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Este documento é copia do original assinado digitalmente por WILSON CREPALDI JUNIOR. Protocolado em 18/03/2014 às 19:23, sob o número 08086458020148120001, e liberado nos autos
digitais por Daniel Hiane, em 20/03/2014 às 08:29. Para acessar os autos processuais, acesse o site http://www.tjms.jus.br/pastadigital/pg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o
COMARCA DE CAMPO GRANDE – Estado de Mato Grosso do Sul
Vara Cível
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO
AÇÃO DE INDENIZAÇÃO
POR DANOS MATERIAIS E MORAIS processo 0808645-80.2014.8.12.0001 e o código ABDD44.
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I - DOS FATOS
1.1 Para que esse douto juízo tenha uma exata compreensão dos fatos, passamos a
narrá-los, nos seguintes termos.
1.4 Logo após a compra dos ingressos, o Autor, juntamente com seus amigos,
iniciaram um passeio pelo Shopping, visitando inicialmente a loja SYBERIAN, depois a loja
TUBE e, posteriormente, a loja TNG, experimentando roupas e verificando produtos.
1.5 Após saírem da loja TNG, perceberam que um dos funcionários dessa loja os
estava seguindo.
Autor, juntamente com seus amigos, adentraram no interior da mesma, sendo que Diogo, logo
após, se retirou do interior dessa, permanecendo do lado de fora, momento em que aguardava os
demais amigos.
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1.8 Enquanto seus colegas o esperavam, o gerente dessa loja se aproximou e de
modo intimidativo (batendo palmas) perguntou “vocês precisam de alguma coisa?”, ao que os
amigos responderam que não, que estavam somente aguardando a finalização de uma compra.
1.9 Ato contínuo, o Autor percebeu que esse gerente enrolou um cinto na mão e
passou a testar a máquina antifurto da entrada da loja e deu um sinal para os seguranças do
Shopping Center que se aproximaram e se fixaram na entrada da loja.
1.10 Ao mesmo tempo, esse gerente alertou para um funcionário da loja ter atenção
com eventual tentativa de furto, falando: “cola neles, pode chegar junto que aqui a retaguarda já
ta feita”, ficando esse funcionário numa espécie de escolta dos autores no interior da loja.
1.13 Após isso, Kevyn, que acabara de efetuar a compra, se juntou com o Autor e os
demais amigos, que já se encontravam fora da loja, quando o puseram a par da situação e,
enquanto estavam se dirigindo para a saída do estabelecimento foram, então, abordados por 5
processo 0808645-80.2014.8.12.0001 e o código ABDD44.
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1.15 Nessa sala, sem qualquer diligência na abordagem, todos foram revistados
pelos seguranças. Nada de irregular sendo encontrado, os jovens indagaram aos seguranças
sobre o porquê daquele procedimento, recebendo como resposta “cala a boca”.
1.16 Ato contínuo, os seguranças determinaram que o jovem Diogo deixasse a sala e
se encaminhasse a outro local em um corredor, onde se puseram a revistar sua mochila.
1.21 Diante de tais circunstâncias, não restou ao autor outra alternativa senão a
propositura da presente ação para ver reparado o seu direito, que segue fundamentado, consoante
passamos a expor
II - DO DIREITO
fls. 5
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II.I – DA NATUREZA DA RELAÇÃO JURÍDICA
2.2 Por tal razão, requer se digne V. Exa., a declarar a natureza da relação jurídica
consumerista, bem como aplicando maiormente a inversão do ônus da prova incidindo nesse
caso as normas do Código de Defesa do Consumidor, no caso concreto.
tais como o art. 186 combinado com o art. 927 ambos do Código Civil de 2002, que
perfeitamente se subsumem ao fato. Vejamos:
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“Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (art. 186 e 187), causar dano a outrem,
fica obrigado a repará-lo”.
2.6 Por sua vez, incide no caso concreto, também, o Código de Defesa do
Consumidor que estabelece seu art. 6º, I e VI o seguinte, verbis:
2.7 Dessa forma, temos todo um ordenamento jurídico voltado a coibir as condutas
como à perpetrada pela ré, e o estabelecimento por parte dessas normas expressas, de efetividade
dessa proteção ao consumidor.
2.8 A conduta ilícita da requerida é explícita e decorrente dos fatos narrados. Não
obstante, passamos a descrevê-la de maneira pormenorizada.
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“Ação ou Omissão – Inicialmente, refere-se a lei a qualquer pessoa que, por
ação ou omissão, venha causar dano a outrem” 1.
1
GONÇALVES, Carlos Roberto. Responsabilidade Civil. 9ª ed. rev. de acordo com o novo Código Civil – Lei 10.406,
de 10-1-2002 / São Paulo : Saraiva, 2005, p. 32.
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2.16 Nossa jurisprudência também é uníssona no mesmo sentido. Vejamos o
entendimento jurisprudencial exposto em recente julgado do Colendo STJ:
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estacionamento Abordagem por seguranças como suspeitos de cometer um
crime sem qualquer indicio. Pericia criminal realizada nas imagens internas do
estacionamento. Ausência de coincidência entre as placas do veículo
Abordagem indevida e constrangedora. Dano moral configurado. Dano moral
fixado em R$ 10.500,00 Valor adequado sentença mantida nos termos do art.
252 do Regimento Interno do TJSP Recurso Improviso. (TJSP – APL 9192333-
45.2008.8.26.0000; Ramon Mateo Junior; julg. 19/12/1212; DJESP
23/01/2013)
2.17 Assim, é culposa a conduta da ré posto que não diligenciou na escolha de seus
prepostos (culpa in eligendo), bem como não os vigiou de maneira adequada (culpa in
vigilando), institutos estes fundamentados no art. 932, III de nosso Código Civil, tendo como
consequências desta não observação os danos abaixo suscitados, em desfavor do autor, devendo,
com efeito, reparar o dano causado à vítima, o que desde já requer.
5.1 O autor sofreu dano intimamente moral, com a abordagem vexatória sofrida no
interior do estabelecimento da requerida, o que causou enorme angústia e constrangimentos até o
presente momento ainda amargado pelo requerente, na medida em que o Autor juntamente com
seus amigos foi humilhado e envergonhado ao ser abordado por supostos profissionais sem o
mínimo de preparo, evidenciada por atitude arbitrária, abusiva, preconceituosa, covarde e
reprovável perpetrada pela ré.
processo 0808645-80.2014.8.12.0001 e o código ABDD44.
"é a privação ou diminuição daqueles bens que têm um valor precípuo na vida
do homem e que são a paz, a tranqüilidade de espírito, a liberdade individual, a
integridade individual, a integridade física, a honra e os demais sagrados
afetos, classificando-se desse modo, em dano que afeta a parte social do
patrimônio moral (honra, reputação, etc.) e dano que molesta a parte afetiva do
patrimônio moral (dor, tristeza, saudade, etc.), dano moral que provoca direta
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ou indiretamente dano patrimonial (cicatriz deformante, etc.) e dano moral
puro (dor, tristeza, etc.)”.2
3.3 Ao ser abordado por 05 (cinco) seguranças que os cercaram os jovens foram
expostos ao inevitável julgamento negativo por parte das pessoas que lá transitavam, visto que a
abordagem foi na frente de todos que faziam compras naquele local e olhavam perplexos com tal
situação.
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contrário disso, não só o autor como seus demais colegas são pessoas honradas, trabalhadoras,
com ensino médio completo, não admitindo qualquer ofensa à suas respectivas dignidades.
3.6 Diante disso, como dito, foi lavrado um Boletim de Ocorrência na Delegacia de
Polícia competente. Ressalte-se o prejuízo psíquico que essa lesão provoca-lhe imensa
depressão, sofrimento e tristeza.
IV - DO QUANTUM INDENIZATÓRIO
4.2 Prescreve o art. 944 do Código Civil que a indenização terá como parâmetro a
extensão do dano.
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4.6 Todavia, é razoável que uma de indenização em valor correspondente a cem
vezes o salário mínimo vigente, traria o efeito pedagógico necessário, sem, contudo, caracterizar
um enriquecimento ilícito, portanto seria uma quantia capaz de compensar o vexatório e
humilhação experimentada pelo Autor, produto da conduta dolosa da Ré.
4.8 Assim, verifica-se que os danos não se resumem à esfera material do autor,
mas também psíquica, de modo que, estando plenamente configurado o dano moral no caso
concreto, decorrente da lesão sofrida por culpa da Ré, se requer a condenação a título de
indenização por dano moral em favor da autora, no valor de 100 vezes o salário mínimo vigente.
4.9 Por tal razão é que entendemos que o valor sugerido é consentâneo com o dano
ora reclamado, a fim de servir de parâmetro a esse MM. Juízo, de modo que uma condenação em
valor abaixo do sugerido certamente não irá cumprir o caráter pedagógico da condenação em
indenização por danos morais.
4.11 Por outro lado, tal valor não possui condições de enriquecer o Autor, mas sim
apenas minimizar o prejuízo moral sofrido em razão da conduta da Ré, que negligenciou a
segurança de seus clientes abalando sua higidez moral, por atos de seus funcionários, maculando
a honra subjetiva do autor, imputando-o prática delituosa.
processo 0808645-80.2014.8.12.0001 e o código ABDD44.
V - DO NEXO CAUSAL
5.2 Passamos a demonstrar neste item, o claro liame de causalidade existente entre
a ação da requerida e o prejuízo sofrido. Não sem antes expressar, mesmo que em breves linhas,
o que a doutrina entende por nexo causal.
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“o esclarecimento dessa noção vamos encontrá-lo na lição de Demogue, ao
precisar que não pode haver uma questão de nexo causal senão tanto quanto se
esteja diante de uma relação necessária entre o fato incriminado e o prejuízo. É
necessário que se torne absolutamente certo que, sem esse fato, o prejuízo não
poderia ter lugar” 3.
5.4 A relação entre a ação do agente e o fato danoso é existente no caso sub judice
e se expressa de maneira clara e indubitável diante dos argumentos acima expendidos, por todo
conjunto probatório carreado aos autos, assim como por todo o contexto causal.
5.5 Como se observa, acaso a ré tivesse agido de maneira regular o dano que ora
toma nossos cuidados, não teria lugar.
5.6 Resta provado que houve um dano moral, que a conduta da agente é ilícita na
medida em que não tinha o direito de proceder como procedeu e por último foi demonstrado de
modo incontroverso o nexo de causalidade, já que toda motivação fora ocasionada pela Ré.
VI - DA RESPONSABILIDADE OBJETIVA
6.2 O conceito de responsabilidade objetiva traçado pelo CDC foi construído com processo 0808645-80.2014.8.12.0001 e o código ABDD44.
base em três aspectos: A existência de um defeito no produto; o efetivo dano sofrido (moral ou
material); o nexo de causalidade que liga a conduta praticada à lesão sofrida.
6.3 Estes três elementos são indispensáveis para caracterização do dever jurídico
de indenizar Isto porque está prevista em lei. Vejamos o que dispõe o dispositivo que a dá
suporte (parágrafo único do art. 927 do Código Civil/2002).
3
GONÇALVES, Carlos Roberto. Responsabilidade Civil. 9ª ed. rev. de acordo com o novo Código Civil – Lei 10.406,
de 10-1-2002 / São Paulo: Saraiva, 2005.
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“parágrafo único. Haverá obrigação de reparar o dano
independentemente de culpa, nos casos especificados em lei, ou quando
a atividade normalmente desenvolvida pelo autor do dano implicar, por
sua natureza, risco para os direitos de outrem”.
“Essa teoria, dita objetiva, ou do risco, tem como postulado que todo dano é
indenizável, e deve ser reparado por quem a ele se liga por um nexo de
causalidade, independentemente de culpa”4
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VII – DAS PERDAS E DANOS
7.2 O Código Civil de 2002, nos artigos 389, 395 e 404, traz previsão expressa de
que os honorários advocatícios integram os valores relativos à reparação por perdas e danos,
razão pela qual requer a condenação da Ré em honorários advocatícios contratuais na monta de
30% sobre o valor da ação.
VIII - DO PEDIDO
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8.4. Julgar a presente ação procedente, para o fim de condenar a Ré em pagamento
de indenização devida a título de Danos Morais, no valor de 100 (cem) vezes o salário mínimo
vigente;
8.7. Que seja concedida ao Autor a gratuidade de justiça, por não dispor de meios
econômicos para custear o processo, nos termos da lei 1060/50, conforme declaração anexa
(anexo doc 03);