§ 1º - Quando a decisão concluir pela procedência do pedido, determinará o prazo e as


condições para o seu cumprimento.

§ 2º - A decisão mencionará sempre as custas que devam ser pag as pela parte vencida.

§ 3º As decisões cog nitivas ou homolog atórias deverão sempre indicar a natureza jurídica
das parcelas constantes da condenação ou do acordo homolog ado, inclusive o limite de
responsabilidade de cada parte pelo recolhimento da contribuição previdenciária, se for o
caso. (Incluído pela Lei nº 10.035, de 2000).

§4º A União será intimada das decisões homolog atórias de acordos que contenham parcela
indenizatória, na forma do art. 20 da Lei no 11.033, de 21 de dezembro de 2004, facultada a
interposição de recurso relativo aos tributos que lhe forem devidos. (Redação

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dada pela Lei nº 11.457, de 2007) (Vig ência)

§ 5º Intimada da sentença, a União poderá interpor recurso relativo à discriminação de que


trata o § 3o deste artig o. (Incluído pela Lei nº 11.457, de 2007) (Vig ência)

§ 6º O acordo celebrado após o trânsito em julg ado da sentença ou após a elaboração dos
cálculos de liquidação de sentença não prejudicará os créditos da União.
(Incluído pela Lei nº 11.457, de 2007) (Vig ência)

§ 7ºO Ministro de Estado da Fazenda poderá, mediante ato fundamentado, dispensar a


manifestação da União nas decisões homolog atórias de acordos em que o montante da
parcela indenizatória envolvida ocasionar perda de escala decorrente da atuação do órg ão
jurídico. (Incluído pela Lei nº 11.457, de 2007) (Vig ência)

Dessa maneira, destacam-se os requisitos a serem preenchidos na sentença:

S e nte nça Re q uis itos (obrig a tórios ):

O nome das partes e o resumo do pedido e da defesa à equivalente ao re la tório ;

Apreciação das provas e os fundamentos da decisão à equivalente à


funda me nta ção ;

Conclusão à refere-se à parte dis pos itiva .

Re q uis itos (comple me nta re s ):

Determinar o prazo e as condições para o cumprimento das decisões que


concluir pela procedência do pedido;

As custas que devem ser pag as pela parte vencida;

Indicar a natureza jurídica das parcelas constantes da condenação ou do acordo


homolog ado, inclusive o limite de responsabilidade de cada parte pelo
recolhimento da contribuição previdenciária, se for o caso, ou seja, nas hipóteses
de decisões condenatórias ou homolog atórias.

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ATENÇÃO!

Dispensa-se o relatório na elaboração da sentença no procedimento sumaríssimo, seg undo o


art. 852,-I, da CLT.

Atente-se, ainda, para o fato de que a decisão judicial deve ser interpretada a partir da
conjug ação de todos os seus elementos e em conformidade com o princípio da boa-fé (art. 489,
§5°, do CPC).

Vale destacar que se aplica à seara laboral, por orientação da IN n.39/2016 do TST, o art. 489,
§1°, da CLT, o qual leciona:

Art. 489. São elementos essenciais da sentença:

I - o relatório, que conterá os nomes das partes, a identificação do caso, com a suma do
pedido e da contestação, e o reg istro das principais ocorrências havidas no andamento do
processo;

II - os fundamentos, em que o juiz analisará as questões de fato e de direito;

III - o dispositivo, em que o juiz resolverá as questões principais que as partes lhe
submeterem.

§ 1o Não s e cons ide ra funda me nta da q ua lq ue r de cis ão judicia l, s e ja e la


inte rlocutória , s e nte nça ou a córdão, q ue :

I - s e limita r à indica ção, à re produção ou à pa rá fra s e de a to nor ma tivo, s e m


e xplica r s ua re la ção com a ca us a ou a q ue s tão de cidida ;

II - e mpre g a r conce itos jurídicos inde te r mina dos, s e m e xplica r o motivo concre to
de s ua incidê ncia no ca s o;

III - invoca r motivos q ue s e pre s ta ria m a jus tifica r q ua lq ue r outra de cis ão;

IV - não e nfre nta r todos os a rg ume ntos de duzidos no proce s s o ca pa ze s de , e m


te s e , infirma r a conclus ão a dota da pe lo julg a dor;

V - s e limita r a invoca r pre ce de nte ou e nuncia do de s úmula , s e m ide ntifica r s e us


funda me ntos de te r mina nte s ne m de mons tra r q ue o ca s o s ob julg a me nto s e a jus ta

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à q ue le s funda me ntos ;

VI - de ixa r de s e g uir e nuncia do de s úmula , juris prudê ncia ou pre ce de nte invoca do
pe la pa rte , s e m de mons tra r a e xis tê ncia de dis tinção no ca s o e m julg a me nto ou a
s upe ra ção do e nte ndime nto.

§ 2o No caso de colisão entre normas, o juiz deve justificar o objeto e os critérios g erais da
ponderação efetuada, enunciando as razões que autorizam a interferência na norma afastada
e as premissas fáticas que fundamentam a conclusão.

§ 3o A decisão judicial deve ser interpretada a partir da conjug ação de todos os seus
elementos e em conformidade com o princípio da boa-fé. (g rifo nosso).

Ao interpretar o artig o e de maneira a compatibilizá-lo à justiça laboral, o art. 15 da IN


n.39/2016 do TST, direcionando-o aos juízes do trabalho, esclarece:

Art. 15. O atendimento à exig ência leg al de fundamentação das decisões judiciais (CPC, art.
489, § 1º) no Processo do Trabalho observará o seg uinte:

I – por força dos arts. 332 e 927 do CPC, adaptados ao Processo do Trabalho, para efeito dos
incisos V e VI do § 1º do art. 489 considera-se “precedente” apenas:

a) acórdão proferido pelo Supremo Tribunal Federal ou pelo Tribunal Superior do Trabalho
em julg amento de recursos repetitivos (CLT, art. 896-B; CPC, art. 1046, § 4º);

b) entendimento firmado em incidente de resolução de demandas repetitivas ou de assunção


de competência;

c) decisão do Supremo Tribunal Federal em controle concentrado de constitucionalidade;

d) tese jurídica prevalecente em Tribunal Reg ional do Trabalho e não conflitante com súmula
ou orientação jurisprudencial do Tribunal Superior do Trabalho (CLT, art. 896, § 6º);

e) decisão do plenário, do órg ão especial ou de seção especializada competente para


uniformizar a jurisprudência do tribunal a que o juiz estiver vinculado ou do Tribunal Superior
do Trabalho.

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5.1. Princípio da Cong ruê ncia (ou princípio da corre la ção e a ds trição)

Assevera que o juiz somente poderá emitir provimento jurisdicional sobre o que foi pleiteado
pela parte na petição inicial (reclamação trabalhista), isto é, aquilo que lhe foi proposto pelo
reclamante.

A esse respeito, verifiquemos as hipóteses de julg amento que podem ser realizados pelo
mag istrado em distanciamento ao provimento judicial requerido:

As sentenças que recaírem em alg umas dessas hipóteses são passíveis de recurso. No caso da
sentença citra petita, ela pode ser corrig ida via embarg os declaratórios, nos termos do art. 897-
A da CLT. No entanto, em relação às demais situações, temos que a impug nação cabível seria o
recurso ordinário, bem como ao recurso de revista. Havendo o trânsito em julg ado das
decisões, entende-se como possível a provocação ao juiz rescisório (ação rescisória).

Sobre assunto, destaca-se a orientação jurisprudencial de n. 41 da S DI-II do TS T :

41. AÇÃO RESCISÓRIA. SENTENÇA "CITRA PETITA". CABIMENTO (atualizada em


decorrência do CPC de 2015) – Res. 208/2016, DEJT divulg ado em 22, 25 e 26.04.2016

Revelando-se a sentença "citra petita", o vício processual vulnera os arts. 141 e 492 do CPC de
2015 (arts. 128 e 460 do CPC de 1973), tornando-a passível de desconstituição, ainda que não
interpostos embarg os de declaração.

Vale destacar que o princípio da cong ruência, da correlação e da adstrição sofre alg umas
exceções, dando lug ar ao princípio conhecido na seara trabalhista como princípio da
extrapetição, seg undo o qual permite o juiz, nos casos previstos em lei, a condenar o réu
(reclamado) em pedidos não contidos na petição inicial. Vejamos abaixo as situações abarcadas
pelo referido princípio:

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PRINCÍPIO DA EXTRAPETIÇÃO

Casos previstos De finir s a lá rio q ua ndo o pe dido for de re inte g ra ção (a rt.
em lei: 496 da CLT). S úmula 396, II, do TS T :

I - Exaurido o período de estabilidade, são devidos ao


empreg ado apenas os salários do período compreendido entre a
data da despedida e o final do período de estabilidade, não lhe
sendo asseg urada a reinteg ração no empreg o. (ex-OJ nº 116 da
SBDI-1 - inserida em 01.10.1997)

II - Não há nulida de por julg a me nto “e xtra pe tita ” da


de cis ão q ue de fe rir s a lá rio q ua ndo o pe dido for de
re inte g ra ção, da dos os te r mos do a rt. 496 da CLT . (ex-OJ
nº 106 da SBDI-1 - inserida em 20.11.1997)

Incluir juros de mora e a corre ção mone tá ria na


liq uida ção, a inda q ue omis s o pe dido na pe tição inicia l ou
na conde na ção . S úmula 211 do TS T :

Os juros de mora e a correção monetária incluem-se na


liquidação, ainda que omisso o pedido inicial ou a condenação.

Concessão do adicional de horas extras de, no mínimo, 50%


quando houver pedido de pag amento das horas extraordinárias,
mas não houver pedido de pag amento do adicional.

Deferimento do adicional de 1/3 de férias, quando houver


apenas pedido de pag amento de férias, sem previsão expressa
ao adicional constitucional.

Determinar anotação da CTPS quando houver pedido de


reconhecimento de vínculo, sem requerimento expresso de
anotação da carteira.

Destaca-se, por sua vez, o teor da Súmula 394 do TST:

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S úmula nº 394 do TS T

FATO SUPERVENIENTE. ART. 493 DO CPC DE 2015. ART. 462 DO CPC DE 1973.
(atualizada em decorrência do CPC de 2015) – Res. 208/2016, DEJT divulg ado em 22, 25 e
26.04.2016

O art. 493 do CPC de 2015 (art. 462 do CPC de 1973), que admite a invocação de fato
constitutivo, modificativo ou extintivo do direito, superveniente à propositura da ação, é
aplicável de ofício aos processos em curso em qualquer instância trabalhista. Cumpre ao juiz
ou tribunal ouvir as partes sobre o fato novo antes de decidir.

5.2. Publica ção e intima ção

De acordo com o art. 842 da CLT, a sentença será proferida em audiência, estando presentes
as partes ou seus representantes, permitindo que estas se retirem do presente ato
devidamente intimadas:

Art. 852 - Da decisão serão os litig antes notificados, pessoalmente, ou por seu representante,
na própria audiência. No caso de revelia, a notificação far-se-á pela forma estabelecida no §
1º do art. 841.

Na hipótese de revelia, a intimação da sentença dar-se-á através da notificação.

Consig na-se que a parte que for devidamente intimada para audiência de julg amento, não
comparecer, será considerada intimada da sentença no próprio ato, ainda que ausente. É, a
inclusive, a dicção da Súmula 197 do TST:

S úmula nº 197 do TS T

PRAZO (mantida) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003

O prazo para recurso da parte que, intimada, não comparecer à audiência em


prosseg uimento para a prolação da sentença conta-se de sua publicação.

No caso da ata de julg amento não ser assinada pelo juiz na própria audiência, caberá juntá-la
no prazo improrrog ável de 48 horas, contado da audiência. Se não for juntada no aludido

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prazo, a parte deverá, posteriormente, ser intimada da sentença. Nesse sentido, a Súmula 30
do TST:

S úmula nº 30 do TS T

INTIMAÇÃO DA SENTENÇA (mantida) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003

Quando não juntada a ata ao processo em 48 horas, contadas da audiência de julg amento
(art. 851, § 2º, da CLT), o prazo para recurso será contado da data em que a parte receber a
intimação da sentença.

5.3. Julg a me nto Ante cipa do de Mé rito

O art. 355 do CPC, aplicado subsidiariamente ao processo do trabalho, estabelece:

Art. 355. O juiz julg ará a nte cipa da me nte o pe dido , proferindo sentença com resolução de
mérito, quando:

I - não houver necessidade de produção de outras provas;

II - o réu for revel, ocorrer o efeito previsto no art. 344 e não houver requerimento de prova,
na forma do art. 349. (g rifo nosso).

Assim, será prolatada a sentença com resolução de mérito de maneira antecipada quando
presentes os requisitos acima.

Por sua vez, no que se refere ao julg amento antecipado parcial de mérito, a doutrina explica
que tal instituto se aplica aos pedidos ou parcelas dos pedidos que já estiverem em condições
de serem julg ados ou forem tidos como incontroversos, possibilitando a formação da coisa
julg ada material. O processo seg ue em relação aos demais pedidos. Nesse contexto, determina
o art. 356 do CPC:

Art. 356. O juiz decidirá parcialmente o mérito quando um ou mais dos pedidos formulados
ou parcela deles:

I - mos tra r-s e incontrove rs o ;

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II - e s tive r e m condiçõe s de ime dia to julg a me nto, nos te rmos do a rt. 355 .

§ 1o A decisão que julg ar parcialmente o mérito poderá reconhecer a existência de obrig ação
líquida ou ilíquida.

§ 2o A parte poderá liquidar ou executar, desde log o, a obrig ação reconhecida na decisão que
julg ar parcialmente o mérito, independentemente de caução, ainda que haja recurso contra
essa interposto.

§ 3o Na hipótese do § 2o, se houver trânsito em julg ado da decisão, a execução será


definitiva.

§ 4o A liquidação e o cumprimento da decisão que julg ar parcialmente o mérito poderão ser


processados em autos suplementares, a requerimento da parte ou a critério do juiz.

§ 5o A decisão proferida com base neste artig o é impug nável por ag ravo de instrumento.

No entanto, por força do art. 5° da IN n.39/2016 do TST, o §5°, do art. 356 do CPC não se
aplica ao processo do trabalho. Embora a decisão tenha caráter de decisão interlocutória (e não
de sentença, como defende parte da doutrina), filiamo-nos ao entendimento que a referida
decisão pode ser impug nada imediatamente através de recurso ordinário. Isso porque, nos
moldes processuais atuais encampados pelo novo CPC, a decisão interlocutória, neste caso,
possui caráter de definitividade, o que seria passível de impug nação por recurso ordinário.
Teríamos aqui, portanto, mais uma exceção à Sumula 214 do TST.

6. COISA JULGADA

Esg otada todas as possibilidades de recurso ou, se intimada, a parte deixar ultrapassar o prazo
para sua interposição, tem-se que a decisão tornar-se imutável, irrecorrível. Neste passo, ocorre
o trânsito em julg ado da decisão, fenômeno denominado pela doutrina processual de coisa
julg ada.

Trata-se de uma característica da jurisdição, uma vez que apenas o ato jurisdicional está sujeito
à coisa julg ada, ou seja, sujeito à imutabilidade e à definitividade.

A doutrina divide a coisa julg ada em 2 (dua s ) e s pé cie s :

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Cois a julg a da

Cois a julg a da ma te ria l – torna imutável o Cois a julg a da for ma l – provoca a


conteúdo da sentença (ou acórdão) no imutabilidade da decisão apenas dentro do
processo em que foi prolatada e em eventuais processo em que foi discutida. Log o, o objeto
processos futuros. Ating e a pe na s a da decisão pode ser alvo de discussão em
q ue s tão principa l e xpre s s a me nte novo processo.
de cidida .

Por outro lado, as questões incidentais poderão produzir o feito da cois a julg a da ma te ria l,
desde que presentes os seg uintes requisitos:

Que s tão incide nta l à cois a julg a da ma te ria l

Re q uis itos (a rt. 50 3, De sua resolução depender o julg amento de mérito


§ 1°, do CPC)
A seu respeito ter havido o contraditório prévio e efetivo, não se
aplicando no caso de revelia.

O juízo tiver a competência em razão da matéria e da pessoa para


resolvê-la como questão principal.

No entanto, não fazem coisa julg ada, seg undo o art. 504 do CPC:

Art. 504. Não fazem coisa julg ada:

I - os motivos, ainda que importantes para determinar o alcance da parte dispositiva da


sentença;

II - a verdade dos fatos, estabelecida como fundamento da sentença.

Por fim, consig na-se que a sentença apenas faz coisa julg ada às partes, não prejudicando
terceiros (art. 506 do CPC).

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7. PROCEDIMENTO SUMÁRIO E SUMARÍSSIMO

O procedimento sumaríssimo será aplicado às causas que não excedam a 40 (quarenta) vezes o
salário-mínimo vig ente na data da propositura da ação, estando reg ulado entre os arts. 852-A a
852-I da CLT.

O referido procedimento aplica-se tão somente aos dissídios individuais, não alcançando os
dissídios coletivos.

Importa nte !

Não poderá ser adotado o procedimento sumaríssimo nas causas em que seja parte a
Administração Pública direta, as autarquias e fundações públicas. Nesse sentido:

Art. 852-A. Os dissídios individuais cujo valor não exceda a quarenta vezes o salário mínimo
vig ente na data do ajuizamento da reclamação ficam submetidos ao procedimento
sumaríssimo. (Incluído pela Lei nº 9.957, de 2000)

Parág rafo único. Es tão e xcluída s do proce dime nto s uma rís s imo a s de ma nda s e m
q ue é pa rte a Adminis tra ção Pública dire ta , a utá rq uica e funda ciona l. (g rifo
nosso).

6.1. Pe tição inicia l

Seg undo o art. 852-B, III, da CLT a reclamação trabalhista submetida ao rito deverá ser
apreciada no prazo de 15 (quinze) dias, contado da data do ajuizamento, podendo constar em
pauta especial:

Art. 852-B. Nas reclamações enquadradas no procedimento sumaríssimo:


(Incluído pela Lei nº 9.957, de 2000)

I - o pedido deverá ser certo ou determinado e indicará o valor


correspondente; (Incluído pela Lei nº 9.957, de 2000);

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II - não se fará citação por edital, incumbindo ao autor a correta indicação do nome e
endereço do reclamado; (Incluído pela Lei nº 9.957, de 2000);

III - a apreciação da reclamação deverá ocorrer no prazo máximo de quinze dias do seu
ajuizamento, podendo constar de pauta especial, se necessário, de acordo com o movimento
judiciário da Junta de Conciliação e Julg amento. (Incluído pela Lei nº 9.957, de
2000).

§ 1º O não atendimento, pelo reclamante, do disposto nos incisos I e II deste artig o


importará no arquivamento da reclamação e condenação ao pag amento de custas sobre o
valor da causa. (Incluído pela Lei nº 9.957, de 2000).

§ 2º As partes e advog ados comunicarão ao juízo as mudanças de endereço ocorridas no


curso do processo, reputando-se eficazes as intimações enviadas ao local anteriormente
indicado, na ausência de comunicação. (Incluído pela Lei nº 9.957, de 2000).

Sobre a reclamação trabalhista no procedimento sumaríssimo, esquematizamos:

Re cla ma ção tra ba lhis ta à rito s uma rís s imo

O pedido deve ser ce r to o u de te rmina do, O autor deve indicar o corre to e nde re ço do
devendo indicar o valor correspondente. reclamado, sendo ve da da a cita ção por
e dita l.

Na hipótese do autor não preencher alg um dos requisitos acima, a reclamação trabalhista será
arquivada, motivo pelo qual o autor (reclamante) será obrig ado a arcar com as custas
incidentes sobre o valor da causa, por força do art. 852-B, §1°, da CLT.

7.2. Audiê ncia s

Audiê ncia As re cla ma çõe s s e rão ins truída s e m


a udiê ncia única à a rt. 852-C da CLT.

O juiz dirig irá o proce s s o com libe rda de pa ra de te rmina r a s prova s a s e re m


produzida s , cons ide ra ndo o ônus proba tório de ca da litig a nte , e xcluindo a s q ue

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cons ide ra r e xce s s iva s , impe rtine nte s ou prote la tória s à a rt. 852-D da CLT.

Propos ta de concilia ção Em qualquer fase da audiência à art. 852-E da


CLT.

Ma nife s ta ção s obre docume ntos Manifestação ime dia ta pela parte contrária,
junta dos e m a udiê ncia sem interrupção da audiência à art. 852-H,
§1°, da CLT.

A te s te munha de ve compa re ce r A intimação da testemunha está condicionada


inde pe nde nte me nte de intima ção, ca s o à comprovação do convite pela parte que a
e m q ue s e não compa re ce r, pode rá s e r arrolar à art. 852-H, §3°, da CLT.
intima da , de s de q ue te nha s ido
comprova do o convite .

Prova pe ricia l Apenas será deferida se o fato a exig ir ou for


leg almente imposta à art. 852-H, §4°, da CLT.

Ma nife s ta ção da s pa rte s s obre o la udo a pre s e nta do pe lo pe rito à pra zo comum de
5 (cinco) dia s (a rt. 852-H, § 7°, da CLT).

Ata da a udiê ncia Serão reg istrados resumidamente os atos


essenciais, as afirmações fundamentais das
partes e as informações úteis à solução da
causa.

S e nte nça Dispensa-se o relatório, devendo apenas


constar os elementos de convicção do juiz,
com resumo dos fatos relevantes ocorridos
em audiência à art. 852-I da CLT.

Obs .: a s pa rte s s e rão intima da s da


s e nte nça na própria a udiê ncia e m q ue
foi prola ta da .

7.3. Re curs os no Proce dime nto S uma rís s imo

Re curs os

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Re curs o Cabível, no prazo de 8 (oito) dias, contra as decisões definitivas ou
Ordiná rio terminativas das varas de trabalho e das decisões definitivas ou terminativas
dos Tribunais Reg ionais do Trabalho, em processo de competência
orig inária, desde que sobre dissídios individuais.

Reg ras específicas do processamento do RO no procedimento sumaríssimo


(art.895, §1°, da CLT):

Será imediatamente distribuído o recurso para o tribunal, devendo o relator


liberá-lo no pra zo de 10 (de z) dia s

Parecer oral do representante do MPT presente à sessão com reg istro na


certidão

Acórdão consistente unicamente na certidão de julg amento, com a indicação


suficiente do processo e da parte dispositiva bem como das razões de decidir
do voto prevalente.

Re curs o de Apenas se houver contrariedade à súmula de jurisprudência uniforme do TST


re vis ta ou à súmula do STF ou violação direta à CF à art. 896, §9°, da CLT.

Nesse sentido, vale ressaltar:

S úmula nº 442 do TS T

PROCEDIMENTO SUMARÍSSIMO. RECURSO DE REVISTA


FUNDAMENTADO EM CONTRARIEDADE A ORIENTAÇÃO
JURISPRUDENCIAL. INADMISSIBILIDADE. ART. 896, § 6º, DA CLT,
ACRESCENTADO PELA LEI Nº 9.957, DE 12.01.2000 (conversão da
Orientação Jurisprudencial nº 352 da SBDI-1) - Res. 185/2012, DEJT
divulg ado em 25, 26 e 27.09.2012

Nas causas sujeitas ao procedimento sumaríssimo, a admissibilidade de


recurso de revista está limitada à demonstração de violação direta a
dispositivo da Constituição Federal ou contrariedade a Súmula do Tribunal
Superior do Trabalho, não se admitindo o recurso por contrariedade a

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Orientação Jurisprudencial deste Tribunal (Livro II, Título II, Capítulo III, do
RITST), ante a ausência de previsão no art. 896, § 6º, da CLT.

Emba rg os Quando demonstrado diverg ência entre as turmas do TST está fundada em
pa ra a S DI interpretações diverg entes acerca da aplicação do mesmo dispositivo
(e mba rg os constitucional ou de matéria sumulada.
de
S úmula nº 433 do TS T
dive rg ê ncia )
EMBARGOS. ADMISSIBILIDADE. PROCESSO EM FASE DE
EXECUÇÃO. ACÓRDÃO DE TURMA PUBLICADO NA VIGÊNCIA DA
LEI Nº 11.496, DE 26.06.2007. DIVERGÊNCIA DE INTERPRETAÇÃO DE
DISPOSITIVO CONSTITUCIONAL. - Res. 177/2012, DEJT divulg ado em
13, 14 e 15.02.2012

A admissibilidade do recurso de embarg os contra acórdão de Turma em


Recurso de Revista em fase de execução, publicado na vig ência da Lei nº
11.496, de 26.06.2007, condiciona-se à demonstração de diverg ência
jurisprudencial entre Turmas ou destas e a Seção Especializada em Dissídios
Individuais do Tribunal Superior do Trabalho em relação à interpretação de
dispositivo constitucional.

7.4. Proce dime nto S umá rio (ou dis s ídio de a lça da )

A princípio, parte da doutrina discute se o referido procedimento foi absorvido pelo rito
sumaríssimo. No entanto, filiamo-nos ao entendimento que a Lei n. 9.957/00 não revog ou a Lei
n.5.584/70, razão pela qual permanecem vig ente as três espécies de procedimento: ordinário,
sumaríssimo e sumário.

O procedimento sumário se aplica às causas que não excedam 2 (dois) salários mínimos,
podendo o juiz defini-lo de ofício, facultando-se as partes impug nar no prazo de 48 horas. O
procedimento encontra-se disciplinado no art. 2° da Lei n. 5.584/70:

Art 2º Nos dissídios individuais, proposta a conciliação, e não havendo acôrdo, o Presidente,
da Junta ou o Juiz, antes de passar à instrução da causa, fixa r-lhe -á o va lor pa ra a
de te rmina ção da a lça da , se este for indeterminado no pedido.

§ 1º Em audiência, ao aduzir razões finais, poderá qualquer das partes, impug nar o valor

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fixado e, se o Juiz o mantiver, pedir revisão da decisão, no pra zo de 48 (q ua re nta e oito)
hora s , ao Presidente do Tribunal Reg ional.

§ 2º O pedido de revisão, que não terá efeito suspensivo deverá ser instruído com a petição
inicial e a Ata da Audiência, em cópia autenticada pela Secretaria da Junta, e será julg ado em
48 (quarenta e oito) horas, a partir do seu recebimento pelo Presidente do Tribunal Reg ional.

§ 3º Quando o valor fixado para a causa, na forma dêste artig o, não exceder de 2 (duas)
vêzes o salário-mínimo vig ente na sede do Juízo, será dispensável o resumo dos
depoimentos, devendo constar da Ata a conclusão da Junta quanto à matéria de fato.

§ 4º - Salvo se versarem sobre matéria constitucional, nenhum recurso caberá das sentenças
proferidas nos dissídios da alçada a que se refere o parág rafo anterior, considerado, para
esse fim, o valor do salário mínimo à data do ajuizamento da ação. (Redação dada
pela Lei nº 7.402, de 1985)

O cabimento de recursos nesta espécie de procedimento é restrito, sendo apenas possível, se


constatado controvérsia de natureza constitucional, recurso extraordinário para o STF. Nesse
sentido, vale destacar os entendimentos sumulares do TST:

S úmula nº 365 do TS T

ALÇADA. AÇÃO RESCISÓRIA E MANDADO DE SEGURANÇA (conversão das


Orientações Jurisprudenciais nºs 8 e 10 da SBDI-1) - Res. 129/2005, DJ 20, 22 e 25.04.2005

Não se aplica a alçada em ação rescisória e em mandado de seg urança. (ex-OJs nºs 8 e 10 da
SBDI-1 - inseridas em 01.02.1995)

S úmula nº 71 do TS T

ALÇADA (mantida) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003

A alçada é fixada pelo valor dado à causa na data de seu ajuizamento, desde que não
impug nado, sendo inalterável no curso do processo.

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O entendimento é reforçado pela IN n. 39/2016, art.3°, do TST que afirma que é aplicável o
processo do trabalho o art. 292, V, do CPC, ou seja, nas ações indenizatórias deve ser
determinado o valor pretendido.

É possível alcançar o presente raciocínio através do enunciado 106 da 2ª Jornada de Direito


Material e Processual do Trabalho: LIMITE TEMPORAL PARA O AUTOR DESISTIR DA
AÇÃO SEM O CONSENTIMENTO DO RÉU CLT, ART. 841, § 3º. DESISTÊNCIA DA
AÇÃO. NECESSIDADE DE CONSENTIMENTO DO RÉU. LIMITE TEMPORAL. A CLT
ESTABELECE QUE O MOMENTO PROCESSUAL PRÓPRIO PARA O DEMANDANDO
"OFERECER A CONTESTAÇÃO" É NA AUDIÊNCIA, DEPOIS DE PROPOSTA A
CONCILIAÇÃO. POR ISSO, AINDA QUE A PARTE DEMANDADA
ENVIE/PROTOCOLE A CONTESTAÇÃO ANTES DA FASE PROCESSUAL PREVISTA
EM LEI, NÃO HÁ RAZÃO PARA A ANUÊNCIA PELO RÉU DE DESISTÊNCIA DA
AÇÃO ENQUANTO NÃO ATINGIDO TAL MOMENTO PROCESSUAL.

Art. 852 - Da decisão serão os litig antes notificados, pessoalmente, ou por seu representante,
na própria audiência. No caso de revelia, a notificação far-se-á pela forma estabelecida no § 1º
do art. 841.

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