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Guia

Didático
9
CIÊNCIAS

GUIA DIDÁTICO

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Sumário
Apresentação ....................................................................................................5

Projeto Apoema .................................................................................................6

1. Ensino de Ciências .........................................................................................8


1.1 Concepções de Ciência..........................................................................................................................8
1.2 Metodologia do ensino de Ciências .......................................................................................................9
1.3 Alfabetização e letramento científicos ................................................................................................. 11
1.4 Um olhar atento ao aluno do 6o ao 9o ano ............................................................................................ 12
1.5 O Projeto Apoema Ciências.................................................................................................................. 13
1.6 A importância da contextualização e da interdisciplinaridade ............................................................... 16
1.7 Um olhar sobre a diversidade na educação em Ciências ....................................................................... 17
1.8 As linguagens midiáticas e a aprendizagem de Ciências....................................................................... 18
1.9 A interação com a comunidade e os demais profissionais da escola..................................................... 21

2. Competências e habilidades ..........................................................................22


2.1 O ensino de Ciências e a construção de competências e habilidades.................................................... 22
2.2 O que distingue competência de habilidade? ....................................................................................... 23

3. Organização do Projeto .................................................................................25


3.1 Estrutura ............................................................................................................................................ 25
3.2 Quadros de conteúdos......................................................................................................................... 32

4. Orientações deste volume .............................................................................40


4.1 Trabalho com competências e habilidades neste volume...................................................................... 40
4.2 Atividades complementares................................................................................................................. 45

5. Avaliação ....................................................................................................53
Respostas da avaliação – Física ............................................................................................................... 62
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Respostas da avaliação – Química ............................................................................................................ 63

6. Bibliografia .................................................................................................64

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Apresentação

Prezado colega professor


É com grande alegria que apresentamos o Projeto Apoema Ciências.
Venha conhecer neste Projeto o trabalho diversificado e instigante que você poderá de-
senvolver com os alunos.
Apoema vem do tupi e significa “aquele que vê mais longe”. Por que “ver mais longe”? Por-
que pretendemos sair da mecanização e padronização que, por vezes, têm marcado os livros
didáticos. Queremos levar você e os alunos a perceberem a riqueza da diversidade de recur-
sos disponíveis para trabalhar os conteúdos de Ciências desta obra, projetada para estimular
a curiosidade e o desejo de aprender. Acreditamos que a alegria e a aprendizagem podem e
devem caminhar juntas na escola.
Atentos às novidades e demandas do mundo “tecnologizado”, que tanto fascina jovens e
crianças, oferecemos conteúdos digitais que incluem o próprio livro, exercícios e avaliações
disponíveis no portal da web. Além disso, você poderá contar com objetos digitais de apren-
dizagem, como simulações e animações, que podem ilustrar processos e fenômenos naturais
de forma detalhada, enriquecendo ainda mais as aulas. Procuramos ainda atualizar conceitos
sempre atentos à produção dos novos conhecimentos gerados pela ciência e suas aplicações.
Questões contemporâneas servem de contexto para articulações teórico-práticas, bem como
para sugestões de atividades e projetos interdisciplinares.
Cientes do desafio de desenvolver a autonomia do aluno e da necessidade de ampliar
seu quadro de referências, investimos em atividades diversificadas, mobilizando e ampliando
dessa maneira competências e habilidades necessárias não só ao aprendizado de Ciências,
como à aquisição da consciência de cidadania. Portanto, discussões envolvendo a dimensão
social da ciência e da tecnologia estão presentes em todo o Projeto, assim como aspectos
da pintura, da poesia, da música, da literatura, do cinema e de outras produções culturais que
se articulam a conceitos científicos, expandindo o universo sociopolítico e cultural do aluno.
Nesse sentido, propomos situações nas quais ele é levado a investigar, interpretar, debater,
observar, registrar, experimentar, falar e trabalhar em equipe.
GUIA DIDÁTICO

Para que este material alcance o objetivo para o qual foi elaborado, sua mediação peda-
gógica será essencial. Use criatividade e autonomia ao explorar a obra, planejar e conduzir
as atividades, estimular o debate e levantar questões que reforcem a autoestima dos alunos.
Desejamos a você um bom trabalho! Pode contar conosco.
Os autores

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PROJETO APOEMA BAGAGEM CULTURAL
gráficos
Recursos visuais e info
possibilitam explorar a
interdisciplinaridade.

BAGAGEM CULTURAL
as e
rte de peç
O transpo os é um
O destino final de aparelhos celulares
costuma ser,
os já montad infelizmente, os aterros e lixões. Materiais
de aparelh e muita eletrônicos apre-
que consom sentam substâncias como cádmio e
processo itir poluen- chumbo, que podem

CONHEÇA OS
de em contaminar o solo e a água, prejudicando
Produção do celular energia, além s pela queima a vida de todos.
rico

O ciclo de vida do
Em um aparelho celular existem mais de 100 tes atmosfé eis. Hoje em dia, as operadoras brasileiras
recolhem apa-
tíveis fóss
componentes, feitos de metal (40%), plástico (40%) e de combus relhos para aproveitar peças, reduzindo
o volume desse

celular
lixo eletrônico.
cerâmica (20%). Assim, quanto maior o consumo de

RECURSOS E AS
aparelhos celulares, maior a extração dos recursos
de ser naturais que dão origem a essas matérias-primas.
Telefones celulares deixaram
tempo. Hoje
“apenas” telefones há muito A produção mineral do ouro, chumbo e cobre
parte! o
dores, agendas, para um celular envolve a remoção de vegetação Faça sua s e de baix
eles também são desperta duradouro
dores e, por A embalagem dos produ- aparelhos
câmeras fotográficas, computa
nativa e alto consumo de água. Muitos processos de • Compre .
ser acessados a o energético cartá-lo.
tos é necessária para proteger consumo

POSSIBILIDADES
serem portáteis, podem mineração, quando não cuidadosos, contaminam o vez de des
relho em
solo e a água com componentes tóxicos usados na aparelho, mas, muitas vezes,
uti- e seu apa ainda fun
cionem
todo momento. • Consert os que
exces- relh
um telefone purificação dos minérios. liza plásticos e papéis em carte apa um amigo.
Está cada dia mais fácil ter para as • Não des asse-os a
milhões de bra- so, que vão rapidamente ente. Rep
celular, por isso mais de 100 O plástico tem origem no petróleo. A técnica de adequadam
. sua extração é muito delicada e envolve riscos ao meio latas de lixo.
sileiros dispõem desse aparelho

DO PROJETO.
um telefone ce- ambiente. Vazamentos em alto-mar despejam milha-
Você já se perguntou se
à natureza? res de toneladas de óleo nos oceanos todos os anos.
lular pode causar impactos

Fernando Gonsales
Vida útil

Embalagem e
Extração de matérias-primas transporte

Fabricação

Fim da vida

Processamento de
materiais 45

44

CIÊNCIAS E CIÊNCIAS E CIDADANIA


A biopirataria

CIDADANIA
Uma das ameaças à biodivers
idade e ao patrimônio histórico-
ria. Nessa prática, as matérias- cultural de nosso país é a
primas extraídas da flora biopirata-
sidade como o Brasil são e da fauna de muitos países
levadas com frequência ricos em biodiver-
grandes empresas se beneficia ilegalmente para laboratór
m com a fabricação de remédios ios de países ricos, onde

A prática e a formação
empresas adquirem patentes , cosméticos e outros produtos
, ou seja, direitos exclusivo . Essas
obtendo grandes lucros, s de produzir e comercia
sem beneficiar o país de lizar esses produtos,
origem das matérias-primas.

cidadãs são valorizada


Na escolha das matérias-
primas, os biopiratas muitas
nhecimento que as comunid vezes utilizam a sabedoria

s
ades indígenas e os habitante popular, o co-
principalmente sobre ervas s da região têm sobre a
e produtos medicinais. biodiversidade,

por meio de textos É importante elaborar leis


divisão dos lucros de modo
importante que essa fiscalizaç
que regulem e fiscalizem
justo e garantia da preservaç
a exploração da biodivers
idade para que haja
ão das espécies em questão.
Contudo, é

relacionados à
ão seja feita de modo adequad
sérios e éticos de biopirata o. É preciso diferenciar pesquisa
s. Sensacionalismo ou atitudes dores
paranoia" acabam travando pautadas no que muitos
pesquisas sérias feitas em já chamam de "bio-
internacionais que poderiam colaboração com pesquisa
dores de instituições

disciplina.
trazer avanços a muitas
como a cura ou tratamen áreas, além de benefício
to de doenças. s para a humanidade,
A legislação brasileira em
vigor que trata da biopirata
tistas quanto por ambienta ria é considerada inadequa
listas. Um dos problemas da tanto por cien-
entre o setor privado (que é não apontar regras para
financia pesquisas), o governo a divisão de benefícios
comunidades tradicionais (que representa o país) e,
(como as indígenas). Não eventualmente, as
cial da biodiversidade. dimensiona também quanto
seria o valor poten-
Um caso impactante re- O cupuaçu tem em média
20 cm (comp.)
cente foi o do cupuaçu, fruta
Imagens

nativa da Amazônia. Ele


foi
alvo de disputa internaci
Manoel Novaes/Pulsar

o-
nal entre brasileiros e uma
empresa multinacional com
sede no Japão que paten-
teou o nome “cupuaçu
”, re-
gistrado como marca
nos
EUA, Europa e Japão. Após
uma acirrada disputa legal,
o governo brasileiro conse-
guiu reverter esse processo
.
A Lei nº 11 675, que estabele-
ce o produto como fruta
na-
cional, foi sancionada pelo O cupuaçu (Theobroma
grandiflorum) é uma fruta
Brasil da qual se pode nativa da Região Norte
então presidente Luiz Inácio consumir a polpa e obter do
de cupuaçu a partir da produtos como o chocolate
semente.
Lula da Silva em 2008.

34

? Rochas transformadas por ação química SUPERANDO DESAFIOS

EXPLORANDO
Que tipos de ação
Nasa

Quando a água da chuva se precipita em direção ao solo, atraves-


humana podem sando a atmosfera, incorporam-se a ela outras substâncias que a tor- 1 (SME-RJ) A imagem mostra o telescópio Hubble e parte
degradar o solo? nam ácida. A acidez tem grande poder corrosivo. da superfície terrestre.
Essa água mais ácida penetra, por exemplo, pelas fissuras da rocha Sobre a Terra, é correto afirmar que:
calcária e, lentamente, a corrói, formando grutas e galerias. a) a Terra apresenta forma oval e achatada nos polos, e

Sugestões de livros, gira no Sistema Solar junto com a Lua, no movimento


Ricardo Azoury/Olhar Imagem

de rotação.
b) a Terra apresenta uma forma cilíndrica e gira no Sis-
sites, filmes, vídeos, Explorando
Planeta Terra: cavernas
tema Solar, junto com a Lua.
c) a Terra apresenta aparência azulada, tem forma arre-

jogos etc. para


Distribuição: BBC. Direção: dondada e achatada nos polos e gira ao redor Sol, com o movimento de translação.
Alastair Fothergill. (Brasil,
d) a Terra apresenta uma forma oval e se movimenta sozinha no Sistema Solar.
Austrália, Nova Zelândia,
México, 2006.)

explorar ao máximo
2 (SME-RJ) Os pensadores da Antiguidade observavam o Sol, a Lua e os demais astros do céu à
O documentário da BBC exibe imagens
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fascinantes de cavernas pelo mundo procura de explicações sobre o Universo.


e explica os processos que envolvem
Os desenhos (modelos) a seguir representam as principais ideias desses pensadores.

cada assunto.
sua formação.
BBC

Andreas Cellarius. Scenographia

SUPERANDO
DESAFIOS
Caverna do Diabo, Eldorado Paulista, SP. Essa caverna tem mais de 3 km de extensão.
1. Modelo geocêntrico 2. Modelo heliocêntrico

A ação do ser humano Compare o modelo geocêntrico com o modelo heliocêntrico e responda: Qual é a principal
diferença entre eles?

Questões de
A ação do ser humano pode, muitas vezes, interferir no equilíbrio
natural do ambiente. Uma das consequências possíveis é a erosão. a) O centro do Universo é representado pelo Sol no modelo 1 e pela Terra no modelo 2 e, em
ambos, os astros giram ao redor deles.
Exceto em situações de catástrofes, que deslocam toneladas de

avaliações oficiais,
b) O centro do Universo é representado pela Terra no modelo 1 e pelo Sol no modelo 2 e, em
solo e rochas em poucos segundos, a erosão acelerada normalmente
ambos, os astros se movimentam ao redor deles.
é provocada pela ação do ser humano, quando desmata encostas, por
c) Os dois modelos apresentam a Terra como o centro do Universo e os astros estão parados.
exemplo, para construir.
Uma encosta coberta por vegetação conta com as raízes das plan-
tas que seguram a terra, impedindo que ela seja transportada pela água.
d) Os dois modelos apresentam o Sol como o centro do Universo e os astros estão parados.

3 (SME-RJ) Galileu Galilei, astrônomo italiano (1564-1642), apontou para o céu uma luneta cons-
vestibulares e do Enem
Além disso, as folhas que estão sobre o chão reduzem o impacto das
gotas de chuva sobre o solo.
truída por ele, observou-o várias vezes e fez várias descobertas importantes que ajudaram a
entender como estava formado o Sistema Solar. preparam os alunos
Quando há cobertura vegetal, parte da água da chuva infiltra-se no Que descoberta explica a formação do Sistema Solar?
solo. Outra parte evapora-se quando ainda está sobre as plantas. O vo-
lume de água que escorre pela superfície é diminuído e, por isso, a
a) Júpiter não tem satélites, assim como o planeta Mercúrio.
b) A Lua apresentava uma única fase: a de Lua cheia.
e os desafiam a ir
além.
erosão é menor.
c) Os planetas giravam em torno do Sol.
O solo sob a vegetação mantém-se fresco, úmido e arejado graças
d) A Terra era o centro do Universo.
à interação com as plantas e à ação de muitos seres que nele habitam.

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Para não esquecer

PARA NÃO Utilize os tópicos destacados no quadro


Unidade 2. Esse exercício vai ajudá-lo a seguir e elabore um texto-res

ESQUECER o momento. a relacionar os diferentes assuntos umo sobre a


tratados até

Resumo esquemático disponibilidade 97,4% água salgada


69% em geleiras

dos conteúdos seiva bruta 2,6% água doce 30% em aquíferos

desenvolvidos, que plantas


seiva elaborada 1% em rios e lagos

facilita e organiza o
fotossíntese

transpiração
estudo. digestão

animais circulação
Água
excreção
ambientes desenvolvimento
ciclo da água
embrionário
sólido
estados
líquido
propriedades

gasoso
solvente regulador térmico
pressão
coesão tensão superficial
história
civilização hidrelétricas tratamento da água
impactos distribuição da água
poluição tratamento de esgoto
usos e tratamentos
94
reúso da água

95

é possível encon-
s é uma 15 No estado de São Paulo
11 A reciclagem de materiai s como a Caverna
trar diversas cavidade
à preserva- na fotografia. Ex-
importante ferramenta do Diabo, representada
S
RESGATANDO CONTEÚDO as cavernas.
. O Brasil
ção dos recursos naturais plique como se formam

RESGATANDO
latinhas
afirmação: é o país que mais recicla
4 Um jardineiro fez a seguinte além de redu-
Imagem

tes “pistas” da de alumínio, o que


1 Os fósseis são importan do alumí-
Terra. mais escuros, como zir a exploração mineral
evolução da vida no planeta “Geralmente, os solos
Ricardo Azoury/Olhar

de diversos
são melhores para nio, garante o emprego
é o caso da terra preta, a reciclagem
mais claros”. trabalhadores. Sobre

CONTEÚDOS
ck

as plantas que os solos


Marcio Jose Bastos Silva/Shuttersto

responda:
o do jardi- para que
Como você explica a afirmaçã a) Qual o papel do cidadão
maneira
neiro? a reciclagem opere da
ísticas dos correta?
5 Quais as principais caracter prefeituras
b) Qual o papel que as

Seção de atividades
solos: sobre a reciclag em em
exercem
a) argiloso; seus municípios?
ser recicla-

de revisão no final de
b) arenoso; c) Que materiais podem
c) humífero; dos?
não é reci-
litosféricas in- d) Que tipo de material s consequências de
6 Explique como as placas 16 Quais são as possívei

cada unidade, que


encontramos os
clado? mento sobre o solo?
a) Em que tipo de rocha fluenciam: queimadas e desmata
responda:
fósseis? a) a posição dos continen
tes; 12 Sobre a poluição do solo, montanhas rocho-
à popu- 17 Quando observamos

possibilitam também
s?
b) Como eles são formado b) a ocorrência de terremo tos; a) Que riscos ela pode trazer sas cujo cume é arredond
ado, podemos
são exemplos lação? de formações mais
2 A pedra-pomes e o granito c) a erupção dos vulcões. afirmar que se trata
b) Quais suas principa
is causas? de cumes pontia-
de rochas magmáticas,
mas apresentam antigas que montanhas

uma autoavaliação.
distintos . O que diferencia 7 Assinale a afirmativa correta. c) De que maneiras pode
ser evitada?
gudos? Por quê?
aspectos bem a de mate-
a formação desses dois
tipos de rochas? a) A lava vulcânica é compost de resíduo e, pode provocar o
rial pertencente ao núcleo
terrestre. 13 Dependendo do tipo 18 Como a erosão glacial
serviços disponíveis
ado dificulta a so- ta água e sais também , dos desgaste das rochas?
3 O solo muito compact b) O solo agrícola apresen uma des-
Por quê? deve ser poroso nos municípios, é dada
brevivência das plantas. minerais abundantes e lixo urbano. é muito comum
tinação diferente ao 19 O assoreamento dos rios
e arejado. cada uma ente exploradas
Explique como funciona se perto de áreas intensam
que prejudi-
delas e quais são suas
vantagen a proteção da vege-
c) As minhocas são pragas pela agricultura. Sem
cam a agricultura. , o rio recebe con-
desvanta gens. tação em suas margens
que se depositam
d) A maneira mais adequad
a de lidar com
a) lixão a céu aberto; tinuamente sedimentos
-lo em li- o rio se torna cada
lixo domésti co é depositá no fundo do leito. Assim,
o b) aterro sanitário; vez menos profundo e,
em casos mais gra-
xões a céu aberto. rio podem secar.
depósitos ines- c) reciclagem; ves, alguns trechos do
e) Aterros sanitários são d) compostagem; do solo é responsá-
que devem es- a) Que tipo de erosão
gotáveis de lixo urbano s para os rios?
ou reservatórios e) incineração. vel por carregar partícula
tar próximos a rios
métodos que o assoreamento
subterrâneos de água. 14 Quais os principais b) Como pode ser evitado
chuva pode preju- para evi-
8 A erosão pela água da um agricultor pode utilizar dos rios?
e rios
? Explique. e investigu
dicar a cultura em lavouras tar a erosão do solo? c) Faça uma pesquisa
tem pontos em
brasileiros que apresen
Nordeste brasilei- ento.
9 A formação de dunas no situação de assoream
emente, elas
ro é muito comum e, frequent ocorre.
isso
se movem. Explique como
é uma prática fre-
10 A rotação de culturas
alimentos. No que
quente na produção de
ela se baseia?
203
Luis Moura

202

AVALIAÇÕES
Avaliação - Ciências
NOME: TURMA:

ESCOLA:

PROFESSOR: DATA:
Sugestões de
1. Em geral, as diversas regiões do globo terrestre são ocupadas por diferentes espécies de se-
res vivos. O ser humano é uma exceção a essa regra, pois povoa quase todas as regiões da avaliação estão
disponíveis para o
Terra. Apresente uma explicação para essa grande ocupação humana ao redor do planeta.

Projeto.
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2. O tamanduá-bandeira (Myrmecophaga tridactyla) é um mamífero da fauna brasileira que


se alimenta principalmente de cupins e formigas. As paredes dos cupinzeiros são forma-
das por um material muito resistente à base de terra e saliva dos cupins operários. Em seu
interior, há diversas galerias estreitas onde vivem os indivíduos da colônia.
Observe as fotografias abaixo e escreva quais são as adaptações presentes no corpo do
tamanduá-bandeira e como elas o auxiliam na obtenção de alimento.
Alexandre Fagundes De Fagundes/Dreamstime.com

CONTEÚDO DIGITAL
Objetos educacionais digitais,
Eric Isselee/Shutterstock

disponíveis no Portal Projeto


Apoema, que exploram
GUIA DIDÁTICO

as potencialidades das
novas tecnologias.
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55 apoema

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1. Ensino de Ciências a verdade necessária e universal de seus
enunciados e resultados.
A prática do ensino de Ciências traz grande CHAUÍ, M. Convite à Filosofia.
13. ed. São Paulo: Ática, 2003.
responsabilidade social para o docente, pois
suas ações e concepções têm impacto deci- O papel da experiência, nessa visão, é o de
sivo na visão que os alunos constroem sobre confirmação do conhecimento, mas este se
a ciência, o conhecimento científico e tec- fez originalmente com base no pensamento.
nológico e seus reflexos na sociedade. Além
disso, a presença da ciência e da tecnologia 1.1.2 Concepção empirista
impõe-se em praticamente todos os campos
A ciência é uma interpretação dos fatos ba-
da sociedade atual e exige de nós, professores
seada em observações e experimentos que
de Ciências, contribuir na preparação dos alu-
permitem estabelecer induções e que, ao
nos para uma visão crítica perante o impacto
serem completadas, oferecem a definição
da produção científico-tecnológica.
do objeto, suas propriedades e suas leis de

1.1 Concepções de Ciência funcionamento.


Idem, p. 221.
A ciência compreende um acervo de co-
nhecimentos relevantes para compreender o De acordo com esse ponto de vista, as ex-
mundo, viver e atuar nele. A história da ciên- periências são responsáveis pela produção do
cia é parte da história da humanidade, o que conhecimento científico. Para os empiristas, a
remete ao entendimento de que o processo formulação de leis científicas se dá com base
de produção do conhecimento, que carac- em evidências empíricas, e o método cientí-
teriza a ciência e a tecnologia, constitui uma fico — sequência de procedimentos que vali-
atividade humana coletiva sócio-histórica. A dam por meio de experimentos uma hipótese
produção científica é fruto do momento his- elaborada com base em observações — é visto
tórico em que foi construída, contextualizada como um método indutivo. Assim, a observa-
em determinado tempo e lugar sob uma con- ção de um número razoável de ocorrências de
juntura política, econômica e cultural. E não um fenômeno leva à concepção da lei geral e
se pode ignorar que nesse processo também universal. Os empiristas consideram, também,
se imprimem influências da história pessoal que o observador não está sujeito a nenhum
— subjetividade e criatividade — do cientista, tipo de influência prévia. Por isso, uma quan-
o que justifica que as explicações de mundo tidade cada vez maior de observações leva à
e as teorias delas resultantes apresentem di- “verdadeira” explicação do fenômeno. Nessa
ferentes abordagens do fenômeno científico. concepção, a ciência é considerada neutra e
objetiva, imune a influências sociais ou psico-
Uma das questões essenciais quando tra-
tamos do ensino de Ciências e que funda- lógicas. Em suma, para os empiristas, a ciên-
menta o trabalho do professor nessa disci- cia é um conhecimento produzido de forma
plina é a concepção de ciência. Apresentare- cumulativa e linear, que descobre “a verdade”
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mos brevemente, a seguir, três concepções por meio do método científico.


de ciência encontradas ao longo da história:
a racionalista, a empirista e a construtivista.
1.1.3 Concepção construtivista
A concepção denominada construtivista,
1.1.1 Concepção racionalista que surgiu em meados do século XX, considera:

Afirma que a ciência é um conhecimento [...] a ciência uma construção de modelos


racional, dedutivo e demonstrativo como explicativos para a realidade e não uma re-
a Matemática, portanto, capaz de provar presentação da própria realidade. [...] Não

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espera, portanto, apresentar uma verdade que a dinâmica da produção do conheci-
absoluta e sim uma verdade aproximada que mento científico envolve transformações na
pode ser corrigida, modificada, abandonada compreensão do comportamento da natu-
por outra mais adequada. reza, o que torna questionável a caracteri-
Ibidem. zação do conhecimento como pronto, ver-
dadeiro e acabado, mesmo que as teorias
Filósofos da ciência do século XX ques- produzidas constituam, historicamente, os
tionaram a visão empirista da ciência. Tho- fundamentos reconhecidos pela sociedade
mas Kuhn, Paul Feyerabend e Gaston Ba- para a explicação dos diversos fenômenos.
chelard, entre outros, apresentam uma con-
cepção da ciência vista como não neutra,
na qual a bagagem formativa do observador
1.2 Metodologia do ensino
direciona o processo de construção do co- de Ciências
nhecimento científico. Para eles, fatores so-
ciais, políticos e psicológicos influenciam no O acervo de conhecimentos científicos
processo científico. De acordo com Kuhn, a e tecnológicos não se constitui de manei-
teoria antecede a observação e, portanto, ra linear, contínua e sucessiva. Entretanto,
os fundamentos teóricos que norteiam o os resultados do conhecimento científico e
olhar do observador não são neutros, mas tecnológico circulam e produzem efeitos no
sujeitos a influências externas. Essa concep- mundo contemporâneo de modo sem pre-
ção, portanto, entende que o processo de cedentes. É cada vez maior a influência da ci-
construção do conhecimento científico e a ência e da tecnologia em nossa vida e as ino-
ciência são: vações chegam a nosso dia a dia com muita
rapidez, somos beneficiados com as recentes
[...] um processo social, e uma grande varie- descobertas na medicina, com o desenvolvi-
dade de valores não epistêmicos (políticos, mento de novos equipamentos eletrônicos
econômicos, ideológicos – em resumo, o con- etc., contudo, é fundamental que se priori-
texto social), que se acentuam na explicação ze o debate de questões que envolvam a
da origem, da mudança e da legitimação das dimensão social da ciência e da tecnologia.
teorias científicas! Se tais avanços podem trazer melhorias, por
BAZZO, W.; LISINGEN, I. V.; PEREIRA, L. T. do V. outro lado demandam reflexões sobre sua re-
Introdução aos estudos CTS (Ciência, Tecnologia e Sociedade).
Cadernos de Ibero América, Madri, OEI –
lação com valores éticos, por exemplo, nas
Organização dos Estados Ibero-Americanos para questões relacionadas às modificações do
a Educação, a Ciência e a Cultura, p. 151, 2003.
código genético de seres vivos — inclusive
Com base nisso, temos que: do ser humano —, entre outros. Há inúmeros
problemas que afetam cotidianamente nossa
[...] o conhecimento [científico] deve ser aco- vida e que ainda atribuem à ciência as solu-
modado ao lado de outros conhecimentos, ser ções, dentre os quais podemos citar: O que
encarado como inseparável das conexões so- fazer para conter a destruição dos ecossis-
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cial e institucional, e deve ser valorizado não temas, provocada por ações humanas e aci-
tanto em função de referências a sua validade dentes que resultam em poluição de grandes
universal, mas por sua utilidade em resolver áreas do planeta, afetando e até reduzindo a
um problema mais à mão. biodiversidade? É possível desenvolver trata-
mentos e medicação para a cura de diversas
CRUZ, S. M. S. C. de; ZYLBERSZTAJN, A. O enfoque ciência, tecnologia
e sociedade e aprendizagem centrada em eventos. in: PIETROCOLA, M. doenças que assolam as populações?
(Org). Ensino de Física. Florianópolis: UFSC, 2001.
Para que essas e outras questões de ta-
Este Projeto se afina com a concepção manha relevância social sejam compreen-
construtivista de ciência, por considerarmos didas, é necessário que as pessoas tenham

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acesso ao conhecimento científico, de ma- sões relativas ao processo ensino-aprendiza-
neira a efetivar o princípio da participação gem escolar no Ensino Fundamental.
e do exercício da cidadania. Afinal, em uma Tomando como base o texto dos PCN, es-
sociedade democrática é fundamental que o peramos que ao término do Ensino Funda-
cidadão tenha condições de participar tanto mental os alunos sejam capazes de:
das decisões que dizem respeito a seus inte-
• compreender a natureza como um
resses individuais como daquelas que afetam
todo dinâmico, sendo o ser humano
toda a coletividade.
parte integrante e agente de transfor-
Espera-se da escola que ela possa, em mações do mundo em que vive, em
conjunto com diversos outros agentes sociais relação com os demais seres vivos e
— como os meios de comunicação e os es- componentes do ambiente;
paços não formais de divulgação científica —,
• identificar relações entre conhecimen-
promover o acesso ao conhecimento científi-
to científico, produção de tecnologia e
co crítico, qualificando indivíduos para a leitu-
condições de vida, no mundo de hoje
ra e o entendimento do mundo. Nesse con-
e em sua evolução histórica;
texto, cabe ao ensino de Ciências constituir-
-se numa ferramenta para despertar no aluno • formular questões, diagnosticar e pro-
uma atitude crítica, estimulando-o a questio- por soluções para problemas reais com
nar respostas fortuitas ou soluções falaciosas. base em elementos das ciências natu-
rais, colocando em prática conceitos,
O desafio é incorporar à prática de ensi-
procedimentos e atitudes desenvolvi-
no os conhecimentos de ciência e tecnologia
dos no aprendizado escolar;
relevantes para a formação de atitudes cida-
dãs. Para tanto, o ensino de Ciências, além do • saber utilizar conceitos científicos bá-
compromisso com as informações e com a sicos, associados a energia, matéria,
técnica competente, deve se basear em va- transformação, espaço, tempo, siste-
lores comprometidos com a responsabilidade ma, equilíbrio e vida;
social e com os princípios éticos de respeito • saber combinar leituras, observações,
a todos os seres vivos: valores que contem- experimentações, registros etc., para
plem não só a espécie humana, mas também coleta, organização, comunicação e
a natureza. discussão de fatos e informações;
Segundo os Parâmetros Curriculares Na- • valorizar o trabalho em grupo, sendo
cionais: terceiro e quarto ciclos – PCN (Bra- capaz de ação crítica e cooperativa
sil, 1998), os objetivos das Ciências naturais para a construção coletiva do conhe-
no Ensino Fundamental foram concebidos cimento;
pensando-se na formação de um aluno ca- • conhecer o próprio corpo, valorizando
paz de compreender melhor o mundo e atuar hábitos e atitudes que contribuam para
como indivíduo e cidadão, utilizando conhe- a saúde individual e comum que deve
cimentos de natureza científica e tecnológica.
ser promovida pela ação coletiva;
Esse documento, elaborado pelo MEC, apre-
GUIA DIDÁTICO

• compreender a tecnologia como meio


senta uma série de propostas para o ensino
para suprir necessidades humanas, dis-
de Ciências naturais e para o trabalho com
tinguindo usos corretos e necessários
os denominados temas transversais — meio
ambiente, saúde, orientação sexual, ética, plu- daqueles prejudiciais ao equilíbrio da
ralidade cultural, trabalho e consumo —, traça natureza e ao ser humano.
objetivos e contém sugestões de estratégias A seleção desses objetivos se dá no en-
de trabalho. Em virtude de sua relevância, essa tendimento de que a escola é um dos espa-
proposta tem merecido destaque nas discus- ços onde as explicações e as linguagens são

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construídas. O aluno, ser social, sujeito de tos domissanitários; compreender satisfato-
sua aprendizagem, nasce em um ambiente riamente as especificações de uma bula de
mediado por outros seres humanos, pela na- um medicamento; adotar profilaxia para evi-
tureza e por artefatos tecnológicos e sociais; tar doenças básicas que afetam a saúde pú-
aprende nas relações com o ambiente, cons- blica; exigir que as mercadorias atendam às
truindo linguagem, explicações e conceitos exigências legais de comercialização, como
que variam ou se ampliam ao longo da vida. especificação de sua data de validade, cui-
dados técnicos de manuseio, indicação dos
1.3 Alfabetização e componentes ativos; operar produtos ele-
troeletrônicos etc. Além disso, essa pessoa
letramento científicos saberia posicionar-se, por exemplo, em uma
assembleia comunitária para encaminhar
Muito se discute nos encontros docen- providências junto aos órgãos públicos sobre
tes sobre a importância da alfabetização e do problemas que afetam a sua comunidade em
letramento científicos. Que papel nós, pro- termos de ciência e tecnologia.
fessores de Ciências, temos nesses proces-
sos? Encontramos na literatura (Matthews, Brown, Reveles e Kelly (2005 apud Santos
1994; Auler e Delizoicov, 2001; Lorenzetti e 2007, p. 484) afirmam que alfabetização/letra-
Delizoicov, 2001; Kemp, 2000, 2002; Chas- mento científico corresponde ao “uso de ter-
sot, 2000 apud Rosa e Martins, 2007) diferen- mos técnicos, à aplicação de conceitos cien-
tes significados e sentidos para a expressão tíficos, à avaliação de argumentos baseados
science literacy. Para alguns autores uma tra- em evidências e ao estabelecimento de con-
dução mais fiel seria “letramento em Ciên- clusões a partir de argumentos apropriados”.
cias” em vez de “alfabetização científica”. Nos Percebe-se nesse sentido a importância
textos em português de Portugal, é comum de a escola promover a vivência de situações
encontrarmos “literacia”. Acerca da alfabeti- que desenvolvam nos alunos a capacidade
zação científica, Chassot (2000) considera- de compreender e utilizar adequadamente a
-a domínio de conhecimentos científicos linguagem científica e fazer uso da argumen-
e tecnológicos necessários para o cidadão tação científica. O ensino (e a avaliação) de
desenvolver-se na vida diária. Dessa forma, Ciências não deve limitar-se a exigir a me-
pode-se dizer que, enquanto a alfabetização morização de termos e fórmulas, pois, dessa
pode ser considerada o processo mais sim- forma, os alunos não são capazes de com-
ples do domínio da linguagem científica, o preender e extrair o significado da liguagem
letramento, além desse domínio, exigiria o da científica, embora tenham tido contato com
prática social, uma educação científica que seus termos.
envolve processos cognitivos e domínios de
Algumas atividades propostas neste Pro-
alto nível. Como diz Santos (2007, p. 480):
jeto, como a seção Trabalho em equipe, po-
(...) o letramento dos cidadãos vai desde o
dem colaborar nesses aspectos.
letramento no sentido do entendimento de A alfabetização e o letramento científicos
GUIA DIDÁTICO

princípios básicos de fenômenos do cotidiano representam maior chance ao aluno de uma


até a capacidade de tomada de decisão em inserção cidadã, mediante um processo pelo
questões relativas à ciência e tecnologia em qual a linguagem das ciências naturais ad-
que estejam diretamente envolvidos, sejam quire significados, constituindo-se meio para
decisões pessoais ou de interesse público. o indivíduo ampliar seu universo de conhe-
Assim, uma pessoa funcionalmente letrada cimento.
em ciência e tecnologia saberia, por exemplo, Sem ter a pretensão de formar cientistas,
preparar adequadamente diluições de produ- os currículos deste nível de ensino podem

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e devem promover o desenvolvimento de Contudo, vale lembrar que a forma pela
competências que são favorecidas na apren- qual as atividades práticas são trabalhadas,
dizagem científica, e cuja importância e apli- seja em sala de aula, seja no laboratório
cação ultrapassam os limites deste campo do didático de Ciências, é fundamental para
conhecimento e dos muros da escola. Afinal, a construção eficiente do conhecimento
interpretar, analisar, inferir, registrar, relacionar científico.
e classificar, por exemplo, são operações men- Nesse aspecto, as questões propostas
tais que qualquer pessoa precisa colocar em nas atividades práticas do Projeto podem e
ação para resolver situações-problema em di- devem ser ampliadas para estimular um am-
ferentes contextos ao longo da vida. Diversas biente de curiosidade, questionamento e re-
atividades propostas nas seções Diversifican- flexão na sala de aula.
do linguagens e Experimentando mobilizam Na reflexão sobre o ensino de Ciências
essas operações mentais nos alunos. em qualquer etapa da escolarização, é ne-
A mediação docente é essencial também cessário, como ponto de partida, olharmos
nesse processo. Espera-se assim instrumen- de perto o aluno do ano escolar em ques-
talizar o aluno para uma leitura do mundo tão. Quais são seus interesses? O que já sabe
não pautada apenas no senso comum. acerca dos fenômenos relacionados ao con-
teúdo que será estudado? Que tipo de difi-
1.4 Um olhar atento ao aluno culdades apresenta nessa etapa de sua for-
mação? Quais são suas expectativas nesse
do 6 o ao 9o ano ano escolar?
No segundo segmento do Ensino Funda- Nesse sentido, o Projeto procura contri-
mental, ou seja, do 6º ao 9º ano, o aluno em buir inserindo perguntas no início de cada
geral demonstra grande curiosidade em re- capítulo (boxe Primeiras ideias) que favore-
lação aos temas desenvolvidos em Ciências. cem esse olhar sobre o que o aluno traz.
Contudo, o 6º ano é, para o aluno, o início Esse levantamento do que o aluno traz
de uma etapa que demanda grande adapta- pode servir como ponto de partida para um
ção às crescentes mudanças relacionadas a trabalho que possibilite ampliar seu quadro
uma nova organização de sua vida escolar: de referências. O levantamento de conhe-
em geral, é a série em que ele passa a ter cimentos prévios, contemplado a todo mo-
vários professores – um para cada disciplina mento no Projeto, pode trazer à tona muitas
—, que exigem mais dele no que diz respeito dessas concepções.
à autonomia e à organização pessoal. A abordagem histórica, embora não re-
Se tiver percorrido a trajetória escolar sem presente o único recurso de levantamento de
interferência de fatores que geraram maiores concepções alternativas, constitui um espaço
dificuldades nem atrasos que refletiram em fértil para esse trabalho.
sua progressão, ao chegar ao 6º ano, o alu- Ainda na perspectiva da formação cidadã
no tem cerca de 10 a 12 anos. Nessa fase, ele e de um indivíduo crítico, a obra busca cola-
GUIA DIDÁTICO

ainda apresenta algumas dificuldades relacio- borar também na formação de um indivíduo


nadas à abstração. Por isso, as atividades práti- consciente, solidário, capaz de intervir na so-
cas representam importante estratégia para a ciedade, fazer suas próprias escolhas, respei-
compreensão de determinados assuntos. tando a si próprio, ao outro e ao ambiente
Nesse sentido, este Projeto apresenta em que vive.
atividades que atendem a esse aspecto, por Este Projeto contribui para isso em vários
exemplo, as encontradas na seção Experi- momentos. No entanto, vale destacar a seção
mentando. Ciência, tecnologia e sociedade.

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Outro aspecto que merece o olhar atento Ensino Fundamental. Cada volume está divi-
do professor é o estímulo à curiosidade, cria- dido em unidades e estas são compostas de
tividade e investigação por parte do aluno, capítulos, que, por sua vez, têm seus focos
por meio de atividades que possam levá-lo a indicados em subtítulos. Tal divisão visa faci-
compreender melhor o mundo e suas trans- litar a organização dos temas.
formações, bem como refletir sobre a dimen- Procuramos apresentar os conteúdos
são social da ciência e da tecnologia. com o máximo de atualização possível, res-
Cabe também destacar que, a cada tema peitando o nível cognitivo dos alunos. Nesse
trabalhado, é importante fazer o aluno per- sentido, embora se tenha buscado usar uma
ceber que o conhecimento científico é uma linguagem acessível, certos termos apre-
construção humana e fruto do contexto his- sentam maior complexidade ou podem ser
tórico, que influencia a sociedade e é influen- desconhecidos do estudante. Assim, para
ciado por ela. ampliar o vocabulário científico e auxiliar na
compreensão do texto, quando julgamos
1.5 O Projeto Apoema Ciências pertinente, inserimos na coluna de apoio
textos curtos, com definições ou outras in-
As escolhas feitas por nós, autores deste formações. Com esse mesmo recurso, apre-
Projeto, foram fundamentadas na perspec- sentamos a origem etimológica de certos
tiva de favorecer a aprendizagem de Ciên- termos.
cias para o aluno do Ensino Fundamental, Neste Projeto, os conteúdos obedecem
tendo em vista também a formação cidadã. a uma sequência considerada tradicional nos
As opções metodológicas estão apoiadas em currículos de Ciências. A opção por essa or-
nossa experiência como professores militan- ganização se justifica pelo desejo de apre-
tes de sala de aula, procurando incorporar, sentar um material didático que seja o mais
sempre que possível, as contribuições dos próximo possível da realidade da maioria das
estudos e debates sobre o ensino de Ciên- escolas brasileiras. Cabe ressaltar a importân-
cias Naturais. Todo o material foi elaborado cia da autonomia e criatividade do professor
objetivando apoiá-lo em seu trabalho, em para reorganizar os temas propostos de ma-
uma parceria (livro didático-professor-aluno) neira mais adequada e significativa para atin-
benéfica ao cotidiano da sala de aula, esti- gir os objetivos de seu planejamento.
mulando a autonomia docente para o uso
Ao longo do Projeto, estabelecemos um
criativo e flexível do livro didático.
diálogo frequente com o professor, no volu-
Como qualquer recurso didático, o livro me que lhe é especialmente destinado, em
tem limites e possibilidades. Sua adoção pro- que são apresentados os objetivos dos capí-
duzirá efeitos significativos se o material for tulos e das unidades, sugestões e esclareci-
empregado com a sua mediação para apoiar mentos, além de respostas para os exercícios
situações de aprendizagem em que o aluno e demais atividades.
possa questionar, debater, levantar hipóteses, As competências fundamentais na for-
experimentar, investigar, buscar respostas e
GUIA DIDÁTICO

mação integral do aluno não são desenvol-


não simplesmente “consumir” informações vidas por um conteúdo isoladamente. São as
prontas e acabadas. situações de aprendizagem que têm o po-
Com base nessas reflexões, reforçamos a tencial de desenvolver tais competências.
importância de investir na produção de ma- Mesmo havendo especificidade na se-
teriais didáticos que efetivamente auxiliem o leção de conteúdos curriculares em Ciên-
professor no trabalho de educação científica. cias para cada ano escolar, é importante não
Este Projeto é composto de quatro vo- perder de vista a articulação dos conceitos
lumes, destinados ao segundo segmento do estudados.

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Com esse objetivo, você deve atentar letivo, projetos, debates e outras estratégias
para a retomada, ainda que sintética, de con- que enriquecem o ambiente de aprendiza-
ceitos básicos estudados em unidades ante- gem ao desenvolver e mobilizar nos alunos
riores de cada volume e até mesmo em anos competências diversificadas. Cabe a você,
curriculares anteriores. no contexto pedagógico de tempo, espaço e
em face dos recursos disponíveis, selecionar
1.5.1 Pluralidade metodológica as atividades que julgar mais oportunas e in-
teressantes para a aprendizagem dos alunos,
Nós, idealizadores deste Projeto, somos incrementando-as sempre que possível, para
partidários das ideias de Nardi, Bastos e Diniz ampliar os limites que qualquer recurso didá-
(2004), quanto à necessidade de um plura- tico — incluindo o livro — apresenta.
lismo de alternativas para pensar o ensino e
Considerando esses pontos, a proposta
a aprendizagem em Ciências, cujos contex-
didática deste Projeto oferece diferentes su-
tos e processos são extremamente diversifi-
gestões de atividades, objetivando o planeja-
cados, o que enfatiza a necessidade de uma mento de situações de aprendizagem diver-
pluralidade de perspectivas teórico-práticas sificadas, tanto em termos de informações
que possíbilitem ao professor compreender e estratégias quanto de recursos. Entende-
de maneira mais aberta e rica o trabalho edu- mos que analogias e modelos, considerando
cativo a ser empreendido pelo ensino esco- seus limites e alcance, são ferramentas efi-
lar de disciplinas científicas. Para os autores cazes no ensino e aprendizagem de Ciên-
mencionados, os processos e os contextos cias – seja pela função explicativa, quando
que caracterizam o ensino de Ciências são convertem conceitos e princípios novos em
complexos, e qualquer modelo interpretativo termos familiares, seja pela função criativa,
ou norteador da ação que exclua alternativas quando estimulam a solução de um proble-
plausíveis é empobrecedor da realidade. Eles ma, a identificação de um problema novo e
lembram que isso nem sempre é observa- a generalização de hipóteses. Contudo, vale
do pelos pesquisadores da área, gastando-se lembrar que modelos são apenas represen-
tempo exaltando um modelo em detrimento tações de processos ou objetos do mundo
de outros, como se fosse possível estabele- real, não constituindo a realidade propria-
cer explicações únicas que contemplassem mente. Em diversas ocasiões, lançamos mão
todas as situações e para sempre. dessas ferramentas no Projeto.
Compartilhamos com esses pesquisa- A indicação de leituras complementares,
dores a visão de que os debates e estudos a elaboração e a interpretação de represen-
ocorridos nas décadas de 1980 e 1990 de- tações em diferentes linguagens (textos, ilus-
vem ser reavaliados sob a ótica do pluralis- trações, esquemas, charges, cartazes etc.)
mo, isto é, evitando-se tanto glorificar como são estimuladas, do mesmo modo que in-
demonizar objetos de discussão como cons- centivamos o debate acerca de questões
trutivismo, ensino por mudança conceitual, sociais e técnico-científicas, possibilitando
estratégias visando conflito cognitivo, teoria também acesso à fala direta de cientistas. A
GUIA DIDÁTICO

da mudança conceitual, ensino por pesquisa, intenção é propiciar situações nas quais os
noção de perfil conceitual etc. Assim sendo, alunos identifiquem a forma de trabalho de
as atividades propostas ao longo deste Pro- diferentes estudiosos, influências sociais, po-
jeto foram pensadas para ser coerentes com líticas e culturais sobre a produção da ciência.
essa visão metodológica pluralista. Nossa ex- As intervenções na realidade concreta, pelo
periência docente nos mostra que no ensino aluno, são estimuladas na forma de ativida-
de Ciências há espaço tanto para a aula ex- des que propõem entrevistas, campanhas de
positiva quanto para a atividade experimen- esclarecimento, socialização de informações
tal, demonstrações, trabalho individual e co- e outras estratégias exequíveis e viáveis.

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Esperamos, também, colaborar para uma com seu entorno social. Respeitando as pecu-
perspectiva multicultural do currículo, desta- liaridades cognitivas dos alunos nesta etapa
cando e valorizando a diversidade em seus escolar, sugerimos atividades diversificadas,
diferentes aspectos, etnia, religião, gênero e em relação a duração, nível de compreensão
outros. Tal preocupação determinou a ela- etc. na forma de experimentos, observações
boração dos textos, bem como a seleção de orientadas e debates, entre outros. Uma sala
imagens do Projeto. Aqui vale lembrar a po- de aula onde o aluno se sinta estimulado a
lissemia do termo multiculturalismo e suas fazer perguntas, expressar sua curiosidade,
diversas abordagens. avançar além do senso comum, sem, entre-
tanto, ter seu conhecimento prévio desquali-
1.5.2 O estímulo à curiosidade e ao ficado, provavelmente será um espaço favorá-
questionamento vel ao aprendizado.

Entendemos que, mais do que recursos Nesse sentido, concordamos com Pavão
sofisticados e laboratórios equipados para as (2008, p. 18) quando diz:
aulas de Ciências, é preciso valorizar a pers-
É importante propiciar situações, tanto co-
pectiva dialógica em sala de aula. Pretende-
letivas como individuais, para observações,
mos, ao fornecer textos com temas atuais e
questionamentos, formulação de hipóteses,
situações cotidianas, favorecer a expressão
experimentação, análise e registro, estabe-
de diferentes vozes do conhecimento, as
lecendo um processo de troca professor-
quais se articulam e se confrontam no pro-
-classe para gerar novas indagações.
cesso de elaboração conceitual pelos alunos.
O trabalho com os alunos do Ensino O mesmo autor (2008, p. 18), embora re-
Fundamental tem características próprias. conhecendo a importância do laboratório,
Nas situações propostas, eles aprendem ao dá sugestões de como estimular a curiosida-
se envolver progressivamente com as ma- de e o espírito investigativo dos alunos sem
nifestações dos fenômenos naturais, ao fa- dispor de recursos sofisticados.
zer conjecturas, experimentar, errar, intera-
gir com colegas, com os professores, expor Não é a falta de recursos, de um laboratório
suposições, pontos de vista e confrontá-los ou de qualquer outra infraestrutura física que
com outros. Seria inadequado, por exemplo, impede o desenvolvimento de um programa
exigir que percorram todo o ciclo investigati- de iniciação científica na escola. Que escola
vo; igualmente negativo seria considerar a vi- não tem formigas? E quantas patas têm uma
vência do método científico como estratégia formiga? O que elas comem? Existem outros
metodológica absoluta e linear nas ativida- animais na escola? E os que vivem fora da
des experimentais propostas. Neste Projeto, escola? Há mamíferos entre eles? E ainda há
propomos no início e ao longo de cada ca- o Sol, as plantas, o vento, as pedras do pátio
pítulo perguntas destacadas em boxes para [...]. Qualquer objeto pode ser explorado cien-
identificar conhecimentos que o aluno traz tificamente. Por exemplo, peça para que cada
GUIA DIDÁTICO

sobre o assunto a ser estudado e despertar aluno recolha uma pedra do pátio (ou pode ser
sua curiosidade. Ao fim dos capítulos essas uma folha de alguma planta, uma semente
questões são retomadas, e o aluno é esti- ou outros objetos disponíveis na escola) e a
mulado a rever suas respostas verificando se observe cuidadosamente, registrando suas
houve mudança e/ou ampliação em relação características de tamanho, peso, cor [...],
ao conceito estudado. tudo que for observável. Em seguida misture
Além disso, buscamos oferecer atividades todas as pedras por eles coletadas e solicite
de discussão e debates sobre temas contem- que o aluno descubra qual é sua pedra no
porâneos e estimular o envolvimento do aluno meio de todas. Depois experimente trocar os

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registros entre os alunos e repetir a experiên- ou conceitos científicos difíceis relacionados
cia de identificar as pedras. Mesmo simples a suas vidas cotidianas, podendo ser usa-
esta é uma prática científica básica, que dos para desafiar erros comuns. Comece
exercita a observação, medidas e registros, escrevendo uma questão no quadro para
aspectos fundamentais na pesquisa científica. dar início à discussão: “Por que um cientista
A observação de tudo que nos cerca é sempre acharia estranho se sua mãe lhe dissesse
um bom começo, e é algo que tem um come- para abaixar o volume da televisão?” ou “O
ço, mas que não tem fim. [...] Ao observar, os que uma pessoa doente faria?”. Também fun-
alunos começam a medir, experimentar, fazer ciona fornecer algumas frases verdadeiras e
contas, ler, escrever, desenhar, divulgar, tro- falsas sobre um tema, como o tabagismo ou
car e levantar hipóteses. as drogas, para desafiar um ponto de vista.
Por exemplo, “Todas as pessoas que fumam
Também acerca da importância do ques-
morrem”, “Fumar emagrece”, “Fumar escu-
tionamento e de como nós, professores, po-
rece os dentes”, “Fumar faz você ser aceito
demos ajudar os alunos a desenvolver sua
na turma”. Os alunos devem debater e avaliar
capacidade de fazer perguntas, Ward et al.
as ideias fornecidas para refinar suas visões
(2010) sugerem que devemos ouvir seus
e opiniões, garantindo que possam usar evi-
questionamentos, analisá-los para tentar
dências para sustentar suas visões.
descobrir a razão para a questão e se ela
pode ser respondida por meio de uma in-
vestigação prática, e fazer outras perguntas. 1.6 A importância da
Segundo essas autoras (2010, p. 73):
contextualização e da
Ajudando as crianças a esclarecer, a qualificar
e a refinar a questão, aperfeiçoa-se o papel do interdisciplinaridade
professor. Lançar o problema de volta para os Um dos desafios que se apresentam ao
alunos, perguntando “o que faz você perguntar ensino de Ciências consiste em transformar
isso?” ou “o que você quer dizer com isso?”, o cotidiano em objeto de investigação e pes-
pode levar a uma aprendizagem mais signifi- quisa. Assim:
cativa e mais duradoura do que responder à
questão diretamente, quando a resposta pode Pensar o ensino de ciências em íntima cone-
ou não ser adequada ao nível de compreensão xão com o cotidiano não significa ficarmos no
do aluno. É comum, mesmo na idade adulta, nível do senso comum. O senso comum há que
as pessoas não fazerem mais perguntas por- ser explicitado, problematizado e retificado.
que a resposta à questão inicial, mesmo que BACHELARD, G. A formação do espírito científico.
correta, não foi compreendida. Responder às Rio de Janeiro: Contraponto, 1996.

perguntas dos alunos no nível correto, com


diferenciação, é uma habilidade instrucional É preciso ultrapassar a ideia de ciência fácil,
muito difícil e, com frequência, provavelmente simples e em continuidade com o senso co-
será do interesse do aluno descobrir a respos- mum. Entrar na cultura dos cientistas impli-
GUIA DIDÁTICO

ta por conta própria. ca em conhecer uma outra forma de pensar,


falar e de explicar o mundo cotidiano.
As autoras citadas (2010, p. 168-169) su- MORTIMER, E. F.; SCOTT, P. H. Atividade discursiva nas salas
gerem ainda, como uma das estratégias de de aula de Ciências: uma ferramenta sociocultural para analisar
e planejar o ensino. Investigações em Ensino de Ciências,
caráter lúdico para estimular a capacidade de Porto alegre, UFRGS, v. 7, n. 3, p. 7, 2002.
fazer perguntas, o Jogo do fale sobre.
É preciso ficar atento para que, no afã de
Cartões ou perguntas começando com “fale construir uma prática docente mais crítica,
sobre” podem ajudar os alunos com ideias menos “reprodutivista” e, portanto, menos

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centrada na “transmissão de conteúdos”, não ao aluno e a você ao longo do Projeto. Uma
se caia no outro extremo: um currículo es- seção específica para a interdisciplinaridade,
vaziado, que promove espaço para debates Bagagem cultural, foi desenvolvida exata-
sem, entretanto, fornecer instrumentos ao mente com o propósito de articular as dife-
aluno para deles participar de modo qualifi- rentes disciplinas do currículo.
cado e crítico. Afinal, é válida a ideia de que: Entendemos interdisciplinaridade como
[...] não cabe defender uma guetização do en-
a interação entre disciplinas na qual estas
sino, direcionando o olhar apenas às coisas
mantêm sua identidade, mas dialogam, am-
locais, ou valorizar o utilitarismo simplista
pliando o olhar e a abordagem de questões.
visando ensinar apenas aquilo que se con- A interdisciplinaridade não anula a discipli-
sidera ter alguma serventia. Isso teria um naridade. Cada disciplina tem sua identidade,
caráter provisório, ao passo que a escola seu objeto de estudo, sua forma de pesqui-
deve deixar marcas permanentes no aluno, sar e produzir conhecimento. A abordagem
ampliando seu repertório cognitivo. interdisciplinar amplia as possibilidades de
contextualização. Nesse sentido, citamos
CHASSOT, A. Para que(m) é útil o ensino? 2. ed. Canoas: Ulbra, 2004.
Mello (2012, p. 8), a seguir.
A contextualização como princípio edu-
cacional por vezes é tratada de modo equi- [...] o trabalho interdisciplinar implica ativida-
vocado ou inadequado. Esse princípio nos des de aprendizagem que favoreçam a vivên-
currículos escolares implica problematizar o cia de situações reais ou simulem problemas
conteúdo a ser ensinado em um contexto, e contextos da vida real que, para serem
isto é, em um campo do conhecimento, tem- enfrentados, necessitarão de determinados
po e espaço definidos. Portanto, não repre- conhecimentos e competências. Por exem-
senta apenas um tipo de estratégia didática. plo, entender como a poluição se tornou um
Tampouco deve estar limitado à dimensão problema político na sua cidade e por que as
concreta ou local de determinado problema. diferentes soluções, aparentemente apenas
Ainda que seja algo abstrato ou de alcance técnicas, estão comprometidas com dife-
global, o conhecimento, quando contextua- rentes formas de organizar o espaço urbano.
lizado, tende a ser mais significativo. Isso remete ao conceito de contextualização.

Neste Projeto, sempre que possível, con- Ao lançarmos mão de poesias, trechos de
textualizamos os conceitos estudados e pro- livros da literatura brasileira e estrangeira, le-
curamos ampliar o quadro de referências do tras de música, reprodução de obras de arte
aluno, para favorecer seu trânsito em con- como pintura e escultura etc., esperamos
textos próximos e distantes, relacionando contribuir não só para esta visão interdiscipli-
problemáticas locais (como o lixo no bair- nar, como também para ampliar o acesso do
ro) com as globais (como o agravamento do aluno a referências culturais diversificadas.
efeito estufa).
Entendemos que, na escola, o aluno deve 1.7 Um olhar sobre a diversidade
na educação em Ciências
GUIA DIDÁTICO

ser estimulado a aprender conceitos cien-


tíficos de Biologia, Química e Física, entre
outros, para que tenha mais condições de Sabemos que ciência e educação em Ciên-
ser protagonista na sociedade em que vive, cias são atividades e produções humanas e,
fazendo escolhas, tomando decisões acerca como tais, são condicionadas por fatores so-
da saúde, do meio ambiente e do uso das ciais, refletindo e influenciando o contexto
tecnologias, entre outras. histórico no qual estão inseridas. Sendo assim,
A abordagem interdisciplinar, sempre que consideramos importante refletir sobre como a
julgada pertinente, foi adotada ou sugerida escola e, em especial, os currículos de Ciências

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vêm lidando com a questão da diversidade e livro didático pode colaborar para o cercea-
como o livro didático nesse contexto pode co- mento de referenciais positivos necessários
laborar na desconstrução ou na legitimação de à formação da autoestima na criança não
estereótipos e preconceitos. Que grupos so- branca e reforçar preconceitos.
ciais e étnicos têm sido historicamente repre- Assim, atentos a essas questões, tivemos
sentados de forma estereotipada e distorcida? cuidado especial com seleção de imagens e
Etnia, gênero, classe social, religião, identi- proposições de atividades – especialmente
dade, bem como outras categorias de análise no Volume 8, na discussão da sexualidade e
atravessam a discussão do currículo desen- dos papéis sexuais/sociais, na forma pela qual
volvido historicamente em nossas escolas, o corpo é abordado e retratado, na descons-
um currículo ainda predominantemente bran- trução do conceito ainda difundido de “raças
co, eurocêntrico e masculino. Como conse- humanas”, na voz dada a mulheres cientis-
quência, a percepção do mundo por parte da tas entrevistadas, bem como nas fotografias
criança acaba se formando com base nos es- que retratam situações não estereotipadas
quemas dominantes. Nesse cenário, sabemos (mulheres trabalhadoras em ciência, homens
da importância de que, nos livros didáticos, cuidando de filhos etc.) –, entre outros as-
mulheres não sejam retratadas apenas como pectos. Esperamos, assim, colaborar para a
mães e esposas; ciência e trabalho como coi- construção de currículos e práticas pedagó-
sa de menino; ou afrodescendentes e indíge- gicas que expressem a riqueza das identida-
nas não apareçam sempre em situações de des e da diversidade cultural presente na es-
miséria e degradação. Se analisarmos a rela- cola e na sociedade.
ção entre gênero e ciência, por exemplo, de-
vemos lembrar que nossos alunos, meninos 1.8 As linguagens midiáticas e a
e meninas, são expostos, desde pequenos, a
diferentes estímulos e que fatores sociocultu- aprendizagem de Ciências
rais, e não apenas cognitivos, estão em jogo
A chamada sociedade da informação e do
no entendimento dessas diferenças. Nesse
conhecimento é resultado do acelerado ritmo
sentido, a Unesco (1999) nos alerta que:
de inovações tecnológicas e da convergência
[...] É importante desenhar os novos pro-
de informação e comunicação. Nesta, cada
gramas de ensino da ciência e da tecnologia
vez mais se ampliam as possibilidades de utili-
para atender às necessidades dos alunos,
zação das mídias, consolidando sua importân-
para atraí-los às carreiras científicas e
cia na escola e na sociedade em geral. Nesse
tecnológicas e melhorar a equidade entre os
cenário, não há como ignorar o impacto da
gêneros. Consta-nos que, embora o número
mídia na vida das pessoas e dos grupos sociais,
das estudantes tenha crescido nas faculda-
já que suas produções trabalham em cima das
projeções de necessidades, expectativas e de-
des de ciências e nas escolas de engenharia,
sejos dessas pessoas (incluindo nossos alunos)
chegando a igualar ou mesmo a superar o
e grupos. Entendemos mídia como um con-
dos rapazes, as jovens são menos numero-
GUIA DIDÁTICO

junto de instituições, organizações e negó-


sas em matemática, física, ciências da terra
cios voltados para a produção e a difusão de
e engenharia. [...] Além da orientação indivi-
informações para públicos diversos. A mídia
dual, essa distorção pode ser corrigida com
tem como papel social transmitir informação,
o planejamento de conteúdos curriculares
opinião, entretenimento, publicidade e propa-
que sejam mais atraentes para as alunas [...].
ganda. Esse papel de modo algum é neutro,
Em relação à etnia, nós, como autores e mas imbuído de valores e poder, legitimando
professores, temos consciência de que silen- socialmente e qualificando determinados sa-
ciar quanto às questões étnico-culturais no beres, ideias, valores, crenças e atitudes, em

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detrimento de outros. A abrangência da mídia [...] as dificuldades dos estudantes brasileiros
vai desde veículos impressos (revistas, jornais, com tarefas de níveis de proficiência mais
cartazes, folhetos etc.) e audiovisuais (televisão abrangentes envolvem limitações em lidar
em canais abertos ou por assinatura, filmes, com a diversidade textual, principalmente
vídeo, rádio etc.) até o que denominamos de com textos que se apresentam na forma de
Tecnologias da Informação e Comunicação gráficos e tabelas. Essa constatação do Pisa
(TIC), que se caracterizam pela convergência não é um caso isolado e se mostra consis-
de diversos veículos, tais como a internet, sis- tente com os resultados verificados no Saeb.
temas digitais e recursos interativos. Ela revela a dificuldade dos alunos em inter-
pretar elementos não verbais e de integrar
Duarte (2008) lembra que as mudanças
informações do texto e do material gráfico.
na tecnologia e nas relações dos homens en-
Indica também que essas habilidades não
tre si e com o mundo são concomitantes a
estão sendo suficientemente trabalhadas nas
mudanças nas atividades linguísticas. Ressal-
escolas brasileiras.
ta ainda que as mudanças acarretadas pela
dinamicidade de produção e circulação da Cientes da necessidade de mudar esse
informação escrita, por um lado, e pela ne- cenário e sabendo da importância de formar
cessidade de consumo rápido dessa infor- leitores competentes em gráficos e na leitura
mação, por outro, levam a um resultado que, crítica de diferentes textos informativos midi-
grosso modo, por vezes caracteriza-se pelo áticos, pretendemos com este Projeto, no en-
“máximo no mínimo”. Assim, condensa-se sino de Ciências, colaborar de alguma forma
a informação tornando visuais, mediante as para o multiletramento, o que, aqui, significa
técnicas de computação, informações quan- que, segundo Rojo (2004, p. 31):
titativas, na forma de gráficos e infográficos; a
cena ou o objeto referido, na forma de foto- [...] compreender e produzir textos não se res-
tringe ao trato do verbal oral e escrito, mas à
grafias; o local referido, em um mapa etc. Es-
capacidade de colocar-se em relação às diver-
ses são alguns exemplos de gêneros textuais
sas modalidades de linguagens – oral, escrita,
constituídos de signos de naturezas distintas
imagem, imagem em movimento, gráficos,
(imagens, fórmulas, ícones, números, formas
infográficos etc. – para delas tirar sentido.
geométricas, palavras etc.) que circulam em
diversos meios na sociedade e que deman- Na educação, as TIC orientam-se para a
dam o letramento multimodal dos alunos. produção compartilhada de conhecimen-
Vejamos, por exemplo, a leitura de gráfi- to, com base na resolução de problemas e
cos. Essa é uma habilidade importante do dia desenvolvimento de projetos contextualiza-
a dia, tendo em vista a carga de informações dos e interdisciplinares. Com a navegação
visuais e quantitativas que circula na mídia em sistemas hipermidiáticos, torna-se pos-
em diferentes contextos, com função de re- sível ao aluno percorrer múltiplos caminhos,
sumir, enfatizar ou mesmo substituir uma criar conexões entre informações, textos e
mensagem em sua forma verbal. Estudos imagens, e até entre contextos, outras mí-
GUIA DIDÁTICO

como os de Bonamino, Coscarelli e Franco dias e recursos, além de ampliar as fronteiras


(2002, p. 108) indicam que, apesar das múl- de tempo e espaço de aprendizagem. Dessa
tiplas possibilidades de uso dos gráficos em forma, o aluno torna-se ao mesmo tempo
variados campos do conhecimento, o de- receptor e emissor de informações, leitor, es-
sempenho dos leitores em idade escolar tem critor e comunicador.
demonstrado pouco contato com o gênero. A televisão, em especial, ganha maior des-
No trecho a seguir, os autores citados aler- taque nessa formação nos meios sociais ca-
tam, em um relatório sobre os resultados dos racterizados pela exclusão de outras formas
exames do Saeb e do Pisa, que: de lazer, embora dê acesso a bens culturais.

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Quando informa, a TV e outros meios de co- Embora esses recursos já sejam adota-
municação também promovem (re)constru- dos, inclusive para divulgação de trabalhos
ções culturais, que colaboram na formação da escolares, verifica-se que muitos professores,
identidade de nossos alunos e podem refor- por diversas razões, ainda não utilizam (ou
çar estereótipos e padrões, de um modo geral subutilizam) as potencialidades desses es-
caracterizados pela visão homogeneizante da paços na atividade escolar. Esse hiato entre
sociedade de consumo. professores e alunos no conhecimento e uso
No contexto educacional, percebe-se que, dos recursos tecnológicos representa um
embora as escolas já encarem o desafio do desafio a ser superado.
uso educativo das novas TIC, as velhas tecno- Dentre as inúmeras possibilidades de es-
logias e recursos ainda são subutilizados no tratégias para motivar o aluno ao aprendizado
planejamento de situações de aprendizagem. de Ciências empregando diferentes linguagens
Vale lembrar que ainda há espaço e impor- midiáticas, podemos citar: criação de jornal
tância para o uso de lousa, murais de parede, impresso e virtual com a mediação docente na
retroprojetores etc. Será que nossa escola usa seleção de temáticas, delimitação dos assun-
todo o potencial de programas como os pro- tos, adequação da linguagem, programação
duzidos pela TV Escola, por exemplo? Muitos visual e gráfica etc.; simulações de fenômenos
documentários e outras produções disponí- e experimentos; animações; maquetes virtuais;
veis, inclusive na TV aberta, podem incremen- elaboração de mapas conceituais; produção,
tar as aulas de Ciências, pois se aprofundam com recursos da informática, de mapas, tabe-
em temas como clonagem, efeito estufa e las e gráficos demonstrativos sobre pesquisas
nanotecnologia, entre outros. Jornais e revis- feitas; montagem ou reestruturação de “radio-
tas fazem diariamente reportagens capazes escola”, com elaboração coletiva da programa-
de render interessantes atividades de revisão ção; exposição de ilustrações, charges, pinturas
conceitual com os alunos, ampliando o estu- e fotografias explorando diferentes aspectos de
do de vários assuntos abordados. inúmeros temas; construção de homepages
Por meio da proposta de leitura e inter- da escola ou da turma; elaboração de fotologs
pretação de imagens, mapas, infográficos, e blogs sobre assuntos estudados e outros de
tabelas etc., promove-se a construção de interesse dos alunos; impressão ou digitaliza-
competências essenciais. Portanto, “velhos” ção de textos produzidos; lista de discussão e
recursos – de baixo custo e fácil acesso – fóruns sobre questões polêmicas (por exem-
podem ser revisitados e agregar valor peda- plo, pesquisa com células-tronco); produção
gógico a outros que estejam disponíveis. de vídeos com base em entrevistas feitas com

Como o professor de Ciências


a comunidade e a socialização desse material
em espaços virtuais e outros.
pode explorar o potencial Como professor, sua interferência nas ati-
pedagógico das TIC? vidades potencializa a conexão aluno-mídia-
Nossa experiência docente mostra que -aprendizagem, evitando a dispersão deste
GUIA DIDÁTICO

já existe – independentemente da classe so- por caminhos que fogem à proposta. É im-
cial – intensa atividade e interesse por parte portante orientar quanto aos mecanismos
dos alunos na produção de fotologs e blogs, de busca na internet, sugerindo ao estudan-
constituindo-se tais objetos virtuais em es- te, por exemplo, que faça breves resumos dos
paços de comunicação e “convivência”, que conteúdos abordados, pois pesquisas muito
estabelecem comunidades nas quais ocor- extensas podem traduzir-se apenas em co-
rem não apenas trocas de informações, mas mandos de copiar e colar. O desenvolvimento
de ideias, bem como expressão de sentimen- de atitudes pautadas na ética tem espaço nas
tos e estabelecimento de vínculos afetivos. discussões acerca de questões sobre direitos

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autorais, plágio, respeito à privacidade, acesso tiva, são propostas no Projeto algumas ativi-
a sites recomendados para a faixa etária etc. dades que favorecem a interação de alunos,
Aos poucos, com a frequência das atividades, professores, outros profissionais da escola e
você pode interferir menos na condução do a população local, tais como:
trabalho coletivo, poupando tempo para ofe- • projetos interdisciplinares;
recer um atendimento mais individualizado. • feira de ciências ou similares;
Uma dica é problematizar antes da pesquisa
• exposição de trabalhos dos alunos;
ou da apresentação das mídias e estabelecer
uma discussão após sua utilização. O debate • elaboração e divulgação de materiais
proporciona ao grupo novas possibilidades e informativos;
caminhos de pesquisa. Lembre-se de que a • exibição de filmes com debates asso-
iniciação dos alunos no uso correto dessas ciados;
ferramentas contribuirá efetivamente em sua • entrevistas com pessoas da população
formação para além da escola. para levantamento de opiniões e con-
Concluindo, cabe reforçar que as TIC e cepções;
outras mídias devem ser vistas como meios • ocupação de diferentes espaços de
para a construção de competências e habi- aprendizagem (até mesmo fora da es-
lidades para a promoção da autonomia in- cola).
telectual do aluno. Embora sejam recursos Nesse sentido, destacaremos a seguir al-
poderosos e sedutores, as técnicas e tecno- gumas sugestões.
logias não representam por si só garantia de
• Numa aula sobre fungos e bactérias,
aprendizagem, sendo a mediação docente
sugere-se trazer o profissional da cozi-
fundamental para o sucesso da ação educa-
nha para uma discussão com a turma
tiva. Tampouco devemos ignorar a dimensão
sobre os problemas de contaminação
afetiva dos processos cognitivos. A relação
cruzada de alimentos e a importância
com o professor e com os colegas é es-
das boas práticas de higiene, manipula-
sencial na aprendizagem e na formação do
ção e preparo de alimentos. Esses pro-
aluno. Sabemos que a aprendizagem pode
fissionais também podem ser parceiros
ocorrer em diversos espaços extraescolares
nos estudos sobre tipos de alimentos e
e com diferentes atores sociais. Mas a escola
na importância de uma dieta equilibra-
representa o lugar no qual a sociedade espe-
da, sem ignorar diferenças regionais e
ra que a aprendizagem aconteça de forma
referências culturais.
planejada, intencional, sistemática, organi-
• Ainda no âmbito de promoção da saúde
zada e para todos. Valorizando a diversida-
e prevenção de doenças, o profissional
de cultural entre os alunos, abrindo espaço
encarregado da limpeza e conservação
para a expressão de suas vozes, interesses e
na escola pode colaborar nas discussões
expectativas no currículo, colaboramos não
a respeito de condutas básicas, como la-
só para a educação em Ciências, mas para
var as mãos após usar o banheiro e a
a construção de uma sociedade solidária e
GUIA DIDÁTICO

importância de manter limpas as de-


menos excludente.
pendências da escola. A turma pode se

1.9 A interação com a comunidade tornar parceira desse profissional, como


“agentes verdes”, atuando em campa-
e os demais profissionais da escola nhas de coleta seletiva de lixo, trocando
a pichação de paredes pelo grafitismo
Entendemos que o ensino de Ciências (o professor de Arte pode ajudar nessa
é parte integrante do currículo e do projeto tarefa), aprendendo sobre o uso racio-
político pedagógico escolar. Nessa perspec- nal da água, enfim, promovendo ações

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pautadas na sustentabilidade que envol- me de acrescentar continuamente novos tó-
vam toda a comunidade. picos ao “conteúdo programático”. A escola
• No estudo da água, pode-se trazer a assume um importante papel na promoção
pessoa responsável pelo tratamento e da autonomia intelectual do aluno propon-
limpeza de cisternas e caixas-d’água, do situações de aprendizagem que abordam
discutindo a importância desse proces- conceitos-chave contextualizados, relacio-
so e de manter a caixa-d’água fechada. nados a cada disciplina ou área do conhe-
cimento e, sempre que possível, articulados
• Ao trabalhar conceitos relativos ao
com outras áreas do conhecimento.
solo e/ou plantas, um trabalho com o
profissional que atue nos jardins e nas No ensino de Ciências, certos conceitos
hortas pode acrescentar explicações são essenciais à compreensão de fenômenos
acerca dos cuidados e procedimentos e processos que capacitam o aluno, quando
adequados nesses espaços. ele realmente compreende esses princípios, a
extrapolar e agregar novos conceitos relacio-
Enfim, sem pretender esgotar possibilida- nados. Entre eles, estão os conceitos de orga-
des de mobilização de diferentes espaços, ato- nização, metabolismo, gene, adaptação, ho-
res e campos de conhecimento, reafirmarmos meostasia, tempo, espaço, força, velocidade,
aqui a importância de explorar os momentos e ação enzimática, reação química etc. Com
as atividades favoráveis a essa interação. base neles, é possível problematizar questões
contemporâneas, como aquelas relativas às
aplicações biotecnológicas, aos fenômenos e

2. Competências às ameaças ambientais, além de outras rele-


vantes ao exercício da cidadania e ao desen-

e habilidades volvimento do senso crítico desse aluno.


Parece consenso que a escola não tem
meios para ensinar absolutamente todo o
2.1 O ensino de Ciências e a conhecimento gerado no campo da ciência.
O desafio pedagógico é ir além do ensino de
construção de competências conteúdos do programa da disciplina e fazer

e habilidades o aluno aprender a aprender.


Com base na seleção de alguns concei-
Documentos como os Parâmetros Curri- tos, deve ser feita a contextualização desses
culares Nacionais e exames como Sistema de conceitos por meio de situações de apren-
Avaliação da Educação Básica (Saeb), Progra- dizagem que mobilizem esquemas mentais,
ma Internacional de Avaliação de Estudantes ampliando assim a autonomia intelectual
(Programme for International Student Asses- dos alunos. Ou seja, a escola precisa oferecer,
sment – Pisa) e Exame Nacional do Ensino sistemática e planejadamente, situações que
Médio (Enem) apresentam propostas peda- levem o aluno a aprender a comparar, inter-
gógicas coerentes com as de outros países. pretar, classificar, analisar, sintetizar, questio-
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Nessas propostas, destaca-se a importân- nar, discutir, debater, descrever, esquematizar,


cia de organizar currículos visando à autono- opinar, julgar, fazer generalizações, analogias,
mia intelectual dos alunos não por meio da diagnósticos etc., em diferentes disciplinas,
simples valorização do aprendizado de con- conteúdos e contextos.
ceitos, e sim do desenvolvimento de compe- Os educadores e a escola devem se esfor-
tências e habilidades. çar para promover situações diversificadas de
Diante do ritmo acelerado de produção aprendizagem, ainda que trabalhem menos
de conhecimento, já não é viável o costu- conceitos no ano letivo. Um aluno com mais

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autonomia, se tiver interesse, tem condições tante é perceber que não se constroem com-
de continuar aprendendo além dos muros da petências no vazio conceitual, isto é, quem
escola e buscar conteúdos que complemen- argumenta de forma competente mobiliza
tem o currículo escolar. Contudo, muitos esquemas mentais, conceitos, experiências
professores têm o costume de afirmar que o anteriores, valores e outros recursos cogniti-
eixo de seus currículos e planos de ensino é vos. Entretanto, nenhum conceito por si só faz
a construção de competências e habilidades alguém desenvolver uma competência. É pre-
mesmo quando isso não ocorre. ciso vivenciar situações que demandem a apli-
Portanto, há uma evidente falta de com- cação prática desse “saber fazer”. Só se aprende
preensão desses termos. Vamos tentar escla- a argumentar vivenciando situações que exi-
recê-los. jam argumentação, seja na aula de Ciências,
História, Arte ou em outros contextos similares
fora da escola. Uma vez que se sabe argumen-
2.2 O que distingue competência tar, a competência de argumentação pode ser
colocada em ação em momentos acadêmi-
de habilidade? cos, profissionais ou em situações particulares.

De modo simplificado, pode-se dizer que, Como posso ajudar o aluno


enquanto a competência tem caráter ge-
a construir competências e
ral, ou seja, aplica-se a contextos diversos, a
habilidade relaciona-se diretamente a uma habilidades?
situação específica. Por exemplo, a compe- A resposta é: atentando para propor situa-
tência de construir argumentação é mobili- ções de aprendizagem diversificadas, que
zada em diversas situações e em diferentes mobilizem as competências e habilidades
campos do conhecimento: argumenta-se no esperadas e conceitos disciplinares selecio-
debate oral, na redação, na apresentação de nados para aquele nível de ensino. As próprias
trabalhos etc. Dependendo da disciplina, essa competências precisam ser o objetivo do
argumentação utilizará conceitos específicos. ensino. Não basta pensar no conteúdo a ser
Para argumentar com propriedade tanto con- trabalhado. Ao planejar aulas ou outras situa-
tra como a favor de um tema como o direito ções, você precisa seguir a dica de selecionar
ao aborto em casos de fetos anencefálicos, primeiro a competência ou a habilidade a ser
por exemplo, é preciso dominar alguns con- focada. A atividade deve estar coerente com
ceitos de anatomia, legislação, bioética etc. essa escolha. Só então você deve escolher o
Toda competência pode ser desdobrada conteúdo disciplinar necessário à tarefa. Por
em diferentes habilidades, que podem com- exemplo: a competência de ler e interpre-
por outras competências. Argumentar, por tar gráficos pode ser desenvolvida em aulas
exemplo, envolve as habilidades de expres- que trabalhem ecologia, enzimas, calor, cres-
sar-se adequadamente por meio da escrita cimento bacteriano etc. No ensino de cine-
ou do discurso, demonstrar ideias com co- mática, ao propor atividades como análise de
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erência, articular conceitos etc. Cada uma situações-problema, leitura e interpretação de


dessas habilidades, ao ser analisada, também gráficos, demonstrações, análise de um vídeo
pode ser decomposta e, dessa forma, assu- ou leitura de textos, o professor deve, ancora-
mir o status de competência. Por outro lado, do em conceitos da Física, procurar desenvol-
a argumentação pode ser considerada uma ver competências e habilidades diversificadas.
das habilidades envolvidas na competência Provas e testes escritos só ajudam a ava-
de debater argumentando. liar algumas competências e habilidades.
O limite conceitual entre o “saber” e o “sa- Competências como trabalhar em equipe,
ber fazer” é tênue e contextual. O mais impor- expressar-se oralmente etc. só podem ser

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avaliadas por meio de situações em que o tidiana, local e concreta até a distante, global
professor observe o aluno colocando essas e mais abstrata. Ele deve se sentir cidadão do
competências em prática. bairro e do mundo, aplicando na vida o que
Diante de programas pedagógicos tão aprende na escola. Portanto, não basta estudar
extensos, é preciso selecionar conceitos que sobre poluição local sem entender qual é a re-
instrumentalizem o aluno a formular suas pró- lação dela com o aquecimento global e o que
prias opiniões, posicionar-se criticamente e fa- um cidadão deve fazer para conservar o meio
zer escolhas que não sejam pautadas apenas ambiente. Para favorecer esse entendimento, a
no senso comum, quando estiver diante de escola precisa incorporar aspectos que fazem
questões relativas ao corpo, à saúde, ao meio parte do universo do aluno e envolvê-lo na
ambiente, ao trabalho, à ciência e tecnologia e aprendizagem. Entre esses aspectos estão as
seu impacto na sociedade. O desafio é fazê-lo novas tecnologias, redes sociais etc. Um aluno
reconhecer a necessidade de ampliar seu qua- capacitado a usar criticamente múltiplas mo-
dro de referências apropriando-se de concei- dalidades de linguagens e tecnologias poderá
tos e competências que lhe facilitem o trânsito exercer com mais propriedade sua cidadania e
em diferentes contextos, desde a realidade co- ser protagonista de sua história.
GUIA DIDÁTICO

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3. Organização do Projeto [...] não são relevantes desde os âmbitos
acadêmicos em que tradicionalmente se de-
senvolveram as investigações históricas ou
3.1 Estrutura filosóficas sobre a ciência e a tecnologia. Ao
colocar o processo tecnocientífico no con-
As atividades e as seções complementa- texto social e defender a necessidade da par-
res têm funções diversas, como verificar o ticipação democrática na orientação do seu
conhecimento, propor a aplicação prática desenvolvimento, os estudos CTS adquirem
de conceitos, estimular o aluno a formular uma relevância pública de primeira magni-
opiniões e a argumentar; aprimorar sua ca- tude. Hoje, as questões relativas à ciência e
pacidade de leitura e comunicação escrita e à tecnologia e sua importância na definição
promover a interpretação de imagens, gráfi- das condições da vida humana extravasam
cos e tabelas. o âmbito acadêmico para converter-se em
centro de atenção e interesse do conjunto
da sociedade.
CIÊNCIAS E CIDADANIA
As questões que envolvem as relações
Nessa seção, o objetivo é articular os entre ciência, tecnologia e sociedade alcan-
conceitos estudados ao longo dos capítulos çam uma dimensão política cada vez mais
de Ciências com o exercício da cidadania. significativa. São exemplos de questões que
Temas como a exclusão social, a luta pelos explicitam essa relação as que envolvem as-
direitos humanos e a conquista da melhoria pectos bioéticos, como transgênicos, clona-
da qualidade de vida são trabalhados de ma- gem e pesquisas com células-tronco, fon-
neira a contribuir com a conscientização dos tes alternativas de energia, energia nuclear,
alunos que ganham autonomia para debater qualidade do ar, preservação das florestas,
e formular suas opiniões. A escola assume consequências do uso de celulares, entre
importância cada vez maior na formação de tantas outras que podem evidenciar a rela-
cidadãos e não pode excluir os alunos da ção ciência-tecnologia e sociedade. O meio
discussão sobre questões como clonagem, educacional apropriou-se dessa discussão
células-tronco, fontes alternativas de energia não só por sua adequação inquestionável à
e decisões políticas, por exemplo, as referen- formação cidadã, como também para apro-
tes a protocolos internacionais que regulam ximar a ciência dos interesses dos alunos e
a emissão de carbono no monitoramento do da sociedade.
aquecimento global.

CIÊNCIA, TECNOLOGIA E SOCIEDADE


Essa seção trabalha a dimensão social da
Ciência e da Tecnologia. O movimento Ci- É fundamental que o aluno identifique
GUIA DIDÁTICO

ência, Tecnologia e Sociedade (CTS) foi uma que as relações entre conhecimento cientí-
reação originada na academia e decorreu de fico, produção de tecnologia e condições de
uma série de movimentos sociais e políticos vida são resultado de um processo histórico
de contestação ao sistema vigente no fim de construção da ciência.
da década de 1960, na Europa e nos Estados Objetivamos assim, por meio de textos,
Unidos. Um dos alvos desses protestos foi a reflexões ou atividades, levar o aluno a per-
cultura tecnocrática dominante nas décadas ceber que a ciência é uma produção huma-
anteriores. Segundo Walter Bazzo (2003), os na e, como tal, fruto do contexto histórico-
estudos CTS: -social.

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Nessa seção, pretendemos mostrar o basamento para o tema tratado. A Bagagem
processo histórico de construção de alguns cultural também pode ser útil como intro-
conceitos estudados no Projeto, ilustrando dução a um projeto de pesquisa interdiscipli-
seus diferentes contextos histórico-sociais nar, despertando o interesse dos alunos para
de produção por meio de episódios histó- temas presentes na vida dos cidadãos.
ricos para mostrar ao aluno que a aceitação

Para não esquecer


ou não de uma teoria está intimamente re-
lacionada às forças sociais, políticas, filosó-
ficas ou religiosas do contexto em que foi
produzida. Apresentado no fim de cada unidade,
destaca os principais tópicos desenvolvidos
em uma sequência lógica e organizada. A
atividade propõe a elaboração de um texto-
-resumo, estimulando assim a capacidade de
síntese e a visão orgânica do conteúdo estu-
Entendendo saúde de maneira mais am- dado. Essa atividade reforça a revisão do as-
pla, ou seja, não restrita aos aspectos bio- sunto da unidade de maneira integral e pre-
lógicos, tampouco a uma questão pessoal, para o aluno para a realização das atividades
a seção procura sensibilizar o aluno para a da seção Resgatando conteúdos.
importância do cuidado com o corpo e do Embora o assunto não seja mapa concei-
ambiente. O conceito de saúde aqui adota- tual, a seção Para não esquecer pode servir
do reconhece como fatores determinantes também como ferramenta de orientação na
da vida saudável as condições ambientais, construção de um desses mapas. Veja a seguir.
econômicas, políticas, psicológicas, sociais,
culturais e comportamentais, agregando- A construção de um mapa conceitual
-as a ela. Se abordados fora de um contex-
Propostos por Novak (1996) e elabora-
to apropriado, os temas referentes à saúde
dos com base nas contribuições de Ausubel
podem parecer um tanto alheios à realidade
(1980), os mapas conceituais representam, na
e, dessa maneira, comprometer a adoção de
forma de diagramas, relações consideradas
estilos de vida saudáveis e a conscientização
significativas entre os conceitos de uma dis-
no que diz respeito a aspectos e questões
ciplina ou entre unidades de ensino. No en-
fundamentais.
sino de Ciências e de outras disciplinas, eles
podem ser úteis no planejamento, na avalia-

BAGAGEM CULTURAL ção e nos demais processos da prática pe-


dagógica. Segundo Novak (1996), um mapa
conceitual é constituído por um conjunto de
A seção Bagagem cultural traz temas co- conceitos inter-relacionados de acordo com
tidianos que são excelentes para desenvolver uma hierarquia. Nele, as relações mais im-
portantes entre os conceitos – a maioria de-
GUIA DIDÁTICO

trabalhos de maneira multidisciplinar. Info-


gráficos repletos de informações e ilustrados les representados por uma palavra ou símbo-
de maneira divertida conectam diferentes lo – são enfatizadas pelos recursos gráficos.
disciplinas do currículo escolar e deixam evi- Como representam os conceitos-chave
dente que o trabalho multidisciplinar é mais conectados, os mapas conceituais possibi-
rico, completo e interessante. litam a visualização da lógica que leva a or-
O trabalho com a seção pode ser desen- ganizar, de determinada maneira e não de
volvido em grupos e estar associado a pes- outra, os conteúdos de Ciências no currículo
quisas complementares que ofereçam em- escolar; de como o projeto está estruturado;

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e, até mesmo, a compreensão de textos. Para a construção de um mapa conceitual,
Sem a pretensão de apontar para um único pode-se adotar o seguinte procedimento:
caminho possível, esse tipo de mapa pode • identificar os conceitos-chave do con-
auxiliar professor e aluno a identificar quais teúdo a ser desenvolvido;
conteúdos são essenciais para a aprendiza-
• buscar relações entre os conceitos (ex.:
gem de outros.
X causa Y ou Z depende de N etc.);
Com o mapeamento, torna-se também
• conectar os conceitos por meio de pa-
mais fácil perceber como se relacionam os
lavras ou frase conectivas, como “estu-
conceitos que serão desenvolvidos em dife-
rentes aulas/unidades. A partir daí, o trabalho da” e “são exemplos” utilizadas no mapa
interdisciplinar pode ocorrer sem a necessi- conceitual.
dade da tradicional aproximação artificial en- Não há apenas uma forma de represen-
tre campos do conhecimento, baseada em tação em um mapa conceitual. São possíveis
temas e justaposição de conteúdos. Ao esta- e desejáveis várias formas. Use sua criativi-
belecer redes, o mapa evita reforçar a linea- dade. O importante é que os conceitos se-
ridade e a fragmentação nos programas das lecionados sejam realmente os mais signifi-
disciplinas, pois possibilita ao aluno perceber cativos e que as relações entre eles fiquem
que um mesmo tópico pode aparecer mais claras. Lembre-se de que construir um mapa
de uma vez representado de diferentes mo- conceitual em grupo é um ótimo meio de
dos e em diferentes níveis de profundidade, promover a troca de ideias. Respeitando a
indicando múltiplas abordagens curriculares. individualidade e valorizando as experiências
Abaixo, um exemplo de mapa conceitual e as impressões de cada um, pode-se forta-
que pode ser aplicado no ensino de Ciências. lecer o coletivo.

ambiente
seres vivos

estuda interações entre são exemplos


Ecologia
os seres vivos

predação
interações competição
entre os seres
vivos e o ambiente
protocooperação
GUIA DIDÁTICO

são exemplos

ciclo da água
fotossíntese

Exemplo de mapa conceitual para o estudo da Ecologia.

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Convide os alunos a construírem seus pró-
prios mapas conceituais e a compartilhá-los
com a turma. Assim, é possível compreender Explorando
que cada pessoa tem uma maneira própria de
organizar o conteúdo estudado. Estimule-os Essa seção indica materiais complemen-
a aprimorar os mapas (adicionar, remover ou tares – como livros, animações, infográficos,
mudar conceitos). Um mapa conceitual po- DVDs e textos – que contribuem para a apren-
derá mudar continuamente, acompanhando dizagem de conteúdos do capítulo e enrique-
o desenvolvimento do conteúdo. cem o repertório do aluno a respeito de temas
Estão disponíveis na internet softwares correlatos. Além de materiais educativos, a se-
que podem auxiliá-lo a construir mapas ção recomenda diversos centros de visitação
conceituais. distribuídos por diversas cidades brasileiras,
como museus, jardins botânicos, entre outros.
É importante que o aluno, ao ler um livro

CONEXÕES ou uma revista, explore todo seu potencial,


bem como procure refletir sobre o que está
lendo, analise as imagens que são apresen-
A proposta aqui é aprofundar e con-
tadas, seja curioso e leia as notas de capa, os
textualizar algumas questões relacionadas
ao conteúdo estudado. Em geral, os textos rodapés, as informações sobre os autores, o
apresentados são extraídos de mídias diver- ano em que a obra foi editada etc., anote as
sas, como revistas de divulgação científica, dúvidas e procure no dicionário as palavras
jornais e sites. O trabalho com textos e ima- que não conhece. Julgamos que essas ati-
gens desperta o interesse dos alunos para as- tudes podem torná-lo um leitor mais crítico.
suntos relacionados ao capítulo, facilitando o Esses recursos podem ser utilizados ainda
estudo do tema. para despertar a curiosidade ou a motivação
dos alunos na hora de introduzir novos temas.
Eles ajudam a visualizar o que é apresentado
em sala de aula, inclusive cenários desconhe-
COM A PALAVRA, O ESPECIALISTA cidos dos alunos. Krasilchik (2004 apud TRI-
VELATO E SILVA, 2011) lembra que recursos
Nessa seção, apresentamos uma entre- audiovisuais podem ilustrar ou simular, por
vista com cientistas dedicados à pesquisa na exemplo, experimentos que apresentariam
área do conhecimento abordada no capítulo. riscos ou exigiriam muito tempo e recursos
O objetivo é mostrar como eles trabalham muito sofisticados, processos muito lentos ou
e pensam, desconstruindo o estereótipo de rápidos demais, paisagens exóticas e compor-
que todos são homens e detentores abso- tamentos de animais e plantas. Destaca ainda
lutos do conhecimento científico. Essa ima- que esses recursos são essenciais também para
gem distorcida costuma ser reforçada nas se observar desde o infinitamente pequeno até
produções voltadas ao público infantojuve- o imensamente grande; multiplicar pontos de
GUIA DIDÁTICO

nil, como em desenhos animados, revistas


vista sobre a mesma realidade e permitir uma
em quadrinhos e na mídia em geral.
aproximação dirigida; conhecer outras culturas
Os especialistas selecionados contam um e realidades, entre outros exemplos.
pouco de suas histórias, explicam a escolha
Contudo, é preciso atentar para a impor-
profissional e orientam os alunos que se in-
tância da mediação entre o conteúdo cien-
teressam pelo tema e pretendem um dia tra-
tífico e as diferentes formas em que ele é
balhar na mesma profissão a alcançar seus
representado socialmente para que esses
objetivos.
recursos não assumam o papel de simples

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entretenimento esporádico na escola. A visi- analisem se esses conceitos foram reformu-
ta a museus e centros de pesquisa pode ser lados ao longo do capítulo. Assim, eles com-
organizada com toda a turma ou mesmo ser preendem as etapas do próprio processo de
recomendada como projeto ou atividade ex- aprendizagem, tornando-se ainda mais ap-
tracurricular. Essas saídas devem sempre ser tos a aprender.
orientadas pelo professor, de forma que um
objetivo específico seja cumprido, garantin- Palavra-chave
do que os alunos tirem mais proveito dessas
oportunidades. Como qualquer recurso didá-
A aprendizagem está intimamente asso-
tico, a eficiência e o significado das mídias au-
ciada à ampliação do vocabulário dos alunos.
diovisuais no ensino de Ciências dependerão
Por essa razão, o Projeto Apoema Ciências
de seu uso articulado com o currículo.
traz um boxe, chamado Palavra-chave, que
explica cada termo que o aluno pode não
? conhecer, facilitando o acompanhamento
do conteúdo.
! Entendemos que explicar o termo na
própria página em que ele aparece pela pri-
O Boxe-pergunta antecipa para o alu- meira vez facilita a compreensão do texto,
no um questionamento a respeito de algum mas sabemos que o recurso não substitui o
conteúdo, assunto ou fato que será abordado uso adequado do dicionário, uma habilidade
na leitura do texto que está sendo trabalha- a ser desenvolvida tanto pelo professor de
do, com o objetivo de estimular a curiosida- Língua Portuguesa como pelo de Ciências,
de dele e levá-lo a levantar hipóteses sobre a em que o aluno aprende a identificar o signi-
questão. No Boxe-resposta, é apresentada a ficado mais adequado, considerando o con-
resposta, fechando o elo pergunta-texto-res- texto do termo em questão.
posta, ou seja, possibilitando o estabeleci-
mento de uma relação dialógica com o texto.
OBSERVANDO
PRIMEIRAS IDEIAS
EXPERIMENTANDO
NOVOS CONCEITOS
As seções instigam o caráter investiga-
No início de cada capítulo, há um boxe tivo dos alunos, fundamental ao processo
Primeiras ideias que procura descobrir o ensino-aprendizagem de Ciências. A seção
que os alunos já sabem a respeito do tema Observando se baseia em atividades práti-
a ser desenvolvido ao longo do capítulo. cas simples que requerem a observação de
Essa ferramenta é importante para orientar fenômenos. Já a seção Experimentando é
o trabalho do professor, que assim concentra pautada na construção de experimentos prá-
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seus esforços nas principais lacunas concei- ticos, sem deixar de lado os cuidados neces-
tuais, oferecendo-lhes uma aprendizagem sários à manipulação dos diferentes objetos
bem consolidada. usados nas experiências.
No final de cada capítulo, o boxe Novos O papel do aluno se altera muito nesses
conceitos traz as respostas às perguntas momentos de investigação. Práticas educa-
do boxe Primeiras ideias. Nesse momento, tivas voltadas para a ação do aluno durante
é indicado que os alunos relembrem seus o processo ensino-aprendizagem, conforme
conhecimentos prévios (primeiras ideias) e ressalta Azevedo (2004, p. 21-22), ajudam a:

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[...] levar o aluno a participar de seu processo – avaliam competências e conceitos traba-
de aprendizagem, sair de uma postura pas- lhados ao longo do Projeto, não exigindo
siva e começar a perceber e a agir sobre o necessariamente que você complemente o
seu objeto de estudo, relacionando o objeto conteúdo para explorá-las com eles.
com acontecimentos e buscando as causas
dessa relação, procurando, portanto, uma
explicação causal para o resultado de suas
TRABALHO EM EQUIPE
ações e/ou interações. Nessa seção, estão reunidas atividades
Com base nessas atividades, são propos- nas quais a busca de informações em fon-
tos desdobramentos que, em geral, incluem tes diversificadas e o debate sobre questões
registro e análise das observações feitas. instigantes são o foco. As tarefas propostas
Aos poucos, o aluno se familiariza com as buscam valorizar o trabalho em equipe e es-
metodologias científicas, aprendendo a for- timular relações interpessoais, a prática de
mular hipóteses, a realizar experimentos de ação crítica e cooperativa.
comprovação e a aceitar ou refutar hipóte- Para favorecer o trabalho cooperativo, as
ses. Essa construção possibilita a compreen- atividades propostas nessa seção preveem
são dos processos científicos e da contínua grupos de trabalho. A seção contribui para
construção do conhecimento científico. o desenvolvimento de atitudes como apren-
As atividades práticas propostas ao longo der a ouvir os colegas, expressar e defender
do Projeto observam as orientações apre- suas próprias ideias, debater argumentando
e respeitar as diferenças. A avaliação desse
sentadas nos Parâmetros Curriculares Nacio-
tipo de atividade não deve se limitar à análi-
nais (BRASIL, 1998):
se da produção final do grupo, o importante
As atividades experimentais em laborató- é o processo de trabalho, que inclui discus-
rio ou em sala de aula devem obedecer às são, negociação, organização, comunicação
normas de segurança relativas à manipu- efetiva entre os membros etc. Sugere-se, as-
lação de fogo, experimentos com produtos sim, que seja reservado um período em sala
químicos e eletricidade. Há restrições a de aula para a execução dessa atividade. A
experimentos com sangue humano e às ob- fim de ganhar tempo, pode-se solicitar aos
servações de tecidos humanos, entre outros. alunos que cumpram, fora da escola, etapas
E também são previstos cuidados especiais como a organização do material e a pesquisa
com os equipamentos. prévia para coleta de informações.

SUPERANDO DESAFIOS RESGATANDO CONTEÚDOS


A seção oferece uma seleção de ques- Frequentemente, o aluno não consegue
tões aplicadas em vestibulares e outros exa- sozinho relacionar adequadamente os as-
mes oficiais, como é o caso do Enem e do suntos de diferentes capítulos. Por exemplo,
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Pisa, realizados pelo Ministério da Educação. a compreensão de conceitos relacionados à


Trata-se de um recurso opcional ao educa- qualidade da água deve abranger outros que
dor que quiser tornar familiar para aos alunos atuam como pré-requisitos à aprendizagem,
questões de concursos ou aprofundar deter- como as propriedades básicas da água e no-
minados conceitos trabalhados. As questões ções acerca de sua importância para a vida
propostas – apesar de a maioria ser extraída no planeta.
de exames de uma etapa posterior (Ensino Para consolidar a compreensão dos prin-
Médio) e, por isso, ter a característica de “de- cipais temas de cada livro, a seção Resga-
safio” para os alunos de Ensino Fundamental tando conteúdos, no final de cada unidade,

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revisa conceitos estudados em todos os seus tos presentes nos mais variados meios de
capítulos por meio de atividades diversifica- comunicação, como revistas, jornais, sites e
das que apresentam imagens, textos e ques- campanhas de conscientização. Aprender a
tões de exames oficiais. refletir e compreender diferentes linguagens
visuais é essencial para eles desenvolverem
AGORA É COM VOCÊ uma postura crítica e consciente.
Diversificando linguagens oferece ati-
No final de cada capítulo, há a seção vidades cujo foco são as competências de
Agora é com você, composta de questões leitura, análise e reflexão com base em tex-
de fácil resolução, por meio dos quais o alu- tos de diferentes gêneros, incluindo tabelas,
no poderá revisar o conteúdo estudado. Essa gráficos e outras imagens. As respostas não
seção é muito importante para a fixação dos são diretas, exigindo que aluno se propo-
conceitos abordados. nha a refletir sobre as questões apresen-
tadas. Muitas atividades apresentam situ-
DIVERSIFICANDO LINGUAGENS ações do cotidiano (não necessariamente
o imediato), propondo aos alunos que ar-
A formação dos alunos não pode se li- ticulem o conhecimento adquirido na aula
mitar à fixação de conteúdos novos, pois a de Ciências com as questões da vida real.
vida de um cidadão requer constantemente Buscamos aqui, mais uma vez, a aborda-
a análise e a interpretação de materiais di- gem interdisciplinar e contextualizada do
versificados, como imagens, tabelas e tex- conhecimento.

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3.2 Quadros de conteúdos
6o ano
UNIDADE CAPÍTULO CONTEÚDO
• Biodiversidade: conceito de espécie.
• Como os seres vivos ocupam o planeta – a biodiversidade no globo terrestre.
1 – O mundo dos seres vivos • Os seres vivos nos ecossistemas.
1 – Ecologia: seres vivos e ambiente • Os biomas.
• Os níveis de organização dos seres vivos.

• Obtendo energia para a sobrevivência – níveis tróficos.


2 – Os seres vivos e as suas interações
• Ocupando diferentes papéis: cadeias e teias alimentares.

• A presença da água nos seres vivos.


3 – A água no ambiente e nos seres vivos • A presença da água no ambiente.
• O ciclo da água em nosso planeta.

• Estados físicos da matéria.


• Características da água.
4 – Água, uma substância fundamental
• O princípio dos vasos comunicantes.
2 – Água: substância vital
• O princípio de Pascal: tensão superficial.

• O uso da água.
• Fontes de poluição da água.
5 – A importância da água para a vida
• O tratamento da água.
humana
• O destino da água utilizada: o tratamento de esgoto.
• Problemas sociais relacionados à àgua.

• Características: massa, elasticidade, peso, pressão atmosférica.


6 – Componentes e propriedades do ar
• Relação entre pressão e altitude.

• Composição da atmosfera terrestre.


7 – A atmosfera
• Camadas da atmosfera.

• Tempo e clima.
3 – O ar e a atmosfera • Fatores relacionados à previsão do tempo.
• Tipos de nuvens, massas de ar.
• Ventos, temperatura e umidade do ar.
8 – A previsão do tempo
• Pressão atmosférica, nível pluviométrico.
• Estações meteorológicas.
• Aparelhos meteorológicos.
• Mapa do tempo.
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• O papel protetor da atmosfera.
• Causas da poluição do ar.
• Poluentes e seus efeitos sobre a saúde.
• Buracos na camada de ozônio.
• Chuva ácida.
3 – O ar e a atmosfera 9 – A poluição do ar – a Terra em perigo
• Efeito estufa.
• Aquecimento global.
• Inversão térmica.
• Protocolos internacionais.
• Fontes alternativas de energia.

• Camadas da Terra.
• Rochas magmáticas ou ígneas.
• Rochas sedimentares.
10 – O solo e o subsolo
• Rochas metamórficas.
• O solo.
• Diferentes tipos de solo.

• A interação entre o solo e os seres vivos.


• Agricultura sustentável.
4 – A Terra e o solo
11 – O solo e os seres humanos • Cuidados com o solo.
• Os perigos da poluição do lixo.
• O destino do lixo.

• Tipos de erosão.
• A ação do ser humano.
12 – Mudanças na paisagem • O perigo do desmatamento.
• A devastação causada pelas queimadas.
• Como evitar a erosão?

• Definição de Universo.
• As teorias relativas ao surgimento do Universo.
13 – O Universo • As estrelas e suas características.
• As constelações.
• As galáxias – entre elas a Via Láctea.

• O surgimento do Sistema Solar.


14 – Sistema Solar
5 – O Universo e seus astros • Os componentes do Sistema Solar.

• Os movimentos de rotação e translação.


• Movimento aparente dos astros.
• O movimento de rotação da Terra.
15 – A Terra e a Lua
• O ciclo dos dias e das noites e das estações do ano.
• A Lua – satélite da Terra.
• Fases da Lua e os eclipses – lunar e solar.
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7o ano
UNIDADE CAPÍTULO CONTEÚDO
• Alguns conceitos de ecologia.
• Cadeias e teias alimentares.
1 – Os seres vivos e o ambiente
• Relações ecológicas.
• Desequilíbrio ecológico.
• Organização celular.
• Nutrição.
2 – Características gerais dos seres vivos • Capacidade de responder a estímulos.
1 – Biodiversidade e classificação • Reprodução.
dos seres vivos • Evolução.
• Conceituação de classificação.
• Definição de critérios.
3 – Classificação dos seres vivos
• Classificação dos seres vivos: taxonomia.
• Nomenclatura para os seres vivos – popular e científica.
• O trabalho do cientista.
4 – O trabalho científico • Etapas principais do método científico.
• Progressos científico e tecnológico e seus aspectos sociais.
• Características dos vírus.
5 - Vírus
• Doenças causadas por vírus.
• Características dos moneras.
6 – Reino dos moneras • Papel ecológico.
• Doenças causadas por bactérias.
2 – Vírus, moneras, protoctistas
e fungos • Características dos protoctistas.
7 – Reino dos protoctistas • Papel ecológico.
• Doenças causadas por protozoários.
• Características dos fungos.
8 – Reino dos fungos • Papel ecológico e econômico.
• Doenças causadas por fungos.
• Poríferos ou espongiários: características gerais dos poríferos; o corpo
dos poríferos; reprodução; os poríferos e o meio ambiente.
9 – Poríferos e cnidários • Cnidários: características gerais dos cnidários; o corpo dos cnidários;
nutrição; reprodução; principais classes de cnidários; os cnidários e o
meio ambiente.
• Platelmintos: características gerais dos platelmintos; planária;
esquistossomo; tênia.
10 – Platelmintos e nematoides
• Nematódeos: o corpo dos nematódeos; lombriga; oxiúro; filária;
ancilóstomo.
3 – Os animais invertebrados
• Anelídeos: características gerais dos anelídeos; classificação dos
anelídeos.
11 – Anelídeos e moluscos
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• Moluscos: onde vivem os moluscos; o corpo dos moluscos; clas-


sificação dos moluscos; os moluscos e o meio ambiente.
• Características gerais dos artrópodes: os diversos grupos
12 – Artrópodes de artrópodes; funções vitais; reprodução; artrópodes e o
meio ambiente.
• Características gerais dos equinodermos:
13 – Equinodermos
sistemas vitais; reprodução.

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• Características adaptativas.
• Diversidade.
14 – Peixes
• Diferenças entre peixes ósseos e cartilaginosos.
• Papel ecológico.
• Características adaptativas.
15 – Anfíbios • Diversidade.
• Papel ecológico.
• Características adaptativas.
4 – Os animais vertebrados 16 – Répteis • Diversidade.
• Papel ecológico.
• Características adaptativas.
17 – Aves • Diversidade.
• Papel ecológico.
• Características adaptativas.
• Diversidade.
18 – Mamíferos
• Papel ecológico.
• O ser humano como um animal mamífero.
• Evolução e conquista do ambiente terrestre.
19 – Plantas
• Classificação das plantas em grandes grupos.
• Características gerais.
20 – Briófitas e pteridófitas – plantas sem • Vasos condutores nas pteridófitas: característica vantajosa à ocupação
semente do ambiente.
• Reprodução das espécies.
5 – Reino das plantas • Características gerais.
21 – Gimnospermas – plantas com semente e
• As aquisições evolutivas – grãos de pólen e sementes.
sem fruto
• Reprodução das espécies.
22 – Angiospermas – raiz, caule e folha • Características gerais.
• As aquisições evolutivas – flor e fruto.
23 – Angiospermas – flor, fruto e semente • Flor – estrutura reprodutora.
• Dispersão das espécies.

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8o ano
UNIDADE CAPÍTULO CONTEÚDO
• O aparecimento da espécie humana.
• A importância dos fósseis.
1 – A história da vida na Terra • A evolução do ser humano.
• Os ancestrais da espécie humana atual.
1 – Nós, seres humanos • Conceito de raça e etnia.
• Os conceitos de adaptação e seleção natural.
2 – O ser humano no ambiente • Características adaptativas da espécie humana.
• Importância da variabilidade genética.
• A estrutura da célula.
3 – As células constituem os seres vivos
• A divisão celular.
• Tecido epitelial.
2 – Como é formado nosso corpo • Tecido conjuntivo.
4 – As células se organizam – os tecidos • Tecido muscular.
• Tecido nervoso.
• Os níveis de organização do corpo humano.
• O papel dos hormônios.
• Papéis sexuais-sociais.
• O masculino e o feminino na sociedade.
5 – Adolescência
• Características sexuais primárias e secundárias.
• Estrutura externa e interna dos corpos masculinos e femininos.
• Prevenção ao câncer de mama, próstata e de testículos.
• Ovulação.
• Fecundação.
• Menstruação, TPM, menarca e menopausa.
• Determinação biológica do sexo.
• Placenta.
6 – Da concepção ao nascimento
• Etapas da gestação.
3 – Sexualidade e vida • Tipos de parto.
• Formação de gêmeos.
• Esterilização.
• Amamentação e importância do leite materno.
• Conceito de saúde.
• A consulta ao ginecologista e urologista.
7 – Saúde e sexualidade
• DST’s.
• Contraceptivos.
• Gene.
• Código genético.
8 – A hereditariedade • Mutação.
• Heredogramas.
• Primeira Lei de Mendel.
GUIA DIDÁTICO

• Nutrientes.
9 – Os alimentos
• Função dos alimentos.
10 – Sistema digestório • Órgãos e funcionamento.
4 – Funções da nutrição
11 – Sistema respiratório • Órgãos e funcionamento.
12 – Sistemas cardiovascular e linfático • Órgãos e funcionamento.
13 – Sistema urinário • Órgãos e funcionamento.

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14 – Sistema sensorial • Estruturas e funcionamento dos órgãos dos sentidos.
• Neurônios.
5 – Órgãos dos sentidos, sistemas 15 – Sistema nervoso • Estrutura do sistema nervoso.
nervoso e endócrino • Ações involuntárias.
• As glândulas endócrinas e suas funções.
16 – Sistema endócrino
• O mecanismo de feedback.
• O esqueleto humano.
• Funções do esqueleto.
• O tecido ósseo.
17 – Sistema ósseo
• Tipos de ossos.
• Cartilagens.
6 – Locomoção – ossos e músculos • Tipos de articulações.
• Os músculos.
• Alguns músculos do corpo humano.
18 – Sistema muscular • Os tipos de músculos.
• Propriedades dos músculos.
• As doenças e os músculos.

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9o ano
UNIDADE CAPÍTULO CONTEÚDO
• As Ciências da Natureza.
As ciências da natureza Ciência, tecnologia e sociedade
• Ciência, tecnologia e sociedade.
• A medida das coisas.
• O Sistema Internacional de Unidades (SI).
1 – Conhecendo a Física
• A medida do tempo.
• Como podemos dividir a Física?
• O que é movimento?
• Tudo é relativo.
• A forma do percurso: a trajetória.
2 – Descrevendo movimentos • Partícula e corpo extenso.
• As grandezas da cinemática.
• A Física e a Matemática.
• Vamos classificar os movimentos?
• Grandezas escalares e vetoriais.
• O que é força?
• Algumas forças comuns na natureza.
• Como medir forças?
• O que mantém o movimento?
3 – As leis de Newton
• Primeira lei de Newton (ou lei da inércia).
• Segunda lei de Newton: o que muda o movimento?
• Terceira lei de Newton (ou lei da ação e reação).
• Força de atrito.
• Forças em trajetórias curvas.
• A lei da gravitação universal.
1 – Física
• O peso dos corpos.
4 – Gravitação • Centro de gravidade.
• Equilíbrio dos corpos.
• O movimento da Lua em torno da Terra.
• Máquinas simples.
• Alavancas.
• Roldanas ou polias.
• O plano inclinado.
• O conceito de trabalho.
5 – Máquinas simples, trabalho e energia
• Energia.
• Energia Potencial.
• Energia Cinética.
• Conservação da Energia Mecânica.
GUIA DIDÁTICO

• Potência.
• Sensação térmica.
• Temperatura.
• Medindo a temperatura.
• As escalas termométricas.
6 – Calor
• Conversão entre as escalas Celsius, Fahrenheit e Kelvin.
• O calor.
• Medindo o calor.
• Propagação de calor.

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• O que é uma onda?
• Tipos de ondas.
• Pulso, onda, onda periódica.
• Elementos de uma onda periódica.
7 – Ondas e som
• A equação fundamental das ondas.
• O espectro eletromagnético.
• O som.
• Qualidades fisiológicas do som.
• A natureza da luz.
• Corpos luminosos e corpos iluminados.
• Corpos transparentes, translúcidos e opacos.
• Sombras e penumbras no céu: os eclipses.
• Fenômenos ondulatórios.
8 – Luz • Reflexão da luz.
• Refração da luz.
1 – Física
• O que é a cor.
• Espelhos.
• Lentes.
• O ano-luz.
• Carga elétrica.
• Eletrizando corpos.
• Atração e repulsão.
• Corrente elétrica.
• Diferença de potencial.
9 – Eletricidade e magnetismo • Resistência elétrica.
• Primeira lei de Ohm.
• Potência elétrica.
• Os ímãs.
• Forças magnéticas.
• O eletromagnetismo.
• De que é feita a matéria?
10 – A estrutura atômica da matéria
• Eletrosfera e níveis energéticos.
• Os elementos químicos.
11 – Os elementos químicos e sua
• A classificação dos elementos químicos por propriedades, períodos e
classificação periódica
famílias.
• O comportamento dos átomos.
12 – Ligações químicas • Combinação dos elementos.
2 – Química • Tipos de ligação química.
13 – O estudo da matéria • A matéria e suas propriedades.
14 – Funções químicas • O significado de função química.
• Reações químicas.
• Classificação das reações químicas.
15 – As reações químicas • A energia das reações químicas.
GUIA DIDÁTICO

• A velocidade das reações químicas.


• Substâncias sintéticas.

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4. Orientações Em nossa prática escolar, há a busca por
formar o estudante para que ele compreen-

deste volume da que as áreas do saber não são compar-


timentadas. O ideal é que as áreas do saber
No Volume 9, um desafio maior ainda se se intercambiem e criem sentido na repre-
faz presente – o primeiro contato com duas sentação do cotidiano do estudante. No en-
novas áreas das ciências da natureza: a Quí- tanto, é inegável que há três disciplinas que
mica e a Física. Nessa fase, o aluno aprenderá se destacam no ensino científico: Biologia,
ainda mais a refletir sobre fenômenos e trans- Física e Química. Se a formação plural que
formações que ocorrem na natureza e em pretendemos não pode abrir mão de áreas
seu cotidiano, que fatores os influenciam e fundamentais como Geologia, Meteorolo-
como funcionam alguns equipamentos. Além gia, Astronomia etc., são as matérias citadas
disso, aprofundar-se-á em reflexões que tra- anteriormente que recebem um enfoque
rão novas contribuições para a construção do principal, por isso a importância de, neste
seu pensamento científico. Um dos principais momento em que se aprofundarão no estu-
objetivos desse ano escolar é sensibilizá-lo do de Física e Química, os alunos entendam
para a questão do conhecimento científico e melhor os limites e os pontos de contato
estimulá-lo a trabalhar com disciplinas com as entre essas disciplinas.
quais terá um contato mais aprofundado no Mostrar que a ciência tem longa traje-
Ensino Médio. Por isso, o foco está na cons- tória na humanidade é parte integrante do
trução de conceitos, contextualizando-os em estudo de Ciências. Ainda que nos textos di-
situações familiares ao aluno, evitando-se a dáticos certos personagens ganhem desta-
matematização excessiva ou o “adestramento” que por sua dedicação e talento – servindo
na utilização de fórmulas. Buscando uma “lei- como modelo positivo de amor aos estu-
tura” da natureza mais “eficiente”, trabalhamos dos – é sempre importante salientar que os
conteúdos que possibilitam ao aluno identi- avanços neste campo são uma construção
ficar e compreender os fenômenos físicos e coletiva, em que vale sempre a frase revela-
químicos que ocorrem a sua volta, em seu dora de Isaac Newton: “Se consegui enxergar
próprio corpo, em outros seres vivos, no am- mais longe, é porque me coloquei sobre os
biente e na sociedade. Estimulamos o debate ombros de gigantes”.
em torno de como o conhecimento dessas
O desejo humano pelo conhecimento tem
ciências representa a base de grande parte da
gerado, há séculos, vantagens para o bem-
tecnologia produzida.
-estar das civilizações; no entanto, isto não

4.1 Trabalho com competências e significa que inexista outro lado nessa moe-
da. O uso da ciência tem também se aliado
habilidades neste volume a interesses políticos (militares), econômicos,
ideológicos, os quais não têm privilegiado o
As ciências da natureza: Ciência, desenvolvimento dos povos, mas interesses
egoístas destrutivos. Esta reflexão, ainda que
tecnologia e sociedade
GUIA DIDÁTICO

incômoda, precisa ser feita para que tenha-


As páginas de abertura deste volume – mos desenvolvido no aluno o senso crítico
As ciências da natureza: Ciência, tecnolo- necessário para que possa opinar na socieda-
gia e sociedade – estão assentadas sobre de em que vive, cujo desenvolvimento tec-
três eixos: esboço das três principais áreas nológico e avanços nunca antes vistos, são
das ciências trabalhadas no Ensino Funda- muitas vezes adotados pelo mercado sem a
mental 2; uma apresentação da historicida- percepção necessária e com foco apenas em
de científica; e, por fim, discussão sobre os ganhos milionários.
usos da ciência no mundo atual.

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UNIDADE 1 exemplo, a riqueza biológica observada no
planeta Terra seria impossível.
Esta unidade, que trata do estudo da Fí- A conceituação de escalas de medidas,
sica, busca dar conta dos principais temas por sua vez, é imprescindível para a com-
abordados nesta fase da aprendizagem, sem preensão do mundo físico em seus vários
a fixação em fórmulas matemáticas. Nosso aspectos, seja na contagem de comprimen-
trabalho se inicia com a apresentação da Fí- to, distâncias, seja na do tempo.
sica como área do saber e sua importância
Nas unidades que se seguem são tratados
no cotidiano do aluno. Neste momento ele os campos da Física Clássica: mecânica, físi-
se dará conta de que vários fenômenos que ca térmica, ondulatória, óptica e eletromag-
o cercam têm relação com essa disciplina: nética. O aluno passa a ser apresentado, por
como a eletricidade possibilita o funciona- meio de vários recursos didáticos, aos con-
mento dos diversos aparelhos eletrônicos? ceitos desses campos. Imagens explicativas,
Como se manifestam os diversos efeitos óp- texto simples, abordagem moderna, relação
ticos, como o de um arco-íris? De que modo com o cotidiano; são estes os elementos que
acontece a propagação de calor? Interes- se somam, entre outros, para que este contato
sante neste ponto é fazê-los notar que, se com o mundo da Física não seja um bloqueio,
as leis da Física atuam em todo o Universo, como se verifica em muitos relatos de colegas
também são elas as responsáveis por haver professores, mas um convite a este mundo
vida na forma como a conhecemos: sem os excitante, cheio de descobertas e em diálogo
efeitos da luz, do calor e da gravidade, por constante com o cotidiano dos alunos.
Dawidson França

Luis Moura

Dawidson França
O líquido
mais frio
desce.
S

O líquido
mais quente N
sobe.

d d física térmica
Polo Norte geográfico da Terra.
óptica
Polo Sul geográfico da Terra.

eletromagnetismo
Dawidson França

Dawidson França

40 kgf 40 kgf

40 kgf
GUIA DIDÁTICO

80 kgf

mecânica ondas

Exemplo de esquemas presentes neste volume representando as cinco áreas da Física Clássica.

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Bagagem cultural: No embalo correntes, semelhante ao usado hoje, apa-
das bicicletas receu somente em 1874, com o projeto do
inglês Harry J. Lawson.
Bagagem cultural é uma seção em página A partir daí não pararam os aprimoramen-
dupla que traz um infográfico com proposta tos. Atualmente há bicicletas para passeio, de
interdisciplinar. O Bagagem desta unidade metais bem leves para esportes de competição
pode ser explorado relacionando-se alguns e as práticas bicicletas dobráveis, que podem
conceitos de Física e outros de Geografia, até caber em uma mala.
pois trata de um mecanismo que é apreciado Em Física, é possível relacionar diversos
pelos alunos, é simples e engenhoso, além fenômenos referentes à área da mecânica e
de representar uma promessa de solução máquinas para explorar este veículo. O prin-
para a dificuldade de locomoção nas grandes cípio de ação e reação, conhecido como a
cidades: a bicicleta. terceira lei de Newton, é um bom começo.
Apesar de haver esboços atribuídos a Leo- Quando se força e se move o pedal para bai-
nardo da Vinci para a execução de algo seme- xo, a roda aplica ao solo uma força (ação)
lhante a uma bicicleta, o primeiro objeto des- “para trás”, por conseguinte a bicicleta sofre
te gênero surgiu em 1818, em Paris, e era cha- uma força (reação) “para frente” e acelera.
mado de “cavalinho de pau”. O seu problema Os pontos de encontro com Geografia
é que não tinha pedais; havia a roda dianteira, são vários e devem ser debatidos com o
a traseira e um assento, a pessoa que tinha de docente desta disciplina, levantando-se dis-
dar impulso e então conseguia percorrer uma cussões como mobilidade urbana, privilé-
certa distância, sentada. gios da indústria automobilística, consumo
O pedal (preso à roda dianteira) surgiu em de combustíveis fósseis e meio ambiente,
1840, mas o pedal aliado a um sistema de entre outras possibilidades.

BAGAGEM CULTURAL

Pablo Mayer
Pablo Mayer
No embalo das bicicletas Em bicicletas antigas, os pedais
partiam das próprias rodas
dianteiras. Assim, cada pedalada
As bicicletas são eficientes como meio de transporte. Usadas equivalia a um giro dessa roda.
no mundo todo, não emitem gases poluentes porque não pre- Bicicletas modernas têm coroa
cisam de combustíveis – apenas simples manutenção. e catraca; assim, uma pedalada
não equivale, necessariamente, a
um giro na roda.

Como saber quantos giros a bicicleta


Com o tempo, os dará com uma pedalada?
carros e outros veículos É muito simples! Primeiro temos de considerar que
motorizados ganharam cada pedalada equivale a um giro na coroa e que
espaço nas vias públicas, cada giro na catraca equivale a um giro na roda.
e os ciclistas acabaram Quando a coroa é maior que a catraca, um giro
sendo desfavorecidos. no pedal equivale a mais de um giro da catraca.
Portanto, para descobrir quantas vezes a roda gira
guidão ao pedalarmos, basta contar o número de dentes
da coroa e os da catraca. Por exemplo, se a
coroa tem 54 dentes e a catraca 27, uma
pedalada vai girar exatamente 54 dentes
na coroa e também na catraca, o que
equivale a dois giros da roda!

quadro
GUIA DIDÁTICO

corrente

catraca

pedal

VOCÊ SABIA coroa

que, substituindo o carro por que o uso de bicicletas, em que, utilizando bici-
Por que as marchas facilitam
bicicleta, você deixa de emitir substituição aos automóveis, cletas, conseguimos a pedalada?
algumas toneladas de CO2 todos contribui para que a sociedade carregar quatro câmbio
Ao pedalar na subida, precisamos
os anos e ajuda a combater o seja sustentável e também mais vezes mais peso do de uma marcha leve. Isso requer
uma catraca um pouco maior, que,
aquecimento global? Pedale saudável? Afinal, o ciclismo é um que quando esta- apesar de resultar em menos giros
você também! excelente exercício físico! mos a pé? por pedalada, requer menos força.

104 105

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UNIDADE 2 ligações, funções e reações químicas. Todos
explicados de forma paulatina, com textos
O estudo de Química se inicia abordan- claros e riqueza de imagens.
do o fato de que o interesse pelo mundo da
Aliás, um dos grandes aliados para a
matéria é bastante antigo. Mesmo antes dos
compreensão dos conceitos da disciplina é a
alquimistas, os pré-socráticos debatiam so-
exploração dos recursos visuais da obra. São
bre uma questão das mais intrigantes e, cla-
tabelas, ilustrações, esquemas e fotografias
ro, interessantes: do que é feito tudo o que
que funcionam como recurso didático va-
existe? A pergunta parece ambiciosa, mas as
lioso para que o aluno assimile o conteúdo.
elucidações acabaram revelando-se acessí-
Veja, no exemplo a seguir, fotografias
veis ao entendimento humano e é na Quími-
mostrando sequência de experimento.
ca que os alunos podem obter as respostas.
Está aqui um dos motes que mais podem

Fotos: Sandra Fanzeres


instigar os alunos no estudo dessa disciplina,
mas que também pode assustá-los.
A fama de que esta é uma disciplina difícil
talvez esteja radicada no grau de abstração
que ela requer para a compreensão do mun-
do da matéria. Pensar que os corpos que nos
rodeiam e até nós mesmos somos forma-
Pedaço de zinco
dos por moléculas feitas de átomos, e áto- sendo mergulhado em
mos feitos de quarks – invisíveis até mesmo solução de sulfato de
com o mais potente microscópio eletrônico cobre.

– é uma exigência bem grande para a ima-


ginação humana. Por isso o trabalho com a
historicidade é importante: mostra como os
diversos conceitos foram se aproximando,
por meio de teorias e experimentos, do que
é sabido hoje neste campo.
Com base na explicação da estrutura dos
átomos, o aluno estará apto a entender os
conceitos decorrentes, como a formação
dos elementos, sua classificação periódica,
O zinco reage com o
sulfato de cobre.
O filosofo pré-socrático Tales de
NYPL/Science Source/Photoresearchers/
Latinstock

Mileto (625 a.C.-550 a.C.) é um


exemplo de espírito investigativo
das questões que envolvem a
matéria. Para ele, a matéria
existiria na natureza em três
formas: sólida, liquida e gasosa. Ele
GUIA DIDÁTICO

indicou a água como o elemento


primordial na constituição da
natureza da matéria.

No pedaço de zinco
que foi imerso, há
depósito de cobre
metálico.

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Bagagem cultural: A arte um material que endurecia quando exposto
da fotografia à luz, chamado “betume da judeia”. Revestiu
com este material uma placa de zinco acon-
No segundo Bagagem cultural deste volu- dicionada em uma câmara escura, colocada
me, o tema é a fotografia. Ela é o elo interdis- na janela de seu quarto. Após 8 horas de ex-
ciplinar entre Química e Língua Portuguesa. posição, ele lavou a parte não endurecida do
Contudo, também aqui pode entrar História, betume e obteve um original em relevo da
afinal, quantas imagens marcantes já não mu- imagem. Aplicando tinta e prensando o ori-
daram os acontecimentos no mundo geopo- ginal sobre uma folha de papel, ele produziu
lítico? Bem como é possível trabalhar princí- o que chamamos de fotografia.
pios da Física relacionados à óptica, uma vez Em 1837, outro francês, Louis Daguerre,
que estes estão presentes nas câmeras que desenvolveu o sistema que leva seu nome,
captam a imagem. o daguerreótipo, em que há necessidade de
Como em todos os relatos que envolvem “apenas” 30 minutos de exposição à luz. Esta
desenvolvimento tecnológico, a história da técnica tem bastante importância para a lite-
fotografia tem várias etapas e inúmeros per- ratura e a história do Brasil no século XIX, pois
sonagens envolvidos. Em termos de fixação conhecemos o rosto de várias personalida-
da imagem captada pela câmera, podemos des da época por conta do daguerreótipo.
começar com o cientista francês Joseph Tem-se aí um dos ganhos comunicativos da
Nicéphore Niépce (1765-1833). A história fotografia: seu poder de registro, de comuni-
de como ele produziu a primeira fotografia cação, seu caráter narrativo.
conhecida é relatada na página 300 do Li- Anos depois, com muita pesquisa e expe-
vro do Aluno. De forma resumida, digamos rimentação, chegamos à técnica que é des-
que, ao trabalhar para aperfeiçoar a litografia, crita no Bagagem, cuja página é reproduzida
ele, em um de seus experimentos, utilizou a seguir.

BAGAGEM CULTURAL

Gustavo Moore
Gustavo Moore
Images

A arte da fotografia
Alinari/Other

Atualmente, a fotografia é um dos meios mais Assim como todas as tecnologias, a


utilizados no mundo para gravar os momentos, fotografia passou por inovações ao
sejam eles bons ou ruins. As imagens captadas longo dos anos. Atualmente,
pelo olhar do observador revelam uma escolha, modernas máquinas digitais com
uma ideia, uma visão de mundo. Os elementos da grande capacidade de resolução
composição de uma imagem fotográfica são os estão ao alcance de muitas pessoas
responsáveis pela construção da mensagem em comuns – não só dos profissionais.
uma fotografia e por tornar esse texto não verbal No entanto, a preferência por rolos
um eficaz meio de comunicação. Em alguns de filmes e pela arte da revelação
casos, a imagem de uma fotografia pode não fotográfica tradicional continuam
valer “mais do que mil palavras”, mas vale uma na moda. Você sabe como é feito
cena que pode se tornar inesquecível. esse processo?
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registro que
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usad
GUIA DIDÁTICO

Mas como a imagem que vemos, que parece ser


tão abstrata, torna-se real e concreta em um
pedaço de papel? A imagem fotográfica começa a
surgir pelas reações químicas com os sais de prata
presentes no filme fotográfico.

Após serem feitas as fotografias, o filme Quando o negativo está pronto,


precisa ser revelado. Nesse processo é preciso convertê-lo em
são adicionadas substâncias que transfor- fotografia. Para isso, basta
mam a imagem registrada no filme em projetar luz sobre o negativo e
imagem visível. Essas incidir essa projeção sobre o
substâncias encontram-se em soluções papel fotográfico. Esse papel Após o banho para remoção de
alcalinas conhecidas como reveladores. pode ter diferentes tamanhos, resíduos, o papel fotográfico é
A partir deste ponto, a imagem é formada mas ele sempre deve conter pendurado em um varal para
no negativo. Essa etapa do processo substâncias reagentes à secar e, em algumas horas, se
acontece na escuridão, ou sob a presença de luz, como o cloreto transforma em fotografia!
iluminação de uma luz vermelha. de prata (AgCl ), por exemplo.

348 349

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4.2 Atividades complementares Procedimentos:
Desenhe na folha branca uma forma. Ca-
4.2.1. Brincando de equilibrista priche. Cole a folha sobre o papelão (pode
ser necessário mais de uma camada de pa-
Materiais: pelão, de modo que a estrutura fique rígida).
Em seguida, recorte essa forma. Distribua os
• 1 folha de papelão rígido;
clipes pelos pontos A, até conseguir que o
• folha branca; objeto torne-se sustentável pelo ponto (P). O
• clipes; dedo é uma ótima escolha para sustentá-lo,
ou uma caneta com tampa.
• cola;
Para refletir:
• canetinha hidrocor ou tinta.
Lembrando do que estudou sobre os tipos
de equilíbrio dos corpos, analise qual deve
ser o tipo de movimento que você precisará
dar à forma, de modo a determinar o tipo de
equilíbrio presente.
Com base no que estudou, você acha
que os pontos P e o Centro de Gravidade
(CG) do brinquedo estão na mesma posição
ou em posições distintas?
Luis Moura

O que ocorre:
Nesses brinquedos, ao se distribuírem
os clipes pelos pontos A, o CG desloca-se
para um local distinto do centro geomé-
trico da figura, onde normalmente ficaria.
O efeito é bem interessante. Nas figuras, o
P
A A P CG foi deslocado para um ponto inferior ao
ponto de sustentação, pelo acréscimo dos
clipes, tendo como consequência o equilí-
brio do tipo estável.
A
Sugestões:
Professor, sugerimos que procure não
fornecer “respostas prontas” para os alunos.
Procure atuar de modo a incentivá-los a
adotarem uma atitude investigativa, identi-
ficando as intervenções que você deve fazer
para que cheguem às conclusões de forma
GUIA DIDÁTICO

autônoma. As explicações anteriores não de-


vem ser fornecidas aos alunos, mas alcança-
das por eles em seu processo de exploração
do experimento. Por exemplo, estimule-os a
identificar aproximadamente onde ficaria o
A A CG nas figuras, caso estivessem sem os clipes
P e com os clipes (veja os procedimentos para
essa obtenção, seja com corpos regulares,

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seja com corpos irregulares, no Capítulo 4). 5. Agora oscile somente um dos pêndu-
Deixe-os comparar a posição desse ponto, los grandes e observe o que acontece. O ou-
como a do ponto P. tro similar a ele começou a oscilar também?
Faça o mesmo procedimento com os pên-
4.2.2. Sintonizando para ver e ouvir dulos menores. O que ocorre?
6. Balance o cabo de vassoura. Verifique
Materiais:
qual par de pêndulos responde primeiro a
• 1 cabo de vassoura; esse movimento.
• 85 cm de barbante; Para refletir:
• 4 pilhas usadas. O que está acontecendo? Procure expli-
car com base na leitura feita.
Procedimentos:
O que ocorre:
1. Pesquise no Capítulo 7, o conceito de
ressonância. Temos um exemplo do fenômeno da
ressonância por meio da construção de um
2. Corte quatro pedaços de barbante, ressonador. Podemos associar os fenômenos
sendo dois de 30 cm e dois de 12,5 cm. observados à sintonização de uma emissora
Amarre nesses barbantes as pilhas usa- de rádio e TV, à audição, à visão etc.
das. Depois amarre bem a outra ponta do Para que possa ocorrer a absorção da
barbante no cabo de vassoura, espaçando energia que chega a um corpo, é preciso que
igualmente os pêndulos obtidos, conforme o período de vibração da onda que a trans-
a ilustração a seguir. porta seja o mesmo período natural de vibra-
ção do corpo.
Esse é o princípio que explica a absorção
Luis Moura

de cores pelas células de nossa retina, a ab-


sorção do som pelas células de nossas ore-
lhas internas, assim como a sintonização de
uma estação de rádio ou TV.

Sugestões:
Professor, divida a turma em grupos, de
modo que cada um deles construa seu res-
sonador. Provavelmente alguns funciona-
rão melhor que outros. Procure explorar a
3. Coloque os dois pêndulos mais compri- atitude investigativa de seus alunos valori-
dos em movimento oscilatório (para frente e zando, mais do que a eficácia do artefato,
para trás). as respostas dadas por eles quanto aos fa-
tores que devem ter influenciado o sucesso
Marque o tempo que leva para completar
GUIA DIDÁTICO

do experimento.
uma oscilação. Observe que os dois levam o
mesmo tempo para completar uma oscila- Por exemplo, se o período não for o
ção, ou seja, têm o mesmo período. mesmo, a causa é decorrente de suaves
diferenças entre os dois pêndulos. Provo-
4. Como se pode explorar o experimento que-os a fim de que tenham atitudes para
de modo a observar se o período é sem- melhorar os resultados, como comparar
pre constante ou se o comprimento exerce novamente os comprimentos e deixá-los
influência? com o mesmo tamanho.

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4.2.3. Construindo lentes com água Sugestões:
Professor, divida a turma em grupos, de
Materiais:
modo que cada um use um tubo de diâ-
• 1 tubo de ensaio de 10 mL ou 20 mL;
metro diferente. Peça-lhes que investiguem
• 1 rolha. se a curvatura do tubo influencia ou não na
alteração da figura. Se for possível, use ma-
Cuidado com os materiais de vidro. teriais distintos da água, como glicerina, e
Se quebrarem, eles podem cortar. peça que eles investiguem o mesmo aspec-
to. Se puder, solicite aos alunos que tragam
Procedimentos: também uma lupa e comparem-na a esse
artefato, identificando se são equivalentes.
Encha o tubo de ensaio com água. Tampe
bem o tubo com a rolha. Cuidado para não
formar bolhas de ar. Observe os objetos atra- 4.2.4. Condutibilidade elétrica
vés dessas lentes que você construiu. das soluções
Para refletir:
Materiais:
Como vemos as imagens dos objetos atra-
vés dessas lentes? Elas são iguais ao objeto • lâmpada de lanterna de 3 V;
observado sem o uso delas? São maiores ou • duas pilhas de 1,5 V;
menores? Monte os arranjos sugeridos a se-
guir. O que está acontecendo? • caixa para acomodação das pilhas;
O que ocorre: • pedaço de madeira com aproxima-
Quando o raio de luz incide nas lentes, damente 15 cm × 15 cm;
ele é refratado duas vezes: ao chegar e ao
sair delas. O desvio sofrido nesse fenômeno • fio de cobre;
faz que o tamanho dos objetos pareça dife- • 7 copos de vidro transparente com
rente. Afastando-se a lente do objeto, a ima- 300 mL de capacidade;
gem inverte-se. Veja as imagens a seguir.
• 50 mL de água;
JR/The Next

• 50 mL de álcool;

• 50 mL de cada solução a seguir:


• água com sal de cozinha;
• água com álcool;
• água com açúcar;
• água com detergente;
• vinagre.
GUIA DIDÁTICO
JR/The Next

Cuidado! O álcool é uma substân-


cia inflamável, portanto não faça este
experimento próximo à chama, faísca
ou qualquer fonte de calor.

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JR/The Next aquelas que apresentam íons livres no meio
e, portanto, são boas condutoras de corrente
elétrica. As soluções moleculares não apre-
sentam íons livres e por isso não conduzem
bem a corrente elétrica. A intensidade lumi-
nosa da lâmpada aumenta à medida que a
solução apresenta maior concentração de
íons dissolvidos.
Sugestões:
Sugira aos alunos que se forme um grupo
com quatro componentes para a montagem
do equipamento, auxiliado por você. Os de-
mais alunos podem trazer os sistemas exem-
plificados no livro.
Com esse experimento, você poderá
explorar os cuidados que se devem tomar
em relação à corrente elétrica. Pode tam-
bém fazer perguntas de como proceder
em casos em que a água entra em contato
Procedimentos:
com a corrente elétrica, como vazamentos
A partir do sistema elétrico montado de em casa e enchentes. Pode ainda sugerir
acordo com a figura, introduza as duas ex- a elaboração de um guia de segurança e
tremidades do fio de cobre nos copos que cuidados.
contêm os líquidos a seguir e observe se a
lâmpada acende. Em seguida, compare a in-
tensidade luminosa nos diferentes sistemas: 4.2.5. Densidade dos plásticos
• água; Materiais:

• álcool; • copo de vidro transparente com


300 mL de capacidade;
• água com álcool;
• água com sal; • amostras (pedaços pequenos) de di-
ferentes tipos de plástico: copo plás-
• água com açúcar; tico, saco de embalagem, garrafa PET,
• água com detergente; cano de PVC, sacola de mercado, en-
tre outros;
• vinagre.
Obs.: lave e seque as extremidades do fio • 75 mL de água;
de cobre com uma toalha de papel cada vez
• 75 mL de óleo de soja;
que mudar de copo.
GUIA DIDÁTICO

Para refletir: • 75 mL de álcool (etanol).


Por que motivo a intensidade luminosa
da lâmpada variou em cada experimento? Cuidado! O álcool é uma substân-
O que ocorre: cia inflamável, portanto não faça este
experimento próximo à chama, faísca
As soluções podem ser classificadas como
ou qualquer fonte de calor.
iônicas ou moleculares. Soluções iônicas são

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JR/The Next O que ocorre:
Conceitualmente, se um corpo apresen-
tar maior densidade que um líquido, este
corpo afundará quando entrar em contato
com ele, caso contrário (se o corpo apre-
sentar menor densidade que o líquido),
ele flutuará. No experimento, quando uma
amostra de plástico afunda abaixo do nível
da água significa que sua densidade é maior
que a da água, ou seja, superior a 1 g/mL. Se
a amostra de plástico flutuar na superfície de
contato entre a água e o óleo significará que
sua densidade encontra-se entre 0,9 g/mL
e 1 g/mL, ou seja, menor que a da água e
maior que a do óleo. Caso a amostra de
plástico flutue entre o óleo e o álcool, sua
densidade irá se encontrar entre 0,8 g/mL e
0,9 g/mL. E, por fim, se a amostra de plás-
tico flutuar sobre o álcool, sua densidade
será inferior a 0,8 g/mL.

Sugestões:
Professor, após a realização do expe-
rimento, sugira que se faça uma pesquisa
sobre densidade. Proponha que os alunos
descrevam os assentos dos aviões e sua
utilização em caso de acidentes no mar.
Procedimentos: Solicite informações a respeito de materiais
Transferir os 75 mL de água para o inte- usados em salvamento de pessoas que es-
rior do copo. Transferir, deixando escorrer tão se afogando. Explique o motivo de as
lentamente pela parede do copo, os 75 mL pessoas flutuarem com mais facilidade no
de óleo; utilizar o mesmo procedimento para Mar Morto.
transferir também, após o óleo, os 75 mL de Uma atividade escrita pode ser aplicada
álcool. Observe que, no interior do copo, são utilizando-se uma tabela de densidade de
formadas três camadas: uma inferior (água), materiais sólidos e líquidos, em que se per-
uma intermediária (óleo) e uma superior gunte como é visualmente a mistura quan-
(álcool). Coloque então no interior do copo do esses materiais são reunidos.
as amostras de plástico (um tipo de cada vez)
e verifique o que ocorreu.
4.2.6. Misturas homogêneas
GUIA DIDÁTICO

Para refletir: e heterogêneas


Considerando-se que a densidade da água
é igual a 1 g/mL, a do óleo é aproximadamen- Materiais:
te 0,9 g/mL e a do álcool é aproximadamente • 13 copos de vidro transparente com
0,8 g/mL, o que você pode afirmar a respeito 300 mL de capacidade;
das amostras de diferentes tipos de plástico
terem ficado “estacionadas” em camadas dife- • caneta para escrever em vidro (caneta
rentes do sistema? para retroprojetor ou CD);

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• 1 colher de sobremesa; mente iguais. O mesmo raciocínio é válido
para os líquidos.
• 350 mL de água;
Observando as misturas após o repouso,
• 250 mL de óleo; divida-as em dois grupos: um grupo será das
misturas que possuem uma só fase, o outro
• 250 mL de álcool; será das misturas que apresentam mais de
• 6 g de sal de cozinha; uma fase.
Agora, pegue as três pedras de gelo e co-
• 30 g de areia; loque-as em um copo com 100 mL de água.
• 6 g de açúcar;

JR/The Next
• 3 pedras de gelo.

Cuidado! O álcool é uma substân-


cia inflamável, portanto não faça este Para refletir:
experimento próximo à chama, faísca É possível classificar cada um dos gru-
ou qualquer fonte de calor. pos em mistura homogênea e mistura he-
terogênea? O sistema formado por gelo
Procedimentos: e água se enquadra em algum dos dois
grupos estabelecidos?
Em cada um dos copos, faça as misturas
a seguir, agite durante algum tempo com a O que ocorre:
colher de sobremesa e depois deixe em Quando são reunidas substâncias distin-
repouso. Escreva em cada copo a mistura tas, a mistura formada pode apresentar uma
realizada. ou mais fases. Quando apresenta uma só
• 50 mL de água + 50 mL de óleo. fase, a mistura é classificada como homo-
gênea. Caso apresente mais de uma fase, a
• 50 mL de água + 50 mL de álcool. mistura é classificada como heterogênea.
No caso de água e gelo, não há mistura,
• 50 mL de álcool + 50 mL de óleo.
pois a substância presente nas duas fases é
• 50 mL de água + 2 g de sal de cozinha. a mesma: H2O. Nesse caso, temos um sis-
tema heterogêneo, mais propriamente um
• 50 mL de água + 10 g de areia. sistema bifásico, ou seja, a mesma subs-
tância em diferentes estados físicos. Logo,
• 50 mL de água + 2 g de açúcar.
toda mistura heterogênea apresenta mais
• 50 mL de óleo + 2 g de sal de cozinha. de uma fase, mas nem todo sistema com
mais de uma fase é uma mistura heterogê-
• 50 mL de óleo + 10 g de areia. nea. O mesmo princípio se aplica às mis-
• 50 mL de óleo + 2 g de açúcar. turas homogêneas. Toda mistura homogê-
GUIA DIDÁTICO

nea apresenta somente uma fase, mas nem


• 50 mL de álcool + 2 g de sal de cozinha. todo sistema com apenas uma fase é uma
mistura homogênea — como, por exemplo,
• 50 mL de álcool + 10 g de areia.
água, que é um sistema monofásico, mas
• 50 mL de álcool + 2 g de açúcar. não é uma mistura.

Obs.: não há necessidade de se pesar Sugestões:


cada amostra de sal, açúcar e areia, basta É possível utilizar os experimentos de
dividir as quantidades em três partes visual- forma que os alunos completem uma

50

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tabela e classifiquem os diferentes tipos de dos ácidos do suco de limão), reage produ-
misturas. Esse material pode servir como zindo íons Fe3+, de cor amarela. Isso pode ser
avaliação escrita de um experimento e da comprovado pela alteração na cor das solu-
capaci dade de cada aluno de observar, re- ções e também pela consistência da palha
fletir e valer-se dos resultados para enten- de ferro.
dimento do assunto.
3NaClO(aq) + 2Fe(s) + 6H+(aq) → 2Fe3+(aq) + 3NaCl(aq) +
3H2O(l)
4.2.7. Evidência de uma reação
química pela alteração da cor Pode ocorrer aparecimento de coloração
amarelada no copo contendo etanol, mas
Materiais: isso se deve à presença de água no álcool,
o que também favorece a formação de íons
• palha de ferro;
Fe3+. O principal a ser observado é que, no
• 2 copos de vidro transparente com copo contendo água, água sanitária e suco
300 mL de capacidade; de limão (à direita na imagem), ocorreu uma
reação química evidenciada pela significativa
• 100 mL de água; alteração de cor, em comparação ao copo
• 150 mL de álcool; contendo etanol (à esquerda).

• 50 mL de água sanitária (alvejante);

JR/The Next
• 1 limão.

Cuidado! O álcool é uma substân-


cia inflamável, portanto não faça este
experimento próximo à chama, faísca
ou qualquer fonte de calor. O alvejante
deve ser manipulado com luvas e ócu-
los de proteção.

Procedimentos:
Transfira 150 mL de álcool (etanol) para
um dos copos. No outro copo, transfira
100 mL de água e adicione os 50 mL de água Sugestões:
sanitária — esprema também a metade de Divida as tarefas entre alguns alunos,
um limão em seu interior e agite. Introdu- visto que os materiais são de fácil obtenção.
za um chumaço de palha de ferro em cada Após a realização do experimento, sugira
copo e os reserve por 24 horas. Verifique a que se façam fotografias dos recipientes du-
cor do líquido de cada copo e a consistência
GUIA DIDÁTICO

rante cinco dias e se monte um cartaz com


da palha de ferro em cada um deles. as imagens em uma linha do tempo.
Para refletir: Solicite que tragam imagens de exemplos
Houve alteração mais pronunciada de cor de evidências de reação química por altera-
em algum dos copos? O que isso evidencia? ção de cor em seu dia a dia, para a criação de
cartazes. Pode-se fazer uma avaliação escri-
O que ocorre:
ta com base nesses cartazes, solicitando que
O ferro, na presença do hipoclorito de só- seja assinalado onde são evidenciadas rea-
dio e na presença de íons H+ (proveniente ções químicas.

51

pac9_mp_040_064_especifica.indd 51 8/29/13 8:19 PM


4.2.8. Evidência de uma reação Reação que ocorreu:
química pelo desprendimento gasoso CH3COOH(aq) + NaHCO3(aq) → CH3COONa(aq)
+ H2O(l) + CO2(g)
Materiais:
Sugestões:
• 1 garrafa PET transparente (com 2 L de
Divida as tarefas entre alguns alunos,
capacidade);
visto que os materiais são de fácil obtenção.
• 1 bexiga; Após a realização do experimento, pode-se
colocar água de cal dentro do balão e con-
• 1 folha de papel (sulfite); frontar o resultado da alteração de cor com o
• 1 funil; experimento anterior. Repita o mesmo expe-
rimento com um comprimido efervescente
• 1 grampeador; e abra um debate com a turma.

• 200 mL de vinagre;

JR/The Next
• 20 g de bicarbonato de sódio.

Procedimentos:
Transferir o conteúdo da embalagem
de bicarbonato de sódio para um pedaço
da folha de papel, enrolar a folha em forma
de canudo para entrar na boca da garrafa
PET. Dobrar as duas extremidades do canu-
do e grampear, para que o bicarbonato de
sódio não saia. Introduzir na garrafa, com
o auxílio do funil, os 200 mL de vinagre.
Deixar a bexiga à mão, com a extremida-
de preparada para ser colocada na boca
da garrafa. Introduzir o canudo de papel
dentro da garrafa e colocar em sua extre-
midade a bexiga vazia. Agitar e observar o
volume da bexiga.
Para refletir:
Qual o motivo de a bexiga aumentar de
volume? O que isso evidencia?
O que ocorre:
Quando o bicarbonato de sódio (hidro-
geno carbonato de sódio) entra em contato
GUIA DIDÁTICO

com o ácido acético (ácido etanoico) presen-


te no vinagre, ocorre uma reação química,
evidenciada pelo borbulhamento na solução.
O aumento do volume da bexiga comprova
o desprendimento de gás.
Neste caso, o desprendimento gasoso é
um dos indicativos da ocorrência de reação
química.

52

pac9_mp_040_064_especifica.indd 52 8/29/13 8:19 PM


5. Avaliação do esforço de compreender, ev itando
simplesmente corrigi-los, proporcionando
Se, no sentido mais amplo, a avaliação é ao aluno, porém, os meios para tomar
um julgamento de valor, em sala de aula é consciência deles, identificar sua origem e
um modo de saber até que ponto os alunos transpô-los.
conseguiram alcançar os objetivos previa- (Perrenoud, 1999).
mente propostos – objetivos de aprendiza-
O uso de instrumentos diversificados
gens diversificadas em relação aos conteúdos
que contemplem as diferentes característi-
gerais e específicos considerados neces-
cas dos alunos favorece seu desenvolvimen-
sários ao desenvolvimento intelectual e pes-
to cognitivo, social e afetivo. A experiência
soal deles. A avaliação escolar revela ainda
em sala de aula revela que, ao se avaliar, por
como os alunos constroem – competências
exemplo, com muita frequência por meio de
e habilidades – o conhecimento e quais ati-
seminários, corre-se o risco de prejudicar
tudes e valores desenvolvem.
aquele que tem dificuldade para se expres-
A avaliação escolar não se restringe a sar oralmente.
medir dados obtidos em testes que, apesar
Embora a avaliação deva ser feita por
de válidos, são instrumentos incompletos
meio de instrumentos diversificados, testes
num processo avaliativo. É fundamental inferir,
e provas escritos não devem ser abandona-
comparar, analisar consequências, examinar
dos. Quando bem elaborados, colaboram na
o contexto, estabelecer valores, aquilatar ati-
tarefa avaliativa. Questões contextualizadas,
tudes, rever formas de comunicação, fazer
com linguagem clara e, se possível, com
autocrítica etc. em um trabalho integrado
textos, leitura de imagens etc., são sempre
entre professor e alunos e articulado com os
mais significativas. A introdução de elemen-
demais agentes escolares.
tos desconhecidos dos alunos perturba o
A avaliação possibilita traçar perfis, identi- processo avaliativo e distorce os resultados;
ficar quais aspectos devem ser reforçados ou logo, não é aconselhável. Provas com con-
abandonados; que conteúdos, competências sulta, em dupla, interdisciplinares etc. são al-
e habilidades convém privilegiar; quais assun- ternativas que podem enriquecer pedagogi-
tos necessitam de complementação; e qual é camente o processo avaliativo.
o momento de avançar, segundo o ritmo da
Entendemos que a avaliação só faz sen-
turma. Ou seja, a avaliação é um instrumento
tido se cumprir seu papel de apontar cami-
para o professor refletir sobre o andamento
nhos para melhorar a aprendizagem, respei-
do processo educativo e reformular procedi-
tando o papel mediador do professor, que
mentos e estratégias, tendo como finalidade
é o de buscar a convergência máxima de
o sucesso efetivo do aluno e do grupo.
significados, pela aproximação com o aluno
O que e como se pretende avaliar devem e pelo entendimento de suas dificuldades
ser explicitados previamente aos alunos, a fim para ajudá-lo a superá-las pelos processos
de que tenham parâmetros para orientar seus dialógicos e interativos.
estudos e demais afazeres da vida escolar.
GUIA DIDÁTICO

Oferecemos a seguir uma sugestão de


O erro do aluno deve ser considerado avaliação de Ciências para o primeiro bimes-
ponto de partida para a aprendizagem. tre do 9º ano. Quanto aos demais bimestres,
O professor deve se interessar pelos erros, as sugestões de avaliação estarão disponíveis
aceitando-os como etapas estimáveis para download no Portal Projeto Apoema.

53

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Avaliação - Ciências - Física
NOME: TURMA:

ESCOLA:

PROFESSOR: DATA:

1. Agora que você conhece um pouco mais sobre Física, provavelmente já percebeu que
as unidades de medida devem ser organizadas de tal forma que possam ser facilmente
identificadas, para se evitarem as confusões que aconteciam quando ainda não existiam
padrões bem definidos para as medidas como das massas, dos comprimentos e dos inter-
valos de tempo. Entre outros padrões que foram aparecendo, surgiu o mais importante: o
Sistema Internacional de Unidades (SI), que você já conhece.
Identifique abaixo quais são, no SI, as unidades de medida para:
a) massa:

b) volume:

c) tempo:

2. Durante uma viagem aos Estados Unidos da América, um turista

pockygallery/Shutterstock
brasileiro alugou um carro. Alguns minutos depois, ao entrar no pá-
tio de estacionamento, deparou-se com a placa ao lado, que avisava
sobre a velocidade máxima naquele local. Traduziu corretamente
seu conteúdo como: Perigo, velocidade limite de 5 milhas por
hora. Sabendo que 1 milha terrestre equivale aproximadamente a
1 600 m, determine a velocidade limite no pátio, em km/h.

3. Uma jovem parte do ponto A de uma rua e, após andar 3 km, vira no A c B
ponto B e anda mais 4 km em outra rua, até chegar ao ponto C, des-
locando-se sobre a trajetória ABC que corresponde aos catetos de um
triângulo retângulo formado pelas ruas de um quarteirão. Seu irmão a
decide encontrá-la, percorrendo uma trajetória diferente, indo direta- b
mente do ponto A para o ponto C, o que corresponderia à hipotenusa
GUIA DIDÁTICO

do triângulo retângulo considerado. Sabendo que a velocidade média


da jovem foi de 3,5 km/h, qual foi a velocidade média de seu irmão,
C
considerando que ele levou o mesmo tempo que ela para sair do
ponto A e chegar ao ponto C? Dado que: b2 = a2 + c2.

54

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4. Você está, neste momento, provavelmente sentado em seu banco escolar resolvendo
as questões dessa avaliação e, corretamente, pode afirmar que está parado em relação,
por exemplo, às paredes da sala de aula. Sabemos que um mesmo objeto pode estar no
mesmo momento, conforme as circunstâncias consideradas, parado ou em movimento.
Explique o que você poderia levar em conta para que pudesse, sem mudar nada do que
está fazendo, estar em movimento?

5. Uma moeda é colocada so-

Fernanda Gomes
bre um pedaço de papel que
está apoiado em um copo
(ver figura). O papel é puxado
rapidamente e a moeda cai
dentro do copo. Explique,
considerando as leis da Física
pertinentes, porque a moeda
não acompanhou o movi-
mento do papel, mas caiu
dentro do copo.

6. Na imagem ao lado vemos duas pessoas, um

Alenochka82/Shutterstock
homem e uma mulher, numa pista de gelo.
Nessa situação, após se tocarem e se empur-
rarem mutuamente, o homem se desloca para
a direita e a mulher se desloca para a esquerda.
A terceira lei de Newton afirma que toda força
aplicada implica uma reação (isto é, outra for-
ça) que tem a mesma direção, sentidos opostos
e mesmo módulo; portanto, muitos tendem a
pensar que tais forças deveriam se anular. Não
é o que vemos na pista de gelo, onde ambas as
GUIA DIDÁTICO

pessoas são aceleradas e entram em movimento. Desenhe sobre a figura o par de forças
que corresponde à ação e à reação e explique por que essas duas forças não se anulam.

55

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7. Observe o corpo representado, na figura, por um retângu- 6N
lo. Imagine que esse corpo esteja se movendo com uma
velocidade constante de 3 m/s. Nesse instante, simultane-
amente, são aplicadas as forças que vemos na figura. Qual
3N
será a velocidade de tal corpo após a aplicação dessas
forças? Justifique sua resposta.
7N 4N

2N 2N 2N

8. A figura ao lado representa um satélite (fora de

David Ducros/Science Photo LIBRARY/Latinstock


escala) girando em torno da Terra. Sabemos que
existem diversas aplicações tecnológicas associa-
das à utilização de satélites que giram em torno
do nosso planeta, por exemplo, comunicações via
telefone, envio de imagens, utilização de GPS etc.
Como podemos explicar a afirmação cientifica-
mente aceita de que os satélites ficam “presos” em
torno da Terra, girando em torno dela?

9. Observe com cuidado a imagem que representa

arek_malang/Shutterstock
uma mulher treinando um golpe de caratê. Obser-
ve que suas pernas estão levemente flexionadas.
Poder-se-ia pensar que quanto mais alta estives-
se sua cabeça, ela pareceria maior para seu opo-
nente, o que deveria ser uma vantagem na luta.
Considerando os conceitos de Física estudados,
por que então ela decidiu por uma postura que,
se levasse em conta apenas a aparência, não lhe
traria nenhuma vantagem?
GUIA DIDÁTICO

56

pac9_mp_040_064_especifica.indd 56 8/29/13 8:20 PM


10. A utilização das alavancas é uma prática muito antiga. Sabemos que mesmo as civiliza-
ções mais primitivas que conhecemos utilizavam alavancas para mover obstácu-
los, os quais sem elas, seriam praticamente impossíveis de ser deslo-
cados. Na figura ao lado, vemos um indivíduo tentando mover uma
pedra muito grande utilizando uma alavanca. Vamos considerar que
a vara de madeira utilizada pelo indivíduo seja suficientemente
Dawidson França

rígida para ser usada como uma alavanca e que a distância entre
suas mãos e o ponto de apoio da alavanca
seja 3,5 maior do que a distân-
cia do ponto de apoio até o
ponto de contato com a
pedra. Caso o homem faça
uma força igual a 100 kgf,
qual será a força aplicada
na pedra pela alavanca?

11. As roldanas e polias são usadas para facilitar o deslocamento

Luis Moura
de cargas, principalmente na direção vertical. No esquema
ao lado, está representado um conjunto de roldanas e polias
utilizado para levantar uma carga. Caso a força exercida na
extremidade do cabo (representada pela seta) seja de 200 N,
qual será a massa (representada pelo retângulo), medida em
quilogramas, que poderá ser sustentada pelo sistema? Utilize
para a aceleração da gravidade o valor de 10 m/s2, para o cál-
culo da massa em quilogramas.

12. Durante uma exibição de skate, um atleta executa algumas manobras que exemplificam
a transformação da energia mecânica da sua forma potencial para cinética e vice-versa.
Uma vez que a energia parece não estar sendo perdida, pois simplesmente passa de uma
forma para outra sem perdas, poderia o atleta ficar indefinidamente subindo e descendo
GUIA DIDÁTICO

a rampa sem se cansar?

57

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Avaliação - Ciências - Química
NOME: TURMA:

ESCOLA:

PROFESSOR: DATA:

1. Levando-se em conta todo o conhecimento que temos hoje em dia,


o sentindo original da palavra “átomo” ainda faz sentido?

Luis Moura
2. Cite uma diferença e uma semelhança entre os modelos atômicos de Dalton e Thomson.
Como Thomson chegou às conclusões do seu modelo atômico?

3. Observe os modelos atômicos a seguir e coloque-os em ordem de “descoberta”. Depois,


responda: Qual é a teoria atômica mais aceita atualmente? Explique-a e diga qual foi a
teoria precedente, complementada por esta atual.
a) ( ) b) ( ) c) ( ) d) ( )

Ilustrações: Dawidson França


K L MNO PQ
NÚCLEO
GUIA DIDÁTICO

4. O que é o número atômico? Qual é sua importância na diferenciação dos elementos químicos?

58

pac9_mp_040_064_especifica.indd 58 8/29/13 8:20 PM


5. Abaixo estão representados os átomos de boro e de carbono. Analise a figura e responda
às questões a seguir.
11
5 B 12
6 C
a) Determine o número de massa, o número atômico e o número de nêutrons de cada
um desses átomos.

b) Como podemos relacionar esses dois átomos? Explique sua resposta.

6. O átomo de potássio é capaz de formar um íon carregado positivamente. Observe a figura


abaixo e responda às questões.
39
K 39
K
1+
íon
19 19

a) Qual é o tipo de íon formado?


b) Qual foi o fenômeno ocorrido para que houvesse a formação desse íon?

c) Por que esse íon assume carga positiva?

d) Por que a massa do íon é igual à do átomo?

7. O monóxido de carbono (CO) e do dióxido de carbono (CO2) são gases cujas moléculas
são muito parecidas e que possuem os mesmos elementos químicos em sua constituição.
Apesar disso, um deles, se presente em pequenas concentrações no ar, pode levar à morte.
a) Qual desses gases é tóxico? Por quê?

b) Represente as moléculas desses gases utilizando uma cor para cada elemento químico.

8. Analise a imagem abaixo, que contém a representação do elemento magnésio na tabela


GUIA DIDÁTICO

periódica, e responda as questões a seguir.


12

Mg
Magnésio
a) Quais informações sobre esse elemento químico estão representadas na tabela?

59

pac9_mp_040_064_especifica.indd 59 8/29/13 8:20 PM


b) O número de massa do magnésio foi omitido nessa representação. Calcule seu núme-
ro de massa com as informações dadas na tabela abaixo.

ISÓTOPO ABUNDÂNCIA RELATIVA NA NATUREZA

Mg
24
79%
Mg
25
10%
Mg
26
11%
Classificação periódica dos elementos químicos (tabela periódica)

Iupac 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18

9. As linhas horizontais eFamílias 1A 2A 3BClassificação


4B 5B periódica
6B 7B dos elementos
8B químicos
1B 2B (tabela
3A periódica)
4A 5A 6A 7A 8A

DAE/Paulo César Pereira


1 2

verticais da tabela peri- 1 H


Hidrogênio
1,0079
He
Hélio
4,0026

3 4 5 6 7 8 9 10

ódica agrupam elemen- 2 Li


Lítio
6,941
Be
Berílio
9,0122
Hidrogênio Metal Não metal Gás nobre B
Boro
10,811
C
Carbono
12,011
N
Nitrogênio
14,007
O
Oxigênio
15,999
F
Flúor
18,998
Ne
Neônio
20,180

tos químicos que per- 3


11 12 13 14 15 16 17 18

Na Mg Al Si P S Cl Ar
Sódio Magnésio Alumínio Silício Fósforo Enxofre Cloro Argônio
PERÍODOS

22,990 24,305 26,982 28,086 30,974 32,065 35,453 39,948

tencem ao mesmo perí- 4 19

K
20

Ca
21

Sc
22

Ti
23

V
24

Cr Mn
25 26

Fe Co
27 28

Ni Cu
29 30

Zn
31

Ga Ge
32 33

As Se
34 35

Br
36

Kr
Potássio Cálcio Escândio Titânio Vanádio Crômio Manganês Ferro Cobalto Níquel Cobre Zinco Gálio Germânio Arsênio Selênio Bromo Criptônio

odo e à mesma família, 39,098

37
40,078

38
44,956

39
47,867

40
50,942

41
51,996

42
54,938

43
55,845

44
58,933

45
58,693

46
63,546

47
65,38

48
69,723

49
72,64

50
74,922

51
78,96

52
79,904

53
83,798

54

5 Rb Sr Y Zr Nb Mo Tc Ru Rh Pd Ag Cd In Sn Sb Te I Xe
respectivamente. Quais Rubídio
85,468

55
Estrôncio
87,62

56
Ítrio
88,906

57 - 71
Zircônio
91,224

72
Nióbio
92,906

73
Molibdênio
95,96

74
Tecnécio
(98)

75
Rutênio
101,07

76
Ródio
102,91

77
Paládio
106,42

78
Prata
107,87

79
Cádmio
112,41

80
Índio
114,82

81
Estanho
118,71

82
Antimônio
121,76

83
Telúrio
127,60

84
Iodo
126,90

85
Xenônio
131,29

86

6 Cs Ba Hf Ta W Re Os Ir Pt Au Hg Tl Pb Bi Po At Rn
são as características
SÉRIE DOS
Césio Bário LANTANÍDIOS Háfnio Tântalo Tungstênio Rênio Ósmio Irídio Platina Ouro Mercúrio Tálio Chumbo Bismuto Polônio Astato Radônio
132,91 137,33 178,49 180,95 183,84 186,21 190,23 192,22 195,08 196,97 200,59 204,38 207,2 208,98 (209) (210) (222)

87 88 89 - 103 104 105 106 107 108 109 110 111 112 113 114 115 116 117 118

comuns aos elementos 7 Fr


Frâncio
(223)
Ra
Rádio
(226)
SÉRIE DOS
ACTINÍDIOS
Rf
Ruterfórdio
(261)
Db
Dúbnio
(262)
Sg
Seabórgio
(266)
Bh
Bóhrio
(264)
Hs
Hássio
(270)
Mt
Meitnério
(268)
Ds Rg
Darmstádtio Roentgênio
(281) (272)
Cn
Copernício
(285)
Uut
Ununótrio
(284)
Fl
Flerovium
(289)
Uup Lv Uus
Ununpêntio Livermorium Ununséptio
(288) (291)
Uuo
Ununóctio
(294)

que pertencem ao mes- Número atômico (Z)


Série dos lantanídios
57 58 59 60 61 62 63 64 65 66 67 68 69 70 71

La Ce Pr Nd Pm Sm Eu Gd Tb Dy Ho Er Tm Yb Lu
mo período e à mesma 1

H Símbolo
Lantânio
138,91
Cério
140,12
Praseodímio
140,91
Neodímio
144,24
Promécio
(145)
Samário
150,36
Európio
151,96
Gadolínio
157,25
Térbio
158,93
Disprósio
162,50
Hólmio
164,93
Érbio
167,26
Túlio
168,93
Itérbio
173,05
Lutécio
174,97

Série dos actinídios


família? Hidrogênio
1,0079
Nome do
elemento 89 90 91 92 93 94 95 96 97 98 99 100 101 102 103

Massa atômica Ac Th Pa U Np Pu Am Cm Bk Cf Es Fm Md No Lr
Actínio Tório Protactínio Urânio Netúnio Plutônio Amerício Cúrio Berquélio Califórnio Einstênio Férmio Mendelévio Nobélio Lawrêncio
(227) 232,04 231,04 238,03 (237) (244) (243) (247) (247) (251) (252) (257) (258) (259) (262)

Família Período

10. O argônio é um gás muito utilizado na conservação de peças de

Science Photo Library/Spl


Dc/Latinstock
museus. Portanto, algumas peças são mantidas numa atmosfera satu-
rada de argônio, em vez de ficarem expostas aos gases atmosféricos.
a) Por que os gases atmosféricos podem degradar as peças de museu?

Átomo de argônio.
GUIA DIDÁTICO

b) Quais propriedades do argônio possibilitam que ele seja utilizado para essa finalidade?
Sua resposta deve se basear na distribuição dos elétrons no átomo de argônio.

60

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11. Faça a distribuição eletrônica destes dois elementos químicos hipotéticos e responda as
questões abaixo.
• A
10
Camada K L M N O P Q

19
B No máx. de elétrons 2 8 18 32 32 18 8
Camada K L M N O P Q
No máx. de elétrons 10A
Camada K L M N O P Q
No máx. de elétrons 19B

a) Qual deles é um gás nobre? Por quê?

b) Numa reação com outro elemento químico, o que deverá ocorrer com o átomo B para
que ele fique estável? Justifique sua resposta.

c) Que tipo de ligação o átomo B poderá realizar após reagir com outro elemento? Por quê?

12. Quantos elétrons são necessários para estabilizar o elemento carbono (6C)? Como é cha-
mado esse elemento com relação à sua valência?

13. Qual é a fórmula iônica de uma substância formada por átomos de um metal M trivalente
(perde elétrons) e um ametal A bivalente (recebe elétrons)?

14. Qual é o tipo de ligação atômica que pode ocorrer entre ametais (recebe elétrons)? Repre-
sente a fórmula estrutural de uma molécula formada por dois ametais divalentes D e um
ametal tetravalente T.
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15. Qual é o tipo de ligação química que ocorre entre metais? Por que os metais são bons
condutores de corrente elétrica?

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Respostas da avaliação – Física na mulher e aponta para a esquerda, a ou-
tra força está aplicada no homem e apon-
1. a) Quilograma ta para a direita. Essas duas forças estão
aplicadas em corpos diferentes, portanto
b) Metro cúbico
não se equilibram.
c) Segundo
7. A resultante das forças vale zero. Assim o
2. 5  1 600 = 8 000 m = 8 km em 1h corpo permanece com a mesma veloci-
v = 8 km/h dade inicial e constante de 3 m/s.
S 8. Entre o satélite e a Terra existe atração
3. Para a jovem: t =
vm gravitacional, então podemos afirmar que
7 km
t = a Terra exerce uma força de atração sobre
3,5 km/h
o satélite mantendo-o em órbita em tor-
t = 2h no dela.
Para seu irmão: b2 = a2 + c2
9. Mantendo as pernas flexionadas, a mulher
b2 = 32 + 4 2 abaixa seu centro de gravidade, garantindo
b2 = 9 + 16 uma posição que lhe garante mais estabi-
lidade, dificultando a queda por ocasião
b = √25
de um golpe desferido pelo adversário.
b = 5 km
S 10. 100  3,5 = F  1
vm =
t F = 350 kgf
5 km
vm =
2h 11. F = Pn ⇒ 200 = P3 ⇒ 200 = P
2 2 8
vm = 2,5 km/h P = 200  8 ⇒ P = 1 600 N
4. Mesmo sentado dentro da sala, você está
em movimento em relação a diversos re- P = m  g ⇒ 1 600 N = m  10
ferenciais, por exemplo, o Sol.
m = 1 600 ⇒ m = 160 kg
5. A moeda apresenta inércia, portanto sua 10
tendência é permanecer em repouso. 12. Não, durante todo o tempo que o atleta se
Isso está de acordo com a primeira lei de exibe, existe também perda de energia atra-
Newton. vés das forças dissipativas (atrito com o ar,
6. Devem ser desenhadas setas em senti- entre as rodas do skate e a plataforma e até
dos opostos. Uma das forças está aplicada mesmo em forma de energia sonora).
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Respostas da avaliação – Química d) O elétron tem massa desprezível em
comparação com os prótons e nêutrons.
1. Não, pois átomo significa “não divisível” e 7. a) CO, pois se liga fortemente à hemoglo-
atualmente sabemos que existem partí- bina, impedindo a ligação do oxigênio.
culas subatômicas como prótons, elé-
trons e nêutrons.
b) CO: •-•. CO : •-•-•.
2

8. a) Nome, símbolo e número atômico.


2. Semelhança: o átomo é uma esfera mui- b) 24 × 0,79 + 25 × 0,1 + 26 × 0,11 = 24,32
to pequena e maciça. Diferença: no mo- (as abundâncias e massas dos isóto-
delo de Dalton, o átomo é neutro e, no pos foram aproximadas).
de Thomson, o átomo é formado por
9. Os elementos pertencentes ao mesmo
partículas negativas dispersas num fluido
período possuem o mesmo número de
positivo. Ele chegou a essas conclusões
camadas eletrônicas. Os pertencentes
ao verificar que descargas elétricas eram
à mesma família possuem o mesmo
atraídas para o polo positivo e além disso
número de elétrons na última camada
possuíam massa. Sendo assim, a partícula
eletrônica.
negativa dotada de massa ficou conheci-
da por elétron. 10. a) A atmosfera é composta por gases
reativos que podem se combinar com
3. a) (3) b) (1) c) (4) d) (2)
as substâncias presentes nas peças e,
Modelo de Böhr, no qual os elétrons assim, danificá-las.
descrevem órbitas circulares dividi-
b) O argônio é um gás nobre e, por
das em níveis de energia ao redor do
isso, não se combina com os demais
núcleo. Esse modelo complementou
elementos químicos, evitando assim
a teoria atômica de Rutherford, que
a deterioração desses materiais. Sua
postula que o átomo tem um núcleo
estabilidade é devida à presença de 8
central positivo, onde está concentra-
elétrons na última camada eletrônica.
da sua massa, e uma região, ao seu re-
dor, de massa desprezível, onde estão 11. 10A: 2, 8; 19B: 2, 8, 8, 1.
dispersos os elétrons. a) Átomo A, pois possui 8 elétrons na úl-
4. É o número de prótons que um áto- tima camada.
mo contém. Podemos identificar um b) Ele deverá perder um elétron da sua ca-
elemento químico de acordo com seu mada de valência para, então, ficar com
número atômico, já que não existem oito elétrons na última camada.
diferentes elementos com o mesmo c) Ligação iônica, pois a perda de um
número de prótons. elétron confere uma carga positiva a
5. a) Boro: A = 11, Z = 5, n = 6. esse átomo e uma carga negativa ao
Carbono: A = 12, Z = 6, n = 6. outro átomo que recebeu o elétron,
havendo assim atração eletrostática
b) Eles são isótonos, pois possuem o
entre esses dois elementos.
mesmo número de nêutrons.
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6. a) Cátion. 12. Quatro. Tetravalente.

b) Houve perda de um elétron do átomo 13. M2A3.


de potássio. 14. Ligação covalente. D=T=D.
c) Com a perda de um elétron (carga 15. Ligação metálica. Porque nesse tipo de
negativa), o número de prótons (carga ligação os elétrons de valência ficam li-
positiva) supera o número de elétrons vres, possibilitando assim seu movimento
em uma unidade, fazendo com que o ordenado durante a passagem de uma
íon assuma carga 1+. corrente elétrica pelo material.

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