Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
__________________________________________________
ii
DEDICATÓRIA
AGRADECIMENTOS
Ao meu orientador João Thadeu de Menezes por toda ajuda e cooperação para a
realização deste trabalho.
RESUMO
ABSTRACT
Among the coastal ecosystems, the beaches can be considered the most fragile
environments, are naturaly highly dynamic, which is likely to undergo changes
due to human activities, more and more intense in these regions. This human
influence, added to natural events, controls the coastal dynamics and the factors
that act on the disposition of the shoreline, as erosion and rates of the coastal
sediment balance. The erosive action on a beach becomes worrying when it
ceases to be a natural process and becomes a repetitive and intense process,
causing problems in areas of ecological and socio-economic interest. The study
spatiotemporal of beaches morphodynamics and generating scenarios through
coastal numerical modeling are of great relevance to the understanding of these
processes and the search for conflict resolution in these areas. Through
bibliographic references and geotechnology application to parse the beaches
morphodynamics of the study area as well as the evolution of the coastline. The
analysis of environmental variables using preterits studies helped on the
understanding of erosion in the region where it was observed that the average
value of the significant wave height was 1.03 meters, the peak period of 8.85
seconds, and the dominant direction was 113,87º (east-southeast), moreover
the currents are most frequently from north and the intensity with the average
vii
value of 0.15 m/s. The variation of the shoreline over the years was measured
from an extension of ArcGIS 10.1 program called DSAS. It was evident that over
seventy-seven years occurred variations in progradation rates and erosion of the
coastline, where it was observed that the beaches suffer more loss of sediment
that deposition, and the greatest variations respectively are from the southern
sector to the northern sector. The manual classification of and land use indicated
on a spatiotemporal form, the advance of urbanization on natural ecosystems
that stabilizing the shoreline, showing the anthropic factor with one of the causes
of erosion, and urbanization category had, between the years 1938 and 2015, an
increase of 38.37% in occupied area. Environmental numerical modeling showed
that the most frequent waves come from the quadrant east / southeast, and the
waves coming from the southeast quadrant had the highest significant heights (2
meters), influencing mainly in the south-central and north-central sectors of the
beach. Also it was observed from the modeling data that the current influence
more in the southern sector morphodynamics, on the Bay of Babitonga outfall,
where there are higher rates of erosion, the current maximum speeds ranging
from 0.78 m/s 1.00 m/s. The beaches of Itapoá - SC, have erosive
characteristics, a fact that occurs naturally due to beaches morphodynamics, the
same being intensified by human influence. As a solution to the shoreline
stabilization is proposed the withdrawal of rigid structures present in areas that
should be preserved, as well as further study of recovery of these natural
environments and possible articifial beach nourishment in order to seek
stabilization of the sedimentary balance.
viii
SUMÁRIO
DEDICATÓRIA III
AGRADECIMENTOS IV
RESUMO V
ABSTRACT VI
1 INTRODUÇÃO 15
2 OBJETIVOS 27
3 METODOLOGIA 27
5. CONCLUSÕES 107
LISTA DE FIGURAS
Figura 1. Zonação hidrodinâmica e morfológica, tipicamente observada em
uma praia arenosa oceânica (HOEFEL, 1988). .............................................. 18
Figura 2. Causas naturais e antrópicas de erosão costeira (SOUZA, 2009).
.......................................................................................................................................... 24
Figura 3. Setores do litoral centro-norte catarinense que vêm
apresentando processos visíveis de erosão costeira e que necessitam
de medidas recuperadoras urgentes (Klein et al., 1999) .......................... 25
Figura 4. Localização da área de estudo, trecho de 14 quilômetros de praia
no município de Itapoá, SC. .................................................................................. 28
Figura 5. Configuração atual da planície costeira de Itapoá após o máximo
da transgressão holocênica (Souza, 1999). ................................................... 30
Figura 6. Localização do fundeio do ADCP para caracterização
oceanográfica na área de estudo. ....................................................................... 32
Figura 7. Localização dos transectos para a análise da variação da linha de
costa. .............................................................................................................................. 35
Figura 8. Fluxograma esquemático da interação entre os diferentes
módulos do software DELFT3D. ........................................................................... 38
Figura 9. Malha numérica para executar o modelo hidrodinâmico nas
praias do município de Itapoá.............................................................................. 39
Figura 10. Batimetria interpolada na malha do modelo hidrodinâmico. ...... 40
Figura 11. Localização dos principais afluentes que desaguam na baía da
Babitonga. .................................................................................................................... 41
Figura 12. Tabela de componentes harmônicas de maré da FEMAR para a
estação do Porto de São Francisco do Sul. ..................................................... 42
Figura 13. Localização do ponto onde foram extraídos os dados de ondas
propagados de águas profundas. ........................................................................ 44
Figura 14. Localização do fundeio do ADCP próximo ao píer de atracação
do Porto de Itapoá. ................................................................................................... 45
Figura 15. Equipamento AWAC® utilizado no fundeio já fixado em
estrutura piramidal. .................................................................................................. 46
Figura 16. Gráfico de dispersão entre a componente U dos dados de
corrente medidos pelo ADCP e a componente U dos dados de corrente
modelados, para a área de estudo..................................................................... 47
Figura 17. Gráfico de comparação entre a componente U dos dados de
corrente medidos e modelados, ao longo do tempo modelado. ............. 47
Figura 18. Gráfico de dispersão entre a componente V dos dados de
corrente medidos pelo ADCP e a componente V dos dados de corrente
modelados, para a área de estudo..................................................................... 48
Figura 19. Gráfico de comparação entre a componente V dos dados de
corrente medidos e modelados, ao longo do tempo modelado. ............. 48
Figura 20. Séries temporais, alturas significativas e períodos de pico para
o período total de medições (ALVES, 1996)................................................... 51
Figura 21. Intensidade de correntes de superfície em São Francisco do Sul
(elaborado a partir de CNEN/CDTN, 2002, apud PETROBRAS, 2003). 54
xi
LISTA DE TABELAS
Tabela 1. Relação Parâmetros morfométricos de perfis de praias
selecionadas (SHORT & WRIGHT, 1983). ........................................................ 19
Tabela 2. Relação dos rios da bacia hidrográfica e a vazão correspondente.
.......................................................................................................................................... 41
Tabela 3. Casos de ondas simulados para a caracterização morfodinâmica
das praias do município de Itapoá, SC. ............................................................ 44
Tabela 4. Período e altura significativa de onda para os quatro padrões de
ondas observados na região da baia da Babitonga (ALVES & MELO,
2001). ............................................................................................................................ 52
Tabela 5. Estatísticas das Correntes em São Francisco do Sul (CNEN –
CDTN, 2002, apud PETROBRAS, 2003) ............................................................ 53
Tabela 6. Valores de EQM para cada fotografia, por ano e as respectivas
médias. .......................................................................................................................... 69
Tabela 7. Médias interanuais do valor de EPR (m) para cada setor de cada
cenário. .......................................................................................................................... 75
Tabela 8. Área ocupada em hectares, pelas classes ao longo dos anos. .. 90
15
1 INTRODUÇÃO
As áreas costeiras têm como principal característica uma alta e complexa dinâmica
natural, e desta maneira, propensas a sofrer alterações em função de atividades
humanas cada vez mais intensas nestas regiões. Somando-se os fatores naturais aos
antrópicos podem ocorrer diversos problemas ambientais como, por exemplo, a
erosão costeira, onde uma alteração na dinâmica da costa pode causar danos a bens
públicos e privados além de alterar as paisagens e as funções ecológicas dos
ecossistemas. Pode-se dizer que a acelerada ocupação costeira brasileira no último
século intensificou os problemas erosivos nestas regiões (LECOST,2002).
Segundo Tomazelli et al. (1996) aspectos como: interrupção da deriva litorânea, seja
por acontecimentos naturais ou antrópicos; diminuição do suprimento sedimentar;
aumento da magnitude ou frequência de tempestades e a elevação do nível relativo
16
do mar, estão relacionados aos processos erosivos das regiões costeiras. A ação
erosiva em uma praia se torna preocupante quando passa a ser um processo intensivo
em um trecho ou ao longo de toda a praia, ameaçando áreas de interesse ecológico e
socioeconômico (SOUZA et al. 2005).
A gestão costeira utiliza do conhecimento dos processos costeiros que atuam em sua
dinâmica e evolução, dando importância às mudanças na linha de costa, além da
avaliação dos níveis e suscetibilidade à erosão (HOOKE et al., 1996). O entendimento
da evolução geomorfológica e dos processos morfodinâmicos praiais é de grande
ajuda para que se realize o devido gerenciamento costeiro, assim minimizando as
modificações no balanço sedimentar da área (SILVA, 2008).
Desta forma, o presente trabalho tem por objetivo principal analisar a evolução da
linha de costa do município de Itapoá e tentar identificar as possíveis causas para os
processos de retração e progradação de costa observados nos últimos setenta e oito
anos, bem como inferir sugestões para o controle do balanço sedimentar na área de
estudo. Este trabalho está dividido em cinco capítulos.
Zona de arrebentação (Breaking Zone): Região de quebra da onda, onde parte se sua
energia é dissipada;
Zona de Surfe (Surf Zone): Região limitada pela dissipação energética da onda, após
sua quebra, sendo que mesma varia de acordo com o tipo de quebra da onda. A
formação de correntes e transporte sedimentar são características dessa zona, devido
a ressuspensão dos sedimentos;
A dinâmica de áreas litorâneas é muito singular e ativa por haver diversas formas de
energia atuando de maneiras diferentes sob o meio, tais como correntes, marés e
ondas. Dependendo do grau de intensidade destes fatores, as praias podem ser
19
As praias dissipativas possuem zona de surfe larga, são mais expostas, a energia de
ondas é maior, assim como o tamanho do grão do sedimento, além disso, possui
baixa declividade; Praias refletivas sofrem menor incidência de energia de ondas
sobre a praia, e possuem maior tamanho de grão do sedimento, normalmente são
ambientes mais sensíveis a poluição por não ocorrer tanta dispersão de
contaminantes; Além disso praias ditas como intermediárias possuem características
mistas com presença de correntes de retorno (SHORT & WRIGHT, 1983). A Tabela 1.1
apresenta os resultados dos parâmetros morfométricos calculados para a
caracterização destes três tipos de praias.
Tabela 1. Relação Parâmetros morfométricos de perfis de praias selecionadas (SHORT
& WRIGHT, 1983).
Localização Goolwa N. Seven M. Seven Narrabeem Collaroy Fishermans
Tipo de Praia Dissipativa Intermediária Reflectiva
n 3 11 11 94 94 26
Meses 60 26 26 78 78 30
Hb (m) 3 1.6 1.6 1-1.5 0.5-1 0.3
T 12 10 10 10 10 10
Gd (mm) 0.2 0.25 0.27 0.3 0.3 0.35
Ws 0.02 0.32 0.036 0.04 0.036 0.05
9.6 5.10 4.4 3.75 2.1 0.60
Declividade 1:33 1:39 1:37 1:15 1:12 1:9
L 90 112 112 42 36 27
L 10 16 15 14 9 5
CVL 0.10 0.14 0.13 0.33 0.25 0.18
V 120 153 177 180 65 40
V baixo 23 30 90 45 12
Muehe (1998) relata que a principal força motriz dos processos litorâneos de curto e
médio prazo é a variação das ondas, a qual determina, seja transversalmente ou
longitudinalmente à costa, o movimento da mesma. O dinamismo de processos
erosivos e de estoque de material sedimentar na costa é regido pela força e
temporalidade das tempestades ocasionadas pela energia das ondulações que atuam
sob o litoral (GOYA & TESSLER, 2005).
A origem mais comum das ondas é o vento, porém estas também podem ser geradas
por abalos sísmicos marinhos, além da movimentação das marés, de forma simples
uma onda pode ser dita como uma consequência de uma forma de energia propagada
ao longo da superfície da água (LIMA, 2002).
A influência do fundo oceânico em àguas rasas atua sob as ondas, onde as mesmas
tendem a alinhar suas cristas de acordo com as feições de profundidade, este
processo é conhecido como refração da onda (ALBUQUERQUE et al., 2006). Segundo
a teoria dos raios de Kamphuis (2000), a difração acontece devido ao espalhamento
radial energético, onde barreiras naturais (ilhas) ou de origem antrópica como
construções de engenharia oceanográfica interagem com as ondas.
A relação das ondas com o fundo da praia, com barreiras naturais ou de origem
antrópica, ou com correntes marítimas modificam os padrões de propagação do
sedimento. (CHACALTANA & SOARES, 2015). Processos de retração e progradação da
linha de costa são naturais e não causam problemas na morfologia da costa, porém
devido à ocupação humana nas regiões litorâneas, estes acontecimentos podem ser
intensificados, interferindo nos processos erosivos e deposicionais do local. Desta
maneira essas variações antes não perceptíveis ao homem, podem causar problemas,
provocando perdas matérias e muitas vezes humanas (SOUZA, 1999).
Praias Arenosas oceânicas são ambientes de transição, que possuem alto dinamismo e
sensibilidade. Seus componentes variam de acordo com a quantidade de energia
embutida no sistema, sendo influenciados de forma biológica, eólica e hidráulica,
sendos que estes componentes ocorrem em escalas espaço-temporais variáveis
(HOEFEL, 1997). Dentre todos os agentes de influência na dinâmica praial, os
processos hidráulicos chamam mais atenção por representarem uma gama de vetores
que alteram a morfologia praial e promovem a troca de sedimento entre praias e
regiões próximas. Esta situação ocorre principalmente pela ação das marés, ondas
formadas pelos ventos, correntes litorâneas e oscilações de longo período
(subharmônicas e de infragravidade) (HOEFEL, 1997).
22
O processo de erosão costeira é natural e pode ser intensificado pela ação do homem.
O mesmo acontece de forma global, atingindo na sua maioria, margens oceânicas e
lacustres (KALINDI et al. 2011). Este fenômeno ocorre devido a diversos vetores e
forças atuando em conjunto, os quais unidos são conhecidos como dinâmica costeira
(BIRD, 2000). Em inúmeras praias no Brasil e no mundo, a ação da erosão é
acentuada e muitas vezes há necessidade de intervenções urgentes para conter o
processo erosivo e recuperar as áreas erodidas (KALINDI, 2011).
Brasil
Santa Catarina
LOCALIDADE PROVÁVEIS
CAUSAS
Klein et al. (2006) indicam que o problemas ambientais causados pela ocupação
desordenada ocorreram pela falta de gestão adequada e politicas públicas atuantes na
26
área, e ainda apontam que os processos erosivos são consequência do uso e ocupação
indevida da costa, fator intensificado pelo regime de ressacas incidentes na região.
Segundo Lecost (2002) outro fator que influencia a dinâmica da costa de Itapoá são
processos ocorrentes na desembocadura da Baía da Babitonga, entre eles a dragagem
do canal de acesso do porto de São Francisco do Sul – SC. Silveira (2013) afirma que
juntamente com as atividades de dragagem, a praia de Itapoá começou a apresentar
altas taxas erosivas, devido a rede de transporte de sedimentos na região estar em
direção ao norte, através do processo de dragagem onde ocorre a remoção de
grandes volumes de sedimento, o material influencia na zona de transporte ativa da
praia.
2 OBJETIVOS
3 METODOLOGIA
A área de estudo desse trabalho é delimitada pelas porções Sul da região costeira do
município de Itapoá – SC, até a região central do município, totalizando 14
quilômetros de costa. A planície costeira do município de Itapoá, a qual sofre fortes
processos de erosão praial, localiza-se na região nordeste do Estado de Santa
Catarina entre os paralelos 25°57'S e 2614'S, sendo que a mesma se estende desde
o Oceano Atlântico, a Leste; a Serra do Mar, a Oeste; a Baía da Babitonga, ao Sul e o
rio Saí-Guaçu, ao Norte (Figura 4). A costa do município se estende por 32
28
3.1.1 Geologia
Angulo (2004) relata que a planície costeira do Norte de Santa Catarina é bem
desenvolvida, e 22 rochas do embasamento cristalino da Serra do Mar estão
29
3.1.2 Hidrografia
3.1.3 Clima
3.1.4 Maré
Para a análise da variação da linha de costa entre anos subsequentes foram utilizadas
fotografias aéreas pancromáticas, dos anos de 1938, 1956, 1978 e 1995, disponíveis
33
A linha de costa pode ser definida, de modo geral, como o ponto de ligação entre a
interface física da costa e do mar (DOLAN et al., 1980). A mesma encontra-se em
constante alteração espaço-temporal principalmente por conta de modificações no
nível do mar; movimentação das placas tectônicas; variações nos processos
relacionados as variáveis que influenciam no sistema costeiro, como energia das
ondas, direção e velocidade dos ventos e amplitudes de maré e reposicionamento da
34
A análise das taxas de variação da linha de costa ao longo dos anos foi realizada pela
extensão DSAS (Digital Shoreline Analysis System) do software ArcGIS, a qual oferece
diferentes formas de análises estatísticas, no presente trabalho o método escolhido foi
EPR (End Point Rate), que permite o cálculo da taxa de variação, a partir da linha
mais antiga e a relacionando com a mais recente, considerando o tempo médio
transcorrido.
Diversos demarcadores podem ser utilizados para determinar a linha de costa a ser
comparada entre os anos consecutivos, linha de água, linha de deixa (maré alta) ou
linha de vegetação. Para este trabalho foi utilizada a linha de vegetação que não é
afetada pelo nível da maré no momento da aquisição das fotografias aéreas ou
imagem de satélite. Para cada o mosaico de fotografias de cada ano e para a imagem
de satélite foi digitalizada uma linha de costa, que posteriormente foram comparadas
para se analisar a variação da linha de costa entre os anos subsequentes.
3.5.1.1 DELFT3D-FLOW
3.5.1.2 DELFT3D-MOR
3.5.1.3 DELFT3D-WAVE
Afim de manter o modelo o mais próximo e fiel aos acontecimentos naturais e reais da
área, foram inseridos dados de entrada relacionados a descarga fluvial, ventos, ondas
e marés das condições ambientes presentes na área de estudo.
rio Parati, rio Ubatuba, rio Jaguaruna, rio do Saco, rio Cubatão, rio Cachoeira, rio
Paranaguá-mirim, rio Palmital, rio do Barbosa, rio Bonito, rio Sete Voltas, rio Montão
de Trigo e rio Três Barras (Figura 11 e Tabela 2).
Figura 11. Localização dos principais afluentes que desaguam na baía da Babitonga.
Para esta simulação foram utilizados dados de vento provenientes de uma estação do
INMET, localizada no Município de Itapoá. Para esse trabalho foram utilizadas uma
série de dados do ano de 2012, coletados por uma estação meteorológica automática.
Figura 13. Localização do ponto onde foram extraídos os dados de ondas propagados
de águas profundas.
Para a simulação de cada caso, espectros de onda do tipo Jonswap (Joint North Sea
Project) foram inseridos nas fronteiras do modelo numérico de propagação, através da
especificação dos parâmetros: altura significativa de onda (Hs); período de pico do
45
A gravidade foi configurada como g=9,81 m/s2, enquanto que a densidade da água
como 1.025 kg/m³. A quebra de ondas induzida pela profundidade utilizou o modelo
de Battjes & Jansen, com parâmetros alpha=1 e gamma=0,73. Foram habilitados os
processos de difração, refração induzida pelo fundo e por interação onda-corrente,
interações onda-onda do tipo triads e frequency-shift.
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
Para a análise e descrição das variáveis ambientais, foram levantados dados pretéritos
a partir da bibliografia disponível, com o intuito de compreender melhor as variáveis
ambientais atuantes no meio, atualmente e ao longo do tempo, estes dados podem
ser classificados como dados pretéritos. Adicionalmente, também serão apresentados
informações de dados recentes, coletados in situ, e gentilmente fornecidos pela
empresa Mar Tethys Levantamentos Oceanográficos e Estudos Ambientais Ltda.
Segundo o mesmo autor áreas costeiras da região sul, normalmente não sofrem a
incidência de ondas grandes, fator que pode acontecer esporadicamente. Isso se
explica pelo fato de existir sistemas frontais como as frentes frias, que se movem
pelas regiões sul e sudeste. Em períodos de inverno, estes sistemas são intensificados
o que pode ocasionar a formação de centros de baixa pressão (ciclones) em latitudes
inferiores a 40S. O posicionamento de ciclones em latitudes inferiores às dos centros
de alta pressão (anticiclones), proporciona as condições típicas para ondas grandes.
Alves (1996) realizou uma campanha de medição direcional de ondas para a Petrobras
no Programa de Monitoramento ambiental da região costeira de São Francisco do Sul,
no período de 24 de janeiro a 01 de junho de 1996, abrangendo, portanto, partes do
verão e do outono daquele ano, gerando medições com três séries temporais, que
forneceram dados sobre a altura significativa (Hs), período de pico (Tp) ou frequência
de pico (fp=1/Tp) e direção dominante das ondas. Os resultados daquelas medições
51
Figura 20. Séries temporais, alturas significativas e períodos de pico para o período
total de medições (ALVES, 1996).
As características das ondas observadas nesta região são reflexo do regime de ventos
encontrado sobre o oceano Atlântico Sul (ALVES & MELO, 2001). Os ventos típicos de
NE presentes no local acontecem devido ao sistema semipermanente de alta pressão,
denominado Anticiclone do Atlântico Sul. Esta situação, de tempos em tempos é
52
perturbada pela passagem de frentes frias originadas pelo Anticiclone Móvel Polar. As
quais migram da região sudoeste para nordeste (DHN, 1994). Centros migratórios de
altas e baixas pressões acompanham as frentes frias que interferem no regime de
ventos, sendo assim, produzem vagas e ondulações dos quadrantes E e S (ALVES &
MELO, 2001). A partir da análise dos dados coletados por ALVES (1996) em São
Francisco do Sul entre janeiro e junho de 1996, quatro padrões de ondas para a
região foram identificados (ALVES & MELO, 2001): SISTEMA “A” (ondulação de SE) -
neste sistema, as ondulações têm maior período de pico e não possuem correlação
com a direção e intensidade dos ventos locais; SISTEMA “B” (ondulações de E) -
ondas que chegam de leste e sudeste dominam o regime de ondas local
(aproximadamente 50% das observações realizadas); SISTEMA “C” (vagas de E-NE) -
é um sistema associado aos ventos NE persistentes na região devido ao centro de alta
pressão do Atlântico Sul; SISTEMA “D” (vagas de S-SE) - corresponde a cerca de 10%
do regime de ondas na região.”
Tabela 5. Estatísticas das Correntes em São Francisco do Sul (CNEN – CDTN, 2002,
apud PETROBRAS, 2003)
Frequência e Intensidade da Corrente por Quadrante
Tempo de Prof. NNW – ENE SSE – SW SW – NNW
Mês Amostragem Sup-S (p/ Norte) (p/ Sul) (convergente)
(dias) Fun-F Int. Max. Int. Max. Int. Max.
(%) (%) (%)
(m/s) (m/s) (m/s)
25 S 42 0.60 6 0.60 8 0.35
Dez/95
25 F 42 0.40 7 0.30 13 0.20
16 S 36 0.45 16 0.40 20 0.25
Jan/96
16 F 28 0.25 4 0.20 35 0.10
11 S 41 0.30 37 0.45 20 0.45
Fev/96
11 F 41 0.30 16 0.40 33 0.35
30 S 31 0.55 4 0.20 5 0.30
Mar/96
30 F 47 0.45 10 0.32 14 0.30
24 S 45 0.40 7 0.25 28 0.20
Abr/96
0 F * * * * * *
21 S 50 0.25 14 0.25 7 0.10
Mai/96
31 F 35 0.25 10 0.25 11 0.15
12 S 49 0.45 18 0.10 3 *
Jun/96
12 F 42 0.35 17 0.15 5 0.25
por CNEN/CDTN (2002 apud PETROBRAS, 2003), indicam um valor médio de 0,15 m/s
para a totalidade dos registros efetuados. As correntes superficiais, sob influência dos
ventos locais, apresentam maior intensidade do que as correntes de fundo.
0,7
Intensidade das correntes (m/s)
0,6
0,5
0,4
0,3
0,2
0,1
0
Dez/95 Jan-96 Feb-96 Mar-96 Apr-96 May-96 Jun-96
0,5
0,45
Intensidade das correntes (m/s) 0,4
0,35
0,3
0,25
0,2
0,15
0,1
0,05
0
Dez/95 Jan-96 Feb-96 Mar-96 Apr-96 May-96 Jun-96
4.1.4 MARÉS
A maré na região sul do Brasil é do tipo semidiurna com variações diurnas, ou seja,
ocorrem duas preamares e duas baixa-mares por dia, cujas amplitudes são diferentes,
sendo que as amplitudes ditas normais são do tipo micromaré, em torno de 1,5 m
(DHN, 1997).
Segundo Marone & Camargo (1994), regiões litorâneas podem apresentar alterações
na amplitude das marés devido a fatores meteorológicos, como por exemplo, a
passagem de frentes frias com ventos fortes provenientes do quadrante sul,
fenômenos como esse são conhecidos como maré meteorológica. O efeito desse tipo
de maré é mais intenso nas zonas litorâneas e baías, devido ao empilhamento de
água na costa, sendo comumente acompanhada de episódios erosivos e destrutivos,
que são mais acentuados quando a maré meteorológica coincide com maré
astronômica mais alta (sizígia) (CALLIARI et al., 1996).
Segundo CPE & ACQUAPLAN (2009), as correntes de maré mais fortes observadas na
região do canal externo ao Porto de São Francisco do Sul são da ordem de 0,46 m/s,
com uma direção de 341º, como pode ser observado na Figura 23.
57
0.40
0.30
Correntes (m/s)
0.20
0.10
0.00
-0.10
-0.20
02/21/2003 00:00
02/28/2003 00:00
03/07/2003 00:00
03/14/2003 00:00
03/21/2003 00:00
Correntes Leste(+) / Oeste (-) Correntes Norte(+) / Sul (-)
0.40
Correntes Norte(+) / Sul (-) (m/s)
0.30
0.20
0.10
0.00
-0.10
-0.20
-0.30
-0.40
-0.50
-0.80 -0.70 -0.60 -0.50 -0.40 -0.30 -0.20 -0.10 0.00 0.10 0.20 0.30 0.40 0.50 0.60 0.70 0.80
Correntes Leste(+) / Oeste (-) (m/s)
Figura 23. Correntes de maré típicas da zona costeira na frente dos municípios de
Itapoá e São Francisco do Sul, na região do canal externo de acesso ao Porto de São
Francisco do Sul (CPE & Acquaplan, 2009).
De acordo com Schettini et al. (1996), a maré astronômica na baía de São Francisco
do Sul, ou Babitonga, varia em torno de 0,8m, sendo que a máxima pode atingir
1,2m. Os mesmos autores citam que a influência das marés meteorológicas sob a
dinâmica costeira é grande, elevando em 1m as alturas das marés astronômicas, em
alguns casos. Trucollo (1998) também considera como amplitude média o valor de
0,80 m. e ressalta que as alturas de marés observadas na baía da Babitonga são
58
Souza & Angulo (2002) relatam que as amplitudes médias de maré são em torno de
1,5 m. Estes autores ainda citam que a dinâmica da costa de Itapoá também é
fortemente influenciada pela desembocadura da baía da Babitonga; e que em frente a
esta desembocadura ocorrem feições submersas que foram interpretadas com sendo
de um delta de maré vazante (Figura 24). Este tipo de ambiente constitui-se em um
sistema de ligação entre as praias de ambos os lados do complexo estuarino (baía da
Babitonga), com as quais possuem constantes trocas de sedimentos entre o delta e as
praias do complexo estuarino. Os bancos de areia que formam o lobo frontal do delta
constituem-se em áreas rasas que provocam a arrebentação das ondas e propiciam o
transporte de areia através do lobo frontal (ANGULO et al., 2002).
A partir dos dados de nível de agua é possível observar claramente os ciclos de maré,
com períodos de sizígia (maiores amplitudes) seguidos por eventos de quadratura
(menores amplitudes). No final de agosto de 2015 se verifica uma alteração na
profundidade do equipamento, em função da troca no local do fundeio do ADCP
(Figura 25).
Figura 25. Variação do nível da água (profundidade do ADCP) entre os dias 17/05/14
e 30/06/15 para o local observado.
A velocidade média de corrente (resultante) para toda a coluna d’água, entre os dias
01/07/15 e 11/12/15 foi de 0,36 m/s. Além disso é possível verificar eventos de
estofa de maré na qual a velocidade se aproxima a zero (0). A velocidade máxima de
corrente observada é de 1,44 m/s. Os maiores valores de velocidade de corrente são
observados nos eventos de vazante, quando a baía da Babitonga deságua seu grande
volume de água no mar (Figura 26). Mais de 80% das observações de velocidade das
correntes apresentam valores menores que 0,6 m/s (Figura 26).
60
A direção média das correntes na coluna d’água para o período analisado foi de
187,08º. De maneira geral, a condição hidrodinâmica observada apresenta
comportamento bidirecional, em sua grande maioria definida pelos fluxos e refluxos
ocasionados pelo regime de maré (Figura 26).
Já a média da Altura Significativa (HS) das ondas para o período entre os dias
01/07/15 e 11/12/15 é de 0,64 metros. A altura máxima observada foi de 1,96
metros no dia 16/09/2015 (Figura 27). No geral, pode-se identificar que as maiores
alturas de onda são provenientes da direção sudeste (Figura 28 e Figura 30). Na
(Figura 28) também foi possível observar alguns eventos de incidência de ondas da
direção leste e nordeste (50˚ a 100˚), de menor magnitude. Em aproximadamente
87% de todo o período observado, a altura das ondas é menor do que 1 metro (Figura
27).
61
A direção média de incidência das ondas para todo o período observado é de 126º
(sudeste), e as direções entre 72º e 144º (leste/sudeste) compreendem 99,94% de
todas as observações de onda realizadas entre 01/07/15 e 11/12/15 (Figura 28 e
Figura 30). Em relação ao período (Período de Pico – TP) das ondas observadas, o
valor médio é de 6,24 segundos e o máximo de 11,32 segundos, observado no dia
03/08/2015 (Figura 29).
Figura 27. Altura significativa (HS) das ondas mensuradas entre os dias 01/07/15 e
11/12/15, em um ponto localizado em frente a desembocadura da baia da Babitonga.
62
Figura 28. Direção média das ondas observadas entre os dias 01/07/15 e
11/12/15, em um ponto localizado em frente a desembocadura da baia da
Babitonga.
Figura 29. Período de pico das ondas entre os dias 01/07/15 a 11/12/15, em
um ponto localizado em frente a desembocadura da baia da Babitonga..
63
Tabela 6).
Figura 31. Mosaico fotográfico da praia do Município de Itapoá para o ano de 1938.
65
Figura 32. Mosaico fotográfico da praia do Município de Itapoá para o ano de 1957.
66
Figura 33. Mosaico fotográfico da praia do Município de Itapoá para o ano de 1978.
67
Figura 34. Mosaico fotográfico da praia do Município de Itapoá para o ano de 1995.
68
Figura 35. Mosaico fotográfico da praia do Município de Itapoá para o ano de 2015.
69
Tabela 6. Valores de EQM para cada fotografia, por ano e as respectivas médias.
Anos 1938 1957 1978 1995 2015
EQM (m) 5,50 2,29 11,28 0,57 2,74
3,78 2,79 5,78 1,85
3,07 4,04 6,77 0,76
3,41 0,47
4,20 1,92
0,87
Média
EQM (m) 3,99 2,79 6,77 0,81 2,74
Dados obtidos pelo cálculo computacional da taxa de variação a linha de costa entre
os anos estudados (Tabela 7) possibilitaram dividir a área de estudo em quatro
setores dentre os transectos (Norte = 1 até 30; Centro-norte = 31 até 60; Centro-sul
= 61 até 90 e Sul = 91 até 121), de acordo com o comportamento de cada região,
otimizando a interpretação dos dados.
Para facilitar a análise da variação da linha de costa, a praia foi dividida em quatro
setores, Norte, Centro-Norte, Centro-Sul e Sul. Os quatro cenários interdecadais
(Figura 40), representaram a variação da linha de costa ao longo de 77 anos, sendo
que a propensão de sua evolução é medida de forma temporal em longo prazo (STIVE
et al., 2002). Foram calculadas as médias da variação para cada setor, por cenário
interanual (Tabela 7 e Figura 40), e comparadas entre cada cenário 1957/38 (Figura
36), 1978/57 (Figura 37), 1995/78 (Figura 38) e 2015/95 (Figura 39). O intervalo
de tempo entre os anos foi respectivamente 19, 21, 17, 20, assim a média interanual
70
foi estimada através da multiplicação das médias de cada cenário com o número de
anos de cada intervalo temporal.
71
Figura 36. Variação da linha de costa para o município de Itapoá entre os anos de
1938 e 1957.
72
Figura 37. Variação da linha de costa para o município de Itapoá entre os anos de
1957 e 1978.
73
Figura 38. Variação da linha de costa para o município de Itapoá entre os anos de
1978 e 1995.
74
Figura 39. Variação da linha de costa para o município de Itapoá entre os anos de
1995 e 2015.
75
Tabela 7. Médias interanuais do valor de EPR (m) para cada setor de cada cenário.
Interanual
1957‐38 1978‐57 1995‐78 2015‐95
Norte 4 ‐5,34 0,78 19,38
Centro‐norte ‐40 15,15 ‐11,49 18,11
Centro‐sul ‐40 50,02 ‐7,80 ‐10,51
Sul ‐40 54,78 ‐18,63 ‐57,28
Mudanças no clima mundial podem causar impactos nos padrões das variáveis que
influenciam na zona costeira; como, por exemplo, o El Niño que desencadeia um
aumento de tempestades e ondas vindas de Sul e Sudeste, para região sul brasileira
(CPTEC/INPE,1997); As ondas agem sob a faixa arenosa da praia, causando perda de
sedimentos para a plataforma continental.
Figura 41. Comparação entre as médias interanuais de cada cenário por setor.
linha de costa, sendo que no extremo sul dos setor centro-norte e sul ocorreu
progradação da linha de costa, com exceção do último transecto no setor sul que
indicou retração (Figura 42). Pode-se observar que a erosão costeira no município é
um processo histórico ocorrente.
Figura 42. Variação da linha de costa de acordo com os valores de EPR - metros para
o cenário de 1957/38.
Segundo o resultado das médias obtido para o cenário de 1978/57 foi possível
identificar uma retração no extremo do setor norte, porém os valores positivos
(progradação) dominaram, fato que tendeu a média a acusar indices de progradação
para o setor. Para a região centro-norte os valores de EPR- metros, foram em sua
maioria positivos, evidenciando o avanço da linha de costa. Já nos setores centro-sul
e sul, observou-se valores altos de progradação se comparados com as médias
obtidas nos outros setores, porem mais especificamente no extremo sul do setor sul
ocorreu um recuo significativo na linha da vegetação, com excessão do ultimo
transecto que indicou avanço, este aspecto pode estar relacionado a alta dinâmica do
ponto de inflexão da costa.
Figura 43. Variação da linha de costa de acordo com os valores de EPR - metros
para o cenário de 1978/57.
No trabalho realizado por Souza (1999) foi obversado altos indices de erosão entre
1995/1978, para o setor sul da area, a partir da analise da costa na região de
influencia da desembocadura do Canal do Linguado, apoiando os dados encontrados
nessa pesquisa.
79
Figura 44. Variação da linha de costa de acordo com os valores de EPR m/ano
para o cenário de 1995/78.
Todos os valores positivos obtidos de EPR – metros, para os setores norte e centro-
norte, representam uma progradação ocorrida no local, entre os anos de 2015/1995.
No caso da região centro-sul e sul as médias indicaram indices de retração da linha de
costa, mesmo assim para o extremo sul do setor sul os valores evidenciaram
progradação. Os mesmos valores negativos que demonstram retração, encontrados
para a área estuarina da região de estudo (Canal do Linguado), foram observados em
por (Bittencourt et al., 2005) em uma região próxima as margens de um corpo
d’agua, na Praia de Maracaípe (SE), o mesmo cita que a dinâmica do sedimento sofre
influência da hidrodinâmica do rio, se tornando um dos facilitadores do processo de
retrogradação da linha de costa (Figura 45).
80
Figura 45. Variação da linha de costa de acordo com os valores de EPR m/ano para o
cenário de 2015/95.
Figura 46. Classificação do Uso do Solo para a região costeira do município de Itapoá para o ano de 1938.
82
Figura 47. Classificação do Uso do Solo para a região costeira do município de Itapoá para o ano de 1957.
83
Figura 48. Classificação do Uso do Solo para a região costeira do município de Itapoá para o ano de 1978.
84
Figura 49. Classificação do Uso do Solo para a região costeira do município de Itapoá para o ano de 1995.
85
Figura 50. Classificação do Uso do Solo para a região costeira do município de Itapoá para o ano de 2015.
86
Rosa (2001) afirma que a análise do uso e ocupação do solo, ao longo dos anos,
possibilita reconhecer o desenvolvimento de padrões na área geográfica, auxiliando no
entendimento de impactos no meio ambiente, causados pelo uso impróprio do solo.
Figura 51. Agropecuária (áreas de cultivo e campo para pastagens). Foto: Paulo
Briese.
87
Figura 53. Região Praial sofrendo influência da urbanização. Foto: Paulo Briese
88
Figura 55. Visão do berço de atracação do Porto de Itapoá – SC. Foto: Paulo
Briese
Figura 56. Vias de mobilidade pública e construções na região costeira de Itapoá – SC.
Foto: Paulo Briese
90
No ano de 1938 a área coberta pela classe urbanização era de 12,95ha, registrou-se
um aumento em área ocupada pela urbanização nos anos subsequentes. Dentre todas
as classes, a região praial apresentou maior contribuição em área (107,29ha) seguida
de solo exposto (52,04ha), vegetação costeira (45,92ha) e agropecuária (26,35ha).
O aumento na área ocupada por urbanização, entre os anos de 1938 e 2015, foi de
(38,37%) em relação ao total, acompanhado pelo acréscimo em área de atividades
92
Para o ano de 1957 foi observado um aumento de (35,95%) em relação a 1938 nas
áreas ocupadas por solo exposto (141,21ha), sendo que as classes agropecuaria
(40,76ha) e urbanização (38,16ha) também apresentaram acréscimo.
O cenário retratado pelo ano de 1978, teve como maior classe contribuinte solo
exposto (118,95ha), seguida de região praial (103,71ha), urbanização (102,05ha),
agropecuária (95,19ha) e vegetação costeira (45,18ha).
Entre os anos de 1978 e 2015 o solo exposto apresentou redução de (76,09%) dando
espaço a atividades agropecuárias e urbanização. Já para o intervalo de tempo entre
os anos de 1995 e 2015 a classe agropecuária decaiu (21%) em área ocupada, sendo
uma das consequências do incremento em regiões urbanizadas (81,93%).
Para a classe urbanização com 733,93ha no ano de 2015, foi registrado o maior índice
de ocupação, sendo clara a influência antrópica no litoral do município. Segundo
Câmara (2001) a região costeira do estado de Santa Catarina tem como
caracteristicas, elevadas taxas de crescimento demográfico e grau de urbanização,
sendo este último acelerado e afirma que mesmo em locais de menor densidade
demográfica, a taxa de urbanização é alta, fato que corrobora com os dados
encontrados na classificação.
A partir dos dados de ondas modelados foi possivel identificar que a energia de ondas
provenientes do quadrante Leste ( Figura 63) incidindo na região costeira do
município de Itapoá – SC, é mais intensa no setor Centro-sul seguido do setor Sul da
área de estudo, alcançando picos de até 1,2 metros de altura significativa. A premissa
corrobora com os dados de variação da linha de costa entre os anos de 1995 e 2015
citados anteriormente nesse trabalho, onde foi observado que é o setor Centro-sul, no
cenário atual da região costeira do município, é o que mais sofre com a retração da
linha de costa (Figura 45), sendo assim o fenômeno da erosão pode estar relacionado
a uma concentração de energia de onda atuante neste setor.
Segundo Souza et al. (2005) e Souza et al. (2009), uma das causas naturais da
ocorrência de processos erosivos é o maior impacto de ondas de alta energia sob a
praia, devido a fisiografia do local que possui irregularidades ao longo da linha de
costa.
97
Como citado anteriormente nessa pesquisa Alves e Melo (2001) indicaram que a
altura significativa de ondas provenientes dos quadrantes Leste e Nordeste para o
período observado por eles, foi de 1,5 metros o qual se aproxima dos valores obtidos
pelo modelo. Nesse sentido é possivel afirmar que a ocorrência e intensidade das
ondas vem seguindo o mesmo padrão, consequentemente o comportamento erosivo
no aspecto da morfodinâmica praial vem se repetindo ao longo dos anos
caracterizando um processo histórico e cíclico.
98
Quando retratado o caso de ondas vindas dos quadrante sul/sudeste ( Figura 65),
pode-se observar valores mais altos de altura significativa de onda se comparado com
as outras direções, onde os picos de onda podem alcançar mais de 2 metros. As ondas
que atingem de fato a costa perdem energia ao encontrar-se com o fundo marinho,
podendo diminuir a energia da onda na costa.
Gomes (2003) cita que a perda gradual da velocidade das ondas depois de
adentrarem em águas rasas provoca uma mudança na direção do transporte, sendo
assim a porção da onda que encontra primeiro águas rasas diminuí a velocidade e a
porção que ainda está em águas profundas mantém a velocidade, retrabalhando o
sedimento.
Alves e Melo (2001), como citado anterirormente, relatam que para os casos de ondas
provenientes de sul/sudeste a altura significativa foi de 3,5 metros. Assim como
observado nas análises da modelagem numérica, ondas vindas desse quadrante,
possuem mais energia, porém não é possível ditar que o regime de ondas e suas
características seja sempre esse, sem realizar uma análise mais profunda com um
99
intervalo temporal de pelo menos um ano, e não apenas seis meses como realizado
pelos autores.
A análise dos casos de ondas chegando na costa pelo quadrante sudeste, demonstrou
que a energia diminui se comparado com as ondas vindas do quadrante sul/sudeste,
com altura significativa de 1,5 metros para a primeira direção citada. Segundo as
análises realizadas sobre a situação atual do regime de ondas no local, citadas a priori
nesse estudo, as ondas de maior frequência incidentes na costa (Figura 30) são
provientes dos quadrantes leste/sudeste, demonstrando a ação constante dessas
ondas sob a região costeira de Itapoá – SC, intensificando os processos erosivos
ocorrentes na área.
De acordo com a inscidência das ondas na área de estudo, foi possível indentificar que
o setor Sul não sofre muita influência da energia de ondas, porém a presença de
processos erosivos, como foi observado retração da linha de costa, oacasionado pela
alta dinâmica da desembocadura da Baía da Babitonga.
Figura 67. Variação morfológica da área de estudo no cenário atual depois de um ano.
103
Além disso foi possível identificar que as casas, muros e edificações construídas
próximas a costa, ao longo dos anos, tomaram conta de regiões antes ocupadas pela
vegetação nativa e dunas frontais, os quais auxiliam na estabilização da linha de
costa, logo a substituição de áreas naturais por áreas urbanizadas pode ter
intensificado o processo erosivo natural ocorrente principalmente nos setores Sul e
Centro-sul.
104
Portz (2014) indica que áreas com características morfológicas erosivas e que sofrem
grande pressão de utilização, são mais suscetíveis a degradação das dunas frontais e
da vegetação associada. Fato que aconteceu na região costeira da área de estudo ao
longos dos anos e vem ocorrendo de maneira gradativa.
Souza et al. 2005 e Souza et al. 2009 ao descreverem as causas antrópicas da erosão
costeira no Brasil, mencionam a urbanização da orla e subsequente depredação do
ecossistema de dunas, além da construção de estruturas rígidas como molhes de
pedra e enrocamentos implantados em prol da contenção dos processos de erosão.
Ambas as situações foram identificadas na região estudada, atestando o fato de que
agentes antrópicos contribuem para o acontecimento da erosão costeira.
Dessa maneira verificou-se que o padrão climático mundial, que vem sendo alterado
devido a ações antropogênicas (IPCC,1996), é um dos agentes causadores naturais da
erosão nas regiões costeiras, sendo que a ação antrópica se torna um agente indireto
intensificador das variações ocasionadas na linha de costa, ao maximizar esses
eventos.
105
Requisitos legais ambientais são utilizados para promover, perante a lei, ações e
normas necessárias no que diz respeito a preservação e conversação dos ambientes,
além de definir e restringir o uso e a ocupação (IBAMA, 2001).
Visto que existem subsídios legais para que ocorra a proteção de ambientes
estabilizadores da linha de costa, além do zoneamento devido, de acordo com os
padrões estabelecidos pelo Plano Diretor da cidade e alinhados com os Planos
Municipais de gestão da orla. É proposto que sejam respeitadas as áreas de
preservação permanente (APPs), definidas no Código Florestal (Lei nº 12.651/12),
salientando que as mesmas vem sofrendo grande pressão antrópica.
Italiani (2014) ressalta que em praias com histório erosivo, como é o caso de Itapoá –
SC, a alimentação deve acontecer na face da costa, na sua porção mais externa (na
extensão da zona de arrebentação) reforçando a base do perfil da costa promovendo
assim a adição de sedimento.
5. CONCLUSÕES
Foi possível concluir que as praias do município de Itapoá – SC, sofrem mais
processos erosivos do que deposicionais. Os setores ao Norte da área de estudo
apresentam características de progradação da linha de costa, porém o crescimento
urbano foi exarcebado nessas regiões, nesse sentido foi proposto que ocorra o devido
zoneamento urbano, definindo áreas prioritárias de preservação e conservação dos
ecossistemas naturais, consequentemente a manutenção do balanço sedimentar. Os
setores sul e centro-sul possuem níveis menores de ocupação, porém sofrem grande
influência das variáveis ambientais atuantes no sistema, representando as taxas mais
alarmantes de perda sedimentar.
Os casos de direção de ondas mais presentes são leste/sudeste, sendo que os maiores
valores de altura significativa foram encontrados para ondas vindas do quadrante
sudeste (2 metros), as mesmas inscidindo com mais intensidade nos setores centro-
norte e centro-sul da área de estudo. Com tudo a ocorrência de correntes formadas
longitudinalmente a praia, faz com que ocorra a distribuição do sedimento, não
ocorrendo a deposição do mesmo, acarretando assim na erosão costeira de causa
natural.
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ALVES, J. H. G. M. & MELO, E. Measurement and modeling of wind waves at the northern
coast of Santa Catarina, Brazil. Rev. bras. de oceanogr. 49p (1/2), 2001.
GRABSKI, K. R.; FARINA, F.; AYUP-ZOUAIN R.; SILVA, T. SILVA da. Estudo da dinâmica
da urbanização e seus impactos sobre ambientes costeiros baseado em Sensoriamento Remoto
e SIG. Caso do município de Santa Vitória do Palmar, RS. Universidade Federal do Rio Grande
do Sul - UFRGS Laboratório de Modelagem de Bacias, Instituto de Geociências. Anais XVII
Simpósio Brasileiro de Sensoriamento Remoto - SBSR, João Pessoa PB, Brasil, 25 a 29 de abril de
2015, INPE. 2015.
GRE, J. C. R.; CASTILHO, J.A.; HORN FILHO, N.O. Quaternary deposits of the pântano do
sul beach, Santa Catarina Island, Brazil. In: Colóquio franco-brasileiro de manejo costeiro de
Ilha de santa catarina, 1997, Florianópolis. Atas, Florianópolis, UFSC, p. 211-218, 1997.
HARARI, J. Fundamentos de modelagem numérica em Oceanografia / Joseph Harari. – São
Paulo. Disponível em http://harari.saltambiental.com.br/static/previa.pdf (acesso em 25/01/2016).
2015.
HOOKE, J. M., BRAY, M. J., CARTER, D. J. Sediment transport analysis as a component of
coastal management – a UK example. Environmental Geology, 1996.
HOEFEL, F. G. Morfodinamica de praias arenosas oceânicas; Uma revisão Bibliográfica.
Faculdade de Ciências do FACE-MAR, Editora da UNIVALI, Universidade do Vale do Itajaí,
1997.
KALINDI, D., PILO, G. S., FARRENBERG, C. C. A. Erosão costeira por ação antrópica e suas
implicações para o desenvolvimento sustentável: uma revisão bibliográfica. Universidade
Monte Serrat – UNIMONTE. V Simpósio Brasileiro de Oceanografia, Oceanografia e Políticas
públicas, Santos, SP, Brasil, 2011.
KAMPHUIS, J., W. Introduction to Coastal Engineering and Management. First Edition.
Singapure: World Scientific, 2000.
KLEIN, A. H. F. ; TESSLER, M. G. ; SILVA, G. V. ; NUBER, E. . Análise da viabilidade de
interpretação morfodinâmica de praias arenosas através de fotografias aéreas: exemplos do
litoral norte do estado de São Paulo. . In: III Simpósio Brasileiro de Oceanografia, 2006, São
Paulo. III Simpósio Brasileiro de Oceanografia, 2006.
KOMAR, P.D. Beach processes and sedimentation. Englewood Cliffs, New Jersey, Prentice Hall,
429p. 1976.
KOMAR, P.D. Handbook of coastal processes and erosion. fl: CRC p. 1-20, 1983.
LECOST. Laudo técnico, diagnóstico sobre os problemas de erosão costeira no município de
Itapoá, litoral norte do estado de Santa Catarina. Ministério da Educação e do Desporto
Universidade Federal do Paraná Setor de Ciências da Terra, departamento de geologia
laboratório de estudos costeiros p. 2-25, 2002.
LEITE, M. E. Geoprocessamento Aplicado ao Estudo do Espaço Urbano: O caso da cidade de
Montes Claros/MG. Dissertação de Mestrado (Geografia e Gestão do Território). Programa de
Pós-Graduação em Geografia da Universidade Federal de Uberlândia/ Uberlândia, p.118, 2006.
LESER, H. Landschaftsökologie (4. Aufl.) . Uni Taschenbücher, Stuttgart, p. 521, 1997.
LEI – Nº 12.651 de Maio de 2012. Presidência da República. Casa Civil. Subchefia para assuntos
jurídicos. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2012/lei/l12651.htm
(acesso em 25/01/2016).
LIMA, O. P. Localização geodésica da linha da preamar média de 1831 – LPM/1831, com
vistas à demarcação dos terrenos de marinha e seus acrescidos. Tese de Doutorado.
Universidade Federal de Santa Catarina Programa de Pós-Graduação em Engenharia Civil, p.14,
2002.
MACEDO, R. J. A. de; MANSO, V. do M. V.; PEREIRA, N. S.; FRANÇA, L. G. de. Transporte
de Sedimentos e Variação da Linha de Costa em Curto Prazo na Praia de Maracaípe (PE),
Brasil. Revista da Gestão Costeira Integrada 12(3) p.343-355, 2012.
MADRUGA FILHO, J. D. Aspectos geoambientais entre as praias do Paiva e Gaibu,
Município do Cabo de Santo Agostinho, litoral sul de Pernambuco. Tese de Doutorado,
Universidade Federal de Pernambuco, Recife, PE, Brasil, p. 234 + anexos, 2004.
MARONE, E.; CAMARGO, R. Marés meteorológicas no litoral do estado do Paraná: o evento
de 18 de Agosto de 1993, Nerítica, Cuririba, v.8(1-2), Editora da UFPR, p.73-85, 1994.
MATTOS, J. A. D. Caracterização Hidrodinâmica da Baia da Babitonga antes do fechamento
parcial e total do canal do linguado utilizando modelagem numperica computacional, SC
Brasil. Trabalho de conclusão de curso de oceanografia. Universidade do Vale do Itajaí. 2012.
MAZZER, A. M. & DILLENBURG, S. Variações temporais da linha de costa em praias
arenosas dominadas pro ondas do sudeste da Ilha de Santa Catarina (Florianópolis, SC,
115
Brasil). Pesquisas em Geociências, 36 (1): p.117-135, jan./abr. 2009 ISSN 1518-2398 Instituto de
Geociências, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, RS, Brasil. 2009.
MIRANDA, L. B.; CASTRO, B. M.; KJERFVE, B. Princípios de Oceanografia Física de
Estuários. Editora da Universidade de São Paulo. 424p. 2002.
MÖRNER, N.A. Rapid Changes in Coastal Sea-Level. Journal of Coastal Research, v.12, n.4, p.
797-800, 1996.
MUEHE, D. Aspectos gerais da erosão costeira no Brasil. Mercator - Revista de Geografia da
UFC, Ceará, ano 04, número 07, p. 87-110. Disponível em:
www.mercator.ufc.br/index.php/mercator/article/view/113 (acesso em 06/08/2014). 2005.
MUEHE, D. Erosão e Progradação do Litoral Brasileiro. Ministério do Meio Ambiente, 476 p.,
Brasília, D.F., Brasil. ISBN 85-7738-028-9. 2006.
MUEHE, D. O. Litoral brasileiro e sua compartimentação. Geomorfologia do Brasil Antônio
Guerra e S. B. Cunha (org.), São Paulo, Ed. Bertrand Brasil, 1998.
NORDSTROM, K. F. Recuperação de praias e dunas, São Paulo: Oficina de textos, p.263, 2010.
OLIVEIRA, U. R. Comportamento morfodinâmico e granulometria do arco praial Pântano do
Sul - Açores, Ilha de Santa Catarina, SC, Brasil. Florianópolis. 102 p. Dissertação de Mestrado
em Geografia. Universidade Federal de Santa Catarina. 2004.
OLIVEIRA, F. A. de. Estudo do aporte sedimentar em suspensão na Baía da Babitonga sob a
ótica da Geomorfologia. 320 f. Tese (Doutor) - Departamento de Geografia, Universidade de São
Paulo, São Paulo, 2006.
PETRÓLEO BRASILEIRO S/A – PETROBRÁS. Estudos ambientais em áreas oceânicas e
costeiras no sul do país. Relatório Técnico (UFSC, URGS, FURG, UFPR). 1998.
PETRÓLEO BRASILEIRO S/A – PETROBRÁS. Diagnóstico ambiental na área de influência
do emissário submarino do terminal da Petrobras em São Francisco do Sul, SC. Relatório
Técnico. 2003.
POLETTE, M. Projeto Orla Itapoá – SC. Prefeitura municipal de Itapoá – SC. Disponível em:
file:///C:/Users/usuario/Documents/Projeto%20mestrado/Artigos%20Mestrado/projeto%20orla%20i
tapoa.pdf (acesso em 7/02/2016). 2010.
PORPILHO, D. Análise da sedimentologia, variação da linha de costa e perfil praial de Itapoá-
SC, Brasil. Monografia apresentada a banca examinadora do Trabalho de Conclusão de Curso de
Oceanografia. Universidade do Vale de Itajaí – SC – UNIVALI, Itajaí. 2012.
PORTZ, L.; ROCKETT G. C.; FRANCHINI A. L.; MANZOLLI, R. P.; GRUBER, N. L. S. Gestão
de dunas costeiras: o uso de sistema de informações geográficas (SIG) na implantação de
planos de gestão no litoral do Rio Grande do Sul, Brasil. Revista de Gestão Costeira Integrada /
Journal of Integrated Coastal Zone Management. 14(3):517-534. DOI: 10.5894/rgci445. 2014.
PRADO, R. Introdução ao ArcGis: Conceitos e Comandos. Disponível em
http://xa.yimg.com/kq/groups/17314041/51088737/name/Apostila+Renato+Prado+Vol+2.pd.
(acesso em 15/10/2011). 2009.
PREFEITURA MUNICIPAL DE ITAPOÁ – SC. Plano Municipal de Gerenciamento Costeiro e
Zoneamento Ecológico Econômico. Itapoá, Secretaria de Turismo, Meio Ambiente e Cultura,
2006.
116
SOUZA, M.C. & ANGULO, R.J. Decadal and interannual variations of shoreline and beach
volumes in Itapoá (Santa Catarina, Brazil). Journal of Coastal Research, 35 : 202-208, 2003.
SOUZA, C.R de G.; SOUZA FILHO, P.W.M.; ESTEVES, S.L.; VITAL, H.; DILLENBURG, S.R.;
PATCHINEELAM, S.M. & ADDAD, J.E. Praias Arenosas e Erosão Costeira. C.R de G. Souza
et al. (eds.). Quaternário do Brasil. Holos, Editora, Ribeirão Preto (SP). p. 130-152, 2005.
SOUZA, C. R de G. A Erosão das Praias do Estado de São Paulo: Causas, Consequências,
Indicadores de Monitoramento e Risco. Secretaria de Meio Ambiente do Estado de São Paulo,
2009.
SOUZA, C. R. de G. A Erosão Costeira e os Desafios da Gestão Costeira no Brasil. Coastal
Erosion and the Coastal Zone Management Challenges in Brazil. Revista da Gestão Costeira
Integrada 9(1):17-37. 2009a.
SPROVIERIL, F. C.; FONTOURA, J. A. S.; CALLIARI, L. J. & BARLETTA, R. C. Modelagem
numérica do transporte de areia na praia do Cassino – RS, Brasil.4º Seminário e Workshop em
Engenharia Oceânica, FURG, Rio Grande/RS, 2010.
STIVE, J.F., AARNINKHOF, H. L., HANSON, H., LARSON, M.,WINJNBERG, K.M.,
NICHOLLS, R.J. & CAPOBIANCO, M. Variability of shore and shoreline evolution. Coastal
Engineering, 47:211-235. Disponível em
http://gpm.fecam.org.br/uploads/752/arquivos/44754_lc_017_2007___plano_municipal_de_gerenci
amento_costeiro___pmgc.pdf (acesso em 03/12/2015). 2002.
SUGUIO, K. Tópicos em Geociências para o desenvolvimento sustentável: as regiões
litorâneas. Revista do Instituto de Geociências, USP, 2001.
TESSLER, M. G.; GOYA, S. C. Processos Costeiros Condicionantes do Litoral Brasileiro. Rev.
Bras. Geof., 17, 11-23 p. 2005.
TOBÓN, C. A. P. Metodología para la validación de modelos hidrodinámicos utilizando
amplia información de campo: aplicación a la Bahía Meldrof en la Costa Del Mar Del Norte
Alemán. Tese de doutorado. Universidad Nacional de Colombia – Posgrado en Reaprovechamiento
de Recursos Hidráulicos. Medellín, 2002.
TOGNELLA DE ROSA, M. M. P.; OLIVEIRA, R. G.; SOARES, M. L. G., SCHALLENBERGER,
B. H., MARINHEIRO, F. B. G.; CUNHA, S. R. Estruturado Manguezal do Rio Lagoa do
Furado, Município Balneário de Penha. Bases ecológicas para um desenvolvimento sustentável:
estudos de caso em Penha, SC, p.77-92, 2006.
TOLDO, E. E. J.; ALMEIDA, L. E. S. B.; NICOLODI, J. L.; MARTINS, L. R. Retração e
Progradação da Zona Costeira do Estado do Rio Grande do Sul. Centro de Estudos de Geologia
Costeira e Oceânica – CECO/IG/UFRGS. GRAVEL ISSN 1678-5975 nº3, 31-38, Porto Alegre,
2005.
TOMAZELLI, L.J.; VILLWOCK, J.A.; DILLENBURG, S.R.; BACHI, F.A.; DEHNHARDT, B.A.
1996. A erosão costeira no Rio Grande do Sul. Congresso Brasileiro de Geologia, 36. Salvador.
Anais. Salvador, SBG, p.435-438, 1996.
TRUCCOLO, E. C. Maré Meteorológica e Forçantes Atmosféricas Locais em São Francisco do
Sul - SC. Dissetação de Mestrado. ed. Florianópolis: UFSC, 1998.
TRUCCOLO E. C.; SCHETTINI C. A. F. Marés Astronômicas na Baía da Babitonga, SC. Notas
Técnicas. FACIMAR, 3: 57–66, 1999.
118
URBAN, D. Landscape Ecology (ENV 214). Landscape Ecology Lab, Duke`s Nicholas School of
the Environment and Earth Sciences, Durham, 2000.
WL | Delft Hydraulics. Delft3D-Wave User Manual, version 3.04. Disponível em
http://www.wldelft.nl/ (acesso em 10/01/2016). 2010.