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MORRER PARA VIVER

O medo da morte afasta a compreensão dela. Evitamos pensar nela. É tabú. É o fim. O sonho
que termina, jamais veremos os vivos que nos rodeiam. Ela é sofrimento e dor. É
incompreensão. É irracional. Sem explicação. Sem solução. Vem na hora que bem entende, sem
aviso nem preparação. Às vezes surpreende, às vezes não. Às vezes a espantamos temerosos,
às vezes a chamamos ansiosos. Ela tira a vida e muitas outras coisas que ignoramos. "Mata um
amor não correspondido, mata uma amizade interesseira, uma ilusão passageira. Mata um
plano mal concebido, uma fantasia esplendorosa que se vivesse seria horrorosa, mata o
devaneio, colocando-se no meio." Nesses casos a morte é um bem, colocando um ponto final
em situações embaraçosas que julgávamos não haver saída. Quando ela age achamos que foi
sorte, nunca admitimos que foi ela somente ela que nos tirou do atoleiro da ilusão. Morremos a
todo instante, numa despedida, num adeus ou num simples até logo. Somente a morte conduz
ao renascimento e faz surgir o novo, o inusitado. Seremos sempre jovens quando morremos. E
seremos sempre velhos quando teimar-mos em viver o que já passou. O homem vive sempre
em despedida, a cada imagem, som, sentimento e emoção. "FELIZ É O HOMEM QUE APRENDE
A MORRER. FELIZ É O HOMEM QUE SE DESPEDE SEM SOFRER, FELIZ É O HOMEM QUE
RECEBE O NOVO PARA VIVER."

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