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Ano VIII • Nº 32 • 2011 • Distribuição Gratuita • Tiragem: 35.000 exemplares • www.bd.

com/brasil

NR 32 Aplicação de injeção:
Segurança na prática
A cada dia aumenta o número de far-
a arte de fidelizar o cliente
mácias em todo o Brasil que estão usan-
do material perfurocortante com dispo-
sitivo de segurança nas aplicações de
injetáveis. O representante da Confede-
ração Nacional da Indústria na Comis-
são Tripartite Permanente Nacional da
NR 32, Mauro Daffre, analisa o que esta
mudança representa para a saúde dos
profissionais do setor e para os proprie-
tários dos estabelecimentos farmacêu-
ticos. Leia nas páginas 4 e 5

Boas práticas
Organize as tarefas em sua farmácia
com Procedimentos Operacionais Pa-
drão e melhore a qualidade no atendi- Ao executar um excelente serviço de aplicação de injetáveis, o profissional de
mento. Página 6 farmácia demonstra seu compromisso em contribuir efetivamente com a saúde
do paciente. É também uma forma efetiva de construir um relacionamento de
Pense em sua saúde confiança e credibilidade com o cliente. Saiba mais como as boas práticas
farmacêuticas podem fidelizar o cliente. Página 2
e vacine-se
Se você trabalha em farmácia e ainda
não está imunizado contra doenças in-
fectocontagiosas, não perca mais tem-
Atualize-se
po: informe-se sobre o programa de Novas recomendações no uso das agulhas
vacinação disponível em sua cidade. BD Ultra-Fine para aplicação de insulina
Veja as recomendações da equipe de
Ambulatório, Coordenação Farmacêu- Confira na página 3
tica e Segurança do Trabalho da Dro-
garia São Paulo. Página 7

Econofarma Recife
Sucesso do evento prova que o seg-
mento de farmácia cresce no Nordes-
te. Página 8
Aplicação de injetável:
ferramenta poderosa para fidelizar clientes
Na relação entre a farmácia e o cliente está implícito que o objetivo do estabelecimento é, além de atender as
necessidades do cliente, fidelizá-lo. Neste sentido, a aplicação de injetável é uma importante estratégia para a
farmácia manter os clientes atuais e ainda atrair novos. De fato, este é um serviço de grande responsabilidade
que pode resultar em inúmeros benefícios para o cliente e para o estabelecimento, como veremos neste texto.

Por Monise Vicente – Farmacêutica e Consultora Educacional da BD

A
lém da venda de deve manter uma forte preo-
medicamentos, cupação com a qualidade
atualmente as far- deste serviço e não somen-
mácias são estabe- te executá-lo repetidamen-
lecimentos que prestam di- te e sem conhecimento de
versos serviços à população. uma técnica apropriada. In-
Com a publicação da Reso- felizmente, não é raro nos
lução 44 – RDC 44 em agos- depararmos com profissio-
to de 2009, que dispõe sobre nais indispostos a fazer a
boas práticas farmacêuticas, aplicação de injetável de ma-
nota-se que o futuro das far- neira apropriada, pois há
mácias está na prestação de quem tenha uma visão equi-
assistência à saúde. A entre- vocada de que se perde tem-
ga de serviços é uma das prin- po e dinheiro com a execução
cipais formas de se construir deste serviço. No entanto, os
um relacionamento a longo prazo e um rosto e cordialidade, estar atento aos resultados futuros obtidos com uma


dos serviços que podem ser prestados seus anseios e necessidades de forma in- aplicação bem sucedida podem ser mui-


nestes estabelecimentos é a aplicação de dividualizada, ser educado e gentil, to maiores do que se espera: o cliente

medicamentos injetáveis. transmitir a ele calma e segurança du- retornará para fazer novas compras,


Porém, sabemos também que quando rante o atendimento e o procedimento. tornando-se fiel não somente ao esta-

se trata de aplicações de injetáveis, po- Estes são alguns aspectos que contri- belecimento mas principalmente ao

dem ocorrer complicações decorrentes buem na estratégia de fidelizar o cliente bom aplicador de injetáveis, o chama-


de procedimentos executados de forma ao estabelecimento, e principalmente ao do “Mão Boa”. Sendo assim, se o clien-

inadequada e isso comprometerá a con- profissional que o atende. te escolhe o seu estabelecimento para to-


fiança no serviço oferecido pelo estabe- Afinal, submeter-se a uma aplicação de mar uma injeção, esta oportunidade deve

lecimento. Portanto, o profissional deve injetável não é uma situação simples para ser muito bem aproveitada. Pode ser um

se atualizar, conhecer o medicamento, a a maioria das pessoas, por ser uma ex- momento único de transmitir segurança


técnica de aplicação a ser utilizada e ter periência associada a desconforto e dor. ao cliente e fazer com que ele retorne a

materiais de qualidade para realizar o Geralmente o cliente enfermo pode es- sua farmácia, tornando-se um cliente leal


procedimento. O uso de materiais de tar fragilizado física e emocionalmente. e sempre presente.


qualidade numa aplicação de injetável Portanto, o momento da injeção pode Podemos então concluir que um bom

proporciona segurança e maior confor- representar uma situação de medo a ele.


serviço de aplicação de injetáveis é uma


to para o cliente. Este quadro pode ser revertido se o pro- das formas da farmácia demonstrar que

fissional transmitir confiança e seguran-


Bom atendimento supera o medo seus objetivos vão muito mais além do
ça a ponto do cliente perceber que sua

Vale lembrar que, além de todos es- que simples interesses comerciais, mas

saúde está em boas mãos. Desta manei-


que tem compromisso em contribuir efe-

tes cuidados, outro ponto fundamental


ra, quando o cliente percebe o valor do

é oferecer um bom atendimento, pois tivamente para a recuperação da saúde


serviço prestado, torna-se possível for-


uma boa aplicação inicia-se no primei- do paciente. Assim, sela-se um relacio-

talecer o relacionamento com ele.


ro contato do profissional com o clien- namento fiel e transparente, e certamen-


te, ou seja, no balcão de atendimento. Oportunidade imperdível te o usuário depositará no estabeleci-



Receber o cliente com um sorriso no Diante destes fatores, o profissional mento, confiança e credibilidade.

O Jornal BD Mão Boa é uma publicação da Becton Dickinson Indústrias Cirúrgicas Ltda. Rua Alexandre
Dumas, 1976, CEP – 04717-004, Chácara Santo Antônio – São Paulo – SP • CRC: 0800 055 5654 • email:
crc@bd.com.br • Coordenadora técnica: Monise Vicente • Colaboradores: Beatriz Lott e Márcia Camargo de Oliveira
• Jornalista responsável : Milton Nespatti (MTB 12460-SP, nespatti@terra.com.br) • Revisão: Solange Martinez • Projeto
gráfico e diagramação: revistas@alvopm.com.br • Fotos: AlvoPM e Milton Nespatti. As matérias desta publicação podem ser reproduzidas desde que citada
a fonte. As opiniões e conceitos publicados são de responsabilidade dos entrevistados e colaboradores dos artigos.

2 Jornal BD Mão Boa


Novas recomendações sobre a utilização correta
dos diferentes comprimentos das agulhas BD
Por: Cintia Cuesta Carrasco de Lima – Enfermeira do Centro BD de Educação em Diabetes
Colaborou Márcia Camargo de Oliveira – Supervisora de Treinamento Técnico/Coordenadora do Centro BD de Educação em Diabetes

A
técnica correta de preparo Em 2010 foi publicado um estudo Hoje, a BD disponibiliza seringas BD


e aplicação de insulina é que utilizou o ultrassom para mensurar Ultra-Fine™ para aplicação de insulina



fundamental para evitar a espessura da pele e do tecido sub- com agulha de 8 mm e 12,7 mm de


aplicação intramuscular, cutâneo nas regiões de aplicação de in- comprimento e agulhas para caneta de



garantir que a insulina atinja o tecido sulina em adultos com diabetes melli- insulina BD Ultra-Fine™ com 5 mm,


subcutâneo e proporcionar bom con- ○

tus. Os resultados obtidos evidencia- 8 mm e 12,7 mm de comprimento. Em


trole glicêmico. ram que em uma população com ca- breve, a BD lançará no Brasil a menor



O comprimento da agulha é um ítem racterísticas diversas (diferentes tipos agulha para caneta de insulina: BD


importante e que pode interferir no con- físicos, IMC, etnia, gênero e local de Ultra-Fine™ Nano 4 mm, que poderá



trole glicêmico. Até pouco tempo, a es- aplicação) o tecido subcutâneo varia ser utilizada por adultos (incluindo


colha do comprimento da agulha para significativamente, porém a variação obesos), crianças e adolescentes.


aplicação de insulina baseava-se no per- da pele é mínima e raramente ultra- A decisão sobre qual agulha será uti-



fil físico do cliente. Assim, quando o passa os 3 mm de espessura(1). lizada deve ser realizada sempre em


obeso se dirigia até a farmácia para ad- Assim, dados comprovados mostram parceria entre o cliente e o profissio-



quirir uma seringa ou agulha para cane- que para os clientes obesos as aplica- nal da saúde. Para isso é muito impor-


ta, o profissional indicava apenas agu- ções com agulhas de 5 mm e 8 mm tante que você, profissional da farmá-


lhas de 12,7 mm para garantir que nes- são tão eficazes e seguras quanto com cia, conheça os diferentes comprimen-



tas pessoas as aplicações de insulina fos- a utilização de agulhas de 12,7 mm. tos de agulhas BD disponíveis (veja ta-


sem realizadas no tecido subcutâneo. O uso de agulhas curtas, diminui o ris- bela abaixo) e saiba relacionar com a



Atualmente, novos estudos trouxe- co de aplicação intramuscular, ofere- técnica a ser utilizada para orientar


ram descobertas marcantes que traça- ce um maior conforto e diminui o ris- quanto ao uso de prega subcutânea, ân-

ram as novas recomendações para apli- co de complicações como hipoglice- gulo de aplicação, entre outras infor-


cação de insulina, dentre elas o uso de mia, favorecendo a aderência ao tra- mações importantes, além de conside-

agulha de menor comprimento para tamento, resultando em controle gli- rar fatores físicos e psicológicos (como


todos os tipos físicos. cêmico adequado. por exemplo fobia de agulha).


Recomendações para uso correto dos diferentes comprimentos das agulhas BD


Seringas BD Ultra FineTM Indicação Prega Ângulo de inserção
e agulhas para canetas subcutânea da agulha
5 mm Adultos (todos os tipos Dispensa o uso da 90°
físicos, incluindo os prega subcutânea.
obesos), crianças e
adolescentes.

8 mm Adultos (todos os tipos Realizar prega Adultos: 90° ou 45° após


físicos, incluindo os subcutânea em todas avaliação profissional.
obesos), crianças e as aplicações.
Crianças e adolescentes: 45°
adolescentes.

12,7 mm Exclusivamente para Realizar prega 90° ou 45° após avaliação


adultos obesos ou com subcutânea em todas profissional.
sobrepeso. as aplicações.

Para ajudá-lo no processo de atualização referente aos produtos BD e às novas recomendações para o preparo e aplicação de
insulina, a BD coloca a sua disposição o Disque Centro BD de Educação em Diabetes através do 0800 11 50 97.
Referência bibliográfica: (1) Gibney MA, Arce CH, Byron KJ, Hirsch LJ. Skin and subcutaneous adipose layer thickness in adults with diabetes at sites used for insulin injections:
Implications for needle length recommendations. Curr Med Res Opin 2010; 26: 1519-30.

Jornal BD Mão Boa 3


NR 32 sai do papel para ser
praticada nas farmácias
Entrevista com Mauro Daffre, Diretor da NÓS, coordenador do
Projeto Trabalhador Saudável-Paciente Vivo (TSPV) e
representante da Confederação Nacional da Indústria (CNI) na
Comissão Tripartite Permanente Nacional (CTPN) da NR 32.

O que é a NR 32? ou para onde se encaminhar. Acreditamos que, ao tirar a NR



Quais fatos levaram 32 do papel e aplicá-la no dia a dia, as farmácias não só


ao estabelecimento estarão praticando responsabilidade social junto a seus fun-


cionários, como colaborando com toda sociedade e com a


da norma?


– Mauro Daffre: a melhoria da imagem de todo o setor da saúde.


Mauro Daffre
Norma Regulamen-


Existe algum plano para dar maior divulgação da NR 32


tadora 32 - Segurança e Saúde no Trabalho em Serviços de no segmento farmácia?


Saúde foi estabelecida pelo Ministério do Trabalho e Empre-


– Mauro Daffre: verificamos que em todo o país, há a parti-

go (MTE) para prevenir e reduzir os vários tipos de acidentes cipação efetiva de segmentos da sociedade que se mobiliza-

ocupacionais que acontecem nos estabelecimentos de saúde. ○

ram para levar conhecimento e atualização para os trabalha-


Em 2002, trabalhadores da saúde de Campinas e região dores e empresários. Contudo, é necessário que as farmá-

identificaram grande número de acidentes no setor e, que cias, os Conselhos Regionais de Farmácia, as instituições re-

após algum tempo, os trabalhadores apresentavam doenças presentantes de empregadores e os trabalhadores deste setor

causadas por contaminações adquiridas no ambiente de tra- unam-se para que, mesmo através de ações de baixo custo e

balho e decorrentes principalmente do contato com material


simples execução, transmitam os pontos principais da NR 32.


biológico, como por exemplo: sangue. Então, os próprios tra- Na maioria das farmácias encontramos aquela placa “Sor-

balhadores solicitaram ao MTE a criação desta norma. Diante ria! Você está sendo filmado”. As farmácias que estão aten-

do problema, um Grupo de Trabalho estabelecido e coorde- dendo a NR 32 poderiam colocar mais uma placa, com estes

nado pelo governo foi formado por empregadores e trabalha- dizeres: “Sorria! Aqui utilizamos seringas com dispositivo de

dores. Após muitos debates e negociações, foi assinado um segurança para o bem dos funcionários e clientes”. Mensa-

acordo que resultou na publicação da NR 32 em novembro de gens visuais despertam a curiosidade dos clientes e os farma-

2005. Em 2008, a partir da publicação da Portaria nº 939 os


cêuticos, balconistas ou auxiliares capacitados poderão pres-


empregadores ficam obrigados a substituir os materiais perfu- tar esclarecimentos sobre este “risco invisível que é o risco

rocortantes convencionais por produtos com dispositivos de biológico” a toda população usuária de farmácias. Estes pro-

segurança. Outra determinação é que os fabricantes e/ou dis- fissionais devem amar a si mesmos, ou poderão ser mais um

tribuidores destes produtos capacitem os profissionais da saú- a somar nas estatísticas de acidentes de trabalho.

de para o uso adequado destas novas tecnologias. Que benefícios a empresa empregadora ou o proprietário

Qual é a dimensão desses acidentes com perfurocortantes do estabelecimento farmacêutico terão ao seguir a NR 32?

– Mauro Daffre: ao praticar esta norma, os donos das far-


em farmácias no Brasil?

– Mauro Daffre: há muito tempo, o setor da saúde mantém a mácias podem ser beneficiados por muitos fatores entre os

quais podemos citar três: gestão, prevenção e lucro.


infeliz posição de primeira colocada em número de aciden-


tes de trabalho, superando até mesmo o setor da construção A gestão da segurança do trabalho resultará na padroniza-

civil. Após a publicação da NR 32, o número de acidentes ção dos procedimentos na sala de injetáveis, que além de

com material biológico, seja com materiais perfurocortantes reduzir o número de acidentes, mostrará onde reduzir cus-

ou não, cresceu consideravelmente em função de uma ex- tos com desperdício de materiais e prevenir descartes inade-

quados de resíduos.

plosão de notificações, porque estes acidentes em sua maio-


ria eram subnotificados tanto por medo dos trabalhadores, A prevenção através da capacitação dos funcionários de-

monstrará que o investimento compensa e evita prejuízos


como por falta de cultura de segurança dos empregadores e,


em algumas situações, até por descaso. futuros.


Em 2008, o setor da saúde registrou 49.806 acidentes, o O lucro virá de funcionários mais comprometidos e satis-

que representou 6,56% do total de 747.663 acidentes de feitos devido à preocupação da direção do estabelecimento

trabalho no Brasil, segundo as estatísticas do Ministério de com sua saúde, bem como da clientela, pois esta tem o poder

de notar diferenças e dar preferência às farmácias responsá-


Previdência Social (MPS). Dados de pesquisas nacionais e


internacionais permitem afirmar que, não só no setor de far- veis, que respeitam a lei e utilizam produtos com dispositivo

de segurança, para o bem de todos.


mácias, como nos demais tipos de estabelecimentos da saú-


de, as picadas por agulhas são os acidentes que mais ocor- No âmbito previdenciário, quais benefícios a norma pro-

rem nos ambientes de trabalho. E o pior, a maioria das pes- porciona ao empregador e/ou empresa, além da prevenção

soas que se acidenta não sabe o que fazer, a quem recorrer de acidentes?

4 Jornal BD Mão Boa


– Mauro Daffre: se a NR 32 for praticada com eficácia,
haverá uma redução do número de acidentes e menor
será a alíquota que o empregador pagará de Seguro Aci- Na rota da prevenção
dente de Trabalho (SAT). Com custo menor a farmácia
será mais competitiva perante os concorrentes. Com a
aplicação pela Previdência da nova metodologia do Fator É cada vez maior o uso de serin-
Acidentário de Prevenção (FAP), no decorrer do tempo o gas de segurança e outros produtos
empregador poderá obter uma redução de até 50% do safety nas aplicações de injetáveis,
valor pago mensalmente. Porém, caso o número de aci- por farmácias instaladas fora do
dentes aumente, a alíquota pode aumentar e até dobrar. eixo das grandes cidades. Isso vem
E isso é mais doloroso para o bolso do empregador. ocorrendo não só nas grandes re-
des, como também em estabeleci-
Quanto ao treinamento dos profissionais de farmá-
mentos independentes de cidades
cia, o que deve ser considerado, visto que a norma esta-
com menos de 500 mil habitantes.
belece que “os funcionários devem ser informados so-
É o caso da Drogaria do Povo em
bre os riscos”?
Peruíbe, no litoral sul de São Pau-
– Mauro Daffre: a NR 32 dá importância fundamental
lo, onde o seu proprietário, Manolo
à capacitação, pois o profissional só irá praticar as me-
Castro, decidiu substituir as serin-
didas de segurança se tiver conhecimento dos riscos. Para
gas convencionais pela de seguran-
estipular o conteúdo dos treinamentos é necessária a
ça. “Meu objetivo com isso é pre-
análise de um profissional especializado em segurança e
venir acidentes com agulhas conta- Manolo Castro
saúde do trabalho, que levará em conta a função do fun-
minadas”, declara. Em seu estabe-
cionário e os riscos específicos do seu posto ou ambien-
lecimento, além dele, apenas uma farmacêutica e uma enfermei-
te de trabalho.
ra executam as aplicações.
O senhor poderia citar algo sobre os valores das Em 43 anos de profissão, Manolo conta que se acidentou algu-
multas? mas vezes com agulhas. “Felizmente, por pura sorte, nunca me
– Mauro Daffre: desde 19 de novembro de 2010, o des- infectei”, assegura. Ele só veio a conhecer a existência da NR 32
cumprimento da Portaria nº 939 e a não utilização de quando participou recentemente de uma palestra promovida pela
produtos perfurocortantes com dispositivos de seguran- BD sobre o assunto. Ele não sabia que o uso de seringa com dis-
ça podem resultar em multas aplicadas pelos fiscais do positivo de segurança passou a ser obrigatório a partir de 18 de
trabalho. A CTPN já solicitou e o Ministério do Trabalho novembro. “Parece que na minha farmácia nós nos antecipamos
e Emprego deve publicar em breve o Grau de Infração à NR 32, pois estamos usando a BD SoloMed™ há mais de 6
referente ao descumprimento desta exigência. meses”, comenta.
Considerando que o acidente por perfurocortantes é A rede Bifarma de Farmá-
grave, pois há o risco de contaminação e isto pode até cias, que reúne cerca de 100
causar a morte do trabalhador, o Grau de Infração será lojas na capital e interior
o maior, ou seja, grau 4 e as multas irão variar de paulista, também passou a
R$ 2.396,00 a R$ 6.708,00, dependendo do número utilizar seringa de seguran-
de empregados da farmácia. Estes valores poderão ser ça, além de coletores de per-
aumentados em casos de embaraço, reincidência, artifí- furocortantes rígidos, como
cio ou simulação. Caso as multas não sejam suficientes determina a norma. Na opi-
para sensibilizar o empregador para o cumprimento da nião do farmacêutico Gusta-
legislação, este ficará sujeito a interdição ou embargo vo Vaz Evangelista, que tra-
do seu estabelecimento. balha na unidade da Bifarma
Quais as ferramentas que o segmento farmácia dis- em Araçatuba, a NR 32 vai
põe hoje para seguir a NR 32 e garantir segurança e mais além da proteção do
saúde ao trabalhador? profissional de saúde. Ele
– Mauro Daffre: uma das ferramentas é o Projeto Tra- A partir da esquerda, Gustavo e Adeilson
acredita que também seja
balhador Saudável - Paciente Vivo (TSPV), que através uma ferramenta voltada aos
de 10 cursos à distância focados na NR 32 já ampliou o interesses das empresas empregadoras. “Um acidente com agulha
horizonte de mais de 25 mil profissionais nas capitais e contaminada pode sair muito caro para o empregador, pois além
nas cidades mais distantes. Através do Informativo TSPV, de responder a processo trabalhista por descumprimento da nor-
levamos hoje conhecimento e atualização sobre a NR ma, a empresa terá de arcar com o ônus do afastamento temporá-
32 a mais de 80 mil pessoas, número este que cresce rio e às vezes até definitivo do profissional acidentado”, comenta.
todos os dias pelos que se cadastram em nosso site. Por Segundo o coordenador de treinamento da Bifarma, Adeilson
isso, fica a recomendação aos proprietários e profissio- Antonio Alcântara, o uso de dispositivos de segurança nas apli-
nais de farmácia para acessarem o site: www.tspv.com.br cações de injetáveis tem causado boa repercussão entre os profis-
Uma recomendação final aos estabelecimentos farma- sionais da rede. “Os colaboradores que fazem as aplicações reco-
cêuticos: adquiram produtos de segurança de qualidade e nhecem que a empresa está investindo na saúde e na segurança
solicitem aos fornecedores capacitação dos seus profis- da equipe que faz as aplicações. Isso gera satisfação entre os pro-
sionais quanto à correta utilização desses produtos. fissionais e resulta em melhor qualidade no serviço”, observa.

Jornal BD Mão Boa 5


POPs contribuem na organização
da farmácia e na qualidade do
atendimento
A Anvisa estabelece na RDC nº44, de 17 de agosto de 2009, que todas
as farmácias do país tenham o Manual de Boas Práticas, reunindo os
Procedimentos Operacionais Padrão para as principais atividades rea-
lizadas, tais como: serviços farmacêuticos, dispensação de medicamen-
tos, destinação de produtos com validade vencida, utilização de ma-
teriais descartáveis, entre outras. Leia nesta entrevista as recomenda-
ções sobre os POPs, dadas pela farmacêutica e química industrial
Elizabeth Gonçalves
Elizabeth Gonçalves, especialista em Química Industrial Farmacêu-
tica pela UFRJ e Gestão de Documentos pela FGV.
O que são Procedimentos Operacio- riam de acordo com a gravidade da in-

nais Padrão e qual o papel deles nas fração. Além disso o estabelecimento Tarefas que devem ser

farmácias? que não elaborar e cumprir o POP está descritas nos POPs básicos:

– Elizabeth Gonçalves: são procedimen- sujeito a interdição parcial ou total; can-


; treinamento de funcionários;

tos escritos de forma simples e objetiva celamento de autorização para funcio-


sobre técnicas e operações a serem uti- namento e do alvará de licenciamento ; segregação de medicamentos

lizadas em qualquer organização e que entre outras medidas. vencidos, danificados e



descrevem, de forma sequencial, a rea- interditados;


Como os POPs podem beneficiar os

lização de ações rotineiras e específicas. trabalhos da farmácia e até melhorar ; sanitização de desinfecção de

Nas farmácias os POPs são descritos em caixas d’água;


os negócios para o estabelecimento?

um documento destinado a quem real- – Elizabeth Gonçalves: a padronização ; limpeza e higienização do



mente executará as ações de rotina. das tarefas torna o trabalho do profis- estabelecimento;

Por que é importante para o estabe- sional mais eficaz e seguro, já que ele ; colocação de brincos (perfuração

lecimento farmacêutico elaborar os dispõe de um roteiro a ser seguido. Isso de lóbulo auricular);

POPs, executar as tarefas de acordo evita improvisos e reduz a ocorrência ; monitoramento de glicemia

com tais procedimentos e documentar de desvios na execução das tarefas ne-


capilar;

estes processos? cessárias para o funcionamento corre- ; aferição de pressão arterial;


– Elizabeth Gonçalves: a elaboração dos to do processo. Com isso, é possível ga-


; aferição de temperatura axilar;


procedimentos serve como instrumento rantir ao cliente um atendimento de


;

aplicação de injetáveis;
para tornar a execução das tarefas de for- qualidade por qualquer profissional

que o atenda e a qualquer momento ; documentação para


ma padronizada, tornando o processo


que ele se dirija ao estabelecimento. atendimento fiscal;


previsível. Isso é importante dentro de

qualquer processo funcional, pois a par- Como elaborar POPs básicos para as ; dispensação de medicamentos;

tir de uma padronização é possível dimi- tarefas da farmácia? ; aquisição de produtos;


nuir a variação no resultado final da tare- – Elizabeth Gonçalves: a elaboração ; qualificação junto aos

fa executada. Documentar atende às exi- passa por três fases. A primeira é a iden- distribuidores;

gências da RDC 44/2009 Anvisa e garan- tificação dos POPs básicos (veja alguns ; dispensação de medicamentos

te a reprodutibilidade destes processos.


exemplos no box ao lado). A segunda solicitados por telefone, fax e


Há fiscalização por parte de algum fase constitui-se em redigir de forma cla- internet.

ra e simples as tarefas da farmácia pelas


órgão específico que exija a elaboração


do POP? pessoas que executam as mesmas. A ter- belecimento. Desta forma o Farmacêu-

ceira é a elaboração final e o acompa- tico Responsável Técnico pela farmá-


– Elizabeth Gonçalves: sim, a fiscaliza-



ção já é feita feita pelas Vigilâncias Es- nhamento dos POPs pelo Farmacêuti- cia deve elaborá-los de acordo com a

tadual e Municipal, que exigem não só co Responsável Técnico, que é o res- realidade do estabelecimento.

ponsável pela elaboração dos POPs.


a elaboração do POP, como também o Referências bibliográficas:



seu cumprimento. O descumprimento Existem modelos de POPs acessíveis? • Anvisa – Resolução da Diretoria Colegiada - RDC nº

44, de 17 de agosto de 2009.


dessa determinação caracteriza infração – Elizabeth Gonçalves: não é recomen-



• Revista da Farmácia ASCOFERJ (Associação do Comér-


sanitária de acordo com a Lei Federal dado copiar procedimentos de livros ou

cio Farmacêutico do Estado do Rio de Janeiro – Edição


6.437/77 e o estabelecimento autuado de outras organizações, pois existem

158, novembro 2010, págs. 10, 12-13.



poderá ser multado em valores que va- particularidades próprias de cada esta- Colaborou com a matéria: Viviane Massi (Massi Comunicação).

6 Jornal BD Mão Boa


Saúde do Trabalhador

Profissional vacinado é saudável,


responsável e cidadão
Assim como todo profissional de saúde, quem trabalha em farmácia está sujeito a contrair doenças
infectocontagiosas e por isto deve se vacinar. Neste artigo, a equipe de Ambulatório, Coordenação
Farmacêutica e Segurança do Trabalho da Drogaria São Paulo comenta a importância das vacinas e
explica como a empresa desenvolve um programa de imunização efetivo para seus colaboradores.

I
munizar significa tornar o or- com uma agulha após aplicação de

ganismo resistente e capaz de injetável em um cliente portador O que estabelece a NR 32



reagir à presença de agentes in- infectado.


32.2.4.17 - Da Vacinação dos Trabalhadores.


fecciosos. As vacinas são subs- A grande maioria dos colaboradores

tâncias não reagentes, produzidas a adere ao programa de vacinação da 32.2.4.17.1 - A todo trabalhador dos servi-

partir de vírus morto ou inativado de Drogaria São Paulo. São solicitadas có- ços de saúde deve ser fornecido, gratuitamen-

te, programa de imunização ativa contra té-


uma doença, que estimula a criação pias do cartão de vacinação com o re-

de anticorpos, de forma a imunizar e gistro das três doses da vacina contra a tano, difteria, hepatite B e os estabelecidos

no PCMSO (Programa de Controle Médico de


proteger o organismo contra possíveis hepatite B. Os relatórios da empresa

Saúde Ocupacional).

infecções. apontam uma cobertura vacinal de até


Para os profissionais de farmácia fre- 95%. Isso demonstra que os profissio- 32.2.4.17.2 - Sempre que houver vacinas

quentemente expostos a vírus e bacté- nais da rede sentem-se seguros, valori- eficazes contra outros agentes biológicos a

rias, é fundamental estar prevenido con- zados e confiantes em relação à empre- que os trabalhadores estão, ou poderão es-

tar, expostos, o empregador deve fornecê-


tra as infecções. No caso de quem apli- sa. Os colaboradores resistentes ao pro-


ca medicamentos injetáveis a imuniza- grama de vacinação, recebem informa- las gratuitamente.


ção é imprescindível para não correr o ções e orientações sobre a importância


32.2.4.17.3 - O empregador deve fazer o


risco de se infectar em acidentes com da imunização e acabam participando controle da eficácia da vacinação sempre que

perfurocortantes. de forma espontânea. for recomendado pelo Ministério da Saúde e



De acordo com a NR 32 (veja no qua- A preocupação com a segurança e a seus órgãos, e providenciar, se necessário, seu

dro ao lado), os estabelecimentos de saú- saúde dos profissionais repercute tan- reforço.

de devem promover a imunização dos to dentro como fora da Drogaria São 32.2.4.17.4 - A vacinação deve obedecer às

profissionais contra algumas patologias. Paulo, pois esta postura transmite uma recomendações do Ministério da Saúde.

Preocupada com o risco de transmis- imagem de empresa atualizada e res-


32.2.4.17.5 - O empregador deve assegurar


são da hepatite B, doença que pode ser ponsável. Isso também repercute posi-

que os trabalhadores sejam informados das


transmitida através do sangue, a Droga- tivamente na credibilidade dos clien-

vantagens e dos efeitos colaterais, assim como


ria São Paulo, desenvolveu um progra- tes da empresa. dos riscos a que estarão expostos por falta ou

ma de vacinação aos colaboradores que Se você é um profissional de farmá-


recusa de vacinação, devendo, nestes casos,


aplicam injetáveis. Desta forma, geren- cia que procura dar o melhor atendi- guardar documento comprobatório e mantê-

tes, subgerentes, farmacêuticos e balco- mento ao cliente, trabalhando com se- lo disponível à inspeção do trabalho.

nistas das 360 unidades da rede só po- gurança, fica aqui a recomendação: in-

32.2.4.17.6 - A vacinação deve ser registra-


dem aplicar injeções depois que estive- forme-se sobre o programa de vacina-

da no prontuário clínico individual do traba-


rem imunizados contra este vírus (HBV). ção disponível em sua cidade e mante-

lhador, previsto na NR-07.


A vacina é uma medida de prevenção nha-se imune às doenças infectocon-


32.2.4.17.7 - Deve ser fornecido ao traba-


primária, especialmente devido ao ris- tagiosas. A sua saúde agradece e seus

lhador comprovante das vacinas recebidas.


co do profissional sofrer um acidente clientes também!


Vacinação é grátis e pode ser encontrada em postos do SUS

Segundo o Ministério da Saúde, 14.601 ca- vam que muitas pessoas ainda não estão vaci- ponível para profissionais da saúde na rede


sos de hepatite B ocorreram no Brasil em 2009. nadas contra esta doença. E isso representa risco do SUS e é administrada gratuitamente, em

As taxas mais elevadas de detecção foram re- de contaminação para quem trabalha na área três doses.

gistradas na região Sul, no período entre 2002 da saúde.


Mais informações:
a 2009, variando entre 8,4 e 15,6 casos da doen- Portanto, profissional de farmácia não perca

Disque Saúde 0800-61-1997


ça por 100 mil habitantes. Estes dados compro- tempo! A vacina contra a hepatite B está dis-

ou no site do Ministério da Saúde.


Jornal BD Mão Boa 7


Econofarma Recife confirma boas perspectivas
para o setor Farmacêutico no Nordeste
M
ais de R$ 10 milhões em ne-
gócios foram firmados duran-
te os 4 dias de realização na
Econofarma Recife, evento
ocorrido em outubro passado. Segundo
os promotores do evento, participaram
desta feira de negócios cerca de 70 em-
presas da área farmacêutica e aproxima-
damente 5 mil pessoas. “O volume de
negócios demonstra que a nossa decisão
de promover a Econofarma em Recife
foi bastante acertada, principalmente por
ter sido uma feira inédita e sem simila-
res na região Nordeste”, comentou Pau-
lo Heitor Lopes Bruno, diretor da PH
Eventos, organizadora do evento.
Realizada pela primeira vez no nordes-
te, a Econofarma Recife reuniu proprie-
tários de estabelecimentos e farmacêuti-
cos da rede independente e associativista
da região. O evento foi inspirado na feira
paulista, que está na oitava edição e é con-
siderada a maior e mais completa do se- dois estandes, em parcerias com as distri- Lúcia Cavalcanti Amorim, anunciou que

buidoras Santa Cruz e American Farma. ○ o Ministério Público Federal (MPF) fir-

tor farmacêutico na região Sudeste. O en- ○


contro é uma oportunidade para as in- Na ocasião os visitantes dos estandes des- mou em outubro de 2010 um acordo as-

dústrias e distribuidores de medicamen- tas distribuidoras buscavam informações segurando tempo mínimo de 5 horas


tos e produtos de higiene e beleza, além e orientações sobre a NR 32 e produtos para permanência de farmacêuticos nos

de desenvolvedores de softwares, fabri- com dispositivo de segurança, como a estabelecimentos de Recife. Apesar de


cantes de brindes e gráficas, entre outros, seringa SoloMed, além de fazerem solici- desde 1973 a Lei Federal 5991 obrigar

exporem seus produtos e serviços. “O tações de cursos de técnicas de aplicação os estabelecimentos a dispor do profis-

Nordeste é a região que registra as maio- de injetáveis e sobre diabetes. sional em horário integral, a falta de gra-


res taxas de crescimento de consumo. Durante o evento também foram rea- duados em farmácia no mercado local

Portanto, já era hora de ter um grande lizadas palestras e debates sobre a RDC levou o MPF a firmar este acordo com


evento para o varejo farmacêutico”, ex- 44 Anvisa. Numa das mesas-redondas, empresários do setor, a fim de assegu-

plica Paulo Heitor. a presidente do Conselho Regional de rar um horário de atendimento.



A BD esteve na Econofarma Recife em Farmácia do Estado de Pernambuco, Elba


Eventos em 2011 De 30 de Junh


o a 2 de Julh
o
De 4 a 6 de Maio 21ª Semana R
acine e 21ª Ex
Março Expo Pharma 2011 São Paulo po Farmácia
De 23 a 25 de Local: Expo Cent
a & HPC 2011 Rio de Janeiro er Norte
Abradilan Farm Local: Centro de Convenções Sul América
Informações: (11)
3670-3499
Belo Horizonte enções) Informações: (21) 3137-8906 e 3341-6855
semana@racine
.com.br
(Centro de Conv expo@racine.c
Local: Expominas www.expopharma.com.br om.br
3433-6959 www.semanar
Informações: (85) .br acine.com.br
na m icaeventos.com www.expofarm
dinamica@di r acia.com.br
n.com.b
www.abradila Dias 16 e 17 de Junho
9ª Econofarma
De 18 a 20 de Abril Dias 18 e 19 de Novembro
São Paulo
1º Encontro Febrafar 2011 Local: Palácio de Conven
ções do Parque 2ª Econofarma Nordeste
São Paulo Anhembi
a Recife
Local: Hotel Bourbon Convention Ibirapuer Informações: (12) 3621-5117
e 3011-0441 Local: Centro de Convenções de Pernambuco
Infor maçõ es: (11) 3285 -349 4 www.econofarma.com
.br (Cecon)
febrafar@febrafar.com.br Informações: (12) 3621-5117 e 3011-0441
www.febrafar.com.br www.pheventosbrasil.com.br/recife

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