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p r át i ca s pe d ag óg icas

ENSINAR E APRENDER GEOGRAFIA


COM/NAS REDES SOCIAIS
TO TEACH AND TO LEARN GEOGRAPHY IN/THROUGH ONLINE SOCIAL NETWORKING

É l ida Pa s ini Tonetto


Ma. em Geografia (UFRGS) e Doutoranda em Geografia (UFRGS)
Profa. da Rede Estadual de Educação do Rio Grande do Sul
elid ap as i ni tonetto@y aho o . c o m . b r

I vain e Ma r i a Toni ni
Profa. Dra. em Educação (UFRGS)
Professora do Departamento de Ensino e Currículo / FACED e do Programa de Pós-Graduação em Geografia (UFRGS)
ivaine@terra.com.br

RESU M O : E s t e e s t u do tr ata d e r e f l e t i r s o b r e a s p ot e nc ialidade s /op e rac ionalidade s das p rát ic as p e dagógi cas da
Geog r a fia n a a p r op r i a ç ã o d a s r ed e s s o c i a i s o nline . Para is s o, analis am os p os s íve is p ot e nc ialidade s ofereci das
pelas r e d e s s oc ia is o n l i n e pa r a a G e o g r a f i a e c om o p ode m s e r op e rac ionalizadas nas p rát ic as p e dagógi cas com
as red e s s oc ia is onl i n e s eu en s i n o e , ta m b é m , pe ns ar c om o e las p ode m c ont ribuir para e ns inar e ap re nder com
mais s ig n ificâ n cia G eo g r a f i a . O s f i o s t e ó r i c o s da p e s quis a e s tão t ram ados no e nt e ndim e nt o de ap re ndi zagem
on line pa r a e ma r a n h a r o s c o n c ei to s d e es pa ç o e c ibe re s paç o, t rans itando p or dois loc ais fundamentai s: o
d a es cola e o d a s r ed e s . A a b o r d a g em m e t o dológic a é c ons t r uída nas t rilh as das p e s quis as p ós - crí ti cas
em ed u c a ç ã o, on d e o Fa c e b o o k é o l ó c u s pa ra analis ar as novas form as de c om unic ar que s ubjeti vam os
suj ei t os e e n g e n d r a m n o v o s f o r m ato s d e ens inage m . Os re s ultados ap ontam dife re nt e s p ot e nc ial i dades e
opera c ion a lid a d e s d a s r e d e s s o c i a i s o n l i n e, m as que não re p re s e ntam ap e nas o us o da t é c nic a e m sal a de
a ula, m a s s im c omo pa rt e d a a g en d a d e b u s c a p e la c ons t r uç ão de p roc e s s os de ap re ndizage ns s ignif i cati vos
em Ge og r a fia , at r av é s d a s r e d e s s o c i a i s , q u e r e p re s e ntam um a form a c ont e m p orâne a de c om unic ar/interagi r
prese n t e n o c ot id i a n o d o s a l u n o s .
Palavras-chave: Geografia Online; Tecnologias; Práticas Escolares.

Abst ra c t: T his s t u d y a i m s t o r ef l e c t p o t e n t i a litie s /w ork ability of Ge ograp h y te ac h ing p rac tic e s w hen usi ng
o n line s oc ia l n e t w o r k i n g . F o r t h i s , w e a n a lyz e d Ge ograp h y p ote ntialitie s p rovide d in online s oc ial ne tworki ng,
asses s t h e wor k a b i l i t y o f t e a c h i n g p r a c t i c e s th rough online s oc ial ne tw ork ing in Ge ograp h y c lasses, and
refle c t in g u p on wh at h e l p s t o i m p l e m e n t s c h ool p rac tic e s in s oc ial ne tw ork s in Ge ograp h y. T h e th eoreti cal
lin es of t his p ie ce o f r e s ea r c h a r e w o v e n i n c onc e p ts of online le arning for toge th e r tw o c oncepts of
space a n d c y b e r s pa c e , a n d a r e m o v i n g t h r o u g h tw o k e y p lac e s : th e s c h ool and ne tw ork s . T h e m e th odol ogi cal
approa c h is con s t r u c t e d i n t h e pat h s o f p o s t-c ritic al p ie c e s of re s e arc h in e duc ation, and Fac e book wi l l
be the loc u s a n a ly s e n e w ways o f c o m m u n i c ation s ubje c tify ing s ubje c ts and c re ating ne w way s of teachi ng.
Result s s h ow d iffe r en t k i n d s o f p o t e n t i a l i t y a nd w ork ability for online s oc ial ne tw ork ing, but w h ich do not
repre s e n t on ly t he u s e o f t h e t e c h n i q u e i n c las s room , but rath e r part of an age nda of try ing to c onstr uct
sign ifica n t G e og r a p h y l ea r n i n g p r o c e s s e s , t h r ough online s oc ial ne tw ork s re p re s e nting a c onte m p orary way
of co m mu n ic at ion /i n t e r a c t i o n i n t h e s t u d en t s ’ daily life .
K ey w or ds: Online Ge og raphy L e arni ng ; T e chno l ogi e s ; S c h ool P r a c t i c e s .

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Configurando o perfil referimos, consideramos a macro configuração


desta sociedade a partir de Bauman (2001),
Nossos olhares têm se direcionado com como líquida, leve e fluída, não estruturada e
muita intensidade às novas formas de comunicação permeada por inseguranças, se contrapondo a
que permeiam as relações entre as pessoas, ideia de solidez e de predomínio da racionalidade
e dentre elas encontram-se as redes sociais que marcou a modernidade. Ideias que ajudam a
online, que de modo veloz atraem cada vez mais compor o contexto tomado neste estudo como pós-
usuários e ampliam as funcionalidades oferecidas. modernidade ou contemporaneidade, que vem
As motivações que movem nossos estudos no enfraquecendo valores e instituições tradicionais,
espaço escolar também apontam para esta através de mecanismos como o consumo de
direção, ou seja, as novas maneiras de comunicar massa, a tecnologia e a informação.
e informar, especialmente através de dispositivos E a escola como integrante desta
móveis que oferecem acesso a internet. Formas sociedade (e deste espaço/tempo) não esta
estas que se difundiram rapidamente entre os imune do que com ela ocorre, sendo o seu reflexo
mais jovens, sendo facilmente apreendidas pelos e ao mesmo tempo o lócus onde a reflexão e
mesmos, mas que vem também sendo aderidas discussão sobre esta mesma sociedade pode
aos poucos pelos mais velhos, permitindo intensa ocorrer. Assim, pensar sobre as potencialidades
interação comunicativa entre as pessoas. das tecnologias na educação escolar é de
Deste modo, entre tantas temáticas fundamental importância para analisar os modos
presentes no cotidiano escolar recorremos as de se comunicar/agir/aprender dos jovens alunos
inquietações ligadas as diferentes maneiras de usuários de tais tecnologias.
apropriação das tecnologias entre professores e Este cenário mostra-se desafiador para a
alunos, por consideramos esta uma das questões escola que já não consegue mais simplesmente
mais latentes na atualidade. Enquanto temos ficar alheia e ignorar estes novos potenciais
alunos conectados e em interação através de tecnológicos que adentram seu espaço, diante da
seus dispositivos (celulares, tablets, notebooks), forte presença dos mesmos, mas também vem
e mesmo os próprios professores em suas rotinas encontrando dificuldades em pensá-los em seus
pessoais utilizando-se de tais instrumentos, processos de planejamento e de práticas.
por outro lado enquanto profissionais há certo Desafiadas por estas questões e
temor em recorrer a tais tecnologias nas rotinas considerando sua complexidade elegemos as
escolares, e de modo especial nas práticas redes sociais online como o lócus para investigar
pedagógicas. as potencialidades das TIC, buscando a partir
Instigadas por este contexto desafiador, delas caminhos possíveis para a construção de
vimos investigando as potencialidades/ práticas escolares na Geografia, que possam
operacionalidades das redes sociais online para contemplar sujeitos/alunos imersos em um
as práticas escolares da Geografia, refletindo espaço/tempo onde as relações são cada vez
ainda sobre os elementos que contribuem para mais interativas.
implementação de práticas escolares com/através
das redes sociais na Geografia. Procurando Amigos em comum
contribuir para a aproximação das novas formas
de comunicação, engendradas pelas Tecnologias A construção de práticas escolares que
da Informação e Comunicação (TIC), em suas fogem dos padrões tradicionais e consolidados
bases digitais na sociedade contemporânea, das na instituição escola correm o risco constante de
práticas escolares da Geografia. serem questionadas, postas sob suspeitas pelos
Alias, é relevante considerar de que diferentes sujeitos envolvidos nos processos
forma entendemos esta sociedade a qual nos escolares: pais, alunos, direção e até pelos

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próprios professores. Assim, salientamos que é “recombinação” que envolve a constituição


importante que o professor tenha conhecimento mútua de tecnologia e esfera social (p. 146).
das questões teóricas que embasam e de onde
emergem as estratégias metodológicas postas Este terceiro ponto é fundamental para o
em prática nos espaços escolares. Quando se entendimento de um espaço e um ciberespaço
discute sobre redes sociais as polêmicas tendem construídos e reconstruídos mutuamente. A
a ser muito latentes, tendo em vista a novidade própria Massey (2012) se aproxima mais do
do tema nos processos de ensino/aprendizagem terceiro modo de conceber a relação espaço/
formais. Contribuindo para o enfrentamento ciberespaço, que se trata da recombinação.
destas questões não nos propomos a indicar Na construção de práticas escolares com redes
receitas prontas, mas ressaltamos a relevância sociais nos esforçamos em tratar a relação entre
de se compreender a partir de qual matriz ciberespaço e espaço de modo recombinatório,
teórica emergiram as práticas que compõe este procurando formas de romper com o binarismo,
texto, assim destacamos o entrelaçamento dos humano/tecnologia, fluidez/fixidez, escola/redes
conceitos de espaço, ciberespaço e rede. sociais.
No intricado processo de discutir espaço e Mas também consideramos inúmeros
ciberespaço destacamos que para Lemos (2010, p. pontos apresentados por Lemos que contribuem
136) o ciberespaço tem o que “Deleuze e Guattari para o entendimento do que seria neste momento
chamaram de estrutura rizomática. Uma estrutura o ciberespaço. Especialmente os que se referem
rizomática é um sistema de multiplicidade, um as potencialidades de leitura do ciberespaço
sistema de bifurcações como um verdadeiro enquanto um rizoma, que oferece a possibilidade
rizoma, uma extensão ramificada em todos os do “e” e não apenas do “ser” e enquanto um
sentidos, sem centro”. Para Lemos o rizoma é ambiente que apresenta forças sociais de
o que vai caracterizar o ciberespaço, sendo que compartilhamento comunitário entre as pessoas
o modelo dos filósofos franceses modernos foi através das redes por elas estabelecidas.
a árvore, com a crise da modernidade o rizoma Estas redes podem ser estabelecidas
toma o lugar desta árvore. de distintas formas, podemos formar redes
É pertinente considerar também uma sem a presença da tecnologia, cada pessoa
importante distinção feita por Graham (1998) e cria suas próprias redes diariamente, rede de
que Massey (2012) utiliza em sua discussão, familiares, de amigos, de colegas de trabalho,
sobre três diferentes maneiras de conceber a de escola, de faculdade, de conhecidos; enfim,
relação entre tecnologia da informação e espaço. uma série de pessoas as quais nos conectamos
em determinados momentos de nossas vidas. O
Primeiro, há o modo, que consideramos que as tecnologias em suas bases digitais fazem
acima, que ele caracteriza como “substituição neste sentido é potencializar isso tudo, pois esse
e transcendência: determinismo tecnológico, tipo de tecnologia “mais do que permitir aos
interatividade generalizada e o fim da indivíduos comunicar-se, ampliou a capacidade
geografia, e que ele critica do início ao fim de conexão” (RECUERO, 2009, p. 50), assim
por seu ingênuo determinismo tecnológico. podemos interagir com a rede por maior período
Segundo, há o modo de “co-evolução: de tempo a partir de diferentes espaços.
a produção social paralela de espaço Com as tecnologias digitais foram criadas
geográfico e do espaço eletrônico” que, plataformas que nos possibilitaram a ampliação
rejeitando o determinismo tecnológico, das nossas redes, chamadas atualmente de
estabelece que os espaços eletrônico redes sociais online, elas são amparadas por
e territorial são, necessariamente, um aparato tecnológico, computadores, conexão
produzidos juntos. Terceiro, há o modo de à internet e especialmente softwares, que são

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os programas operacionalizadores das redes forma diferente determinada informação criando


sociais online. Para exemplificar podemos citar os maneiras diferentes de apreender a realidade,
softwares sociais: Facebook, Twitter, WhatsApp, através desta nova lógica interacional oferecida
Snapchat etc. Neste sentido, é importante uma ao usuário.
discussão sobre as redes sociais online, como Podem ser pensadas ainda potencialidades
um emergente e potente recurso comunicacional. das redes sociais no que se refere aos processos
Recuero (2009) discute de forma pertinente esta de ensinagens1 dos sujeitos, mas poucos estudos
questão, segundo seu entendimento as redes são encontrados ainda sobre esta questão. Um
sociais possuem um conjunto de dois elementos possível potencial foi discutido por Santana (2007,
fundamentais que as constituem, são eles: os p. 06) que
atores, entendidos como pessoas, instituições
ou grupos participantes, que compõem os nós concebendo a produção de aprendizagem
da rede, e as conexões, ou seja, as interações e enquanto processo social e que, portanto,
laços sociais. acontece em interação com o outro,
Assim, uma rede social “é uma metáfora é que considero de suma importância
para observar os padrões de conexão de um as relações sociais que se instituem
grupo social, a partir das conexões estabelecidas no espaço virtual, mais propriamente
entre os diversos atores” (RECUERO, 2009, p. em redes sociais da Internet. Visto que
25), possuindo uma estrutura social, em que não os sujeitos imersos nestas redes estão
é possível abordar separadamente os atores em constante intercâmbio com outros
sociais de suas conexões. Estas trocas, entre sujeitos, comunicando-se, trocando ideias,
grupos sociais às quais estamos discutindo, informações, compartilhando saberes.
quando efetivadas a partir de ambientes online são
denominadas redes sociais online, popularmente Deste modo, para a construção de
já estão sendo definidas apenas como redes práticas escolares com/através das redes sociais
sociais. é importante que a modalidade da educação
Mesmo não sendo a rede social em si, online seja pensada/experimentada nas aulas de
os sites de redes sociais são extremamente Geografia da escola básica, a partir da ideia de
importantes para se pensar a metáfora da rede um híbrido entre educação presencial combinada
e a maneira peculiar de se comunicar e trocar com encontros mediados por TIC. Destacando
informações do sujeito contemporâneo. “A que
grande diferença entre sites de redes sociais
e outras formas de comunicação mediadas a transformação e evolução das interfaces
pelo computador é o modo como permitem a comunicacionais interativas e de conteúdos
visibilidade e a articulação das redes sociais, a multimidiáticos e hipertextuais emergentes
manutenção dos laços sociais estabelecidos no das tecnologias do ciberespaço e dos
espaço off-line.” (RECUERO, 2009, p. 102). ambientes virtuais de aprendizagem pode
Esta ideia traz uma reflexão sobre o potencial potencializar processos significativos de
de se apropriar, gerar e compartilhar informações aprendizagem. Entretanto, não garantem por
que as redes sociais online possibilitam aos seus si só a emergência de processos formativos
usuários, proporcionando a interação definida por de boa qualidade. Processos estes que
Lévy (1999) como Todos-Todos, diferindo-se de façam emergir autorias individuais, coletivas
outros veículos de comunicação, onde o sistema e, sobretudo, autorias cidadãs (SANTOS,
de interação é do tipo Um-Um ou Um-Todos. 2005, p. 319).
Assim, uma rede social online pode conferir a
possibilidade de interferir/transformar/aprender de Nesta perspectiva, com tanta informação

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disponível, permanecer no papel de professor/ que considerem as dinâmicas presentes nas


transmissor não responde mais as necessidades redes, é preciso considerar que os espaços
do tempo contemporâneo. Deste modo, o grande escolares e o ciberespaço das redes sociais online
desafio como professor(a) de Geografia em juntos configuram a realidade dos sujeitos/alunos,
interface com as TIC, e em especial com as redes pois estão imersos em um espaço/tempo a cada
sociais, é de construir um posicionamento de dia mais mediados por lógicas comunicacionais
mediação/orientação (lógica Todos-Todos) e não interativas e digitais.
mais apenas de transmissão (lógica Um-Todos).
Esta mediação torna-se de grande Linha do tempo
relevância quando se analisa a enorme quantidade
de informações disponíveis na internet, pois Para a construção de práticas escolares
localizar dados utilizando buscadores é uma tarefa com redes sociais online e de suas estratégias
a qual a maioria dos jovens já sabe realizar com metodológicas, consideramos uma importante
habilidade. No entanto, conectar estas informações definição dos Estudos Culturais que defendem
e transformá-las em conhecimento é ainda uma “que existe pedagogia, modos de ensinar e
habilidade que precisa ser desenvolvida. possibilidades de aprender nos mais diferentes
Esta discussão se adere aos apontamentos artefatos culturais” (PARAÍSO, p. 24, 2012).
sobre a sociedade contemporânea, que nos Deste modo, nos utilizamos do artefato cultural
indicam uma corrosão das bases modernas das Facebook, que é uma rede social online, por
instituições, dentre elas está a instituição escolar. entender que de algum modo este artefato tem o
As ponderações feitas por autores como Sibilia potencial de ensinar.
(2012) e Veiga-Neto (2008) apontam que as sólidas Adotamos o Facebook como lócus para
estruturas escolares estão sendo solapadas, em analisar as novas formas de comunicar que
parte por um novo imperativo que se instala a subjetivam os sujeitos e engendram novos
partir da disseminação de um determinado tipo de formatos de ensino/aprendizagem, concebendo
tecnologia. Neste sentido, Tonini também afiança esta rede social não apenas como uma ferramenta,
que “a sociedade contemporânea está estruturada mas como nos diz Pretto (1996), como “uma
pela tecnologia. Isto é a ordem do dia para todos verdadeira máquina estruturante de novas formas
os seus segmentos quer no econômico, social ou de pensar, sentir e agir em nosso tempo”.
cultural e em escalas mundiais” (2013, p. 49). Podemos dizer que a rede social online
Deste modo, é possível observar um intenso foi o local a partir do qual foram pensadas as
mal-estar entre as sólidas estruturas escolares e formas de aprender relacionadas aos artefatos
as flexíveis redes que penetram através de seus culturais contemporâneos, e as práticas escolares
membros, gerando novos e inesperados conflitos da Geografia foram construídas de modo a se
e formas de relacionamento entre pessoas e entre apropriarem da concepção destas redes sociais
estas e as informações. Um caminho possível a fim de pensar caminhos para a construção
é a construção de práticas que considerem os de novas formas de aprendizagem significativa
fluxos dessas redes, mas no sentindo trazido no em Geografia. As análises foram efetuadas a
início deste texto, que “rejeitando o determinismo partir de duas frentes principais, que não serão
tecnológico, estabelece que os espaços eletrônico consideradas isoladas e sim em interface uma
e territorial são necessariamente, produzidos com a outra: o ciberespaço e o espaço escolar.
juntos” (MASSEY, p. 146, 2012). O ciberespaço foi na prática representado
Levando em consideração estas pela rede social Facebook e o espaço escolar
complexas lógicas que permeiam as relações diz respeito às vivências que no decorrer da
na contemporaneidade, para se aventurar na pesquisa tivemos imersas no espaço da escola
construção de práticas escolares em Geografia e da turma de alunos participantes. Deste modo,

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foi necessário articular dois procedimentos da prática procurou-se escolher uma temática
metodológicos diferentes, a etnografia educacional com pertinência para a vida dos alunos, que
e a netnografia, que se mostraram ferramentas pudesse contribuir para levar os sujeitos
adequadas aos caminhos que tomados na envolvidos a serem capazes de refletir/questionar
investigação. seu local de morada. Assim como dialogar com os
Nos momentos da investigação que gestores públicos, não somente na perspectiva da
estivemos “trilhando2” pela etnografia educacional constatação e da indicação dos problemas e de
foram realizadas pesquisas de campo na Escola seus impactos nos locais onde ocorrem, nem no
Estadual de Ensino Médio Arthur da Costa sentido de realizar apenas uma crítica, mas sim na
e Silva em Capivari do Sul/RS. No decorrer construção de possíveis soluções que pudessem
do percurso investigativo utilizamos técnicas de fato melhorar o cotidiano das pessoas que
etnográficas, como o registro em diário de campo, convivem com tais situações.
as observações foram realizadas em todos os A prática foi desenvolvida procurando
espaços da escola, mas em especial na sala de entrelaçar ensinagens sobre a cidade através
aula da turma do segundo ano de ensino médio da rede social Facebook. Deste modo, os alunos
participante do estudo. poderiam utilizar a referida rede social no decorrer
Enquanto os procedimentos da netnografia de todos os momentos de desenvolvimento do
foram utilizados através das interações entre trabalho, em data previamente agendada os
professora/pesquisadora3, alunos e demais grupos deveriam “postar” suas propostas na
usuários nas redes, em especial do Facebook. E página no Facebook da Prefeitura Municipal de
também na construção das propostas de trabalho Capivari do Sul.
e nas discussões dos resultados e soluções, Os alunos que possuíssem perfil de
sendo relevante destacar que este material foi usuário no Facebook poderiam utilizar os mesmos
utilizado como dado de análise da pesquisa. para postarem seus trabalhos, os que não tinham
ou não quisessem se expor não precisariam criar,
Compartilhando os links podendo utilizar o perfil de usuário da professora.
No entanto, todos decidiram fazer a montagem da
Entre as paredes da sala de aula e as redes proposta, bem como a publicação em seu próprio
do Facebook a prática apresentada neste texto foi perfil.
sendo construída, junto com alunos de uma turma No decorrer da atividade, negociamos
do segundo ano do ensino médio. Primeiramente (pesquisadora/professora/alunos) que não
discutimos conceitos relacionados à Geografia poderiam ser utilizadas expressões agressivas
urbana e aspectos da urbanização brasileira, após ou muito informais, como gírias, pois o trabalho
as discussões gerais foi proposto aos alunos que pretendia utilizar os conhecimentos geográficos
em pequenos grupos identificassem problemas para propor melhorias para a cidade e não apenas
urbanos locais ou regionais significativos e permanecer tecendo críticas ou elogios, como a
fizessem uma explicação sobre o mesmo. maioria dos outros comentários que já estavam
Com a análise do problema explicitada publicados nas páginas governamentais.
eles deveriam criar/apresentar uma proposta Após a aula na qual combinamos o que
de intervenção que visasse sua resolução e/ou os grupos teriam que fazer, passamos mais
minimização dos problemas urbanos locais. É algumas aulas pensando em como faríamos,
relevante frisar que a explicação/delineamento, experimentando caminhos, encontrando
bem como, a possível resolução do problema problemas e buscando soluções para resolvê-
deveria partir das próprias visões e vivências dos los, se motivando, se decepcionando, enfim,
alunos. aprendendo, às vezes até sem perceber. Depois
Deste modo, no decorrer da organização de algumas aulas os alunos publicaram suas

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propostas na página do Facebook da Prefeitura foram sendo construídas as aprendizagens, que


de Capivari do Sul e no Perfil no Facebook do ofereceram mais significado aos conteúdos
Prefeito de Palmares do Sul, algumas horas mais geográficos.
tarde na mesma data recebemos uma resposta da Neste sentido, cabe uma consideração
Prefeitura Municipal de Capivari do Sul, conforme importante, ao abordar a temática de estudo
Figura 1, já o Prefeito de Palmares do Sul não se o mais relevante foi salientar aos alunos “o
manifestou sobre o assunto. que fazer” e não “como fazer”, na possibilidade
oferecida a eles em descobrir “como fazer”, é que
foram criadas e (re)criadas as potencialidades
das redes para a Geografia.
Estas potencialidades foram sendo
evidenciadas ao longo da construção das
atividades e analisadas através de um olhar
embasado no arcabouço teórico que ampara o
estudo. Neste sentido, observou-se que as redes
sociais podem contribuir para a construção da
autonomia do aluno, que nos casos observados,
tiveram que escolher além de seus temas, formas
diferentes de apresentação de um trabalho que
ficaria visível ao público, além de transitarem por
uma série de informações e instrumentos que
Fi gura 1 | R esp o sta d a P re f e i t ura de C a pi v a ri do S u l . estavam à disposição, nos quais eles precisavam
Organ iz ação : T ONE T T O , 2 0 1 3 .
ser autônomos para optar entre os mais adequados,
transformando-os em um conhecimento útil para a
Foram sete propostas ao total, sendo seis comunidade, e que ao mesmo tempo era passível
relacionadas à Capivari do Sul e uma relacionada de julgamento por essas pessoas, como mostra a
a Palmares do Sul, as quais tiveram os seguintes Figura 2.
títulos: Iluminação pública no Jardim Formoso,
Grades nas bocas de lobo de Capivari do Sul,
Preocupação da comunidade, Cães abandonados
em Capivari do Sul, Semáforo e a Rótula RSC
101 pede socorro. Percebe-se que alguns dos
problemas escolhidos pelos alunos não dizem
respeito à macro preocupações urbanas, mas por
fazerem parte de seu cotidiano e os interessarem,
foram respeitados e mantidos como temáticas de
investigação.
Cabe ressaltar, que a temática Geografia
Urbana, escolhida para a construção das
atividades práticas não foi o foco das discussões,
pois as potencialidades poderiam ser avaliadas em
diferentes temáticas estudadas pela Geografia.
As análises e discussões mais relevantes para
F i g u ra 2 | Tra b a l h o s o b re a i l u m i n a ç ão pública
este estudo foram aos caminhos que os alunos, d o b a i rro J a rd i m For moso
sob orientação da professora, encontraram para Org a n i za ç ã o : T ONE TTO, 2013.

resolver o desafio proposto, pois nestes percursos

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Além disso, foi possível perceber o


potencial de interatividade presente nas redes,
onde os alunos estabeleceram diversas formas
de interagir não somente com a máquina ou com
o seu próprio grupo e a professora, e sim com
diferentes informações, fornecidas tanto por sites,
quanto também por pessoas que se encontravam
naquele instante distantes da sala de aula, mas
a ela conectada através das redes, contribuindo
com as discussões realizadas.
Através dos tipos de interatividade
propiciadas pelas redes foi possível a construção
de autoria, tanto individual quanto coletiva,
pois para a escolha do problema urbano local
e suas possíveis soluções foram levados em
consideração as opiniões dos colegas. Em muitos
trabalhos foi requisitada a colaboração de outros
usuários da rede, seja através do Bate-papo, F i g u ra 1 | Re s p o s t a d a Pre f e i t u ra d e Ca p i v a ri do Sul.
seja através de enquetes. Assim, observa-se a Org a n i za ç ã o : T ONE T TO, 2013.

construção coletiva de materiais, que oferecem


também a possibilidade de serem (re)utilizados interatividade em vários níveis, como foi discutido
de diferentes formas por professores e alunos. anteriormente. Sendo que o comentário fornece o
Foi possível perceber os potenciais das tipo de comunicação assíncrona e permite maior
redes sociais também quanto a visibilidade, visibilidade, já o bate-papo realiza os dois tipos de
que permite o (re)pensar do trabalho, levando o comunicação síncrona e assíncrona, podendo ser
aluno e o professor a verificarem possíveis erros, realizado com quantas pessoas o usuário desejar,
limitações do que foi proposto e vislumbrar outras mas oferecendo também a possibilidade de maior
possibilidades. Todas estas potencialidades privacidade entre os membros que se comunicam
foram operacionalizadas através de ferramentas O instrumento “compartilhar” equivale ao
específicas disponibilizadas na rede social publicar e permite como o próprio termo sugere
Facebook, como “conta de usuário e perfil”, o compartilhamento das informações, para a
“curtir”, “comentar”, “compartilhar” e “páginas”, opção compartilhamento estão disponíveis alguns
cada uma delas apresentou funções que foram mecanismos de controle da privacidade, como
apropriadas de diferentes formas pelos alunos. “Público, Amigos, Amigos exceto conhecidos,
Os recursos “curtir” e “comentar”, por exemplo, Somente eu, Personalizado, ou em um Grupo
foram utilizados como instrumentos de coleta específico”, isso permite definir o grau de
de dados por um grupo de alunas, diminuindo visibilidade que se pretende alcançar com o
investimentos, tempo, bem como maximizando compartilhamento do conteúdo. Nos trabalhos
o alcance da coleta, apresentando neste caso a ferramenta foi utilizada no sentido de oferecer
potencialidade e operacionalidade, conforme visibilidade a proposta, especialmente para a
Figura 3. Prefeitura Municipal e para a cidade de Capivari
A ferramenta “comentário” juntamente do Sul.
com o bate-papo contribuiu para a construção A ferramenta “página” é utilizada para
de autoria coletiva, no momento em que permite manter uma relação mais próxima com um
a exposição das opiniões de inúmeras pessoas determinado público, sendo possível fornecer
que se encontram em locais distintos, além da materiais de interesse para esse mesmo público,

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Élida Pas in i Ton ett o / Ivain e Ma ria Tonini

os usuários/simpatizantes têm a opção de “curtir” a não é o único responsável pelo ensino (emissão)
página e assim receberão os conteúdos postados e o aluno não é o único responsável por sua
nela. Dependendo das configurações realizadas aprendizagem (recepção), mas há sim um
pelo administrador da página é possível fazer processo imbricado entre os dois. Neste sentido,
postagens e comentários nestes espaços. No as potencialidades das redes ajudam a mesclar
decorrer da prática os alunos utilizaram as páginas estas funções, retirando esses atores das
de um modo geral para coletar informações e suas posições originais e colaborando para a
também para postarem suas propostas. transformação das ensinagens da Geografia.
A opção “marcar” é utilizada para adicionar Ao analisar as atividades construídas, o
um conteúdo (imagem, som, texto) a Linha do temor de inovar vai se esvaindo, pois começamos
tempo de outro usuário, simultaneamente a a perceber, inspiradas nas orientações da
postagem aparece na Linha de quem postou e própria Tonini (2013), que nenhuma prática é tão
nas outras pessoas que foram “marcadas”, um simples quanto parece, suas simplicidades ou
detalhe importante diz respeito às configurações complexidades estarão mais ou menos evidentes,
definidas por cada usuário, pois é possível definir dependendo das lentes teóricas que cada um
que as marcações não aparecem diretamente a utilizar para lançar seus olhares sobre elas, bem
Linha do Tempo, dependendo de aceitação do como os artefatos existentes em nosso meio não
dono do Perfil que foi marcado. são apenas ferramentas para “enfeitar”, “alegrar”
A partir destas reflexões observa-se ou “modernizar” nossas aulas, eles são ou podem
que as ferramentas disponíveis no Facebook ser potencializadores de diferentes formas de
operacionalizam as potencialidades que a referida aprender.
rede social oferece. Neste sentido, elas foram Desta forma, os potenciais e as ferramentas
apropriadas pelos alunos a fim de construírem uma que as operacionalizam apresentadas no decorrer
resposta ou um caminho ao desafio colocado pela deste estudo não são uma mochila escolar pronta
professora/pesquisadora no início do processo para o uso em qualquer aula de Geografia, e
investigativo, bem como as demais situações que sim algumas possibilidades experimentadas e
surgiram no decorrer do percurso. vivenciadas enquanto professoras/pesquisadoras
É importante salientar que as de Geografia que buscam conectar a sala de aula
operacionalidades que mais interessam a este ao mundo contemporâneo, mudando o status das
estudo ultrapassam as infraestruturas tecnológicas aulas de Geografia de offline para online. Esta
existentes ou não nas escolas, apesar de serem mudança não representa apenas uso da técnica
necessárias e fazerem parte da agenda de em sala de aula, mas sim a busca pela construção
necessidades dessa instituição, cabe destacar de processos de aprendizagens significativos em
que este não foi o foco desta investigação. O Geografia, através das potencialidades oferecidas
enfoque desta análise diz respeito ao instrumental pelas redes sociais, que representam uma forma
disponibilizado na/através das tecnologias digitais contemporânea de comunicar/interagir presente
e que podem efetivamente operacionalizar as no cotidiano dos alunos.
potencialidades construídas pelas redes através Assim, esperamos que as proposições
de seus membros. colocadas neste texto possam servir de
Deste modo, considerar estas inspiração aos professores de Geografia (e de
potencialidades e operacionalidades, além de outras disciplinas também, especialmente das
outras que podem ser (re)criadas na/através Ciências Humanas), não como receitas, mas
das redes, leva a uma profunda reflexão sobre como possibilidades que devem ser reinventadas
as práticas escolares da Geografia, não apenas a partir da realidade em que o professor está
tecnificando as aulas, mas recriando a prática inserido e dos próprios potenciais criativos dos
comunicativa, entendendo que o professor/a alunos ao se apropriarem das tecnologias. Para

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ENSINAR E APRENDER G EO G RAFIA C OM/NAS REDES SOCIAIS

tal, as únicas recomendações que fizemos aos enfrentamento na construção do conhecimento escolar, resultante
de ações efetivadas na, e fora da, sala de aula. (2011, p. 03).
envolvidos (professores/alunos) é que estejam
abertos ao novo, ao inesperado e dispostos a 2
Usamos o termo “Trilhando” no sentido de usar o corpo para andar/
mover-se por novas maneiras de se comunicar. investigar pelo espaço da escola.

3
Usamos o termo professora/pesquisadora, pois a pesquisadora
Tonetto também é professora da turma de alunos participantes do
Notas estudo.

1
Ensinagem é um termo utilizado por Anastasiou para indicar uma
prática social complexa efetivada entre os sujeitos, professor e
aluno, englobando tanto a ação de ensinar quanto a de apreender,
em processo contratual, de parceria deliberada e consciente para o

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