O Regimento Interno do Tribunal Superior do Trabalho,
prevê as hipóteses de cabimento do Agravo Regimental, em seu art. 235.
Lembrando que o prazo para interposição deste recurso é
de 08 dias, devendo ser dirigido ao Órgão Especial, Seções Especializadas e Turmas, conforme a competência de cada um desses órgãos.
As hipóteses são as seguintes:
- do despacho do Presidente do Tribunal que denegar
seguimento aos embargos infringentes;
Quando a decisão não for unânime no Dissídio Coletivo
de Competência do TST é cabido Embargos Infringentes, neste caso, se o Presidente do Tribunal denegar o seguimento do referido recurso a hipótese é de aplicação de Agravo Regimental.
- do despacho do Presidente do Tribunal que
suspender execução de liminares ou de decisão concessiva de mandado de segurança;
Concedia a liminar sobre referido processo, caberá a
interposição de agravo regimental caso por decisão do Presidente seja suspensa sua execução ou mesmo que o presidente do Tribunal conceda mandado de segurança monocraticamente.
- do despacho do Presidente do Tribunal que conceder
ou negar suspensão da execução de liminar, antecipação de tutela ou da sentença em cautelar;
Parecido com a hipótese anterior, acrescenta a negativa
da suspensão da execução da liminar, a concessão ou negativa de suspensão da antecipação de tutela e a concessão ou negativa de suspensão da sentença em cautelar, todas estas cabem o agravo regimental do despacho do presidente.
- do despacho do Presidente do Tribunal concessivo
de liminar em mandado de segurança ou em ação cautelar;
Pode a parte desfavorecida pelo despacho do Presidente,
nota-se que novamente, trata-se de decisão monocrática, interpor o Agravo Regimental quando esta decisao conceder liminar em mandado de segurança ou conceder liminar em ação cautelar.
- do despacho do Presidente do Tribunal proferido em
pedido de efeito suspensivo;
Em outros termos, quando o despacho do Presidente
referir-se a suspensão ou não da execução de decisão que motivou o recurso, desta decisão monocrática cabe agravo regimental.
- das decisões e despachos proferidos pelo
Corregedor-Geral da Justiça do Trabalho;
A Corregedoria-Geral da Justiça do Trabalho é órgão da
estrutura da própria Justiça do Trabalho, a este, cabe, fiscalizar, disciplinar e orientar administrativamente os tribunais regionais, seus juízes e serviços judiciários.
No caso da hipótese em tela, cabe agravo regimental
quanto as decisões de ordem administrativa dentro do próprio tribunal, das decisões relativas aos tribunais regionais, juízes e serviços judiciários.
- do despacho do relator que negar prosseguimento a
recurso, ressalvada a hipótese do art. 239.
Neste hipótese, o agravo regimental, teria a função de um
agravo comum na esfera civil, por exemplo, que denegou prosseguimento a um recurso interposto.
Exceção feita, a decisao que negar o prosseguimento do
recurso, conforme o Art. 932, V, “a”, do CPC, que refere-se ao fato da decisao recorrida ser contrária a Sumula do STF, do STJ ou do próprio Tribunal.
- do despacho do Relator que indeferir inicial de ação
de competência originária do Tribunal; e
No presente, trata-se de indeferimento, sendo que tal
hipótese não especifica se por inépcia, considerando todos os termos da CLT e do CPC, ou por entendimento de que a competência não seria originária do Tribunal em questão.
- do despacho ou da decisao do Presidente do
Tribunal, de Presidente de Turma, do Corregedor-Geral da Justiça do Trabalho ou Relator que, causar prejuízo ao direito da parte, ressalvados aqueles contra os quais haja recursos próprios previstos na legislação ou neste Regimento.
Por fim, abre-se a generalidade para cabimento do agravo
regimental no que importe causar prejuízo ao direito da parte, em qualquer hipótese, que já não esteja previsto remédio especifico.
Todas as hipóteses de previsão de cabimento do agravo
regimental preveem que tal recurso deve atacar somente decisão monocrática.
A inaplicabilidade do princípio da fungibilidade entre os recursos excepcionais previsto no art. 1.032 do CPC à luz da sistemática recursal no processo do trabalho - Bartira Barros Salmom de Souza