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RESENHA do CAPÍTULO XIII do LEVIATÃ


CAPÍTULO XIII: Da Condição Natural da Humanidade Relativamente à Sua Felicidade e
Miséria, é um capítulo da primeira parte do livro de título Leviatã ou Matéria, forma e poder
de um Estado Eclesiástico e Civil.
Thomas Hobbes foi um matemático, teórico político e filósofo inglês, autor de Leviatã
e Do cidadão. Na obra Leviatã, explanou os seus pontos de vista sobre a natureza humana e
sobre a necessidade de um governo e de uma sociedade fortes.
O livro O leviatã, está dividido em quatro partes com quarenta e sete capítulos. A
primeira parte contém desde os capítulos I ao capítulo XVI, a segunda parte do capítulo XVII
ao capítulo XXXI, a terceira parte do capítulo XXXII ao capítulo XLIII e a quarta parte do
capítulo XLIV ao capítulo XLVII.
Hobbes inicia este capítulo XIII dizendo que a natureza fez os homens tão iguais, que
mesmo quando há diferenças físicas ou mesmo de faculdades cognitivas, não é suficiente para
que qualquer pessoa possa reclamar qualquer benefício a que outro não possa também.
Hobbes afirma que quanto às faculdades do espírito, deixando de lado as artes, a
ciência, ele encontra uma igualdade ainda maior do que a igualdade de força. Porque
prudência nada mais é do que experiência. O que talvez possa tornar inaceitável essa
igualdade é simplesmente a concepção vaidosa da própria sabedoria, a qual quase todos os
homens supõem possuir em maior grau do que o vulgo. Hobbes diz que a melhor prova para
mostrar que os homens são iguais é o fato deles se acharem mais inteligentes um em relação
ao outro.
Hobbes ressalta que desta igualdade quanto à capacidade deriva a igualdade quanto à
esperança de atingirmos nossos fins. E, assim, que quando um homem tem os mesmos
objetivos pela mesma coisa eles se tornam inimigos e para conseguirem o que querem,
inclusive para sua própria conservação, esforçam-se por se destruir ou subjugar um ao outro.
Hobbes finaliza dizendo que “por sua vez, o invasor ficará no mesmo perigo em relação aos
outros”.
Hobbes continua e diz que para a desconfiança de uns em relação aos outros os
homens se antecipam ou pela força ou pela astúcia a subjugar as pessoas de todos os homens
que puder, durante o tempo necessário para chegar ao momento em que não veja qualquer
outro poder suficientemente grande para ameaçá-lo. E, para sua própria conservação não é
bastante se manter na defesa, mas passar ao ataque, mesmo que seja somente para se
comprazer com o seu poder.
Hobbes afirma que os homens não têm prazer nenhum de estarem em companhia de
outros homens quando não existe um poder comum. Isto porque cada um pretende que seu
companheiro lhe atribua o mesmo valor que ele se atribui a si próprio.
Hobbes diz que são três as causas naturais principais de discórdia no homem:
primeiro, a competição; segundo, a desconfiança; e terceira, a glória. A primeira leva os
homens a atacar os outros tendo em vista o lucro; a segunda, a segurança; e a terceira, a
reputação. Os primeiros usam a violência para se tornarem senhores das pessoas, mulheres,
filhos e rebanhos dos outros homens; os segundos, para defendê-los; e os terceiros por
ninharias, como uma palavra, um sorriso, uma diferença de opinião.
Hobbes afirma que esta é a situação manifesta em que quando o homem não tem um
poder central encontra-se numa guerra de todos os homens contra todos os homens. É uma
guerra que não consiste numa guerra real, mas na conhecida disposição para tal, durante todo
o tempo em que não há garantia do contrário. Todo o tempo restante é paz. Numa tal situação
não há lugar para a indústria, pois seu fruto é incerto; consequentemente não há cultivo da
terra, nem navegação, nem uso das mercadorias; não há construções confortáveis, não há
conhecimento na face da Terra.
Como Hobbes diz, alguns poderão achar estranhas as considerações feitas acima, mas
considerando-se a si mesmo veremos que ao empreender uma viagem se arma e procura ir
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bem acompanhado; que quando vai dormir fecha suas portas; que mesmo quando está em casa
tranca seus cofres; e mesmo sabendo que existem leis para protegê-lo. De acordo com Hobbes
que opinião essa pessoa tem de seus companheiros, ao viajar armado, ao fechar suas portas; e
de seus filhos e servidores, quando tranca seus cofres? Hobbes conclui que não significa isto
acusar a humanidade com seus atos, e diz “eu o faço com minhas palavras? Diz que os
desejos e paixões do homem não são em si mesmos um pecado. Hobbes afirma que nem
tampouco as suas ações enquanto não tiver uma lei que as proíba.
Hobbes discorda daqueles que pensam que existiu um tempo em os homens viviam em
harmonia tal que não havia a prática dos desejos e paixões mencionados por ele no parágrafo
anterior. Diz mais, que no caso dos povos das Américas, recentemente descobertos pelos
europeus, só não existe conflito em pequenas famílias, cuja concórdia depende da
concupiscência natural. Hobbes afirma que sem um governo comum pacífico, o homem,
costuma cair numa guerra civil.
Segundo Hobbes mesmo que jamais tivesse havido um tempo em que os indivíduos se
encontrassem numa condição de guerra de todos contra todos, diz Hobbes que os reis e
autoridades, por questão de independência, estiveram sempre em conflito guardando suas
fronteiras, portanto, em constante atitude de guerra.
De acordo com Hobbes a guerra de todos os homens contra todos os homens também
isto é consequência: que nada pode ser injusto. Onde não tem poder comum nada pode ser
injusto, isto é, onde não tem lei não há injustiça. Completa Hobbes “na guerra, a força e a
fraude são as duas virtudes cardeais.” Outra consequência, diz Hobbes, da mesma condição é
que não há propriedade, nem domínio, nem distinção entre o meu e o teu; só pertence a cada
homem o que ele pode conseguir e enquanto for capaz de conservá-lo.
Diz Hobbes que o que faz o homem tender para a paz é o medo da morte e o desejo
daquelas coisas que são necessárias para uma vida confortável e, também, a esperança de
conseguí-las por meio do trabalho.

Comentário: Hobbes usa a ideia de estado da natureza para demonstrar a necessidade de um


estado organizado, com um poder comum, para que o homem saísse de um estado de guerra
de todos os homens contra todos os homens, garantindo assim a sua própria conservação, a
sua propriedade e trabalhando pudesse ter paz para progredir.

Aluno: Mauricio dos Santos Guimarães


Matrícula: 16.2.5964
Disciplina: Filosofia Política (FIL 673)
Profª: Rachel Costa

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