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1º BLOCO ...........................................................................................................................................................................................

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I. Dissertar? ............................................................................................................................................................................... 2
II. Tipos de Texto Dissertativo .................................................................................................................................................... 2
III. Meu Corretor é um Retardado? ............................................................................................................................................. 3
2º BLOCO ........................................................................................................................................................................................... 4
I. Estrutura do Texto Dissertativo .............................................................................................................................................. 4
3º BLOCO ........................................................................................................................................................................................... 5
I. Estratégias para o Desenvolvimento do Texto ....................................................................................................................... 5
4º BLOCO ........................................................................................................................................................................................... 7
I. O Parágrafo Dissertativo ........................................................................................................................................................ 7
• O Tópico Frasal – Um Conceito Importantíssimo .............................................................................................................. 7
II. A Justa Medida do Parágrafo ................................................................................................................................................. 7
• Entendendo a Temática ..................................................................................................................................................... 8
III. Conclusão do Texto ............................................................................................................................................................... 8
5º BLOCO ........................................................................................................................................................................................... 9
I. Análise de Textos ................................................................................................................................................................... 9

Lei do Direito Autoral nº 9.610, de 19 de Fevereiro de 1998: Proíbe a reprodução total ou parcial desse material ou divulgação com fins
comerciais ou não, em qualquer meio de comunicação, inclusive na Internet, sem autorização do Alfa Concursos Públicos Online.
I. DISSERTAR?
Que bicho é esse?
Calma, guerreiro concursando, tudo vai dar certo! Vamos conduzir nosso raciocínio ao patamar de compreensão
das nossas ferramentas de trabalho. Sim, estou falando da DISSERTAÇÃO! É claro que todos têm alguma noção do
que possa ser dissertar, tendo em vista que, vez ou outra, acabamos por necessitar de expor alguma informação ou
mesmo de defender posições argumentativas em relação a algum assunto. A despeito disso, nem todos os
estudantes se sentem “confortáveis” quando o assunto é texto dissertativo. Vamos ao trabalho!
Brincando eu já resumi o fundamento do texto dissertativo: informar ou argumentar. Esses são, logo, os objetivos,
as metas a que nos prendemos na hora de “tecer” o texto. Seria ridículo contar uma história ou escrever um poema
se a proposta pedisse uma dissertação, mas eu já vi alunos zerando o texto por quererem exemplificar seus
argumentos (validá-los se preferir) com um pequeno relato, ou mesmo citar “versinhos do poeta” achando que isso
fará o texto ganhar “brilho”.
Não se ofenda com o que eu vou colocar no texto agora, mas: ninguém está interessado em sua criatividade no
concurso público! Queremos apenas saber (os corretores) se você é capaz de articular um texto a partir de
informações ou de uma sentença contendo uma temática específica, sem enrolar e sem dar uma de “espertão”.
Portanto, caro amigo, não procure uma estratégia mirabolante para “desvelar os problemas do mundo” em um texto
de, no máximo, trinta linhas: “jogue o jogo da dissertação”! Faça o “arroz-com-feijão” do texto que sua nota será alta e
você será aprovado!
Quero, também, que você não se preocupe com as minhas metáforas, ok? Elas serão as únicas coisas de que
você vai se lembrar na hora de escrever sua redação!
II. TIPOS DE TEXTO DISSERTATIVO
 Expositivo
 Argumentativo
 Misto
O texto expositivo:
 Conceitual
 Informacional
 Aspectos descritivos
 Não exige posicionamento
EXEMPLO DE TEXTO DISSERTATIVO-EXPOSITIVO
(BANCA CESPE – 2010 – BRB – AUXILIAR DE ENFERMAGEM DO TRABALHO)
Nas farmácias brasileiras, os comprimidos de extrato de ginkgo vendidos só com receita médica competem com
cápsulas de pó moído e folhas, em embalagens expostas nas prateleiras ao alcance do consumidor. Muita gente
relata efeitos benéficos advindos dessas fórmulas alternativas. Mas seriam elas tão eficazes quanto os comprimidos
vendidos com receita? A resposta é não. Pesquisadores da UFSC fizeram testes para saber quanto há de
componentes do extrato EGb 761 nessas cápsulas e nas folhas da planta. Conclusão: para obter a mesma
quantidade de um único comprimido de 120 mg, seriam necessárias 20 cápsulas de 200 mg de pó moído. Quanto ao
chá, a eficácia depende da qualidade da matéria-prima. "Mas seria preciso ingerir grande quantidade, já que os
teores das substâncias ativas no chá caseiro são baixos", afirma a autora do trabalho e pesquisadora da UFSC.
Segundo ela, a proporção ideal só é obtida com os extratos secos padronizados.
Internei: <www.aude.abfil.com.br> (com adaptações).

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O TEXTO DISSERTATIVO-ARGUMENTATIVO
CESPE 2010 – TER-BA – TÉCNICO JUDICIÁRIO
O voto, direito duramente conquistado, deve ser considerado um dever cívico, sem o exercício do qual o direito se
descaracteriza ou se perde, afinal liberdade e democracia são fins e não apenas meios. Quem vive em uma
comunidade política não pode estar desobrigado de opinar sobre os rumos dela. Nada contra a desobediência civil,
recurso legítimo para o protesto cidadão, que, no caso eleitoral, se pode expressar no voto nulo (cuja tecla deveria
constar na máquina utilizada para votação). Com o voto facultativo, o direito de votar e o de não votar ficam inscritos,
em pé de igualdade, no corpo legal. Uma parte do eleitorado deixará voluntariamente de opinar sobre a constituição
do poder político. O desinteresse pela política e a descrença no voto são registrados como mera "escolha", sequer
como desobediência civil ou protesto. A consagração da alienação política como um direito legal interessa aos
conservadores, reduz o peso da soberania popular e desconstitui o sufrágio como universal.
Para o cidadão ativo, que, além de votar, se organiza para garantir os direitos civis, políticos e sociais, o enfoque
é inteiramente outro. O tempo e o trabalho dedicados ao acompanhamento continuado da política não se apresentam
como restritivos da liberdade individual. Pelo contrário, são obrigações autoassumidas no esforço de construção e
aprofundamento da democracia e de vigília na defesa das liberdades individuais e públicas. A ideia de que a
democracia se constrói nas lutas do dia a dia se contrapõe, na essência, ao modelo liberal. O cidadão escolado na
disputa política sabe que a liberdade de não ir votar é uma armadilha. Para que o sufrágio continue universal, para
que todo poder emane do povo e não, dos donos do poder econômico, o voto, além de ser um direito, deve conservar
a sua condição de dever cívico.
Léo Lince. Em defesa do voto obrigatório.
Internet: <www.correiocidadania.com.br/> (com adaptações).

III. MEU CORRETOR É UM RETARDADO?

A resposta é: sim! Seu corretor é um retardado! Portanto, você deve escrever de modo que fique tudo bem
“explicadinho”, sem imaginar que seu avaliador saiba alguma coisa sobre aquilo que você está escrevendo! Fui!

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I. ESTRUTURA DO TEXTO DISSERTATIVO
 Introdução (tema + argumentos);
 Desenvolvimento (defesa dos argumentos);
 Conclusão (aquilo que se entende a partir dos argumentos)
 Introdução
 Chance de a redação sair legal;
 Estrutura:
• Tema (linhas iniciais)
• Argumentos (apresentando a estratégia)
• Prévia da conclusão.
 Proibições:
• Iniciar com a mesma sentença do tema;
• Iniciar com pronome demonstrativo;
• Fazer um “enrolation” para adentrar o tema;
• Iniciar com a palavra “atualmente”.
Eu sei que o grande problema dos concursandos é INICIAR O TEXTO. Portanto, vou dar algumas dicas aqui de
como introduzir sua prova descritiva. Vou utilizar um tema simples para introduzir todos os textos: sistema prisional
brasileiro. Vamos lá!
 Sentença declarativa:
Trata-se de utilizar uma afirmação para introduzir o texto. A partir da informação, desenvolvem-se as
considerações.
Veja: Não há como negar que o sistema prisional brasileiro precisa de uma séria revisão estrutural.
 Interrogação:
Nessa estratégia, basta introduzir o texto com uma pergunta que servirá de substrato para o desenvolvimento do
texto. Lembre-se de que a pergunta DEVE ser respondida.
Veja: Há uma questão que reverbera na sociedade brasileira com relação à segurança pública: deve haver uma
revisão estrutural no sistema prisional do país?
 Relação adversativa:
Nessa estratégia, é eficaz construir uma relação de oposição nas linhas iniciais para que sirva de motivação à
construção do texto.
Veja: Se, por um lado, verificam-se estabelecimentos prisionais com estrutura adequada em algumas regiões do
país, por outro, é visível a situação de decadência e descaso com os presidiários. Esse fato aponta para uma
necessidade de revisão estrutural do sistema prisional brasileiro.
 Referência Histórica:
Uma das técnicas mais eficazes está nesse item. Basta utilizar alguma alusão histórica para fundamentar o texto.
Veja: Não é de hoje que o sistema prisional brasileiro apresenta problemas. No ano de (colocar a data e o dado
histórico).
 Palavra-chave:
Partindo de um conceito simples, pode-se desenvolver todo o texto.
Veja: Revisão estrutural completa. Esse termo é cada vez mais merecedor de atenção e reflexão das autoridades
brasileiras quando se fala sobre o sistema prisional brasileiro. Seja por isso... seja por aquilo.
 Relação causal-consecutiva:
Basta enunciar a relação de causa e consequência com a qual se trabalhará ao longo do texto.
Veja: A causa principal para a necessidade de uma revisão estrutural no sistema prisional brasileiro é o descaso com
a pessoa humana que é verificado nos presídios pelo país.

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I. ESTRATÉGIAS PARA O DESENVOLVIMENTO DO TEXTO
O concursando que possui mais experiência e desenvoltura na escrita pode achar que estou falando sobre
assuntos ineficazes, ou que se trata, basicamente, de formas para “mecanizar” a redação do aluno. Bem, você é livre
para pensar assim, porém quero garantir que o meu aluno, o guerreiro concursando, consiga um desempenho no
mínimo razoável, evitando que sua reprovação no concurso ocorra!
Logo, vamos trabalhar com estratégias para “encorpar” sua redação, ou seja, para desenvolver o seu texto com
qualidade e solidez. É preciso que você entenda o seguinte: seu desenvolvimento está intimamente atrelado à sua
introdução, pois, quando se parte das sentenças introdutórias, encaminhar o desenvolvimento fica muito mais fácil.
Vamos abordar as estratégias em questão!
 Causa e Consequência
Na presente estratégia, a ideia central é selecionar a temática pensando nos argumentos a serem desenvolvidos.
A partir disso, começa-se a identificar as causas do termo em questão, para que, ao longo dos parágrafos, sejam
identificadas as consequências provenientes das informações iniciais. Isso tudo parece muito abstrato, por isso,
vamos tentar simplificar com exemplos.
Para o exemplo em questão, vou partir da introdução proposta no bloco anterior feita na relação causal-
consecutiva, só então partiremos ao desenvolvimento.
Tema: Sistema prisional brasileiro.
Argumentos: Precisa de uma reforma estrutural porque existe descaso com a pessoa humana.
Causas:
 O descaso se mostra na falta de cuidado com a estrutura física de alguns presídios.
 Há descaso também na ausência de políticas de reinserção social do apenado.
Consequências:
 Humilhação, baixa condição de saúde e desenvolvimento intelectual.
 Ausência de perspectiva de vida para o presidiário após sua saída da penitenciária, o que o impele a
continuar com a criminalidade.
 Introdução: A causa principal para a necessidade de uma revisão estrutural no sistema prisional brasileiro é o
descaso com a pessoa humana que é verificado nos presídios pelo país.
 Desenvolvimento:
Primeiro parágrafo: O descaso em questão pode ser evidenciado na falta de cuidado com a estrutura física de
alguns presídios do Brasil que, sem capacidade para suportar o enorme contingente de presidiários, acaba
sujeitando-os a um confinamento humilhante, com baixíssimas condições de saúde e desenvolvimento intelectual.
Não é de se estranhar que a violência acabe por ser um atrativo para o indivíduo que se encontra nesse contexto.
Segundo parágrafo: Como não bastasse a impossibilidade de haver vida digna dentro do presídio, a perspectiva
do lado de fora da carceragem não é muito boa. A ausência de políticas de reinserção do apenado faz com que ele
seja, cada vez mais, impelido a voltar para a criminalidade, uma vez que ela parece ser a única forma de “atuação”
que o sistema social brasileiro da contemporaneidade parece lhe oferecer.
Você percebeu que eu não precisei de muito para construir todo o parágrafo? Isso aconteceu porque, na
composição de cada parágrafo, eu, simplesmente, utilizei as estruturas que já havia separado na minha seleção de
argumentos, fato que facilitou extremamente a composição do texto. Se achar interessante, pode treinar essa tática.
 Enumeração de Fatos
Na estratégia em questão, pode-se partir de uma constatação simples (o que faz par com a introdução por meio
da sentença declarativa), para que, posteriormente, os fatos selecionados sirvam para corroborar com a sentença
inicial.
Tema: Quais são as vantagens da utilização da tecnologia na educação em um contexto no qual é grande o número
de analfabetos?
Argumento: há vantagens!

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 Fatos:
 A tecnologia pode acelerar e facilitar o processo de alfabetização;
 A capacitação dos profissionais pode ser ampliada por meio dos avanços tecnológicos.
 Introdução: Não há como negar que a tecnologia, quando bem empregada, propicia avanços tremendos. A
situação é ainda mais interessante quando a união dos avanços tecnológicos se dá com a educação. Mesmo
num contexto em que o analfabetismo ainda é uma realidade, como é o caso do Brasil, vislumbram-se
perspectivas tangíveis de melhora.
 Desenvolvimento:
Primeiro parágrafo: A primeira vantagem do provável binômio tecnologia-educação é a possibilidade da redução
do número de analfabetos efetivos em todo o território nacional. A utilização de softwares que otimizem o processo
de aquisição da escrita e realização da leitura pode surtir resultados positivos. Quer dizer, essa contribuição está
relacionada ao emprego dos computadores no contexto educativo, o que pode, ainda, ser melhorado, levando em
consideração que o material audiovisual (retroprojetores, rádios, aparelhos de blu-ray etc.) propicia um contato mais
lúdico do conteúdo para com os possíveis estudantes.
Segundo parágrafo: Como se sabe, a capacitação do profissional da educação é primordial para que o
desenvolvimento do trabalho docente seja eficiente. Logo, com o emprego dos recursos tecnológicos disponíveis, a
exemplo de aulas online, cursos de pós-graduação a distância, “audiobooks” (livros narrados para reduzir o tempo de
leitura de uma obra), acervos virtuais entre outras ferramentas, a prática do profissional da educação, além de ser
facilitada, é aprimorada.
Aluno querido, você percebe que estou escrevendo apenas dois parágrafos. Claramente, a minha intenção é
mostrar que há possibilidade de se desenvolver um texto com tranquilidade. Você pode, como recurso metodológico
que vise o aprimoramento de sua redação, escrever mais parágrafos sequenciais aos que eu escrevi, ou mesmo
reescrever os parágrafos que eu sugeri. A ideia é nunca desanimar e testar todas as possibilidades.
Nos próximos itens, vou lançar a ideia para você tentar desenvolver.
 Alusão Histórica
No desenvolvimento por alusão histórica, parte-se da introdução em que se utiliza a mesma estratégia, para
estabelecer um tipo de “genealogia” da temática em questão. Não se esqueça de que os argumentos históricos
servirão para comprovar o que se defende no texto, por isso, devem-se alinhavar muito bem os episódios
selecionados. Outra observação: TENHA CERTEZA DAQUILO QUE VOCÊ AFIRMA!
Eis uma possibilidade de introdução para que você pesquise e desenvolva seu texto.
Tema: combate às drogas no território brasileiro.
Sugestão de introdução para ser desenvolvida: Em retrospecto a situação do combate às drogas no território
brasileiro, alguns dados históricos revelam uma estatística importante:... (boa sorte)
 Discurso autorizado (fala de especialista)
Utilizando o discurso autorizado, transmite-se a impressão de maior consistência argumentativa. A dica aqui é a
seguinte: não copie trechos da proposta, tampouco invente informações, pensando que vá dar certo. O corretor sabe
que, quando você escreve “pesquisas mostram”, “cientistas revelam”, está, na realidade, tentando convencê-lo de
algo que nem você tem certeza.
Agora, você pode resumir essas táticas em uma tabela e buscar a que mais fácil de desenvolve em sua prática de
escrita.

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I. O PARÁGRAFO DISSERTATIVO
Vou tentar mostrar para você agora, guerreiro concursando, a estrutura do parágrafo dissertativo, ou seja, como
compor um parágrafo claro e que possua qualidade. Primeiramente, é preciso entender que há limites impostos pela
propriedade da estrutura dissertativa, quero dizer que não se pode simplesmente tentar inovar o que já tem sido um
padrão de escrita há tantos anos. Você não vai reinventar o texto dissertativo, portanto fique atento às ideias
principais relacionadas ao princípio de construção do parágrafo na dissertação.
• O TÓPICO FRASAL – UM CONCEITO IMPORTANTÍSSIMO
Cada texto possui uma temática específica, é claro, com suas estratégias de desenvolvimento, seus argumentos,
suas posições “ideológicas” etc. Porém, nem sempre se dedica atenção suficiente à compreensão da estrutura
interna de todos esses elementos que compõem a materialidade do texto, o que acaba por permitir que uma lacuna
se forme na compreensão que o concursando possui de dissertação – quer seja argumentativa, quer seja meramente
expositiva.
Avaliando a construção dos parágrafos de um texto com nuanças dissertativas, percebe-se que um elemento é
primordial para o sucesso da argumentação ou da exposição: o tópico frasal, sólido e bem definido. O que significa
dizer isso? Simples: significa dizer que se deve apresentar uma ideia ou conceito que será o alvo do parágrafo, sobre
o que você irá escrever, expondo ou argumentando sobre.
O tópico frasal deve ser claro, curto e objetivo. Nunca deixe seu parágrafo ficar confuso, ou apresentar mais ideias
do que o conveniente, entendendo que o conveniente é inserir UMA ideia de cada vez em cada possibilidade de
desenvolvimento. A exceção é feita ao parágrafo introdutório, no qual se pode fazer um pequeno “resumo” do
propósito do texto. Desse modo, o texto fica organizado e fácil de ler, indicadores de boa nota!
Uma vez estabelecido o tópico frasal, além das possibilidades de quem já possui uma grande desenvoltura na
escrita, há três básicas estratégias: indicar a causa do fato; dar uma explicação para o fato, ou realizar a defesa
daquilo que se disse. Portanto, após escolher a sentença a ser trabalhada no parágrafo, adote um dos procedimentos
erigidos (mencionados) anteriormente, assim, você evita que seu parágrafo fuja da temática proposta.
Lembre-se de que o tópico frasal possui algumas exigências:
1) concisão;
2) clareza;
3) solidez;
4) coerência;
5) objetividade;
6) bom espaço na margem;
7) pontuação precisa.
Lembrete rápido: se quiser utilizar um exemplo comprobatório em seu parágrafo do desenvolvimento, fique à
vontade, porém não se permita exagerar, inventar ou inserir itens que não estejam relacionados à temática ou à
proposta!
II. A JUSTA MEDIDA DO PARÁGRAFO
Veja bem, eu não quero “mandar” em seu texto, mas há uma consideração importante a ser feita com relação à
extensão do parágrafo num texto dissertativo. A justa medida, a medida “áurea” para os parágrafos de
desenvolvimento é de sete linhas. Sim, se fizer o cálculo com relação ao número de linhas, perceberá que três
parágrafos com essa numeração somados à introdução e conclusão fecham, com folga, a distribuição perfeita das
ideias no texto.
Quero dizer que, se um parágrafo do seu texto extrapolar o limite, como ocorre em algumas situações,
provavelmente, o peso de seus argumentos será afetado, ou seja, haverá um problema de distribuição das ideias do
texto: algumas ficarão com menor aprofundamento; outras ficarão com aprofundamento demasiado. O velho mestre
Aristóteles bem conhecia que a “justa medida” – o equilíbrio entre um atributo em excesso ou em falta - é o essencial
para se atingir qualquer objetivo.

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• ENTENDENDO A TEMÁTICA
Quando o concursando lê a prova discursiva e se depara com a temática proposta, acaba, em algumas situações,
por não conseguir entender como deve proceder à escritura do texto. Bem, para que isso não ocorra, vou antecipar
para você como costumam ser as temáticas apresentadas em concursos públicos.
 1º padrão
Temática direta e objetiva: nesse padrão, deve-se observar a temática, sempre buscando conceitos-chave que
façam remissão ao conteúdo proposto. Desse modo, é possível ficar preso ao tema
 2º padrão
Temática direta e objetiva com posicionamento: nesse padrão, além de focalizar diretamente a temática, quer
dizer, possuir objetividade no tratamento do tema (não enrolar para entrar no assunto), é necessário também deixar
clara sua posição com relação ao tema. Lembrete: o posicionamento não deve ser feito por meio da 1ª pessoa do
singular, pelo amor de Deus!
 3º padrão
Temática direta e objetiva com posicionamento + subitens: nesse padrão, a posição clara com relação à temática
deve ser acompanhada de uma focalização direta nos subitens. Sugiro que você separe um parágrafo para cada
subitem pedido no texto, uma vez que, dessa forma, o corretor percebe que houve distribuição equivalente dos
argumentos com relações aos subitens.
 4º padrão
Temática direta e objetiva + subitens: nesse padrão, não é necessário mostrar posição, pois o texto é expositivo,
então, não há com que se preocupar em relação à convencimento. Basta apostar em uma progressão clara do texto.
 5º padrão
Temática indireta (subjetiva): nesse padrão, a preocupação do concursando é conseguir abstrair o assunto da
temática, ou seja, o histórico de leituras permite que o candidato consiga interpretar a mensagem tratada e abordar
com consistência o tema da redação.
III. CONCLUSÃO DO TEXTO
A conclusão do texto possui, basicamente, três funções:
1) Retomar a ideia inicial, asseverando a posição defendida, para um fechamento coerente da estrutura do texto.
2) Se a proposta pedir, a conclusão serve para propor soluções para os problemas apresentados no texto.
3) Finalmente, criar um impacto no leitor. Um cuidado, porém: não pense que usar chavões, frases de efeito ou
citações que não foram trabalhadas no texto anteriormente possa fazer o seu texto brilhar. O efeito será
contrário!

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I. ANÁLISE DE TEXTOS
Proposta 1 – Papiloscopista Polícia Federal – Cespe
Segundo o professor Sérgio Hadad, da PUC/SP, “não há exemplo na história da humanidade em que o
analfabetismo tenha sido superado sem uma política pública de qualidade”.
Salvatore Santagada. Zero Hora, 20/3/1999.

Vivemos atualmente sob o impacto de profundas transformações socioculturais. A revolução informacional e


outras inovações tecnológicas vêm permitindo conquistas notáveis na área do conhecimento. Nunca um número tão
grande de informações esteve tão disponível, as ferramentas auxiliares da inteligência humana, tão aperfeiçoadas,
enfim, nunca houve tão intenso borbulhar do saber. Resta, portanto, indagarmo-nos: o que fazer com tudo isso?
Como lidar com tanta informação sem se perder em excessos e novos equívocos? Como agregar conhecimento
humano e encontrar uma nova síntese civilizacional que aponte novas diretrizes para um mundo que se torna cada
vez mais complexo e se interroga como superar o turbilhão de dificuldades existentes em quase todos os setores da
vida social no panorama global?
Precisamos rever nossas concepções pedagógicas, procurando ultrapassar os comodismos que nos limitam ao
saber estéril. A informação que não é atualizada, avaliada e utilizada para transformar e aprimorar a sociedade é
informação inútil.
O ensino, portanto, deve estar ancorado na realidade, motivando alunos e professores a encontrarem novas
formas de vida social, que não perpetuem injustiças e opressões.
Valmor Bolan. Jornal VS, abril/1999.

Tomando como motivadores o texto inicial da prova objetiva de Conhecimentos Básicos e os excertos acima,
redija um texto dissertativo, posicionando-se acerca das vantagens de utilização da tecnologia na educação, em um
contexto sociocultural em que é elevado o número de analfabetos.
TEXTO 1
Se, por um lado, verifica-se redução nos índices de analfabetismo e aumento nos índices de alfabetização no
Brasil, por outro, é visível a situação de precariedade e descaso com a qualidade do sistema educacional prestado à
população. Esse fato aponta para a necessidade de se priorizar o investimento em educação no país.
Primeiramente, a situação da educação no Brasil não está em nível de qualidade almejado pela população,
exemplo disso são: os baixos salários pagos aos educadores; infraestrutura precária, em que, em alguns casos os
alunos não têm cadeira pra sentar; distância a ser percorrida para se chegar a uma escola. E esses males ficam mais
evidentes quando observamos o ensino público.
Em virtude disso, cria-se a necessidade de melhorar a qualidade no ensino público, exigindo do Governo maiores
investimentos na área da educação, assim, incentivando os educadores e educandos ao maior envolvimento e,
consequentemente, desenvolvendo esse ramo, podendo ser auxiliado, por exemplo, reformas em escolas e criação
de plano de cargos e salários para os profissionais da educação.
Naturalmente, com o maior incentivo do Estado na educação, a nação estará formando futuros profissionais que
poderão trazer progresso e desenvolvimento econômico ao país, como nas áreas de engenharia, medicina, física e
muitas outras, dessa forma, destacando o papel da educação no desenvolvimento econômico do país.
Em face do apresentado, conclui-se que a educação de qualidade é essencial para a evolução do país e que o
investimento nessa área pode trazer bons retornos à nação, na geração de profissionais e destacando, cada vez
mais, o papel da educação no desenvolvimento e progresso do Brasil.
ALTERAÇÕES DO TEXTO
Se, por um lado, verifica-se redução nos índices de analfabetismo e aumento nos índices de alfabetização no
Brasil, por outro, é visível a situação de precariedade e descaso com a qualidade do sistema educacional prestado à
população. Esse fato aponta para a necessidade de se priorizar o investimento em educação no país.
Primeiramente, a situação da educação no Brasil não está em nível de qualidade almejado pela população,
exemplos disso são: os baixos salários pagos aos educadores; infraestrutura precária, em que, em alguns casos, os
alunos não possuem mesas e carteiras para realizarem as atividades em sala; além de distâncias a serem
percorridas para chegarem a uma escola. E esses males ficam mais evidentes quando observamos o ensino público.

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Posteriormente, cria-se a necessidade de melhorar a qualidade no ensino público, exigindo do Governo maior
investimento na área da educação, assim, incentivando os educadores e educandos ao maior envolvimento e,
consequentemente, desenvolvendo esse ramo, podendo ser auxiliado, por exemplo, por reformas em escolas e
criação de plano de cargos e salários para os profissionais da educação.
Naturalmente, com o maior incentivo do Estado na educação, a nação formará futuros profissionais que poderão
trazer progresso e desenvolvimento econômico ao país, em áreas como engenharia, medicina, física e muitas outras,
o que, dessa forma, acaba por destacar o papel da educação no desenvolvimento econômico do país.
Em face do apresentado, conclui-se que a educação de qualidade é essencial para a evolução do país e que o
investimento nessa área pode trazer bons retornos à nação, na geração de profissionais e destacando, cada vez
mais, o papel da educação no desenvolvimento e progresso do Brasil.
Comentário: para ficar melhor ainda, o texto poderia ter sua conclusão retomando o que foi dito na introdução.
Proposta 2:
Considere as seguintes situações hipotéticas.
 Situação hipotética 1
Maria acumulou dois cargos públicos, o de odontóloga em hospital público estadual desde 3/12/1990, e o de
dentista militar no Exército brasileiro desde 4/3/1991, ambos com regime de trabalho de 20 horas semanais.
 Situação hipotética 2
Pedro acumulou dois cargos públicos, o de professor universitário, com regime de trabalho de 20 horas semanais,
e o de técnico judiciário, de nível médio, para o qual não há exigência formação específica, com regime de trabalho
de 40 horas semanais.
A partir das situações acima apresentadas, redija um texto dissertativo que responda, de forma justificada, aos
seguintes questionamentos.
1) Tanto a conduta de Maria quanto a de Pedro configuram acumulação ilegal de cargos públicos?
2) Caso se identifique acumulação ilegal de cargos públicos, que procedimento(s) deve(m) ser adotado(s) pela
autoridade competente e pela comissão do processo administrativo disciplinar?
TEXTO 2
A acumulação de cargos públicos na Administração Direta e Indireta é proibida e, somente pode ocorrer em casos
especiais, previstos em lei. De acordo com a Constituição da República Federativa do Brasil, é lícita à acumulação
de: dois cargos de professor, um de professor com outro de técnico ou científico e dois profissionais da área de
saúde.
As situações hipotéticas em questão não são qualificadas como ilegais, uma vez que, conforme mencionado,
Maria acumulou dois cargos da área de saúde e Pedro atuou como professor universitário e técnico. Ambos os
casos, são expressamente citados e admitidos na legislação brasileira.
No entanto, se a acumulação não fosse permitida, assim que a autoridade competente constatar a ilegalidade
deve, de imediato, comunicar à chefia do servidor a ocorrência, a qual informará a ele de que, no prazo
improrrogável, de dez dias, deverá optar por um dos empregos, cargos ou funções – prevalecendo sua boa-fé e não
instauração do processo.
Se o servidor não agir e optar, a comissão de sindicância instaurará um processo administrativo disciplinar e
reduzirá a apuração através do procedimento sumário, que no período de trinta dias – prorrogável, se necessário, por
mais quinze dias – proferirá suas conclusões e encaminhará a autoridade julgadora, a fim de ser decretada a
decisão.
Comprovada a má-fé, o servidor fica sujeito à demissão de ambos os cargos, ressarcimento ao erário das
quantias recebidas indevidamente, suspensão dos direitos políticos, dentre outras penalidades.

Lei do Direito Autoral nº 9.610, de 19 de Fevereiro de 1998: Proíbe a reprodução total ou parcial desse material ou divulgação com fins
comerciais ou não, em qualquer meio de comunicação, inclusive na Internet, sem autorização do Alfa Concursos Públicos Online.

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